OPI N I ÃO
A gênese da desorientação energética
Dominante a partir de 2008, se caracteriza por medidas de curto prazo, por meio de intervenções
que derrubam qualquer planejamento das empresas Adriano Pires (*)
A opção pela intervenção, o abandono
do planejamento e a falta de respeito
pelo mercado são a gênese da desorientação energética promovida pelo
governo brasileiro. Essa política da desorientação se tornou dominante a partir de
2008 e se caracteriza por medidas autoritárias de curtíssimo prazo, por meio de
intervenções que derrubam qualquer
planejamento das empresas.
Petrobrás não precisaria vender ativos valiosos,
como os campos da África e mesmo campos de
petróleo em produção no Brasil, o que acaba
comprometendo o futuro da empresa.
As ações teriam outro comportamento,
com a Petrobrás investindo no pré-sal,
com nível de endividamento menor, enquanto empresas privadas teriam sinal
econômico para construir refinarias.
Enfim, daríamos fim ao processo atual
de a estatal transformar investimento
em custo.
No petróleo, essa política acabou
com o planejamento da Petrobrás.
Com o anúncio do pré-sal, a empresa
apresentou um ambicioso plano de negócios prevendo investir mais de US$
200 bilhões ao ano. Ao mesmo tempo, o
governo intervém e congela os preços da gasolina e do diesel, justamente no momento em
que a empresa precisa fazer caixa.
A intervenção do governo criou mais deveres
para a Petrobrás e tirou o seu direito de estabelecer os preços desses combustíveis seguindo a tendência do mercado internacional. Na tentativa de
melhorar o caixa da estatal, o governo intervém
novamente e erra ao desonerar a gasolina e o diesel, acabando com a Cide.
No gás natural, a falta de planejamento e de regulação é total. Os motivos são bem conhecidos:
o monopólio desregulado da Petrobrás; um mercado totalmente verticalizado; uma política de
preços em que convivem cinco preços diferentes
(gás boliviano, gás nacional, gás para térmicas, gás
Outra vítima da intervenção no
preço da gasolina foi o etanol,
que foi duplamente punido, pelo
congelamento do preço da gasolina
e pela desoneração da Cide.
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Jornal Paraná - Setembro 2013
para fertilizantes e GNL); uma política de livre
acesso a gasodutos que não funciona; e a presença
de um único ofertante.
Outra vítima da intervenção no preço da gasolina foi o etanol, que foi duplamente punido, pelo
congelamento do preço da gasolina e pela desoneração da Cide. A falta de planejamento chegou
ao limite do absurdo ao desonerar um combustível sujo e importado em detrimento de um limpo
e que gera mais empregos.
A política da desorientação energética provocou
a perda de 12% no valor das empresas elétricas
nos últimos 12 meses. Com a publicação da Medida. Provisória 579 e a posterior Lei n.° 12.783,
o governo reduziu na marra e sem diálogo as tarifas, criando uma total bagunça regulatória e
legal. Essa bagunça já custa hoje R$ 17 bilhões e
os problemas criados estão sendo decididos não
na Aneel, e sim no Judiciário.
Se o governo praticasse o planejamento, e não a
intervenção, poderíamos ter criado um círculo virtuoso de energia competitiva, investimentos, geração de empregos e crescimento econômico. A
No gás natural, poderíamos aumentar a oferta de forma diversificada
criando um mercado de concorrência.
Não teríamos o País dividido em vários
tipos de consumidores: os de São Paulo e do
Sul pagando gás em dólar e o restante, gás nacional em real. Com planejamento, já poderíamos
ter uma política de preços de energia que não punisse o gás, que levasse em conta aspectos fiscais
e tributários e que fornecesse sinais econômicos
consistentes para produtores, transportadores,
distribuidores e consumidores.
Em vez de jogarmos pela janela a nossa vantagem comparativa como produtor de etanol, com
planejamento voltaríamos a dar previsibilidade
aos produtores, tendo como benefício imediato o
fim das importações de gasolina, voltando a estimular a inovação, a produtividade e toda a indústria local de fornecimento de bens e serviços.
Com isso, acabaria o paradoxo atual de que, enquanto a venda de carros flex vai bem, a do etanol
vai mal. Com planejamento, é possível reduzir as
tarifas de energia elétrica, repensando toda a
carga tributária e promovendo leilões na renovação das concessões, ou seja, deixando funcionar a
famosa lei da oferta e da demanda e abandonando definitivamente os magos de Brasília com
suas bolas de cristal.
(*) Adriano Pires é diretor do Centro Brasileiro
de Infra Estrutura (CBIE)
ganha novo foco em 2014
Programa terá amplitude maior e será desenvolvido nas próprias usinas,
coordenado pela UFPR e Alcopar MARLY AIRES
Os gerentes agrícolas das 30 usinas e destilarias paranaenses participaram no último dia 4
de setembro, na sede da Alcopar, em Maringá,
de uma reunião para discutir as bases do Programa de Pesquisa com a Cana de Açúcar no
Paraná. O grupo tem se programado para iniciar os trabalhos já em 2014. Só falta formatar
o projeto e fazer a estimativa dos valores a
serem investidos.
Diante do crescente custo de produção da
cana de açúcar e produtividade em queda, a
exemplo do que ocorreu em todo o Centro-Sul
do País, além de preço de produtos que não remuneram, as usinas do Paraná decidiram buscar soluções e reverter a situação com
investimentos em pesquisa, além da renovação
dos canaviais e otimização das plantas industriais.
As usinas do Paraná nunca deixaram de in-
vestir em pesquisa, desde que o antigo Planalsucar foi extinto. Para isso sempre contou com
a parceria com várias instituições, especialmente a Universidade Federal do Paraná
(UFPR) e Ridesa (Rede Interuniversitária para
Desenvolvimento do Setor Sucroenergético).
Mas, todo trabalho foi sempre mais voltado
para o melhoramento genético e desenvolvimento de novas variedades. Isso se repete em
praticamente todo o Brasil, com raras exceções.
Na reunião de maio do conselho deliberativo
e fiscal da Alcopar, os diretores das usinas do
Estado aprovaram em assembleia ordinária a
destinação de recursos para pesquisa e a elaboração de um plano de trabalho, elegendo algumas áreas prioritárias.
O programa de pesquisa será coordenado pela
UFPR e Alcopar, sendo desenvolvido nas pró-
INVESTIMENTO
Pesquisa no Paraná
prias usinas paranaenses, nas condições locais
e dentro do contexto de produção, pela equipe
técnica das indústrias, professores e especialistas nas diversas áreas. Serão aproveitadas as estruturas e as pesquisas já desenvolvidas nas
unidades, organizando melhor e ampliando. O
trabalho deve contar com o respaldo científico
de outras universidades paranaenses e instituições de pesquisa.
O grupo também aumentará o intercâmbio
entre as próprias usinas paranaenses e de outros estados, com o objetivo de trocar resultados de pesquisas e experiências ou conhecer o
que se tem feito em outras regiões, buscando
eliminar etapas. “Nosso desafio é encontrar soluções e de maneira urgente. É preciso ver o
que tem sido feito no Brasil e no mundo, adequando técnicas para a nossa realidade e desenvolvendo outras”, diz Miguel Tranin,
presidente da Alcopar.
Setembro 2013 - Jornal Paraná
3
INVESTIMENTO
Projetos estão em fase de elaboração
Foram formados cinco polos de pesquisas e o foco inicial será mecanização
do plantio e da colheita e os subtemas relacionados
No último dia 4, os
gerentes e os professores
Edelclaiton
Daros e Heroldo
Weber, da UFPR, definiram
em conjunto as linhas do
trabalho e iniciaram a elaboração dos projetos. A ideia,
no longo prazo, é trabalhar a
pesquisa de forma ampla,
abordando todos os aspectos: melhoramento genético
da cana, biotecnologia, fitossanidade, solos, nutrição e
adubação, manejo da lavoura, climatologia e irrigação,
socioeconomia, difusão e
transferência de tecnologia
além do industrial e todas as
subdivisões que permeiam
esses assuntos.
A princípio, entretanto,
foram definidas algumas
áreas de pesquisa que são
estratégicas e demandam
maior atenção neste momento, com foco na mecanização do plantio e da colheita e todos os demais aspectos que permeiam o
tema. A mecanização alterou todo processo de produção da cana e trouxe uma
série de consequências negativas que demandam soluções urgentes, destacaram
os presentes.
4
Jornal Paraná - Setembro 2013
Costa, Goioerê e Tapejara,
além da Sabarálcool de Perobal. E o quinto é composto pela Melhoramentos
de Nova Londrina, Coopcana e cinco unidades da
Santa Terezinha: Rondon,
São Tomé, Cidade Gaúcha,
Terra Rica e Paranacity.
Detalhamento do trabalho teve início em reunião dia 4 de setembro, na Alcopar
Dentre os subtemas estão:
a compactação do solo, colheita mecânica de cana
crua, efeito da palha sobre o
solo, sobre a incidência de
pragas e doenças e sobre a
germinação da cana soca,
além de buscar qual o melhor espaçamento para a
colheita mecanizada, sistematização do terreno, conservação, adubação, correção
e tudo mais.
