IOPG - INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
Especialização em prótese dentária
MARCIO WILSON BONI
PARÂMETROS PARA OTIMIZAR A ESTÉTICA DO SORRISO
CAMPO GRANDE – MS
2011
MARCIO WILSON BONI
PARÂMETROS PARA OTIMIZAR A ESTÉTICA DO SORRISO
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado
ao IOPG - Instituto de Pós Graduação em
Odontologia, como requisito de conclusão final
do Curso de Especialização em prótese dentária.
Orientador: Fernando Cesar Vinholi.
CAMPO GRANDE – MS
2011
IOPG - INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
Especialização em prótese dentária
Folha de Aprovação
PARA: Marcio Wilson Boni
Curso: Pós Graduação em Odontologia - área de concentração Prótese Dentária.
Título da Dissertação: PARÂMETROS PARA OTIMIZAR A ESTÉTICA DO
SORRISO
Data defesa:
de
de 2011.
Informamos que aquela dissertação acima apontada foi apresentada por seu titular
ao Centro de Pós-Graduação, perante a Comissão Examinadora abaixo nominada, e
cumpriu todas as exigências feitas por aquela Comissão tendo sido aprovada
recebido a competente liberação sob a supervisão da docência da orientação.
Campo Grande, ___ de ______________ de 2011.
Prof. Dr. Fernando Cesar Vinholi.
Orientador
Prof.(a) Dr.(a).............................................................
Membro
Prof.(a) Dr.(a) ............................................................
Membro
Campo Grande,
de
de 2011.
AGRADECIMENTOS
Ao Instituto de pós-graduação em Odontologia (IOPG); pela oportunidade e
confiança para a realização do Curso de especialização e Prótese dentária.
Agradeço ao Dr. Fernando Cesar Vinholi pela orientação e colaboração para a
realização desse trabalho, por sua paciência, seriedade e disponibilidade em todos
os momentos.
Agradeço também ao Prof. Dr. José Olavo Mendes, coordenador orientador não só
do curso de especialização, mas também da vida; sendo um amigo de longa data
que muito tem contribuído e apoiado na minha caminhada profissional.
Aos professores que ministraram com competências seus conhecimentos.
Às funcionárias da IOPG, sempre simpáticas e dedicadas tornando o curso mais
leve e harmonioso.
A todos os amigos alunos, pelo companheirismo e alegria de dois anos de muitos
bons momentos.
Dedico em primeiro lugar à Deus, por ter me
dado saúde e paz na trajetória do curso e na
vida, sempre cheia de alegrias e presentes;
Em especial a Cecília, a mulher de todas as
horas, sempre apoiando e incentivando em
qualquer dificuldade;
A minha filha Beatriz, minha inspiração, meu
alicerce, minha alegria de viver;
Aos meus pais Wilson e Elza que são e
sempre serão meu porto seguro.
RESUMO
Este trabalho de revisão da literatura tratou sobre a estética do sorriso ressaltando
dentes anteriores. Considerando o sorriso e a beleza estética facial, tecendo
considerações sobre as diferenças que existem na morfologia facial, descreve sobre
as linhas que formam o sorriso, a beleza estética do sorriso. O propósito desse
estudo foi o de descrever a importância da análise facial na atribuição à estética
anterior considerando o checklist como uma das ferramentas para a obtenção do
sorriso harmonioso. Os resultados desse estudo bibliográfico revelaram que a
análise facial identifica as características positivas e negativas do perfil de cada
pessoa. E que a percepção visual pelo profissional dentista é um pré-requisito para a
apreciação da estética, e o restabelecimento desta não deve se limitar apenas na
restauração do elemento dental, e sim a aplicação do conceito moderno de estética
dental que envolve a análise criteriosa e a manipulação de todos os elementos
faciais envolvidos na sua composição, a fim de criarmos sorrisos harmônicos e de
alta atratividade.
Palavras-Chave: Estética; Dentes anteriores; sorrisos harmônicos.
ABSTRACT
This work of revision of literature dealt with on aesthetic the smile standing out
previous teeth. Considering the smile and the face aesthetic beauty, it weaveeed
consideration on the differences that exist in the face morphology, pointed out on the
lines that they form the smile, the aesthetic beauty of the smile. The intention of this
study was to describe the importance of the face analysis in the aesthetic attribution
to the previous one being considered checklist as one of the tools for the attainment
of the harmonious smile. The results of this bibliographical study had disclosed that
the face analysis identifies the positive and negative characteristics of the profile of
each person. E that the visual perception for the professional dentist is a prerequisite
one for the appreciation of aesthetic and the reestablishment of this does not have to
be limited only in the restoration of the dental element, and yes, the application of the
aesthetic modern concept of dental that involves the multicriteria analysis and the
manipulation of all the involved face elements in its composition, in order we will
create harmonic smiles and of high attractiveness.
Word-Key: Aesthetic; Previous teeth; harmonic smiles.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Checklist..................................................................................................... 13
Figura 2: Estética anterior ......................................................................................... 17
Figura 3: Dimensões utilizadas na estética anterior .................................................. 21
Figura 4: Proporções dentárias ................................................................................. 21
Figura 5: Proporções dentárias (b) ............................................................................ 21
Figura 6: Linhas de referências estéticas: Linha Cervical (A), Linha Papilar (B); Linha
dos pontos de contato (C) e Linha Incisal (D) ........................................................... 23
Figura 7: Ângulos interincisivos ................................................................................. 25
Figura 8: Bordas incisivas ......................................................................................... 25
Figura 9: Análise labial .............................................................................................. 25
Figura 10: Bordas incisais em forma de prato fundo ................................................. 26
Figura 11: Limite do contorno gengival ..................................................................... 27
Figura 12: Bordas incisais em forma de prato invertido ............................................ 27
Figura 13: Linha labial inferior ................................................................................... 27
Figura 14: Linha incisal paralela ao contorno do lábio inferior .................................. 28
Figura 15: Linha papilar ............................................................................................. 28
Figura 16: Nível do contato dentário ......................................................................... 30
Figura 17: Linhas do sorriso ...................................................................................... 32
Figura 18: Sorriso Alto (A); Sorriso médio (B) e Sorriso baixo (C) ............................ 34
Figura 19: Linha do lábio superior ............................................................................. 36
Figura 20: linha do lábio inferior ................................................................................ 38
Figura 21: linha do lábio inferior(B) ........................................................................... 41
Figura 22: Equilibrio dos níveis gengivais ................................................................. 44
Figura 23: O T da estética do sorriso ........................................................................ 44
Figura 24: Análise dental para a harmonia estética do sorriso .................................. 46
Figura 25: Eixo dental ............................................................................................... 47
Figura 26: Limite do contorno gengival ..................................................................... 47
Figura 27: Limite do contorno gengival (b) ................................................................ 47
Figura 28: Análise facial fotográfica .......................................................................... 49
Figura 29: (A) Proporção entre os terços faciais – vista frontal. B) Terços faciais e
sub-divisão do terço inferior ...................................................................................... 51
Figura 30: Simetria facial ........................................................................................... 53
Figura 31: Proporções faciais .................................................................................... 54
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 09
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 13
2.1 CHECKLIST .................................................................................................... 13
2.2 PERCEPÇÃO ESTÉTICA ............................................................................... 15
2.3 ESTÉTICA ANTERIOR ................................................................................... 17
2.4 PROPORÇÃO ÁUREA ................................................................................... 18
2.5 DIAGRAMA DE REFERÊNCIAS ESTÉTICAS DENTÁRIAS – DRED ............ 22
2.6 LINHAS DE REFERÊNCIA ............................................................................. 23
2.7 SORRISO........................................................................................................ 38
2.7.1 Fases do sorriso .................................................................................... 40
2.7.2 Descrição avaliativa do tecido mole, lábios e gengiva ....................... 42
2.7.3 Harmonia estética do sorriso................................................................ 45
2.8 ANÁLISE FOTOGRÁFICA .............................................................................. 48
2.9 EXAME FACIAL .............................................................................................. 50
3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................... 56
4 MÉTODO................................................................................................................ 57
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 58
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 63
REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 64
1 INTRODUÇÃO
Para Câmara (2002) um sorriso harmonioso valoriza a estética e o
desenvolvimento psico-social do indivíduo e traz consigo um sinal de saúde e
beleza. A perda dessa harmonia nos dentes anteriores leva a um perfil psicológico
alterado, timidez excessiva, dificuldade de relacionamento.
Farias et. al.,(2007) descreveram que o rosto representa muitos
sentimentos e emoções do ser humano sendo o sorriso o mais cheio de
informações, no sorriso movimentamos muitos músculos da face, expondo dessa
maneira dentes e gengiva, movimentamos lábios, face e até o olhar, existe 3 tipos de
sorrisos: alto, médio, baixo, sendo o sorriso mais frequente no sexo masculino é o
sorriso médio e no sexo feminino o sorriso alto, mas o preferido a nível de estética e
harmonia para ambos o sexo é o sorriso médio.
Segundo Puppin (2002) atualmente, os estudiosos sobre estética dental
tem dado muita ênfase à proporção harmônica e ao equilíbrio estético e dinâmico
dos corpos. Para a harmonia do sorriso é importante ter forma, dimensão e
disposição espaciais dos dentes anteriores. A beleza do sorriso está relacionada
fundamentalmente no nível incisal dos incisivos superiores, embora a dimensão
cervico-incisal dos incisivos seja funcional. O autor relata que para um sorriso mais
agradável, é preciso que a linha que tangencia os bordos incisais dos dentes
superiores acompanhe a borda superior do lábio inferior.
