OPI N I ÃO A gênese da desorientação energética Dominante a partir de 2008, se caracteriza por medidas de curto prazo, por meio de intervenções que derrubam qualquer planejamento das empresas Adriano Pires (*) A opção pela intervenção, o abandono do planejamento e a falta de respeito pelo mercado são a gênese da desorientação energética promovida pelo governo brasileiro. Essa política da desorientação se tornou dominante a partir de 2008 e se caracteriza por medidas autoritárias de curtíssimo prazo, por meio de intervenções que derrubam qualquer planejamento das empresas. Petrobrás não precisaria vender ativos valiosos, como os campos da África e mesmo campos de petróleo em produção no Brasil, o que acaba comprometendo o futuro da empresa. As ações teriam outro comportamento, com a Petrobrás investindo no pré-sal, com nível de endividamento menor, enquanto empresas privadas teriam sinal econômico para construir refinarias. Enfim, daríamos fim ao processo atual de a estatal transformar investimento em custo. No petróleo, essa política acabou com o planejamento da Petrobrás. Com o anúncio do pré-sal, a empresa apresentou um ambicioso plano de negócios prevendo investir mais de US$ 200 bilhões ao ano. Ao mesmo tempo, o governo intervém e congela os preços da gasolina e do diesel, justamente no momento em que a empresa precisa fazer caixa. A intervenção do governo criou mais deveres para a Petrobrás e tirou o seu direito de estabelecer os preços desses combustíveis seguindo a tendência do mercado internacional. Na tentativa de melhorar o caixa da estatal, o governo intervém novamente e erra ao desonerar a gasolina e o diesel, acabando com a Cide. No gás natural, a falta de planejamento e de regulação é total. Os motivos são bem conhecidos: o monopólio desregulado da Petrobrás; um mercado totalmente verticalizado; uma política de preços em que convivem cinco preços diferentes (gás boliviano, gás nacional, gás para térmicas, gás Outra vítima da intervenção no preço da gasolina foi o etanol, que foi duplamente punido, pelo congelamento do preço da gasolina e pela desoneração da Cide. 2 Jornal Paraná - Setembro 2013 para fertilizantes e GNL); uma política de livre acesso a gasodutos que não funciona; e a presença de um único ofertante. Outra vítima da intervenção no preço da gasolina foi o etanol, que foi duplamente punido, pelo congelamento do preço da gasolina e pela desoneração da Cide. A falta de planejamento chegou ao limite do absurdo ao desonerar um combustível sujo e importado em detrimento de um limpo e que gera mais empregos. A política da desorientação energética provocou a perda de 12% no valor das empresas elétricas nos últimos 12 meses. Com a publicação da Medida. Provisória 579 e a posterior Lei n.° 12.783, o governo reduziu na marra e sem diálogo as tarifas, criando uma total bagunça regulatória e legal. Essa bagunça já custa hoje R$ 17 bilhões e os problemas criados estão sendo decididos não na Aneel, e sim no Judiciário. Se o governo praticasse o planejamento, e não a intervenção, poderíamos ter criado um círculo virtuoso de energia competitiva, investimentos, geração de empregos e crescimento econômico. A No gás natural, poderíamos aumentar a oferta de forma diversificada criando um mercado de concorrência. Não teríamos o País dividido em vários tipos de consumidores: os de São Paulo e do Sul pagando gás em dólar e o restante, gás nacional em real. Com planejamento, já poderíamos ter uma política de preços de energia que não punisse o gás, que levasse em conta aspectos fiscais e tributários e que fornecesse sinais econômicos consistentes para produtores, transportadores, distribuidores e consumidores. Em vez de jogarmos pela janela a nossa vantagem comparativa como produtor de etanol, com planejamento voltaríamos a dar previsibilidade aos produtores, tendo como benefício imediato o fim das importações de gasolina, voltando a estimular a inovação, a produtividade e toda a indústria local de fornecimento de bens e serviços. Com isso, acabaria o paradoxo atual de que, enquanto a venda de carros flex vai bem, a do etanol vai mal. Com planejamento, é possível reduzir as tarifas de energia elétrica, repensando toda a carga tributária e promovendo leilões na renovação das concessões, ou seja, deixando funcionar a famosa lei da oferta e da demanda e abandonando definitivamente os magos de Brasília com suas bolas de cristal. (*) Adriano Pires é diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) ganha novo foco em 2014 Programa terá amplitude maior e será desenvolvido nas próprias usinas, coordenado pela UFPR e Alcopar MARLY AIRES Os gerentes agrícolas das 30 usinas e destilarias paranaenses participaram no último dia 4 de setembro, na sede da Alcopar, em Maringá, de uma reunião para discutir as bases do Programa de Pesquisa com a Cana de Açúcar no Paraná. O grupo tem se programado para iniciar os trabalhos já em 2014. Só falta formatar o projeto e fazer a estimativa dos valores a serem investidos. Diante do crescente custo de produção da cana de açúcar e produtividade em queda, a exemplo do que ocorreu em todo o Centro-Sul do País, além de preço de produtos que não remuneram, as usinas do Paraná decidiram buscar soluções e reverter a situação com investimentos em pesquisa, além da renovação dos canaviais e otimização das plantas industriais. As usinas do Paraná nunca deixaram de in- vestir em pesquisa, desde que o antigo Planalsucar foi extinto. Para isso sempre contou com a parceria com várias instituições, especialmente a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Ridesa (Rede Interuniversitária para Desenvolvimento do Setor Sucroenergético). Mas, todo trabalho foi sempre mais voltado para o melhoramento genético e desenvolvimento de novas variedades. Isso se repete em praticamente todo o Brasil, com raras exceções. Na reunião de maio do conselho deliberativo e fiscal da Alcopar, os diretores das usinas do Estado aprovaram em assembleia ordinária a destinação de recursos para pesquisa e a elaboração de um plano de trabalho, elegendo algumas áreas prioritárias. O programa de pesquisa será coordenado pela UFPR e Alcopar, sendo desenvolvido nas pró- INVESTIMENTO Pesquisa no Paraná prias usinas paranaenses, nas condições locais e dentro do contexto de produção, pela equipe técnica das indústrias, professores e especialistas nas diversas áreas. Serão aproveitadas as estruturas e as pesquisas já desenvolvidas nas unidades, organizando melhor e ampliando. O trabalho deve contar com o respaldo científico de outras universidades paranaenses e instituições de pesquisa. O grupo também aumentará o intercâmbio entre as próprias usinas paranaenses e de outros estados, com o objetivo de trocar resultados de pesquisas e experiências ou conhecer o que se tem feito em outras regiões, buscando eliminar etapas. “Nosso desafio é encontrar soluções e de maneira urgente. É preciso ver o que tem sido feito no Brasil e no mundo, adequando técnicas para a nossa realidade e desenvolvendo outras”, diz Miguel Tranin, presidente da Alcopar. Setembro 2013 - Jornal Paraná 3 INVESTIMENTO Projetos estão em fase de elaboração Foram formados cinco polos de pesquisas e o foco inicial será mecanização do plantio e da colheita e os subtemas relacionados No último dia 4, os gerentes e os professores Edelclaiton Daros e Heroldo Weber, da UFPR, definiram em conjunto as linhas do trabalho e iniciaram a elaboração dos projetos. A ideia, no longo prazo, é trabalhar a pesquisa de forma ampla, abordando todos os aspectos: melhoramento genético da cana, biotecnologia, fitossanidade, solos, nutrição e adubação, manejo da lavoura, climatologia e irrigação, socioeconomia, difusão e transferência de tecnologia além do industrial e todas as subdivisões que permeiam esses assuntos. A princípio, entretanto, foram definidas algumas áreas de pesquisa que são estratégicas e demandam maior atenção neste momento, com foco na mecanização do plantio e da colheita e todos os demais aspectos que permeiam o tema. A mecanização alterou todo processo de produção da cana e trouxe uma série de consequências negativas que demandam soluções urgentes, destacaram os presentes. 