XIV Curso Nacional de
Atualização em Pneumologia
- São Paulo, 11-13/Abril/2013 -
TABAGISMO:
Abordagem de Fumantes com Doenças
Crônicas Relacionadas ao Tabaco
(DRT)
(12/04/2013 - 6ª. Feira: 8h15min-10h10min)
XIV Curso Nacional de Atualização em Pneumologia
TABAGISMO ABORDAGEM DE FUMANTES COM DOENÇAS
CRÔNICAS RELACIONADAS AO TABACO (DRT)
8h15 – 8h40:
Introdução. Comissão de Tabagismo da SBPT
Tabagismo no Brasil. Desafios
Caso Clínico
Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva (RS)
8h40 – 9h05:
Abordagem do Tabagismo em pacientes com Doenças
Respiratórias Crônicas
Dr. Alberto Araújo (RJ)
9h05 – 9h30:
Tabagismo e Asma
Dr. João Paulo Becker Lotufo (SP)
9h30 – 9h55:
Tabagismo e Doença Cardiovascular
Dra. Maria Vera Cruz de Oliveira (SP)
9h55 – 10h10:
DISCUSSÃO / PERGUNTAS
XIV Curso Nacional de
Atualização em Pneumologia
- São Paulo, 11-13/Abril/2013 -
TABAGISMO: Abordagem de Fumantes com
Doenças Crônicas Relacionadas ao Tabaco (DRT)
8h15 – 8h40:
Comissão de Tabagismo da SBPT
Introdução
Tabagismo no Brasil. Desafios
Caso Clínico
Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva (RS)
Apresentação do Palestrante
Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva
- Pneumologista do Pavilhão Pereira Filho (Serviço de Pneumologia e Cirurgia
Torácica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - SCMPA)
- Doutor em Medicina: Pneumologia (UFRGS)
- Organizador de Livros de Pneumologia:
“Compêndio, 1981, 1991”, “Condutas, 2001”, “Princípios e Prática, 2012”,
“Tabagismo – Doença que tem Tratamento, 2012”
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
- Conselheiro do CREMERS (Conselho Regional de Medicina RS) (2008-2013)
- Membro da Academia Sul-Riograndense de Medicina (2008-)
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Colaborador em Programas e Comissões de Controle do Tabagismo:
Coordenador da
da Comissão
Comissão de
de Tabagismo
Tabagismo da
da SBPT
SBPT (2013-2014)
(2013-2014)
-- Coordenador
- Coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da SCMPA (2007-)
- Conselho Consultivo da ACTBr (Aliança de Controle do Tabagismo) (2011-)
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- Médico Tisiologista da Secretaria da Saúde do Estado RS (1972-1995)
- Professor de Pneumologia: UFRGS (1974-2011); UFCSPA (1979-2010); UPF (1973-2011)
- Presidente da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) (2000-2002)
- Presidente da SPTRS (Soc. Pneumologia e Tisiologia do RS) (1980-81; 1981-83; 1997-99)
- Diretor Científico da AMRIGS (Associação Médica do RS) (2002-2005, 2005-2008)
- Fundador do Projeto Fumo Zero da AMRIGS (2003) e da UniAMRIGS (2006)
DECLARAÇÃO
(seguindo norma da ANVISA)
“Não tenho relação de dependência ou
interesse, financeiro ou outro, com a
Indústria Farmacêutica, e nem com
Empresas de Equipamentos da Área
Médica, e também nenhuma relação com a
Indústria do Tabaco, que possa gerar
conflitos
de
interesse,
isto
é,
posicionamentos e manifestações de
consequências danosas à ética e à saúde.”
Luiz Carlos Corrêa6 da Silva
SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA
COMISSÃO DE TABAGISMO
Coordenador: Luiz Carlos Corrêa da Silva (RS)
Comissão Científica:
-Alberto Araújo (RJ)
-Antonio Dórea (BA)
-João Paulo Becker Lotufo (SP)
-Keyla Medeiros Maia (MT)
-Luis Suarez Halty (RS)
-Maria Vera Cruz de Oliveira (SP)
Participantes: 200 associados
COMISSÃO DE TABAGISMO
NOSSA MISSÃO:
Desenvolver ações para reduzir a Epidemia do Tabagismo
no
Brasil,
principalmente
através
de
recursos
abrangentes:
-comunicação (informações científicas, educativas)
-atuação em rede com outras organizações
-atuação no nível político e, especialmente
-capacitação do Pneumologista (e, dentro do possível, de
todos que se interessem) para o tratamento do tabagismo
-e sempre seguir as linhas diretivas da SBPT
Informações sobre a Comissão de Tabagismo: site da SBPT
Abordagem de Fumantes com Doenças
Crônicas Relacionadas ao Tabaco (DRT)
HISTÓRIA NATURAL DO TABAGISMO
Tabagismo passivo
Feto
Criança
Tabagismo ativo
Adolescente
Intervenções básicas:
Prevenção / Proteção / Cessação
Adulto
Idoso
Nossa abordagem
As maiores causas de mortalidade humana
são as Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNT), muito relacionadas com o Tabagismo
DCV – Doença Cardio-Vascular
Câncer – de Pulmão e outros
AVE – “Derrame Cerebral”
DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Se não houver tabagismo estas doenças
diminuem substancialmente, seguramente,
todas reduzem mais de 30%; algumas até 90%.
