SINOPSES MOSTRA INDIE Para Sempre no Espaço, de Greg W. Locke (Forever into Space, EUA, 2015) | Exibição em DCP | 12 anos | 111’ Audrey é uma jovem de vinte e poucos, crítica de cinema, erudita e subempregada. Vivendo o sonho de morar em Nova York, em um período de crise financeira e cultural, constrói sua trajetória nessa paisagem, conhecendo pessoas e formando um grupo de amigos que buscam encontrar seu lugar tendo que lidar com a desilusão da vida adulta. O filme foi realizado com um orçamento de apenas 800 dólares. Liberdade, de Sharunas Bartas (Freedom, FRA-LT-PT, 2000) | Exibição em 35mm | 12 anos | 96’ Um navio cheio de refugiados, traficantes de drogas e passageiros comuns é atacado pela guarda costeira de um país desconhecido. Os três passageiros sobreviventes conseguem fugir do ataque e, após uma pequena deriva, encontram terra firme em uma praia da costa norte africana. O trio não compartilha uma língua para se comunicar, e perde, no naufrágio, todas as suas posses. Bartas problematiza os extremos da liberdade, do silêncio, da dor, do isolamento e da sobrevivência. Trago seu Amor, de Dellani Lima (MG-Brasil, 2015) | Exibição digital | 12 anos | 71’ As pessoas vivenciam diferentes conflitos em suas relações amorosas. Momentos definitivos em que os laços se fortalecem ou se rompem. Por toda a parte há morte, o sentimento da iminência de uma coisa terrível, a impressão de um fim. Pai e Filhos, de Wang Bing (Father and Sons, CHI-FRA, 2014) | Exibição em digital | 12 anos | 87’ Wang Bing filma a vida diária de um pai, trabalhador de uma pedreira no interior chinês, e seus dois filhos, confinados no espaço mínimo em que residem – uma cabana com apenas uma cama. Com a ausência do pai, que sempre está trabalhando, os garotos passam o dia vendo TV e jogando no telefone celular. Sete Homens Invisíveis, de Sharunas Bartas (Seven Invisible Men, LTFRA-PT-HOL, 2005) | Exibição em 35mm | 12 anos | 119’ Um grupo de criminosos e perdedores se juntam em uma jornada pelas estradas da Criméia, em um carro roubado. O bando encerra sua jornada na fazenda de um de seus membros, onde a tensão, entre os indivíduos antisociais e hostis, aumenta a cada instante, alimentada pelo álcool e pelo tédio. A Vida de Jean-Marie, de Peter Van Houten (La Vie de Jean-Marie, HOL, 2015) | Exibição em DCP | 12 anos | 166’ O documentarista Peter Van Houten acompanha durante seis anos a vida diária de um pastor protestante que atende as demandas espirituais de 25 vilarejos diferentes nos belos Pirineus, no interior francês. O filme mostra a sabedoria, a filosofia de vida e os amores de Jean-Marie e a sua incrível vitalidade na terceira idade. Alguns de Nós, de Sharunas Bartas (Few of Us, PT-FRA-LT-ALE, 1996) | Exibição em 35mm | 12 anos | 105’ Uma jovem e bela garota (Yekaterina Golubeva) chega misteriosamente de helicóptero a um vilarejo remoto da Sibéria, onde vive a tribo nômade dos Tofalar. Bartas observa os Tofalar de maneira contemplativa e silenciosa, revelando os hábitos de um povo que está em extinção, e sua adaptação e inserção no mundo contemporâneo. A personagem de Golubeva terá que se relacionar com um mundo frio e masculino, vivendo na pele uma espécie de ameaça a sua integridade e um completo estranhamento existencial. Nessa paisagem gélida, não há como sobreviver do lado de fora. Conhecendo o Grande e Vasto Mundo, de Kira Muratova (Getting to Know the Big Wide World, URSS, 1978) | Exibição em 35mm | 12 anos | 75’ Um grupo de excêntricos se junta para construir uma fábrica de tratores em um canteiro de obras rural. Dentre a equipe se destaca Lyuba (Ruslanova), uma oradora nata que quer se casar e pretende escolher entre o endiabrado Kolya (Zharkov) e o tímido e quieto Misha (Popov). Cenas de multidões carnavalescas abrem espaço para momentos mais privados, delicados, que nos levam de volta para o grande mundo mais uma vez. O primeiro filme em cores de Muratova explora a alegria de se apaixonar, e a diretora afirmou que este é seu favorito dentre seus filmes. Esse belíssimo filme, que respira com claridade e ar, será exibido durante o Indie em uma cópia em 35mm primorosamente preservada. A Casa, de Sharunas Bartas (The House, FRA-LT, 1997) | Exibição