4 Jornal Paraná - Setembro 2013 Costa, Goioerê e Tapejara, além da Sabarálcool de Perobal. E o quinto é composto pela Melhoramentos de Nova Londrina, Coopcana e cinco unidades da Santa Terezinha: Rondon, São Tomé, Cidade Gaúcha, Terra Rica e Paranacity. Detalhamento do trabalho teve início em reunião dia 4 de setembro, na Alcopar Dentre os subtemas estão: a compactação do solo, colheita mecânica de cana crua, efeito da palha sobre o solo, sobre a incidência de pragas e doenças e sobre a germinação da cana soca, além de buscar qual o melhor espaçamento para a colheita mecanizada, sistematização do terreno, conservação, adubação, correção e tudo mais. Na reunião foram criados cinco polos regionais de pesquisa, levando em conta os tipos de solo e clima e a localização das unidades industriais, além de eleito o comitê de gestão que irá coordenar o trabalho, com dois representantes em cada polo. No primeiro ficaram as usinas Jacarezinho, Dacalda, Bandeirantes, Dasa e Dail. No segundo, Cooper- val, as duas unidades da Renuka Vale do Ivaí, a Sabarálcool de Engenheiro Beltrão e a Melhoramentos de Jussara. O terceiro é formado pelas três unidades da Alto Alegre, Nova Produtiva, Central e a Santa Terezinha Iguatemi. No quarto polo ficaram quatro unidades da Santa Terezinha: Ivaté, Foram eleitos para compor o comitê de gestão: Valter Sticanella do Grupo Maringá (Usina Jacarezinho), José Carlos Turato da Destilaria Melhoramentos, Victor Vicari Rezende, da Sabarálcool, Jair Zerbinati, da Renuka Vale do Ivaí, Paulo Henrique Chaves de Souza, da Nova Produtiva, Carlos Arruda, da Dacalda, e Guilherme Rodrigues, da Usina Santa Terezinha Paranacity. “Desafios são imensos. A ideia é que os representantes dos polos se reúnam periodicamente para trocar informações, estabelecendo prioridades”, afirma Edelclaiton Daros, pesquisador da UFPR. Recursos serão gerenciados por uma fundação. “Esperamos ter alguns resultados mais consistentes já em quatro ou cinco anos”, acrescenta. Objetivo é integrar os profissionais das usinas e trazer conhecimentos que possam reciclar e ajudar a melhorar processos nas mais variadas áreas Marly Aires Com uma palestra sobre formação e condução dos viveiros de mudas de cana, feita pelo pesquisador e consultor Álvaro Sanguino, a Syngenta em parceria com a Alcopar realizou o 1° Syntegração – 2013. O evento foi no dia 16 de agosto, em Maringá, com a presença de engenheiros agrônomos, técnicos e gerentes agrícolas das 30 usinas paranaenses. O objetivo foi também planejar a programação de eventos para o restante do ano e definir como estes serão. Seguindo os moldes do evento já realizado há sete anos no estado de São Paulo, na região de Catanduva, representantes da Syngenta propuseram um trabalho semelhante, com reuniões periódicas durante todo o ano. Em São Paulo são realizados de 10 a 11 encontros por ano e no final do período, um grande evento de confraternização também para a família. A ideia é repetir o modelo no Paraná, mas os profissionais das usinas paranaenses é que vão definir o que querem, a partir desse primeiro contato. Os representantes da Syngenta deixaram claro que trouxeram uma proposta de trabalho, mas que a Syntegração pertence ao grupo e que eles vão definir como serão os eventos. Que o objetivo é o crescimento do setor e que a Syngenta é apenas o facilitador. O encontro surgiu a partir de uma demanda das usinas paulistas. É um espaço para discutir problemas e trocar informações. Objetivo é integrar o grupo e trazer conhecimentos que possam EVENTO 1º Syntegração aborda formação de viveiros reciclar e ajudar a melhorar processos nas mais variadas áreas. Normalmente conta com uma palestra técnica seguida de confraternização e espaço para troca de informações. A primeira edição do evento foi no dia 16 de agosto, em Maringá Setembro 2013 - Jornal Paraná 5 EVENTO Qualidade da muda tem que melhorar Álvaro Sanguino lembra que o objetivo dos viveiros é obter plantas sadias, bom estande e vigor para desenvolvimento e longevidade do canavial A necessidade de melhorar a qualidade das mudas foi o principal ponto defendido pelo consultor Álvaro Sanguino, ex-pesquisador do CTC, em sua palestra sobre formação e condução de viveiros, destacando a importância de fazer teste de viabilidade de gema e brotação da cana muda 20 dias antes do início do plantio no campo, colhendo as amostras de forma aleatória. “Cana para plantio tem que ser perfeita, sadia, com qualidade para brotação e vigor. O que nascer após 15 dias do plantio, não interessa, não vai se desenvolver, mas apenas consumir adubo e água, competindo com as demais plantas, e morrer por falta de vigor”, afirmou ressaltando que o problema é que estão plantando gema morta e tentando proteger. “O produtor abre uma cova mal feita, põe o defunto e espera que ressuscite”, disse. Durante o período de expansão do setor, há alguns anos, plantou-se o que tinha, sem se preocupar com a qualidade de muda e o resultado está sendo colhido agora. “Quem não sabe o que tem dentro de casa, não sabe como cuidar. Tem que planejar. É uma área de extrema importância para a usina”, afirmou. O pesquisador lembrou que a cana é igual às demais culturas. Mas que se tem plantado esta com mudas com menos de 30% de gemas viáveis. “Produzir menos do que 70 toneladas por hectare não dá. Está perdendo competitividade. Só vai aumentar a longevidade e produtividade se formar 6 Jornal Paraná - Setembro 2013 touceira boa com sistema radicular perfeito”, ressaltou. Para ele não adianta ter um excelente resultado operacional, com “x” hectares de cana plantados por dia se a cana não nascer com vigor. “Ou volta a praticar tecnologias esquecidas ou vai continuar perdendo produtividade”, alertou. Sanguino citou que normalmente há 20% de perda de gemas em média durante as operações de corte, carregamento, transporte, distribuição e cobrição de mudas. “Se o potencial de germinação for de 30%, vai plantar o que? Joga-se um monte de cana porque não sabe o que nasce”, comentou. Usar de 18 a 20 toneladas de cana por hectare, como é feito hoje com o plantio mecânico, é o equivalente a usar de 20 a 25 gemas por metro. “É um volume de cana que poderia estar sendo moído ou usado para o plantio de uma área maior”. Um cálculo que considera a qualidade da muda para definir a densidade de plantio aponta que com uma cana muda de boa qualidade com germinação entre 80% a 100%, mesmo considerando uma quebra operacional de 20%, é possível plantar tranquilamente de seis a oito gemas por metro. As de qualidade média, com 65% a 75% de germinação, o número de gemas sobe para oito a 11, mas se a muda for de qualidade ruim, com germinação de 50% a 60%, tem que se usar de 13 a 17 gemas. O pesquisador lembrou que o objetivo de se formar os viveiros de mudas é a sanidade, evitar o transporte de pragas e doenças, além de obter um bom estande de plantas nos plantios, sem falhas, com rápida germinação, vigor e excelente desenvolvimento, deixando o canavial homogêneo e com maior longevidade. Outro ponto que não pode ser esquecido, citou Sanguino, é que no canavial comum, o objetivo é produzir açúcar e etanol. No viveiro, o objetivo é produzir gema boa. Por isso nutrição e herbicidas usados são diferentes. “Objetivo diferente, tratamento diferente. Cana para açúcar pode sentir e se recuperar após a aplicação de herbicida, mas se isso matar ou danificar a gema na muda de cana, é problema”, finalizou. Só vai aumentar a longevidade e produtividade do canavial com boa muda Como conduzir o viveiro • Plantio em solo fértil. • Aplicar 30 dias antes do plantio 20 kg de N por hectare para homogeneizar a brotação e dar vigor à planta. • Usar muda cana com nove a 12 meses. • Período ideal de plantio é de outubro a março. Ninguém planta outras culturas fora da época recomendada. Solo tem que estar com 20º C para germinar. Roguing e tratamento térmico são ferramentas importantes • Não utilizar produtos para encurtar o nó pensando em plantar mais gemas. • É viável plantar com pouca gema. • Não existe viveiro sem água. É preciso irrigar. Quanto mais tempo o tolete ficar debaixo da terra, maior a chance dos microorganismos matarem a gema. • Mato e muda não combinam, mas cuidado com o herbicida usado. Pode matar a gema. • Conhecer as principais doenças para fazer roguing. • Observar outras doenças. Algumas que não eram mais problema nas lavouras de cana estão reaparecendo porque mudou o microclima com a palha. • As variedades mais plantadas atualmente foram selecionadas na época da cana queimada. • Evitar disseminação e entrada de doenças com a desinfecção de facões e máquinas. • Não adquirir ou plantar mudas sem sanidade. Setembro 2013 - Jornal Paraná 7 EVENTO Controle de doenças e pragas começa no viveiro Tratamento térmico da muda é um dos mais eficientes processos na usina para tratar doenças como o raquitismo e a escaldadura, mas foi abandonado Controlar doenças e pragas é um dos principais objetivos de se ter um viveiro, permitindo que o plantio comercial se inicie com plantas sadias, que absorvam água e nutrientes de forma eficiente. Qualquer lavoura começa com boa semente. Muitas das usinas, entretanto, tem se descuidado disso, comprometendo o desenvolvimento, a produtividade e a maturação da lavoura, comentou o pesquisador Álvaro Sanguino. A base é não adquirir ou usar mudas sem qualidade ou sanidade, diz, optando por variedades resistentes. Também, é preciso conhecer qual o problema que tem na lavoura, para controlar. “Atualmente, há inúmeras ferramentas para diagnóstico de doenças”, afirmou. O tratamento térmico da muda que será implantada no viveiro, método antigo, conhecido desde a década de 1950, é um dos mais eficientes processos na usina para tratar doenças como o raquitismo e a escaldadura, mas foi abandonado, lamentou o pesquisador. Para ser eficiente, este deve ter um perfeito controle da temperatura de forma contínua, ficando pelo tempo necessário imerso em uma quantidade de água que obedeça à relação massa/volume de 1/6. 