Na reunião foram criados
cinco polos regionais de
pesquisa, levando em conta
os tipos de solo e clima e a
localização das unidades industriais, além de eleito o
comitê de gestão que irá coordenar o trabalho, com
dois representantes em cada
polo. No primeiro ficaram
as usinas Jacarezinho, Dacalda, Bandeirantes, Dasa e
Dail. No segundo, Cooper-
val, as duas unidades da Renuka Vale do Ivaí, a Sabarálcool de Engenheiro Beltrão e a Melhoramentos de
Jussara.
O terceiro é formado pelas
três unidades da Alto Alegre, Nova Produtiva, Central e a Santa Terezinha
Iguatemi. No quarto polo
ficaram quatro unidades da
Santa Terezinha: Ivaté,
Foram eleitos para compor
o comitê de gestão: Valter
Sticanella do Grupo Maringá (Usina Jacarezinho),
José Carlos Turato da Destilaria Melhoramentos, Victor Vicari Rezende, da Sabarálcool, Jair Zerbinati, da
Renuka Vale do Ivaí, Paulo
Henrique Chaves de Souza,
da Nova Produtiva, Carlos
Arruda, da Dacalda, e Guilherme Rodrigues, da Usina
Santa Terezinha Paranacity.
“Desafios são imensos. A
ideia é que os representantes
dos polos se reúnam periodicamente para trocar informações,
estabelecendo
prioridades”, afirma Edelclaiton Daros, pesquisador
da UFPR. Recursos serão
gerenciados por uma fundação. “Esperamos ter alguns
resultados mais consistentes
já em quatro ou cinco anos”,
acrescenta.
Objetivo é integrar os profissionais das usinas e trazer conhecimentos que possam reciclar
e ajudar a melhorar processos nas mais variadas áreas Marly Aires
Com uma palestra sobre
formação e condução dos viveiros de mudas de cana,
feita pelo pesquisador e consultor Álvaro Sanguino, a
Syngenta em parceria com a
Alcopar realizou o 1° Syntegração – 2013. O evento foi
no dia 16 de agosto, em Maringá, com a presença de engenheiros agrônomos, técnicos e gerentes agrícolas das
30 usinas paranaenses. O objetivo foi também planejar a
programação de eventos para
o restante do ano e definir
como estes serão.
Seguindo os moldes do
evento já realizado há sete
anos no estado de São Paulo,
na região de Catanduva, representantes da Syngenta
propuseram um trabalho semelhante, com reuniões periódicas durante todo o ano.
Em São Paulo são realizados
de 10 a 11 encontros por ano
e no final do período, um
grande evento de confraternização também para a família.
A ideia é repetir o modelo
no Paraná, mas os profissionais das usinas paranaenses é que vão definir o
que querem, a partir desse
primeiro contato. Os representantes da Syngenta deixaram claro que trouxeram
uma proposta de trabalho,
mas que a Syntegração pertence ao grupo e que eles
vão definir como serão os
eventos. Que o objetivo é o
crescimento do setor e que
a Syngenta é apenas o facilitador.
O encontro surgiu a partir
de uma demanda das usinas
paulistas. É um espaço para
discutir problemas e trocar
informações. Objetivo é integrar o grupo e trazer conhecimentos que possam
EVENTO
1º Syntegração aborda formação de viveiros
reciclar e ajudar a melhorar
processos nas mais variadas
áreas. Normalmente conta
com uma palestra técnica seguida de confraternização e
espaço para troca de informações.
A primeira edição do evento foi no dia 16 de agosto, em Maringá
Setembro 2013 - Jornal Paraná
5
EVENTO
Qualidade da muda tem que melhorar
Álvaro Sanguino lembra que o objetivo dos viveiros é obter plantas sadias,
bom estande e vigor para desenvolvimento e longevidade do canavial
A necessidade de melhorar
a qualidade das mudas foi o
principal ponto defendido
pelo consultor Álvaro Sanguino, ex-pesquisador do
CTC, em sua palestra sobre
formação e condução de viveiros, destacando a importância de fazer teste de viabilidade de gema e brotação
da cana muda 20 dias antes
do início do plantio no
campo, colhendo as amostras de forma aleatória.
“Cana para plantio tem
que ser perfeita, sadia, com
qualidade para brotação e
vigor. O que nascer após 15
dias do plantio, não interessa, não vai se desenvolver,
mas apenas consumir adubo
e água, competindo com as
demais plantas, e morrer por
falta de vigor”, afirmou ressaltando que o problema é
que estão plantando gema
morta e tentando proteger.
“O produtor abre uma cova
mal feita, põe o defunto e
espera que ressuscite”, disse.
Durante o período de expansão do setor, há alguns
anos, plantou-se o que
tinha, sem se preocupar com
a qualidade de muda e o resultado está sendo colhido
agora. “Quem não sabe o
que tem dentro de casa, não
sabe como cuidar. Tem que
planejar. É uma área de extrema importância para a
usina”, afirmou.
O pesquisador lembrou
que a cana é igual às demais
culturas. Mas que se tem
plantado esta com mudas
com menos de 30% de gemas viáveis. “Produzir menos do que 70 toneladas por
hectare não dá. Está perdendo competitividade. Só
vai aumentar a longevidade
e produtividade se formar
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Jornal Paraná - Setembro 2013
touceira boa com sistema
radicular perfeito”, ressaltou.
Para ele não adianta ter um
excelente resultado operacional, com “x” hectares de
cana plantados por dia se a
cana não nascer com vigor.
“Ou volta a praticar tecnologias esquecidas ou vai
continuar perdendo produtividade”, alertou.
Sanguino citou que normalmente há 20% de perda
de gemas em média durante
as operações de corte, carregamento, transporte, distribuição e cobrição de mudas.
“Se o potencial de germinação for de 30%, vai plantar
o que? Joga-se um monte de
cana porque não sabe o que
nasce”, comentou. Usar de
18 a 20 toneladas de cana
por hectare, como é feito
hoje com o plantio mecânico, é o equivalente a usar
de 20 a 25 gemas por metro.
“É um volume de cana que
poderia estar sendo moído
ou usado para o plantio de
uma área maior”.
Um cálculo que considera a
qualidade da muda para definir a densidade de plantio
aponta que com uma cana
muda de boa qualidade com
germinação entre 80% a
100%, mesmo considerando
uma quebra operacional de
20%, é possível plantar tranquilamente de seis a oito
gemas por metro. As de qualidade média, com 65% a
75% de germinação, o número de gemas sobe para
oito a 11, mas se a muda for
de qualidade ruim, com germinação de 50% a 60%, tem
que se usar de 13 a 17 gemas.
O pesquisador lembrou
que o objetivo de se formar
os viveiros de mudas é a sanidade, evitar o transporte
de pragas e doenças, além
de obter um bom estande
de plantas nos plantios, sem
falhas, com rápida germinação, vigor e excelente desenvolvimento, deixando o
canavial homogêneo e com
maior longevidade.
Outro ponto que não pode
ser esquecido, citou Sanguino, é que no canavial
comum, o objetivo é produzir açúcar e etanol. No viveiro, o objetivo é produzir
gema boa. Por isso nutrição
e herbicidas usados são diferentes. “Objetivo diferente, tratamento diferente.
Cana para açúcar pode sentir e se recuperar após a
aplicação de herbicida, mas
se isso matar ou danificar a
gema na muda de cana, é
problema”, finalizou.
Só vai aumentar
a longevidade
e produtividade
do canavial com
boa muda
Como conduzir o viveiro
• Plantio em solo fértil.
• Aplicar 30 dias antes do plantio 20 kg de N por
hectare para homogeneizar a brotação e dar
vigor à planta.
• Usar muda cana com nove a 12 meses.
• Período ideal de plantio é de outubro a março.
Ninguém planta outras culturas fora da época
recomendada. Solo tem que estar com 20º C
para germinar.
Roguing e tratamento térmico são ferramentas importantes
• Não utilizar produtos para encurtar o nó
pensando em plantar mais gemas.
• É viável plantar com pouca gema.
• Não existe viveiro sem água. É preciso irrigar.
Quanto mais tempo o tolete ficar debaixo
da terra, maior a chance dos microorganismos
matarem a gema.
• Mato e muda não combinam, mas cuidado
com o herbicida usado. Pode matar a gema.
• Conhecer as principais doenças para fazer
roguing.
• Observar outras doenças. Algumas que não
eram mais problema nas lavouras de cana
estão reaparecendo porque mudou o microclima
com a palha.
• As variedades mais plantadas atualmente
foram selecionadas na época da cana queimada.
• Evitar disseminação e entrada de doenças com a
desinfecção de facões e máquinas.
• Não adquirir ou plantar mudas sem sanidade.
Setembro 2013 - Jornal Paraná
7
EVENTO
Controle de doenças e
pragas começa no viveiro
Tratamento térmico da muda é um dos mais eficientes processos na usina para tratar
doenças como o raquitismo e a escaldadura, mas foi abandonado
Controlar doenças e pragas é um
dos principais objetivos de se ter
um viveiro, permitindo que o
plantio comercial se inicie com
plantas sadias, que absorvam água
e nutrientes de forma eficiente.