E vive-se mais 10-15 anos e com melhor QV!
TABAGISMO:
O QUE É E O QUE NÃO É
TABAGISMO É:
-DOENÇA DE DEPENDÊNCIA DA NICOTINA,
MULTIFATORIAL.
-FATOR DE RISCO PARA DOENÇAS GRAVES
-RELACIONADO COM ALTA MORTALIDADEM
TABAGISMO NÃO É:
-ESTILO DE VIDA
-CHARME
-FATOR DE SOCIABILIDADE
-EXPRESSÃO DE “LIVRE ARBÍTRIO”
-VANTAGEM ECONÔMICA PARA A SOCIEDADE
TABAGISMO E SEUS DESAFIOS
Como o Tabagismo é definido como
“doença de dependência da nicotina”...
CID10: F17
A CT-SBPT RECOMENDA...
Que seja compulsória a notificação
do Tabagismo com o CID10 F17 em:
-Atestados de Óbito,
-Guias Hospitalares
(internação e alta),
-e outros Documentos de
Registro Diagnóstico.
A CT-SBPT ESTÁ FAZENDO...
Capacitação e certificação dos
pneumologistas para o tratamento
do Tabagismo como Doença.
Também, está atuando, através da
AMB, para que essa atividade
terapêutica torne-se mais
interessante para os profissionais,
também sob o ponto de vista
econômico.
Dimensão do problema ou... o “maquiavelismo” da IT!
TABAGISMO: DADOS MUNDIAIS
(OMS, 2012)
100 mil jovens
iniciam a fumar
a cada dia
1,2 bilhão
de pessoas
fumam
5 milhões de mortes
/ano, por doenças
tabaco-associadas
100.000 x 365 = 36,5 Milhões
Estamos trabalhando para que isto não aconteça...
Mas, acontecerá se nada for feito ... (OMS, 2013)
10 milhões de mortes
(por doenças tabacoA ÚNICA SOLUÇÃO
associadas)
PARA MUDAR ESSA TRAJETÓRIA,
SERÁ FORMAR UMA GRANDE REDE DE ATUAÇÃO
EM QUE CADA UM FAÇA SUA PARTE!
5 milhões de mortes
(por doenças tabaco-associadas)
2013
2030
O consumo do tabaco está aumentando nas regiões mais
pobres do mundo (particularmente, África, Índia e China) e
entre as pessoas mais pobres de qualquer país16(OMS, 2012) 16
O Tabagismo
ainda está
aumentando
no Mundo!
SITUAÇÃO ATUAL DO BRASIL
- Legislação atualizada, mas ainda falta processo educativo e
maior decisão e envolvimento político.
- Lei 12.543 (14/12/2011) - corrige alguns problemas da
Lei 9294/96: extingue o fumódromo, estabelece regras
para maior controle da propaganda nos pontos de venda. Mas...
- Proibição de aditivos que mascaram o sabor e o aroma
dos produtos derivados do tabaco (ANVISA, 2010). Mas...
- Número de fumantes: 24 milhões (15% dos adultos).
Há três décadas eram 40%. De fato está diminuindo!
- Número de ex-fumantes: 26 milhões. Muitos fumantes parando!
- Pontos negativos para o controle do tabagismo:
-enorme movimento financeiro: indústria, impostos, mídia
-muitos lobistas (“os camaleões da política”), legítimos
representantes da indústria do fumo... e não do povo!
SITUAÇÃO ATUAL DO BRASIL
(as artimanhas da I.T.)
- A indústria do tabaco mantém uma forte atuação junto
ao setor político, através do financiamento de
campanhas, e conta também com o apoio do setor
judiciário (patrocina eventos e festas deste setor).