8 Jornal Paraná - Setembro 2013 Depois, é só cuidar no campo para evitar a disseminação e a entrada dessas doenças adotando a desinfecção de facões e instrumentos agrícolas a cada troca de talhão. Sanguino citou o caso de usinas que adotaram o tratamento térmico e a desinfecção dos equipamentos e que conseguiram em oito anos zerar a ocorrência de raquitismo. De um modo geral, afirmou que os índices da doença vinham caindo significativamente. Diagnóstico feito em 2006 apontava os viveiros com média de 1,5% de raquitismo. Mas que com a colheita de cana crua e o abandono do tratamento térmico, voltaram a crescer de forma preocupante, girando em torno de 15%. E há variedades que, devido a seu potencial produtivo, foram multiplicadas sem cuidado, fazendo com que hoje apresentem 85% de raquitismo. “A cada 1% da doença significa 0,5% de perda de produtividade. A escaldadura também provoca prejuízos enormes”, alertou. Já no caso de doenças como o carvão, além da resistência de variedade, um método de controle bastante eficiente para Sanguino é o roguing (examinar e remover as plantas com doenças ou de mistura varietal). Mas ressaltou que este deve ser feito de acordo com o ciclo da doença, e não quando é possível. “Depois de mosaico e carvão disseminados na lavoura, não adianta fazer roguing. Tem hora certa. Também é preciso conhecer bem as principais doenças e procurá-las em variedade que é suscetível. Fazer isso na que é resistente é perder tempo”, enfatizou. Outro grande problema é colmo brocado usado como muda, que leva a praga para os plantios comerciais. Controle de broca é prioritário na muda. Álvaro Sanguino: sanidade Moagem de cana acelerou o ritmo, mas ainda não foi possível recuperar o tempo perdido com as chuvas contínuas entre junho e julho Marly Aires Com foco na produção de etanol, visando garantir o abastecimento, as usinas do Paraná já produziram até o dia 16 de setembro 942,7 milhões de litros, 5,7% a mais que os 891,8 milhões obtidos no mesmo período do ano passado. O maior crescimento se deu na fabricação de etanol anidro, 9,6% a mais (303,5 milhões de litros), enquanto o hidratado cresceu 3,9% (639,2 milhões). Com a prolongada estiagem no Paraná ocorrida nos meses de agosto e setembro, a moagem de cana de açúcar acelerou o ritmo, mas ainda não foi possível recuperar o tempo perdido entre junho e julho, quando as chuvas contínuas impossibilitaram a colheita e reduziram significativamente o número de dias trabalhados na indústria, afirma o superintendente da Alcopar, José Adriano da Silva Dias. Até o dia 16 de setembro tinham sido esmagados no Estado 27,09 milhões de toneladas de cana, 1,3% a menos que no mesmo período da safra passada, 27,45 milhões de toneladas. Consequentemente, a produção de açúcar no período, 1,895 milhão de toneladas é 7,7% menor em comparação com a safra anterior, quando foram produzidos 2,053 milhões de toneladas. A média do total de quilos de ATR (Açúcar Total Recuperável) produzidos por tonelada de cana vem se recuperando, mas ainda está 0,8% abaixo em comparação com a safra passada, 132,79 kg ATR/t cana contra 133,87 kg ATR/t cana em 2012/13. Apesar da geada, que prejudicou principalmente as lavouras das usinas localizadas na região do Vale do Ivaí, a Alcopar revisou para cima SAFRA Usinas priorizam produção de etanol no PR sua expectativa de produção de cana de açúcar nesta safra. As chuvas abundantes elevaram a expectativa de produção para 42 milhões de toneladas no Paraná. Segundo o presidente da Alcopar, Miguel Tranin, já é certo, entretanto, que não será possível colher toda essa matéria prima, devendo sobrar no campo para a safra 2014/15 pelo menos 2 milhões de toneladas de cana. Setembro 2013 - Jornal Paraná 9 MEIO AMBIENTE Semeando o Verde e colhendo conscientização Santa Terezinha estimula o voluntariado e o cuidado ambiental com mais de 25 mil mudas de árvores plantadas e envolvimento de 4.200 crianças Da Equipe de Redação Muito mais do que um passeio, plantar árvores foi uma experiência única para muitas das mais de 4.200 crianças de 20 escolas públicas que participaram este ano do plantio de mudas de espécies nativas e das demais atividades do projeto “Semeando Verde” em todas as unidades da Usina Santa Terezinha. Isso foi retratado nos materiais elaborados pelos estudantes como parte da programação do evento, no período de 3 a 27 de setembro. Por meio de atividades educativas, lúdicas e cultu- rais, foram realizadas ações como palestras, apresentações teatrais, concursos de frases, plantios de árvores, entrega de kits e premiações envolvendo a temática preservação ao meio ambiente. A expectativa é de fechar a atividade com mais de 25 mil mudas de espécies de árvores nativas plantadas este ano por crianças e voluntários. e em Rio Paraná, no Mato Grosso do Sul. “O Semeando o Verde, desde 2005, vem contribuindo para a formação de uma sociedade ambientalmente correta, responsável pela preservação da biodiversidade, comprometida com o futuro da nova geração”, afirma o gerente de sustentabilidade da Usina Santa Terezinha, Luis Alberto Soria. As cidades contempladas pelas ações foram as das unidades de Iguatemi, Ivaté, Tapejara, Cidade Gaúcha, Paranacity, Rondon, São Tomé e Terra Rica, no Paraná “A preocupação da Santa Terezinha com a sustentabilidade e o meio ambiente é muito forte. Por isso foi criada uma gerência de sustentabilidade, com células Metas Segundo o gerente de sustentabilidade da Usina Santa Terezinha, Luis Alberto Soria, o projeto tem como meta, até 2015, disseminar informações sobre a preservação do meio ambiente para mais de 12 mil alunos, plantar 100 mil mudas de árvores nativas e frutíferas e recuperar 20 áreas de preservação com a presença e participação dos alunos do 4º ano da rede municipal de educação. Em 2012, o projeto “Semeando o Verde” contemplou 3.834 crianças de 6 a 12 anos de idade. No total foram plantadas 24 mil árvores nativas e frutíferas por 1.282 crianças e colabora10 Jornal Paraná - Setembro 2013 dores nas unidades de Cidade Gaúcha, Iguatemi, Ivaté, Paranacity, Rondon, São Tomé, Tapejara e Terra Rica. As mudas são cultivadas no viveiro das unidades e doadas pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e Green Farm CO2Free, empresa localizada no Mato Grosso do Sul. Na segunda e terceira edição do Selo dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - Empresa Parceira, a Usina Santa Terezinha, através do projeto “Semeando o Verde”, foi certificada por suas práticas a favor dos ODM e por contribuir com o crescimento sustentável do Paraná. em cada unidade, que desenvolve diversas ações como essa, visando conscientizar os colaboradores e a comunidade. A mudança começa com educação e conscientização das crianças”, afirma o diretor da unidade em Iguatemi, Júlio César Meneguetti. cia de preservação que as aproxima da empresa e incentiva o colaborador a prática do voluntariado, contribuindo para formação de cidadão consciente”,diz. Ronaldo Pereira, diretor comercial da FMC Agricultural Solutions, que é apoiadora do projeto, diz que O “Semeando o Verde” “estimular a consciência amconta com a participação de biental das crianças e colacolaboradores, jovens apren- boradores, além de preservar dizes e voluntários. Rodrigo e recuperar o meio ambiente Paschoal Bellusci, psicólogo são essenciais para o crescique atua no treinamento da mento e desenvolvimento unidade em Paranacity diz sustentável no agronegócio. que essa ação “desenvolve Por isso, a FMC apoia essa nas crianças uma consciên- iniciativa”, destaca. Dos 2 mil atletas que fizeram o percurso, 