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1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
O
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TO
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Por: Cleonice Barbosa Martorano
DO
CU
M
EN
TO
PR
OT
EG
ID
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMEÇA NA PRÉ-ESCOLA
Orientador
Prof. Celso Sanchez
Rio de Janeiro
2007
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMEÇA NA PRÉ-ESCOLA
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Educação
Ambiental.
Por: Cleonice Barbosa Martorano
3
AGRADECIMENTOS
Ao corpo docente do Projeto A Vez
do Mestre, ao prof. Celso Sanchez,
ao
prof. Paulo Martorano pela
colaboração e a todos que direta
ou indiretamente contribuíram para a
realização desse trabalho acadêmico.
DEDICATÓRIA
4
Ao Senhor Criador por sua constante
presença e benção; aos meus pais
Mário e Maria pela vida e ao meu
grande amor Paulo pela inspiração
e colaboração.
RESUMO
5
Iniciar um trabalho de Educação Ambiental na Pré-Escola é um grande
desafio que se torna cada vez mais urgente a sua concretização. Vivemos
numa sociedade capitalista onde os países de primeiro mundo incentivam o
consumo de produtos descartáveis sem se preocuparem com os recursos
naturais não renováveis, é por isso, que esse trabalho de iniciar uma
conscientização sobre os danos causados ao meio ambiente e de respeitar
esse meio faz-se necessário para as crianças de pré-escola. É preciso que o
educador incentive mudanças de hábitos e construa junto com as crianças
uma postura ética, responsável e solidária. Para tanto, sugerimos atividades
lúdicas, contos, fábulas, histórias, músicas, paródias, poemas e poesias.
Enfim, é urgente a implantação de um trabalho de Educação Ambiental que
contemple as questões da vida cotidiana, pois a criança deve ser considerada
como ator na construção de sua aprendizagem e se sentir responsável pelo
meio em que vive. Os profissionais que trabalham com a educação infantil
precisam ter consciência do seu papel como transformador. A criança desde
pequena necessita vivenciar situações para criar hábitos de responsabilidade
para com o meio em que vive.
METODOLOGIA
6
Para aplicação da metodologia necessária, visando alcançar os
objetivos propostos utilizamos o recurso da pesquisa bibliográfica baseada em
Internet, livros e revistas.
Procuramos desenvolver a pesquisa dando ênfase no desenvolvimento
de competências e habilidades das crianças. Esta monografia tem como
proposta contribuir para o desenvolvimento da Educação Ambiental na préescola.
Utilizamos a observação como processo metodológico e seguimos as
etapas: a)enviamos um comunicado aos pais e responsáveis pelas crianças
para nos auxiliar com pequenas atitudes positivas em relação ao meio em que
vivem; b)espalhamos cartazes sobre a reciclagem e colocamos caixas
coletoras pela escola; c)através de contos, fábulas, histórias, músicas,
paródias, poemas e poesias, e, ilustrações entre os educandos verificarmos
algumas mudanças de hábitos; d)pesquisamos a Internet e as revistas; e)
reforçamos para a comunidade a necessidade de adotar hábitos saudáveis e
uma postura ética e solidária; f)estabelecemos e ampliamos as relações
sociais, aprendendo articular seus interesses e pontos de vista com os demais,
respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;
g)brincamos,
expressamos
emoções,
sentimentos,
pensamentos
e
necessidades; h)apresentamos aos pais alguns desenhos e brinquedos
construídos.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................8
CAPÍTULO I
A CRIANÇA E O MEIO AMBIENTE..........................................10
7
1.1 A criança e o brinquedo..............................................................................13
1.1.1 O brinquedo e sua função........................................................................16
CAPÍTULO II EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA...................................19
2.1 A população e o meio ambiente..................................................................21
2.1.1 Um ambiente saudável............................................................................22
CAPÍTULO III A PRÉ-ESCOLA EM AÇÃO: SUGESTÕES DE ATIVIDADES...24
3.1 Contos.........................................................................................................26
3.1.1 Fábulas....................................................................................................30
3.1.2 Histórias...................................................................................................33
3.1.3 Músicas...................................................................................................39
3.1.4 Paródias..................................................................................................42
3.1.5 Poemas e Poesias...................................................................................44
3.1.6 Revistas e Internet...................................................................................49
CONCLUSÃO...................................................................................................52
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................54
WEBGRAFIA....................................................................................................56
ANEXOS...........................................................................................................57
INTRODUÇÃO
O tema desta monografia é trabalhando a educação ambiental na préescola. Segundo, a UNESCO(1999), as crianças devem ser consideradas não
somente como um receptáculo de educação mas também como atores. Deve
8
ser criada uma dupla ligação entre professores e estudantes, dando às
crianças oportunidades de aprender por meio de projetos concretos.
Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil
(RCNEI pág.63), observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade,
percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente
transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para
sua conservação.
Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil
(RCNEI) é preciso que a criança conviva com atividades significativas, que
pratique na escola ações pertinentes relacionadas com seu cotidiano, seja
através de brincadeiras, jogos ou outras ações desafiadoras.
A questão central deste trabalho é como trabalhar a educação
ambiental na pré-escola?
Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil
(RCNEI pág.65), a problemática social de muitas comunidades brasileiras faz
com que os profissionais e as instituições de educação infantil tenham que
considerar questões bastante complexas que não podem ser ignoradas, pois
afetam diretamente a vida das crianças pequenas.
Notamos que a problemática social é ampla, mas que uma ação
conjunta entre a equipe de profissionais e a comunidade consiga minimizar
essa problemática nas vidas de nossas crianças.
O tema é de fundamental relevância, pois vivemos numa sociedade
em que o homem não se importa com o meio em que vive. Por isso, faz-se
necessário que a questão ambiental seja introduzido desde a pré-escola.
Segundo os PCNs _Meio Ambiente e Saúde vol. 9_(1997), é enfatizada
a urgência da implantação de um trabalho de Educação Ambiental que
9
contemple as questões da vida cotidiana do cidadão e discuta algumas visões
polêmicas sobre essa temática. Sendo assim, partindo da realidade das
crianças e para maior abrangência da Educação Ambiental nós colocamos
como sugestão de atividades: contos, fábulas, histórias, músicas, paródias,
poemas e poesias, e, revistas e Internet.
Esses recursos são úteis para
auxiliar o educador e o educando na compreensão da questão ambiental.
São, portanto, objetivos desta pesquisa identificar as várias maneiras
de se propor um ensino que possa levar ao aluno iniciante uma preocupação e
ao mesmo tempo um respeito ao meio em que vive. Propor alternativas de
formas
significativas
para
a
formação
de
uma
mentalidade
ética.
Examinar/analisar a questão da influência dos meios de comunicação na
formação da criança.
Enfim, a educação ambiental promove o desenvolvimento das crianças
através de mudanças de hábitos e a construção de uma postura ética e
solidária.Não só das crianças, mas de toda a comunidade envolvida.
CAPÍTULO I
A CRIANÇA E O MEIO AMBIENTE
“O homem não é senão o seu
10
projeto, e só existe na medida em
que se realiza.”
Jean-Paul Sartre
Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil(1998), o
mundo em que as crianças vivem se constitui em um conjunto de fenômenos
naturais e sociais indissociáveis diante do qual elas se mostram curiosas e
investigativas. Desde muito pequenas, pela interação com o meio natural e
social no qual vivem, as crianças aprendem sobre o mundo, fazendo perguntas
e procurando respostas às suas indagações e questões.
Observamos que as crianças têm muita curiosidade, por isso procuram
saber, logo investigam e tiram suas conclusões sobre o mundo em que vivem.
E é através da interação que a criança se relaciona com o mundo e assim
constrói sua leitura de mundo.
Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil(1998),
como integrantes de grupos socioculturais singulares, vivenciam experiências e
interagem
num
contexto
de
conceitos,
valores,
idéias,
objetos
e
representações sobre os mais diversos temas a que têm acesso na vida
cotidiana, construindo um conjunto de conhecimentos sobre o mundo que as
cerca.
Notamos a importância de planejarmos atividades desafiadoras, mas de
conhecermos também os processos de desenvolvimento da criança para
sabermos interpretar suas ações e levarmos a compreender melhor o mundo
em que vive.
Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil(1998),
as crianças refletem e gradativamente tomam consciência do mundo de
diferentes
maneiras
em
cada
etapa
do
seu
desenvolvimento.
As
transformações que ocorrem em seu pensamento se dão simultaneamente ao
11
desenvolvimento da linguagem e suas capacidades de expressão. À medida
que crescem, se deparam com fenômenos, fatos e objetos do mundo;
perguntam, reúnem informações, organizam explicações e arriscam respostas;
ocorrem mudanças fundamentais no seu modo de conceber a natureza e a
cultura.
Verificamos que as crianças têm formas diferentes de entender /pensar
o mundo. Logo, se conscientizam de várias formas, dependendo da etapa de
seu desenvolvimento. Portanto, a criança necessita de uma atividade
significativa para compreender o mundo e acima de tudo atuar como um ser
crítico e responsável. É necessário que a criança interaja com o ambiente,
compreenda os resultados de suas ações e sua importante responsabilidade
para com elas.
“Na medida em que se desenvolve e sistematiza o conhecimento
relativo à cultura, a criança constrói e reconstrói noções que favorecem
mudanças no seu modo de compreender o mundo, permitindo que ocorra um
processo de confrontação entre suas hipóteses e explicação com os
conhecimentos culturalmente difundidos nas interações com os outros, com os
objetos e fenômenos e por intermédio da atividade interna individual”.
1
Notamos a importância dos experimentos para que a criança construa o
seu conhecimento, certifique as suas hipóteses, pois somente atuando é que a
aprendizagem acontece.
Considerando a importância de um ensino de
qualidade, faz-se necessário que a instituição de ensino, conduza o aluno ao
desvelamento das relações opressivas causadas pelos homens e que
consciente, atue de maneira responsável com o meio em que vive.
Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil(1998),
quanto menores forem as crianças, mas suas representações e noções sobre
o mundo estão associadas diretamente aos objetos, concretos da realidade
1
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental
Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil, pág 171.
12
conhecida, observada, sentida e vivenciada. O crescente domínio e uso das
linguagens, assim como a capacidade de interação, possibilita, todavia que seu
contato com o mundo se amplie, sendo cada vez mais mediado por
representações e por significados constituídos culturalmente.
Percebemos que a criança necessita de situações concretas para
compararem com sua realidade, pois só assim pode entender a importância do
meio em que vive. A instituição de educação infantil precisa interagir com as
crianças e elas com outras para que haja a socialização.
Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil(1998), o
trabalho com os conhecimentos derivados das Ciências Humanas e Naturais
deve ser voltado para a ampliação das experiências das crianças e para a
construção
de
natural.Nesse
conhecimentos
sentido,
acontecimentos-fisicos,
diversificados
refere-se
biológicos,
à
sobre
pluralidade
o
de
geográficos,históricos
meio
social
fenômenos
e
e
e
culturais,ao
conhecimento da diversidade de formas de explicar e representar o mundo,ao
contato com as explicações cientificas e à possibilidade de conhecer e
construir novas formas de pensar sobre os eventos que as cercam.
Percebemos que já na Educação Infantil a criança deve ser instigada à
desenvolver atividades que levem à refletir sobre as suas ações e dos demais
ser humanos.O professor deve incentivar as observações nos problemas que
aquela comunidade esta enfrentando e suas conseqüência para o planeta.
1.1 A criança e o brinquedo
Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil(1998),
os momentos de jogos e de brincadeiras devem se constituir em atividades
13
permanentes nas quais as crianças poderão estar em contato também com
temas relacionados ao mundo social e natural.
