Ex-executivo de 78 anos faz hambúrgueres por US$ 7,98 por hora nos EUA Carol Hymowitz 07/10/201412h43 > Atualizada 08/10/201410h55 Ex-vice-presidente da Oral-B, Tom Palome, 78, trabalha como cozinheiro 7 de outubro (Bloomberg) -- "A inatividade me deixa louco", disse Tom Palome, um exexecutivo de marketing de 78 anos que trabalha como cozinheiro e bartender em um restaurante para pagar suas contas. Há um ano, a Bloomberg News reportou a odisseia de Palome no mundo do trabalho dos norte-americanos idosos que não economizaram o suficiente para se aposentar de forma confortável. 15 horas de fama como 'o homem do hambúrguer' Quando a reportagem saiu, "eu tive 15 horas de fama", que incluíram palestras remuneradas e tarefas de consultoria, disse Palome. Depois disso, a onda passou e Palome voltou à sua vida de trabalho normal e à pressão financeira das economias limitadas. Após a reportagem da Bloomberg, publicada em setembro de 2013 e reproduzida por jornais e sites como "The Washington Post", estranhos paravam Palome na rua perguntando "você não é o homem do hambúrguer?" ("Sim, eu sou o homem do hambúrguer'', respondia Palome com orgulho). Muitos outros iam atrás dele no trabalho apenas para apertar sua mão e "ter certeza de que eu realmente existia", disse ele. Guru para pessoas com mais de 70 Por um tempo, parecia que Palome estava a caminho de se tornar um guru para o grupo acima de 70 em relação à vida, ao trabalho e ao planejamento financeiro daqueles que não têm o suficiente para se aposentar, um segmento grande e crescente de norte-americanos idosos. Palome, que no auge da carreira foi vice-presidente de marketing da Oral-B, recebeu telefonemas e e-mails de recrutadores com oportunidades de trabalho, convites para dar palestras em conferências de negócios e propostas de conselheiros de investimentos. Em janeiro, a The Mutual Fund Store, uma empresa de gestão de investimentos, pediu a ele que desse uma palestra em sua reunião de vendas em Nova Orleans, com despesas pagas, mais uma remuneração de US$ 1.000. À medida que os nascidos após a Segunda Guerra foram envelhecendo, o grupo de norteamericanos com 65 anos ou mais que continuam trabalhando saltou 67% no ano passado em relação a uma década atrás, para cerca de 7,2 milhões de pessoas, muitos deles por não possuírem economias suficientes para se aposentarem. Na corrida contra o relógio, o relógio pode acabar ganhando Entre os idosos que trabalham e que vivem uma corrida contra o relógio, o relógio pode acabar ganhando. Nos últimos 12 meses, Palome, que faz exercícios regularmente, teve que lidar com uma dor crônica no joelho que o manteve afastado do trabalho durante dois meses e por causa da qual teve que fazer uma cirurgia. Palome se recuperou, mas não totalmente. Ele voltou ao seu trabalho no restaurante de um campo de golfe municipal, mas deixou um segundo emprego de meio período de promotor de alimentos em um Sam's Club, em um bairro residencial de Tampa. Ele ficou apenas um mês parado após a cirurgia, fazendo fisioterapia várias vezes por semana para poder voltar de bengala ao clube de golfe duas semanas antes do recomendado pelo médico. "Eu disse ao meu médico 'eu tenho que voltar a trabalhar ou perderei meu emprego'", disse ele. Palome recebe cerca de US$ 300 por semana "Tudo o que ele faz é bem feito -- a preparação da comida, o tratamento aos clientes, o treinamento de funcionários mais jovens", disse sua chefe, Ramona Richey. Em julho, quando trocou de emprego e se mudou para outro campo de golfe de Tampa, Richey convenceu Palome a ir com ela. Ele trabalha 20 horas, quatro dias por semana e recebe US$ 7,98 por hora, mais gorjetas, ou cerca de US$ 300 por semana, pouco menos do que no ano passado. O salário complementa os US$ 1.200 por mês da Seguridade Social, mais US$ 600 de uma pensão de seu último emprego corporativo. Assim, ele pode comprar passagens de avião para visitar os filhos e os dois netos, fazer consertos na casa e arcar com outros gastos extras. Palome precisa do dinheiro. "Não importa o que você faz, desde que você goste de fazer. De outra forma, você terá um desempenho ruim", disse ele. "Eu pretendo trabalhar até não poder mais andar. Eu ainda sou o homem do hambúrguer". http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2014/10/07/ex-executivo-de-78-anos-aindatrabalha-fazendo-hamburgueres-por-us-798-por-hora-nos-eua.htm