88 eram da usina, que também realiza uma versão própria da corrida de rua em novembro, em Iguatemi Marly Aires Cerca de 2 mil atletas participaram da 10ª edição da maratona de revezamento “Vanderlei Cordeiro de Lima” – Pare de Fumar Correndo realizada no dia 25 de agosto, em Maringá, em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Fumo. Saindo de frente à Prefeitura de Maringá, percorreram 42.195 m com a proposta de ter uma vida mais saudável. A Usina Santa Terezinha participou ativamente com 11 equipes inscritas, sendo 88 colaboradores e convidados no total. A equipe melhor classificada da usina ficou em 10º lugar: Luciano Miguel dos Santos, Valdenir Ferrasco, Juliano Martari, Edmilson de Oliveira, José Carlos de Aguilar, Edmar Antonio Correia, Alessandro da Silva Flauzino e Sebastião Carlos de Lima. Desde 2008, a usina desenvolve o “Projeto Atletismo”, que envolve diversas ações de incentivo à prática esportiva e participação em corridas de rua no Paraná, visando melhor qualidade de vida e saúde do colaborador e de seus familiares em todas as unidades industriais do grupo. Estes são estimulados e recebem apoio para participar da Maratona de Revezamento – Pare de Fumar Correndo – Vanderlei Cordeiro de Lima e da Prova Rústica Tiradentes, ambas em Maringá. ESPORTE Santa Terezinha participa em peso de maratona Percebemos uma integração entre os setores e também unidades produtivas da empresa”, diz a responsável pela responsabilidade social da Santa Terezinha, Solange Gil Azevedo. Projeto promove interação, socialização, prática de atividade física e bem-estar A empresa oferece, no dia da corrida, equipe de apoio e premiação interna para os colaboradores, que neste ano foram tênis, dois celulares (mini galaxy) e 30 brindes (mochila, bola, bolsa, gar- rafa, corda e pochete). “O Projeto Atletismo proporciona um momento de interação e socialização, além de promover a prática de atividade física e bem-estar. Além disso, a unidade de Iguatemi promove desde 2008 a Corrida Rústica de Iguatemi Elenilson Silva, no dia 15 de novembro, uma iniciativa que conta com a parceria da UEM (Universidade Estadual de Maringá), por meio do projeto “Tabagismo - Pare de Fumar Correndo”. Os colaboradores de todas as unidades da usina participam em peso, assim como a comunidade do distrito e dos municípios da região. Setembro 2013 - Jornal Paraná 11 HOMENAGEM Ricardo Rezende é Benemérito da Indústria Paranaense A esposa Dayse e os filhos, Ricardo, Victor e Fábio, receberam título póstumo em evento da Fiep, em agosto, em Curitiba Da Equipe de Redação O engenheiro agrônomo e empresário Ricardo Albuquerque Rezende, fundador da Sabarálcool, falecido no ano passado, foi homenageado com a Comenda Póstuma de Benemérito da Indústria do Paraná no último dia 19 de agosto, em Curitiba, durante as comemorações dos 69 anos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Em 1992, o empresário já havia recebido a Medalha e Diploma do Mérito Industrial pela Fiep. Por cerca de cinco minutos, Dayse Eliana Vicari Rezende destacou o caráter empreendedor do marido e sua luta por melhores condições para o setor produtivo brasileiro e para a indústria sucroenergética. “Os obstáculos sempre foram muitos, bem conheci- e não mediu esforços para atingir seus objetivos. Sempre soube transformar o futuro no presente com muita perseverança, lealdade e honestidade. Ficamos orgulhosos e motivados pela homenagem. A classe industrial reconheceu o que meu pai fez em prol da indústria, do Estado e da sociedade”, lembrou o filho e diretor presidente da Sabarálcool, Ricardo Albuquerque Rezende Filho. Família destacou caráter empreendedor e luta por melhores condições para o setor dos por todos os empresários”, lembrou Dayse, ressaltando que nada disso, porém, abalou a obstinação de Ricardo. Ao final do discurso, descerrou com o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, três placas destacando três empresá- rios falecidos. A Comenda da Fiep foi uma homenagem às pessoas que deixaram um legado, aos empresários e personalidades que colaboraram e que contribuem com o crescimento indus- Empreendedor nato Para o diretor agrícola, Victor Vicari Rezende, o pai era um homem inquieto. “Não conseguia ficar parado, um empreendedor nato. A homenagem reverencia todo o trabalho e dedicação dele em prol do Paraná. Bom seria se ele estivesse conosco recebendo esta homenagem. Sempre foi nosso maior exemplo e meu eterno guia”, enfatizou. Fábio Vicari Rezende, filho e diretor Administrativo/Financeiro e Indus12 Jornal Paraná - Setembro 2013 trial da Sabarálcool, contou que a família ficou feliz com a homenagem. "Esta comenda é um motivo de orgulho e um incentivador a mais para dar continuidade ao trabalho do meu pai. Ele foi um incansável lutador em um país onde não se dá condições aos empresários. Ele conseguiu chegar onde sonhava, por seu mérito". Outros empresários, de diferentes segmentos e de diversas regiões do Estado, também foram homenage- ados e tiveram seus trabalhos reconhecidos. Por seu dinamismo, empreendedorismo e talento, o empresário Ricardo Albuquerque Rezende foi indicado pelos sindicatos Siapar, Sibiopar, Sialpar, Sindimetal Maringá, Sinduscon Nor e Singramar para ser homenageado com o título Benemérito da Indústria. Ricardo Rezende: exemplo trial do Paraná e do País. A solenidade contou com a presença de familiares, lideranças empresariais e políticas de todo o Estado. “Meu pai foi um homem que trabalhou durante sua vida em prol de uma causa “Vamos continuar escrevendo a história de meu pai”, afirmou, ressaltandoo como um guerreiro. “Ele nasceu em uma região que não tinha a cultura da cana implementada e foi obrigado a romper barreiras. Era um lutador e um líder. A maior prova é que um ano e meio após seu falecimento, ele está sendo homenageado”, disse. Ações visam preservar a natureza, conscientizar e melhorar a qualidade de vida de funcionários e da população dos municípios em que atua Da Equipe de Redação Práticas sustentáveis são adotadas há muitos anos pela Usina Sabarálcool, que conta com unidades em Engenheiro Beltrão, próximo a Maringá, e Perobal, na região de Umuarama. Diversas ações sociais dão respaldo à comunidade, melhorando a qualidade de vida de seus funcionários e da população dos municípios em que atua. Um exemplo é o patrocínio do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), que afasta as crianças do contato com a droga. Também o cuidado em preservar o meio ambiente e conscientizar a comunidade no seu entorno tem dado resultados importantes, com investimentos em reflorestamento, reutilização de vinhaça na fertirrigação da lavoura, aproveitamento do bagaço da cana para gerar energia e a separação e destinação corretas de resíduos. Proerd O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) tem caráter social preventivo e é colocado em prática pela Polícia Militar em parceria com a Secretaria de Educação de Engenheiro Beltrão e com o apoio da Sabarálcool. Os estudantes do 5º ano das escolas públicas e privadas são conscientizados sobre os riscos e consequências das drogas, bebidas alcoólicas e SOCIAL Sabarálcool investe no homem e no ambiente cigarro e orientados sobre como se prevenir. Às famílias também é oferecido um curso específico para capacitar os pais a ajudar seus filhos a fazerem escolhas positivas. Durante o período de palestras é realizado ainda um concurso de redação. São distribuídos vários prêmios e o autor do melhor texto recebe da Sabarálcool uma bolsa de estudos até a conclusão da faculdade. Dentro desse trabalho, como é feito todos os anos, a empresa realizou em junho a Semana do Meio Ambiente, com plantio de árvores nativas e conscientização de crianças, colaboradores e da população em geral nas duas unidades, através de palestras com especialistas. Para os funcionários da unidade de Engenheiro Beltrão, a professora Mariam Trierveiler Pereira, do Instituto Federal do Paraná falou sobre Aquecimento Global, Sidnei Aparecido da Silva, do Instituto Ambiental do Paraná, sobre Descarte de Resíduos, e Cleiton Apare- cido da Silva, assistente técnico Ambiental da Sabarálcool, sobre Sustentabilidade Ambiental. Nas atividades com estudantes, Hugo Lorran de Melo Rocha, da Sabarálcool, palestrou sobre Preservação do Meio Ambiente para alunos do 3º e 4º ano da Escola Municipal Souza Naves, em Cafezal do Sul. Foi feito o plantio de mudas de árvores nativas com os alunos do 4º ano da Escola Municipal Santinho do Oeste, distrito de Alto Piquiri. E houve palestras de conscientização com os estudantes do 3º e 4º ano da Escola João Varella, em