UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE TABELA PERIÓDICA: ANÁLISE DA UTILIZAÇÀO EM LIVROS DIDÁTICOS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO. Por: Felipe Falbo Carneiro Orientador Prof. Ms. Antônio Fernando Vieira Ney Rio de Janeiro 2004 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE TABELA PERIÓDICA: ANÁLISE DA UTILIZAÇÀO EM LIVROS DIDÁTICOS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO. Apresentação de monografia Universidade Candido Mendes à como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior. Por: Felipe Falbo Carneiro . 2 AGRADECIMENTOS ....aos colegas, professores companheira de curso Zeni. 3 e a DEDICATÓRIA Dedico ao meu filho, pela sua amizade, carinho e amor. 4 RESUMO A tabela periódica vem sendo aplicada desde o ensino fundamental até as Universidades no ensino de química, principalmente. Uma análise da sua utilização em livros do ensino médio é de grande importância, pois muitos autores objetam o átomo como estudo principal e muito jovens vão ter seu primeiro encontro com o alfabeto da matéria. Os alunos, em sua maioria, estudam a tabela periódica em livros didáticos, mas não compreendem o por quê da aplicação e utilização dos elementos ali tabelados. A utilização de tabelas periódicas no cotidiano: o aluno identifica os átomos e suas propriedades em alimentos, medicamentos e materiais; passa a interagir com o meio ambiente com mais cuidado; principalmente a organização da tabela deixa de ser um assunto maçante para ser de interesse comum, por exemplo, a poluição. Analisando a maioria das tabelas contidas em livros didáticos é necessário saber como são assimilados, com dados gráficos e que os autores estão fazendo. Uma proposta de utilização paralela da tabela periódica durante todas as aulas até em cursos de graduação, pois pela grande importância, a tabela, precisa deixar de ser apenas um conteúdo estudado, para ser o referencial, ferramenta e material constante de uso. Proponho que seja um livro paralelo para todas as séries e curso relacionados com a química, sempre mostrando esses elementos no cotidiano. 5 METODOLOGIA A pesquisa descritiva analisando o uso de tabelas periódicas de dos elementos nos livros. Descrevendo o processo histórico do estudo da tabela periódica química do ensino fundamental, médio e superior, relacionando com a aplicabilidade cotidiana dos elementos, vida do estudante e o seu interesse pelas aulas de química. Observando o os parâmetros curriculares nacionais em vigor. A pesquisa explicativa da aplicação cotidiana da tabela é a base fundamental para os demais conteúdos de química favorecendo o aluno domínio sobre as propriedades dos elementos e estimulando o interesse pela química. 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I – A História da tabela 10 CAPÍTULO II – Analisando a tabela nos livros 20 CAPÍTULO III – A função da Experimentação com tabelas 33 CONCLUSÃO 37 ANEXOS 41 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44 BIBLIOGRAFIA CITADA 47 ÍNDICE 49 FOLHA DE AVALIAÇÃO 50 7 INTRODUÇÃO A história do átomo desde a Grécia até hoje e da tabela de Mendeleev como início do estudo e para análise das tabelas usadas como recurso pedagógico. Todos livros didáticos possuem tabelas periódicas que servem para os alunos consultarem nos seus estudos de química ou ciência relacionada, mas nem todos autores são igualmente cuidadosos no aspecto da compreensão do cotidiano e procurando motivá-lo para um estudo independente, agradável e interessante. Por esse motivo decidi analisar tabelas periódicas químicas e suas metodologias em livros didáticos aplicados no ensino médio. Este trabalho ressalta um perfil pedagógico da tabela periódica química apenas de forma orientadora para alunos e professores. Proponho que nas universidades seja criada uma nova cadeira de formação de profissionais da química, ela seria chamada de Tabela Periódica Química e Aplicações de Seus Elementos, que teria como objetivo o fundamento das outras cadeiras e um conhecimento melhor da matéria e suas implicações na natureza. Não é só uma análise crítica, mas construtiva da realidade que os professores de química encontram nos livros e também faz uma análise descritiva de autores observando seu caráter pedagógico. 8 Neste trabalho, ainda, contar a história da tabela e da classificação periódica, comparando a tabela como uma régua que acompanha os estudantes todos os momentos de estudo sobre química. Os procedimentos descritivos e explicativos, relacionados com as tabelas periódicas químicas, encontradas facilmente em quase todos os livros didáticos, serão observadas as suas funções pedagógicas como: facilidade, aplicação na vida diária e preparação para o trabalho. Muito se tem escrito sobre a tabela dos elementos químicos, mas pouco discutido em palestras, sobre o grau de sua importância. Esta monografia é de vital importância para que aumente o interesse pelo curso de química, no tocante licenciatura. 9 CAPÍTULO I HISTÓRIA DO ÁTOMO E TABELA PERIÓDICA “Há algo mais belo que as mais belas descobertas, é o conhecimento da maneira pela qual são feitas”. Leibniz É necessário que antes de analisar tabelas de livros didáticos que seja feita um breve histórico sobre o átomo e a tabela que fundamentam os livros de ensino médio e que muitas das vezes são cópias. Não é possível aprofundar muito do que é ensinado em termos de tabela e átomo no ensino médio, pois é constante a aplicação de um histórico do nascimento da tabela, para que tenhamos como entender sua funcionalidade e aplicação. O átomo nasceu por volta do ano 470 a.C.junto com seu descobridor filosófico, na cidade grega de Abdera. Foi Demócrito, chamado de “filósofo risonho” pelo sue sorriso triste diante da necessidade humana. Considerado louco por suas idéias fora de seu tempo. 