O RESGATE DA LEITURA COMO DIREITO E PRAZER Profª Ms Fátima Eliana Frigatto Bozzo UNISALESIANO [email protected] RESUMO A leitura é uma ferramenta indispensável à vida em sociedade, para enriquecimento pessoal, para obter informações simples e complexas, saber mais sobre o universo, em busca de diversão e descontração, para chegar ao prazer do texto . A pesquisa tem como objetivo o resgate da leitura como direito e prazer para os discentes e docentes e identificar formas que favoreçam a leitura prazerosa como exercício de aprendizagem, analisando os problemas que dificultam a construção do prazer da leitura entre os docentes e discentes. A pesquisa foi baseada num estudo de caso realizada com discentes e docentes do ensino fundamental. Os dados coletados foram analisados qualitativamente buscando identificar as conclusões mais significativas. Foram realizadas entrevistas procurando desvendar tais fatores. Diante da análise dos principais aspectos contidos nas entrevistas foram diagnosticadas algumas dificuldades existentes em sala de aula e elaboradas novas estratégias para desenvolver uma interação entre ensino/ aprendizagem dos alunos. A formação de um leitor competente é também a formação de um ser sensível, inteligente e aberto para o aprendizado constante. PALAVRAS CHAVES: Leitura. Prazer. Direito. Resgate. INTRODUÇÃO A aprendizagem da leitura é um dos elementos importantes para a ampliação das possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais. Quer se trate de tarefas profissionais, ligadas à vida cotidiana, de atividades de lazer ou de deveres de cidadão, é necessário antes de qualquer coisa, ler. Na Antigüidade e na Idade Média, concebia-se a leitura e a escrita como um ato realizado em voz alta. A leitura era ensinada em latim e, para que o aprendizado ocorresse, incentivava-se a memorização do Livro de Salmos, livro de leitura elementar acompanhado do balanço sincronizado do corpo. Ensinar os Salmos significava ensinar a ler. Nos mosteiros existia um aposento reservado para a leitura, que funcionava como uma cabine de som; ali o leitor isolado, poderia ler o texto pronunciando em voz alta cada palavra captada pelo olhar. Não que a leitura silenciosa fosse desconhecida, mas era raro na época encontrar um leitor silencioso. No final do século passado é rompido o monopólio da cultura impressa como o único processo de apropriação do conhecimento. Ao mesmo tempo, a escrita invade e transforma o mundo em uma sala de leitura, rompendo a exclusividade da escola no ensino dessa aprendizagem. O livro, antes um objeto de arte, atendendo à crescente demanda da sociedade de consumo, se transforma em mercadoria e perde a primazia como suporte da escrita: jornais, periódicos, cartazes publicitários, rótulos, embalagens, letreiros luminosos, etc. incitam o leitor ao exercício cotidiano da leitura. Até o final do século XVIII, os livros eram muitos diferentes do que são hoje, e o prazer do leitor não se limitava apenas ao texto: havia um prazer estético, ligado ao aspecto gráfico. Cada exemplar tinha características próprias, o tipógrafo compunha tipos de letras, trabalhava cada palavra, linha, página. Era esse o objeto que o leitor prendia em suas mãos: uma obra de arte. O leitor olhava para as impressões no papel e não apenas através dela. Só após desfrutar esse prazer gráfico o leitor se mobilizava em busca do prazer do texto. Hoje dificilmente se encontra esse tipo de leitor, perdeu-se a consciência tipográfica desenvolvendo novas qualidades: a rapidez e a flexibilidade nas várias e diversificadas situações de leitura proporcionadas pelo social. A leitura é uma ferramenta indispensável à vida em sociedade, para enriquecimento pessoal, para obter informações simples e complexas, saber mais sobre o universo, em busca de diversão e descontração, para chegar ao prazer do texto . É fundamental mostrar que a leitura deve ser encarada, sempre, de modo global e complexo em sua ambigüidade e pluralidade. ...ler, é construir uma concepção de mundo, é ser capaz de compreender o que nos chega por meio da leitura, analisando e posicionando-se criticamente frente às informações colhidas, o que se constitui como um dos atributos que permitem exercer, de forma mais abrangente e complexa, a própria cidadania. (VILLARDI, 1997, p.4 ) Para que haja prazer na leitura o educador tem que gostar de ler para poder transmitir isso para seus alunos. Quando o texto é lido com prazer, porque se gosta, o leitor tem capacidade de extrapolar o livro, descrevendo as cenas, imaginando cada detalhe de como acontece, analisando e posicionando-se até criticamente. Não é fácil a construção desse tipo de leitor. A escola não cria mecanismos suficientes que possam despertar o hábito da leitura. Assim os alunos não gostam de ler e seus professores também não, criando um desprazer pela leitura. Ensinar a gostar de ler, é ensinar a se emocionar com os sentidos e com a razão, é ser capaz de apreciar a beleza que não aparece, seus detalhes, associar o que ali está representado a uma história de vida, a valores, às coisas em que se acredita. A leitura é o ponto de partida para mudar o ponto de vista do mundo. A aprendizagem da leitura se inicia na educação infantil por meio de um trabalho de valorização, considerando a perspectiva de conhecimento de aprendizagem da