Crianças participaram do plantio de árvores nativas Ivailândia, distrito de Engenheiro Beltrão. A chuva atrapalhou várias atividades programadas para a unidade de Perobal, mas palestras semelhantes foram feitas com os funcionários e estudantes e com a comunidade. Setembro 2013 - Jornal Paraná 13 BIOENERGIA CPFL Renováveis inicia operação da térmica Coopcana Foram investidos R$ 155 milhões e meta é fornecer 22,5 MW médios/mês ao sistema elétrico, o suficiente para abastecer 11 mil residências Marly Aires Já está em operação comercial desde o final de agosto a Usina Termelétrica Movida à Biomassa Coopcana da CPFL Renováveis, localizada no município de São Carlos do Ivaí (PR). A unidade só estava à espera da autorização para funcionamento, concedida pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) em seu despacho nº 2.988/13, conforme resolução nº 3.328/12, publicada no Diário Oficial da União, informa o diretor de Engenharia e Obras, João Martin. O empreendimento é resultado da parceria entre a Usina Coopcana e a empresa CPFL Renováveis (Companhia Paulista de Força e Luz), firmado em agosto de 2011 com o objetivo de produzir energia elétrica a partir do bagaço da cana. A CPFL investiu os recursos necessários nas obras da termelétrica e nas ampliações da usina e a Coopcana repassa à empresa, por 20 anos, todo o excedente de energia elétrica produzido. A usina, que tem potência instalada de 50 megawatts (MW ), conta com duas unidades geradoras com capacidade de injetar 30 MW de energia na rede, uma caldeira de 220 TVH e demais sistemas auxiliares, subestação e linhas de transmissão de aproximadamente 20 km até o município de Alto Paraná. Ao todo foram investidos R$ 155 milhões. A obra que envolveu também a modernização do sistema de caldeiras da usina, ampliando sua capacidade de 21 kgf/cm² para 67 kgf/cm², além de aumentar a capacidade industrial de produ- Certificações A usina recebeu três importantes certificações ainda na fase de construção: os selos ISO 9001:2008 de gestão de qualidade, ISO 14001:2004 de gestão ambiental, e OHSAS 18001:2007 de gestão de segurança e saúde ocupacional. Essas normas internacionais garantem o compromisso com a qualidade, a segurança e o meio ambiente. A CPFL Renováveis é a maior empresa do Brasil no segmento de geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis. Seu portfólio inclui Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), parques eólicos, usinas a biomassa e energia solar. 14 Jornal Paraná - Setembro 2013 ção da usina de 3,4 para 4 milhões de toneladas de cana. O volume atual estimado de consumo de bagaço é de 2.500 toneladas/dia. Quando estiver com toda a estrutura em funcionamento, deverá absorver 650 mil toneladas/ano da matéria prima. A energia total produzida pela termelétrica Coopcana será suficiente para iluminar uma cidade de aproximadamente 100 mil habitantes e está conectada ao sistema elétrico, através da subestação da Copel em Paranavaí. Por ano devem ser produzidos 56.700 MWh, mas os volumes variarão em função da sazonalidade. A meta, entretanto, é fornecer 22,5 MW médios/mês ao sistema elétrico, o suficiente para abastecer aproximadamente 11 mil residências, além do consumo interno da própria UTE e da Usina Coopcana, números que já devem ser atingidos a partir da safra de 2014. Com potência instalada de 50 megawatts, usina conta com duas unidades geradoras Norma trata sobre as condições de trabalho no campo e assunto foi discutido por representantes do governo, empresários e trabalhadores Marly Aires Os responsáveis do setor de RH, Segurança do Trabalho e Departamento Jurídico da Alcopar, das usinas do Paraná e de outras empresas, associações representativas e sindicatos ligados ao agronegócio estiveram participando, dia 17 de setembro, no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, em Maringá, de reunião da Comissão Permanente Nacional Rural sobre a NR 31, Normal Regulamentadora que trata sobre o trabalho no campo. O evento coordenado por João Batista Amâncio, do Ministério do Trabalho (MTE) e por Francisco Car- los Nascimento, vice-presidente da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), contou também com a presença de fiscais do MTE e advogados. Segundo Klauss Kuhnen, assessor jurídico da Faep, entidade que organizou a reunião, o principal objetivo foi discutir os pontos mais relevantes da NR 31, suas obri- gações, interpretações e penalidades visando alinhar o entendimento de todos sobre a lei, tirar dúvidas, além de apresentar, discutir e avaliar propostas de alterações. Representantes do setor e departamento jurídico da Alcopar estiveram presentes LEGISLAÇÃO NR 31 é tema de reunião em Maringá Reuniões semelhantes já foram realizadas no Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Pernambuco e uma agenda deve ser elaborada para o próximo ano com o objetivo de discutir a norma em todos os estados brasileiros, nas diferentes realidades existentes em todo o País. Com isso será possível aperfeiçoar a legislação com base nas dificuldades encontradas no dia a dia para sua aplicação e em avaliações feitas pelos segmentos que participam da comissão tripartite: governo, empresários e trabalhadores. Setembro 2013 - Jornal Paraná 15 SETOR Estudo Municípios Canavieiros 2013 chega a Cianorte Estudo mostra vantagens e desvantagens de todas as fontes energéticas e o caminho para garantir uma variada e segura matriz energética Da Equipe de Redação No último dia 20 de setembro foi realizado em Cianorte (PR), o “Estudo Municípios Canavieiros 2013 – Bioeletricidade”, iniciativa educacional do Projeto Agora. O encontro de formação para os professores das escolas participantes foi no Anfiteatro da Prefeitura Municipal, com a participação de escolas dos municípios de Cidade Gaúcha, Engenheiro Beltrão, Paraíso do Norte, São Pedro do Ivaí e Umuarama. Posteriormente, os professores devem apresentar os trabalhos desenvolvidos, comentar os resultados e trocar experiências. Organizado de forma direcionada ao 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, o estudo mostra as vanta- gens e desvantagens do uso de todas as fontes energéticas e o melhor caminho para se garantir uma variada e segura matriz energética. participante recebe três kits contendo um caderno com orientações para professores, um DVD multimídia com vídeos e fotos, e quatro pôsteres gigantes sobre o tema energia. Em 2013, a missão do “Estudo” é envolver escolas públicas municipais e estaduais de 100 cidades selecionadas nos estados de Alagoas, Goiás, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná e Pernambuco. A expectativa é que 210 mil estudantes sejam impactados. Os professores também recebem jogo educativo criado para a iniciativa, que ajuda a consolidar o conteúdo abordado em sala de aula de forma lúdica. Os profissionais que não participarem das oficinas presenciais poderão solicitar o jogo por meio do site: http://www.municipios-canavieiros.com.br/. No mesmo site, todo o material didático utilizado nas salas de aula também estará disponível para download, em formato PDF. O material pedagógico do estudo é desenvolvido pelo Agora em parceria com a Editora Horizonte, e as atividades são implantadas com apoio das Secretarias de Educação estaduais e municipais. Cada escola Campanha ‘completão’ cresce e atinge quatro estados O Paraná foi o primeiro a adotar a campanha, desenvolvida inicialmente para veiculação em São Paulo A campanha publicitária “Etanol, o combustível completão,” lançada com foco no estado de São Paulo, em novembro de 2012 e mantida ao longo de 2013, chegou ao Paraná, em julho, e mais dois estados brasileiros, Goiás e Minas Gerais, em agosto. A campanha, que permanece no ar até o final do ano, destaca os impactos positivos do biocombustível de cana do ponto de vista econômico, social e ambiental. “Após a campanha, o consumo de etanol se estabilizou no final de 2012 enquanto o de gasolina caiu, e a demanda pelo biocombustível vem subindo gradativamente ao longo de 2013. É um resultado importante porque esta deverá ser uma safra de cana recorde no Brasil, a maior de todos os tempos, o que significa que a produção de etanol também será 16 Jornal Paraná - Setembro 2013 do biocombustível a base de cana. A campanha tem contribuído para essa mudança de conceito”, concluiu. Para André Rocha, presidente executivo Sifaeg/Sifaçúcar, “a campanha é importante não só para estimular ainda mais o consumo, mas para deixar na memória as diversas qualidades do nosso produto, que é verde, renovável, eficiente e completão”. superior a do ano passado,” explica