10 Demócrito parecia defender, realmente, idéias muito peculiares. Preocupava-o, por exemplo, até onde se podia dividir uma gota de água. Podia-se ir obtendo gotas cada vez menores até quase perdê-las de vista. Um limite chegar-se-ia alguma vez até um ponto em que fosse impossível continuar. Leucipo mestre de Demócrito havia sugerido que essa divisão tinha um limite. Demócrito acatou a idéia e anunciou finalmente a sua convicção de que a menor porção ou partícula de qualquer classe de substância era indivisível e denominou essa partícula mínima de átomo, que em grego quer dizer indivisível. Demócrito acreditava que no universo não havia nada além dessas partículas diminutas e indivisíveis e espaço vazio entre elas. Para Demócrito, havia distintos tipos de partículas que, ao se combinarem em diferentes ordenações, formavam as diversas substâncias. Se a substância ferro se convertia na substância ferrugem, era porque as diferentes classes de partículas eu havia no ferro se reordenavam. Se um mineral se convertia em cobre, acontecia a mesma coisa; e assim também com a madeira ao queima e se converter em cinzas. A maioria dos filósofos gregos riu de Demócrito. Não acreditavam na indivisibilidade, pois qualquer partícula ocupava espaço ou não ocupava espaço, conseqüentemente ela não era nada. As substâncias não podiam ser feitas de nada. Para os filósofos as idéia de átomos era absurda. Não era de se estranhar que pessoas desconfiassem que Demócrito estivesse louco. Nem mesmo consideravam convenientes confeccionar muitos de seus escritos. Demócrito escreveu mais de 70 obras, porém nenhuma foi preservada. Mas para alguns filósofos, a idéia das partículas indivisível fazia sentida. Um deles foi Epicuro, que fundou uma escola em Atenas no ano de 306 a.C., 11 quase um século depois da morte de Demócrito. Ele era um mestre de grande renome e tinha muitos discípulos. O seu estilo filosófico, o epicurismo, manteve a sua importância durante séculos. Parte dessa filosofia eram de Demócrito sobre as partículas. Epicuro não conseguiu convencer os seus contemporâneos, e seus seguidores permaneceram em minoria. Tal como no caso de Demócrito, nenhuma das muitas obras que escreveu conseguiu sobreviver até os nossos dias. Por volta do ano 60 a.C. aconteceu algo muito bom: o poeta romano Lucrécio, interessado pelo epicurismo, escreveu um longo poema intitulado Sobre a natureza das coisas, no qual descrevia o universo como se estivesse composto de partículas indivisíveis de Demócrito. A obra teve grande popularidade e foram feitos exemplares em número suficiente para que sobrevivesse aos tempos antigos e medievais. Foi através dessa obra que o mundo teve o conhecimento exato das teorias de Demócrito. Desse modo que os sábios dos tempos modernos tiveram acesso às teorias de Demócrito. Em Alguns, como Pierre Gassendi, filósofo francês do século XVII, deixaram marca decisiva. Gassendi tornou-se epicurista e defendeu veementemente a teoria das partículas indivisíveis. Discípulo de Gassendi era o inglês Robert Boyle, que em 1660 estudou o ar e se perguntou por que se podia comprimi-lo, fazendo com que ocupasse cada vez menos espaço. Boyle supôs que o ar era composto de partículas minúsculas que deixavam grandes vãos entre elas e comprimi-lo equivaleria a aproximar mais as partículas, deixando menos espaço vazio. Boyle Tornou-se, assim, um novo seguidor de Demócrito. Durante dois mil anos houve uma cadeia ininterrupta de partidários da teoria das partículas 12 indivisíveis: Demócrito, Epicuro, Lucrécio, Gassendi e Boyle. A maioria, entretanto, jamais aceitou a sua idéia. Mas chegou o século XVIII e os químicos começaram a reconsiderar a maneira como se formavam os compostos químicos. Sabiam que eram produtos da combinação de outras substâncias: cobre, o oxigênio e o carbono, por exemplo, se uniam para formar o composto chamado de carbonato de cobre. Mas, pela primeira vez na história, fez-se à tentativa de medir os pesos relativos das substâncias componentes. No final do século, Joseph Louis Proust, químico francês, realizou medições muito cuidadosas. Comprovou, por exemplo, que sempre que o cobre, o oxigênio e o carbono formavam carbonato de cobre, eles se combinavam nas mesmas proporções de peso: cinco partes de cobre para quatro de oxigênio e uma de carbono. Em outras palavras, se Proust usava cinco onças de cobre para formar o composto, tinha de usar quatro de oxigênio e uma de carbono. Nascia também o cálculo estequiométrico. Não era como fazer um bolo, mas fizesse o que fizesse, a “receita” do carbonato de cobre (CuCO3) era imutável e sempre na proporção de 5:4:1. A lei de Proust ou Proporções definidas foi um pouco modificada por John Dalton, voltando a idéia de partículas indivisíveis ele provou que qualquer quantidade de matéria cobre, oxigênio e carbono iria se combinar sempre na proporção 5:4:1. Então, Dalton, concluiu que eram as partículas partes indivisíveis da matéria, como pensamento de Demócrito. Hoje, a palavra átomo não representa mais o indivisível, mas por uma pequena parte da matéria que guarda propriedade do todo e que é dividida em outras partículas chamadas de fundamentais, entre elas: os prótons, neutros e 13 elétrons. Todas estas considerações sobre o átomo através do tempo levaram ao interesse de uma organização dos elementos. (Geraldo Camargo de Carvalho) Foi no começo dos anos de 1800 um número considerável de elementos já tinha sido descoberto, e as suas propriedades e as de seus compostos eram razoavelmente conhecidas e muitas semelhanças nas propriedades químicas e físicas se tornaram aparentes. Certos grupos de elementos podiam ser chamados de famílias, pois como, naquele tempo, os pesos atômicos eram conhecidos (ou presumivelmente conhecidos) para muitos elementos, nada poderia ser mais natural do que procurar correlações entre as propriedades observadas e os números atômicos. As primeiras destas correlações foram pequenas em número e atraíram pouca atenção do mundo científico. Entretanto, isto levou a uma base muito firme da existência de inter-relação entre as propriedades dos elementos: a lei periódica. (Martha Reis) A Química é uma ciência que se ocupa basicamente do estudo dos materiais e suas transformações. O desenvolvimento desta ciência tem permitido ao homem não só controlar certas transformações conhecidas, tornando-as mais lentas ou mais rápidas, como também obter um número cada vez maior de novos materiais. Para ter uma idéia da função da tabela periódica Química na atualidade, entre outras é importante conhecer a história do átomo e da própria tabela. Provavelmente, os primeiros a se preocuparem em especular sobre a constituição da matéria foram os gregos, cerca de 2400 anos. O homem pré-histórico, por tentativas e erros, descobriu como lascar a pedra como construir armas e algo muito importante na história da matéria, o fogo. 14 Foram importantes na história da Química as descobertas de alguns metais, milhares de anos antes de