criança, devendo haver uma transformação substancial na forma da compreensão das diversas modalidades de leitura. A leitura é, por excelência, o mecanismo por meio do qual se internalizam, além do registro padrão da Língua, estruturas mais complexas, desenvolvendo de modo globalizado o desempenho lingüístico do falante. (...) as estruturas da fala dominadas pelas crianças tornam-se estruturas básicas de seu pensamento. Isto nos leva a outro fato inquestionável e de grande importância: o desenvolvimento do pensamento é determinado pela linguagem, isto é, pelos elementos lingüísticos do pensamento e pela experiência sócio-cultural da criança. (...) O crescimento intelectual da criança depende de seu domínio dos meios sociais do pensamento, isto é, da linguagem. (VYGOTSKI, apud VILLARD, 1997, p. 8) A importância dos livros e demais textos é incorporada pelas crianças, também quando o professor organiza o ambiente, no qual podem manipulá-los e lêlos. As crianças, desde muito pequenas, podem construir uma relação prazerosa com a leitura. Compartilhar essas descobertas com sua família é um fator positivo na sua aprendizagem, dando um sentido mais amplo para a leitura. O estudo desse problema gera algumas perguntas como: Quais fatores estão determinando o desprazer pela leitura entre alunos e professores? Como o professor pode resgatar a leitura como direito e prazer? Quais os aspectos que dificultam o prazer da leitura? O objetivo da pesquisa visa o resgate da leitura como direito e prazer para o discente e docente, pois é ela que leva o leitor a novas produções e construções de textos, ou a uma leitura crítica; propor formas de motivação para a melhoria da leitura como direito e necessidade. Especificamente o objetivo é o de identificar formas que favoreçam aos docentes e discentes a leitura prazerosa como exercício de aprendizagem; analisando os problemas que dificultam a construção do prazer da leitura entre docentes e discentes. O trabalho com a leitura é muito importante. Com tantos problemas que a escola enfrenta hoje, torna-se necessário que os professores tenham em mente a necessidade de um trabalho consciente de participação dos alunos na construção dos conhecimentos, e que os recursos utilizados para esse fim sejam motivadores, para que seus alunos possam compreender o processo real de aprendizagem. É possível conhecer, por meio da pesquisa realizada, alguns aspectos sobre a prática de leitura e como os alunos e professores as desenvolvem. Certamente, a escola não vem conseguindo atingir seus principais objetivos na prática da leitura, porque os alunos e os professores têm visões diferenciadas do que realmente é importante para que isso aconteça. Tem-se afirmado que ler é bom , ler é agradável , que a leitura dá prazer , e outras frases com a mesma ênfase, então, por que muitos alunos afirmam que não gostam de ler? A escola parece reforçar as dificuldades normais da leitura por várias razões, mas principalmente, por não estar preparada para resolver os problemas atualmente presentes na vida escolar ou, porque alguns professores não entendem os diferentes mecanismos da leitura. Muitas vezes, os professores não são democráticos na escolha da leitura que indicam aos seus alunos, não respeitam as diferenças individuais, ou mesmo a faixa etária, por terem suas necessidades diferenciadas. De maneira geral, os autores pesquisados apontam para o fato de que é muito importante que a escola mude a postura pedagógica diante da leitura, e que os professores trabalhem incentivando, cada vez mais, a leitura como prazer. Para verificar fatores relevantes sobre como vem sendo desenvolvida a leitura na escola, elaborou-se um questionário que foi respondido por vinte e seis alunos da 4ª série do Ensino Fundamental, ciclo I e um outro, aplicado a nove professores que atuam no mesmo ciclo. A análise dos questionários da pesquisa foi trabalhada de modo quantitativo e qualitativo. A pesquisa quantitativa foi fundamental para levantar, numericamente, os aspectos benéficos e, também, os problemas, a fim de, posteriormente, apontar soluções possíveis para tornar mais interessante a leitura e, como os professores podem se empenhar na busca de soluções. A pesquisa qualitativa contribuiu para que se pudesse fazer uma análise mais profunda nos dados obtidos entre os alunos e professores. Buscou-se informações para verificar como se estrutura a relação dos alunos com a leitura, conhecer como eles a observam e a importância que lhe dão e, quais seus anseios frente a ela. O questionário foi elaborado de modo que as questões foram respondidas na própria escola e, para garantir a neutralidade dos resultados, a pesquisadora não forneceu esclarecimentos sobre o conteúdo das perguntas, adotando a postura de observadora apenas, para que pudesse perceber as atitudes dos alunos frente ao instrumento, suas dúvidas e críticas a algumas perguntas. Após serem respondidas as questões, elas foram agrupadas, classificadas e interpretadas. Em seguida, foi feita uma tabulação e gráficos foram construídos visando a ampliar a tarefa de interpretação. Assim, buscando identificar e generalizar os depoimentos obtidos, depois de exaustiva análise, três grupos foram formados e receberam, respectivamente, os seguintes títulos: Percepção da leitura , Técnicas e estratégias e Motivação