o diretor de Comunicação Corporativa da Unica, Adhemar Altieri. Segundo o presidente da Alcopar, Miguel Rubens Tranin, a campanha desempenha um papel fundamental por reforçar para o público os impactos positivos do etanol: “É necessário destacar os benefícios gerados economicamente, no meio ambiente e na saúde da população com o uso Já na opinião do secretário executivo da Siamig, Mario Campos “a campanha mostra que o consumidor faz a diferença em relação ao meio ambiente ao colocar o etanol no veículo. Estudos indicam que o etanol reduz em até 90% as emissões de gás carbônico, comparado com a gasolina, e gera grandes benefícios sociais. Por isso ele é um combustível completo”. Categorias de Jornalismo e Inovação Tecnológica trazem novidades e os candidatos terão mais facilidade para inscreverem os trabalhos Da Equipe de Redação Jornalismo e Trabalhos Acadêmicos terão mais facilidade ao submeter seus trabalhos, podendo enviar arquivos digitais, de até 10 MB, para: [email protected], anexando à ficha de inscrição. Na maioria dos casos, não será mais necessária a remessa por via postal de CDs ou DVDs contendo cópias dos trabalhos. Estão abertas as inscrições para a quinta edição do Prêmio Top Etanol, premiação do setor sucroenergético que tem como objetivo estimular a realização de trabalhos sobre a interação entre agroenergia e meio ambiente e os benefícios da geração de energias renováveis. Desenvolvido pelo Projeto Agora, uma das maiores ações de marketing e comunicação institucional do agronegócio brasileiro, é destinado a jornalistas, universitários de cursos de graduação e pós-graduação, fotógrafos amadores ou profissionais e responsáveis por projetos de inovação tecnológica que envolvam o setor sucroenergético. Nesta edição, a modalidade Inovação Tecnológica ampliou o objeto da premiação para reconhecer também ideias, conceitos e concepções, além de projetos que revelem descobertas, aperfeiçoamentos ou tecnologias que contribuam para a produção ou utilização mais eficiente do etanol e outros derivados da cana. No jornalismo impresso, atendendo PROJETO AGORA Prêmio Top Etanol abre inscrições Reluzir o Futuro, de Ricardo Rafael da Silva foi a foto vencedora do 4º Top Etanol a diversas solicitações de candidatos, a divisão não se dará mais entre Jornais e Revistas, e sim entre publicações de assuntos gerais e especializadas. A alteração visa permitir uma distinção clara entre veículos com abordagem mais ampla dos temas relativos à agroenergia, e aqueles com enfoque mais específico, dirigidos ao setor. As novas categorias estão denominadas como Jorna- lismo Impresso - Geral e Jornalismo Impresso - Especializado. Os inscritos nas modalidades de Nas categorias de Radiojornalismo e Telejornalismo, os arquivos digitais deverão ser enviados no formato MP3 para os trabalhos de rádio, e MP4 para os de telejornalismo. A categoria de Veículos Eletrônicos (Internet) permite a inscrição apenas com a indicação do link de acesso ao conteúdo do trabalho, que deverá estar ativo até a conclusão do julgamento. Inscrições As inscrições devem ser realizadas até 21/02/2014. Informações, fichas de inscrição e o regulamento: www.premiotopetanol.com.br e [email protected]. Endereço para envio de trabalhos: Prêmio Top Etanol - A/C RP Consultoria - Av. N. Sra. de Copacabana, 928 - cj. 1001 Copacabana, Rio de Janeiro – RJ - CEP: 22060-002 Setembro 2013 - Jornal Paraná 17 DOIS PONTOS Canola A Abertura Nacional da Safra de Canola 2013 ocorreu dia 18 de setembro, no Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo/RS. O evento reuniu mais de 600 pessoas, entre produtores, técnicos agrícolas, engenheiro agrônomos, estudantes, autoridades e pesquisadores. A BSBIOS tem incentivado o seu cultivo para a produção de biodiesel. Benefícios O Senado aprovou a Medida Provisória (MP) 615, que concede benefícios a produtores de cana e a usinas que tiveram prejuízos com problemas climáticos, principalmente, os que foram afetados pela seca no Nordeste, na safra 2011/ 2012. Eles terão subvenção econômica de R$ 12 por tonelada de cana, limitada a 10 mil toneladas por produtor, de R$ 0,20, por litro de etanol e redução da alíquota do PIS/Pasep e da Cofins. O relator, senador Gim (PTB-DF), ampliou os benefícios aos produtores do Paraná que sofreram perdas com as geadas no período. Incentivos A presidente Dilma Rousseff sancionou dia 11 de setembro a lei que concede incentivos tributários aos produtores de álcool, além de possibilitar a distribuição de R$ 3 bilhões para os municípios brasileiros. A lei 12.859 veio da medida provisória 613, aprovada pelo Congresso Nacional no fim de agosto. A MP promoveu uma desoneração tributária em favor de empresas produtoras e importadoras de álcool, visando melhorar a competitividade do etanol frente à gasolina. Eles passaram a ter direito a desconto, na forma de crédito presumido, das contribuições sociais (Pis/Pasep e Cofins) relativas às vendas que forem efetuadas até 31 de dezembro de 2016. Geadas Açúcar Afetados por geadas desde julho, os Estados de Mato Grosso do Sul e Paraná devem ter juntos uma perda equivalente a 11 milhões de toneladas de cana, 2,2% da moagem esperada para todo o Centro-Sul. Pequeno no conjunto da safra, o efeito das baixas temperaturas, no entanto, não será tão insignificante assim para os grupos que têm unidades nessas localidades. A estimativa é que a produção de açúcar e etanol de algumas usinas instaladas na região possa cair até 15%. O excedente global de açúcar deverá cair para 3,06 milhões de toneladas na temporada 2013/14, que começa em outubro, ante um excedente de 9,5 milhões no período 2012/ 13, estimou a consultoria Datagro, atribuindo o recuo de 68% a uma produção estável no Brasil e a um crescente consumo mundial. Neste contexto de preços baixos, o diretor da consultoria, Plínio Nastari estima que em um ou dois anos poderá haver novamente déficit na produção mundial de açúcar, algo que foi registrado pela última vez na temporada 2009/10. Gás de xisto Em apenas quatro anos, a exploração de gás de xisto nos Estados Unidos iniciou uma revolução energética capaz de alterar o cenário econômico do país. A atração de investimentos produtivos, antes vista como impossível, tornou-se inevitável, assim como a autossuficiência em fontes de energia. Os EUA estarão em poucos anos exportando gás natural em volume suficiente para mudar o panorama mundial. A reserva americana de gás de xisto é estimada em 2,7 trilhões de metros cúbicos, o suficiente para abastecer o mercado por mais de 100 anos. Mas pode ser maior. O preço atual de venda, de US$ 4 por milhão de BTUs, é imbatível. A Rússia escoa gás natural para a Alemanha a US$ 11,36. Na Indonésia, custa US$ 17,72. No Brasil, US$ 18. Produtividade A produtividade média da cana na safra 2013/2014 deve crescer 6,8%, passando para 74,1 toneladas por hectare, enquanto a produção terá incremento de 10,7%, atingindo 652,015 milhões de toneladas, de acordo com a Conab. E isso com um aumento de apenas 3,7% na área plantada. O bom desempenho da safra é consequência da renovação dos canaviais, dos investimentos em tratos culturais e de condições climáticas favoráveis nas regiões produtoras. Números da CNA demonstram que os custos de produção continuam elevados devido a uma série de fatores econômicos, sociais e institucionais. Energia renovável O Greenpeace divulgou que o Brasil pode dispor de uma energia majoritariamente limpa até 2050, podendo contar com 66,5% de fontes como vento, sol e biomassa para abastecer os setores elétrico, industrial e de transportes – número 47% superior ao projetado pelo Governo Federal. E que até 2040 é possível abdicar da energia produzida pelas usinas nucleares, térmicas movidas a óleo combustível e carvão mineral. 