em 35mm | 12 anos | 120’ Uma mansão abandonada incita a memória e a fantasia. Uma carta confessional à mãe são as poucas palavras ditas que revelam algo sobre a inabilidade de comunicação. Há um filho, um herdeiro, que está a vagar na busca do sentido ao resgatar as inúmeras narrativas visuais que por ali foram vividas. Homens, mulheres, hierarquias, história, comida, sexo, nudez: metáforas de um território das identidades e trocas, das chegadas e partidas dos relacionamentos humanos. O Movimento, de Benjamin Naishtat (El Movimiento, ARG-KOR, 2015) | Exibição em 35mm | 12 anos | 70’ O filme revisita e reconstrói de maneira apocalíptica a história da Argentina. O caos reina no país, em 1835, e os Pampas se tornam uma terra sem lei e sem líder, constantemente em guerra. O ambicioso Señor vê no caos uma oportunidade para se erguer como líder e ditador do território e para atingir seus objetivos usa a força e o assassinato. O Nativo da Eurásia, de Sharunas Bartas (Eastern Drift, LT-FRA-RU, 2010) | Exibição em 35mm | 12 anos | 111’ Gena é um homem que nunca conheceu nada além do mundo do crime. O contrabando de drogas é seu ofício e traições o forçam a abandonar a França, cruzando a Europa em fuga até Moscou e passando por diversos países do continente acompanhado de sua ex-namorada, uma prostituta. Um “film noir” rodado em lugares inóspitos da Europa. Síndrome Astênica, de Kira Muratova (The Asthenic Syndrome, URSS, 1989) | Exibição em 35mm>DCP | 12 anos | 153’ Uma doutora chamada Natasha (Antonova) reage à morte de seu marido com demonstrações de luto cada vez mais violentas e agressivas. Sua história se conecta com a de Nikolai (Popov), um professor de inglês, escritor frustrado e narcoléptico que não consegue parar de cair no sono em público. Eles dividem a condição do título, de agir de maneira compulsiva, trazida pela melancolia e pela exaustão nervosa, assim como os estranhos coadjuvantes que o filme traz para a sua órbita. O vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim de 1990, e o único filme de Muratova distribuído no Brasil, será exibido no Indie em uma nova cópia restaurada. Essa explosiva comédia de humor negro captura uma sociedade imersa em decadência e, periodicamente, quebra a quarta parede, como diz Tolstoy, para refletir sobre o comportamento das pessoas em relação aos seres vivos que os cercam. Três Histórias, de Kira Muratova (Three Stories, RU-UKR, 1997) | Exibição em 35mm | 12 anos | 105’ Essa antologia de três curtas, com roteiros de três diferentes roteiristas, é unida pelos temas da vingança, assassinato e fantasia. Em “Caldeira No. 6”, um homem acabado (Makovetsky) pede ajuda a um amigo poeta (Kushnir) para realizar o seu sonho de matar sua vizinha atraente. Em “Ofélia”, uma adorável enfermeira loira (Litvinova) adquire o hábito de perseguir mulheres que doaram seus bebês para adoção. “A garota e a morte” coloca uma pequena criança (Murlykina) contra sua babá e vizinha idosa (Tabakov) em uma batalha relativa ao significado de “comportamento natural”. Muratova fez um filme de gênero cujos contos podem ser vistos – em qualquer cronologia – como o relato da história de uma mulher. O filme será exibido em uma rara cópia de arquivo em 35 mm, juntamente com Carta para América. Carta para América, de Kira Muratova (Letter to America, UKR, 1999) | Exibição em 35mm | 12 anos | 20’ O poeta desempregado Oleg (Chetvertkov) e um amigo de nome desconhecido (Sednev) começam a filmar uma mensagem para enviar à antiga namorada de Oleg, nos Estados Unidos. Oleg decide que não tem nada a dizer e parte então para coletar o aluguel de uma locatária (Kilter) que está com dois meses de atraso e esconde um amante (Makarov) no guarda-roupa. Esse curta se encerra com Oleg e seu amigo tentando gravar novamente, dessa vez com energia renovada e quase bom humor. Muratova filmou Carta para América em um parque e no seu próprio apartamento após a crise financeira de 1998 na Rússia, e ganhou um prêmio de 50.000 dólares da American Cinema Foundation, investido em seu trabalho seguinte. O filme será exibido em uma cópia em 35 mm juntamente com Três histórias. O Corredor, de Sharunas Bartas (The Corridor, ALE-LT, 1994) | Exibição