e formação de hábitos . No primeiro grupo Percepção da leitura procurou-se identificar como alunos e os professores percebem a leitura, com que freqüência se dedicam a ela e como ela é vista. No segundo grupo, Técnicas e estratégias foi trabalhada uma busca sobre os modos, técnicas e estratégias que são usados e adotados pelos professores e, também, o parecer dos alunos sobre esses métodos. Quanto ao terceiro grupo denominado Motivação e formação de hábitos , foi desenvolvida uma análise com o objetivo de identificar como os professores motivam para que seus alunos leiam sempre e, leiam com prazer. Depois de feita a tabulação dos dados e os gráficos, a pesquisa foi analisada qualitativamente. A análise qualitativa permitiu identificar vários aspectos de como está à leitura nas escolas, no dia-a-dia, como os professores trabalham essa questão, quais estratégias que são usadas e como os alunos são motivados tanto na escola como em sua vida familiar. Optou-se pela pesquisa qualitativa, pois, como diz Lüdke e André (1986, p. 45): Analisar os dados qualitativos significa trabalhar todo o material obtido durante a pesquisa, ou seja, os relatos de observação, as transcrições..., análises de documentos e as demais informações disponíveis. A tarefa de análise implica, num primeiro momento, a organização de todo material, dividindo-o em partes, relacionando essas partes e procurando identificar nele tendências e padrões relevantes. IMPORTÂNCIA E AS DIFERENTES VISÕES DE LEITURA. MODALIDADES DE LEITURA A ciência e a tecnologia não conseguiram esconder o poder da imaginação que se manifesta nas diferentes modalidades de leitura, que ao serem lidas com os olhos da imaginação abrem diversos campos. O ato de ler, antes restrito a ambientes fechados, hoje, acontece em todos os lugares. Lê-se em casa, nos bancos das praças, nas ruas, nos ônibus, no metrô, nos aviões. E além de textos aparecem outras mensagens escritas como placas, avisos, luminosos. Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo; que certas respostas podem ser encontradas na escrita; é poder ter acesso a essa escrita; é construir uma resposta que integre parte das novas informações ao que já se é. (...) um poema ou uma receita, um jornal ou um romance, provocam questionamentos, exploração do texto e respostas de natureza diferente; mas o ato de ler, em qualquer caso, é o meio de interrogar a escrita e não tolera a amputação de nenhum de seus aspectos (FOUCAMBERT, 1994, p.5) Ler é importante na formação do sujeito, e é necessário que o leitor seja capaz de perceber e evitar as armadilhas ideológicas que alguns textos trazem. LEITURA ESPONTÂNEA A leitura ou o ato de ler se transforma historicamente e, por influência, dos avanços tecnológicos, registra mudanças aceleradas. Com isso, parece bastante difícil à tarefa de quem trabalha com leitura, principalmente para os adolescentes. Ao ler um livro, ao ver um filme, ao assistir a uma peça teatral, ao ver uma exposição de quadros, de esculturas, ao olhar a natureza, ao ver uma propaganda, todos desenvolvem uma verdadeira leitura. Dá-se, portanto, sentido à imagem que está vendo a partir dos contextos inscritos na vida. O aprendizado da leitura envolve um aspecto importante na formação das pessoas e que, muitas vezes, é subestimado durante os processos de ensino escolar: o de contribuir para que as crianças possam construir uma postura de leitores atentos e críticos em relação às idéias e informações que obtém através dos textos. O trabalho escolar com múltiplas linguagens precisa considerar as formas próprias de cada leitor, utilizar das diversas linguagens de maneira articulada e, mais, de dar lugar às diferentes formas de entender, de explicar, de interpretar e de simbolizar na sala de aula, a partir de gestos, sinais, símbolos e signos. O professor deve dar oportunidade para que o aluno, mesmo que não saiba ler nem escrever, crie símbolos para o seu crachá, para a lista de chamada, pois assim, aprenderá que o mundo pode ser representado de diferentes formas, favorecendo múltiplas formas de ser, dizer e sentir, de expressar-se. Considerando-se num sentido amplo, os homens lêem o mundo a partir de circunstâncias históricas e experiências vivenciais que não se limitam a certos procedimentos técnicos ou teóricos ensinados na escola. É verdade que a escola tem buscado reforçar uma ou outra leitura do mundo, tendendo a preferir aquelas ajustadas aos valores da classe dominante. É necessário ter claro que desenvolver uma competência para a leitura implica contribuir no sentido da formação de um cidadão mais pleno, trabalhando nos limite máximo das possibilidades do aluno. LEITURA ESCOLARIZADA É necessário o investimento da leitura como fator de prazer em todas as escolas, em suas formações, independentemente dos meios que deverão ser utilizados, pois os anos se sucedem e, apesar disso o desempenho do aluno frente à leitura continua sendo em regra, muito baixo. Deve-se dar incentivo às escolas na montagem e utilização das bibliotecas, pois ela não pode ser vista como depósito de livros, mas como ambiente inovador e dinâmico de leitura de mundo. O domínio e a prática de processos de leitura são essenciais para o sucesso acadêmico de qualquer estudante, em qualquer disciplina. Como diz Raquel Villardi, (1997, p. 21): Raríssimas são às