Percebemos a importância dos momentos recreativos para as
crianças,pois é através das brincadeiras que aprendem compreender o mundo
social e natural em que vivem.
Segundo Luise Weis(1993), o brinquedo/sucata é assim denominado
por tratar-se de um objeto construído artesanalmente, com diversos materiais,
como madeira, lata, borracha, papelão, arame e outros recursos extraídos do
cotidiano.
É
o
resultado
de
um
trabalho
de
transformação,
de
reaproveitamento.
Como podemos notar, a sucata vira brinquedo e torna-se um objeto
familiar da criança, pois se cria um vínculo entre eles. Por fim, a criança com
auxilio do professor vai tomando consciência do meio em que vive e da
questão da reciclagem, que acontece através do reaproveitamento da sucata.
Segundo Luise Weis(1993), entre os materiais denominados sucata, há
praticamente dois tipos: 1ª) a sucata natural, ou reália, que, como o próprio
nome indica, constitui-se de sementes, pedras, conchas, folhas, penas, galhos,
pedaços de madeira, areia, terra etc; 2ª) a sucata industrializada, que inclui
todos os tipos de embalagens, copos plásticos, chapas metálicas, tecidos,
papéis, papelões, isopor, caixas de ovos, etc.
Observamos que nossas crianças podem explorar tanto a sucata natural
quanto a industrial. Lembramos que é necessário que o professor desenvolva
pouco a pouco a importância da consciência ambiental na criança. Portanto,
com a coleta deste material(sucata), vamos aos poucos reduzindo o
desperdício de materiais na unidade de ensino.
“A sucata oferece inúmeras possibilidades criativas. É absolutamente
fascinante ver uma criança transformar, por exemplo, um simples copinho
plástico numa fantástica nave espacial com tripulantes e tudo. Eu nas minhas
aulas ficava curiosa, tentando adivinhar em que as crianças iriam transformar
14
aquele monte de coisas que recolhemos. Os resultados eram os mais diversos,
inesperados e por isso mesmo fascinantes, expressando uma enorme
liberdade no criar”.
2
Percebemos que as sucatas aguçam a criatividade da criança. Logo, a
criança não tem medo de usar sua criatividade, criam diversos brinquedos e
histórias, que parecem que viveram, usam a imaginação e despertam seus
desejos e vontades. É preciso aproveitar esse momento mágico para
formarmos cidadãos conscientes.
Segundo Luise Weis(1993), não se pode falar ainda em construções
propriamente ditas nessa faixa etária(criança de 3 a 6 anos), mas sim de uma
fase de exploração de materiais. A criança os apalpa, aperta, destrói, cheira,
experimenta. É uma fase essencialmente de descobertas. Ela não tem a
preocupação do adulto de preservar um objeto. Os atos de montar e
desmontar estão intimamente ligados. Às vezes, poucos materiais são
necessários para entreter a criança pequena. E não há a preocupação com o
acabamento e a limpeza no sentido do adulto. Se a criança dessa idade pinta
um copo de plástico com guache e essa camada de tinta logo mais descasca,
isso não é problema para ela. As características dos materiais da própria
sucata estimulam a imaginação das crianças orientado-as no processo criativo;
vários pratos de papelão cheio de argila velha, um chapéu, uma bolsa, uma
peruca, juntos viram um boneco, uma personagem, que logo depois será
desmontada. Nessa faixa etária, criança deveria explorar o maior número
possível de materiais.
Observamos que a criança não está em uma fase de construção de
“verdadeiros brinquedos” de sucata, mas sim numa fase em que explorar é
interagir, é si integrar, é fazer parte, é descobrir, é experimentar. É interessante
notar que as características dos materiais(sucata), estimulam as crianças a
produzir os mais criativos brinquedos que por sua vez são frutos da
2
WEISS, Luise. Brinquedos e Engenhocas, p. 7
15
imaginação. Por isso, nessa faixa etária(3 a 6 anos), é necessário deixar a
criança explorar todos os materiais/sucatas.
Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil(1998),
os brinquedos constituem-se ,entre outros,em objetos privilegiados da
educação das crianças.São objetos que dão suporte ao brincar e podem ser
das mais diversas origens materiais, formas, texturas, tamanho e cor.
Verificamos através do RCNEI a importância dos brinquedos, como a
educação é privilegiada com a utilização desse material para a aprendizagem
de qualquer conteúdo.Percebemos que para a criança o abstrato ainda é difícil
na sua aprendizagem.É necessário que o educador proponha experiências
concretas como fazer o papel reciclado, principalmente porque nesse modulo
de educação o gasto e o desperdício é grande.Faz se necessário que o
material da educação infantil não seja descartável, pois precisamos agir com
consciência ambientalista e estamos sendo observados pela criança, ou seja o
futuro cidadão.
1.1.1 O brinquedo e sua função
“Segundo Rodriguez(1976), a função dos jogos e dos brinquedos não se
limita ao mundo das emoções e da sensibilidade, ela aparece ativa também no
domínio da inteligência e coopera, em linhas decisivas, para a evolução do
pensamento e de todas as funções mentais superiores. Assume também uma
função social, e esse fato faz com que as atividades lúdicas extravasem sua
importância para além do indivíduo”.
3
3
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. p. 4.
16
Notamos que o brinquedo e as brincadeiras desenvolvidas pelas
crianças são de grande importância para a construção do indivíduo. Portanto, é
importante que o professor crie mecanismos para que o aluno possa avançar
em seu conhecimento. Além disso, para que a criança ao construir seu
brinquedo, e assim interagindo também vá se constituindo enquanto ser
pensante.
Segundo Santa Marli Pires dos Santos(1995), brincadeira de faz-deconta-mágica por excelência aparece com maior freqüência entre os dois e
quatro anos e é considerada uma das fases mais marcantes da fantasia
infantil. A criança quando se envolve nesta brincadeira, assume papéis da vida
adulta, e isso proporciona que ela faça a mediação entre o real e o imaginário.
Conforme Rodrigues(1976), esse “fingimento” da realidade, vivenciado no fazde-conta, distingue-se da imitação e constitui-se numa recriação das
percepções da criança.
Percebemos que o faz-de-conta é muito importante para a criança no
processo de construção da identidade. Essa fantasia possibilita a criança um
desenvolvimento, pois ela finge ser adulta. Logo, sabe o que real e o
imaginário.
“As funções importantes que o brinquedo estimula, como pensamento
criativo, o desenvolvimento social e emocional, tudo isso a indústria de
brinquedos absorveu e oferece para as pessoas uma grande miscelânea:
brinquedos educativos, brinquedos eletrônicos, preparando a criança para suas
futuras funções na sociedade: o pequeno bancário, o pequeno médico, a
cozinheira mirim, a fulana dona de casa e mãe... perderam-se os critérios.
Auxiliada pelos diversos meios de divulgação, com propagandas nem sempre
honestos, a criança transforma-se num pequeno consumidor, quase sempre
passivo”.
4
4
IDEM, Brinquedos e Engenhocas, p. 27
17
Notamos que a indústria simula a lógica do mercado capitalista, pois
produz e oferece brinquedos que visam à formação de um ser que aceite
passivamente tudo que lhe será imposto. Vemos que poucos são os
brinquedos que cuja função social desenvolve o pensamento criativo, muitos
brinquedos não o fazem, pois não são criadores, não inventam o mundo,
somente é executado, a criança é um mero executor da função.