Qualquer lavoura começa com
boa semente. Muitas das usinas,
entretanto, tem se descuidado
disso, comprometendo o desenvolvimento, a produtividade e a
maturação da lavoura, comentou
o pesquisador Álvaro Sanguino.
A base é não adquirir ou usar
mudas sem qualidade ou sanidade, diz, optando por variedades
resistentes. Também, é preciso
conhecer qual o problema que
tem na lavoura, para controlar.
“Atualmente, há inúmeras ferramentas para diagnóstico de doenças”, afirmou.
O tratamento térmico da muda
que será implantada no viveiro,
método antigo, conhecido desde
a década de 1950, é um dos mais
eficientes processos na usina para
tratar doenças como o raquitismo
e a escaldadura, mas foi abandonado, lamentou o pesquisador.
Para ser eficiente, este deve ter
um perfeito controle da temperatura de forma contínua, ficando
pelo tempo necessário imerso em
uma quantidade de água que obedeça à relação massa/volume de
1/6.
8
Jornal Paraná - Setembro 2013
Depois, é só cuidar no campo
para evitar a disseminação e a entrada dessas doenças adotando a
desinfecção de facões e instrumentos agrícolas a cada troca de
talhão. Sanguino citou o caso de
usinas que adotaram o tratamento
térmico e a desinfecção dos equipamentos e que conseguiram em
oito anos zerar a ocorrência de
raquitismo.
De um modo geral, afirmou que
os índices da doença vinham
caindo significativamente. Diagnóstico feito em 2006 apontava
os viveiros com média de 1,5% de
raquitismo. Mas que com a colheita de cana crua e o abandono
do tratamento térmico, voltaram
a crescer de forma preocupante,
girando em torno de 15%. E há
variedades que, devido a seu potencial produtivo, foram multiplicadas sem cuidado, fazendo com
que hoje apresentem 85% de raquitismo. “A cada 1% da doença
significa 0,5% de perda de produtividade. A escaldadura também
provoca prejuízos enormes”, alertou.
Já no caso de doenças como o
carvão, além da resistência de variedade, um método de controle
bastante eficiente para Sanguino
é o roguing (examinar e remover
as plantas com doenças ou de
mistura varietal). Mas ressaltou
que este deve ser feito de acordo
com o ciclo da doença, e não
quando é possível. “Depois de
mosaico e carvão disseminados na
lavoura, não adianta fazer roguing. Tem hora certa. Também é
preciso conhecer bem as principais doenças e procurá-las em variedade que é suscetível. Fazer
isso na que é resistente é perder
tempo”, enfatizou.
Outro grande problema é colmo
brocado usado como muda, que
leva a praga para os plantios comerciais. Controle de broca é
prioritário na muda.
Álvaro
Sanguino:
sanidade
Moagem de cana acelerou o ritmo, mas ainda não foi possível recuperar o tempo perdido
com as chuvas contínuas entre junho e julho Marly Aires
Com foco na produção de
etanol, visando garantir o
abastecimento, as usinas do
Paraná já produziram até o
dia 16 de setembro 942,7
milhões de litros, 5,7% a
mais que os 891,8 milhões
obtidos no mesmo período
do ano passado. O maior
crescimento se deu na fabricação de etanol anidro, 9,6%
a mais (303,5 milhões de litros), enquanto o hidratado
cresceu 3,9% (639,2 milhões).
Com a prolongada estiagem no Paraná ocorrida nos
meses de agosto e setembro,
a moagem de cana de açúcar
acelerou o ritmo, mas ainda
não foi possível recuperar o
tempo perdido entre junho
e julho, quando as chuvas
contínuas impossibilitaram
a colheita e reduziram significativamente o número de
dias trabalhados na indústria, afirma o superintendente da Alcopar, José
Adriano da Silva Dias.
Até o dia 16 de setembro
tinham sido esmagados no
Estado 27,09 milhões de
toneladas de cana, 1,3% a
menos que no mesmo período da safra passada,
27,45 milhões de toneladas. Consequentemente, a
produção de açúcar no período, 1,895 milhão de toneladas é 7,7% menor em
comparação com a safra
anterior, quando foram
produzidos 2,053 milhões
de toneladas.
A média do total de quilos
de ATR (Açúcar Total Recuperável) produzidos por tonelada de cana vem se recuperando, mas ainda está 0,8%
abaixo em comparação com a
safra passada, 132,79 kg
ATR/t cana contra 133,87
kg ATR/t cana em 2012/13.
Apesar da geada, que prejudicou principalmente as lavouras das usinas localizadas
na região do Vale do Ivaí, a
Alcopar revisou para cima
SAFRA
Usinas priorizam produção de etanol no PR
sua expectativa de produção
de cana de açúcar nesta safra.
As chuvas abundantes elevaram a expectativa de produção para 42 milhões de toneladas no Paraná.
Segundo o presidente da
Alcopar, Miguel Tranin, já é
certo, entretanto, que não
será possível colher toda essa
matéria prima, devendo sobrar no campo para a safra
2014/15 pelo menos 2 milhões de toneladas de cana.
Setembro 2013 - Jornal Paraná
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MEIO AMBIENTE
Semeando o Verde e colhendo conscientização
Santa Terezinha estimula o voluntariado e o cuidado ambiental com mais de 25 mil mudas
de árvores plantadas e envolvimento de 4.200 crianças Da Equipe de Redação
Muito mais do que um
passeio, plantar árvores foi
uma experiência única para
muitas das mais de 4.200
crianças de 20 escolas públicas que participaram este
ano do plantio de mudas de
espécies nativas e das demais
atividades do projeto “Semeando Verde” em todas as
unidades da Usina Santa Terezinha. Isso foi retratado
nos materiais elaborados
pelos estudantes como parte
da programação do evento,
no período de 3 a 27 de setembro.
Por meio de atividades
educativas, lúdicas e cultu-
rais, foram realizadas ações
como palestras, apresentações teatrais, concursos de
frases, plantios de árvores,
entrega de kits e premiações
envolvendo a temática preservação ao meio ambiente.
A expectativa é de fechar a
atividade com mais de 25
mil mudas de espécies de árvores nativas plantadas este
ano por crianças e voluntários.
e em Rio Paraná, no Mato
Grosso do Sul. “O Semeando o Verde, desde 2005,
vem contribuindo para a
formação de uma sociedade
ambientalmente correta, responsável pela preservação da
biodiversidade, comprometida com o futuro da nova
geração”, afirma o gerente de
sustentabilidade da Usina
Santa Terezinha, Luis Alberto Soria.
As cidades contempladas
pelas ações foram as das unidades de Iguatemi, Ivaté,
Tapejara, Cidade Gaúcha,
Paranacity, Rondon, São Tomé e Terra Rica, no Paraná
“A preocupação da Santa
Terezinha com a sustentabilidade e o meio ambiente é
muito forte. Por isso foi
criada uma gerência de sustentabilidade, com células
Metas
Segundo o gerente de sustentabilidade da Usina Santa Terezinha, Luis
Alberto Soria, o projeto tem como
meta, até 2015, disseminar informações
sobre a preservação do meio ambiente
para mais de 12 mil alunos, plantar 100
mil mudas de árvores nativas e frutíferas e recuperar 20 áreas de preservação
com a presença e participação dos alunos do 4º ano da rede municipal de
educação.
Em 2012, o projeto “Semeando o
Verde” contemplou 3.834 crianças de 6
a 12 anos de idade. No total foram
plantadas 24 mil árvores nativas e frutíferas por 1.282 crianças e colabora10
Jornal Paraná - Setembro 2013
dores nas unidades de Cidade Gaúcha,
Iguatemi, Ivaté, Paranacity, Rondon,
São Tomé, Tapejara e Terra Rica. As
mudas são cultivadas no viveiro das
unidades e doadas pelo IAP (Instituto
Ambiental do Paraná) e Green Farm
CO2Free, empresa localizada no Mato
Grosso do Sul.
Na segunda e terceira edição do Selo
dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio - Empresa Parceira, a Usina
Santa Terezinha, através do projeto
“Semeando o Verde”, foi certificada
por suas práticas a favor dos ODM e
por contribuir com o crescimento sustentável do Paraná.
em cada unidade, que desenvolve diversas ações como essa, visando conscientizar os colaboradores e
a comunidade. A mudança
começa com educação e
conscientização das crianças”, afirma o diretor da unidade em Iguatemi, Júlio
César Meneguetti.
cia de preservação que as
aproxima da empresa e incentiva o colaborador a prática do voluntariado, contribuindo para formação de
cidadão consciente”,diz.
Ronaldo Pereira, diretor
comercial da FMC Agricultural Solutions, que é apoiadora do projeto, diz que
O “Semeando o Verde” “estimular a consciência amconta com a participação de biental das crianças e colacolaboradores, jovens apren- boradores, além de preservar
dizes e voluntários. Rodrigo e recuperar o meio ambiente
Paschoal Bellusci, psicólogo são essenciais para o crescique atua no treinamento da mento e desenvolvimento
unidade em Paranacity diz sustentável no agronegócio.
que essa ação “desenvolve Por isso, a FMC apoia essa
nas crianças uma consciên- iniciativa”, destaca.