vezes em que o professor se preocupa com a incentivação de seus alunos, levando-os a quererem ler este ou aquele livro. Ao contrário, na imensa maioria dos casos o texto continua sendo um instrumento de incentivação para o trabalho que virá a desenvolver um determinado conteúdo de outra área. Assim, o professor usa, por exemplo, a história do peixinho que vivia feliz no riacho, até que o riacho desemboca num rio todo poluído, e o pobre do peixinho morre (FONSECA, THÉA. 1993), não para trabalhar o texto, mas para introduzir os conteúdos referentes a Ecologia e Educação Ambiental . Não importa se a criança está ou não interessada naquela leitura; o objetivo é que a leitura desperte o interesse sobre certo tema. Assim, o livro se abate sobre ela, sem que lhe seja dada qualquer possibilidade de interferir sobre tal escolha. O ato de leitura é um ato cultural e social. Quando o professor faz uma seleção prévia da história que irá contar para as crianças, independentemente da idade delas, dando atenção para a inteligibilidade e riqueza do texto, ele permite às crianças construírem um sentimento de curiosidade pelo livro. A importância dos livros e demais textos é incorporada pelas crianças, também quando o professor organiza o ambiente, no qual podem manipulá-los e lêlos. As crianças, desde muito pequenas, podem construir uma relação prazerosa com a leitura. Compartilhar essas descobertas com sua família é um fator positivo nas aprendizagens das crianças, dando um sentido mais amplo para a leitura. Adotar um livro ou mesmo ler um texto com os alunos, no cotidiano das aulas, exige sempre uma motivação inicial. Seria interessante criar jogos, dinâmicas, para despertar a curiosidade, estimulando o aluno ao desejo de ler. O professor constitui o principal fator para a promoção da leitura e, conseqüentemente, para a formação de leitores dentro da organização escolar. Sem professores que sejam leitores maduros e assíduos, sem professores que demonstrem uma convivência sadia com livros e outros tipos de materiais escritos, sem professores capazes de dar testemunhos vivos de leitura, fica muito difícil organizar, planejar procedimentos voltados ao ensino da leitura. Torna-se necessário uma visão dos condicionantes que afetam a vida dos professores no sentido de que, pelo conhecimento e conscientização progressiva e permanente, eles possam caminhar rumo à superação, na saída do mundo de opressão e, conseqüentemente, na busca de uma vida mais feliz e produtiva em sociedade. Muitos professores para alfabetizar usavam e usa cartilhas como recurso para a alfabetização, mesmo elas apresentando um universo de leitura bastante restrito, não tendo muitas vezes sentido com aquilo que se precisa aprender: A leitura é um instrumento vital para a trajetória escolar se faz o indivíduo compreender o contexto e a si mesmo enquanto elemento integrante desse mesmo contexto. É necessário que a escola invista na formação de leitores a partir de trabalhos com textos constantes de livros e outros materiais didáticos, estimulando contatos cada vez maiores com textos mais densos que exijam maior convivência, obra de tempo e dedicação. Deve-se lançar mão, antes de qualquer coisa de obras de ficção para promover a aproximação entre o leitor e o livro, onde a leitura muitas vezes é mais agradável e de maior interesse para o leitor. LEITURA COMO ESTRATÉGIA DE CONSCIENTIZAÇÃO Muita gente não compreende que é preciso cultivar o prazer da leitura nas crianças desde cedo. Para isso os adultos precisam ser orientados na escolha dos livros, lendo entrevistas com escritores, resenhas, comentários críticos, dicas de lançamentos. A leitura deve ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo, sendo fundamental mostrar que a leitura deve ser encarada, sempre, de modo global e complexo. A leitura também pode ser vista como um processo de interação. Ao produzir o texto, o autor tem em mente um determinado leitor e escreve baseado no que deduz que lhe possa interessar. O aparecimento da Literatura tem características próprias, pois decorre da ascensão da família burguesa, do novo status concedido à infância na sociedade e da reorganização da escola. No início do processo de redemocratização do Brasil, Ezequiel Silva apud Silva, (1998, p. 22) afirmava que: A caracterização da leitura como sendo uma atividade de questionamento, conscientização e libertação geram uma série de implicações, principalmente quando vinculamos com organizações sociais específicas e concretas. É preciso saber (...) se a organização social, onde a leitura aparece e se localiza, dificulta ou facilita o surgimento de homensleitores críticos e transformadores. É preciso saber, ainda, se uma sociedade, através dos seus organismos dirigentes, concebe a leitura como uma atividade destinada à realização e ao bem estar do povo ou como uma atividade que impede o surgimento da consciência e da racionalidade. O conhecimento prévio do assunto é geralmente visto como um fator decisivo na compreensão do texto facilitando o uso de estratégias adequadas como prestar mais atenção nos segmentos, compensar deficiências em outras áreas do processo da compreensão e outros aspectos. Tais necessidades revelam que o problema da leitura não se desvincula de outros problemas enraizados na estrutura social; é praticamente impossível