Modelo de Examen de Portugués – Nivel IV
Parte 2 – Lectura Comprensiva
Nro. de Control : ………....
NIVEL 4
PARTE 2 - COMPREENSÃO DE TEXTOS
Tempo estimativo: 40 minutos
Exercício 1:
Leia o seguinte texto:
RIO SOB O SOL
-Káthia PompeuVista do alto, a cidade do Rio de Janeiro é um retrato à
prova de retoques, com suas montanhas delineadas de verde
misturadas ao azul celestial de suas praias. Uma obra-prima,
abençoada pela natureza e sob a proteção imaculada do
Cristo.
Distanciado
das
imagens
de
cartão-postal,
perambulando pelas ruas da cidade, conhecendo pessoas,
envolvendo-se com o legítimo estilo carioca de viver, é que se experimenta o melhor do Rio de
Janeiro. Um espetáculo de lugar...
É um fato. Alguma coisa acontece na essência dos cariocas durante o verão. A cidade
parece entrar numa espécie de transe coletivo, fazendo com que ninguém consiga ficar parado.
Correr, nadar, patinar, caminhar, dançar... Vale tudo. O importante é estar em sintonia com a
estação mais festejada do ano. E, para entrar nessa festa, é só chegar.
A síntese do verão carioca, claro, são as praias da Zona Sul. Copacabana, Ipanema, e
Leblon dispensam maiores apresentações. Cada uma delas, a seu modo, ajuda a construir a
identidade do Rio, fazendo história através de seus moradores –notórios ou anônimos-, ditando
modas e influenciando comportamentos.
A Copacabana áurea dos anos cinqüenta, recatada e respeitada, cresceu desenfreada,
amargou uma certa decadência, mas acabou virando um mito. Não é à toa. Imponente, o bairro
abriga o lendário hotel Copacabana Palace, o calçadão preto e branco e mais uma mistura de
pessoas sem igual. Hoje carrega a fama de ser o pedaço de Brasil mais conhecido no mundo.
A vizinha Ipanema, rebelde e transgressora, é sinônimo de vanguarda. A liberação sexual
que explodiu e sacudiu o mundo nos anos 60, parece ter começado no país por lá. É a praia da
garota cheia de graça, de raras cabeças pensantes, como Tom Jobim, Vinícius de Morais e
Cazuza, que encantaram muito além das fronteiras do bairro. É o lugar de gente antenada e
moderna. Não é para menos. Cheio de bares bacanas, livrarias interessantes como a Letras e
Expressões e mais um cardápio variado de cafés, boates e butiques, entre outras atrações, só
pode fazer o sucesso que faz.
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Mais adiante fica o Leblon, bairro que passa a sensação de já ter nascido sofisticado. Ele
apresenta o projeto urbanístico mais admirável da cidade, com seus postes, letreiros de ruas,
telefones públicos e protetores de calçada que são puro design. O Leblon também é celebrado por
suas ótimas atrações gastronômicas. Cozinhas de inspirações das mais variadas e preços idem.
A trilha das Paineiras, na Floresta da Tijuca, reúne nos finais de semana (fechada para o
trânsito de carros) uma tribo que gosta de caminhar cercada pelo verde da Mata Atlântica, tomar
banho nas quedas d’água e encontrar amigos. É um programa cheio de apelos para quem quer se
abstrair de problemas e desfrutar, sem pressa, da calma do lugar.
Outra boa medida para aproveitar os dias ensolarados da cidade é visitar a Lagoa Rodrigo
de Freitas. Cercada pela ciclovia e abarrotada de quiosques, vira uma farra nos meses de férias.
Lá, as famílias marcam ponto. É pai, mãe, filhos, cachorro, bicicleta e muita descontração. Uma
brincadeira sem hora para acabar, já que depois que o sol se põe, tem sempre um show de jazz,
bossa nova ou chorinho rolando.
Revista de bordo da Viação Itapemirim: “Na Poltrona”,(Adaptado).
•
Escolha a resposta certa:
a. A síntese do verão carioca é representada:
1- pelas imagens de cartão-postal
2- pelos moradores notórios ou anônimos
3- pelas praias da Zona Sul
b. As praias mais prestigiadas são:
1- Zona Sul, Copacabana e Leblon.
2- Copacabana, Leblon e Ipanema.
