Webquest como ferramenta pedagógica no ensino-aprendizagem da
Matemática
Tawana Telles Batista Santos - IFNMG-Salinas
Giuliana de Sá Ferreira Barros - IFNMG-Salinas
GT 01: Currículo, ciência e tecnologia
Modalidade: Artigo
RESUMO
O presente trabalho objetiva analisar a influência da ferramenta webquest no processo de
ensino-aprendizagem matemática, bem como a utilização desta tecnologia na sala de aula. Um
dos grandes facilitadores no processo ensino e aprendizagem é o uso das modernas
tecnologias, em especial a Internet que veio nos auxiliar na evolução dos processos
educacionais. Sendo assim, busca-se por meio desta investigação compreender a utilização
integrada do computador como ferramenta nas aulas de matemática, na tentativa de propor
novas práticas de ensino, proporcionando assim novas experiências práticas de aprendizagem
aos discentes. Neste contexto, é importante refletir sobre mudanças provocadas pelas
tecnologias, partindo dessa premissa, procurou-se compreender como é feita a utilização
destas tecnologias na sala de aula com acadêmicos do curso Licenciatura em Matemática do
IFNMG – Câmpus Salinas. No ensino da matemática, diversas ferramentas podem intervir
como recurso pedagógico como grande facilitador no ensino e aprendizagem em aplicações
práticas. Entretanto, esse recurso exige que o professor esteja preparado para o uso dessas
tecnologias, faz-se necessário que o mesmo tenha domínio dessas ferramentas e permaneça
sempre atualizado. Assim faz se necessário criar novas estratégias que despertem maiores
interesses e gosto em aprender matemática, buscando compreender melhor o desenvolvimento
de raciocínio lógico – matemático do aluno. A metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho, consiste em uma abordagem com fase qualitativa e quantitativa. No processo
de investigação foi proposto uma atividade na disciplina de Prática Pedagógica: Laboratório
de Educação Matemática, da qual o professor conduziu os trabalhos, inicialmente foi
apresentado a ferramenta webquest, posteriormente os acadêmicos fizeram a atividade prática
proposta no computador, após a atividade aplicou-se um questionário semi-estruturado para
verificar o efeito da proposta metodológica. As questões abordadas no questionário
objetivaram a percepção e opinião dos entrevistados, no total 16 acadêmicos do referido curso
participaram desta investigação. Após a aplicação do questionário pode-se identificar que o
uso da webquest contribui para melhorar as práticas pedagógicas, apesar que estes acadêmicos
relataram dificuldades por não ter domínio nas técnicas de informática durante a realização da
atividade. Nesta análise observou-se que os discentes compreenderam o papel da utilização da
ferramenta apresentada, e apesar de terem tido uma resistência inicial, a webquest colaborou
para a evolução do conteúdo proposto, devido a grande interação. Portanto, conclui-se que
com a difusão acelerada das TICs e da Internet os usuários têm acesso à informação de
maneira instantânea. As aceleradas modificações têm mostrado a necessidade urgente de
transformar as práticas pedagógicas no sentido de incorporar as novas tecnologias no espaço
escolar, criando mais chances de reformular as relações entre alunos e professores e de criar
novos processos e metodologias de aprendizagem. As novas tecnologias são ferramentas
motivadoras, capazes de colaborar para uma reflexão crítica, para o desenvolvimento da
pesquisa facilitando o processo de aprendizagem. O professor poderá trilhar vários caminhos
criando estratégias que facilitem o ensino e aprendizagem do aluno para que as dificuldades
possam ser amenizadas, fazer o uso dessas novas tecnologias é conhecer e prover de todos os
recursos existentes cabe ao professor sempre se atualizar, buscando novas práticas
educacionais para contribuir com o processo de educação cada vez mais qualificado, de
acordo com suas necessidades e recursos disponíveis.
Palavras Chaves: Webquest; Informática na Educação; Ensino – Aprendizagem.
1. Introdução
As reflexões acerca do uso da tecnologia na educação vêm despertando a atenção
especial de pesquisadores e educadores, na tentativa de buscar aperfeiçoamento no processo
de ensino-aprendizagem. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) podem ser
excelentes recursos pedagógicos para o processo de ensino-aprendizagem matemática.
A disciplina de matemática é tida como a grande vilã do ensino, visto que esta
apresenta maiores obstáculos de aprendizagem. O computador, essa máquina que consegue
calcular desde primórdios da sua criação, cabe ao professor aproximar a informática,
matemática e principalmente a realidade do aluno. Neste sentido, partindo dos docentes, é
necessário criar novas estratégias que despertem maiores interesses e gosto em aprender
matemática, buscando compreender melhor o desenvolvimento de raciocínio lógico –
matemático do aluno.