discutir as vivências ou carências da leitura de um indivíduo sem situá-lo dentro das contradições presentes na sociedade em que ele vive. LEITURA ON LINE A tentativa de modernizar ou repensar a educação tem sido feita através da introdução de computador na escola, pois apresenta recursos importantes para auxiliar o processo de transformação, a criação de ambientes de aprendizagem que enfatizam a construção de conhecimentos. O computador, especialmente, a internet é hoje um grande amigo das bibliotecas, permitindo acesso muito mais rápido aos acervos. É a partir da Internet que o aluno poderá ir tendo acesso a todo o mundo da palavra segundo o qual nossas escolas nos educaram, mas também ao inusitado contexto de imagem, entendido para muito além das meras ilustrações daquilo que está escrito. Quando uma escola se conecta a Internet, um novo mundo de possibilidade se abre diante de alunos e professores a partir de uma infinidade de livros e sites aos quais se pode ter acesso; de uma nova realidade de conceitos, representações e imagens com as quais o aluno passa a lidar e que vão ajudar a desenvolver outras habilidades, capacidades, comportamentos e até processos cognitivos que a escola tradicional não previa. Conforme alerta Becker, (1994, p. 232): ... se a Informática na Educação mantiver o sentido mais restrito, de uso de equipamentos computacionais nas escolas, então ela estará abdicando de grande parte se seu potencial.(...) A postura cultural adequada, as habilidades intelectuais correspondentes ao uso da Informática na Educação e a introdução sistemática dos conceitos e das técnicas correspondentes podem ser desenvolvidas em qualquer escola, independentemente dos dispositivos e recursos computacionais presentes. Mas é imprescindível que a correspondente atitude multidisciplinar e o enfoque meta cognitivo decorrente sejam trabalhados. Primeiro junto aos professores, depois por esses junto aos alunos. A rede é considerada uma grande biblioteca digital que, além de compartilhar fontes de informações, pode preservar e organizar idéias e trabalhos de diversas áreas do conhecimento, guardando-os e tornando-os acessíveis ao público. A Internet disponibiliza um amplo acervo que pode ser facilmente manipulado, visando enriquecer os processos educativos, apoiando tanto a educação formal quanto a informal. A tecnologia de redes de comunicação modifica profundamente o conceito de tempo e espaço. É possível morar em um lugar isolado e estar sempre ligado aos grandes centros de pesquisa, as grandes bibliotecas, aos colegas de profissão e a inúmeros serviços, realizando boa parte do trabalho particular ou profissional sem sair de casa. A LEITURA TELEVISIVA A televisão é um veículo de comunicação de massa e é a influência que exerce na sociedade, superior a de filmes, dos jornais, do rádio, dos livros e das revistas. Contudo, como qualquer instrumento educativo, possui a sua força e também suas limitações. A televisão é relevante no sentido de transmitir cultura e uma grande quantidade de mensagens culturais ou mesmo comercial é levada a lugares distantes e carentes de professores. Há uma enorme diversidade de programas televisivos que podem ser utilizados com finalidades educativas. Em certo sentido, qualquer programa audiovisual pode ser considerado educativo, desde que trabalhado pedagogicamente e explorado em suas possibilidades de construção de cultura e fonte de conhecimento. Se utilizado corretamente, torna-se um recurso de grande valor no sentido de bem educar, por outro lado, exerce poderosa influência negativa no processo educativo. Frente à televisão, a criança entra em contato com novos e diferentes conteúdos e encontra estímulos para criar novas relações entre temas já conhecidos. Atualmente as crianças permanecem muito tempo frente ao vídeo e esse comportamento faz com que elas participem precocemente do mundo adulto, o que acaba acarretando muitas vezes problemas . Cabe aos pais discutir com seus filhos a qualidade da televisão: ajudá-los a reconhecê-la como um meio de comunicação e entretenimento, um veículo de informação, um espaço suplementar da escola, um espaço de instrução permanente. A LEITURA SUBLIMINAR A leitura subliminar é dotada de uma arte da persuasão inconsciente. Ela trabalha com o subconsciente das pessoas. Subliminares são sugestões ocultas que somente o nosso subconsciente percebe. Podem ser sonoras, ocultas por entre a música; visuais, disfarçadas em cada quadro e mostrados tão rapidamente na tela que não são vistos. A mais antiga técnica de áudio subliminar usa uma voz que segue o volume da música de tal modo que as subliminares são impossíveis de detectar sem um aparelho próprio. Dá-se o nome de mensagem ou propaganda subliminar à toda aquela mensagem que é transmitida em um baixo nível de percepção, tanto auditiva quanto visual de forma a atingir o sub-inconsciente das pessoas. Embora não se possa identificar esta absorção da informação, o subconsciente capta-a e ela é assimilada sem nenhuma barreira consciente, sendo aceita como se o receptor tivesse sido hipnotizado. LEITURA ILUSTRADA A leitura é fundamental em qualquer situação ou momento da vida e para atrair leitores utiliza diferentes estratégias e recursos. Entre os mais atraentes destacam-se as ilustrações de diferentes tipos, tamanhos e