Você está planejando corretamente sua vida? Ana Baseggio De uma forma geral, o planejamento, é um processo de tomada de decisões que direciona nossos esforços para determinado(s) objetivo(s), ordenando idéias, estabelecendo métodos e recursos para atingi-los, assim como definindo prazos para se chegar lá. O planejamento pessoal, mais especificamente, melhora a performance da vida de um indivíduo porque lhe permite visualizar com antecedência onde quer chegar, considerando seus projetos de vida, sejam eles no âmbito pessoal ou profissional. Em outras palavras, o planejamento pessoal, mostra-nos qual o caminho a seguir, quando vamos chegar lá, como podemos traçar esse caminho, quais as variáveis que podem surgir (no sentido de enfrentar facilidades, mas, também, adversidades que devem ser transpostas). Ao planejar, estamos decidindo com antecedência o que fazer, como e quando fazer. Ao elaborar um planejamento pessoal, estamos disciplinando nossos esforços e racionalizando nossas atividades e atitudes e temos que estar cientes de que o processo de planejamento nunca finda - é uma seqüência sempre dinâmica, que sofre ajustes e adaptações enquanto está sendo implantada, com variações que podem ser constantes (variáveis que vão sendo adaptadas). Podemos dizer que todo planejamento convive com riscos e incertezas. Como o próprio nome diz, o planejamento é pessoal e isso implica uma reflexão sobre sua própria vida. Para tanto, nada melhor do que um lugar calmo, de preferência sem interrupções, para que você pense e visualize o que deseja alcançar, visualize seus ideais, visualize seu futuro. E raciocine: onde estou?, para onde quero ir? e como vou ir?, fazendo um verdadeiro “raio X” da sua situação pessoal, da sua vida. Comece listando seus desejos, o que quer ver concretizado, então liste suas intenções, suas vontades, seus objetivos de vida. Veja: se estamos tratando de um planejamento pessoal, vamos pensar em objetivos realizáveis – estabeleça um prazo e programe-se dentro dele, um ano, por exemplo. Mas se queremos estender nossos horizontes e pensar em um ou mais objetivos em longo prazo, como comprar uma casa, fazer um MBA no exterior, por exemplo, também podemos fazê-lo, mas, tratando-se de uma meta que será alcançada mais adiante, podemos já estabelecer para este ano o que fazer para chegar lá (como, por exemplo, estabelecer o início de uma poupança). E como fazer para que os planos sejam realizados e não fiquem só no campo das idéias? É importante ter muita persistência e organização, características fundamentais para seguir o que foi planejado, pois, se foi escrito e planejado significa que é possível e viável. E, a cada conquista, comemore de alguma forma, faça valer, para si mesmo, o esforço e a luta para alcançar determinado objetivo. Na prática, podemos definir etapas que facilitam nosso planejamento, ou seja, podemos planejar para nossa vida pessoal ou profissional, o que queremos atingir na família, no trabalho, nos relacionamentos, nos aspectos financeiro, físico, espiritual, etc., mas temos que estar organizados para tal. O primeiro passo é tratar de estabelecer nossos objetivos, o que queremos, o que almejamos, o que desejamos. Depois, vamos pensar em um prazo e definir nossas metas (para cada um de nossos objetivos), então vamos quantificar, dizer em quanto tempo vamos chegar lá ou o quanto queremos atingir. Podemos definir metas de curto, médio ou longo prazo - por exemplo, se estamos trabalhando com um ano somente, na prática, significa estabelecer o que buscamos atingir já em fevereiro (curto prazo), em julho (médio prazo) ou, ainda, em dezembro (longo prazo). Um terceiro momento diz respeito a estabelecer como vamos chegar lá. E para isso vamos definir estratégias para cada meta traçada, dizer de que forma, como vai ser, o que precisamos fazer concretamente para atingir aquele objetivo traçado. Neste item, vamos orientar nossas ações, vamos definir nossas prioridades e estabelecer o que fazer em um primeiro momento, no segundo, terceiro e assim por diante. Nesta fase listamos as providências que devem ser seguidas. Agora que já sabemos nossos objetivos, nossa(s) meta(s) e como vamos fazer, já podemos estabelecer quais os recursos que serão necessários, ou seja, de quanto recurso – material e financeiro - vamos precisar, se precisamos de pessoas para nos ajudar, etc. E, finalmente, estabelecemos um cronograma para a execução do que estabelecemos, de nossas ações, de nossas providências. Aqui definimos datas para praticar nossas ações e adotar as providências necessárias. Então até aqui já temos estabelecido nossos objetivos (o quê), nossas metas (quando vamos chegar lá ou quanto vamos atingir), nossas estratégias e providências (como vai ser), nossos recursos (do que precisamos) e nosso cronograma (o que vai ser feito e quando) e podemos passar a fase de implantação do que foi planejado, tratando de realizar o que planejamos para nossa vida. Ao fazermos um planejamento pessoal é importante sempre administrar o tempo de cada ação, ficar de olho no calendário para analisar se conseguimos cumprir as estratégias, se precisamos estender nosso prazo, se temos que ajustar alguma data, etc. Quer dizer, precisamos manter o controle da situação e ter ciência do que deu certo e do que não deu e, principalmente, por que não deu, para que seja possível ajustar as estratégias e corrigir os desvios. E, ao mesmo tempo, em que controlamos nossas ações, estamos falando de avaliação do que foi planejado – durante toda a execução do nosso plano vamos avaliando o que está sendo positivo e o que é negativo, a fim de eliminar as incorreções atuais e do futuro (o futuro pode ser já amanhã) e essa avaliação pode ser feita semanal, quinzenal ou mensalmente, dependendo das prioridades de cada um de nós. Podemos perguntar: § O que alcancei? § Como fiz uso de meu tempo? Quanto tempo demorei em cada ação/estratégia? § Quais os fatores que interferiram na ação prática? Quais os imprevistos? § Que decisões tomei? § Quais as conseqüências disto? Para aqueles que não conseguem planejar sua vida uma boa dica é permitir-se um tempo de reflexão para sua vida, pensar em qual é sua filosofia de vida, quais são seus valores, seus princípios. Por fim, outra dica importante é que cada um sabe de si, de suas características, de suas dificuldades, de suas potencialidades e, o mais importante neste processo todo, é ter muita autenticidade e coerência consigo próprio - o planejamento pessoal só interessa a si mesmo, diz respeito aos sonhos e ao futuro de cada um e, portanto, ser sincero e honesto e ter ciência de suas potencialidades é o primeiro passo. E mais: assim como nenhum planejamento é estático e no seu todo deve ser ajustado conforme os acontecimentos, também o planejamento pessoal pode sofrer variações no seu modelo, o que significa dizer que cada um de nós pode desenvolver a sua forma própria, o “desenho” do seu plano. E você? Já desenhou seu planejamento de vida?