- Sempre aparece algum político contestando decisões
para controle do tabaco e do tabagismo, utilizando-se
dos mais variados disfarces e estratégias: defesa do
fumicultor, defesa do direito de fumar, defesa dos
impostos, alarmismo com o contrabando, etc.
- PDC 3034/2010 (Projeto de Decreto Legislativo), cujo
objetivo é sustar os efeitos da proibição dos aditivos
em cigarros, norma já estabelecida pela ANVISA, em
2010, após consulta pública.
SITUAÇÃO ATUAL DO BRASIL
- O que se espera que as Sociedades
Médicas e os próprios Médicos façam?
A CT-SBPT RECOMENDA QUE AS SOCIEDADES MÉDICAS
Exerçam forte papel de advocacy junto ao poder decisório
e manifestem-se na mídia com posicionamentos
institucionais, educativos e políticos.
A CT-SBPT RECOMENDA AO MÉDICO
- Capacitar-se para o tratamento do tabagismo
- Desenvolver ações para controle do tabagismo nos seus
locais de trabalho: clínicas, hospitais, etc
- Manter-se informado e participativo em ações junto aos
setores decisórios. Praticar ações de advocacy sempre,
particularmente junto ao setor político.
A CT-SBPT EXIGE E FAZ PRESSÃO
QUE ESTA IMPORTANTE MEDIDA DE
CONTROLE DO TABAGISMO NO BRASIL
SEJA RESOLVIDA JÁ!
LEI FEDERAL 12.543/2011 (14/12/2011)
-AUMENTA PREÇOS DE CIGARROS
-REFORÇA “AMBIENTES 100% LIVRES DE TABACO”
-PROÍBE FUMÓDROMO
-AMPLIA CONTROLE DA PROPAGANDA (Pontos de Venda)
-PROIBE ADITIVOS (Sabor, Odor – atraentes para jovens)
IMEDIATA REGULAMENTAÇÃO!
Apesar das enormes
pressões contrárias,
o Tabagismo
está diminuindo no Brasil!
Mas...
precisamos avançar!
É PRECISO FORTIFICAR AS DIVERSAS MEDIDAS PARA
CONTROLE DO TABAGISMO – “CERCO DE PROTEÇÃO”
REFORÇO
O INDIVÍDUO
FUMANTE
MICRO
AMBIENTE
MACRO
AMBIENTE
MOTIVAÇÃO
TRATAMENTO
P/ CESSAÇÃO
AMBIENTES SEM
FUMAÇA DE TABACO
POLÍTICAS
PARA CONTROLE
“O futuro da saúde (e da vida) depende muito da política e da justiça”
“Sempre que alguém acende um cigarro, não está
decidindo sobre este ato e muito menos exercendo
um direito de livre arbítrio, mas, acima de tudo,
está obedecendo ao comando de uma dependência
da qual é portador.
Daí, lhe resta manter diuturnamente o cigarro na
boca e a nicotina no cérebro para enfrentamento
das suas lides cotidianas!”
O dia em que as pessoas, particularmente os líderes da
política e da justiça, entenderem o significado desta
verdade, não apenas científica, mas acima de tudo
humanística, se terá um caminho mais concreto para o
controle do tabagismo, e para melhorar a Saúde e a Vida.
Luiz Carlos Corrêa da Silva
Curso Nacional de
Atualização em Pneumologia
- São Paulo, 11-13/Abril/2013 -
CASO CLÍNICO
• EVOLUÇÃO DE PACIENTE FUMANTE COM DPOC
Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva
CASO CLÍNICO
• ERPN, 50a, branca, casada, Parobé (RS), costureira.
• Fumante: 1 carteira/dia/14-50 anos (36 anos-maço)
• Primeira avaliação pneumológica: Junho/2008
• Sintomas: tosse, expectoração e dispnéia há alguns
anos, com piora nos últimos 3 meses (MRC-3). Várias
exacerbações nos últimos anos (>2/ano).
• 2004: tuberculose pulmonar (BAAR +), curada.
• Ex. Físico - IMC:21, SpO2:98% (repouso, ar amb.).
FV:90bpm. FR:24mpm. Temp. axilar:36,5oC. Ausc.
pulmonar: MV diminuído, difusamente. Ausc. cardíaca:
sem particularidades. Sem hipocratismo digital.