Mondelli (2003) já relata que na disposição espacial dos dentes anteriores
a face vestibular deve estar paralela ao plano frontal, que a linha mediana está
paralela ao plano sagital, que a linha dos bordos incisais dos incisivos centrais no
plano horizontal mais baixo que as demais, que as ameias incisais, quase
10
inexistentes, por conta da forma, idade e do desgaste natural, que proporção áurea
possa ser visualizada numa visão frontal, também de muita importância para
harmonia e equilíbrio é que os incisivos corresponda a forma da face as formas
básicas do rosto: oval, quadrada e triangular. Muitas vezes o espaço protético não é
equivalente ao espaço que a prótese vai ocupar, quando isso ocorre devemos
analisar os incisivos centrais superiores, pois são mais evidentes no conjunto, suas
dimensões devem ser com muito cuidado definidas e a soma do diâmetro
mesiodistal do incisivo central inferior mais a metade do incisivo lateral inferior, deve
ser tomada com parâmetros na definição da largura do incisivo central superior. No
reino animal a beleza está ligada a harmonia das cores, formas e movimentos, e
para isso a compreensão da fisiologia da oclusão e fundamental para se conseguir
resultados funcionais e estéticos agradáveis. A dominância nas dimensões e a
luminosidade dos centrais fazem o sorriso parecer bem mais agradável.
Para Goldstein (2000), “no passado, estética e função eram considerados
dois aspectos isolados e, muitas vezes, antagonistas”. De fato, a otimização da
estética frequentemente envolve compromisso funcional, embora a idealização do
aspecto funcional geralmente aplique um sacrifício estético. Atualmente, na
reabilitação protética, o aspecto funcional deve representar o ponto de partida para
obter-se uma estética ótima.
Autores como Mondelli (2003) e Romano (2006) relataram que na
odontologia a estética deve também seguir certos parâmetros matemáticos e
geométricos que, quando aplicados pelo clínico ou técnico de laboratório de prótese,
possam proporcionar restaurações com aparência agradável e harmônica. Mas,
essas leis não devem ser vistas como imutáveis e sim como um auxílio aos
profissionais. A análise científica cuidadosa de sorrisos harmônicos mostrou que
11
essa proporção regressiva de aparecimento, juntamente com a simetria, a gradação
e a dominância, podem ser sistematicamente aplicadas para avaliar e melhorar a
estética dentária de modo previsível.
Para Fradeani (2006), estabelecer a comunicação com o paciente é
fundamental para solucionar os problemas estéticos por meio de tratamento
protético, quando o paciente queixa de problemas estéticos e o tratamento recai
sobre uma reabilitação mais ampla o prognóstico a médio e longo prazo não deve se
concentrar apenas em estética, mas também deve levar em conta os aspectos
biológicos e funcionais.
Joly, Mesquista e da Silva (2010) relata em seus estudos que a análise da
face é fundamental para determinarmos simetria, harmonia e proporções faciais, e é
feita através de linhas horizontais e linhas verticais, e com essas referências
determinamos posição e tamanho do nariz, olhos, boca na face. Na análise do
sorriso na face encontramos o ‘T’ da estética onde que no ato do sorriso exista uma
coincidência da linha mediana facial e a linha média dental, para determinarmos a
linha do sorriso existe também linhas curvas do lábio inferior, já os lábios são
considerados a moldura do sorriso, e a moldura pode ser fina, regular ou espessa
onde o lábio superior é aproximadamente a metade da espessura do lábio inferior na
relação dos dentes com o sorriso temos a largura do sorriso, linha mediana e plano
incisal.
Segundo Mondelli (2003) os pacientes, cada vez mais exigentes,
almejam restaurações realizadas segundo os princípios da estética atual. Entretanto,
pesquisas demonstram que a percepção estética das pessoas leigas está
direcionada a discrepâncias e alterações grosseiras, normalmente relacionadas com
12
más oclusões, sendo que pequenos desvios estéticos, não são tão importantes para
o paciente.
Mondelli (2003) e Magne (2003) concordam que na busca de um
esclarecimento racional para o belo ou para a lógica da natureza, os gregos
descobriram e estabeleceram os conceitos de simetria, equilíbrio e harmonia como
pontos-chave da beleza de um conjunto.
Joly, Mesquita e Da Silva (2010) escreveram que a estética do sorriso não
se restringe aos dentes, mas a vários elementos que em conjunto dão harmonia ao
sorriso como a face, os lábios, a gengiva, os dentes e a inter-relação entre eles.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 CHECKLIST
Figura 1: Checklist
Fonte: Adolf e Andrade (2008)
Em seu estudo Adolf e Andrade (2008) concluíram que o checklist estético é
uma ferramenta fundamental a fim de guiar o clínico e o técnico dental para um
correto desenvolvimento da estética, tanto de um dente unitário como de uma
reabilitação. O sucesso da restauração estética vai depender da integração da
morfologia e da cor para obter um ótimo resultado, sendo a morfologia e o arranjo
dos dentes anteriores importantes fatores para o sucesso estético e funcional do
tratamento reabilitador. Os itens que compõem o checklist para o realce estético do
sorriso harmonioso são respectivamente: inclinação da linha mediana e eixo dos
dentes; nível gengival; zênite gengival; morfologia, proporção e formas básicas dos
dentes anteriores; espaço interdental contato interproximal; ângulos interincisais;
posição da borda incisal; configuração do ponto incisal; linha dos lábios; cor; textura
e brilho superficial. Para uma harmonia agradável a linha mediana da face deverá
14
coincidir com a linha mediana dos dentes, os ângulos formados pelos eixos dos
dentes tendem a se inclinar mais para a distal, o nível gengival fica em diferentes
níveis onde a altura gengival classe I é a mais estética, nessa classe o nível gengival
do canino coincide com o nível gengival do incisivo central, e o incisivo lateral fique a
uma altura do nível gengival um pouco mais baixa, outro fator relacionado ao tecido
gengival é o zênite que consiste em ser a posição mais apical e distal em relação ao
eixo dos dentes. A morfologia a proporção e a forma dos dentes anteriores são
imprescindíveis para o sucesso estético seja ela quadrada, triangular ou oval,
devemos manter um espaço interdental com 05 milímetros do contato interdental
para a crista óssea alveolar, onde será preenchido pela papila, evitando assim o
“buraco negro”, esse contato interdental vai da ponta incisal até a posição mais
apical dos dentes anteriores ficando a posição mais apical a 05 milimetros da crista
óssea alveolar, já a ponta incisal dos contatos interditais tem diferentes posições,
sendo que do incisivo central para o incisivo lateral e esse para o canino cada vez
mais para a cervical, os ângulos inter-incisais formados na porção incisal dos pontos
de contato tem o formato de um v invertido estreito entre os incisivos centrais, um v
invertido assimétrico entre o incisivo central e o incisivo lateral e v invertido amplo
entre o incisivo lateral e o canino. A posição da borda incisal mostra um trespasse
vertical e horizontal, onde o trespasse vertical é a sobreposição dos dentes sobre
seus antagônicos num plano vertical e o trespasse horizontal é a projeção dos
dentes sobre seus antagônicos num plano horizontal. A configuração das pontas
incisais dos dentes anteriores forma o que chamamos de “asa de gaivota” com o
incisivo central e o canino estão com uma altura de 0,5 a 1,5 milimetros mais alto
que o incisivo lateral, representando dessa maneira um sorriso mais jovem e
agradável. Agora uns dos primeiros pontos e mais importantes para a estética a ser
15
analisado é a linha dos lábios que determina a linha do sorriso, já a linha do lábio
superior determina o comprimento dos incisivos superiores e a posição vertical da
margem gengival e a linha do lábio inferior vai determinar a curvatura do plano
oclusal superior. O maior sucesso de uma reabilitação está na correta escolha de cor
dos dentes e suas características individuais como morfologia, camada de
translúcido, textura e brilho superficial, a cor não deve ficar restrita a uma cor única,
pois demos variações de cor devido à descoloração, pigmentação, idade e também
os mamelões que encontramos nos terço incisal, que com o jogo de luz a camada
translúcida cria diferentes formatos.
Para Fradeani (2006) o clínico deve ter o checklist estético como um auxiliar
indispensável em um tratamento. O profissional deve elaborar o plano de tratamento
caso a caso, mais adequado possível a partir de um correto diagnóstico da interação
entre a avaliação estética, parâmetros funcionais e biológicos. A análise dos
parâmetros facial, dentolabial, fonético, dental e gengival no checklist, juntante com
uma noção sistêmica dos detalhes do presente permitirão ao clínico assimilar,
planejar e em seguida aplicar clinicamente os conceitos estéticos, onde o talento
artístico é o extremo valor.
2.2 PERCEPÇÃO ESTÉTICA
Mondelli (2003) e Romano (2006) ao investigarem sobre a estética do
sorriso constataram que a mesma vem ocupando um importante papel na rotina
clínica dos cirurgiões-dentistas e na vida dos pacientes. Os meios de comunicação
estão, cada vez mais, divulgando a beleza como sendo um importante fator social e
16
o sorriso é considerado um dos elementos faciais mais importantes para a pessoa se
sentir atraída. Porém, as áreas da Odontologia que envolve reabilitações estéticas
como a Implantodontia, a Prótese e a Ortodontia, têm sido alvo de um enorme
número e processos de responsabilidade civil e penal, devido ao descontentamento
do paciente com o resultado final do tratamento dentário. Pesquisas demonstram
que as pessoas mais atraentes são consideradas mais inteligentes, competentes e
agradáveis, possuindo maior facilidade em inserir-se socialmente. Pessoas com
aparência comprometida sofrem problemas no convívio social e essa depreciação
atinge até mesmo os aspectos intelectuais e psicológicos, diminuindo a auto-estima.
Isso justifica a importância dos tratamentos restauradores estéticos, pois, por meio
deles, é possível recriar um ambiente sócio-cultural mais favorável ao indivíduo em
seu universo das relações interpessoais. Um sorriso agradável nem sempre é
constituído de dentes com perfeita harmonia com as estruturas que o cercam. Podese afirmar, então, que a percepção visual é um pré-requisito para a apreciação da
estética. Afirmam que o maior objetivo do clínico é encontrar uma composição
agradável do sorriso de modo a criar um arranjo de vários elementos estéticos para
uma adequada proporção e relação segundo os parâmetros estéticos atuais.
Compreender as expectativas do paciente é muitas vezes difícil já que a visão e
percepção da estética são individual e própria de cada indivíduo, permeada por
emoções e valores culturais.