3- Leblon, Ipanema e Zona Sul.
c. A fama de Copacabana deve-se a:
1- ter o hotel mais caro da cidade.
2- ter muitas pessoas passeando no calçadão.
3- ser o cartão-postal do Brasil no mundo.
d. Leblon se distingue:
1- pela sua sofisticação.
2- pela gastronomia que é a mais cara do Rio.
3- pelo serviço telefônico.
e. Para conseguir um pouco de calma no Rio, recomenda-se passear:
1- pela Lagoa de Freitas.
2- pela Trilha das Paineiras.
3- pela praia de Ipanema.
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Exercício 2:
Leia as preferências literárias destas cinco pessoas que estão procurando um livro. Há três
resenhas de livros a mais. Você tem de decidir quais desses livros seria perfeito para cada
uma delas.
6)-
Ali gosta de ler histórias de crime que estejam muito
bem escritas. Enquanto lê, ele desfruta tentando
adivinhar quem é o verdadeiro criminoso.
...........................
7)-
Mônica é professora de história . Ela adora ler livros
sobre a história de pessoas de todos os lugares do
mundo e como diferentes acontecimentos mudaram
suas vidas
..........................
8)-
Sílvia gosta de ler histórias verídicas escritas por
pessoas que falam de si próprias. Ela se interessa
especialmente por pessoas que tiveram vidas difíceis.
............................
9)-
Daniel é vendedor de computadores e passa muito
tempo viajando de avião. Ele gosta das histórias de
detetives que pode ler facilmente e que o mantenham
interessado até o final..
..........................
10)-
Takumi não tem muito tempo livre, então ele lê
histórias breves que pode terminar rapidamente. Ele
gosta de ler sobre histórias sobre a vida das pessoas
comuns e as coisas que acontecem no mundo de hoje.
.........................
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Faça corresponder cada uma das resenhas a seguir de A a H, com o personagem
correspondente de 6 a 10, e escreva a letra correta nos espaços dos quadros.
LIVROS RECOMENDADOS
A)- ÉDIPO
B)- Devaneios ricos de modernidade literária
Este livro de histórias curtas explora temas do
cotidiano, flagrantes emotivos. Com
dissimulação do humor iterativo ao longo dos
textos, há ainda uma visão crítica, por vezes
impiedosa, da sociedade urbana. Com uma
intensa carga lírica, afetiva e uma notável
narrativa antológica favorecem a reflexão e
não-ditos concentrados nas sentenças, com
enfatização das dúvidas: a vida é bela? O
amor é lindo?
Um clássico da literatura escrito há 400 anos em
linguagem acessível. Pode parecer algo impossível
de se encontrar nos dias de hoje, mas não é. Dom
Quixote, de Miguel de Cervantes, teve adaptação
de Michael Harrison. Resultado: uma das obrasprimas da literatura universal de todos os tempos
reduzida a 120 páginas sem perder a qualidade.
C)- A CARTA PERDIDA
D)- UMA HISTÓRIA DA VIDA RURAL NO
Outra história sobre o famoso inspetor da
polícia Manning. Foi escrita da mesma
maneira simples das anteriores estórias do
mesmo personagem, e com o mesmo sucesso.
O leitor fica desnorteado com os diferentes
acontecimentos e não pode deixar de tentar
adivinhar quem foi o criminoso.
BRASIL
E)- A CARTA
F)- O PEQUENO PRÍNCIPE
O assassinato de uma estrela da televisão
parece ser o trabalho de ladrões que são
presos logo. Mas eles fogem da prisão e uma
jovem advogada diz que ela sabe quem foram
os verdadeiros criminosos. Escrito com
inteligência, este livro obriga o leitor a se
manter atento até o último momento.
Este não é um livro para crianças, porque traz
justamente a mensagem da infância, a mensagem
da criança. Essa criança que irromperá de repente
no deserto do teu coração, a milhas e milhas de
qualquer região habitada. Este livro é também um
teste. Se não o quiseres compreender, se não te
interessas pelo seu drama, fica aqui a sentença do
Príncipe: Tu não és um homem de verdade. Tu
não passas de um cogumelo.
H)- LIVRE!