CASO CLÍNICO
Espirometria (Junho/2008)
– VEF1pré-BD = 0,99 L (39%) -> VEF1pós-BD: 1,12 L (45%)
CVFpré-BD = 2,69 L (88%) -> CVFpós-BD: 2,60 L (85%)
VEF1/CVF = 37%
– Distúrbio ventilatório obstrutivo grave, s/ resp. BD
R-X de Tórax:
CASO CLÍNICO
• Diagnósticos:
-DPOC estágio “D” (GOLD 2011)
-Tabagismo (transtorno de dependência da nicotina)
• Conduta:
- Formoterol + Budesonida (12/400 mcg), 2x ao dia;
Combivent spray 2 a 4 jatos, através de espaçador,
quando necessário. Não conseguiu tiotrópio.
- Tratamento do tabagismo:
-TCC (principalmente informações e recomendações)
-Bupropiona, comp. 150 mg (1x/dia, 3 dias; a seguir, 2x ao dia).
CASO CLÍNICO
TC de tórax 13/06/2008
TC de tórax 23/04/2009
TC de tórax 25/01/2010
CASO CLÍNICO
•
BIÓPSIA LANCETANTE: AP - Carcinoma NPC (provável ca epidermóide).
•
Estadiamento inicial: T1N0M0.
•
Cintilografia pulmonar perfusional: 45% de atividade à E e 55% à D.
•
Segmentectomia no LSE (23/02/2010), sem intercorrências; retirada do dreno
de tórax no 3o. dia pós-operatório. Liberada do hospital em 28/02/2010.
•
AP da peça cirúrgica: carcinoma epidermóide pouco diferenciado, infiltrando a
pleura visceral, 2,7 x 2,5 x 1,7 cm. Margens cirúrgicas e linfonodos
mediastinais (5 e 7) livres.
•
Estadiamento patológico: T2N0. Estadiamento final: T2N0M0.
CASO CLÍNICO
EVOLUÇÃO FUNCIONAL PULMONAR DE PACIENTE FUMANTE COM DPOC E CÂNCER
DE PULMÃO APÓS CESSAÇÃO DO TABAGISMO E RESSECÇÃO CIRÚRGICA
8.00
7.00
CPT
6.00
DLCO
5.00
CPT
VR
4.00
3.00
CVF
2.00
VEF1
1.00
27/07/09 11/08/09
25/11/09 30/11/09
18/02/10
Cessação +
Medicações
0.00
Data
27-jul
11-ago
25-nov
30-nov
18-fev
7-mai
VEF1 (L)
0,99
0,94
0,78
0,92
1,20
1,36
CVF (L)
2,69
2,27
1,88
2,68
3,22
3,09
07/05/10
cirurgia
CPT (L)
VR (L)
DLco
6,83
6,01
4,29
3,22
4,90
5,60
CASO CLÍNICO
• EVOLUÇÃO DE PACIENTE FUMANTE COM
COMORBIDADE (DPOC)
• MELHORA FUNCIONAL PULMONAR APÓS CESSAÇÃO
DO TABAGISMO E TRATAMENTO DA DPOC
• SURGIMENTO DE MAIS UMA COMORBIDADE (CA
PULMÃO), DETECTADA NA EVOLUÇÃO DO CASO
• MENSAGEM: FUMANTES, COM OU SEM
COMORBIDADES, DEVEM TRATAR O TABAGISMO E,
APÓS A CESSAÇÃO, DEVEM SER ACOMPANHADOS
A CT-SBPT RECOMENDA
INCENTIVAR A MUDANÇA DE ATITUDE DOS
PROFISSIONAIS DA SAÚDE
(os médicos precisam abordar mais os fumantes!)
(1) Você fuma?
Resp. negativa: (1a) é fumante passivo?
Resp. positiva:
(2) Quer parar?
(3) Como pretende parar?
(4) Quer auxílio para parar de fumar?
33
TODOS SABEM QUE CIGARROS FAZEM MAL!
Então, o que falta?
Mudanças de paradigma...
-Ocorrem como resultado de novas visões, novos
conceitos, percepções, e necessidades coletivas... e
devem implicar em obtenção de resultados...
Mudanças de comportamento....
-Ocorrem como resultado de um processo educativo, em
que o indivíduo participa ativamente do seu
desenvolvimento pela sua atuação, e da necessidade de
buscar os novos paradigmas.
Regras de convivência são fundamentais!
34
Curso Nacional de
Atualização em Pneumologia
- São Paulo, 11-13/Abril/2013 -
Obrigado!
Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva
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Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva
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Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva
NOSSOS DESAFIOS
Nicotina
Dopamina
Nucleus
accumbens
(nAcc)
Área
tegmentar
ventral
(VTA)
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