. TRABALHO E DIGNIDADE HUMANA CARLOS EMAR MARIUCCI Não vos Nãoconformeis vos conformeis com este mundo, mas com transformai-vos este mundo, pela renovação do vosso mas transformai-vos espírito, para que possais discernir qual é a pela renovação do vossovontade espírito, de paraDeus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito. ROM. 12,2 que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito. Rom 12:2 PRINCIPIOS DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA 1. A dignidade da pessoa humana: “Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, homem e mulher os criou”. (Gn 1,26-27) 2. A Destinação universal dos Bens: Deus destinou os bens criados para todos os homens seguindo a regra da justiça e da caridade. Toda a criação é obra de Deus. Ao Senhor pertence a terra e tudo o que ela contém (Sl 23,11) O desígnio divino é que não haja privilégio para alguns e exclusão da grande maioria. A criatura humana não pode apropriar-se das coisas como se fossem dela, porque tudo o que temos provém do criador. 3. O princípio da subsidiariedade: A promoção da pessoa não acontece sem o cuidado com a família, grupos, associações. Assim as sociedades de ordem superior devem ajudar e apoiar as que são inferiores. Cada ser humano deve dar ao outro ajuda e àqueles que mais necessitam. Quem tem mais meios deve servir aqueles que mais precisam. 4. O princípio da solidariedade: É a determinação firme de se empenhar pelo bem comum, porque somos responsáveis por todos. 5. O princípio da participação: Os cristãos não estão alheios à vida social, mas devem fazer o mundo melhor do que as pessoas o concebem e encontram pela sua convivência. A participação deve levar as pessoas à construção de uma vida digna para todos e de um governo democrático, de modo que a democracia seja participativa. DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA 1891: Leão XIII: Rerum Novarum (Das coisas novas) . 1931: Pio IX: Quadragésimo Anno (Quarenta anos) . 1961: João XXIII: Mater et Magistra (Mãe e Mestra) . 1963: João XXIII: Pacem in Terris (Paz na Terra) . 1965: Conc. Vat II: Gaudim et Spes (Alegrias e Esperanças) . 1967: Paulo VI:Populorum Progressio (Desenv. Povos) . 1971: Paulo VI:Octogesima Adveniens (Chegando a octogésima . Paulo VI (1975 ): Evangelii Nuntiandi (Anunciar Evangelho) João Paulo II (1979): Redemptor Hominis (Redentor do Homem) João Paulo II (1981): Laborem Exercens (Mediante o Trabalho) João Paulo II (1987): Sollicitudo Rei Socialis (Cuidado c/ Social) João Paulo II (1991): Centesimus Annus (Cem anos) João Paulo II (1995): Evangelium Vitae (O evangelho da Vida) Bento XVI (2009): Caritas in Veritate (Caridade em Verdade) IGUALDADE JUSTIÇA SOCIAL CAMPANHAS DA FRATERNIDADE 1ª FASE: EM BUSCA DA RENOVAÇÃO INTERNA DA IGREJA (1964-1972) 2ª FASE: A IGREJA SE PREOCUPA REALIDADE SOCIAL DO POVO (1973-1984) 3ª FASE: A IGREJA SE VOLTA PARA SITUAÇÕES EXISTENCIAIS DO POVO BRASILEIRO (1985 a 2015) COM A DA BUSCA DA RENOVAÇÃO INTERNA DA IGREJA 1) Renovação da Igreja 1964: IGREJA EM RENOVAÇÃO 1965: PARÓQUIA EM RENOVAÇÃO 2) Renovação do Cristão 1968: DOAÇÃO 1966: FRATERNIDADE 1967: CO-RESPONSABILIDADE DA BUSCA DA RENOVAÇÃO INTERNA DA IGREJA 1971:RECONCLIAÇÃO 1969: DESCOBERTA 1970:PARTICIPAÇÃO 1972:SERVIÇO E VOCAÇÃO 1973: LIBERTAÇÃO 1968- OBJETIVO GERAL Conscientizar o maior número possível de pessoas para os ideais da campanha: o político: que compreenda que política é favorecer o Bem Comum o sindicato: que assuma a promoção de sua classe o patrão: que pague com alegria o justo salário a família: que haja diálogo entra pais e filhos a dona de casa: que trate a empregada como pessoa humana o padre: que esteja na vanguarda em proclamar a justiça e participar na busca de soluções o jovem: que descubra suas capacidades, desenvolva e as coloque a