Segundo
Chiche
(1996) os dois objetivos básicos
em
estética
odontológica são: 1. Criar dentes de proporções intrínsecas agradáveis a si e aos
outros e 2. Criar um arranjo dental agradável em harmonia com a gengiva, lábios e
rosto do paciente e, são obtidos, consequentemente, com o uso de referências
17
horizontais, verticais, sagitais e fonéticas. Além da perspectiva e ilusão e, bem como
proporção e simetria.
2.3 ESTÉTICA ANTERIOR
Figura 2: Estética anterior
Fonte: Fradeani (2006)
Mondelli (2003) e Romano (2006) afirmam que a busca pelos padrões de
beleza e perfeição das formas e dimensões dentárias tem proporcionado uma
supervalorização da aparência de cada indivíduo, isso porque a mídia tem
supervalorizado a busca não só por um corpo perfeito, mas também um sorriso
harmonioso. A face é como se fosse um quadro, e o sorriso a moldura desse quadro.
“A beleza ideal não é aquela que se deve sempre procurar, porque, desde que haja
uma beleza ideal, há também beleza real, assim como, existe um bom gosto que as
discerne e um mau gosto que as ignore”. Por isso, os cirurgiões dentistas devem
fazer um planejamento e mostrar para o paciente como será feito o tratamento,
porque o que pode ser bonito para o profissional, às vezes para o paciente não é;
então deve-se também respeitar a opinião do paciente. A harmonia é a relação de
várias partes diferentes entre si que forma um todo. É sensato que não há face
corretamente
harmônica;
contudo,
a
ausência
de
assimetrias
notórias,
18
principalmente em áreas importantes, como o terço inferior, é necessária para uma
boa estética facial. A simetria pode levar à monotonia, falta de expressão e não ser
agradável como uma face com pequenas assimetrias. Essa harmonia deve estar
presente não só na face, mas também no sorriso, pois hoje a beleza de um sorriso
primoroso é muito exigida pela sociedade. Um sorriso harmonioso apresenta
agradável estética dental, em conjunto com a gengival. Havendo defeito em tecido
circundante, não pode ser compensado através da qualidade da restauração e viceversa.
Burghuer (1986) Pupin (2002) Câmara (2006), concluíram que os critérios
sobre dentes anteriores, tanto relativamente à gengiva como a mofologia são os
primeiros parâmetros a serem avaliados. Existem normas, princípios ou parâmetros
que são necessários para auxiliar os profissionais a tornar mais agradável e
harmonioso o sorriso dos pacientes. Estes devem ser fundamentados através de
investigações científicas. Apesar das diferenças de forma e dimensão entre os
dentes, eles sustentam uma relação individual de largura/altura e entre si certa
dimensão de tamanho real e aparente na visão frontal. E relacionam a largura do
sorriso à largura real e aparente dos dentes.
2.4 PROPORÇÃO ÁUREA
Mondelli (2003) Francischone (2005) relataram em seus estudos sobre
proporção áurea, a existência de diferenças entre as coroas dentárias entre várias
raças, simetria, tamanho de arcada superior, posição da papila gengival, com a
finalidade de auxiliar o profissional a devolver a estética e harmonia dental e facial
19
aos pacientes. A simetria ocorre quando encontram correspondência de forma, cor,
textura e posicionamento entre os elementos dentários dos hemiarcos superiores. A
dominância refere-se ao fato de que os incisivos centrais devem ser os dentes
dominantes e mais observados. A partir desse conhecimento de predominância dos
incisivos centrais, se reconhece que os incisivos laterais devem aparecer
proporcionalmente menores (62%) em relação aos centrais. Da mesma forma, a
proporção de aparecimento do canino em relação aos incisivos laterais deve ser
62% menor e coincidente com a proporção de aparecimento do pré-molar e assim
sucessivamente. Em relação ao incisivo central o canino proporcionalmente aparece
aproximadamente 33% menor. Os tipos de beleza, princípios de percepção visual,
proporções dentárias e faciais, desenvolve a fórmula para auxiliar os dentistas a
tornarem o sorriso de seus pacientes mais simétricos e atraentes. Os mesmos
autores descreveram que sem dúvida alguma é o relato mais completo disponível na
literatura odontológica, e que tem como finalidade o seu entendimento e sua
aplicação nas reabilitações estéticas desde as unitárias até as totais, independente
do material ou técnicas adotadas. Além disso, descreve de forma pormenorizada
algumas regras elaboradas por diversos autores que relacionam a proporção áurea
encontrada nos dentes e como aplicá-las nos procedimentos. E também descreveu
de forma explicativa suas regras e fórmulas para encontrar a proporcionalidade que
deve existir entre os dentes naturais anteriores superiores e poder aplicá-las nas
reabilitações dentárias. Através da medida da largura e comprimento dos incisivos
centrais superiores e aplicando sobre eles duas fórmulas, elaboradas por ele, podese encontrar a largura e altura dos incisivos laterais e caninos superiores em
proporção áurea com os incisivos centrais.
20
Goldstein (2000) relatou que as partes organizadas na proporção áurea
parecem mostrar uma função de beleza máxima e eficácia proficiente e notou que o
incisivo central superior tem uma proporção perfeita ou 1,618 com o incisivo inferior
e a largura total de ambos os incisivos inferiores e perfeita em relação a dos
incisivos superiores.
Em 2005 Francischone, fez uma pesquisa biométrica para avaliar a
precisão desse método para o cálculo da largura dos incisivos centrais superiores,
comparando-o com a largura real do incisivo medida em pacientes. Também avaliou
a proporção estética real, em relação a largura e altura dos dentes anteriores
superiores e por fim o percentual de arcos e hemiarcos, que apresentam os dentes
anteriores superiores em proporção áurea com a largura do sorriso.
Segundo Melo (2008), o sorriso é a mais bela forma de expressar um
momento impar de alegria, de felicidade, porém grande parte da população não está
feliz com o sorriso que possui devido suas imperfeições, foi a partir dessas
imperfeições que muitos estudiosos começaram a estudar o sorriso perfeito e
chegaram a teoria da proporção divina ou proporção áurea, onde o incisivo central
superior tem a sua largura 62% maior que o incisivo lateral e este 62% maior que a
visão mesial do canino, embora a proporção áurea seja um fator de beleza e de um
sorriso perfeito ela é apenas um auxiliar na busca pela estética na odontologia, pois
um sorriso agradável e de estética excelente não necessitam necessariamente
terem uma proporção exata.
21
Figura 3: Proporção áurea
Fonte: Fradeani (2006)
2.5 DIAGRAMA DE REFERÊNCIAS ESTÉTICAS DENTÁRIAS - DRED
Figura 4: Proporções dentárias
Fonte: scielo.br
Figura 5: Proporções dentárias(b)
Fonte: scielo.br
22
Segundo Câmara (2006), o uso de mecanismos simples e confiáveis
podem, se não eliminar os erros de conduta, melhorar as possibilidades de acerto.
Algumas ferramentas podem ser utilizadas para tal propósito. O Diagrama de
Referências Estéticas Dentárias (DRED) é um meio auxiliar de diagnóstico que se
presta adequadamente a esse fim. Esse diagrama é constituído de seis caixas que
englobam os incisivos e caninos superiores; e os seus limites irão ser específicos
para cada referência estética. A sua finalidade é dar uma noção exata dos
posicionamentos e proporções que os dentes guardam entre si e também a relação
desses com a gengiva e os lábios. Concebido originalmente para auxiliar a visão dos
dentes anteriores superiores, o DRED, acrescido de novas informações, cria
qualidade para uma avaliação objetiva do sorriso, facilitando o diagnóstico e
prognóstico estético. Portanto, esse trabalho apresenta as características do DRED
e a sua participação nas “seis linhas horizontais do sorriso”, que irão auxiliar de
forma muito prática o diagnóstico, tratamento e prognóstico da estética bucal. De
acordo com a literatura o Diagrama de Referências Estéticas Dentárias (DRED) foi
criado para facilitar a visualização dos dentes anteriores superiores, sugerindo que
deve ser criado ou alcançado com esses dentes, objetivando a melhor estética
dentária. Embora essas caixas possam servir de referência nos vários planos de
observação, o DRED é avaliado em uma vista de 90º com relação ao plano frontal,
ou seja, perpendicular a esse plano. A sua utilização facilita o planejamento e a
visualização do melhor posicionamento estético dos dentes anteriores, sendo o seu
objetivo
fornecer
informações
que
auxiliam
nas
suas
reorganizações
e
reestruturações, quando esses dentes necessitam ser reposicionados e/ou
restaurados. Entretanto, embora a concepção original do DRED sirva para auxiliar
de forma muito prática a avaliação da estética bucal, algumas referências de
23
estruturas dentárias, gengivais e labiais podem ser acrescentadas no seu formato,
melhorando e facilitando a visualização do sorriso.
2.6 LINHAS DE REFERÊNCIA
Figura 6: Linhas de referências estéticas: Linha Cervical (A), Linha Papilar (B); Linha dos pontos de
contato (C) e Linha Incisal (D).
Fonte: scielo.br
Mondelli (2003) descreveu que a linha cervical ou gengival é formada a
partir da união dos zênites dos caninos, incisivos laterais e incisivos centrais
superiores. Sendo o ponto mais apical do contorno gengival, o zênite, nos dentes
superiores, está normalmente localizado distalmente ao longo eixo dentário.
Entretanto, essa regra nem sempre se aplica aos incisivos laterais superiores.
Nesses dentes, o limite gengival pode estar centrado no longo eixo. Como os zênites
dos caninos superiores estão, na maioria das vezes, mais altos do que os incisivos
laterais, e mais ou menos na mesma altura dos incisivos centrais, a linha cervical
fica com um aspecto convexo em relação ao plano oclusal Essa seria a forma ideal
24
da linha cervical. Quando os incisivos laterais se arrumam mais facilmente na
mesma altura de caninos e incisivos centrais, essa linha passa a ser plana. Quando
o contorno gengival dos caninos está abaixo dos laterais, a linha formada será
côncava. A linha cervical côncava é a forma menos agradável entre as três
possibilidades. Existirão situações nas quais as alturas dos dentes anteriores
estarão assimétricas e levarão à formação de uma linha cervical assimétrica. Deve
ficar claro que o posicionamento dos zênites gengivais pode variar bastante entre os
dentes e cada indivíduo terá uma linha cervical com formato próprio, sendo
praticamente
impossível
a
representação
de
todas
as
possibilidades.
