A Elizabeth Fais-nous semer ton Evangile, Fais de nous des artisans d’unité, Fais de nous des témois de ton pardon, A l’image de ton amour. (Faz-nos semear teu Evangelho Faz de nós artesãos da unidade Faz-nos testemunhas de teu perdão À imagem do teu amor.) — A l’image de ton amour, Jean Paul Lecot/Sebastian Temple Deus de amor fica conosco Agora e para sempre, amém Dá-nos a bênção de sermos Para sempre fiéis a ti. Que em cada instante lembremos Que o nosso amor vem do Senhor. Aleluia, te amor, glória a Deus. Te amor, glória a Deus, te amo. Cristo amou a igreja, A sua vida entregou Para torná-la grandiosa E sem defeito, só para si. Da mesma maneira, querida, Quero me entregar, só a ti amar. — Sublime amor, Jairo Trench Gonçalves ( Jairinho) Assim, por amor a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava. — Gênesis 29.20 Sumário Introdução 1. A glória e o véu Esperança . . . . . . . Encontro . . . . . . . Desesperança e desencontro . 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 21 22 24 2. Glória na unidade e diversidade 29 3. Em busca de um reflexo de glória A procedência do amor . . . . . A manifestação do amor . . . . A consistência do amor. . . . . 39 45 47 48 . . . . . . . . . . . . 4. Como Cristo amou a igreja Olhando a si mesmo como Deus quer, na face da mulher como Deus quer . . . . . . . . Deus olha a mulher e o homem, em Cristo. . . . . . 51 . . 54 55 5. Olhando para ela, em Cristo 63 6. Para louvor da glória de sua graça Olhe para ela — à luz de Gálatas 4 . . . . Olhe para ela — à luz de 1 Coríntios 11.7-12 . Olhe para ela — à luz de Gálatas 5.13 . . . . . . 71 72 76 79 . . 87 90 93 7. A implementação da glória Olhe para ela com a visão da adoção. . Olhe para ela — com a visão da oração . . . . . . . . . . Introdução Hoje, pois, cheguei à fonte e disse comigo: ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, se me levas a bom termo a jornada em que sigo, eis-me agora junto à fonte de água; a moça que sair para tirar água, a quem eu disser: dá-me um pouco de água do teu cântaro, e ela me responder: Bebe, e também tirarei água para os teus camelos, seja essa a mulher que o Senhor designou para o filho de meu senhor. Considerava ainda eu assim, no meu íntimo, quando saiu Rebeca trazendo o seu cântaro ao ombro, desceu à fonte e tirou água. E eu lhe disse: peço-te que me dês de beber. Ela se apressou e, baixando o cântaro do ombro, disse: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos. Bebi, e ela deu de beber aos camelos. - Gênesis 24.42-46 O desejo de tratar o tema surgiu em uma conversa com o pastor amigo, Valdeci Silva Santos, quando assentados à mesa de um restaurante, entre um naco de pão e um gole de água. Enquanto ouvia sobre a necessidade de um particular irmão em busca de ajuda para o casamento, Um Marido olhando a Sua Esposa ocorreu-me a frase: o que o casal precisa é de algo simples como pão e água; precisa do conhecimento comum, pedestre, das maneiras como aplicar e implementar no dia a dia o conhecimento do verdadeiro Pão e Água da vida, o Senhor Jesus. Uma brincadeira entre marido e mulher, lá em casa, ilustra o ponto introdutório deste trabalho. O primeiro livro que Elizabeth escreveu recebeu o título de A esposa. Estávamos casados há dez anos, e ela queria compartilhar suas experiências cristãs com outras mulheres. Desejoso de mostrar minha impressão do seu reforço no meu ministério, planejei uma capa com uma foto em que ela, sozinha no salão de cultos, assistia à minha pregação. Um gaiato veio com a piada: — Obrigado, querida, por ficar até o fim da mensagem. — Até pensei em sair, mas o zelador deixou a chave da igreja comigo. Certamente não era isso que eu queria comunicar com a foto, mas, vá lá! Tem gente que perde um amigo, mas não perde uma piada, e eu entro nessa. Cinco