Dos 2 mil atletas que fizeram o percurso, 88 eram da usina, que também realiza
uma versão própria da corrida de rua em novembro, em Iguatemi Marly Aires
Cerca de 2 mil atletas participaram da 10ª edição da
maratona de revezamento
“Vanderlei Cordeiro de Lima” – Pare de Fumar Correndo realizada no dia 25 de
agosto, em Maringá, em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Fumo.
Saindo de frente à Prefeitura de Maringá, percorreram 42.195 m com a proposta de ter uma vida mais
saudável.
A Usina Santa Terezinha
participou ativamente com
11 equipes inscritas, sendo
88 colaboradores e convidados no total. A equipe melhor classificada da usina
ficou em 10º lugar: Luciano
Miguel dos Santos, Valdenir
Ferrasco, Juliano Martari,
Edmilson de Oliveira, José
Carlos de Aguilar, Edmar
Antonio Correia, Alessandro da Silva Flauzino e Sebastião Carlos de Lima.
Desde 2008, a usina desenvolve o “Projeto Atletismo”,
que envolve diversas ações
de incentivo à prática esportiva e participação em corridas de rua no Paraná, visando melhor qualidade de
vida e saúde do colaborador
e de seus familiares em
todas as unidades industriais
do grupo. Estes são estimulados e recebem apoio para
participar da Maratona de
Revezamento – Pare de Fumar Correndo – Vanderlei
Cordeiro de Lima e da Prova Rústica Tiradentes, ambas em Maringá.
ESPORTE
Santa Terezinha participa em peso de maratona
Percebemos uma integração
entre os setores e também
unidades produtivas da empresa”, diz a responsável pela
responsabilidade social da
Santa Terezinha, Solange
Gil Azevedo.
Projeto promove interação, socialização,
prática de atividade física e bem-estar
A empresa oferece, no dia
da corrida, equipe de apoio
e premiação interna para os
colaboradores, que neste ano
foram tênis, dois celulares
(mini galaxy) e 30 brindes
(mochila, bola, bolsa, gar-
rafa, corda e pochete).
“O Projeto Atletismo proporciona um momento de
interação e socialização, além
de promover a prática de atividade física e bem-estar.
Além disso, a unidade de
Iguatemi promove desde
2008 a Corrida Rústica de
Iguatemi Elenilson Silva, no
dia 15 de novembro, uma
iniciativa que conta com a
parceria da UEM (Universidade Estadual de Maringá), por meio do projeto
“Tabagismo - Pare de Fumar Correndo”. Os colaboradores de todas as unidades
da usina participam em peso, assim como a comunidade do distrito e dos municípios da região.
Setembro 2013 - Jornal Paraná
11
HOMENAGEM
Ricardo Rezende é Benemérito
da Indústria Paranaense
A esposa Dayse e os filhos, Ricardo, Victor e Fábio, receberam título póstumo
em evento da Fiep, em agosto, em Curitiba Da Equipe de Redação
O engenheiro agrônomo
e empresário Ricardo Albuquerque Rezende, fundador da Sabarálcool, falecido no ano passado, foi
homenageado com a Comenda Póstuma de Benemérito da Indústria do
Paraná no último dia 19 de
agosto, em Curitiba, durante as comemorações dos
69 anos da Federação das
Indústrias do Paraná
(Fiep). Em 1992, o empresário já havia recebido a
Medalha e Diploma do
Mérito Industrial pela
Fiep.
Por cerca de cinco minutos, Dayse Eliana Vicari
Rezende destacou o caráter
empreendedor do marido e
sua luta por melhores condições para o setor produtivo brasileiro e para a indústria sucroenergética.
“Os obstáculos sempre foram muitos, bem conheci-
e não mediu esforços para
atingir seus objetivos. Sempre soube transformar o futuro no presente com muita
perseverança, lealdade e
honestidade. Ficamos orgulhosos e motivados pela
homenagem. A classe industrial reconheceu o que
meu pai fez em prol da indústria, do Estado e da sociedade”, lembrou o filho e
diretor presidente da Sabarálcool, Ricardo Albuquerque Rezende Filho.
Família destacou caráter empreendedor e luta por melhores condições para o setor
dos por todos os empresários”, lembrou Dayse, ressaltando que nada disso,
porém, abalou a obstinação
de Ricardo. Ao final do
discurso, descerrou com o
presidente da Fiep, Edson
Campagnolo, três placas
destacando três empresá-
rios falecidos.
A Comenda da Fiep foi
uma homenagem às pessoas que deixaram um legado, aos empresários e
personalidades que colaboraram e que contribuem
com o crescimento indus-
Empreendedor nato
Para o diretor agrícola,
Victor Vicari Rezende, o
pai era um homem inquieto. “Não conseguia ficar parado, um empreendedor nato. A homenagem
reverencia todo o trabalho
e dedicação dele em prol
do Paraná. Bom seria se ele
estivesse conosco recebendo esta homenagem. Sempre foi nosso maior exemplo e meu eterno guia”, enfatizou.
Fábio Vicari Rezende,
filho e diretor Administrativo/Financeiro e Indus12
Jornal Paraná - Setembro 2013
trial da Sabarálcool, contou que a família ficou feliz
com a homenagem. "Esta
comenda é um motivo de
orgulho e um incentivador
a mais para dar continuidade ao trabalho do meu
pai. Ele foi um incansável
lutador em um país onde
não se dá condições aos
empresários. Ele conseguiu
chegar onde sonhava, por
seu mérito".
Outros empresários, de
diferentes segmentos e de
diversas regiões do Estado,
também foram homenage-
ados e tiveram seus trabalhos reconhecidos. Por seu
dinamismo, empreendedorismo e talento, o empresário Ricardo Albuquerque
Rezende foi indicado pelos
sindicatos Siapar, Sibiopar,
Sialpar, Sindimetal Maringá, Sinduscon Nor e
Singramar para ser homenageado com o título Benemérito da Indústria.
Ricardo Rezende:
exemplo
trial do Paraná e do País. A
solenidade contou com a
presença de familiares, lideranças empresariais e políticas de todo o Estado.
“Meu pai foi um homem
que trabalhou durante sua
vida em prol de uma causa
“Vamos continuar escrevendo a história de meu
pai”, afirmou, ressaltandoo como um guerreiro. “Ele
nasceu em uma região que
não tinha a cultura da cana
implementada e foi obrigado a romper barreiras.
Era um lutador e um líder.
A maior prova é que um
ano e meio após seu falecimento, ele está sendo homenageado”, disse.
Ações visam preservar a natureza, conscientizar e melhorar a qualidade de vida de
funcionários e da população dos municípios em que atua Da Equipe de Redação
Práticas sustentáveis são
adotadas há muitos anos
pela Usina Sabarálcool, que
conta com unidades em Engenheiro Beltrão, próximo a
Maringá, e Perobal, na região de Umuarama. Diversas ações sociais dão respaldo à comunidade, melhorando a qualidade de vida de seus funcionários e da
população dos municípios
em que atua. Um exemplo é
o patrocínio do Programa
Educacional de Resistência
às Drogas e à Violência
(Proerd), que afasta as crianças do contato com a droga.
Também o cuidado em
preservar o meio ambiente e
conscientizar a comunidade
no seu entorno tem dado resultados importantes, com
investimentos em reflorestamento, reutilização de vinhaça na fertirrigação da
lavoura, aproveitamento do
bagaço da cana para gerar
energia e a separação e
destinação corretas de resíduos.
Proerd
O Programa Educacional de Resistência às
Drogas e à Violência
(Proerd) tem caráter social preventivo e é colocado em prática pela
Polícia Militar em parceria com a Secretaria de
Educação de Engenheiro Beltrão e com o apoio
da Sabarálcool.
Os estudantes do 5º
ano das escolas públicas
e privadas são conscientizados sobre os riscos e
consequências das drogas, bebidas alcoólicas e
SOCIAL
Sabarálcool investe no homem e no ambiente
cigarro e orientados sobre como se prevenir. Às
famílias também é oferecido um curso específico para capacitar os
pais a ajudar seus filhos
a fazerem escolhas positivas.
Durante o período de
palestras é realizado ainda um concurso de redação. São distribuídos vários prêmios e o autor do
melhor texto recebe da
Sabarálcool uma bolsa
de estudos até a conclusão da faculdade.
Dentro desse trabalho,
como é feito todos os anos,
a empresa realizou em junho a Semana do Meio
Ambiente, com plantio de
árvores nativas e conscientização de crianças, colaboradores e da população em
geral nas duas unidades,
através de palestras com especialistas.
Para os funcionários da
unidade de Engenheiro Beltrão, a professora Mariam
Trierveiler Pereira, do Instituto Federal do Paraná falou
sobre Aquecimento Global,
Sidnei Aparecido da Silva,
do Instituto Ambiental do
Paraná, sobre Descarte de
Resíduos, e Cleiton Apare-
cido da Silva, assistente técnico Ambiental da Sabarálcool, sobre Sustentabilidade Ambiental.
Nas atividades com estudantes, Hugo Lorran de
Melo Rocha, da Sabarálcool, palestrou sobre Preservação do Meio Ambiente
para alunos do 3º e 4º ano
da Escola Municipal Souza
Naves, em Cafezal do Sul.