Este estudo tem como referência teórica as ideias defendidas por Moran (1999),
Kenski (2003), Gatti e Barreto (2009), Belloni (2009), Lorenzato e Fiorentini (2012), como os
grandes nomes do uso das tecnologias na educação. No que diz respeito a utilização da
ferramenta webquest temos como destaque: Dodge (1995), Quadros (2006), Gouvea (2006),
Abar e Barbosa (2008) e Costa (2008).
É fundamental ao professor buscar, identificar e executar metodologias que permitam
uma utilização mais eficiente das tecnologias, através da motivação de seus alunos para um
aprendizado colaborativo. É necessário que a prática do docente assuma o papel de nortear a
aquisição do conhecimento, na perspectiva das tecnologias digitais, em especial o computador
e a internet que precisam ser assumidas como possibilidades educativas. No entanto, o ato de
ensinar não se deve limitar apenas a reprodução das aulas convencionais, mas sim na
construção coletiva do conhecimento, desde que ambos, docentes e discentes, saibam como
utilizá-los. (KENSKI, 2003)
A integração da tecnologia na disciplina significa explorar a investigação e
curiosidade do aluno no processo de aprendizagem, embora ainda seja um dos grandes
desafios na educação atual. Nesse contexto, a inserção de tais tecnologias na sala de aula, faz-
se necessário refletirmos sobre a influência da ferramenta no processo de ensinoaprendizagem.
Um dos grandes facilitadores no processo ensino e aprendizagem é o uso das
modernas tecnologias, em especial a Internet que veio nos auxiliar na evolução dos processos
educacionais. Não é possível mais ignorar a tecnologia e nem o seu potencial nos processos
evolutivos que diz respeito à aprendizagem. É importante refletir sobre essas mudanças
provocadas pelas tecnologias, o que proporciona novas práticas de ensino, proporcionando
novas experiências práticas de aprendizagem. Neste sentido, cabem as seguintes indagações
como forma de delimitação do problema: qual é a importância que atribuída ao uso do
computador no meio educacional? A webquest possibilita maior entendimento sobre os
conteúdos propostos na disciplina de matemática? Como usar a tecnologia em favor da
educação? O que, em certa medida, pode explicar em reflexões sobre esta ferramenta e
ajudará no detalhamento do problema em questão.
Neste contexto, escolheu-se a webquest como ferramenta de criação de ambiente
virtual de interação e aprendizagem, para tanto é necessário refletir sobre as mudanças
provocadas pelas tecnologias, partindo dessa premissa procurou-se compreender como é feita
a utilização destas tecnologias na sala de aula em uma turma de Licenciatura em Matemática,
na disciplina de Prática Pedagógica: Laboratório de Educação Matemática.
Dessa forma, o objetivo principal deste estudo é analisar a influência da ferramenta
webquest no processo de ensino-aprendizagem matemática, bem como a utilização desta
tecnologia na sala de aula.
A metodologia utilizada para desenvolvimento deste trabalho, consiste em uma
abordagem com fase qualitativa e quantitativa. No processo de investigação foi proposto uma
atividade de criação na disciplina de Prática Pedagógica: Laboratório de Educação
Matemática, da qual o professor conduziu os trabalhos, inicialmente foi apresentado a
ferramenta webquest, posteriormente os acadêmicos fizeram a atividade prática proposta no
computador, após a realização da atividade aplicou-se um questionário semiestruturado a fim
de verificar o efeito da proposta metodológica.
2. Referencial Teórico
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é um conjunto de aplicações
tecnológicas que estão revolucionando o cotidiano das pessoas, seja na vida pessoal, no
mundo do trabalho, ou nas escolas. No âmbito educacional as TIC podem ser compreendidas
como ferramenta de suporte aliada ao processo de ensino-aprendizagem.