G)- FALCÃO
Este livro é um relato sobre o universo dos
meninos que trabalham no tráfico de drogas
em diversas partes do país. O livro recolhe
depoimentos de 17 meninos, 16 morreram ao
longo da produção do livro. O objetivo dos
autores foi mostrar o lado humano destes
jovens. Suas razões, seus sonhos, suas
maldades e contradições.
Este livro resgata a história do Brasil com uma
narrativa envolvente. Versa sobre a formação da
sociedade e do povo brasileiro. Os acontecimentos
historiados abrangem a economia colonial, o
desafio dos pequenos proprietários, roceiros, que
se esforçam em solos não ocupados pelas
tradicionais lavouras e empreendem cultivos
diversificados que abastecem os pequenos
povoados e propiciam a criação dos centros
urbanos no período colonial.
Matthew Hunt, quem passou a metade da sua vida
no cárcere por um crime que ele não cometeu,
escreveu a história de sua luta na busca da
liberdade. Agora, já livre do presídio, ele descreve
suas experiências de vida neste livro.
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Exercício 3:
Leia o texto “Preto e branco” de Fernando Sabino e diga se as seguintes frases são
VERDADEIRAS ou FALSAS
11- Diante da mudança em sua vida ele se afastou dos amigos.
.....
12- Se conhecesse o desfecho, ele ia receber o sambista de braços abertos.
.....
13- Ele cumprimentou o sambista com um sorriso aberto.
.....
14- Quando viu que o sambista vinha ao seu encontro fingiu que não o via.
.....
15- Ele tinha medo que o sambista expressasse seu preconceito.
.....
16- As mudanças em sua vida foram: depressão- esperança- angústia.
.....
17- Todo mundo sabia que ele tinha perdido o emprego.
.....
18- "Passados tropeços", refere-se aos tombos que levou no passado.
.....
19- "Freqüentar a roda boêmia", refere-se a participar do grupo de boêmios.
.....
20- "Com unhas e dentes", quer dizer usando todas as partes do seu corpo.
.....
PRETO E BRANCO
Fernando Sabino
Perdera o emprego, chegara a passar fome, sem que ninguém
soubesse. Por vergonha, afastou-se da roda boêmia que antes
costumava freqüentar – escritores, jornalistas, um sambista de cor
vinha
a
ser
seu
mais
velho
companheiro
de
noitadas.
De repente, a salvação lhe apareceu na forma de um americano,
que lhe oferecia emprego numa agência. Agarrou-se com unhas e dentes à oportunidade, vale
dizer,
ao
americano,
para
garantir
na
sua
nova
função
uma
relativa
estabilidade.
E um belo dia vai seguindo com o chefe pela Rua México, já distraído de seus passados tropeços,
mas, tropeçando obstinadamente no inglês com que se entendiam – quando vê do outro lado da
rua um preto agitar a mão para ele.
Era o sambista seu amigo.
Ocorreu-lhe desde logo que ao americano poderia parecer estranha tal amizade, e mais ainda:
incompatível com a ética ianque a ser mantida nas funções que passara a exercer. Lembrou-se
num átimo que o americano em geral tem uma coisa muito séria chamada preconceito racial e seu
critério de julgamento da capacidade funcional dos subordinados talvez se deixasse influir por
essa odiosa deformação. Por via das dúvidas, correspondeu ao cumprimento de seu amigo da
maneira mais discreta que lhe foi possível, mas viu em pânico que ele atravessava a rua e vinha
em sua direção, sorriso aberto e braços prontos para um abraço.
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Pensou rapidamente em se esquivar – não dava tempo: o americano também se detivera, vendo o
preto aproximar-se. Era seu amigo, velho companheiro, um bom sujeito, dos melhores mesmo que
já conhecera – acaso jamais chegara sequer a se lembrar de que se tratava de um preto? Agora,
com o gringo ali a seu lado, todo branco e sardento, é que percebia pela primeira vez: não podia
ser mais preto. Sendo assim, tivesse paciência: mais tarde lhe explicava tudo, haveria de
compreender. Passar fome era muito bonito nos romances de Knut Hamsum, lidos depois do
jantar, e sem credores à porta. Não teve mais dúvidas: virou a cara e quando o outro se
aproximou, fingiu que não o via, que não era com ele.
E não era mesmo com ele.
Porque antes de cumprimentá-lo, o sambista abriu os braços para
acolher o americano – também seu amigo.
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