Foi feito o plantio de mudas
de árvores nativas com os
alunos do 4º ano da Escola
Municipal Santinho do
Oeste, distrito de Alto Piquiri. E houve palestras de
conscientização com os estudantes do 3º e 4º ano da
Escola João Varella, em
Crianças
participaram
do plantio de
árvores nativas
Ivailândia, distrito de Engenheiro Beltrão.
A chuva atrapalhou várias
atividades programadas para
a unidade de Perobal, mas
palestras semelhantes foram
feitas com os funcionários e
estudantes e com a comunidade.
Setembro 2013 - Jornal Paraná
13
BIOENERGIA
CPFL Renováveis inicia
operação da térmica Coopcana
Foram investidos R$ 155 milhões e meta é fornecer 22,5 MW médios/mês ao sistema
elétrico, o suficiente para abastecer 11 mil residências Marly Aires
Já está em operação comercial
desde o final de agosto a Usina
Termelétrica Movida à Biomassa
Coopcana da CPFL Renováveis,
localizada no município de São
Carlos do Ivaí (PR). A unidade
só estava à espera da autorização
para funcionamento, concedida
pela ANEEL (Agência Nacional
de Energia Elétrica) em seu despacho nº 2.988/13, conforme resolução nº 3.328/12, publicada
no Diário Oficial da União, informa o diretor de Engenharia e
Obras, João Martin.
O empreendimento é resultado
da parceria entre a Usina Coopcana e a empresa CPFL Renováveis (Companhia Paulista de
Força e Luz), firmado em agosto
de 2011 com o objetivo de produzir energia elétrica a partir do
bagaço da cana. A CPFL investiu os recursos necessários nas
obras da termelétrica e nas ampliações da usina e a Coopcana
repassa à empresa, por 20 anos,
todo o excedente de energia elétrica produzido.
A usina, que tem potência instalada de 50 megawatts (MW ),
conta com duas unidades geradoras com capacidade de injetar
30 MW de energia na rede, uma
caldeira de 220 TVH e demais
sistemas auxiliares, subestação e
linhas de transmissão de aproximadamente 20 km até o município de Alto Paraná. Ao todo
foram investidos R$ 155 milhões.
A obra que envolveu também a
modernização do sistema de caldeiras da usina, ampliando sua
capacidade de 21 kgf/cm² para
67 kgf/cm², além de aumentar a
capacidade industrial de produ-
Certificações
A usina recebeu três importantes certificações ainda na fase
de construção: os selos ISO 9001:2008 de gestão de qualidade,
ISO 14001:2004 de gestão ambiental, e OHSAS 18001:2007
de gestão de segurança e saúde ocupacional. Essas normas internacionais garantem o compromisso com a qualidade, a segurança e o meio ambiente.
A CPFL Renováveis é a maior empresa do Brasil no segmento
de geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis. Seu
portfólio inclui Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), parques eólicos, usinas a biomassa e energia solar.
14
Jornal Paraná - Setembro 2013
ção da usina de 3,4 para 4 milhões de toneladas de cana. O
volume atual estimado de consumo de bagaço é de 2.500 toneladas/dia. Quando estiver com
toda a estrutura em funcionamento, deverá absorver 650
mil toneladas/ano da matéria
prima.
A energia total produzida pela
termelétrica Coopcana será suficiente para iluminar uma cidade
de aproximadamente 100 mil habitantes e está conectada ao sistema elétrico, através da subestação da Copel em Paranavaí.
Por ano devem ser produzidos
56.700 MWh, mas os volumes
variarão em função da sazonalidade.
A meta, entretanto, é fornecer
22,5 MW médios/mês ao sistema elétrico, o suficiente para
abastecer aproximadamente 11
mil residências, além do consumo interno da própria UTE e
da Usina Coopcana, números
que já devem ser atingidos a partir da safra de 2014.
Com potência instalada
de 50 megawatts,
usina conta com duas
unidades geradoras
Norma trata sobre as condições de trabalho no campo e assunto foi discutido por
representantes do governo, empresários e trabalhadores Marly Aires
Os responsáveis do setor de
RH, Segurança do Trabalho
e Departamento Jurídico da
Alcopar, das usinas do Paraná e de outras empresas,
associações representativas e
sindicatos ligados ao agronegócio estiveram participando, dia 17 de setembro, no
Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, em Maringá, de reunião da Comissão Permanente Nacional Rural sobre
a NR 31, Normal Regulamentadora que trata sobre o
trabalho no campo.
O evento coordenado por
João Batista Amâncio, do
Ministério do Trabalho
(MTE) e por Francisco Car-
los Nascimento, vice-presidente da Faep (Federação da
Agricultura do Estado do
Paraná), contou também
com a presença de fiscais do
MTE e advogados.
Segundo Klauss Kuhnen,
assessor jurídico da Faep, entidade que organizou a reunião, o principal objetivo foi
discutir os pontos mais relevantes da NR 31, suas obri-
gações, interpretações e penalidades visando alinhar o
entendimento de todos sobre a lei, tirar dúvidas, além
de apresentar, discutir e avaliar propostas de alterações.
Representantes do setor e departamento jurídico da Alcopar estiveram presentes
LEGISLAÇÃO
NR 31 é tema de reunião em Maringá
Reuniões semelhantes já foram realizadas no Mato
Grosso do Sul, Santa Catarina e Pernambuco e uma
agenda deve ser elaborada
para o próximo ano com o
objetivo de discutir a norma em todos os estados
brasileiros, nas diferentes
realidades existentes em
todo o País.
Com isso será possível
aperfeiçoar a legislação com
base nas dificuldades encontradas no dia a dia para sua
aplicação e em avaliações
feitas pelos segmentos que
participam da comissão tripartite: governo, empresários e trabalhadores.
Setembro 2013 - Jornal Paraná
15
SETOR
Estudo Municípios Canavieiros
2013 chega a Cianorte
Estudo mostra vantagens e desvantagens de todas as fontes energéticas e o caminho
para garantir uma variada e segura matriz energética Da Equipe de Redação
No último dia 20 de setembro foi
realizado em Cianorte (PR), o “Estudo Municípios Canavieiros 2013
– Bioeletricidade”, iniciativa educacional do Projeto Agora. O encontro de formação para os professores
das escolas participantes foi no Anfiteatro da Prefeitura Municipal,
com a participação de escolas dos
municípios de Cidade Gaúcha, Engenheiro Beltrão, Paraíso do Norte,
São Pedro do Ivaí e Umuarama.
Posteriormente, os professores devem apresentar os trabalhos desenvolvidos, comentar os resultados e
trocar experiências.
Organizado de forma direcionada
ao 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, o estudo mostra as vanta-
gens e desvantagens do
uso de todas as fontes
energéticas e o melhor caminho para se garantir
uma variada e segura matriz energética.
participante recebe três kits contendo um caderno com orientações
para professores, um DVD multimídia com vídeos e fotos, e quatro
pôsteres gigantes sobre o tema
energia.
Em 2013, a missão do
“Estudo” é envolver escolas públicas municipais e
estaduais de 100 cidades
selecionadas nos estados
de Alagoas, Goiás, São
Paulo, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná e Pernambuco.
A expectativa é que 210 mil estudantes sejam impactados.
Os professores também recebem
jogo educativo criado para a iniciativa, que ajuda a consolidar o conteúdo abordado em sala de aula de
forma lúdica. Os profissionais que
não participarem das oficinas presenciais poderão solicitar o jogo por
meio do site: http://www.municipios-canavieiros.com.br/. No mesmo site, todo o material didático
utilizado nas salas de aula também
estará disponível para download,
em formato PDF.
O material pedagógico do estudo
é desenvolvido pelo Agora em parceria com a Editora Horizonte, e as
atividades são implantadas com
apoio das Secretarias de Educação
estaduais e municipais. Cada escola
Campanha ‘completão’ cresce e atinge quatro estados
O Paraná foi o primeiro a adotar a campanha, desenvolvida
inicialmente para veiculação em São Paulo
A campanha publicitária “Etanol,
o combustível completão,” lançada
com foco no estado de São Paulo,
em novembro de 2012 e mantida
ao longo de 2013, chegou ao Paraná, em julho, e mais dois estados
brasileiros, Goiás e Minas Gerais,
em agosto. A campanha, que permanece no ar até o final do ano,
destaca os impactos positivos do
biocombustível de cana do ponto
de vista econômico, social e ambiental.
“Após a campanha, o consumo de
etanol se estabilizou no final de
2012 enquanto o de gasolina caiu, e
a demanda pelo biocombustível vem
subindo gradativamente ao longo de
2013. É um resultado importante
porque esta deverá ser uma safra de
cana recorde no Brasil, a maior de
todos os tempos, o que significa que
a produção de etanol também será
16
Jornal Paraná - Setembro 2013
do biocombustível a base de cana. A
campanha tem contribuído para essa
mudança de conceito”, concluiu.
Para André Rocha, presidente
executivo Sifaeg/Sifaçúcar, “a campanha é importante não só para estimular ainda mais o consumo, mas
para deixar na memória as diversas
qualidades do nosso produto, que é
verde, renovável, eficiente e completão”.
superior a do ano passado,” explica o
diretor de Comunicação Corporativa da Unica, Adhemar Altieri.