A
nomenclatura utilizada para a linha cervical (plana, côncava e convexa) serve
apenas como referência A variação da altura cervical dos dentes estará sujeita às
condições periodontais de cada dente, assim como o tamanho dentário, as suas
inclinações, o padrão eruptivo e a inclinação do plano oclusal. Mondelli (2003)
discorreu que a linha incisal paralela as linhas hortizontais, determina a amplitude do
sorriso. Pela sua observação determina-se se a pessoa deve ter o sorriso mais
aberto ou mais fechado, largo ou estreito. Forma o corredor bucal, perspectiva criado
entre os dentes posteriores e o canto da boca, responsável pela profundidade do
sorriso quando os dentes vão se tornando menos visíveis nos extremos dos lábios. A
amplitude do lábio e a posição dos dentes podem não permitir a visão em
perspectiva da arcada, prejudicando o sorriso.
Fradeani (2006) relata que uma existe uma discrepância acentuada entre
a linha intercisal com a linha média e causa uma assimetria do sorriso tornando
antiestético,a melhor maneira de determinar a linha média é pelo centro do lábio
superior ou filtro labial, a linha intercisal é a papila entre os incisivos superiores.
25
Figura 7: Ângulos interincisivos
Figura 8: Bordas incisivas
Fonte: scielo.br
Kyrillos e Moreira (2006) , descreveram que a linha imaginária formada pelas
bordas dos dentes superiores deve ser paralela ao contorno do lábio inferior
Figura 9: Análise labial
Fonte: Kyrillos e Moreira, 2006.
Câmara (2006) e Puppin (2002), afirmam que a linha incisal segue as
bordas dos dentes anterossuperiores. O ideal é que nos pacientes jovens, em uma
vista frontal, as bordas incisais dos incisivos centrais estejam abaixo das bordas dos
incisivos laterais e caninos. Nessa configuração, a forma da linha incisal lembra o
26
desenho de um “prato fundo”. A alteração do posicionamento das bordas incisais
modifica esse desenho. Quando a incisal dos incisivos centrais não mais estiver
abaixo dos laterais, haverá uma alteração do desenho, passando esse a ser
chamado de “prato raso” ou, dependendo da relação, “prato invertido.
Para Câmara (2006) normalmente, a configuração da linha incisal está
relacionada com a idade. Desgastes dos incisivos centrais ocorrem com o tempo,
levando a essas alterações. Entretanto, não só as alterações causadas por
desgastes afetam o desenho da linha incisal. Assim como a linha cervical, o
tamanho dos dentes, inclinações dentárias, fatores eruptivos e inclinação do plano
oclusal também podem alterar o desenho. O termo mais utilizado quando a linha
incisal forma um ”prato invertido” é o “sorriso invertido”. A linha passa a ser côncava
em relação ao plano oclusal frontal, dando uma aparência envelhecida e
antiestética. A classificação da linha incisal também pode utilizar a nomenclatura
côncava (“prato invertido”), plana (“prato raso”) e convexa (“prato fundo”). Outros
termos bastante utilizados para descrever a linha incisal são: “arco do sorriso”,
“curvatura incisal” (PUPPIN, 2002) e “asa de gaivota”.
Figura 10: Bordas incisais em forma de prato fundo
27
Figura 11: Limite do contorno gengival
Fonte: Fradeani (2006)
Fradeani (2006) O posicionamento vertical dos incisivos e caninos
superiores forma uma curvatura, cuja linha que contorna essa relação lembra um
desenho de “prato fundo”.
Figura 12: Bordas incisais em forma de
prato invertido
Fonte: Scielo.br
Figura 13: Linha labial inferior
Fonte: Scielo.br
28
Figura 14: Linha incisal paralela ao contorno do lábio inferior
Fonte: Fradeani (2006)
Na reabilitação final, pode-se observar o realinhamento tanto do nível
cervical como incisal dos dentes anteriores, juntamente com o estabelecimento de
um paralelismo adequado entre a curvatura incisal e gengival e a correção do sorriso
gengival.
Figura 15: Linha papilar
Fonte: Kyrillos e Moreira, 2005
Segundo Câmara (2006) a linha papilar é formada pelas pontas das
papilas gengivais que ficam entre caninos e incisivos laterais superiores e incisivos
29
laterais e incisivos centrais superiores. Não existem estudos que avaliaram a altura
padronizada dessa relação. Em outras palavras, não existe definição de um modelo
ideal da relação entre a altura das papilas. Entretanto, baseado em trabalhos que
fizeram a avaliação da altura ideal nos incisivos centrais e a relação que a altura da
ponta das papilas tem com o posicionamento e o tamanho dos dentes, pode-se
deduzir que uma linha ideal seria paralela à linha formada pelos pontos de contato.
A papila nos incisivos centrais superiores preenche metade do tamanho desses
dentes, quando em condições normais. Sendo assim, seria de se esperar que esse
padrão se repetisse para incisivos laterais e caninos. Como os incisivos laterais são
menores do que os incisivos centrais, e a papila deve preencher a metade da altura
da sua coroa, a posição da papila entre incisivo central e lateral deve ficar apical à
dos incisivos centrais, assim como a papila do incisivo lateral e canino. A análise
delas facilita o entendimento das características intrínsecas que interferem na
estética bucal. Além disso, a harmonização dessas linhas traz para cada profissional
uma maior chance de sucesso nos seus tratamentos que incluam objetivos estéticos.
As seis linhas horizontais do sorriso são identificadas como: Linha cervical; Linha
papilar; Linha dos pontos de contato; Linha incisal; Linha do lábio superior; e Linha
do lábio inferior.
Romano (2006) descreveu que a linha bipupilar fornece uma avaliação da
orientação do plano incisal, do contorno gengival e do plano maxilar. A inclinação do
plano incisal do contorno incisal e do plano maxilar. A borda mais apical do contorno
gengival deve localizar-se distalmente ao longo eixo dos dentes; A largura média da
borda incisal do incisivo central superior deve ser aproximadamente 2 mm maior que
a do incisivo lateral. Dentro do contexto estético, os dentes possuem duas funções
são elementos básicos estéticos da aparência e fazem parte de um sistema
30
dinâmico. São contribuidores para a estética perfeita do sorriso e da beleza da face.
Uma imagem estética também está fortemente correlacionada a saúde. A presença
de dentes escurecidos, amarelados, fraturados e com restaurações em mau estado,
cálculo e gengiva avermelhada e inflamada, caracteriza falta de saúde além de tais
fatores serem não-estéticos e comprometerem o sorriso.
Joly, Mesquita e Da Silva (2010) relataram que essas linhas de referência
horizontal devem ser paralelas à linha bipupilar e elas são comumente designadas
como: linha da borda ou plano incisal, linha do plano ou margem gengival e linha da
comissura labial. Também é considerado importante que essas referências sejam
paralelas a linha bipupilar para que um equilíbrio estético do sorriso seja obtido.
Portanto a linha da borda incisal dos incisivos centrais superiores devem ser
paralelos à linha bipupilar, assim como a linha do plano gengival dos incisivos
centrais superiores e também deve ser paralela à linha bipupilar.
Kina e Bruguera (2008) reforçam o paralelismo como o relacionamento
mais harmonioso entre as linhas. Onde numa situação considerada favorável
esteticamente, as linhas devem correr paralelas, exercendo um efeito coesivo,
sempre favorável em qualquer tipo de composição. O plano inicial dos dentes
superiores e o contorno da margem gengival devem estar paralelos e não menos a
linha interpapilar também. As linhas formadas pelas sombrancelhas e da comissura
labial se apresentam como linhas acessórias e, quando paralelas às linhas gerais,
aumentam o efeito coesivo na face.
Segundo Chichê (1996) as linhas do lábio superior servem para avaliar o
comprimento do incisivo superior em repouso e durante o sorriso e também a
posição vertical das margens gengivais durante o sorriso. E a linha do lábio inferior
31
serve para avaliar a posição vestibulolingual das bordas incisais e a curvatura do
plano incisal.
Figura 16: Nível do contato dentário
Fonte: Fradeani (2006)
Romano (2006), relata que o contato interdentário dos dentes anteriores
superiores é feito de forma descendente a partir do canino. O contato entre canino e
incisivo lateral se posiciona mais alto do que o contato entre o incisivo lateral e o
central; o contato entre os incisivos centrais se posiciona mais baixo ainda. Esses
pontos de contatos devem ser justos, a menos que exista uma discrepância no
diâmetro mesiodistal da coroa. A posição do contato interdentário está relacionada à
posição e morfologia do dente. Sendo assim, a linha que une esses pontos será
paralela à linha incisal, quando não houver uma discrepância entre tamanho,
formato e angulação dos dentes anteriores.
Vedovello (2002) embora exista um ponto de contato interproximal toda
vez que um dente encosta no outro, o ideal é quando esse contato acontece em
uma área mais larga do que um ponto, formando um espaço conector. Os espaços
conectores são as áreas onde os dentes parecem se tocar. Esse fato repercute,
favoravelmente, na estética dentária. Para fins práticos, quando o contato dentário
se der em uma área ao invés de um ponto, consideraremos o local mais apical como
a referência para o ponto de contato. A linha do ponto de contato deve guardar certo
32
paralelismo com a linha incisal. Toda vez que não existir espaço negro ou diastema
entre dois dentes, sendo esse preenchido pela papila gengival, a área dos
conectores será delimitada pela ponta das papilas e os pontos de contato. Sendo
assim, utilizando a linha das papilas e a linha dos pontos de contato como
referência, teremos uma faixa que se chamará “faixa dos conectores”. O desenho
dessa faixa lembra a forma de uma “asa delta”. Pequenas alterações nessa faixa
podem fazer diferença na estética dentária. O recontorno dentário pode aumentar ou
diminuir o espaço conector, dando uma melhor configuração dessa faixa.
