Recessão já atingiu o ponto mais baixo, garante OCDE Por Paulo Miguel Madeira Os indicadores avançados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) relativos a Junho, hoje divulgados, apontam para sinais de melhoria mais fortes nas perspectivas de evolução de todas as principais economias dos 29 países que compõem esta organização, tendo aparentemente a grande maioria das grandes economias invertido a tendência de queda. A situação será já de recuperação em França e em Itália, havendo “claros sinais” de viragem nos EUA, Alemanha, Reino Unido e Canadá. Quanto ao Japão, também “emergiram sinais hesitantes de melhoria”. Para o conjunto da zona euro, a situação é também de viragem, apresentando em Junho a maior subida do valor do indicador entre as grandes áreas consideradas – 1,5 pontos, para 98,7, mas ainda assim 1,6 pontos abaixo do seu valor um ano antes. Não foram disponibilizados ainda valores relativos a Portugal. Para o conjunto da OCDE, o valor do indicador avançado subiu 1,2 pontos, para 95,7, mas estava cinco pontos abaixo do seu nível em Junho de 2008. Nos EUA, a subida do indicador foi de 1,2 pontos em Junho, para 93,9 pontos, estando 7,2 pontos abaixo do seu valor em Junho de 2008. O indicador avançado da OCDE (“composite leading indicator”, ou CLI) é concebido para detectar sinais iniciais de pontos de viragem nos ciclos económicos, dando os seus valores informação qualitativa e não quantitativa. Assim, valores crescentes e acima de cem indicam uma expansão da economia; valores decrescentes acima de cem, uma desaceleração; valores decrescentes inferiores a cem, uma contracção; e valores crescentes inferiores a cem uma recuperação, de acordo com a classificação da organização. As perspectivas não são ainda claramente positivas no Japão, Rússia e Brasil, onde a OCDE fala apenas de “possível” viragem, com o indicador em níveis mais de dez por cento inferiores aos de Junho de 2008. A elaboração deste indicador recorre a componentes que respeitam às fases iniciais dos processos produtivos, respondem rapidamente às mudanças na actividade económica e são sensíveis às expectativas quanto à actividade futura.