25 AGOSTO de 2015 – nº 784
Amor Exigente: Sindefurnas marca
presença em projetos sociais
Algumas iniciativas de
pessoas da sociedade civil
organizada ficam ocultas em
meio à quantidade de
acontecimentos, eventos e
notícias trazidas a nós pelos
meios de comunicação. Mas, no
silêncio e de forma discreta,
algumas pessoas trabalham para
manter viva a solidariedade que
dá esperança e alento a pessoas
em situação de risco, como é o
caso de dependentes químicos
de drogas lícitas e ilícitas. É
sempre necessário o registro de
tais iniciativas para inspiração de
futuras gerações e surgimento de
mais gestos firmes e constantes
de amor pelo próximo. O vice-
VISITA NA CLINICA TERAPÊUTICAPARA DEPENDENCIA QUIMICA- EM JACI - SP
prefeito de Fronteira (MG),
Claiton Ferreira – que também é
Diretor do SINDEFURNAS –
recebe pessoas que precisam de
ajuda para cura de vícios em
drogas de um modo geral no
trabalho chamado Amor Exigente.
Pessoas desesperadas e em
situação de degradação
acentuada, quando tem uma mão
estendida, procuram tratamento
para sair do vício.
Reuniões do grupo
O grupo Amor Exigente, que se reúne na
Galeria de Fronteira, ao lado da Rodoviária, todos
os sábados, às 19h00, é formado por pessoas
que receberam o primeiro atendimento numa
clínica de reabilitação, o Lar São Francisco de
Assis, estabelecimento dirigido por religiosos
que, há anos, trabalha numa parceria muito
saudável com a sociedade civil.
O Lar São Francisco de Assis é uma
instituição que possui dez casas de saúde
espalhadas pelo país. A de Jaci (SP) recebe
muitas das pessoas que são encaminhadas pelo
município de Fronteira. A família é muito
importante para que o trabalho com dependentes
químicos avance com algum sucesso.
Lar são Francisco de Assis na Providencia de Deus
Mas muitos não têm família ou foram
abandonados, o que faz de Claiton Ferreira e sua
equipe verdadeiros arrimos para essas pessoas.
A luta dos dependentes químicos é muito sofrida
e demanda paciência e muito cuidado.
SINDEFURNAS
Fórum Regional
Numa reunião recente do
grupo, Claiton disse que existe um
plano de desenvolver um Fórum
Regional dos Conselhos Municipais
sobre esse tema que ele considera
tão importante. A intenção é discutir
com autoridades e a sociedade civil
como melhorar a abordagem da
dependência química em pessoas
que são predispostas, na
população.
A
coordenadora
do
Departamento de Pessoas com
Dependências Especiais da
Secretaria Municipal de Saúde de
Fronteira, Ligia da Silva Barreto,
disse que o poder público em todas
as esferas da federação precisa ter
uma abordagem mais expressiva
quanto ao “mal do século”, tragédia
que assola muitas famílias não só
de Fronteira, mas de todo o mundo.
“A questão da dependência química
não deve ser tratada como um
assunto criminal ou moral, mas
como um problema de saúde
pública. Muitas vezes, no passado,
eu e o Claiton colocamos pessoas
dependentes químicas em nossos
carros particulares para levá-los à
clínica de reabilitação”, relatou Ligia.
O tratamento é totalmente
voluntário e é baseado em passos
que são tarefas cumpridas na
clínica e fora dela, de maneira
alternada, até que o indivíduo se
sinta seguro de retomar sua própria
vida na sociedade.
Hoje, a Prefeitura de Fronteira
ajuda com o transporte dessas
pessoas e a assessoria jurídica
para o processo de internação.
Colaboração
Também estava
presente à reunião a conselheira tutelar de Fronteira,
Adriely P. Nunes Faitarone,
colaboradora do trabalho.
Ela vê no dia a dia o drama
das famílias que têm seus
filhos menores na situação
de dependência. “Vim para aprender a trabalhar com esse
assunto, buscar ferramentas para receber melhor as famílias que
eu tenho que atender. Família é a que acolhe a gente, onde o
nosso coração encontra paz”.
Adriely disse ainda que “a dependência química traz um
risco enorme para a maternidade e a paternidade, porque os filhos
ficam em segundo plano quando as mães e os pais são viciados.
Crianças não conseguem administrar os riscos de uma vida de
dependência química e precisam de ajuda”.
Aspecto social
Segundo Claiton Ferreira, o
trabalho considera também o aspecto
social na perspectiva inclusiva, “pois
não resolve lidar com a dependência
sem inclusão social. A droga é pior
do que o câncer e a AIDS; ela
descaracteriza o ser humano,
destruindo a vida do viciado, de quem
está próximo e causando prejuízos a
toda a sociedade”.
Claiton observa também que “o
trabalho do Amor Exigente é realizado
há mais de 25 anos, mas para
funcionar melhor há a necessidade
de que seja institucional. As tensões
sociais
aliviadas
com
os
encaminhamentos que esse trabalho
promove evita um gasto financeiro
enorme com o sistema de justiça e
com o sofrimento psicológico de
muitas famílias. Ao contrário do que
muitos podem pensar, os
dependentes respeitam muito nosso
trabalho. Nunca tivemos problemas
de agressão com as pessoas que
estiveram aos nossos cuidados”.
Alguns depoimentos foram
dados pelos presentes, mostrando o
quanto a iniciativa é produtiva. O
senhor Benedito de Souza (Seu Dito),
presente na reunião, está sóbrio há
quatro anos, com uma vida
estruturada, trabalhando, na família,
assim como vários outros, com uma
alegria que pode ser facilmente
constatada.
Todos disseram que precisaram
de ajuda. O Seu Dito disse: “Eu
estava na rua há 10 anos, bêbado e
doente, e hoje eu tenho uma moradia
e um bom trabalho. Não fosse o
Reginaldo [amigo que conhecia o
grupo] me ajudar, eu não ia conseguir.
A clínica me ajudou muito, me
recebeu muito bem. Dou graças a
Deus pelas pessoas que me
ajudaram!”.
Gestos organizados como
esses fazem toda a diferença, tanto
para a vida de quem ajuda como para
a sociedade.
O SINDEFURNAS apoia essa
iniciativa e aplaude nosso
companheiro Claiton Ferreira pela
dedicação e zelo para com a
população necessitada de Fronteira
(MG).
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26/08/2015 Sindefurnas marca presença em projetos sociais