Puppin (2002) afirmou que o espaço conector ideal entre o incisivo central
e o lateral é 40% do comprimento dos incisivos centrais e o espaço conector entre
incisivo lateral e canino é 30% da mesma referência. Embora não estejam definidos
os pontos referenciais para a determinação do espaço conector, pode-se criar essas
referências a partir dos pontos de contato e papila gengival.
Figura 17: Linhas do sorriso
Fonte: scielo.br
33
Figura 18: Linha do lábio superior
Fonte: Kyrillos e Moreira, 2005.
Vedovello (2002) Joly, Mesquita e Da Silva (2010) determina a altura da
margem gengival que deve ser paralela ao contorno do lábio superior. Deve-se
observar o traçado da linha imaginária que une a cervical dos dentes superiores. A
linha deve ser regular, sem oscilações bruscas e paralela ao lábio superior. Uma
plástica gengival, pode ser prevista para a correção, com excelente resultado. A
linha do lábio superior representa a borda inferior do lábio. Essa linha é a que dita a
exposição dos dentes superiores. Não apenas os dentes anteriores, mas também os
dentes posteriores têm as suas exposições limitadas por essa linha. Embora a
maneira mais simples de classificar a linha do sorriso – que é o relacionamento entre
os incisivos superiores e o lábio superior – seja através da altura (baixo, médio e
alto), ainda encontram-se inadequações na descrição dos parâmetros. Por exemplo,
a classificação de alturas do sorriso (MONDELLI, 2003), considera como alto todo
sorriso no qual a coroa do incisivo central superior esteja totalmente exposta. Desse
modo, um sorriso que apresente uma faixa de tecido gengival de apenas 1mm vai
receber a mesma classificação de um sorriso que apresente, por exemplo, 5mm de
exposição de tecido gengival.
34
Vedovello (2002) e Câmara (2010) classificam como Classe I todos os
sorrisos nos quais a face vestibular do incisivo está totalmente exposta,
independentemente da quantidade de tecido gengival aparente. De forma análoga, a
classificação do sorriso quando o lábio superior não expõe os incisivos superiores
também é confusa na descrição de alguns autores.
Burgher (1996) e Câmara (2010) indicam a classificação de um sorriso em
que apresente o lábio superior cobrindo apenas 1 mm da coroa do incisivo central
superior vai receber a mesma classificação de um que apresente, por exemplo, o
lábio superior cobrindo mais que a metade ou até mesmo toda a coroa do incisivo
central superior. Os mesmos autores também revelam que a altura da linha do
sorriso seja classificada usando-se como referência o relacionamento entre a borda
inferior do lábio superior e a margem gengival do incisivo central superior. No
entanto, deve ser estabelecido um limite de 2mm acima e abaixo da margem
gengival, sendo estabelecidas as três classes de altura do sorriso: alto, médio e
baixo e sendo assim, um ponto que pode ser considerado positivo é que, com uma
diferença de 4mm, a diferenciação de sorrisos altos e baixos, que são os que
normalmente motivam o paciente a procurar tratamento, é facilitada clinicamente. A
altura do sorriso é influenciada pela idade e pelo gênero. Em outras palavras, existe
uma possibilidade de autocorreção para os sorrisos “gengivais” com o passar do
tempo, o mesmo não acontecendo com os sorrisos baixos. A linha do sorriso pode
ser considerada como fator determinante na avaliação da estética bucal .
Tjan e Cols (1994) aconselham a não usar o lábio superior e inferior como
parâmetros de referência por ser estruturas que se alteram com o tempo os clínicos
devem utilizar o paralelismo entre o plano incisal com a linha interpupilar,
independente da curvatura do lábio superior.
35
Figura 19: linha do lábio inferior
Fonte: Fradeani (2006)
Segundo Romano (2006) embora a influência do lábio inferior no sorriso
seja menos estudada do que a do lábio superior, ela não é menos importante. É o
conjunto formado pelos lábios superior e inferior que irá proporcionar o
descortinamento labial. Em geral, é a forma do lábio inferior e as bordas incisais dos
dentes anteriores superiores e inferiores que criam um arranjo agradável ou
desagradável do sorriso. O importante é que o plano incisal superior e a forma do
lábio inferior mantenham uma relação harmoniosa.
Joly, Mesquita e Da Silva (2010) consideraram que a harmonia é
representada pelo paralelismo do arco formado pelas bordas incisais e oclusais dos
dentes superiores com a borda superior do lábio inferior. Deve haver uma harmonia
entre a curvatura da borda incisal dos dentes anterossuperiores com a curvatura da
borda superior do lábio inferior durante o sorriso voluntário. Esse relacionamento
entre as bordas incisais de caninos e incisivos superiores com o lábio inferior é
chamado de arco do sorriso. A própria dinâmica do sorriso complica essa avaliação.
A possibilidade do indivíduo abrir mais ou menos a boca dificulta uma avaliação
padronizada.
36
Câmara (2006) considerou que o ideal é que a curvatura das incisais dos
dentes superiores fiquem paralelas ao lábio inferior e as incisais ligeiramente
afastadas ou tocando levemente o lábio. Entretanto, isso só é possível quando o
lábio inferior cria uma curvatura natural, com os cantos da boca voltados para cima e
as bordas incisais acompanham essa curvatura. Em outras palavras, para que um
efeito agradável seja possível, é necessário que as estruturas dentárias e labiais
estejam simétricas. Ou seja, caso os lábios ou dentes limitem o paralelismo entre si,
o arco do sorriso não será possível. A assimetria labial é também um fator limitante
para essa harmonia entre dentes e lábios. O ideal ou desejável é que a linha
formada pelas bordas incisais dos dentes anteriores crie uma forma de “prato fundo”,
onde os incisivos centrais se posicionem mais inferiormente aos incisivos laterais e
caninos, e que se mantenham em harmonia com as outras linhas do sorriso Essa
configuração varia com a idade: conforme a idade avança, a forma de “prato fundo”
vai se alterando, dando lugar a uma nova forma de “prato raso” ou de “prato
invertido”. Isto é, a linha que contorna a borda incisal vai se tornando mais plana ou
côncava. Os desgastes das bordas incisam, com o tempo, cria essas novas formas.
O conhecimento dessas características cria a possibilidade de rejuvenescer ou
envelhecer o sorriso. A alteração das “formas do prato” possibilitará esse efeito.
37
Figura 20: Linha do lábio inferior (b)
Fonte: Kyrillos e Moreira, 2006.
Pode ter várias formas e sua curvatura ser mais ou menos acentuada,
determinando o comprimento dos dentes superiores. Vale observar também o
paralelismo com o contorno externo da mandíbula. (KYRILLOS e MOREIRA, 2006).
Fradeani (2006) cita em seus estudos, como regra o plano incisal, que
apresenta uma cursa convexa que serve a curva natural do lábio inferior no sorriso,
esse paralelismo também é citado por Tjan e Cols (1994) com 85% dos casos e por
Owens e Cols (2002) em 75% dos casos. Ainda o mesmo autor, Fradeani (2006)
reserva um capítulo a parte em seu livro, análise estética, para a análise dentofacial,
nele o autor força a harmonia do terço inferior da face, área onde estão localizadas
os dentes e os lábios, sendo uma moldura a constante alteração tanto na fala como
no sorriso, onde o clínico deve objetivar a correta posição da borda incisal, para
recriar o comprimento dental e incisal corretos e harmônicos entre o plano oclusal e
a linha da comissura.
2.7 SORRISO
38
Romano (2006) considerou em seus estudos que o sorriso pode ocultar
problemas pessoais, mas também demonstrar bem estar, sucesso e mesmo saúde.
O sorriso possui lugar privilegiado na estética facial. Entretanto o mais charmoso
sorriso não pode ser estético se um dos três componentes não se encontra saudável
no que se refere a forma, cor, contorno e textura. O sorriso foi recentemente
classificado em duas categorias principais: Tipo 1: o lábio e a gengiva apresentam
contorno ideal, mas a melhora do aspecto dentário melhoraria o sorriso. Tipo 2 – a
melhora do aspecto dentário não melhoraria o sorriso, pois o contorno labial não se
encontra em harmonia com o alinhamento dentário e o contorno gengival apresenta
irregularidades.
Câmara (2010) concluiu que o sorriso inicia-se nas comissuras e se
estende lateralmente; os lábios inicialmente podem permanecer em contato, exceto
nas pessoas que apresentam ausência de selamento labial passivo ou lábio superior
curto. À medida que o sorriso se expande, os lábios se separam, as comissuras
curvam-se para cima e os dentes são expostos. Os maxilares são afastados e
desenvolve-se um espaço negro entre os dentes inferiores e superiores que é
conhecido como espaço negativo. O mesmo Câmara em 2006, considerou que no
sorriso, a altura do lábio superior diminui e a largura da boca aumenta numa
variação de 23% a 21% com relação ao lábio em descanso. Não se deve
superestimar a simetria da atividade muscular. Em pessoas normais, observa-se
uma variabilidade individual da função motora na comparação lado a lado em um
mesmo indivíduo. Medições combinadas tanto da mobilidade da pele ou quanto da
atividade muscular indicam que, na face humana, existe em média uma assimetria
39
de 6% entre os lados. Em análise aos estágios do sorriso devem-se observar os
seus estágios. Na sua formação existem dois estágios: o primeiro (sorriso voluntário)
eleva o lábio superior em direção ao sulco nasolabial pela contração dos músculos
elevadores que se originam neste sulco e têm inserção no lábio. Os feixes mediais
elevam o lábio na região dos dentes anteriores e os laterais na região dos dentes
posteriores. O lábio então encontra resistência devido ao tecido adiposo das
bochechas. O segundo estágio (sorriso espontâneo) inicia-se com maior elevação
tanto do lábio como do sulco nasolabial sob a ação de três grupos musculares: o
elevador do lábio superior, com origem na região infraorbital; o músculo zigomático
maior e as fibras superiores do bucinador. A aparência de olhos semicerrados deve
acompanhar o estágio final e representa a contração da musculatura periocular
(músculos orbiculares dos olhos) para apoiar a elevação máxima do lábio superior
através da prega nasolabial. O olhar semicerrado que acompanha o sorriso máximo
é um gatilho muscular da face que ativa os centros cerebrais na região temporal
anterior que regula a produção das emoções agradáveis. Assim, sem essa ação final
de semicerramento dos olhos, o sorriso perceptível de felicidade, provavelmente é
um falso sorriso sem alegria da pessoa que está sorrindo.