Cristo. O ouro, que deve ter sido encontrado na forma bruta, o cobre, talvez livre ou chamando atenção por sua cor quando alguma fogueira junto com o minério. Em 1829, Johann W. Döbereiner, um químico Alemão, observou que certos grupos de três elementos possuíam propriedades semelhantes. As tríades de Döbereiner, como eram chamadas, incluíam cloro, bromo e iodo; cálcio estrôncio e bário; e enxofre selênio e telúrio. Döbereiner chamou a atenção para o fato de que o membro do meio de cada tríade tinha peso atômico muito próximo da média aritmética dos pesos atômicos dos outros dois. A maioria dos químicos da época não se impressionou. As relações de Döbereiner pareciam poder ser aplicadas somente para poucos elementos. Entretanto, ele foi, aparentemente, o primeiro a mostrar as relações sistemáticas entre alguns elementos. Em 1859, o químico alemão R.W. Bunsen e o físico G.R. Kirchhoff desenvolveram o espectroscópio, com o qual foram descobertos rapidamente muitos novos elementos. Então, em 1860, o químico alemão Stanilav Canizzaro esclareceu a diferença entre átomos e moléculas e mostrou que muitos “pesos atômicos” previamente determinados eram, na realidade pesos moleculares. Isto permitiu o tabelamento de números atômicos dos elementos com razoável precisão. A tentativa seguinte de relacionar propriedades com o peso atômico somente aconteceu em 1862, quando um geólogo francês, Alexandre de Chancourtois, tabelou os elementos então conhecidos numa linha espiral em volta de um cilindro, de baixo para cima. Ele dividiu a circunferência em 16 subdivisões e mostrou que os elementos que os elementos com propriedades semelhantes apareciam um sobre os outros em voltas adjacentes da espiral. De Chancourtois denominou sua representação de parafuso telúrico. Não cativou a comunidade científica. 15 Em 1864, o químico inglês John Newlands, que era um amante da música, noticiou que se os elementos fossem tabelados seguindo-se o aumento do peso atômico, haveria uma repetição nas propriedades a cada oito elementos. Newlands acreditava que havia alguma conexão misteriosa entre a música e a química, o que provocou risos em seus companheiros químicos. A aparência ridícula obscureceu o real significado do trabalho de Newlands, o qual era chamado de lei das oitavas. E não foi reconhecido publicamente durante 23 anos. Mas muito tempo depois às várias versões da tabela periódica foram publicadas. O conceito de periodicidade química deve seu desenvolvimento a dois químicos, Lothar Meyer e Dimitri Mendeleev, mais do que a quaisquer outros. Trabalhando independentemente eles descobriram a lei periódica e publicaram tabelas periódicas dos elementos. Meyer publicou primeiro em 1864, mas em 1869 estendeu suas tabelas para incluir mais de 50 elementos. Ele mostrou que quando várias propriedades, tais como volume molar, ponto de ebulição, dureza e etc., eram representadas graficamente em função de seu peso atômico, uma curva periódica, repetitiva, era obtida em cada caso. No mesmo ano, Mendeleev continuou seu trabalho revisando e melhorando a tabela. Em 1871 ele publicou a versão na Tabela 1. Com sua tabela ele foi capaz de mostrar que certos elementos, até então não descobertos, deveriam e iriam preencher os espaços vazios da mesma. Ele não só previu a existência dos elementos gálio e germânio, mas também estimou suas propriedades com grande exatidão. O valor da tabela periódica na organização do conhecimento químico foi demonstrado. Esta primeira organização da tabela propiciou a hipótese de novos elementos que mais tarde foram comprovados na prática. (Ricardo Feltre) 16 TABELA 1 Tabela periódica de Mendeleev como os pesos atômicos Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo II 1 2 3 4 5 6 7 II III IV V VI VII Li Be B C N O F 7 9,4 11 12 14 16 19 Na Mg Al Si P S Cl 23 24 27,3 28 31 32 35,5 K Ca __ Ti V Cr Mg 39 40 44 48 51 52 55 Cu Zn __ __ As Se Br 63 65 68 75 78 80 Rb Sr Yt Zr Nb Mb __ 85 87 88 90 94 96 100 Ag Cd In Sn Sb Te I 108 112 113 118 122 125 127 H 1 72 A tabela periódica moderna mudou completamente o destino da humanidade, com a descoberta de novos elementos que estavam faltando, foi possível a confecção de novos materiais, medicamentos e sínteses. Mesmo com tantos elementos alocados com suas propriedades ainda não é possível que todos dominem suas propriedades e apliquem em suas vidas. É apresentada uma tabela conhecida na maioria dos livros didáticos desde o ensino fundamental até o superior, com seus respectivos símbolos e 17 números atômicos de terminados pela IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada). (Martha Reis) Tabela 2. 1A 2A 3A 4A 5A 6A 7A 3 4 5 6 7 9A 10A 11A 12A 13A 14A 15A 16A 17A 18A 0 He 1 2 8A IA IIA Li Be 3 4 Na 11 H 1 M g 12 IIIB IVB VB VIB VIIB VIIIB K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co 19 20 21 22 23 24 25 26 Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc 37 38 39 40 41 42 Cs Ba La 55 56 57 Fr Ra Ac 87 88 89 2 IIIA IVA VA VIA VIIA B C N O F Ne 5 6 7 8 9 10 Al Si P S Cl Ar 13 14 15 16 17 18 IB IB Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 L Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 A Rf Ha 104 105 106 Lantanóides Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 Actinóides Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 A repetição expressa na lei periódica é a base da tabela periódica moderna, na qual famílias de elementos, como os halogênios, gases nobres e metais alcalinos, aparecem nas colunas verticais. As linhas horizontais da tabela são chamadas de períodos. Elas são numeradas de 1 a 7, usando números arábicos. Eles variam muito em largura do primeiro período (dois elementos) até o sexto (32 elementos) e sétimo (potencialmente 32 elementos). 