O aparecimento de novas tecnologias como o computador, televisão e a
internet tem levado educadores matemáticos a tentar utiliza-las no ensino. A
partir da década de 90, surge então, uma nova terminologia no meio
educacional: TCIs, resultam da fusão das tecnologias de informação, antes
referenciadas como informática, e as tecnologias de comunicação,
denominadas anteriormente como telecomunicações e mídia eletrônica. Elas
envolvem a aquisição, o armazenamento, o processamento e a distribuição
da informação por meios eletrônicos e digitais, como radio, televisão,
telefone e computadores. (LORENZATO; FIORENTINI, 2012, p. 45-46)
A internet, em particular, vem ganhando cada vez mais espaços e adeptos as
tecnologias digitais pois permitem desenvolver o ensino fora do ambiente educacional
tradicional. Todavia, apesar dos avanços Lorezanto e Fiorentini (2012) afirma que “pouco
ainda se conhece sobre o impacto das TIC em sala de aula, tanto no que diz respeito às
crenças, às habilidades, às concepções e às reações de professores, alunos e pais, como
também, o próprio processo de ensino.” (p. 45-46)
Sobre o currículo de formação de professores Gatti e Barreto (2009) dissertam que:
[...] as ementas mostram mais uma discussão sobre a utilização dessas
tecnologias do que a sua aplicação propriamente dita. Questiona-se se a
forma como esse conhecimento vem sendo ministrado favorece a utilização
das novas tecnologias nas práticas de ensino dos futuros professores. Ou
seja, se disciplinas que apenas discutem, teoricamente, a informática no
ensino e que fornecem fundamentos da computação são suficientes para uma
futura prática docente com utilização das novas tecnologias. (GATTI;
BARRETO, 2009, p. 144).
Para Kenski (2003), é necessário que a prática do professor assuma o papel norteador
na aquisição do conhecimento, na perspectiva das tecnologias digitais, em especial o
computador e a internet que precisam ser assumidas como possibilidades educativas. Por
outro lado, o ato de ensinar não se deve limitar apenas a reprodução das aulas convencionais,
mas sim na construção coletiva do conhecimento, desde que ambos, docentes e discentes,
saibam como utilizá-los.
O educador, como mediador do saber, e agente do processo de preparação do discente
para a vida, precisa adaptar à sua prática pedagógica elementos que fazem parte da realização
desse progresso, dentre eles, a utilização de ferramentas tecnológicas. Ao empregar a
tecnologia no ensino-aprendizagem, há um auxílio no desenvolvimento do raciocínio lógico e
da criatividade dos alunos. (SUZUKI e RAMPAZZO, 2009).
Belloni (2009), afirma que as demandas educacionais exigem dos educadores irem
além das práticas meramente instrumentais, fugindo do ensino tradicional. Enquanto Borba e
Penteado (2010) afirmam que o computador pode oferecer aos alunos meios para aprenderem
com maior facilidade o conteúdo a ser estudado. Assim é sabido que no ensino da matemática
diversas ferramentas podem intervir como recurso pedagógico como grande facilitador no
ensino e aprendizagem em aplicações práticas.
Entretanto, esse recurso exige que o professor esteja preparado para o uso dessas
tecnologias, faz-se necessário que o mesmo tenha domínio dessas ferramentas e permaneça
sempre atualizado. Neste contexto, é necessário criar novas estratégias que despertem maiores
interesses e gosto em aprender matemática, buscando compreender melhor o desenvolvimento
de raciocínio lógico – matemático do aluno.
Muitos profissionais ainda não acreditam que o computador é um grande recurso
aliado ao ensino, devido ao “medo” que de vários professores têm em lidar com essas novas
tecnologias, ignorando o uso das mesmas, mantendo-o isolado em seu mundo. Assim é
necessário que o educador aproprie desses novos conhecimentos e vença a “tecnofobia”. De
tal maneira que tenham uma nova visão desses novos recursos tecnológicos que poderão abrir
novas possibilidades para o desenvolvimento profissional da educação. Portanto, faz-se
necessária a utilização desses recursos de maneira propícia, como por exemplo, softwares
para criação de gráficos e tabelas, facilitando a compreensão dos conteúdos apresentados.
As TIC são o principal meio para o desenvolvimento da criatividade e pró-atividade
do aluno. Essa nova metodologia de ensino permite que o aluno busque conhecimento fora
dos meios tradicionais, tornando o aprendizado mais fluente de acordo com os conhecimentos
prévios e a experiência de vida do aluno. Com isso, o aluno manterá seu interesse pela busca
do conhecimento, já que torna-se personagem principal do processo de aprendizagem e não
mais um expectador. Para Rêgo e Rêgo (2006):
As novas demandas sociais educativas apontam para a necessidade de um
ensino voltado para a promoção do desenvolvimento da autonomia
intelectual, criatividade e capacidade de ação, reflexão e crítica pelo aluno.