40
2.7.1 Fases do sorriso
Figura 21: Sorriso Alto (A); Sorriso médio (B) e Sorriso baixo (C)
Fonte: scielo.br
A primeira é chamada fase inicial de “pico”, que corresponde ao período
em que os lábios saem de uma posição neutra até a posição de máxima contração
dos lábios durante o sorriso espontâneo. Nessa fase, a largura da boca aumenta e a
altura do lábio diminui, as comissuras se movem para cima e para o lado nas
mesmas proporções, sendo que a direção do movimento desses pontos apresenta
grande variabilidade entre os indivíduos. Essa é a fase mais curta do ciclo e leva em
média menos de 0,5 segundos. A segunda fase é a de sustentação labial. É nessa
fase que o sorriso se mantém dependente do estímulo. A duração dessa fase é
muito variável porque depende da vontade de cada indivíduo. A última fase é a de
declínio, na qual os lábios voltam a se fechar. Avaliando o ciclo do sorriso, observase que a única fase reproduzível é a inicial. Diferente das outras fases que podem
ser influenciadas pela vontade de cada indivíduo, a fase de pico depende apenas do
estímulo inicial que provoca o sorriso, sendo, porém, de curtíssima duração. Para a
obtenção do registro da posição de repouso, Pupin (2002) recomendou que os
dentes estivessem ligeiramente afastados e os tecidos moles peribucais, assim
como a postura mandibular, estivessem relaxados. Embora a utilização de frases
41
possa ser útil, a melhor maneira para a obtenção do sorriso é o estímulo cômico. O
uso de vídeos, fotografias ou a própria capacidade cômica do profissional podem ser
adotados para provocar o estímulo. O importante é que o estímulo provoque um
sorriso que expresse prazer. Já para as avaliações que envolvam a relação de
dentes com o lábio superior, recomenda-se, apesar de possíveis questionamentos, a
pronúncia da letra “i” de uma maneira desinibida e exagerada. Dessa forma, pode-se
obter a elevação máxima do lábio superior. Na avaliação, pode ser dada preferência
ao sorriso social ou espontâneo de elevação máxima do lábio superior. O importante
é que o registro inicial seja do mesmo tipo do registro final, para que se possam
avaliar as diferenças sem contar com as interferências dos estágios. Explicando
melhor, se o primeiro registro foi no estágio 1 o registro final também deve ser feito
nesse mesmo estágio.
Para Mondelli (2003) variações na contração e intensidade dos grupos
musculares exercem um importante papel na criação de diferentes sorrisos.
Contrações vigorosas puxam o lábio inferior para baixo, aumentando a exposição
dentária. Indivíduos com grandes contrações musculares do lábio inferior costumam
expor também os dentes inferiores. Enquanto na relação do lábio superior com os
dentes superiores podem-se estabelecer três posições definidas em relação à linha
do sorriso (alta, média e baixa), com o lábio inferior isso não é possível. Essa
situação merece atenção, uma vez que as necessidades e possibilidades do
tratamento estético mudam de perspectiva, pois costuma-se avaliar a relação dos
lábios com os dentes superiores e não com a arcada completa. A contração do lábio
inferior é maior na região dos caninos do que na área dos incisivos, provavelmente
por uma maior atuação do músculo risório. Quando o lábio superior também contrai
dessa mesma forma, cria-se uma aparência de “espelhamento” entre os lábios.
42
Normalmente, esse contorno labial inferior é acompanhado por uma linha de sorriso
baixa e o desenho formado pelos lábios lembra o desenho do “símbolo do infinito.”
Esse tipo de desenho do sorriso indica um prognóstico desfavorável para os
tratamentos da estética bucal. Em outras palavras, saber interpretar as nuances do
sorriso dá a cada ortodontista a oportunidade de atuar de forma consciente na
estética bucal dos seus pacientes, permitindo que o diagnóstico esteja integrado
com o prognóstico, dando uma visão realista dos resultados que podem ser obtidos.
Câmara (2010) considerou que as contrações musculares do lábio inferior também
alteram essa relação. Músculos como o risório, mentoniano, triangular e quadrado
do lábio inferior são os responsáveis pela contração do lábio inferior e a sua maior
ou menor ação durante o sorriso interfere na contração labial, assim como na
simetria labial.
2.7.2 Descrição avaliativa do tecido mole, lábios e gengiva
Mondelli (2003) considera o significado da avaliação do tecido mole está
na importância que a equilíbrio dentofacial e, conseqüentemente, a aparência,
desempenham na sociedade. As dimensões faciais desproporcionais e assimétricas
são fatores que contribuem de forma relevante para os problemas de estética. O
tecido mole na tomada radiográfica pode fornecer medições imprecisas. O tecido
mole não está apenas relacionado ao tecido duro subjacente, devendo ser avaliado
separadamente, pois não constitui uma cobertura uniforme, variando em espessura,
comprimento e tônus postural. O diagnóstico do perfil facial depende da avaliação
dos tecidos moles em repouso, tanto para tratamentos restauradores quanto para
43
tratamentos extensos. Os modelos de estudo são importantes para análise da
disposição dos dentes, forma do arco, relações interarcos, tamanho dos dentes,
proporção e estética dos dentes e da composição dentária como um todo.
Juntamente com a análise facial e radiográfica, devem fornecer os elementos para
diagnóstico e plano de tratamento bem-sucedidos. Um importante fator a ser
considerado na harmonia do perfil seria a cobertura de tecido mole da face, pois
esta exerceria efeito na estética e na dentição. A musculatura, tanto passiva quanto
ativa, produziria forças que afetariam a posição dos dentes. A mal oclusão, em geral,
apresentava dois problemas: ou o indivíduo tinha um bom perfil e uma musculatura
balanceada ou uma situação de desequilíbrio. A maioria das más oclusões eram
caracterizadas por comprimento inadequado do arco. Considera-se, segundo a
literatura que, concomitantemente às mudanças no tecido duro ocorridas durante o
tratamento, poderia ocorrer também uma redistribuição no tecido mole. Em uma
análise do tecido mole bucal, vários fatores deveriam ser considerados, entre eles, a
correlação entre forma e função, a interação entre a língua e os lábios em todas as
suas funções e a influência labial no posicionamento dentário. A análise do tecido
mole é útil para se determinar o que seria mais desejável para a estética facial. Os
lábios são considerados a moldura do sorriso e definem a zona estética dos
mesmos.
Para Joly, Mesquita e Da Silva (2010), Os lábios podem ser
subjetivamente classificados quanto à espessura em finos, regulares e espessos,
mantendo como regra geral que a espessura do lábio superior é aproximadamente a
metade da espessura do inferior. Os lábios delimitam o sorriso, é sua moldura. Ao se
observar as relações criadas entre as linhas dos lábios e dos dentes, são possíveis
conduzir o tratamento odontológico de forma que o resultado final seja estético em
44
relação ao rosto em questão. O tecido gengival deve ser analisado quanto a
dimensão estado de saúde formato e contorno, assim como a coloração. O contorno
cervical é determinado pelo nível da margem gengival dos dentes anteriores
superiores, devendo acompanhar o contorno do lábio superior. O ápice gengival do
incisivo central e do canino localiza-se na distal do longo eixo desses dentes. Esse
contorno gengival encontra-se simétrico, nivelado e localizado 1 mm para apical da
margem gengival dos incisivos laterais.
Allen (1988), descreveu que um sorriso para ser agradável expõe
completamente os dentes superiores e aproximadamente 01 mm de tecido gengival.
Quando essa exposição for de 02 a 03 mm ainda é considerado estético, agora a
exposição excessiva do tecido gengival com mais de 03 mm é antiestética para a
maioria dos pacientes.
Fradeani (2006) descreveu vários fatores que podem provocar um sorriso
gengival: um lábio superior curto, hipermotilidade labial, erupção dental passiva
alternada, extrusão dento alveolar anterior e desenvolvimento vertical excessivo da
maxila. O mesmo autor ainda descreveu que deve ser considerado parâmetros
estéticos e funcionais para a realização de um tratamento: exposição dental em
repouso e durante o sorriso, posição de borda incisal em relação ao lábio inferior,
testes fonéticos, tamanho e proporção dental, preservação ou restabelecimento da
guia anterior, forma e cumprimento articular, suporte periodontal.
45
Figura 22: Equilibrio dos níveis gengivais
Fonte: Kyrillos e Moreira, 2005.
2.7.3 Harmonia estética do sorriso
Figura 23: Análise dental para a harmonia estética do sorriso
Fonte: Kyrillos e Moreira, 2005.
Segundo Romano (2006) tanto a estética dental como a gengival atuam
em conjunto para proporcionar um sorriso com harmonia e equilíbrio. Um defeito nos
46
tecidos circundantes não pode ser compensado através da qualidade da restauração
e vice-versa.
Figura 24: Eixo dental
Fonte: Scielo.br
Figura 25: Limite do contorno gengival
Fonte: Fradeani (2006)
Figura 26: Limite do contorno gengival (b).
