TOLERÂNCIA À SECA EM FEIJÃO-CAUPI FRANCISCO J. A. F.TÁVORA - CCA/UFC E-mail: [email protected] TERESINA - PI ADAPTAÇÃO À SECA CLASSIFICAÇÃO Hidrófitas (w -1 MPa) Mesófitas (w -1,5 a - 4,0 MPa) Xerófitas (w - 4 a -8 MPa) (Adaptado de Larcher, 2000) Poiquilohídricas: sofrem mudanças bruscas no grau de hidratação. Perdem água e dessecam de acordo com a redução da umidade ambiental. Homeohídricas: não estão sujeitas a mudanças bruscas no grau de hidratação. A presença de vacúolo e cutícula protege a planta da dessecação. Assim, num ambiente seco elas mantêm umidade em suas células. Mecanismos de adaptação à seca Ocorrem naturalmente nas xerófitas. As mesófitas incorporam algumas características. Importância do estudo dos mecanismos. Plantas nativas e cultivadas Fuga à seca Tolerância à seca em altos níveis de w Redução da perda de água Aumento da capacidade de absorção Tolerância à seca em baixos níveis de w Manutenção da turgescência Tolerância à dessecação Fuga à seca Ajustam o ciclo de vida a curtos períodos de suprimento apropriado de água. Grande plasticidade. Rápido desenvolvimento fenológico. Tolerância com altos níveis de w Redução na transpiração. Aumento na capacidade de absorção de água. Redução na transpiração Rápida regulação estomática; Estômatos em cripta; Distribuição e densidade estomática; Copa compacta; Abscisão foliar; Redução da superfície/volume; Aumento da reflectância, movimento foliar; Redução na transpiração cuticular. Aumento da absorção de água Grande proporção condutores; de tecidos Aumento da condução estomática; Elevada relação raiz/parte aérea; Raízes mais profundas; Capacidade de emissão rápida de raízes novas. Tolerância com baixos níveis de w Manutenção da turgescência elasticidade da parede celular; ajustamento osmótico. Ajustamento osmótico Há acumulação ativa de solutos orgânicos ou inorgânicos no citosol, com redução no . A planta continua a remover água do solo com baixo w Há manutenção da turgescência, apesar da redução do w Varia com a espécie. Há espécies que não se ajustam. Dependente do valor da Pmin. Redução da turgescência (dessecação) Há perda total da turgescência. Tolera severo déficit hídrico. Tolerância à dessecação Células de pequeno volume Vacúolos ausentes pequena dimensão. ou com A manutenção do sistema de membranas está estreitamente relacionado com o fenômeno da tolerância à dessecação. Transformações nos lipídios das membranas O estresse hídrico provoca a degradação de lipídeos polares através do aumento da atividade de enzimas lipolíticas (Pham Thi et al, 1990). Monogalactosyl-diacylglycerol (MDGD) Digalactosyl-diacilglicerol (DGDG) Fosfatil-coline (PC) A medida da resistência protoplasmática permite avaliar a integridade das membranas. Uso eficiente de água (UEA) Relação entre água utilizada e a produção. Varia com adaptação. os mecanismos de Não há relação entre adaptação à seca e UEA. Uma xerófita pode ser menos eficiente no uso de água que uma mesófita. UEA expressa produção. um parâmetro de Plantas C4: 1,4 a 3,3 mg MS/gH2O Plantas C3: 0,7 a 1,5 mg MS/gH2O UEA e discriminação do 13CO2. A discriminação do 13C durante a assimilação de CO2 () dá, em plantas C3, uma estimativa da relação entre a concentração interna de CO2 na folha (Ci) e a ambiente (Ca). Valores baixos de estão associados a menor relação Ci/Ca e, portanto, maiores valores de UEA. Importância dos mecanismos para as plantas cultivadas Fuga à seca A planta ajusta seu ciclo ao período em que a água está disponível. Há a redução do potencial produtivo Tolerar a seca em altos níveis de w Mantém as atividades fisiológicas. O aumento da capacidade de absorção de água é melhor do que a redução da perda. Os mecanismos que reduzem a perda de água limitam a taxa de FS. Tolerância com baixos níveis de w O ajustamento osmótico é uma boa possibilidade pelo fato de manter a turgescência. Há um custo. A tolerância à dessecação tem importância discutível. Sua presença em espécies homeohídricas pode constituir uma involução. Adaptação do feijão-caupi à deficiência hídrica HÁBITO DE CRESCIMENTO Determinado Indeterminado CICLO Super precoce- < 60 dias Precoce- 60 a 67 dias Médio - 68 a 90 dias Tardio- > 90 dias Movimento foliar Redução da área foliar Controle estomático APROFUNDAMENTO DO SISTEMA RADICULAR Pandey et al, 1984 (Costa et al, 1997) AJUSTAMENTO OSMÓTICO Ausente no feijão-caupi Pmin próxima a zero Potencial hídrico de beterraba e feijão-caupi submetidos a estresse hídrico (McCree & Richardson, 1987). TOLERÂNCIA À DESSECAÇÃO Composição de lipídios das membranas Em feijão–caupi há uma relação entre a composição de lipídios polares em cultivares resistentes e sensíveis ao estresse hídrico. (Monteiro de Paula et al, 1990). Resistência protoplasmática (Vasquez-Tello et al, 1990) Porcentagem de danos membranares de folhas de dois cv de feijão-caupi. Genótipo PIR (%) PD (%) Com 10 dias de seca (45 DAP) Mouride 53,43 b 46.57 a EPACE 10 79.08 a 20,92 b Com 17 dias de seca (52 DAP) Mouride 68,65 a 31,35 a EPACE 10 84,22 a 15,78 a PIR - porcentagem de integridade relativa PD - porcentagem de danos (100-PIR) (Pimentel et al, 2002) USO EFICIENTE DE ÁGUA Discriminação de 13CO2 (Ismail & Hall, 1993) Susceptibilidade ao longo do ciclo A cultura é mais susceptível ao déficit hídrico na fase de floração e preenchimento dos frutos. Resultados variam em função da severidade do estresse imposto. (Turk & Hall, 1980) Deficiência hídrica e fixação simbiótica do nitrogênio. (Habish & Mahdi, 1976) OBRIGADO PELA ATENÇÃO! FRANCISCO J. A. F.TÁVORA - CCA/UFC E-mail: [email protected] TERESINA - PI