Para tanto, faz-se necessário a introdução da aprendizagem de novos
conteúdos de conhecimentos e de metodologias que, baseadas na concepção
de que o aluno deve ser o centro do processo de ensino-aprendizagem,
reconheça, identifique e considere seus conhecimentos prévios como ponto
de partida e prepare para realizar-se como cidadão em uma sociedade
submetida a constantes mudanças. (p. 40 e 41)
O computador pode oferecer aos discentes meios para aprenderem com maior
facilidade e mais criatividade o conteúdo a ser estudado. A webquest é uma atividade de
aprendizagem que aproveita a riqueza de informações, seu conceito foi desenvolvido por
Bernie Dodge – professor universitário. Para Dodge (1995), a webquest é uma ferramenta de
aprendizagem construtivista disponível na internet que favorece a criatividade, e objetiva
desenvolver o pensamento crítico e reflexivos dos alunos.
Abar e Barbosa (2008, p.11) conceitua webquest como uma “atividade didática,
estruturada de forma que os alunos se envolvam no desenvolvimento de uma tarefa de
investigação usando principalmente recursos da Internet”.
Costa (2008, p.44) afirma que:
A webquest é o reflexo da sua visão do mundo e da educação, ao
comprometer-se com uma educação assente em propostas autênticas, ao
valorizar mais a qualidade dos conteúdos do que a quantidade, ao aceitar
mudanças de atitudes e partilha de conhecimentos e ao criticar veladamente
uma pedagogia formalista.
A webquest se diferencia das outras tecnologias, por apresentar sua estrutura toda
online. A prática orientada com esta ferramenta pode apresentar vantagens ao educador, na
tentativa de alcançar objetivos educacionais importantes visto que a estrutura oferecida pode
apresentar dupla vantagem “...ao professor que vê o seu trabalho facilitado na hora de
conceber este tipo de atividade e para o aluno como um fator de agilização do processo de
resolução. (COSTA, 2008, p. 42)
Gouvea (2006, p.55) afirma que existem inúmeras possibilidades de trabalhar a
webquest, num ambiente construtivista. Visto que “...sua utilização pode contribuir para o
desenvolvimento cognitivo do aluno que a utiliza na execução da tarefa, pois um de seus
principais objetivos é fazer com que o aluno execute-a…” sendo que estas estão inseridas no
contexto vivenciado pelos discentes. Assim,
[...] a contribuição didática para uma pedagogia voltada para o sujeito requer
assumir, entre outras coisas, o uso das mídias e das tecnologias na educação.
O professor deve ser capaz de utilizar os aparatos tecnológicos não apenas
para seu uso próprio, mas trabalhar com esses recursos em sala de aula, em
favor da aprendizagem dos alunos. (SILVA, 2012, p.6).
Dodge (1995), define dois tipos de webquest: curta e longa. A curta tem duração de
uma a três aulas e serve como exploração dos discentes, cujo objetivo principal é a aquisição e
integração do conhecimento. Enquanto a longa dura de uma semana a um mês para ser
explorada em sala de aula de forma ampla e tem como finalidade principal a extensão e o
refinamento de conhecimentos.
Para tanto, é necessário seguir algumas orientações importantes para sua construção,
da qual descreveremos de acordo com o modelo proposto por Dodge (1995). Uma webquest é
constituída de cinco seções: introdução, tarefa, processo, avaliação e conclusão.
A introdução oferece aos estudantes a motivação necessária para planejar o trabalho
sobre um determinado tema. A tarefa é o momento de focalizar a atenção dos alunos, sobre o
que eles terão que fazer, mais especificamente sobre o que deverá ser desenvolvido. No
processo, é o momento da qual será detalhado a tarefa, além das orientações do passo a passo
da mesma, o processo poderá incluir estratégias, com prazos e até mesmo quais os recursos
serão utilizados de modo a realizar o trabalho proposto. A avaliação consiste em descrever o
que e como será avaliado desempenho na execução da tarefa. E por última a conclusão se
objetiva propor um desfecho de forma resumida, proporcionando reflexões sobre a
experiência realizada, ou ainda propostas relacionadas ao assunto abordado, com intenção de
despertar a curiosidade para novas portas do conhecimento. (DODGE, 1995)
Figura 1 – Modelo de webquest
Fonte: Webquest Brasil, 2014.
Dessa maneira, é nessa estrutura que a webquest se diferencia dos outros sites
educacionais, “...orientando os alunos no processo de busca das informações e realização das
atividades, tanto presenciais como online.” (COSTA, 2008, p.51)
Quadros (2005 p.118) em sua dissertação de mestrado a autora investigou a influência
de uma webquest de longa duração em uma turma do ensino fundamental, e concluiu que o
uso da ferramenta permitiu o enriquecimento dos alunos de maneira significativa, visto que:
[...] proporcionou uma aprendizagem significativa, situada e diferenciada;
potenciou um papel construtivo na aprendizagem por parte dos alunos;
forneceu apoio fundamental aos alunos, para que desenvolvessem o seu
trabalho, principalmente através da professora; proporcionou um ambiente
cooperativo; responsabilizou os alunos pelas suas ações; previu uma
avaliação autêntica; e principalmente, permitiu o desenvolvimento do
pensamento crítico e criativo e foi uma grande fonte de motivação.