18 As colunas verticais na tabela periódica são chamadas grupos. Cada um deles é uma família de elementos. Alguns grupos consistem em cinco ou seis elementos. Estes são chamados principais ou representativos (A). Eles são numerados de um até sete usando números romanos e a letra A, atualmente número em arábico de um até dezoito. Os elementos de transição fazem pare do subgrupo ou grupos B. Esta tabela é reconhecida pela comunidade científica mundial e a IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada). Esta tabela é de grande utilidade em diversos campos da ciência, sendo a química e a área educacional amplamente difundida e estudada. A necessidade de analisar algumas tabelas de livros didáticos para realinhar seu objetivo inicial determinado pelos seus organizadores, ou seja, propriedades periódicas. (Martha Reis) 19 CAPÍTULO II ANALISANDO A TABELA NOS LIVROS “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” Paulo Freire Quase todos os professores de química preferem usar a tabela periódica tradicional, onde os elementos estão em ordem de número atômico, ou seja, a quantidade de prótons do núcleo do átomo. (Geraldo Camargo de Carvalho) O autor Geraldo Camargo de Carvalho introduz o tipo de tabela periódica tradicional que só explora valores, mesmo importante, não atrai e estimula o aluno. Uma mistura de distribuição eletrônica e muita exceções forma um emaranhado de idéias difícil para quem está aprendendo. Vejamos um trecho o retirado do livro na página 45 e 46. (Geraldo Camargo de Carvalho) “Na tabela, temos as distribuições eletrônicas dos elementos, seguindo a regra de preenchimento dos subníveis. Embora alguns elementos, como Cr, Cu e Ag, não obedeçam a essa regra, para nosso estudo interessa a distribuição eletrônica teórica”. (Geraldo Camargo) Reunindo todos os elementos cujo subnível de maior energia é s1, temos: 20 1 H 3 1s1 Li 2s1 11 Na 19 3s1 K 4s1 37 Rb 55 5s1 Cs 87 6s1 Fr 7s1 Nota-se que a seqüência dos elementos em ordem crescente de Z, periodicamente repetem-se configurações eletrônicas semelhantes (no caso, s1, como subnível de maior energia) “. (Geraldo Camargo). Podemos observar o quanto é difícil para o aluno entender quando o assunto não está ligado com sua realidade. (Geraldo Camargo de Carvalho) Outro autor muito utilizado por professores do ensino médio é o Ricardo Feltre que também segue a mesma filosofia do Geraldo Camargo e torna o estudo da tabela periódica cansativa no tocante excesso de distribuição eletrônica. Ele divide a tabela em blocos s, d e f seguindo também a distribuição de Linus Pauling repetindo várias vezes o mesmo assunto. Sem dúvida é de excelente qualidade, mas para quem está começando fica perdido com tanta informação teórica e pouco prática. (Ricardo Feltre) Tabela 3.a s s s p d f 21 Tabela 3.b As tabelas 3.a e 3.b aparecem no livro de Ricardo Feltre e na página 110 e 111 faz a seguinte colocação: “Nas colunas 1A e 2A (Bloco s) os elétrons estão “entrando” nos subníveis ns da última camada eletrônica do átomo”. Ricardo Feltre. Nas colunas B(Bloco d) os elétrons vão preenchendo os subníveis ns da última camada do átomo, isto é, (n-1)d, exceto na série dos lantanídeos e na série dos actinídeos (Bloco f), onde o elétron entra nos subníveis f da antepenúltima camada do átomo, isto é, (n-2). É por esse motivo que elementos das colunas B (ou, melhor, das colunas de 3B a 2B) são chamadas de elementos de transição, enquanto os lantanídeos e actinídeos são denominados, mais especificamente, elementos de transição interna; 22 Nas colunas de 3A a zero (Bloco p) os elétrons vão ocupando os subníveis p da última camada eletrônica do átomo (np). Nas colunas 1A, 2A, 3A... o número de elétrons na última camada eletrônica é respectivamente 1, 2, 3..., isto é, o próprio número de elétrons na última camada do átomo (camada mais externa ou de valência). Podemos constatar que com tanta informação sem aplicação o estudante fique confuso e sinta muita dificuldade. (Ricardo Feltre) Analisando o livro volume único de Química Integral de Martha Reis, pude observar um avanço no que diz respeito ao relacionamento da tabela com experimentos e materiais do uso cotidiano do estudante, mas no tocante complexo teórico não perde para nenhum outro autor. Em seu livro, Martha Reis, menciona aplicações de certos elementos químicos, com também expõe fotos e experimentos. Não é comum encontrar em outros autores a mesma prática pedagógica para atingir o estudante, mesmo sendo direcionado para o comércio, livros com conteúdos de tabela iguais a estes são bem aceitos, embora não sejam o ideal na vida do estudante. A qualidade das informações apresentadas é de bom nível e as complicações teóricas são amenizadas pela ligação real do elemento com sua forma concreta. Este tipo de livro é muito valorizado, pois seu preço não alcança a maioria dos alunos. (Martha Reis) Apresenta algumas características físicas dos elementos, dividindo-os em metais e ametais e apresenta as figuras que veremos a seguir: 23 A dificuldade esta para o volume de informações e o pouco tempo para ser amadurecida. No entanto, os estudantes e professores preferem mostrar figuras a montar um laboratório, pois o custo é muito alto e nem sempre ao alcance dos colégios mais carentes. (Martha Reis) Pela nova LDB e o PCNEM (Plano curricular Nacional do Ensino Médio) a proposta apresentada para o ensino de Química se contrapõe à velha ênfase na memorização de informações, nomes, fórmulas e conhecimentos como fragmentos desligados da realidade dos alunos. Ao contrario disso, pretende que o aluno reconheça e compreenda, de forma integrada e significativa, as transformações encontradas na atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera, e suas relações com os sistemas produtivos, industriais e agrícolas. O aprendizado de Química no ensino médio “[...] deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si. Quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas”. 24 Desta forma, os estudantes podem ”[...] julgar com fundamentos as informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar decisões automamente, enquanto indivíduos e cidadãos” (PCNEN, 1999). As competências gerais a serem desenvolvidas na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias dizem respeito aos domínios da representação e comunicação, envolvendo a leitura e interpretação de códigos, nomenclaturas e textos próprios da Química e da Ciência, a transposição entre diferentes formas de representação, a busca de informações, a produção e análise crítica de diferentes de textos; da investigação e compreensão, uso de idéias, conceitos, leis, modelos e procedimentos científicos associados a essa disciplina; e da contextualização sócio-cultural, ou seja, a inserção do conhecimento disciplinar nos diferentes setores com a tecnologia e cultura contemporâneas. (PCNEN, 1999). Dos autores mais estudados por professores do ensino médio é o Antônio Sardela que é um autor muito didático e atualizado. A forma mais didática, porém menos ligada a realidade do