anos mais tarde, na segunda edição, Elizabeth pediu que o título fosse trocado — Esposa — pois que “quinze anos de casado são suficientes para trazer um pouco de humildade”, ela disse: tire o A. Feito. Finalmente, na terceira edição, casados há mais de vinte e cinco, conhecendo mais o marido que tinha, ela pediu que acrescentasse: Esposa — pela graça mediante a fé! Além da graça da mulher, Beth tem coragem. Foi realmente um ato ousado escrever um livro sobre a mulher no casamento. “Falar ou escrever sobre casamento expõe [ 10 ] Introdução demais a pessoa” — ouvi alguém dizer. E expõe mesmo. Além do fato de que toda obra escrita não pode evitar certa “autobiografia”, há o caso da transparência que perpassa o texto. Na última edição, ela acrescentou três capítulos ao final do livro, que mostram coragem para olhar a vida com realismo e esperança: A casa de onde vim ruiu, Andei demolindo com minhas próprias mãos e Que broto, que viço, que frutos? É isso que desejo passar: realismo com esperança! Se estivermos bem com Deus, tendo confessado nossos pecados, certamente perdoados e purificados de injustiças mediante a obra do Senhor Jesus, não haverá mal em uma pudente exposição. Afinal, em termos de casamento, quem jamais conseguiria esconder as próprias vergonhas? Adão e Eva, depois da queda em pecado, em vão tentaram cobrir sua nudez — só remediada pelas vestes de justiça providas por Deus. Para início de conversa, casamento, em um sentido, é coisa privada e tem de ser mantido assim; em outro sentido, é coisa pública tanto pela natureza de sua esfera de domínio — aliança visível, compromisso público legal, votos assumidos com Deus e com a sua igreja, e daí em diante. Espero que um pouco de exposição de minha parte areje o ar da casa de mais alguém. Certamente desejo expor o coração, não o intestino; afinal, modéstia e cafezinho não podem faltar nunca. Quero que este seja um testemunho que o Espírito Santo use para fazer o leitor perder o medo e se abrir diante de quem “todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4.13). Realmente, é um livro pequeno que desejo seja de grande ajuda, tanto para os que vão casar quanto para os [ 11 ] Um Marido olhando a Sua Esposa que querem realizar as expectações que tinham antes do casamento. Lido com algumas das questões bíblicas que considero vitais para o casamento. O que atrai os namorados um ao outro? Que esperanças motivavam um e outro? Como escolher a pessoa certa? Como acertar um casamento que perdeu o elã? (Gostou do termo? Elã é aquele gosto que toma e impulsiona a gente, o tchan popular!). Como realizar os propósitos de Deus para o casamento? Como um homem poderá crescer espiritualmente observando o comportamento de sua esposa, e como uma esposa poderá crescer espiritualmente refletindo um comportamento próprio de uma mulher cristã? Como entender as palavras do Senhor: “Far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”? O texto bíblico que suscitou a ideia foi a consideração de Pedro: “Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor” (1 Pedro 3.1-2). Até então, era lido assim: se alguém não é crente, que seja ganho. Claro que eu aplicava o texto a cada marido incrédulo cuja esposa fosse crente, e orava para que ela aprendesse a calar a boca. Até que um dia, em que eu me encontrava particularmente desobediente a Deus e zangado com a vida — assentado na cadeira do incrédulo — atinei com outro significado. Olhei para minha mulher, assentada no banquinho da penteadeira, com tesoura e pano no colo, e vi a mesma menina do quadro pintado pela tia. Cinco a seis anos, quase de costas, o rosto de perfil, o cabelo quase branco de loiro que era, a posição do braço, o movimento da mão com o pano, a agulha e linha. Adivinhei-lhe o rosto calmo, a boca murmurando uma [ 12 ]