Fonte: Fradeani (2006)
47
Ainda de acordo com Romano (2006) a harmonia do sorriso pode ser
influenciada de diferentes maneiras: por uma alteração dos lábios ou músculos que
os movimentam devido a problemas neuromotores; pela discrepância da relação
maxilomandibular; por um contorno gengival irregular ou pela falta de saúde
gengival; por problemas dentários durante o sorriso. Cada vez mais a beleza física e
é considerada sinal de sucesso e bem – estar emocional. Quando as pessoas falam
sorriem e se comunicam, a boca e os dentes se tornam o foco de atenção, devendo
estes, portanto, apresentarem-se saudáveis e bem – alinhados. As pessoas que não
possuem um sorriso atraente podem questionar seu poder de sedução na vida
social, pessoal e afetiva. Sentem uma grande incompatibilidade entre seus
sentimentos e o que seu sorriso expressa na realidade. Quando a aparência de uma
pessoa não corresponde à sua auto imagem a melhora dessa pode ser muito
valiosa, por permitir que ela se comunique melhor e seja reconhecida por seu
verdadeiro valor. Esses pacientes esperam que o tratamento harmonize a aparência
física e sua verdadeira personalidade. Os dentistas são os cirurgiões plásticos do
sorriso, pois podem modificar o contorno dos lábios, alterar o desenho da gengiva,
remodelar os dentes e, de forma geral, promover uma harmonia facial. O cirurgião
dentista é capaz de tornar realidade o conceito que o paciente possui de aparência
ideal. A estética do sorriso está sempre relacionada ao restabelecimento da função
fisiológica. O profissional deve ser um artista, cujo objetivo é proporcionar resultado
imperceptível. Assim, as únicas pessoas que devem admirar o trabalho realizado
são o cirurgião – dentista e o paciente. Tendo a estética um conceito amplo, é
extremamente subjetiva no que diz respeito à beleza, à harmonia e a diversos
fatores que a influenciam, como os fatores sociais, psicológicos, culturais, época e
idade, podendo variar de indivíduo para indivíduo. Na odontologia também se
48
percebem essas variações, principalmente na odontologia estética, por possuir
dentre seus objetivos, o alcance dos objetivos dos pacientes e o conhecimento das
características desejáveis ao sorriso, que são fundamentais para se chegar aos
resultados almejados na reabilitação estética.
2.8 ANÁLISE FOTOGRÁFICA
Figura 27: Análise facial fotográfica
Fonte: Joly, Mesquita e Da Silva (2010)
Mendes (1994) considerou que a estética para o ser humano é um
conceito altamente subjetivo, pois se encontra relacionada a fatores sociais, culturais
49
e psicológicos que se alteram em função do tempo, dos valores e de vida e da idade
do indivíduo.
Gurel (2003) descreveu que em uma análise estética de dentes anteriores
existem muitas informações a serem observadas que dificilmente podem ser
anotadas durante a primeira consulta clínica. A obtenção da fotografia em diferentes
ângulos pode auxiliar o profissional a analisar com tranqüilidade detalhes estéticos
na ausência do paciente. E na observação dessas imagens o paciente consegue
opinar com maior clareza sobre quais alterações são necessárias.
Magne e Belser (2003) revelaram que a documentação fotográfica pode
ser um excelente meio de comunicação com o laboratório de prótese, permitindo ao
ceramista a visualização da face do sorriso e do contorno de lábios do paciente. Por
conseguinte, há confecções de restaurações personalizadas e algumas fotografias
especiais podem ser importantes nas correções a serem feitas.
Mondelli (2003), decreveu que para uma tomada radiográfica o paciente é
instruído a sentar-se em posição ereta, olhando para a frente na linha do horizonte
ou diretamente para um espelho na parede, colocado na altura dos olhos. Essa
posição, chamada de posição postural ou natural da cabeça, é a que o paciente se
conduz em seu dia-a-dia. A posição natural da cabeça, a mandíbula em posição de
máxima intercuspidação habitual e as posturas labiais e mentoniana relaxadas
devem ser estabelecidas, a fim de que as informações possam ser obtidas
adequadamente, reforçando o diagnóstico e permitindo qualidade na elaboração do
plano de tratamento. Uma análise da fotografia frontal é importante para avaliar
desproporções maiores ou assimetrias da face nos planos transverso e vertical. Dois
pontos orbitais devem ser marcados para se traçar perpendicularmente a estes o
plano facial sagital médio ou plano de referência vertical; em seguida, traçam-se as
50
linhas bipupilar (plano horizontal superior) e outra através do estômio (plano
horizontal inferior). Em suma, a análise facial deve ser usada para identificar traços
faciais positivos e negativos e, havendo necessidade de tratamento, estabelecer
como deverá ser feita a correção através de procedimento restaurador adesivo e/ou
abordagem multidisciplinar, a fim de se conseguir o equilíbrio estético da face. A face
deve ser avaliada numa visão frontal para a avaliação da simetria bilateral. A
proporção horizontal de tamanho das estruturas laterais entre si e a partir da linha
média.
2.9 EXAME FACIAL
Figura 28: (A) Proporção entre os terços faciais – vista frontal. B) Terços faciais e subdivisão do terço
inferior.
Fonte: scielo.br
Mondelli (2003) discorreu que o exame facial constitui a chave do
diagnóstico e do planejamento estético restaurador integrado. Os conceitos hoje
vigentes sobre o diagnóstico e o plano de tratamento das restaurações em dentes
51
anteriores remetem ao equilíbrio e à harmonia dos traços faciais. Nas reabilitações
estéticas extensas é muito importante analisar a harmonia das composições
dentária, dentofacial e facial. Vários aspectos interferem nessas composições, como:
formato da face, linhas de expressão (disposição e tônus muscular), linha média
facial e dentária, dimensão vertical, tipos e configurações do sorriso e dos lábios,
entre outros. O inter-relacionamento entre dente, arco dentário e face sugere que a
natureza concebe formas e proporções equilibradas. Elas são consideradas como o
resultado das regularidades hereditárias e dos crescimentos pré e pós-natal. Ao se
compararem os componentes de um rosto com composições dentárias e dento
faciais equilibradas, pode-se deduzir que existem regras ou parâmetros importantes
para executais não só os procedimentos restauradores adesivos diretos, como
qualquer outro tipo de tratamento estético. Proporções faciais: a partir de uma vista
frontal, a face pode ser dividida verticalmente em duas metades pela linha A, que
estabelece a linha média facial; as linhas verticais B, traçadas das pupilas aos
cantos da boca durante o sorriso, indicam a correspondência entre essas distâncias
(interpupilar = intercomissural). A face pode ser dividida horizontalmente em terços,
como visto pelas linhas C. O terço inferior da face pode ser ainda subdividido em:
um terço (1/3) superior, que vai da base nasal até onde os lábios se encontram com
a boca fechada ou até as bordas incisais dos incisivos centrais superiores durante o
sorriso (D); dois terços (2/3), a partir do encontro dos lábios ou da borda incisal dos
incisivos superiores até o mento. A divisão da largura da face em quintos, segundo
os critérios gregos, deve corresponder a cinco vezes a largura de um dos olhos
(linhas E) (adaptado de Goldstein). Espera-se de uma reconstrução estética
restauradora ou protética que ela mantenha e/ou restabeleça os traços faciais
típicos, o perfil, a forma dos lábios e a harmonia ao sorrir. Em outras palavras,
52
espera-se preservar a fisionomia natural do paciente. Pode-se afirmar que, numa
rotina de diagnóstico ideal, a avaliação se inicia com o exame da face pela vista
frontal e de perfil, seguido pelo exame clínico (dentes e tecidos moles), ou seja,
antes de o paciente abrir a boca para a avaliação, o dentista já fez uma análise facial
preliminar, estando o paciente em pé ou sentado.
Figura 29: Simetria facial
Fonte: scielo.br
Segundo Câmara (2006) consequentemente, os incisivos centrais na
simetria facial parecem estreitos e são menos salientes. Em faces longas e estreitas,
o espaço disponível para os dentes anteriores é menor, podendo muitas vezes
apresentar apinhamento dentário. Basicamente os dentes anteriores em faces largas
deverão ser restaurados de forma também larga. Havendo desgastes acentuados
das guias anteriores associados à falta de espaço, pode-se adotar a chamada
posição em asa borboleta. Nas faces estreitas, caracterizadas por nariz comprido e
estreito e ossos molares não salientes, os incisivos centrais têm ligeira rotação
vestibular nas seções mesiais.
53
Figura 30: Proporções faciais
Fonte: Fradeani (2006)
Para Fradeani (2006) o plano incisal é a porção anterior do plano oclusal.
Quando visto de frente, deve ser paralelo com as linhas de referência horizontais,
como a linha interpupilar e a linha de comissura E, de forma a manter uma harmonia
facial natural. Antes de examinar os dentes é preciso examinar os elementos que
compõe a face, um exame frontal e de perfil analisando a posição dos olhos, nariz,
mento e lábios, identificando pontos e linhas indispensáveis na reabilitação estética
com a análise facial harmônica, é possível reconhecer que juntas representam uma
forma geométrica regular. Numa vista frontal temos: 1 linha de referência horizontal,
linha interpupilar e linha da comissura labial; 2 linhas de referência vertical, linha
média; 3 proporções faciais, terços faciais e em uma vista de perfil linha - E, ângulo
nasolabial, lábio. Após analisar as faces as considerações protéticas numa
reabilitação seriam na vista frontal as linhas se referência horizontais, restabelecer o
paralelismo entre o plano oclusal e as linhas interpupilar e da comissura; As linhas
de referências verticais, desconsideram a assimetria com a linha média facial e
restabelecer verticalmente a linha intercisal, as proporções frontais, estabelecer uma
dimensão vertical correta para recriar a altura adequada do terço inferior da face, em
uma vista de perfil a linha – E ângulo nasolabial, modificar o arranjo dental sem
54
interferir na região muscular ativa, o perfil côncavo e lábios espessos, restabelecer a
dinâmica acentuada dos dentes anteriores e no perfil convexo e lábios finos,
restabelecer a dominância modelada dos dentes anteriores.