O crescimento das TICs tem impactado a sociedade e as instituições escolares. No
entanto, não basta somente ter acesso às tecnologias no ambiente escolar, ter salas e
equipamentos à disposição de professores e alunos, sem refletir nas possibilidades de adoção
de novas práticas educacionais e como usá-las didaticamente. (ELORZA, 2012)
O uso pedagógico do computador e da internet na escola é um caminho para a
promoção da aprendizagem, e é uma temática que promove diversas reflexões das ações com
as pessoas envolvidas neste processo, na busca de tentativas com intuito de ampliar a
qualidade do ensino e da aprendizagem. Por outro lado, as webquests permitem explorar uma
forma de ensinar utilizando da Internet com criatividade e construção do conhecimento.
3. Metodologia
Pesquisar significa procurar respostas para indagações que têm por bases
procedimentos, com vistas a resolver um problema, com finalidade de gerar novos
conhecimentos. Do ponto de vista metodológico a referida pesquisa é de natureza aplicada,
sabe-se que este tipo de pesquisa se objetiva gerar conhecimentos com aplicação prática, com
uma situação específica, envolvendo interesses locais. (GIL, 2010)
No desenvolvimento desse estudo realizou-se uma pesquisa bibliográfica, como fonte
inicial desta investigação. A abordagem utilizada para desenvolvimento deste trabalho
dividiu-se em duas fases, uma qualitativa e outra quantitativa.
Gil (2010) considera ainda que a pesquisa qualitativa possui um vínculo indissociável
entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.
Enquanto a pesquisa quantitativa é tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.
Público Alvo
Esta pesquisa foi realizada no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Câmpus
Salinas, da qual o universo pesquisado é composto pelos discentes regularmente matriculados
em um período do curso de Licenciatura em Matemática, somando um total de 16 estudantes.
A escolha se deu com base em observações empíricas da pesquisadora, durante as aulas da
disciplina de Prática Pedagógica: Laboratório de Educação Matemática, da qual a ementa
prevê a utilização de tecnologias da informação na educação. Os acadêmicos foram nomeados
de A1 até o A16, a fim de manter o sigilo da pesquisa, em não revelar a identidade dos
mesmos.
Procedimentos da Pesquisa
Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico, centrado nas contribuições
dos diversos autores mencionados no referencial teórico com o objetivo de identificar as
potencialidades da tecnologia na educação, bem como o uso da ferramenta webquest como
recurso pedagógico no processo de ensino-aprendizagem.
Quanto aos procedimentos utilizados no processo desta investigação foi proposto uma
atividade na disciplina de Prática Pedagógica: Laboratório de Educação Matemática, da qual o
professor conduziu os trabalhos, inicialmente foi apresentado a ferramenta webquest, os tipos,
as etapas de construção, apresentou-se alguns modelos para que os acadêmicos pudessem
conhecer o ambiente e posteriormente os acadêmicos tiveram a oportunidade de criação uma
proposta no computador.
Para que de fato procedimentos metodológicos acontecesse na busca elucidativa das
indagações deste estudo, posteriormente a realização da atividade foi necessário a aplicação
de um questionário. Gil (2008, p.121) define questionário como uma técnica de investigação
“...composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoa com propósito de
obter informações sobre conhecimento, crenças, sentimentos, valores...”
Este questionário semi-estruturado (Apêndice A), contemplou questões dissertativas e
objetivas, como instrumento de coleta de dados, com vistas a compreender as potencialidades
da metodologia de ensino utilizada (a webquest), bem como verificar as possíveis falhas
existentes neste processo. Com a análise das respostas, permitiu-se os resultados e discussões
que será apresentada a seguir.
4. Resultados e Discussões
A construção das webquests foi realizada em duplas e observou que estes
apresentaram muito interesse durante a realização, tendo o professor como mediador neste
processo. Os acadêmicos ficaram livres para construírem suas páginas explorando a
criatividades de acordo com as exigências da atividade. Para averiguar de fato o efeito da
proposta metodológica utilizada, foi aplicado um questionário uma semana após a realização
da atividade, este comtempla duas categorias de questões, sendo a primeira composta de duas
indagações sobre os dados pessoais do universo pesquisado, das quais não serão apresentados,
pelo direcionamento do estudo. A segunda categoria diz respeito as opiniões dos acadêmicos
sobre atividade proposta.