18 Jornal Paraná - Setembro 2013 Prêmio O polietileno verde de baixa densidade produzido pela Braskem à base de etanol de cana foi o vencedor da categoria Produtos, no Ranking de Produtos e Serviços Sustentáveis do 6º Fórum pelo Desenvolvimento Sustentável SUSTENTAR 2013, realizado em Belo Horizonte, em agosto, considerado um dos maiores encontros de sustentabilidade da América Latina. Biodiesel Um aditivo natural feito a partir de resíduos da produção de papel e de suco de laranja promete melhorar o desempenho do biodiesel brasileiro e reduzir o seu custo. O composto, desenvolvido no Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), age no combustível aumentando a sua fluidez. Ranking O Brasil perdeu oito posições no ranking das economias mais competitivas do mundo, em meio à piora macroeconômica, segundo o Relatório Global de Competitividade, do Fórum Econômico Mundial com a Fundação Dom Cabral. Entre 148 economias, o Brasil voltou a ocupar a posição 56ª no ranking elaborado por meio de uma pesquisa de opinião com executivos, atrás de países como China e África do Sul, 29ª e 53ª posições, respectivamente, mas na frente dos outros países do BRICS, Índia e Rússia, em 60º e 64º lugares. Os 10 países mais competitivos, pela ordem, são Suíça, Cingapura, Finlândia, Alemanha, Estados Unidos, Suécia, Hong Kong, Holanda, Japão e Reino Unido. Nos dois anos anteriores o Brasil havia ganhado cinco posições. Perda Manoel Sobral Júnior , que por 15 anos foi executivo do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), faleceu no último dia 21 de agosto. Ele foi responsável por iniciativas pioneiras, como a criação do Consórcio Internacional para a Biotecnologia da Cana-de-Açúcar que levou ao mapeamento genético da cana, processo extremamente importante Balança comercial A balança comercial registrou déficit de US$ 3,764 bilhões nos oito primeiros meses do ano, o maior desde 1995, provocado pelo elevado saldo negativo da conta petróleo e pela queda nas vendas de produtos brasileiros no exterior. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no acumulado do ano até agosto as exportações atingiram US$ 156,655 bilhões, com queda de 1,3% pela média diária das operações em relação a igual período do ano passado. As importações, no período, ficaram em US$ 160,419 bilhões, 10% maiores. Leilão de energia As usinas de energia de biomassa a partir da cana tiveram sete projetos arrematados no leilão realizado no final de agosto na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, em São Paulo. O objetivo é garantir o abastecimento do sistema a partir de 1º de janeiro de 2018. Com os sete projetos, as usinas tiveram contratados 347 megawatts a um valor médio de R$ 133 reais por megawatt/hora. O valor ficou acima da média geral do leilão, de R$ 124,97 por megawatt/hora. Ao todo, foram leiloados 36 projetos entre hidrelétricas, termelétricas e biomassa. Ato Público no desenvolvimento de novas variedades. Petrobras Entre janeiro de 2003 e junho de 2013, as refinarias da Petrobras venderam R$ 1,55 trilhão em combustíveis aos distribuidores, sem que a estatal ganhasse um centavo sequer com a atividade. Pelo contrário. A empresa teve perda acumulada de R$ 663 milhões com refino de petróleo nos últimos dez anos e meio. No último dia 30 de agosto foi promovido no Teatro Municipal de Sertãozinho o Ato Público de Defesa da Cadeia Produtiva Sucroenergética reunindo mais de 600 pessoas entre prefeitos dos municípios canavieiros, parlamentares, secretários de Estado, trabalhadores, produtores de cana, empresários da indústria de base e de usinas. Durante, foi elaborada uma carta de reivindicações ao governo federal pedindo a elaboração de um marco regulatório do setor para tentar encer- rar uma crise que se estende por cinco anos. Para as entidades do setor, a União precisa criar instrumentos que garantam iso- nomia no tratamento do etanol com relação à gasolina, bem como proporcionar incentivos para atrair investimentos na área. Setembro 2013 - Jornal Paraná 19 Volume de negócios deve superar os R$ 2,2 bilhões Mais de 33 mil visitantes de 20 estados brasileiros e 30 países conferiram as avançadas tecnologias em máquinas, equipamentos e produtos Da Equipe de Redação O sucesso da 21ª Fenasucro - Feira Internacional de Te c n o l o g i a Sucroenergético, de 27 a 30 de agosto, dá novo ânimo a toda cadeia produtiva do setor sucroenergético nacional. De acordo com a Reed Multiplus mais de 33 mil visitantes de 20 estados brasileiros e 30 países estiveram no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho (SP), para conferir as ofertas de máquinas, equipamentos e produtos com as mais avançadas tecnologias, que melhoram a eficiência energética nas usinas. A expectativa é que o volume de negócios iniciados na feira superem os R$ 2,2 bilhões nos próximos meses. O bom desempenho, se- gundo os organizadores, é um reflexo da credibilidade depositada pelas 550 expositoras nacionais e internacionais na feira, que serviu mais uma vez, para uma reflexão da importância do setor para o País. A edição deste ano contou com oito eventos paralelos, contabilizando mais de 60 palestrantes que abordaram temas variados, contemplando toda a agroindústria da cana. Além de reunir autoridades, líderes, técnicos e produtores, também atraiu um ato público em favor do setor sucroenergético. Outro destaque foram as Rodadas de Negócios Internacional, organizadas pela Apla/Apex, que promoveram encontros comerciais entre 53 empresas brasileiras e 21 compradores estrangeiros da Argentina, Bolívia, Colômbia, Evento reuniu 550 expositoras nacionais e internacionais Guatemala, Quênia, Peru e outros países. As rodadas totalizaram 463 reuniões e US$ 260 milhões de negócios prospectados, que devem ser ampliados nos próximos 12 meses. A maior oferta de crédito Bons ventos A maior feira do mundo para o setor foi plataforma de iniciativas em favor do crescimento sustentado da cana, produto importante da agricultura e o segundo do agronegócio brasileiro, com faturamento de R$ 46,39 bilhões em 2012. força. Ao falar sobre as perspectivas do mercado mundial, Plínio Nastari destacou que o cenário mundial de produção de cana não ameaça a hegemonia do Brasil como principal player global na exportação de açúcar e álcool. Segundo os organizadores, a palavra crise ganhou significado de oportunidade para o setor durante a 21ª Fenasucro. O evento provou ser um elo importante na articulação de interesses de toda cadeia produtiva, incentivando a busca de soluções e mobilizando empresários, políticos, técnicos, consultores e pesquisadores em pról de um mesmo objetivo. Enquanto a previsão para os principais concorrentes do País é de produção estável, no Brasil já se fala em safra recorde de cana para 2013/2014: 635.32 milhões de toneladas, o que reforça a necessidade de investir em inovação e novas tecnologias. A Datagro Ceise Br Conference, que deu início à programação da feira, deu sinais de que a retomada de crescimento tão esperada pelo setor pode ganhar 20 Jornal Paraná - Setembro 2013 De acordo com dados da prefeitura, a feira impacta positivamente na economia da região de Sertãozinho, maior polo sucroenergético do Brasil, que movimentou aproximadamente R$ 21 milhões com o evento, além de gerar 14 mil empregos diretos e indiretos. com taxas de juro competitivas também contribuiu para que os produtores ampliem a capacidade instalada das usinas com a renovação de máquinas e equipamentos. Outra boa notícia anunciada pelo presidente do Ceise Br - Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis, Antonio Eduardo Tonielo Filho, foi o projeto pioneiro de uma usina mo- delo para os alunos da unidade do Senai de Sertãozinho. “Foram investidos mais de R$ 40 milhões para capacitar os futuros profissionais da indústria que queiram atuar no mercado sucroalcooleiro”, afirma. Promovida pela Reed Multiplus e com realização do Ceise Br, a edição de 2014 da Fenasucro está confirmada para o período de 26 a 29 de agosto, no Centro de Eventos Zanini. Parceiros na Fenasucro Dynamic Air Tecniplas Engevap RG Sertal Caldema TJA Fertron Sermatec - Renk Zanini Foxwall Bray Zanardo Teston Valeq Usingá GE Setembro 2013 - Jornal Paraná 21 EMPRESAS Caldema recebe Selo Verde 2013 Empresa ambientalmente sustentável, torna-se “Amiga do Meio Ambiente de Sertãozinho” A Caldema foi Certificada pela Prefeitura de Sertãozinho, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, com o Selo Verde (Empresa Ambientalmente Sustentável 2013). A entrega ocorreu durante a Fenasucro, e contou com a participação do secretário da pasta, Carlos Alexandre Ribeiro Gomes, do prefeito Zezinho Gimenez, dos secretários estaduais Mônika Bergamaschi (Agricultura e Abastecimento) e Carlos Roberto Liboni (Indústria e Comércio), entre outros convidados. De acordo com Carlos Gomes, uma das finalidades da certificação é valorizar e incentivar as empresas que praticam ações que promovam a sustentabilidade socioam- biental. “E também, propor atitudes e práticas comportamentais fundamentadas em valores que tenham como referência a preser vação do meio ambiente”, explicou. Em seu discurso, o prefeito Zezinho Gimenez parabenizou o trabalho das empresas e citou sobre a importância de se pensar no assunto. Mônika Bergamaschi também elogiou a postura das empresas, no sentido de discutir questões relevantes ao meio ambiente. “Para a Caldema a questão ambiental é um