Figura 31: O T da estética do sorriso
Fonte: Joly, Mesquita e Da Silva (2010)
De acordo com Joly, De Carvalho e Da Silva (2010) a estética do sorriso
não se restringe somente nos dentes, mas vários elementos que em conjunto dão
harmonia ao sorriso como a face, os lábio, a gengiva, os dentes e a interrelação
entre eles. A análise da face é fundamental para determinarmos simetria, harmonia e
proporção faciais, e é feita através de linhas verticais e com essas referências
determinamos nariz, boca olhos na face. Na análise do sorriso na face encontramos
o T da estética onde no ato do sorriso exista uma coincidência da linha mediana
facial e a linha média dental para determinarmos a linha do sorriso existe também
linhas curvas do lábio inferior; já os lábios são condicionados à moldura do sorriso e
a moldura pode ser fina, regular ou espessa onde o lábio superior é
aproximadamente a metade da espessura do lábio inferior. Na relação dos dentes
55
com o sorriso temos a largura do sorriso, linha mediana dental e plano incisal. De
acordo com os critérios dentários e gengivais, o sorriso ideal deve apresentar as
seguintes características: O nível da margem gengival dos dentes anteriores deve
acompanhar o contorno do lábio superior; A borda incisal dos dentes anteriores
superiores deve acompanhar o contorno do lábio inferior; os incisivos centrais e
caninos devem apresentar comprimento semelhante (de 13 mm a 13,5 mm) porém
os incisivos laterais devem ser 1 mm a 2 mm menores (12mm). A arquitetura
gengival deve ser parabólica; a margem gengival, simétrica em ambas as faces. E
estar em harmonia com os incisivos centrais, laterais e os caninos.
3 PROPOSIÇÃO
Este trabalho de revisão de literatura se propõe a:
Contextualizar os parâmetros para uma estética dentária objetivando a
otimização do sorriso.
Relatar a importância de um sorriso harmonioso, individualizando o
paciente, realizando um tratamento personalizado.
Melhorar as atividades psico-sociais do indivíduo por meio do sorriso
agradável.
4 MÉTODO
Esta pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica descritiva seguindo o
método qualitativo que analisará referências tendo como fonte documentos que
pudessem ser correlacionados com o tema, livros e artigos e demais fontes
disponíveis em revistas eletrônicas em pesquisa on line em órgãos indexadores
como LILACS, SCIELO e BIREME publicados no objetivo de descrever quanto
estética anterior e a importância da análise facial utilizando para a pesquisa inicial os
dados que foram levantados e selecionados bibliograficamente para posterior leitura
analítica e analise discursivo. Foram utilizadas, descritoras e palavras chaves:
estética facial, estética anterior, simetria, análise facial.
5 DISCUSSÃO
Com o passar do tempo, ocorreram grandes mudanças na Odontologia,
sendo, o aprimoramento do conhecimento científico por parte dos dentistas e a
melhoria dos materiais e técnicas utilizadas, foram fatores extremamente
importantes para que elas ocorressem. Ao mesmo tempo, houve uma globalização
dos padrões de beleza, levando os pacientes a buscarem o profissional não só para
curar a dor, mas também para realizar procedimentos estéticos e cosméticos. Os
padrões estéticos da sociedade atual exigem sorrisos bonitos e harmoniosos,
incentivando a procura de tratamentos odontológicos para correções de imperfeições
dentárias. Considerando este desafio, o tratamento estético deve ser bem
estruturado e planejado, baseado numa boa anamese a qual deve está alicerçada
na análise psicoemocional do paciente e no conhecimento científico do profissional
quanto aos princípios e normas aplicadas na estética dento facial (CÂMARA, 2006).
A Odontologia Estética é uma ciência que valoriza e restaura a harmonia
facial, ao mesmo tempo, que restabelece a função. Desta maneira, a Odontologia
busca cada vez mais a integração de suas especialidades com a finalidade de
proporcionar ao paciente, saúde de forma harmônica. Como a análise do sorriso
envolve várias especialidades odontológicas,
seria interessante que todas
utilizassem parâmetros dentários e faciais que fossem comuns. Assim, as obras de
artes Odontológicas poderiam ser avaliadas com uma visão preparada para tal,
sabendo por meios técnicos e científicos identificar os pontos chaves (CÂMARA,
2006).
59
Na dentística restauradora, a estética pode ser definida como a arte de
criar, reproduzir, copiar e harmonizar as restaurações com as estruturas dentárias e
anatômicas circunvizinhas, de tal modo que o trabalho se torne belo, expressivo e
imperceptível. A análise do sorriso é uma importante etapa para o diagnóstico,
planejamento, tratamento e prognóstico de qualquer tratamento odontológico
envolvido com objetivos estéticos. A avaliação das características intrínsecas do
sorriso é um procedimento necessário para que se possa atuar de forma consistente
nos tratamentos ortodônticos, necessitando para isso que sejam reconhecidos os
componentes e os fatores que interferem nessas características (MONDELLI, 2003).
A análise das seis linhas horizontais do sorriso facilita o entendimento
das características intrínsecas que interferem na estética bucal. Além disso, a
harmonização dessas linhas traz para cada profissional uma maior chance de
sucesso nos seus tratamentos que incluam objetivos estéticos (VEDOVELLO, et al.,
2002).
O início do trabalho foi proposto por Lombadi em 1973, e por Levin em
1971, onde utilizavam a proporção áurea para auxiliar na seleção e montagem dos
dentes anteriores, eles se baseavam na largura meio-distal visto de uma posição
frontal. Normalmente a proporção áurea não é encontrada na população, mas
mesmo os sorrisos sem a proporção áurea podem ser harmônicos. No decorrer do
estudo percebem-se citações referentes à que nem sempre o tecido mole
acompanhava a morfologia do tecido ósseo e que os métodos terapêuticos que se
baseiam apenas na avaliação do tecido duro durante o diagnóstico poderiam
produzir resultados desapontadores para os profissionais e indivíduos, ao final do
tratamento (VEDOVELLO, et al., 2002 e CÂMARA, 2006).
60
Considerados os primeiros pontos e mais importantes para a estética a
ser analisado é a linha dos lábios que determina a linha do sorriso, já a linha do lábio
superior determina o comprimento dos incisivos superiores e a posição vertical da
margem gengival e a linha do lábio inferior vai determinar a curvatura do plano
oclusal superior (PUPPIN, 2002).
O maior sucesso de uma reabilitação está na correta escolha de cor dos
dentes e suas características individuais como morfologia, camada de translúcido,
textura e brilho superficial, a cor não deve ficar restrita a uma cor única, pois demos
variações de cor devido à descoloração, pigmentação, idade e também os
mamelões que encontramos nos terço incisal, que com o jogo de luz a camada
translúcida cria diferentes formatos (FRANCISCHONE, 2005).
Puppin (2002) citou que a obtenção de imagens estáticas, como as
fotográficas, pois torna quase impossível o registro do sorriso máximo obtido durante
a primeira fase. É por isso que vários autores contra-indicam a avaliação do sorriso
com imagens fotográficas, indicando que a melhor maneira para o registro é através
de filmagem. O registro do sorriso é outro problema. O ideal é que sejam feitos
registros estáticos (fotografias) e dinâmicos (filmagem). Nos registros estáticos, a
obtenção de imagens deve incluir enquadramentos aproximados nos planos frontal,
sagital e oblíquo. Nos registros dinâmicos, a filmagem deve ser gravada e repassada
para um computador, e a melhor imagem escolhida.
Mendes (1994) definiu que na ausência do paciente é necessário a atenção
de fotografias em diferentes ângulos pode auxiliar o profissional a analisar com
tranqüilidade detalhes estéticos. Para auxiliar a análise da relação entre o esqueleto
craniofacial e o correspondente contorno do tecido mole, podem ser utilizadas
61
fotografias de perfil, oblíquas e frontais. Os diferentes enquadramentos permitem
avaliações distintas: a simetria, harmonia, equilíbrio e linha média dos segmentos
dentários são mais bem examinados de perto, enquanto a simetria facial, tipos de
perfil, sorriso e composição dentofacial e facial são mais bem examinados a uma
distância maior.
Fradeani (2006) considerou que a avaliação estética deve ser realizada com o
paciente presente e não com o auxílio de fotografias apenas visto que estas são
estáticas de uma fase dinâmica.
Segundo Mondelli (2003) o ponto mais importante em uma análise formal da
estética dentária e facial é a utilização de parâmetros clínicos. O exame não deve
ser baseado apenas em radiografias e representação fotográfica do paciente. É
importante padronizar os registros clínicos, de forma a torná-los mais confiáveis.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao se descrever a importância da análise facial na atribuição à estética
anterior considerando o entre outros o checklist como um dos parâmetros para a
obtenção do sorriso harmonioso, mediante da revisão da literatura apresentada
pode-se concluir que:
Faz-se de fundamental importância a avaliação personalizada de cada
indivíduo, levando-se em consideração as diferenças étnicas existentes, assim como
as diferenças relativas ao gênero e ao grau de maturação que o indivíduo se
encontra.
A psicologia do sorriso é extremamente complexa e representa uma
mescla de emoções e exigências estéticas. Os pacientes têm consciência de que
podem expressar-se por meio do sorriso, solicitando ao profissional uma nova
aparência. O sorriso perfeito envolve uma boca saudável, mas os padrões sociais
também influenciam o conceito estético. Feiúra parece não existir quando a pessoa
possui um sorriso bonito.
A estética dentária, realmente apresenta um caráter subjetivo e individual,
visto que existe uma grande variabilidade na percepção estética entre os
profissionais; e a variabilidade na percepção estética apresentada entre os grupos
sinaliza que ela pode ser melhorada com o conhecimento e treinamento dos
princípios e normas aplicados na estética.
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Modelo capa
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE / SOEBRÁS
PARÂMETROS PARA OTIMIZAR A ESTÉTICA DO SORRISO.
Márcio Wilson Boni
Campo Grande-MS, 2011
66
Modelo de folha de rosto
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FUNORTE / SOEBRÁS
PARÂMETROS PARA OTIMIZAR A ESTÉTICA DO SORRISO.
MÁRCIO WILSON BONI
Monografia apresentada ao Programa de
Especialização em Prótese Dental do IOPG –
FUNORTE/SOEBRÁS NÚCLEO CONTAGEM,
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Especialista.
ORIENTADOR: Dr. Fernando Vinholli
Campo Grande, 2011
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PARÂMETROS PARA OTIMIZAR A ESTÉTICA DO SORRISO