educando e aprendiz. Suas tabelas já não possuem mais a designação de semimetais, pois esta já foi eliminada desde 1995. Embora em seu livro não faça menção a modificação de 1995 o autor apresenta uma tabela periódica atualizadíssima. O único problema é a extensão e a pouca ligação com a realidade do estudante. Observe, na tabela 3 do autor Antônio Sardela, nem todos os autores vão concordar com as cores das propriedades dos elementos, sendo que na tabela área verde corresponde aos metais, amarelo ametais e azul os gases nobres: 25 Tabela 3 De fato Antônio Sardela é um bom autor e preocupado com o conhecimento da química, mas em nenhuma parte do estudo da tabela sequer tem uma figura ou aplicação prática de algum elemento. (Antônio Sardela). Um outro autor de livros de química e muito utilizados pelos estudantes é o Tito e Canto, Química Na abordagem do Cotidiano, que de modo notável explica a tabela para um publico que deseja aprender um pouco de química, mas sem ficar traumatizado com cálculos mirabolantes e textos fora de sua realidade. Em anexo 1 é descrita uma tabela que realmente fornece ao estudante mais compreensão do que esta estudando. (Tito e Canto). 26 O livro de química da autora Vera Novais também é interessante, mas repete o mesmo descuido igual a dos outros autores, não procura ligar a química com a realidade vivida pelo estudante e repete o mesmo tipo de tabela que já vimos acima. No entanto procura fazer com seus textos o estudante pensar ao invés de apenas dar respostas. Em destaque cito: “Que papel tem a Química?”. “Produto isento de substâncias químicas”. “cuidado! Não coma isto porque tem química!”. “Eu só como produtos naturais porque eles fazem bem à saúde. Não como nada (Vera Novais). com química.” Este emprego popular da palavra química, que certamente você conhece, denota que a associação que se faz à Química é, em geral, bastante negativa. De qualquer forma, ao empregarem o termo química em situações do tipo das propostas inicialmente, as pessoas estão confundindo o seu significado com o de substância artificial, com a conotação de prejudicial a saúde. Quer dizer que a química é uma ciência que se ocupa basicamente do estudo de aquilo que é artificial e nocivo à nossa saúde? Os tecidos, o náilon, plásticos, cobertores defensivos, medicamentos, ligas, substituição de partes do corpo humano, computadores, estrutura de foguetes e etc. (Vera Novais). É claro que trecho de um texto do livro não é tudo, mas o livro contém muitas informações e conhecimentos elucidativos que tornam os alunos mais competentes e mais aptos para o trabalho. (Vera Novais). O livro dos autores Usberco e Salvador são como Tito e Canto, pois utilizam textos simples e a tabela periódica é descrita levando em conta o que 27 os estudantes conhecem. Figuras sempre explicando a origem e a forma do elemento químico. O único problema é a presença de grande quantidade de conteúdo, muito conteudista, mas para turmas com maior horário para estudar química vai conseguir aprender mais. O autor não se limita apenas em descrever número atômico, massa atômica, períodos, famílias ou grupos, propriedades periódicas e aperiódicas, mas aprofunda em termos de orbitais, estabilidade dos elementos, exceções eletrônicas de alguns elementos, ou seja, do esperado ao comprovado. A tabela desses autores não esta atualizada e deve ser observado pelo professor até na biblioteca do colégio (Usberco e Salvador). O autor do livro Química: Teoria à Realidade, de Carmo Gallo Netto é entre os livros de química de grande importância, pois a maioria dos elementos químicos tem sua reconhecida aplicação, mas sempre feita no decorrer dos capítulos, a tabela esta presente em todo volume. (Carmo Gallo Netto). Um conjunto de três autores: Hartwig, Souza e Mota. A análise de um livro de química geral e inorgânica que aborda a química de forma fácil e crítica. A tabela periódica é descrita de forma didática e lembra o livro do Sardela, mas é conteudista demais. O que salva é os autores colocarem figuras elucidando a utilização dos elementos na vida cotidiana, mas sempre pecando pela quantidade de explicações. A tabela esta atualizada até 1994, pois ainda aparecem os semimetais. A organização das cores e a clareza para consultar tornam o livro muito bom para estudo. (Hartwig, Souza e Mota). Lançado recentemente, o livro química volume único de Ramanoski e Joseph não fica atrás dos outros conteudistas, mas é um dos livros com preços 28 menores do mercado. A tabela periódica dele é a mesma da maioria dos livros e também não esta atualizada. O conteúdo relativo à ligação dos elementos com a realidade do estudante é fraca e poucas vezes é visto no livro experiências relativas aos elementos da tabela. Massa atômica, número atômico, períodos, grupos, propriedades periódicas e aperiódicas são apenas exemplificados. Não leva o estudante a querer saber mais, pelo contrário, faz o estudante desistir por achar complicado. (Ramanoski e Joseph). Outro autor é o Victor Nehmi, com seus livros bem didáticos e semelhantes ao do Antônio Sardela já foi muito usado por alunos do ensino médio, suas tabelas periódicas são no estilo acadêmico, ou seja, cheio de minúcias, que para o estudante é muito complicado. A ligação com a realidade do estudante é de fraca a muito fraca, pois quem estudou neste livro jamais viu ou conheceu uma aplicação daqueles elementos da tabela. Embora seja grande em conteúdo e com muitas informações, o livro de Victor Nehmi é prático para o professor que reduz muito escrever no quadrode-giz, mas aumenta consideravelmente a dificuldade do estudante em entender a organização periódica. A tabela periódica não possui atualização de acordo com a resolução de 1995, que acabou com o termo semimetais. Victor Nehmi teve seu livro muito aplicado em colégios particulares por volta de 1980. (Victor Nehmi). Analisando a tabela periódica no livro dos autores Teruko Y. Utimura e Maria Linguanoto, volume único, foi observado que a tabela periódica não possui atualização, ligação com a realidade do estudante e apenas conteúdo. Pelo fato de ser um volume único o assunto tabela periódica é “pincelado”, só 29 fornecendo o conteúdo básico para o estudo de ligações químicas. O conteúdo básico quase sempre o mesmo em cada livro fica limitado ao número atômico, número de massa, distribuição eletrônica e propriedades periódicas e aperiódicas. Para