1214 Trabalho 3101 - 1/3 PROMOÇÃO DA SAÚDE SOBRE ALEITAMENTO MATERNO: ENFOQUE NA PERCEPÇÃO MATERNA Sousa, Ana Thamiris Tomaz de1 Silveira, Vanessa Gomes2 Gurgel, Adryana Aguiar3 Casimiro, Cíntia Freitas4 Vasconcelos, Viviane Mamede5 Frota, Mirna Albuquerque6 Introdução: A adoção da prática do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, o oferecimento oportuno de alimentos complementares após essa idade, e a manutenção do aleitamento ao peito por 24 meses constituem mecanismos capazes de assegurar o bom desenvolvimento físico, neurológico e motor da criança (OLIVEIRA, 2005). Assim, o desmame precoce é um fator de risco relevante, pois o leite materno contém proteínas que protegem a saúde do infante. Dessa forma, a mãe, em especial, tem uma influência significativa na alimentação do seu filho, pois as crianças também não sabem discernir os alimentos adequados para sua saúde. Além de que as vivências, culturas e condições de vida interferem no modo da ingestão alimentar. A mãe precisa ter consciência que exerce um papel fundamental. Nesse contexto, Frota e Barroso (2005) lembram que a família tem uma responsabilidade ampliada no que diz respeito ao estado de nutrição infantil, pois o cuidar da criança que a mãe proporciona e a disponibilidade do alimento são dependentes da renda familiar e da necessidade da saúde publica, mas estes fatores geralmente não estão no alcance do responsável, dificultando um bem estar biopsicosocial. Objetivo: desenvolver estratégias educativas visando aperfeiçoar a percepção da mãe frente ao aleitamento materno. Discente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Bolsista da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FUNCAP. E-mail: [email protected] 2 Nutricionista. Discente do Curso de Mestrado em Saúde Coletiva pela UNIFOR. 3 Enfermeira. Mestre em Saúde Coletiva pela UNIFOR. 4 Discente do Curso de Graduação em Enfermagem da UNIFOR. 5 Enfermeira. Discente do Curso de Mestrado em Saúde Coletiva pela UNIFOR. 6 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem e do Mestrado em Saúde Coletiva na UNIFOR. 1 1215 Trabalho 3101 - 2/3 Metodologia: Estudo do tipo pesquisa-ação com abordagem qualitativa, realizada no Serviço de Saúde da Prefeitura Municipal de Fortaleza – Matos Dourado, vinculado a Universidade de Fortaleza - UNIFOR, localizado na cidade de Fortaleza – CE. Os participantes foram 7 mães primíparas que acompanham seus filhos em consultas no referido local. A coleta de dados ocorreu no período de fevereiro a junho de 2008, mediante realização das oficinas educativas, as quais ocorreram com a utilização textos, apresentações explicativas, vídeos e painel de fotos, associadas as técnicas de observação livre e participante, além de entrevistas semi-estruturada. A análise dos dados foi realizada por meio da descrição e documentação das falas dos informantes; a identificação e categorização das falas; descoberta da saturação de idéias e os significados e por última síntese do pensamento, análise da configuração, interpretação dos achados e formulação criativa dos achados (MINAYO, 2001). Ressalta-se que os informantes foram esclarecidos sobre a parte ética da pesquisa a qual obedece ao parecer 196/96 do Ministério da Saúde. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFOR sob parecer de n. 185/2006. Resultados: Os resultados obtidos após as oficinas educativas foram dispostos em categorias, emergidas a partir das falas das informantes. Na categoria “Contribuição das oficinas educativas” as mães evidenciaram conhecimento recebido no período da atividade educativa, demonstrando consciência da contribuição das oficinas no que diz respeito alimentação infantil. Alves (2005) afirma que a abordagem do profissional da saúde não deve se limitar à assistência que busque curar, mas avançar para a execução de ações preventivas, as quais oferecem contribuições para a adoção de hábitos e procedimentos de saúde adequados. Portanto, a mãe que está cada vez mais exposta às situações que proporcionam risco na nutrição infantil, ocasionando conseqüências para o seu desenvolvimento, tem a necessidade de um olhar que perpasse no seu comportamento nutricional, fazendo-se entender que os prejuízos causados por uma alimentação inadequada desde os primeiro dias de vida facilitarão o desenvolvimento de complicações futuras, que poderão transcender para o âmbito da família e conseqüentemente, da sociedade. Na categoria “Amamentação é ideal” evidenciou-se que as mães conscientizaram-se quanto os benefícios da amamentação exclusiva até os 1216 Trabalho 3101 - 3/3 seis meses, enfatizando a importância tanto para a criança quanto para a mãe e assegurar o desmame como alternativa para o trabalho. A composição diferenciada do leite materno garante benefícios à saúde infantil. Os fatores imunológicos fortalecem o sistema imunológico imaturo do recém-nascido, protegendo contra infecções, além de diminuir a morbimortalidade infantil. Com relação à necessidade de trabalhar, surgiram reflexões acerca da importância da amamentação e a causalidade do desmame e as relação com as leis trabalhistas, pois embora existam leis que assegurem à mãe que trabalha fora o direito de amamentar, isso nem sempre era praticável. Diante disso, observou-se que as mães adquiriram conhecimento e utilizaram-se do ato de desmamar para justificar a possibilidade da necessidade do trabalho. Conclusões: Nesse sentido, o desenvolvimento de atividades educativas é importante para aprimorar a percepção materna acerca da amamentação, proporcionando troca de conhecimento, visto que são experiências diferenciadas, nas quais a aprendizagem é significativa, arriscando, ainda, ultrapassar as influências do ambiente cultural e oferecendo alternativas para as mesmas que precisam trabalhar, visto que essa condição é fator prejudicial para promoção da saúde infantil e que poderá trazer complicações futuras para a criança. Portanto, essas ações enfatizando a nutrição é fundamental, assim como um acompanhamento adequado para orientar antecipadamente as mães, o que resultará em precoce diagnóstico de qualquer anormalidade na saúde da criança, evitando complicações futuras, que podem minimizar os índices de mortalidade infantil. Bibliografias: ALVES, V. S. A health education model for the Family Health Program: towards comprehensive health care and model reorientation. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.16, p.39-52, set. 2005. FROTA, M.A.; BARROSO, M.G.T. Repercussão da desnutrição infantil na família. Rev. Latinoam. Enfermagem, v.13, n.6, p.996-1000, 2005. OLIVEIRA, L.P.M. et al. Alimentação complementar nos primeiros dois anos de vida. Rev. Nutr., Campinas, v. 18, n. 4, 2005. MINAYO, M. S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 8° Ed. Vozes, 2001. Descritores: Saúde da Criança; Promoção da Saúde; Aleitamento Materno.