serviço da Pátria. Todos: que creiam com as mãos. 2ª FASE: A IGREJA SE PREOCUPA COM A REALIDADE SOCIAL DO POVO (1974-1984) 1974: VIDA 1977: FAMÍLIA 1975: REPARTIR 1976: COMUNIDADE 1978: COMUNIDADE TRABALHO E JUSTIÇA PARA TODOS 2ª FASE: A IGREJA SE PREOCUPA COM A REALIDADE SOCIAL DO POVO (1974-1984) 1979:MUNDO MAIS HUMANO 1980: MIGRAÇÃO 1983:VIOLÊNCIA 1982:EDUCAÇÃO 1981:SAÚDE 1984: VIDA 1975: REPARTIR A fraternidade deriva do amor a Deus, Pai comum, e do exemplo heróico de Cristo, morto por todos. Trata-se de uma fraternidade afetiva e efetiva, que terá inúmeras formas de expressão, mas que deverá levar a atitudes concretas e sinceras. Fraternidade é repartir. 1978 Uma nova e permanente atitude de justiça com os outros será uma corajosa contribuição para a promoção do trabalhador. Um esforço para reanimar a Pastoral do mundo do Trabalho. Enfim, aquilo que as condições concretas sugerirem ou exigirem de cada um. 1980 A intensificação da mobilidade humana em geral e mais particularmente das migrações internas, a existência de imigrantes e mesmo a emigração de brasileiros propõem à Igreja, como primeira atitude, uma mudança de mentalidade: Universalidade radical que o Evangelho lhe confere: já não há estrangeiro ou hóspede, nem discriminação de espécie alguma, sob pena de mortificar a própria noção de Igreja e esvaziar o conceito cristão de fraternidade; Uma adaptação das estruturas eclesiais e de sua ação pastoral e social, a fim de que seu serviço seja testemunho e profecia da verdadeira libertação e promoção do homem. 3ª FASE: A IGREJA SE VOLTA PARA SITUAÇÕES EXISTENCIAIS DO POVO BRASILEIRO (1985...) 1985:FOME 1988: NEGRO 1987: MENOR 1986: TERRA 1989: 3ª FASE: A IGREJA SE VOLTA PARA SITUAÇÕES EXISTENCIAIS DO POVO BRASILEIRO (1985...) 1992: 1991: TRABALHO M & H- IMAGEM DE DEUS 1994: 1993: Moradia 1990 Conscientizar que mulher e homem juntos são imagem de Deus. Na realidade, a mulher não é reconhecida e tratada como igual ao homem. Enfocar a vocação inicial da mulher e do homem: construir juntos uma nova sociedade. 1991 Que a Igreja e as pessoas de boa vontade assumam a realidade do trabalho e do mundo do trabalho, com todas as suas dimensões de criação, progresso, conflito, divisões e solidariedade, como lugar teológico para a evangelização, o anúncio da Boa Nova no mundo de hoje e para a construção do Reino de Paz, Justiça e Amor. 3ª FASE: A IGREJA SE VOLTA PARA SITUAÇÕES EXISTENCIAIS DO POVO BRASILEIRO (1985...) 1995: EXCLUÍDOS 1996:POLÍTICA 1997: PRESOS 1999:DESEMPREGO 1998:EDUCAÇÃO 3ª FASE: A IGREJA SE VOLTA PARA SITUAÇÕES EXISTENCIAIS DO POVO BRASILEIRO (1985...) 2000: ECUMÊNICA: DIGNIDADE e PAZ DROGAS 2002: ÍNDIOS 2004: ÁGUA 2003: IDOSO 3ª FASE: A IGREJA SE VOLTA PARA SITUAÇÕES EXISTENCIAIS DO POVO BRASILEIRO (1985...) 2007: AMAZÔNIA 2005: SOLIDARIEDADE E PAZ 2006: PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 1996 Contribuir para a formação política dos cristãos para que exerçam sua cidadania sendo sujeitos da construção de uma sociedade justa e solidária. • Contribuir para que a comunidade eclesial e a sociedade 1999 se sensibilizem com a grave situação dos desempregados, conheçam as causas e as articulações que a geram e as conseqüências que dela decorrem;. • Denunciar, consequentemente, modelos sócio-político-econômicos, tais como certas formas de neoliberalismo sem freios éticos, que causam desemprego e, igualmente, impõem padrões de consumo insaciável e exacerbem a competição e o individualismo. • Anunciar uma sociedade baseada em novos paradigmas, a vida não se subordine à lógica econômica idolátrica e o trabalho não se reduza à mera sobrevivência, mas promova a vida, em todas as suas dimensões. onde a pessoa humana seja o centro, • Incentivar amplo movimento de solidariedade, promovendo iniciativas concretas de