Segundo o presidente da Alcopar,
Miguel Rubens Tranin, a campanha
desempenha um papel fundamental
por reforçar para o público os impactos positivos do etanol: “É necessário destacar os benefícios gerados
economicamente, no meio ambiente
e na saúde da população com o uso
Já na opinião do secretário executivo da Siamig, Mario Campos “a
campanha mostra que o consumidor faz a diferença em relação ao
meio ambiente ao colocar o etanol
no veículo. Estudos indicam que o
etanol reduz em até 90% as emissões de gás carbônico, comparado
com a gasolina, e gera grandes benefícios sociais. Por isso ele é um
combustível completo”.
Categorias de Jornalismo e Inovação Tecnológica trazem novidades e os candidatos
terão mais facilidade para inscreverem os trabalhos Da Equipe de Redação
Jornalismo e Trabalhos Acadêmicos terão mais facilidade
ao submeter seus trabalhos,
podendo enviar arquivos digitais, de até 10 MB, para: [email protected],
anexando à ficha de inscrição. Na
maioria dos casos, não será mais necessária a remessa por via postal de
CDs ou DVDs contendo cópias dos
trabalhos.
Estão abertas as inscrições para a
quinta edição do Prêmio Top Etanol,
premiação do setor sucroenergético
que tem como objetivo estimular a
realização de trabalhos sobre a interação entre agroenergia e meio ambiente e os benefícios da geração de
energias renováveis.
Desenvolvido pelo Projeto Agora,
uma das maiores ações de marketing
e comunicação institucional do agronegócio brasileiro, é destinado a jornalistas, universitários de cursos de
graduação e pós-graduação, fotógrafos amadores ou profissionais e responsáveis por projetos de inovação
tecnológica que envolvam o setor sucroenergético.
Nesta edição, a modalidade Inovação Tecnológica ampliou o objeto da
premiação para reconhecer também
ideias, conceitos e concepções, além
de projetos que revelem descobertas,
aperfeiçoamentos ou tecnologias que
contribuam para a produção ou utilização mais eficiente do etanol e outros derivados da cana.
No jornalismo impresso, atendendo
PROJETO AGORA
Prêmio Top Etanol abre inscrições
Reluzir o Futuro, de Ricardo Rafael da Silva
foi a foto vencedora do 4º Top Etanol
a diversas solicitações de candidatos,
a divisão não se dará mais entre Jornais e Revistas, e sim entre publicações de assuntos gerais e
especializadas. A alteração visa permitir uma distinção clara entre veículos com abordagem mais ampla
dos temas relativos à agroenergia, e
aqueles com enfoque mais específico,
dirigidos ao setor. As novas categorias estão denominadas como Jorna-
lismo Impresso - Geral e Jornalismo
Impresso - Especializado.
Os inscritos nas modalidades de
Nas categorias de Radiojornalismo
e Telejornalismo, os arquivos digitais deverão ser enviados no formato MP3 para os trabalhos de
rádio, e MP4 para os de telejornalismo. A categoria de Veículos Eletrônicos (Internet) permite a
inscrição apenas com a indicação do
link de acesso ao conteúdo do trabalho, que deverá estar ativo até a
conclusão do julgamento.
Inscrições
As inscrições devem ser realizadas até 21/02/2014. Informações, fichas
de inscrição e o regulamento: www.premiotopetanol.com.br e [email protected]. Endereço para envio de trabalhos: Prêmio Top
Etanol - A/C RP Consultoria - Av. N. Sra. de Copacabana, 928 - cj. 1001 Copacabana, Rio de Janeiro – RJ - CEP: 22060-002
Setembro 2013 - Jornal Paraná
17
DOIS PONTOS
Canola
A Abertura Nacional da
Safra de Canola 2013 ocorreu dia 18 de setembro, no
Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo/RS. O
evento reuniu mais de 600
pessoas, entre produtores, técnicos agrícolas, engenheiro
agrônomos, estudantes, autoridades e pesquisadores. A
BSBIOS tem incentivado o
seu cultivo para a produção de
biodiesel.
Benefícios
O Senado aprovou a Medida Provisória (MP) 615,
que concede benefícios a
produtores de cana e a usinas que tiveram prejuízos
com problemas climáticos,
principalmente, os que foram afetados pela seca no
Nordeste, na safra 2011/
2012. Eles terão subvenção
econômica de R$ 12 por
tonelada de cana, limitada
a 10 mil toneladas por produtor, de R$ 0,20, por litro
de etanol e redução da alíquota do PIS/Pasep e da
Cofins. O relator, senador
Gim (PTB-DF), ampliou
os benefícios aos produtores do Paraná que sofreram
perdas com as geadas no
período.
Incentivos
A presidente Dilma Rousseff sancionou dia 11 de setembro a lei que concede incentivos tributários aos
produtores de álcool, além de possibilitar a distribuição
de R$ 3 bilhões para os municípios brasileiros. A lei
12.859 veio da medida provisória 613, aprovada pelo
Congresso Nacional no fim de agosto. A MP promoveu uma desoneração tributária em favor de empresas
produtoras e importadoras de álcool, visando melhorar
a competitividade do etanol frente à gasolina. Eles
passaram a ter direito a desconto, na forma de crédito
presumido, das contribuições sociais (Pis/Pasep e Cofins) relativas às vendas que forem efetuadas até 31 de
dezembro de 2016.
Geadas
Açúcar
Afetados por geadas desde julho, os Estados de Mato
Grosso do Sul e Paraná devem ter juntos uma perda
equivalente a 11 milhões de toneladas de cana, 2,2% da
moagem esperada para todo o Centro-Sul. Pequeno no
conjunto da safra, o efeito das baixas temperaturas, no
entanto, não será tão insignificante assim para os grupos
que têm unidades nessas localidades. A estimativa é que
a produção de açúcar e etanol de algumas usinas instaladas na região possa cair até 15%.
O excedente global de
açúcar deverá cair para
3,06 milhões de toneladas
na temporada 2013/14,
que começa em outubro,
ante um excedente de 9,5
milhões no período 2012/
13, estimou a consultoria
Datagro, atribuindo o recuo de 68% a uma produção estável no Brasil e a
um crescente consumo
mundial. Neste contexto
de preços baixos, o diretor
da consultoria, Plínio
Nastari estima que em um
ou dois anos poderá haver
novamente déficit na produção mundial de açúcar,
algo que foi registrado
pela última vez na temporada 2009/10.
Gás de xisto
Em apenas quatro anos,
a exploração de gás de xisto nos Estados Unidos
iniciou uma revolução
energética capaz de alterar
o cenário econômico do
país. A atração de investimentos produtivos, antes
vista como impossível, tornou-se inevitável, assim
como a autossuficiência
em fontes de energia. Os
EUA estarão em poucos
anos exportando gás natural em volume suficiente
para mudar o panorama
mundial. A reserva americana de gás de xisto é estimada em 2,7 trilhões de
metros cúbicos, o suficiente para abastecer o mercado por mais de 100 anos.
Mas pode ser maior. O
preço atual de venda, de
US$ 4 por milhão de
BTUs, é imbatível. A Rússia escoa gás natural para a
Alemanha a US$ 11,36.
Na Indonésia, custa US$
17,72. No Brasil, US$ 18.
Produtividade
A produtividade média da cana na safra 2013/2014
deve crescer 6,8%, passando para 74,1 toneladas por
hectare, enquanto a produção terá incremento de
10,7%, atingindo 652,015 milhões de toneladas, de
acordo com a Conab. E isso com um aumento de apenas 3,7% na área plantada. O bom desempenho da
safra é consequência da renovação dos canaviais, dos
investimentos em tratos culturais e de condições climáticas favoráveis nas regiões produtoras. Números da
CNA demonstram que os custos de produção continuam elevados devido a uma série de fatores econômicos, sociais e institucionais.
Energia renovável
O Greenpeace divulgou que o Brasil pode dispor de
uma energia majoritariamente limpa até 2050, podendo
contar com 66,5% de fontes como vento, sol e biomassa
para abastecer os setores elétrico, industrial e de transportes – número 47% superior ao projetado pelo Governo Federal. E que até 2040 é possível abdicar da
energia produzida pelas usinas nucleares, térmicas movidas a óleo combustível e carvão mineral.
18
Jornal Paraná - Setembro 2013
Prêmio
O polietileno verde de
baixa densidade produzido
pela Braskem à base de
etanol de cana foi o vencedor da categoria Produtos,
no Ranking de Produtos e
Serviços Sustentáveis do
6º Fórum pelo Desenvolvimento Sustentável SUSTENTAR 2013, realizado em Belo Horizonte,
em agosto, considerado
um dos maiores encontros
de sustentabilidade da
América Latina.
Biodiesel
Um aditivo natural feito
a partir de resíduos da
produção de papel e de
suco de laranja promete
melhorar o desempenho
do biodiesel brasileiro e
reduzir o seu custo. O
composto, desenvolvido
no Instituto de Química
da Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp),
age no combustível aumentando a sua fluidez.