um livro de química de curso noturno o conteúdo de tabela periódica esta de bom tamanho. É necessário o professor complementar com outra mídia para informar as características físicas e químicas do elemento através de figuras ou mesmo com trabalho experimental. (Teruko e Linguanoto). Continuando a análise de tabelas em livros podemos observar ao consultar a tabela periódica do livro Juan Ferré que não trás novidades, pois além de ser um livro volume único perde logo em conteúdo em relação aos outros, mesmo só abordando os conhecimentos de massa atômica, isotopia, número atômico, propriedades periódicas e aperiódicas. O assunto tabela periódica é muito curto e sem atualização, mas seria bem usado em cursos noturnos de base. A tabela só apresenta os elementos sem mostrar nenhuma ligação com a realidade do estudante e assim não conduz ao interesse pelo assunto. A tabela é apresentada igualmente como a maioria dos livros aqui analisados. (Juan Ferré). O livro: Química completa para o vestibular é um volume único e o autor Marcos Araújo apresenta a tabela periódica de forma igual à quase todos autores, ou seja, apenas se delimitando as famílias, grupos, número atômico, número de massa e propriedades periódicas e aperiódicas. Em um capítulo descreve a tabela periódica e apresenta suas propriedades apenas para ajudar no conteúdo seguinte que é a ligação química. 30 A tabela 4 é a forma mais comum encontrada em capas e conteúdos de química do ensino médio. Mesmo não atualizada ela é editada anualmente em quase todos os livros de química e ciências, e isto torna difícil para o aluno que estuda sozinho ou que faz pesquisa, acaba por tomar como verdade algo que nem esta atualizado. As análises das tabelas mostram que entre os autores e também Marcos Araújo há predominância só de simbologia e muito pouco e explicação em que é usado tal elemento. (Marcos Araújo) Um livro interessante que todo professor e estudante de química deveriam ler é chamado de Química e Sociedade e seus autores são de um projeto conhecido como: Projeto de Ensino de Química e Sociedade. O livro baseado na idéias de Paulo Freire, trás não só conhecimentos práticos da química no cotidiano do estudante, mas sua ligação na sociedade. A tabela periódica é a mesma que em outros livros, contudo a forma de apresentar é inédita em que o estudante visualiza os elementos em situações como aparecem em jornais, revistas, propagandas, medicamentos e etc. (Projeto de Ensino de Química e Sociedade). Tabelas periódicas como a apresentada na tabela 4 é de grande utilização até em vestibulares, mas pouco informa ao estudante que a consulta sobre sua grande aplicação no cotidiano, É uma tabela quase numérica que dever ser modificada para ganhar mais interesse de quem estuda e trabalha com ela. 31 Tabela 4 32 CAPÍTULO III A função da Experimentação com Tabelas “É próprio de pensar certa a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o cronológico”. Paulo Freire Ciente das dificuldades da maioria das escolas de ensino médio e sabemos que poucas delas mantêm espaços reservados para laboratórios de ciências. A melhoria desse quadro, pois seria conformismo partir do pressuposto de que esta é a única situação possível e de que os educadores nada têm a fazer senão cruzar os braços e nos entregar a um ensino livresco, desprovido de qualquer apreensão da natureza pratica da ciência. A situação não deve ser encarada assim, com tamanha passividade. Propor diversos experimentos que podem ser selecionados conforme a realidade da escola, pois muitos deles são conduzidos de maneira demonstrativa enquanto outros são apenas discutidos. É muito importante que as escolas disponham de laboratórios, até que para os alunos entendam que 33 fazer ciência exige investimento e uso de material especializado. Mas não é só isso que conta. Em química a teoria deve estar associada à prática. Assim, não é suficiente não é suficiente uma escola contar com uma excelente instalação para experimentos, e até mesmo destacar um professor específico são para aulas de laboratório, se o trabalho prático se mantiver dissociado da abordagem teórica. É considerado que muitas vezes se torna mais adequado o desenvolvimento de muitas dessas atividades práticas na própria sala de aula. (Mol, G. de S.; Santos, W. L.) A tabela periódica pode ser usada constantemente em todas as aulas, sempre sendo lembrado suas propriedades e aplicações práticas como relatado no livro de Martha Reis. (Martha Reis). Ensinar a química envolvida na tabela periódica significa ensinar um modo de pensar e dominar a linguagem e os métodos de obtenção desse conhecimento. E, para isso, precisamos ensinar os alunos a observar, interpretar, ler tabelas, analisar dados e controlar variáveis. Não se espera formar cientistas, mas levar os alunos, na qualidade de cidadãos, a entender como os cientistas trabalham e compreender as potencialidades e limitações da química. (Chrispino) Os experimentos com elementos da tabela periódica trazem as orientações básicas sobre sua aplicação diária nos diversos tipos de trabalho, desde a metalurgia até a medicina. Há um consenso na comunidade dos pesquisadores de Química de que o principal objetivo do ensino de Química de que o principal objetivo do ensino médio, etapa final da educação básica, é fornecer conhecimentos relevantes que possam servir de ferramenta cultural para o jovem particular ativamente da sociedade moderna, caracterizada, sobretudo pela presença da ciência e da 34 tecnologia. É nesse sentido que se tem recomendado que os currículos incorporem aspectos sociocientíficos, tais como questões ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais relativas à tecnologia. A abordagem desses temas tem os seguintes objetivos: 1. desenvolver atitudes e valores em uma perspectiva humanística diante das questões sociais relativas à ciência e à tecnologia; 2. auxiliar na aprendizagem de conceitos científicos e de aspectos relativos à natureza da ciência; 3. encorajar os alunos a relacionar suas experiências escolares reais; 4. ajudar os alunos a verbalizar, ouvir e argumentar; 5. desenvolver habilidades de raciocínio lógico. O intuito da proposta da monografia é levar o estudante de graduação em licenciatura de química a entender as implicações sociais da Química e das tecnologias em sua vida e desenvolver valores e atitudes para uma ação social mais responsável. Portanto, a