modalidade. É necessário analisar todos os indicadores disponíveis para descobrir o significado dessas ilustrações e assim poder entender sua importância na motivação para a leitura .Entre os textos mais adequados destacam-se as embalagens comerciais, os anúncios, os folhetos de propagandas, as histórias em quadrinhos e demais portadores de textos que favorece o entendimento do sentido a partir da imagem, isto é, qualquer elemento que se permita imaginar ou deduzir o que ali poderia estar escrito. As histórias ilustradas caracterizam-se por uma linguagem econômica de frases curtas. Os recursos utilizados normalmente nessas histórias são a ironia, a caricatura e a sátira. A intenção desses textos é provocar risos utilizando os recursos da língua e imagens que alteram a ordem dos acontecimentos LEITURA NÃO VERBAL Os textos não verbais representados nas pinturas, esculturas, fotografias, músicas, mímicas, danças, gestos, expressões faciais, símbolos e outros meios, representam formas de linguagens para transmitir também informações. Essa visão de mundo é hoje um conceito vulgarizado em relação ao seu real significado no sentido de comunicação humana, pois não é fácil explicar o significado de tudo que se pode observar. E toda a base de símbolos e signos é ensinada antes mesmo de aprender a ler através de objetos, sentimentos e só depois é que se passa para o código da escrita através do alfabeto. As imagens precisam de seu código de leitura para que se possa compreender o que elas significam no contexto geral, no tempo e no espaço. A partir de textos não verbais o aluno terá contato com várias realidades que estão a sua volta ampliando o seu universo cultural, mostrando as diversas formas de linguagens com observações necessárias à escrita e muitas atividades poderão ser trabalhadas como as emoções, sensações, com os sentimentos que hoje estão tão esquecidas nas salas de aula. LEITURA PUBLICITÁRIA Este tipo de texto sugere ao leitor que se compre o produto anunciado. Ele combina a imagem com a mensagem, ampliando o seu significado. São normalmente textos criativos, repletos de recursos para atingir seu objetivo, combina a imagem com a mensagem, ampliando o seu significado, induzindo, persuadindo e convencendo o público a comprar e que estão no seu cotidiano. Os textos são inteligentes, criativos e repletos de recursos para que se possa atingir o objetivo de convencer, induzir, com a intenção de vender. Na sociedade de hoje, sofre-se constante bombardeios publicitário por meio de cartazes na rua, comerciais na televisão e no rádio, propagandas em revistas e jornais sempre com o intuito de estar vendendo alguma coisa, pois todos promovem o consumo de produtos. Quando se traz para a sala de aula esse tipo de leitura como mais um recurso de trabalho, o aluno passa a conhecer o que e como cada produto esta dizendo, suas finalidades e características e passa a ser um consumidor mais atento e crítico em relação aos produtos das propagandas. A LEITURA COMO DIREITO E PRAZER A leitura é um importante instrumento para a libertação e reconstrução da sociedade, pois sabendo ler, as pessoas podem conhecer e concretizar-se a respeito do que acontece na realidade e muitos não seriam injustiçados muitas vezes pelo poder social. A busca da leitura como direito de todos não pode ser esquecida, ela deve ser entendida como um ato de prazer também nas formas de encaminhamento pelas escolas. A escolha do livro a ser lido é de fundamental importância na criação do gosto pela leitura. É o interesse e a maturidade adequados à realidade do leitor que deverão direcionar a escolha. Partindo do pressuposto de que a leitura suscita o prazer de que, por meio dela, tornam-se as pessoas capazes de ingressar num universo fantástico, nada mais natural que associar o objeto livro a idéia de brinquedo . Se a criança brinca, ela é capaz de descobrir o lado lúdico do livro, encantando-se com as surpresas que lhe são reservadas a cada virar de páginas. Quanto mais cedo a criança tiver contato com livros, e for capaz de ver neles um grande brinquedo, mais fortes serão seus vínculos com a leitura. Em trabalhos educacionais, é necessário se pensar em que condições os professores podem realizar o encaminhamento da leitura, num contexto de transformação surgindo conforme a modificação da consciência que se tem cerca da importância que a leitura pode ter, pois ela se constitui no encontro do homem e a sociedade. Dimenstein, (2000, p.29) diz: Cidadania é o direito de ter uma idéia e poder expressa-la. É poder votar em quem quiser sem constrangimento. É processar um médico que cometa um erro. É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta... o direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. Os livros devem ser introduzidos na vida da criança, de acordo com seu nível de compreensão do mundo, de elaboração de pensamento e sua experiência anterior. Isto significa que o livro ideal para a criança é aquele no qual encontra tanto elementos que ela já reconhece quanto alguns elementos novos, a partir dos quais ela possa alargar seus horizontes e enriquecer sua experiência de vida. A criança apresenta fases diferentes de compreensão, é necessário verificar se ela foi estimulada a dar importância para a leitura. Histórias com dobraduras simples, que a criança possa acompanhar, também exercem grande fascínio. Outro recurso é a transformação do contador de histórias com roupas e objetos característicos. A criança acredita, realmente, que o contador de histórias se transformou no personagem ao colocar uma máscara, chapéu, capa, etc.. Assim como as histórias infantis, os contos de fadas têm um determinado momento para serem introduzidos no desenvolvimento da criança, variando de acordo com o grau de complexidade de cada história. Pode-se dizer que os contos de fadas, na versão literária, atualizam ou reinterpretam, em suas variantes, questões universais como os conflitos do poder e a formação dos valores, misturando realidade e fantasia, no clima do Era uma vez... Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, essenciais da condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje. Neles encontra-se o amor, os medos, as dificuldades de ser crianças, as carências (materiais e afetivas), as auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro. A Literatura Infantil, por iniciar o homem no mundo literário, deve ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo. É fundamental mostrar que a literatura deve ser encarada, sempre, de modo global e complexo em sua ambigüidade e pluralidade. As fábulas costumam ser curtas e bem humoradas, transmitindo em linguagem simples mensagens relacionadas ao comportamento do cotidiano, com singelos conselhos sobre lealdade, generosidade e as virtudes do trabalho. Embora os personagens da maioria das fábulas sejam animais, esses apresentam comportamentos humanos, satirizando os defeitos dos homens e revelando verdades universais sobre a natureza humana. A conversa diária com pessoas de diversos lugares, a transmissão de um recado, a placa de sinalização, a propaganda de um produto, o farol do trânsito, a lista de compras, o poema, a música, as parlendas, os contos, as reportagens de jornais e revistas, a bula de remédio, as receitas são inúmeros textos orais, escritos, não verbais que nos rodeiam todos os dias. É importante que o professor conheça as diversas concepções para entender as propostas que lhe são apresentadas, pois essas determinam ações docentes distintas e o tipo de aluno que se deseja formar seja como um mero repetidor de conceitos, um indivíduo isolado de suas características sociais e históricas ou um aluno que possa entender e se localizar dentro de um universo que a sociedade cobra., superando e tendo o compromisso com uma visão de mundo. Ao selecionar um texto o professor deve considerar que o mesmo seja acessível ao aluno dentro de sua capacidade de compreensão, que ele seja gostoso de ler, levando em conta a relação que o texto possa fazer com outros que tratem do mesmo assunto, mas sob pontos de vista diferentes para que percebam as diferenças. O trabalho com a leitura pode levar o professor a desenvolver um projeto permanente, norteado pelo prazer e pela descoberta desse mundo especial que o ato de ler desvenda, reconhecendo o seu valor e o seu sentido na própria vida. A interpretação ou mesmo a análise de qualquer texto deve fazer com que o aluno perceba que os elementos do texto formam um todo, que foram criados para atender as suas características e suas funções. A tendência é que o trabalho do professor apresente poucas variações, a leitura ainda é vista como uma atividade isolada, que não apresenta um planejamento, uma definição clara de objetivos, raramente utiliza recursos audiovisuais a não ser a ilustração do livro que lê. O professor deve estar ciente de que a fala da criança revela sua história, prática cultural e experiências do seu grupo social e não incapacidade de expressão. Para isso é necessário transformar a sala de aula em um ambiente de discussão, interação e de muita prática de leitura como exercício de expressão oral. É o professor quem faz o aluno progredir em sua aprendizagem, planejando todo um processo para que a leitura se concretize como prazer. Ele deve ser o grande incentivador para que seus alunos tenham uma visão agradável da leitura. Ao preparar o aluno para a leitura o professor deve preparar atividades preliminares incentivando sua curiosidade, despertando no aluno o desejo de ler aquele livro a partir de cartazes, indicações, discussões sobre o tema, ajudando assim a curiosidade para aquela leitura. O professor fornecendo informações de caráter científico ou histórias sobre a história que será lida; criando uma atitude positiva no aluno frente ao trabalho que será apresentado o mais lúdico possível através de jogos, músicas, atividades livres; passeios, transformará assim a leitura numa deliciosa brincadeira. Incentivando sempre seus alunos a manifestar interesses com opiniões e responder perguntas sobre os temas abordados, propondo rodas de leitura, em que cada aluno conte a história num resumo para seus colegas, é uma maneira que o professor encontra para que seus alunos tenham uma visão maior do prazer em ler. Como diz Silva, E. (1995, p. 45): O gosto pela leitura, que sem duvida resulta de práticas de leitura, também é produzido socialmente e, por isso mesmo também se sujeita às regras encontradas no conjunto de estrutura social.