geração de trabalho solidariedade cristã; e renda, no paradigma da • Mobilizar a própria Igreja a favor da justiça e da solidariedade, principalmente em desempregados e às desempregadas. relação aos Unir as Igrejas cristãs no testemunho comum da promoção de uma vida digna para todos, na denúncia das ameaças à dignidade humana e no anúncio do evangelho da paz. 2002 Motivar a conversão das pessoas, da sociedade e da própria Igreja para a solidariedade, a justiça, o respeito e a partilha, dando especial destaque, desta vez, aos povos indígenas. É um convite a todos os cristãos para engajarem-se na esperançosa luta pela conquista e garantia dos direitos dos povos indígenas. Ao refletirmos sobre a causa indígena, vamos assumir um compromisso concreto com suas lutas, em defesa de suas identidades étnicas, “suas organizações sociais, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam.” (Const. Brasil. art. 231). 2010 2009 2008 2011 2012 2015 2013 2014 CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2015 IGREJA E SOCIEDADE: SERVIÇO, DIÁLOGO E COOPERAÇÃO Gaudium et Spes: a Igreja expressou a relação que existe entre a missão que lhe é própria e a responsabilidade que ela tem de colaborar com a sociedade. Consciente disso, ela atua em favor de tudo o que eleva a dignidade humana. A Igreja convida a que não se oponham, infundadamente, as atividades profissionais e sociais, por um lado, e a vida religiosa, por outro.” E adverte: “o cristão que descuida dos seus deveres temporais falta aos seus deveres para com o próximo e até para com o próprio Deus, e põe em risco a sua salvação eterna.” (GS, n. 42) Papa Francisco Atenção aos pobres e sofredores, às “periferias existenciais”. “Uma Igreja pobre para os pobres”. “Quando não estamos atentos ao mundo em que vivemos” ficamos desorientados, envolvidos pela cultura do bem-estar que leva à “globalização da indiferença”: “habituamo-nos ao sofrimento do outro, não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa” (Homilia do dia 08 de julho de 2013). Exortação Apostólica Evangelii Gaudium: dedicou amplo espaço à inclusão social dos pobres. DESAFIOS “Igreja a serviço da vida plena para todos”. Cuidado e proteção da dignidade humana em todas as etapas da sua existência: família, crianças, adolescentes e jovens, com os trabalhadores e trabalhadoras. Indica também a necessária atenção aos migrantes nas suas diferentes realidades, a promoção de uma sociedade que respeite as diferenças, o combate ao preconceito e à discriminação, o apoio a iniciativas de inclusão social dos indígenas e afrodescendentes, entre outras. O SERVIÇO DA IGREJA À SOCIEDADE- PAPA FRANCISCO (RJ) Discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-15): atitude da Igreja em relação às pessoas que experimentam desorientação e um vazio interior na sociedade. DESAFIOS uma Igreja que não tenha medo de entrar na noite deles; uma Igreja capaz de encontrá-los no seu caminho; uma Igreja capaz de inserir-se na sua conversa; uma Igreja que saiba dialogar com aqueles que vagam sem meta, em desencanto, desilusão uma Igreja capaz de acompanhar o regresso a Jerusalém. O discernimento evangélico Papa Francisco: Trata-se de “uma capacidade sempre vigilante de estudar os sinais dos tempos”, ou de ver o que Deus pede de nós. Diante de algumas realidades desafiadoras, se não se encontrarem boas soluções, elas podem resultar em processos de desumanização de difícil enfrentamento. É preciso discernir o que pode ser fruto do Reino e o que atenta contra o projeto de Deus para a vida pessoal, comunitária e social. TRABALHADORES\AS, UNI-VOS PARA UMA SOCIEDADE COM TRABALHO E DIGNIDADE HUMANA! “Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e novas terras, nos quais habitará a justiça.” (II Pedro, 3,13) [email protected] (44) 9953 7783