tabela periódica, passa de apenas um conjunto de símbolos e números, mas um montante de elementos que influenciam a vida de todos os homens no planeta. É importante que seja feito uma alternância cuidadosa de diferentes estratégias de ensino e de recursos didáticos nas aulas de tabela periódica, mais cuidada para não contribuir para que as aulas sejam desligadas das abordagens temáticas (como lixo, poluição, medicamentos, nutrientes e etc), em que os alunos representam papéis de diferentes personagens, como de 35 prefeito, líderes comunitários, industriais, comerciantes e etc., tendo de questionar, opinar e agir como tais pessoas em situações-problema simuladas. Ainda nessa perspectiva podem-se promover debates em que dois blocos diferentes defendem idéias opostas sobre o encaminhamento de possíveis soluções para questões polêmicas. Ressaltando sempre a importância dos elementos químicos e a organização na tabela periódica. Outra interessante forma de aprender muito sobre a tabela periódica é convidar especialistas para ministrar palestras na escola sobre temas atuais e constituir uma excelente oportunidade para que os alunos se enriqueçam de informações. Há ainda a possibilidade de visitas a indústrias, laboratórios, universidades, museus, centro de ciência e locais da comunidade em que haja problemas ou projetos ambientais, como rios, áreas rurais desmatadas, centros de reciclagem, reservas florestais etc. Tudo isso contribui para a formação de cidadãos comprometidos com a sua comunidade. (Santos,W.L.P. dos; Schnetzler, R. P.). 36 CONCLUSÃO “Se nada ficar destas páginas, algo, pelo menos, esperamos que permaneça: nossa confiança no povo. Nossa fé nos homens e na criação de um mundo em que seja menos difícil amar”. Paulo Freire Depois de analisar vários livros e suas tabelas periódicas, parece-me que todos autores fazem o mesmo, entretanto o conteúdo corretíssimo não justifica a quantidade de alunos que odeiam esta disciplina pelo fato de não entenderem nada. Não resolve mudar de livro, de professor, tentar criar métodos mágicos ou musiquetas sem fundamento, pois lembram da música e esquecem para que serve tudo aquilo que estudou. Todos autores se preocupam com a estrutura da tabela e deixam de lado o que realmente motivou Mendeleev para construir a primeira tabela de elementos químicos. É resgatando esta motivação que é possível tornar interessante e prazeroso estudar ou ensinar química. Pesquisas em ensino de química demonstraram a ineficácia dos programas e suas metodologias, muitas das quais ainda continuam ser editadas em muito dos autores citados. Uma reforma educacional vem aos poucos se impondo e diversos projetos de ensino já foram propostos. Muitos, por não seguir a padronização de conteúdo e a metodologia a que professores já estavam acostumados, não conquistarão seu espaço e acabarão desconhecidos. Novas propostas estão florescendo no meio educacional, auxiliando o processo de mudança. A função da escola não se limita a preparar o aluno para concorrer em exames: tal preparação na verdade de ser somente decorrência da formação 37 que a escola vai lhe propiciar. Além disso, a sociedade requer muitos outros conhecimentos e habilidades dos nossos alunos - que não serão eternos candidatos a exames, mas, principalmente, cidadãos. E é nessa hora que o conhecimento de Química revela sua grande importância no preparo para o exercício consciente da cidadania, pois vivemos em uma sociedade tecnológica que exige de seus cidadãos atitudes para um modelo de desenvolvimento viável, garantindo assim a existência das gerações futuras. E isso implica a compreensão de um mínimo necessário do conhecimento científico e tecnológico, que vai além do domínio estrito dos conceitos de Química: envolve entendimento de suas atitudes e valores. Não menosprezando o que existe de trabalho pedagógico, mas é aperfeiçoando continuadamente. A tabela periódica que foi analisada nesta monografia ainda esta muito longe de atingir a plenitude do aprendizado do que se dispõe, mas paulatinamente professores e autores vão conseguir. Com respeito a tantos problemas no aprendizado da tabela periódica, venho apresentar uma idéia para que as editoras, instituições de ensino em todos os níveis, autores e professores observem que uma nova disciplina chamada de Estudo da Tabela Periódica dos Elementos Químicos que seria ministrada por um professor de química, paralelo as aulas de química regular. O propósito desta disciplina é tornar o estudo da tabela periódica aprazível e constantemente lembrada na vida estudantil do aluno aprendiz. A nova disciplina teria seus materiais práticos e não práticos, como uma tabela construída a partir de materiais caseiros e industriais, também buscar os diversos empregos dos elementos químicos. Enfim, o estudante será o agente ativo nesta disciplina e dará tanto de si que ao finalizar o curso nunca mais esquecerá e que aprendeu. Isto o tornará apto para qualquer necessidade, dentro do que estudou. Outra sugestão é o uso da tabela periódica constantemente, como fosse uma régua de cálculo ou calculadora, sendo capaz de fazer pequenas análises 38 e procurar respostas para suas perguntas. A tabela periódica não é um material para decorar, mas é para aprender a usar como consulta, pois é um engano julgar que o aluno só terá chances no vestibular se o professor treinalo, entre outras matérias, a tabela periódica. Pelo contrário: ao propiciarmos uma formação mais ampla ao aluno, estamos ajudando-o a consolidar conceitos e a desenvolver o raciocínio lógico requerido pelos exames vestibulares. A tabela periódica não é um amontoado de símbolos e nomes, mas é o conjunto de anos de trabalho de cientistas e colaboradores que levou séculos para chegar a ter essa forma mostrada no capítulo II. Todos os livros didáticos de Química para o ensino médio incorporam fotos, ilustrações e textos explicativos sobre as aplicações tecnológicas relacionadas à Química. Essa formatação, porém, muitas vezes é aplicada apenas com a função de motivação ou de informação, pois para estudar ligação química é necessário conhecer o átomo e suas propriedades tabeladas, para que o aluno compreenda melhor o mundo que op rodeia. Isso sem dúvida é fundamental para a formação do estudante; contudo não dever ser apenas essa expectativa quando se adota a abordagem de aspectos sociocientíficos. Restringir a