É nítido que a tecnologia aliada à educação promove uma aprendizagem significativa,
uma vez que possibilita que o conteúdo seja trabalho com mais criatividade de maneira
dinâmica e diversificada. Com a aplicação do questionário, foi possível avaliar a eficiência
desta proposta metodológica. As questões abordadas no questionário objetivaram a percepção
e opinião dos entrevistados, no total 16 acadêmicos do referido curso participaram desta
investigação. A primeira indagação destaca a importância do computador no meio
educacional, obtivemos como resposta:
O computador contribui significativamente, pode-se afirmar que em
quase todos os trabalhos acadêmicos faz o uso dele. Sendo de
fundamental importância para a realização de atividades dos alunos
de todos os níveis de ensino. (A1)
Na área da educação ela permite através dos buscadores consultar
bibliotecas virtuais, bases de dados dos mais variados temas...
participar de chats, webquests, de fóruns, cursos on-line etc, sendo
considerado o mais completo instrumento de aprendizado dado às
inúmeras possibilidades que oferece. (A4)
No âmbito educacional depende-se de pesquisas e informações que
nos sustente para avançarmos no meio educacional com a visão de
todo o mundo, buscando informações em tempo real. (A7)
As ferramentas computacionais são indispensáveis para o meio
educacional. (A9)
De suma importância. Pois o computador permite a realização de
pesquisas, unificação e propagação livre do conhecimento através da
internet. (A12)
É sabido que estes têm ciência da importância do uso do computador no cenário
educativo, devido as necessidades de acompanhar as evoluções tecnológicas para o progresso
do indivíduo na sociedade como um todo, e em especial na escola na busca de ampliar
conhecimentos dos alunos e atender as exigências da sociedade contemporânea.
A segunda indagação diz respeito a inserção da utilização da internet como recurso
pedagógico e relataram que:
É um meio que facilita a pesquisa acadêmica, porém possui algumas
desvantagens, os estudantes muitas vezes se acomodam pois o mesmo
proporciona facilidade. Por um lado é ótimo recurso, por apresentar
interatividade, um amplo meio de pesquisa e entre outros. Por outro
lado pode apresentar um meio de distração em relação aos alunos.
(A2)
É um recurso bom, pois proporciona uma aula diferenciada e incrível.
Com a inclusão da internet como recurso pedagógico o
desenvolvimento se torna facilitado e cômodo, podendo ser acessado
de um ambiente a escolha do usuário, como exemplo da sua própria
casa. (A7)
Hoje com a inserção da internet no meio educacional foi tão bem
aceita, que a sua não utilização se torna um atraso no sistema
educacional. (A10)
Em suma, pode-se afirmar que os acadêmicos conhecem as potencialidades da internet
na educação, como instrumento de ensino de tal maneira que possa contribuir na
aprendizagem do aluno. Moran, disserta um depoimento fazendo uma comparação das suas
aulas antes e depois da internet e afirma que:
[...] aumentou significativamente a motivação, o interesse e a comunicação
com os alunos e a deles entre si. Estão mais abertos, confiantes.
Intercambiamos mais materiais, sugestões, dúvidas. Trazem-me muitas
novidades. Já me aconteceu de, em alguns seminários, apresentarem
resultados com informações que eu desconhecia sobre tópicos do meu
programa, por estarem extremamente atualizadas, o que traz novas
perspectivas para a matéria. (MORAN, 1999, p.24)
Posteriormente questionou-se sobre a utilização da ferramenta, e cerca de 67%
afirmaram utilizarem a webquest em suas atividades, ainda que aproximadamente 20%
asseguraram que não utiliza, fica subentendido se já utilizou somente quando o professor já
trabalhou com a ferramenta em sala de aula.
13%
Sim
20%
Não
67%
Às vezes
Gráfico 1 – Percentual de alunos que utilizam a webquest.
Fonte: Elaboração própria, 2014
Ao questionar sobre se a webquest possibilitou maior entendimento sobre os
conteúdos da disciplina, obtivemos como respostas que:
A webquest ajuda a desenvolver nos alunos a habilidade de, com
ajuda da internet, pensar com refinamento. (A2)
Na ampliação da sua carga de conhecimento embasando melhor sua
teoria e prática sobre determinado assunto. (A9)
O conteúdo e abordado de maneira mais dinâmica, o professor deixou
os alunos bem à vontade para aprender a construir as páginas e isso
torna mais agradável. (A14)
De acordo com os licenciandos, pode-se perceber que possibilitou a um maior
entendimento da maneira que foi conduzido os trabalhos, deixando-os de forma livre, o que
facilita a construção do conhecimento de maneira aprazível conforme relatou o acadêmico 14.