“Como configuração coletiva, o brinquedo sai do espaço físico do quarto
da criança e atinge o quintal e a rua: as bolinhas de gude, a amarelinha, os
jogos de bola são atividades lúdicas sociais, por excelência. Entretanto, o
ambiente físico urbano é hostil à criança: não há muitos lugares para ela e
dessa maneira, uma série de jogos coletivos tendem a desaparecer, sendo
substituídos por outros mais passivos e solitários, como assistir a programas,
filmes e desenhos na televisão. Uma outra perda lamentável é que alguns dos
brinquedos tradicionais tinham-se a presença da mãe, do pai ou dos avós, que
participavam dos jogos ou facilitavam sua organização. Hoje essa ausência é
justificada pela famosa falta de tempo, tão comum em nossos dias”.
5
Percebemos que com o avanço tecnológico, as mudanças no mercado
de trabalho, as crianças ficam a mercê das brincadeiras individuais, com isso
não praticam a socialização.
Infantil
trabalhem
É necessário que a instituição de Educação
integrando
as
crianças,
coletivamente,
com
os
agrupamentos, com muita criatividade e o também com faz-de-conta.
Segundo Santa Marli Pires dos Santos(1995), a sucata é um suporte
para a atividade infantil, porém alguns cuidados devem ser tomados no seu
uso. Não é com todo material descartável que a criança pode brincar; além
disso, é necessário que este material esteja limpo, organizado e não ofereça
perigo. Ou seja, é preciso distinguir sucata de lixo. Santos também diz que
para a construção de jogos e brinquedos com material de sucata o essencial
não é o objeto em si, mas sim o que ele pode oferecer.
18
Notamos que a sucata pode virar brinquedo, e é uma alternativa para
que para criança construa através da imaginação o seu brinquedo ou jogo,
logo o seu conhecimento. É lógico que devemos ter noção do que é lixo, ou
seja, o que não serve para nada e o que pode ser aproveitado. Lembrando-se
que o material descartável não deve oferecer risco a criança, deve estar limpo
e organizado.
CAPÍTULO II
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA
“Sou cidadão do mundo”.
Sócrates
“É direito do cidadão ter um ambiente sadio, e um dever de todos
preservá-lo. Em março de 1998 foi promulgada a lei de Crimes Ambientais que
assegura alguns princípios para manter o meio ambiente equilibrado. São
5
IBIDEM, Brinquedos e Engenhocas, p. 28.
19
ações como esta que garantem o direito do cidadão a um ambiente saudável.
O grande desafio da atualidade é promover o desenvolvimento sustentável,
tema central da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, conhecida como Rio 92. Por desenvolvimento sustentável
podemos entender o desenvolvimento capaz de satisfazer as necessidades
presentes, mas sem comprometer as necessidades das gerações futuras”.
6
Percebemos que os cidadãos têm direitos e deveres para com o meio
ambiente e responsabilidade com as gerações futuras. Portanto, devemos
promover o desenvolvimento sustentável para uma melhor qualidade de vida.
Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil(1998),
os componentes da paisagem são tanto decorrentes da ação da natureza
como da ação do homem em sociedade.A percepção dos elementos que
compõem a paisagem do lugar onde vive é uma aprendizagem fundamental
para que a criança possa desenvolver uma compreensão cada vez mais ampla
da realidade social e natural e das formas de nela intervir.
Notamos que a importância da observação feita pela criança, pois é
através dessa observação que ela percebera as mudanças que o homem
causa na natureza, ou seja, no meio em que vive e essas mudanças podem
ser construtivas ou destrutivas para as gerações futuras.
“Estima-se que 40% do que compramos não seja nada mais nada
menos que lixo. Sendo assim, quanto maior é o consumo, maior é o fardo que
o planeta tem que carregar. Na cultura do descartável, utensílios domésticos,
objetos de decoração, móveis, roupas brinquedos e eletrodomésticos não
duram como antes e a substituição frenética daquilo que deveria ser um bem
durável cria um circulo vicioso que agride o planeta. As embalagens, que
surgiram para tornar mais prática à vida das pessoas, são hoje um dos maiores
desafios a serem vencidos pelas atuais e futuras gerações. Muitas
6
Idem, p. 4
20
embalagens, pouco conteúdo e toneladas de papel, plástico, latas vidros,
isopor...”.