abordagem a esse mínimo é reduzir o seu potencial educativo de desenvolver atitudes compromissadas com o ambiente e a sociedade. O enfoque da abordagem da tabela periódica nos livros de ensino médio está em explorar os aspectos da vivência do aluno, motivando a reflexão e adoção de uma postura necessária para a transformação da sociedade tecnológica em uma sociedade mais justa na qual se busque assegurar a preservação do ambiente em escala até mundial. Nem todos os autores concordam com respeito às figuras e práticas envolvendo os elementos químicos, os mais próximos foram: Ant6onio Sardela e Martha Reis. 39 Todos os autores procuram colocar muita distribuição eletrônica para depois compreenderem as propriedades periódicas e aperiódicas. Esta preocupação é a maior causadora de transtornos para os alunos e desapontamento para muitos professores. A tabela periódica é uma fonte de informações que deve ser consultada várias vezes durante o curso de química, procurando sempre livros que tenha figuras e experimentos práticos com os elementos. Utilizando os conhecimentos prévios de algo semelhante conhecido ou familiar com a tabela periódica o estudante faz analogias e fixa melhor, daí a responsabilidade com o ensino da tabela periódica analisado para alguns autores como: Martha Reis, Antônio Sardela e (Tito e Canto). Entretanto, como os conceitos envolvidos nas tabelas periódicas que se pretende ensinar não é exatamente igual ao que se utiliza como referência, é comum que os estudantes estabeleçam certa confusão nesse processo, às vezes misturando as duas coisas. Nota-se ao analisar as tabelas em livros de química que é muito fácil desistir de estudar química nesse ponto, logo é a hora de fomentar ou estimular com experimentos e trabalhos que leve aos estudantes ver e manipular os elementos. 40 ANEXO 1 41 42 43 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ARAÚJO, Marcos. Química. Química completa para o vestibular. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. FTD, 1997. BENABOU, J. Elias; RAMANOSKI, Marcelo. Química. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. Atual Editora, 2003. CARALHO, G. Camargo. Química Moderna 1. 1a ed. Vol. 1. São Paulo, SP. Ed. Scipione, 1995. CARALHO, G. Camargo; CELSO, L. de Souza. Química de olho no mundo do trabalho. Química Geral e Inorgânica. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. Scipione, 2004. CARVALHO, André. Ecologia. 7ª ed., Belo Horizonte, MG: Lê, 1987. FELTRE, Ricardo. Química. Química Geral. 4a ed. Vol. 1. São Paulo, SP. Ed. Moderna, 1996. FREIRE, Paulo. Pedagogia dos Oprimidos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970. FONSECA, M. Reis. Química Geral. 1a ed. Vol. 1. São Paulo, SP. Ed. FTD, 1993. FONSECA, M. Reis. Química Integral. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. FTD, 1993. HARTWIG, D. Dácio; SOUZA, Edson de; MOTA, R. Nascimento. Química Geral e Inorgânica. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP Ed. Scipione, 1999. 44 KOTZ, J. C. and TREICHAL, P. Jr Química e Reações Químicas. Vols.1 e 2. Ed. LTC: Rio de Janeiro, 1998. MAHAN, B. H. Química: Curso Universitário. São Paulo, Ed. Da Universidade de São Paulo / Edgard Blücher, 1970. MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo, EPU, 1986. MÖL, G. DE S. ; SANTOS W. L. P. dos (coords.) Química na sociedade: projeto de ensino de química em um contexto social (PEQS). 2.ed. ver. e ampl. Brasília, Editora UnB, 2000. v. 1. NEHMI, V. A. Química. Química Geral e Atomística. 1a ed. Vol. 1. São Paulo, SP Ed. Ática, 1993. NETO, C. Gallo. Química da teoria à realidade. Química Geral. 1a ed. Vol. 1. São Paulo, SP Ed. Scipione, 1996. NOVAIS, V. L. Duarte de. Química geral e Inorgânica. Vol.1. Ed. Atual Editora: São Paulo, SP, 1993. PERUZZO, T. Miragaia; CANTO, E. leite de. Química Na Abordagem Do Cotidiano. Química Geral e inorgânica.Vol.1. Ed. Moderna: São Paulo, SP, 1993. SANTANA, M. C. de; MARIA, A. dos Santos, WALDHELM, Mônica. Ciências. 8a série – São Paulo: Editora do Brasil, 1999. SANTOS, W. L. P. dos; Schnetzler, R. P. Educação em Química: compromisso com a cidadania. Ijuí, Ed. Unijuí, 1997. _____. O que significa o ensino de Química para formar cidadão. Química Nova na Escola, n.4, p.28-34, nov. 1996. 45 SARDELLA, Antônio. Curso de Química. Química Geral. 23a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. Ática, 1997. SERRANO, Juam Ferré. Química Ensino Médio. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. Scipione, 2000. TUNES, E. ET AL. Ensino de conceitos em Química: IV. Sobre a estrutura da matéria. Química Nova, v. 12, n.2, p.199-202,1989. USBERCO, João; SALVADOR,Edgard. Química. Química geral. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. Saraiva, 1995. UTIMURA, Teruko Y; LINGUANOTO, Maria. Livro Único. Química Geral. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. FTD, 1998. VIDAL, B. História da Química. Lisboa, Edições 70, 1986. 46 BIBLIOGRAFIA CITADA ARAÚJO, Marcos. Química. Química completa para o vestibular. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. FTD, 1997. BENABOU, J. Elias; RAMANOSKI, Marcelo. Química. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. Atual Editora, 2003. CARALHO, G. Camargo. Química Moderna 1. 1a ed. Vol. 1. São Paulo, SP. Ed. Scipione, 1995. CARALHO, G. Camargo; CELSO, L. de Souza. Química de olho no mundo do trabalho. Química Geral e Inorgânica. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. Scipione, 2004. FELTRE, Ricardo. Química. Química Geral. 4a ed. Vol. 1. São Paulo, SP. Ed. Moderna, 1996. FREIRE, Paulo. Pedagogia dos Oprimidos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970. FONSECA, M. Reis. Química Geral. 1a ed. Vol. 1. São Paulo, SP. Ed. FTD, 1993. FONSECA, M. Reis. Química Integral. 1a ed. Vol. único. São Paulo, SP. Ed. 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São Paulo, SP. Ed. FTD, 1998. 48 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I HISTÓRIA DO ÁTOMO E DA TABELA PERIÓDICA 10 CAPÍTULO II ANALISANDO A TABELA NOS LIVROS 20 CAPÍTULO III A FUNÇÃO DA EXPERIMENTAÇÃO COM TABELAS 33 CONCLUSÃO 37 ANEXOS 41 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44 BIBLIOGRAFIA CITADA 47 ÍNDICE 49 49 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Título da Monografia: Autor: Data da entrega: Avaliado por: Conceito: Avaliado por: Conceito: Avaliado por: Conceito: Conceito Final: 50