Gouvea (2006, p.109) assegura que é satisfatório “...o professor criar condições que
proporcionem aos alunos liberdade de escolha e caminhos para novas situações,
proporcionando-lhes, dessa forma, a construção de novos conhecimentos.”
Em relação as dificuldades levantadas pelos acadêmicos, cerca de 62%, conforme o
gráfico 2 apontaram que não ter domínio das técnicas de informática inibe a criação da
webquest. Ainda que essas dificuldades não comprometeram a realização do processo como
um todo.
Gráfico 2 – Maior dificuldade com a ferramenta webquest.
Fonte: Elaboração própria, 2014
O questionário revelou ainda que 100% acadêmicos pesquisados perceberam que seus
colegas tiveram maior interesse pelos conteúdos da disciplina.
Com relação a análise sobre a compreensão dos temas colocados em discussão na
abordagem dos conteúdos com a ferramenta percebe-se que atingiu um nível alto de satisfação
relevante e de grande aceitação. Acredita-se que pode incentivar os futuros docentes a
trabalharem com a webquest em suas práticas.
8%
38%
Excelente
Muito Boa
Regular
54%
Gráfico 3 – Compreensão dos temas colocados em discussão na disciplina.
Fonte: Elaboração própria, 2014
Questionou-se também se a proposta utilizada pelo professor encontrou resistência por
parte alunos, e obteve-se como feedback, que estes apresentaram pouco de resistência no
início, pelo simples fato de não conhecerem as potencialidades que a webquest pudesse
oferecer:
Apesar de resistência inicial, colaborou substancialmente para a
evolução do conteúdo. (A2)
Alguns alunos por parte de falta de informações dos benefícios que a
Webquest traz, foram resistentes. Mais acredito que se dando "o
ponta pé" inicial os alunos se interessam sim pelo trabalho com a
webquest pela praticidade de se trabalhar na sala de aula. (A7)
Com relação ao desenvolvimento durante o durante, os cerca de 31% dos acadêmicos
afirmaram que a utilização deste tipo de recurso proporciona a criatividade. Enquanto 69%
alegaram que todos os professores deveriam trabalhar com essa ferramenta.
Após a aplicação do questionário pode-se identificar que o uso da webquest contribui
para melhorar as práticas pedagógicas, apesar que estes acadêmicos relataram dificuldades,
por não ter domínio nas técnicas de informática durante a realização da atividade. Os
acadêmicos apontaram importantes constatações das potencialidades do uso deste recurso
como ferramenta pedagógica.
Tomando como base o objetivo desta pesquisa, a aplicação da webquest permitiu aos
futuros docentes a construção de uma visão da sua futura prática docente utilizando as TIC,
de tal maneira que pudesse promover a aprendizagem neste processo.
Nesta análise observou-se que os discentes compreenderam o papel da utilização da
ferramenta apresentada, e apesar de terem tido uma resistência inicial, a webquest colaborou
para a evolução do conteúdo proposto, devido a grande interação. Portanto, conclui-se que
com a difusão acelerada das TIC e da Internet os usuários têm acesso à informação de
maneira instantânea.
5. Considerações Finais
As aceleradas modificações têm mostrado a necessidade imprescindível de
transformar as práticas pedagógicas no sentido de incorporar as novas tecnologias no espaço
escolar, criando mais chances de reformular as relações entre alunos e professores e de criar
novos processos e metodologias de aprendizagem. As novas tecnologias são ferramentas
motivadoras, capazes de colaborar para uma reflexão crítica, para o desenvolvimento da
pesquisa facilitando o processo de aprendizagem.
O professor poderá trilhar vários caminhos criando estratégias que facilitem o ensino e
aprendizagem do aluno para que as dificuldades possam ser amenizadas, fazer o uso dessas
novas tecnologias é conhecer e prover de todos os recursos existentes cabe ao professor
sempre se atualizar, buscando novas práticas educacionais para contribuir com o processo de
educação cada vez mais qualificado, de acordo com suas necessidades e recursos disponíveis.