em 35mm | 14 anos | 85’ O corredor entrelaça personagens ao observar silenciosamente suas narrativas na cidade de Vilnius, na Lituânia, logo após a independência do país em relação à União Soviética. Em preto e branco, constrói um retrato soturno com o clima incerto e angustiante dos moradores pobres de um conjunto habitacional. Os contrastes estão nos mundos dentro e fora, campo e cidade, inocência e violência, crianças e adultos. De acordo com Bartas, um “filme sobre os extremos da exaustão causada pela solidão, agressão e amor”. Hill of Freedom, de Hong Sang-Soo (KOR, 2014) | Exibição digital | 12 anos | 67’ Mori, um professor de japonês, viaja a Seul para tentar encontrar Kwon, uma mulher por quem se apaixonou há muito tempo atrás. Esperando encontrá-la, Mori se hospeda na pousada de Gu-ok, uma velha senhora, e passa seu tempo no café Hill of Freedom, comandado pela adorável proprietária Youngsun. Kwon reconstrói a trajetória de Mori por Seul pelas cartas do professor, que saem da ordem cronológica ao serem derrubadas no chão, e geram a desconstrução do tempo do filme. Motores de Tchekhov, de Kira Muratova (Chekhov’s Motifs, UKR, 2002) | Exibição em 35mm | 12 anos | 120’ O patriarca (Popov) e a matriarca (atriz não creditada) de uma família rural de fazendeiros discutem na mesa de jantar sobre o que o primogênito, dentre seus cinco filhos, precisa para se sustentar na universidade; o garoto (Panov) eventualmente sai de casa e encontra por acaso um casamento ortodoxo russo que acontece em tempo real enquanto convidados fofocam sobre a noiva (Buzko) e o noivo (Daniel). Muratova e seu corroteirista Golubenko (que também é seu segundo marido e cenógrafo de longa data) combinam adaptações de dois textos pouco conhecidos de Tchekhov: o conto “Difficult People” (1886) e a peça de um ato “Tatiana Repina” (1888). O filme em pretoe-branco (exibido no Indie em uma rara cópia de arquivo em 35 mm) altera a ação de Tchekhov para os dias de hoje, mas mantém os diálogos e a essência do autor, reconhecendo as forças-motrizes que perpassam seu trabalho como coisas pertencentes à natureza humana. Na Memória de um Dia que Se Foi, de Sharunas Bartas (In The Memory of a Day Gone By, LT, 1990) | Exibição em 35mm | 12 anos | 40’ Em seu primeiro curta, Bartas observa com um olhar quase documental a sua cidade no inverno, o rio, o domingo, a igreja, a natureza, o vai e vem das pessoas: padres, senhoras, jovens. Esse olhar se aproxima de alguns personagens curiosos, de profissões quase extintas, como o vendedor de marionetes e um velho senhor músico que toca melodias inteiras com os sinos da igreja. Três Dias, de Sharunas Bartas (Three Days, URSS, 1991) | Exibição em 35mm | 14 anos | 75’ Neste longa de estreia de Bartas, dois jovens lituanos viajam para a cinzenta, industrial e decadente cidade portuária russa de Kaliningrad. A cidade com seus prédios destruídos, o cais vazio, a catedral abandonada, a estação de trem e os quartos de um hotel decadente é o cenário de um encontro entre um homem e uma mulher (vivida por Yekaterina Golubeva). Durante três dias, eles vagam atrás de um lugar para ficar e tentam uma aproximação física. A solidão, em uma cidade asfixiante, parece abrigar uma fuga contínua de tudo, de todos e de si mesmo. Dois em Um, de Kira Muratova (Two in One, UKR, 2007) | Exibição em 35mm | 12 anos | 125’ Os membros de uma companhia de teatro (que são interpretados principalmente por vários dos atores favoritos de Muratova) descobrem que um deles se enforcou em pleno palco. Eles começam, apressados, a se preparar para a performance daquela noite sem retirar o seu cadáver (ou qualquer outro que poderia surgir). A cortina logo sobe e revela uma mansão coberta de neve na qual a ágil e flexível filha adulta (Natalya Buzko) de um milionário envelhecido (Bogdan Stupka) o ajuda a encontrar a mulher de sua vida para impedi-lo de desejá-la. As divisões entre o espaço do palco e fora do palco se dissolvem enquanto vemos pessoas formando e quebrando alianças entre si e se movimentando por diferentes papéis. Esse filme colorido em cores circenses, que o Indie exibirá em uma nova cópia em 35 mm, convida seus espectadores a uma experiência lúdica.