Ranking
O Brasil perdeu oito posições no ranking das economias mais competitivas do mundo, em meio à piora
macroeconômica, segundo o Relatório Global de
Competitividade, do Fórum Econômico Mundial com
a Fundação Dom Cabral. Entre 148 economias, o
Brasil voltou a ocupar a posição 56ª no ranking elaborado por meio de uma pesquisa de opinião com executivos, atrás de países como China e África do Sul,
29ª e 53ª posições, respectivamente, mas na frente dos
outros países do BRICS, Índia e Rússia, em 60º e 64º
lugares. Os 10 países mais competitivos, pela ordem,
são Suíça, Cingapura, Finlândia, Alemanha, Estados
Unidos, Suécia, Hong Kong, Holanda, Japão e Reino
Unido. Nos dois anos anteriores o Brasil havia ganhado cinco posições.
Perda
Manoel Sobral Júnior ,
que por 15 anos foi executivo do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC),
faleceu no último dia 21
de agosto. Ele foi responsável por iniciativas pioneiras, como a criação do
Consórcio Internacional
para a Biotecnologia da
Cana-de-Açúcar que levou ao mapeamento genético da cana, processo
extremamente importante
Balança comercial
A balança comercial registrou déficit de
US$ 3,764 bilhões nos oito primeiros
meses do ano, o maior
desde 1995, provocado
pelo elevado saldo negativo da conta petróleo e
pela queda nas vendas
de produtos brasileiros
no exterior. Segundo o
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, no acumulado do ano
até agosto as exportações atingiram US$
156,655 bilhões, com
queda de 1,3% pela
média diária das operações em relação a igual
período do ano passado.
As importações, no período, ficaram em US$
160,419 bilhões, 10%
maiores.
Leilão de energia
As usinas de energia de biomassa a partir da cana tiveram sete projetos arrematados
no leilão realizado no final de agosto na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica,
em São Paulo. O objetivo é garantir o abastecimento do sistema a partir de 1º de janeiro
de 2018. Com os sete projetos, as usinas tiveram contratados 347 megawatts a um valor
médio de R$ 133 reais por megawatt/hora. O valor ficou acima da média geral do leilão,
de R$ 124,97 por megawatt/hora. Ao todo, foram leiloados 36 projetos entre hidrelétricas, termelétricas e biomassa.
Ato Público
no desenvolvimento de
novas variedades.
Petrobras
Entre janeiro de 2003 e junho de 2013, as refinarias
da Petrobras venderam R$ 1,55 trilhão em combustíveis aos distribuidores, sem que a estatal ganhasse um
centavo sequer com a atividade. Pelo contrário. A empresa teve perda acumulada de R$ 663 milhões com
refino de petróleo nos últimos dez anos e meio.
No último dia 30 de agosto foi promovido no Teatro
Municipal de Sertãozinho
o Ato Público de Defesa da
Cadeia Produtiva Sucroenergética reunindo mais de
600 pessoas entre prefeitos
dos municípios canavieiros,
parlamentares, secretários
de Estado, trabalhadores,
produtores de cana, empresários da indústria de base
e de usinas. Durante, foi
elaborada uma carta de reivindicações ao governo federal pedindo a elaboração
de um marco regulatório
do setor para tentar encer-
rar uma crise que se estende por cinco anos. Para
as entidades do setor, a
União precisa criar instrumentos que garantam iso-
nomia no tratamento do
etanol com relação à gasolina, bem como proporcionar incentivos para atrair
investimentos na área.
Setembro 2013 - Jornal Paraná
19
Volume de negócios deve
superar os R$ 2,2 bilhões
Mais de 33 mil visitantes de 20 estados brasileiros e 30 países conferiram as
avançadas tecnologias em máquinas, equipamentos e produtos Da Equipe de Redação
O sucesso da
21ª Fenasucro
- Feira Internacional de
Te c n o l o g i a
Sucroenergético, de 27 a
30 de agosto, dá novo
ânimo a toda cadeia produtiva do setor sucroenergético nacional. De acordo
com a Reed Multiplus mais
de 33 mil visitantes de 20
estados brasileiros e 30 países estiveram no Centro de
Eventos Zanini, em Sertãozinho (SP), para conferir as ofertas de máquinas,
equipamentos e produtos
com as mais avançadas tecnologias, que melhoram a
eficiência energética nas
usinas. A expectativa é que
o volume de negócios iniciados na feira superem os
R$ 2,2 bilhões nos próximos meses.
O bom desempenho, se-
gundo os organizadores, é
um reflexo da credibilidade
depositada pelas 550 expositoras nacionais e internacionais na feira, que serviu
mais uma vez, para uma reflexão da importância do
setor para o País. A edição
deste ano contou com oito
eventos paralelos, contabilizando mais de 60 palestrantes que abordaram temas
variados, contemplando toda a agroindústria da cana.
Além de reunir autoridades,
líderes, técnicos e produtores, também atraiu um ato
público em favor do setor
sucroenergético.
Outro destaque foram as
Rodadas de Negócios Internacional, organizadas
pela Apla/Apex, que promoveram encontros comerciais entre 53 empresas
brasileiras e 21 compradores estrangeiros da Argentina, Bolívia, Colômbia,
Evento reuniu 550 expositoras nacionais e internacionais
Guatemala, Quênia, Peru e
outros países. As rodadas
totalizaram 463 reuniões e
US$ 260 milhões de negócios prospectados, que
devem ser ampliados nos
próximos 12 meses. A
maior oferta de crédito
Bons ventos
A maior feira do mundo para o setor
foi plataforma de iniciativas em favor do
crescimento sustentado da cana, produto
importante da agricultura e o segundo
do agronegócio brasileiro, com faturamento de R$ 46,39 bilhões em 2012.
força. Ao falar sobre as perspectivas do
mercado mundial, Plínio Nastari destacou que o cenário mundial de produção
de cana não ameaça a hegemonia do
Brasil como principal player global na
exportação de açúcar e álcool.
Segundo os organizadores, a palavra
crise ganhou significado de oportunidade para o setor durante a 21ª Fenasucro. O evento provou ser um elo
importante na articulação de interesses
de toda cadeia produtiva, incentivando a
busca de soluções e mobilizando empresários, políticos, técnicos, consultores e
pesquisadores em pról de um mesmo objetivo.
Enquanto a previsão para os principais
concorrentes do País é de produção estável, no Brasil já se fala em safra recorde
de cana para 2013/2014: 635.32 milhões de toneladas, o que reforça a necessidade de investir em inovação e novas
tecnologias.
A Datagro Ceise Br Conference, que
deu início à programação da feira, deu sinais de que a retomada de crescimento
tão esperada pelo setor pode ganhar
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Jornal Paraná - Setembro 2013
De acordo com dados da prefeitura, a
feira impacta positivamente na economia
da região de Sertãozinho, maior polo sucroenergético do Brasil, que movimentou aproximadamente R$ 21 milhões
com o evento, além de gerar 14 mil empregos diretos e indiretos.
com taxas de juro competitivas também contribuiu
para que os produtores ampliem a capacidade instalada das usinas com a
renovação de máquinas e
equipamentos.
Outra boa notícia anunciada pelo presidente do
Ceise Br - Centro Nacional
das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis, Antonio Eduardo
Tonielo Filho, foi o projeto
pioneiro de uma usina mo-
delo para os alunos da unidade do Senai de Sertãozinho. “Foram investidos
mais de R$ 40 milhões para
capacitar os futuros profissionais da indústria que
queiram atuar no mercado
sucroalcooleiro”, afirma.
Promovida pela Reed
Multiplus e com realização
do Ceise Br, a edição de
2014 da Fenasucro está
confirmada para o período
de 26 a 29 de agosto, no
Centro de Eventos Zanini.
Parceiros na Fenasucro
Dynamic Air
Tecniplas
Engevap
RG Sertal
Caldema
TJA
Fertron
Sermatec - Renk Zanini
Foxwall
Bray
Zanardo
Teston
Valeq
Usingá
GE
Setembro 2013 - Jornal Paraná
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EMPRESAS
Caldema recebe Selo Verde 2013
Empresa ambientalmente sustentável, torna-se “Amiga do Meio Ambiente de Sertãozinho”
A Caldema foi
Certificada pela Prefeitura de Sertãozinho, através da
Secretaria Municipal de
Meio Ambiente, com o
Selo Verde (Empresa Ambientalmente Sustentável
2013). A entrega ocorreu
durante a Fenasucro, e
contou com a participação
do secretário da pasta,
Carlos Alexandre Ribeiro
Gomes, do prefeito Zezinho Gimenez, dos secretários estaduais Mônika
Bergamaschi (Agricultura
e Abastecimento) e Carlos
Roberto Liboni (Indústria e Comércio), entre outros
convidados.
De acordo
com Carlos
Gomes, uma
das finalidades da certificação é valorizar e incentivar as empresas
que praticam ações
que promovam a sustentabilidade socioam-
biental. “E também, propor
atitudes e práticas
comportamentais
fundamentadas
em valores que
tenham como
referência a
preser vação
do meio ambiente”, explicou.
Em seu discurso, o prefeito
Zezinho Gimenez
parabenizou o trabalho das empresas e citou
sobre a importância de se
pensar no assunto. Mônika Bergamaschi também
elogiou a postura das empresas, no sentido de discutir questões relevantes
ao meio ambiente. “Para a
Caldema a questão ambiental é um tema de importância global e faz parte da história da empresa,
através de vários projetos
ambientais em desenvolvimento”, comenta Alexandre Martinelli, coordenado comercial/marketing.