O computador pode oferecer aos alunos meios para aprenderem com maior facilidade
o conteúdo a ser estudado. No ensino da Matemática, existem muitas ferramentas que pode
intervir como um facilitador no ensino e aprendizagem em aplicações práticas. Porém, esse
recurso exige que o professor esteja preparado para o uso dessas tecnologias, dessa forma fazse necessário que o mesmo tenha domínio dessas ferramentas e permaneça sempre atualizado.
Muitos defendem o uso do computador devido à motivação que ele traria à sala de
aula, entretanto a realidade das escolas é diferente, muitas vezes o professor prepara uma aula
diferente, dinâmica, no laboratório, entretanto, ele não está preparado para atender a todas as
necessidades dos alunos. Para isso é necessário investir em políticas públicas educacionais
que valorizem-nos e invistam nestas inovações tecnológicas no cenário educacional. Para
tanto, é indispensável investir de fato em políticas educacionais pois a implementação e
utilização das TIC, exige além de infraestrutura e profissionais com competência técnica para
utilização com eficácia.
A utilização do computador e da internet na sala de aula certamente contribui no
processo de ensino-aprendizagem, para que isso de fato aconteça o papel do professor como
mediador do conhecimento é essencial, compete a ele coordenador o processo e oportunizar
reflexões sobre o aprender, mantendo sempre a postura crítica e investigativa da construção
do conhecimento.
A metodologia webquest certamente pode oferecer ao aluno a capacidade de
desenvolver suas próprias ideias relacionadas ao conteúdo proposto, dando a liberdade de
desenvolver o lado criativo e participativo, além do desenvolvimento da autonomia do aluno.
Oportunizando assim, novas maneiras de conhecer a matemática, de forma dinâmica,
interativa e atrativa.
Referências
ABAR, Celina A. A. P.; BARBOSA, Lisbete Madsen. Webquest um desafio para o
professor: uma solução inteligente para o uso da internet. São Paulo: Avercamp,
2008. 100 p.
BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. Campinas: Autores Associados, 2009.
BORBA, Marcelo de Carvalo; PENTEADO, Mirian Gody. Informática e Educação
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Educação: pedagogia. São Paulo: Person Education do Brasil, 2009.
Apêndice A – Questionário aplicado para os discentes
Prezado(a) participante
Estou realizando uma pesquisa, da qual você está sendo convidado(a) para participar,
deste trabalho, cujo objetivo é analisar a influência da ferramenta Webquest no processo
de ensino-aprendizagem. Sua participação envolve responder este questionário, que
contempla 12 questões. A participação nesse estudo é voluntária e se você decidir não
participar ou quiser desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de
fazê-lo. Na publicação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será mantida no mais
rigoroso sigilo. Serão omitidas todas as informações que permitam identificá-lo(a). Mesmo
não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você estará contribuindo para a
compreensão do fenômeno estudado e para a produção de conhecimento científico.
1) Nome:.............................................................................................................................
2) Você possui computador em casa?
( ) Sim
( ) Não
3) Sim, com acesso a internet?
( ) Sim
( ) Não
4) Pra você qual é a importância que atribuída ao uso do computador no meio educacional?
5) Qual a sua opinião sobre a inserção da “Internet” como recurso pedagógico?
6) Você utiliza a ferramenta Webquest? ( ) Sim
( ) Não
( ) Às vezes
7) De que maneira a Webquest possibilitou maior entendimento sobre os conteúdos da
disciplina?
8) Qual foi ou é a maior dificuldade de lidar com a Webquest?
(
(
(
(
(
) Não ter computador em casa.
) Não ter domínio nas técnicas de informática.
) O professor não motiva os alunos a aprenderem a manusear a ferramenta.
) O professor não motiva os alunos a participarem dos projetos com a Webquest.
) Não tive dificuldade nenhuma.
9) É possível perceber em seus colegas tiveram maior interesse pelos conteúdos da disciplina?
10) Como você analisa sua compreensão dos temas colocados em discussão na disciplina?
( ) Excelente
( ) Muito boa
( ) Boa
( ) Regular
( ) Ruim
11) Você acredita que a proposta do professor para que a turma trabalhasse com a Webquest
encontrou resistência por parte alunos?
12) Como você avalia o desenvolvimento de seu trabalho e de seus colegas após a inclusão da
webquest?
( ) Excelentes, ficaram mais criativos e críticos também.
( ) Não mudaram em nada em relação ao período em que não utilizávamos a Webquest.
( ) Melhoraram, mas não creio que a Webquest tenha contribuído para isso.
( ) Todos os professores deveriam trabalhar com essa ferramenta, me interesso em ter aulas
no laboratório de informática.
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Webquest como ferramenta pedagógica no ensino