(...)produzir a leitura, as obras a serem privilegiadas para a leitura da população, os locais para ler,... são arbitrariamente convencionalizadas no sentido de servir como modelo exemplar para todo o conjunto da sociedade. A leitura efetivada dentro dos moldes de acordo com a realidade da criança leva sempre à produção ou construção de novos tipos de leitura. Todas as atividades poderão ser adaptadas nas diversas séries em que o professor atua conforme o texto a ser trabalhado. Se o texto é não verbal, trabalha- se essa linguagem; se for publicitária a propaganda deve ser destacada; em uma poesia a linguagem poética; propondo ao aluno o trabalho com as diferenças que os textos apresentam em seu contexto, percebendo assim as diferentes visões sobre os diversos textos. O educador para trabalhar a leitura como prazer deve sempre incentivar seus alunos com todo tipo de leitura, lendo sempre oralmente ou em silêncio, gerando novas idéias para ampliar o conhecimento do mundo. ANÁLISE GERAL É fácil constatar e entender que atualmente, devido aos tantos recursos de entretenimento de que se dispõe tais como televisão e vídeo, computador e internet, músicas e recursos sonoros de alta qualidade, jogos virtuais e tantos outros meios de ocupar o tempo das pessoas, principalmente dos jovens, torna-se cada vez mais difícil implantar ou manter o hábito da leitura entre os estudantes. Mesmo para trabalhos escolares e também do cotidiano extra-escolar, um número significativo de alunos utiliza a tecnologia como recurso capaz de gerar o que necessita, de modo que esperam pegar estes trabalhos prontos e acabados, o que faz com que eles se desviem da real proposição, que seria usar a tecnologia como um meio que pode proporcionar os ingredientes necessários para que eles mesmos confeccionem necessidades. Além dessa realidade facilitadora, existem outros fatores que prejudicam a formação do hábito de ler. Entre eles, pode-se citar o fato de que, muitos professores ainda acham que a leitura de um bom livro é pura perda de tempo e os alunos acabam vendo essa atividade como algo enfadonho, desagradável e que, geralmente, é imposto, tornando-se uma obrigação. Não se pode culpar rigorosamente os alunos por essa tendência de buscar facilidades, pois esse comportamento é da própria natureza do homem e, graças a ele, os recursos evoluem. Também não se pode culpar apenas os professores por que, eles também são produtos de uma educação tradicional, em que as imposições e exigências dos seus professores também se fizeram presentes. Embora, atualmente, a grande maioria dos educadores tenha suas opiniões convergindo sobre o fato de não se poder realmente educar sem o hábito da leitura, essa é uma idéia que existe apenas na teoria e não na prática. Apesar de os estudantes possuírem tantos recursos e se mostrarem, em muitos casos, independentes, eles ainda tomam o professor e os pais como modelos para seus comportamentos ou tendências de seus atos. Assim, se o professor não tem o hábito da leitura e realmente não gosta de ler, dificilmente conseguirá passar esse modo de ser para seus alunos e mesmo sendo um modelo a ser seguido, o professor deve buscar constantes, novos meios para criar o hábito da leitura em seus alunos. Com a pesquisa pode ser notado que a importância da leitura permite: a integração; a descoberta; o aprofundamento; desenvolve a imaginação e promove conhecimento. A escola muitas vezes é o primeiro contato que o aluno tem com a leitura; ela que faz a divulgação; cria mecanismos para a motivação; forma hábito de leitura; e as dificuldades encontradas: pais analfabetos; condições inadequadas; preço dos livros; pais e professores sem hábito de leitura. Os professores alegam trabalhar várias modalidades; integrar leitura e escrita; estimular a imaginação; conhecer gêneros, gostos e fazem as adequações necessárias e os alunos confundem livro didático com literatura e sentem-se desmotivados realmente para uma leitura com prazer. Atividades que levam os alunos a observarem e descreverem a natureza são muito ricas e estão orientadas para o desenvolvimento da formação do hábito de ler, pois elas percorrem as três partes principais desse conjunto da leitura, escrita e imaginação. O ato de observar não está restrito apenas ao sentido da visão. Os cinco sentidos devem ser exercitados para essa finalidade, sendo bastante significativo para aperfeiçoamento e organização da estrutura cognitiva do estudante, como exemplo, o fato dele ter que dissertar sobre um som que ouve. Muito além de estimular apenas a imaginação, essas atividades exercitam valores considerados fora de moda e atualmente esquecidos na vida moderna. Sentimentos como criatividade, imaginação, percepção, sensibilidade e outros não podem estar excluídos ou atrofiados, pois são virtudes que devem ser desenvolvidas por serem totalmente necessárias à formação do cidadão que a escola pretende formar. REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1991. AQUINO, Julio Groppa (Org.) Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998. BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. São Paulo: Cortez, 1990. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros nacionais: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997. curriculares CAMPOS, Cláudia Arruda. O jovem e a leitura. São Paulo: FDE, 1996. CARDOSO-SILVA, Emanuel. Leitura: sentido e intertextualidade. São Paulo: Unimarco, 1997. 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