tema de importância global e faz parte da história da empresa, através de vários projetos ambientais em desenvolvimento”, comenta Alexandre Martinelli, coordenado comercial/marketing. Reunion Engenharia recebe clientes na Fenasucro Pelo quinto ano consecutivo, mostrou a gama de projetos industriais implantados em grandes usinas e destilarias do Brasil e do mundo A Reunion Engenharia apresentou na Fenasucro os projetos de engenharia implantados nas usinas e ressaltou os 20 anos da marca com cases de sucesso expressos em painel afixado no estande. Com uma equipe de engenheiros e projetistas, o grupo recebeu mais de 80 pessoas por dia, entre amigos, fabricantes de equipamentos, clientes, parceiros e visitantes, sendo a maioria com perfil técnico e com poder de decisão de negócios. Por duas décadas se dedicando aos projetos de usinas, a empresa se orgulha por ter contribuído com o desenvolvimento do setor sucroenergético e de outros segmentos. Juntos somam mais de 500 trabalhos em quase todos os estados do Brasil e em países como Alemanha, Austrália, Áustria, Bolívia, Cuba, Estados Unidos, Filipinas, Ilha da Madeira, Índia, Peru e Venezuela. “A Fenasucro é um momento de confraternização com nossos clien22 Jornal Paraná - Setembro 2013 tes e de fazermos novos contatos”, comentou o engenheiro e diretor, Jorge Luiz Scaff, que esteve no evento explicando a abrangência dos serviços prestados, os diferenciais de gerenciamento de projetos e obras, os avanços tecnológicos, os serviços de assessoria e desenvolvimento de tecnologia. O CEO Tercio Dalla Vecchia atribui à expressiva visitação no estande o fato de a empresa ser fonte de melhores alternativas aos processos industriais. “Outra atração e um dos carros chefes da Reunion é o Diagnóstico Industrial que identifica, quantifica e qualifica os pontos a atuar em um determinado trabalho, a fim de atingir os objetivos traçados junto ao cliente, ou seja, como executar de forma estruturada a um custo acessível para o cliente”, completou. como o fornecedor mais indicado na categoria ‘Industrial – Serviços’ pelos empresários e profissionais das usinas. A empresa já recebeu outros importantes prêmios que fortaleceram o relacionamento e a imagem junto aos empresários e executivos das usinas. Pelo terceiro ano consecutivo, a Reunion Engenharia foi agraciada com o Prêmio MasterCana 2013, São eles: Top of Business 2005, realizado a cada dois anos em São Paulo (SP) para homenagear artis- Grupo recebeu mais de 80 pessoas por dia tas, veículos de comunicação, profissionais liberais e empresas; CanaSauro – um dos mais importantes prêmios do setor (2007, 2009 e 2012), realizado durante a Feicana Feibio, em Araçatuba (SP); MasterCana Centro/Sul 2011 e 2012, em Sertãozinho (SP); Prêmio VisãoAgro Paulista 2012, em Piracicaba (SP) e Prêmio Visão Brasil 2012, em Ribeirão Preto (SP). Plantadora de muda de cana da DMB chega ao mercado A grande vantagem é que o produtor ganha no mínimo de 60 a 70 dias se comparado com o plantio de rebolo no sulco Sempre atenta às necessidades de seus clientes, a DMB Máquinas e Implementos Agrícolas Ltda, sai novamente à frente com o lançamento na Fenasucro 2013 de uma plantadora de mudas de cana. Fabricada a pedido da Basf, uma das empresas que desenvolveram a tecnologia da muda de cana, a nova plantadora tem a robustez que o setor exige. “Foram utilizados de três a quatro protótipos para chegar neste modelo comercial”, afirma Auro Pardinho, gerente de Marketing da empresa. A princípio, a ideia é utilizar a máquina nas operações de formação de viveiro. “Por isso, resolvemos lançar um modelo semiautomático, ainda usando mão de obra para colocar a muda no dis- positivo que faz o plantio. Conforme a tecnologia crescer e mais gente aderir, vamos automatizar a máquina e quem sabe num futuro próximo a gente possa fazer o plantio comercial também de muda de cana”, diz. Segundo Pardinho, a grande vantagem é que com a muda de cana nascida o produtor ganha no mínimo de 60 a 70 dias se comparado com o plantio de rebolo no sulco, acelerando todo o processo em seu viveiro, além de ter mudas sadias, sem mistura, livre de pragas e doenças, que possuem estimulantes fisiológicos, com desenvolvimento uniforme e rápido. O gerente de Marketing lembra que atualmente as usinas usam como muda cana in- dustrial e “isso é um dos fatores que tem diminuído a produtividades dos nossos canaviais”. A DMB acompanhou de perto o desenvolvimento do setor canavieiro, tornandose a empresa de maior tradição em produzir implementos para a cultura, em todas as fases de desenvolvimento. Fabrica subsoladores, sulcadores, cobridores, cultivadores "quebra-lombo", cultivadores para cana crua e queimada, carretas para distribuição de torta de filtro, adubadeiras de superfície e para cana crua com aplicação em profundidade, aplicadores de inseticidas em soqueiras, desenleiradores para cana crua e plantadoras de cana, como a “PCP 6000”, líder neste segmento de mercado. Pardinho: “máquina tem a robustez que o setor exige” SERVIÇO: Fone (16) 3946-1800 - www.dmb.com.br FCN lança equipamento para colher em topografia acentuada Empresa apresentou recentemente outros dois acessórios: o Policana e Cort-I-Cana, que permitem aumentar o rendimento das colhedoras Pioneira na tecnologia de adensamento mecanizado de fileiras de cana para otimizar o desempenho da co- lheita combinada, a FCN Tecnologia Ltda., como já é tradição, trouxe este ano mais uma novidade durante a Fenasucro 2013: o CentraCana, equipamento desenvolvido para pequenos produtores e para a colheita em regiões que possuem uma topografia acidentada, que substitui o uso da colhedora usual de cana, trabalhando em área onde a mesma não consegue transitar. Segundo Cássio de Castro, da FCN, o CentraCana pode ser instalado em carregadoras de cana ou tratores com 100cvs ou superior. É possível realizar o corte de uma ou duas linhas de cana simultâneas, fazendo posteriormente a coleta com uma carregadora de cana. Cássio mostra a CentraCana na feira Desde sua primeira participação na Fenasucro, em 2011, a empresa tem sempre trazido algo novo para seus clientes. O primeiro lançamento foi o Policana 2L, acessório para a colhedora que duplica a densidade das ruas de colheita, formando as “ruas gordas", o que aumenta a produtividade da máquina em áreas de baixo rendimento agrícola, reduzindo custos e retornando o investimento em curto espaço de tempo. No ano passado, o lançamento foi o Cort-I-Cana, acessório para carregadoras, de fácil manuseio, que consegue duplicar/triplicar a massa de cana a ser colhida, copiando o relevo do solo independente da ação do operador. Também auxilia na abertura de aceiros de colheita evitando o esmagamento da cana, além de agregar nova função à carregadora de cana, revitalizando-a. Todos os equipamentos produzidos pela FCN reduzem significativamente o consumo de óleo diesel por tonelada de cana colhida, o trânsito dentro do talhão e compactação do solo, além do desgaste do material rodante da colhedora. Através de dispositivos pantográficos, copiam automaticamente o relevo do solo, além de inúmeras vantagens. “A empresa sempre busca inovar com soluções economicamente viáveis e com alta qualidade”, destacou Cássio. Setembro 2013 - Jornal Paraná 23 EMPRESAS Dynamic Air lança novo moinho de açúcar Este apresenta ganhos em baixos investimentos, espaço reduzido de instalação e baixo custo de manutenção Entre os novos equipamentos e soluções apresentados pela Dynamic Air na Fenasucro está o moinho de açúcar Alpine Sugarplex 315 SX, que se baseia nos testes de moagem fina Alpine UPZ, especialmente adaptado às necessidades da indústria sucroenergética. Este é um sistema compacto que não necessita de filtros, ventiladores e resfriadores a ar, normalmente instalados na maioria dos sistemas tradicionais de moagem de açúcar. Isto significa ganhos em baixos 24 Jornal Paraná - Setembro 2013 investimentos, espaço reduzido de instalação e baixo custo de manutenção, ressaltam os técnicos da empresa. O design cilíndrico do equipamento possui um compartimento de 800 mm de descarga cônica e pode ser integrado ao sistema. O moinho trabalha com motor trifásico de 18,5 kW, e seu corpo é resistente a choque de pressão até 10 bar, conforme a legislação europeia ATEX 94/9/EC. O disco interno posicio- nado diretamente ao eixo do motor gira com velocidade de até 145 m/s. Uma vedação especial previne a entrada de óleo no produto que está sendo moído. Através do inversor de frequência, a rotação é variavelmente continua e a espessura desejada pode ser ajustada. Sistema compacto