Reunion Engenharia
recebe clientes na Fenasucro
Pelo quinto ano consecutivo, mostrou a gama de projetos industriais implantados
em grandes usinas e destilarias do Brasil e do mundo
A Reunion Engenharia apresentou
na Fenasucro os projetos de engenharia implantados nas usinas e ressaltou os 20 anos da marca com
cases de sucesso expressos em painel
afixado no estande. Com uma
equipe de engenheiros e projetistas,
o grupo recebeu mais de 80 pessoas
por dia, entre amigos, fabricantes de
equipamentos, clientes, parceiros e
visitantes, sendo a maioria com perfil técnico e com poder de decisão de
negócios.
Por duas décadas se dedicando aos
projetos de usinas, a empresa se orgulha por ter contribuído com o
desenvolvimento do setor sucroenergético e de outros segmentos.
Juntos somam mais de 500 trabalhos em quase todos os estados do
Brasil e em países como Alemanha,
Austrália, Áustria, Bolívia, Cuba,
Estados Unidos, Filipinas, Ilha da
Madeira, Índia, Peru e Venezuela.
“A Fenasucro é um momento de
confraternização com nossos clien22
Jornal Paraná - Setembro 2013
tes e de fazermos novos contatos”,
comentou o engenheiro e diretor,
Jorge Luiz Scaff, que esteve no
evento explicando a abrangência dos
serviços prestados, os diferenciais de
gerenciamento de projetos e obras,
os avanços tecnológicos, os serviços
de assessoria e desenvolvimento de
tecnologia.
O CEO Tercio Dalla Vecchia atribui à expressiva visitação no estande
o fato de a empresa ser fonte de melhores alternativas aos processos industriais. “Outra atração e um dos
carros chefes da Reunion é o Diagnóstico Industrial que identifica,
quantifica e qualifica os pontos a
atuar em um determinado trabalho,
a fim de atingir os objetivos traçados
junto ao cliente, ou seja, como executar de forma estruturada a um
custo acessível para o cliente”, completou.
como o fornecedor mais indicado na
categoria ‘Industrial – Serviços’ pelos
empresários e profissionais das usinas. A empresa já recebeu outros
importantes prêmios que fortaleceram o relacionamento e a imagem
junto aos empresários e executivos
das usinas.
Pelo terceiro ano consecutivo, a
Reunion Engenharia foi agraciada
com o Prêmio MasterCana 2013,
São eles: Top of Business 2005,
realizado a cada dois anos em São
Paulo (SP) para homenagear artis-
Grupo recebeu mais de 80 pessoas por dia
tas, veículos de comunicação, profissionais liberais e empresas; CanaSauro – um dos mais importantes prêmios do setor (2007,
2009 e 2012), realizado durante a
Feicana Feibio, em Araçatuba
(SP); MasterCana Centro/Sul
2011 e 2012, em Sertãozinho
(SP); Prêmio VisãoAgro Paulista
2012, em Piracicaba (SP) e Prêmio
Visão Brasil 2012, em Ribeirão
Preto (SP).
Plantadora de muda de cana da DMB chega ao mercado
A grande vantagem é que o produtor ganha no mínimo de 60 a 70 dias se
comparado com o plantio de rebolo no sulco
Sempre atenta às necessidades de seus clientes, a
DMB Máquinas e Implementos Agrícolas Ltda, sai
novamente à frente com o
lançamento na Fenasucro
2013 de uma plantadora de
mudas de cana. Fabricada a
pedido da Basf, uma das
empresas que desenvolveram a tecnologia da muda
de cana, a nova plantadora
tem a robustez que o setor
exige. “Foram utilizados de
três a quatro protótipos para
chegar neste modelo comercial”, afirma Auro Pardinho, gerente de Marketing da empresa.
A princípio, a ideia é utilizar a máquina nas operações
de formação de viveiro. “Por
isso, resolvemos lançar um
modelo semiautomático,
ainda usando mão de obra
para colocar a muda no dis-
positivo que faz o plantio.
Conforme a tecnologia
crescer e mais gente aderir,
vamos automatizar a máquina e quem sabe num futuro próximo a gente possa
fazer o plantio comercial
também de muda de cana”,
diz.
Segundo Pardinho, a grande vantagem é que com a
muda de cana nascida o
produtor ganha no mínimo
de 60 a 70 dias se comparado com o plantio de rebolo no sulco, acelerando
todo o processo em seu viveiro, além de ter mudas sadias, sem mistura, livre de
pragas e doenças, que possuem estimulantes fisiológicos, com desenvolvimento
uniforme e rápido. O gerente de Marketing lembra
que atualmente as usinas
usam como muda cana in-
dustrial e “isso é um dos fatores que tem diminuído a
produtividades dos nossos
canaviais”.
A DMB acompanhou de
perto o desenvolvimento do
setor canavieiro, tornandose a empresa de maior tradição em produzir implementos para a cultura, em
todas as fases de desenvolvimento. Fabrica subsoladores, sulcadores, cobridores,
cultivadores "quebra-lombo", cultivadores para cana
crua e queimada, carretas
para distribuição de torta de
filtro, adubadeiras de superfície e para cana crua com
aplicação em profundidade,
aplicadores de inseticidas
em soqueiras, desenleiradores para cana crua e plantadoras de cana, como a “PCP
6000”, líder neste segmento
de mercado.
Pardinho: “máquina tem a robustez
que o setor exige”
SERVIÇO:
Fone (16) 3946-1800 - www.dmb.com.br
FCN lança equipamento para colher em topografia acentuada
Empresa apresentou recentemente outros dois acessórios: o Policana e Cort-I-Cana,
que permitem aumentar o rendimento das colhedoras
Pioneira na tecnologia de
adensamento mecanizado
de fileiras de cana para otimizar o desempenho da co-
lheita combinada, a FCN
Tecnologia Ltda., como já é
tradição, trouxe este ano
mais uma novidade durante
a Fenasucro 2013: o CentraCana, equipamento desenvolvido para pequenos
produtores e para a colheita
em regiões que possuem
uma topografia acidentada,
que substitui o uso da colhedora usual de cana, trabalhando em área onde a
mesma não consegue transitar.
Segundo Cássio de Castro,
da FCN, o CentraCana
pode ser instalado em carregadoras de cana ou tratores
com 100cvs ou superior. É
possível realizar o corte de
uma ou duas linhas de cana
simultâneas, fazendo posteriormente a coleta com uma
carregadora de cana.
Cássio mostra a CentraCana na feira
Desde sua primeira participação na Fenasucro, em
2011, a empresa tem sempre
trazido algo novo para seus
clientes. O primeiro lançamento foi o Policana 2L,
acessório para a colhedora
que duplica a densidade das
ruas de colheita, formando
as “ruas gordas", o que aumenta a produtividade da
máquina em áreas de baixo
rendimento agrícola, reduzindo custos e retornando o
investimento em curto espaço de tempo.
No ano passado, o lançamento foi o Cort-I-Cana,
acessório para carregadoras,
de fácil manuseio, que consegue duplicar/triplicar a
massa de cana a ser colhida,
copiando o relevo do solo
independente da ação do
operador. Também auxilia
na abertura de aceiros de
colheita evitando o esmagamento da cana, além de
agregar nova função à carregadora de cana, revitalizando-a.
Todos os equipamentos
produzidos pela FCN reduzem significativamente o
consumo de óleo diesel por
tonelada de cana colhida, o
trânsito dentro do talhão e
compactação do solo, além
do desgaste do material rodante da colhedora. Através
de dispositivos pantográficos, copiam automaticamente o relevo do solo, além
de inúmeras vantagens.
“A empresa sempre busca
inovar com soluções economicamente viáveis e com
alta qualidade”, destacou
Cássio.
Setembro 2013 - Jornal Paraná
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EMPRESAS
Dynamic Air lança novo moinho de açúcar
Este apresenta ganhos em baixos investimentos,
espaço reduzido de instalação e baixo custo
de manutenção
Entre os novos equipamentos e soluções apresentados pela Dynamic Air
na Fenasucro está o
moinho de açúcar Alpine
Sugarplex 315 SX, que se
baseia nos testes de moagem fina Alpine UPZ, especialmente adaptado às
necessidades da indústria
sucroenergética.
Este é um sistema compacto que não necessita de
filtros, ventiladores e resfriadores a ar, normalmente
instalados na maioria dos
sistemas tradicionais de
moagem de açúcar. Isto
significa ganhos em baixos
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Jornal Paraná - Setembro 2013
investimentos, espaço reduzido de instalação e baixo custo de manutenção,
ressaltam os técnicos da
empresa.
O design cilíndrico do
equipamento possui um
compartimento de 800
mm de descarga cônica e
pode ser integrado ao sistema. O moinho trabalha
com motor trifásico de
18,5 kW, e seu corpo é resistente a choque de pressão até 10 bar, conforme a
legislação europeia ATEX
94/9/EC.
O disco interno posicio-
nado diretamente ao eixo
do motor gira com velocidade de até 145 m/s. Uma
vedação especial previne a
entrada de óleo no produto
que está sendo moído.
Através do inversor de frequência, a rotação é variavelmente continua e a espessura desejada pode ser
ajustada.
Sistema
compacto
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