7
Notamos que desperdiçamos quase a metade de um produto ou
mercadoria. Por isso, faz-se urgente uma medida de conscientização para
frearmos esse descontrole em que vivemos. O planeta não pode suportar tanto
lixo, logo é preciso tomar uma atitude e assim utilizar produtos de empresas
que são comprometidas com o meio ambiente. Por fim, entendemos que tais
medidas simples possam mudar os hábitos e que o número de embalagens
recicladas duplique em milhões para o bem da humanidade.
Segundo Maria Radespiel(2004), como produzimos cada vez mais lixo,
aumentamos nosso problemas ambientais, compromete os nossos parcos
recursos financeiros e, principalmente, desperdiçamos, irresponsavelmente,
recursos naturais. Temos um modelo de sociedade que prima pelo novo, pelo
supérfluo e pelo descartável.
Percebemos que somos uma sociedade em que se prioriza a “forma” e
não o “conteúdo”, logo entendemos que vivemos num mundo “descartável”. E
isto é, muito perigoso, daí a importância que a educação ambiental faz para as
crianças, pois é necessário que se trabalhe desde cedo a conscientização. A
criança precisa praticar, vivenciar através de várias metodologias: a reciclagem,
reutilização e reuso do lixo. Perceber a importância de sua ação sobre o meio
ambiente em que vive e ter responsabilidade de seus atos.
2.1 A população e o meio ambiente
Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil(1998),
conhecer o mundo implica conhecer as relações entre os seres humanos e a
7
RADESPIEL, Maria. Alfabetização Sem Segredos. Meio Ambiente. p. 141
21
natureza, e as formas de transformações e utilização dos recursos naturais
que as diversas culturas desenvolveram na relação com a natureza e que
resultam, entre outras coisas, nos diversos objetos disponíveis ao grupo social
ao qual as crianças pertencem, sejam eles ferramentas, máquinas,
instrumentos musicais, brinquedos, aparelhos eletrodomésticos, construções,
meios de transporte ou de comunicação.
Percebemos que é importante que a criança conheça as relações dos
seres humanos com a natureza, conheça o mundo que a rodeia, perceba as
transformações que os seres humanos causaram no mundo e que
principalmente perceba-se como individuo atuante e responsável pelos seus
atos perante nosso planeta.
“Em
trabalhos
relativamente
mais
recentes,
esse
crescimento
populacional dos países subdesenvolvidos, que responde maciçamente pelo
aumento da população mundial, inquieta e levanta a hipótese de estarmos
diante do apocalipse. Questiona-se a revolução técnica e econômica
incorporaria esses aumentos, ou se a pressão demográfica, renovada, diante
de ritmos lentos de crescimento econômico nos países subdesenvolvidos, não
induziria a catástrofe. Segundo Pierre George, em Sociologia y Geografia, algo
grave pode ocorrer caso não se reconsidere os sistemas de troca e de
transporte de meios de existência”.
8
Notamos que o crescimento populacional traz sérias conseqüências
para o planeta e conseqüentemente para o meio ambiente. Logo, é necessário
trabalhar a consciência ambiental e a responsabilidade social das empresas,
para não cairmos no abismo. Entendemos que a população segue um ritmo
enquanto que o crescimento econômico segue outro ritmo, sendo assim, é fato
que subdesenvolvimento colabora para a degradação ambiental e também das
pessoas.
2.1.1 Um ambiente saudável
8
DAMIANI, Amélia Luisa. População e Geografia, p.72
22
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade, o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações”.
9
Um ambiente ecologicamente equilibrado é aquele que permite uma
vida sadia aos seres que nele vivem, um ambiente que não tenha lixões a céu
aberto, que não tenha risco de contaminação do solo e das águas
subterrâneas, é por isso que devemos utilizar os recursos naturais com
responsabilidade e lutar para que as políticas públicas cumpram com o seu
dever.
Segundo o projeto saúde na escola(2002), uma parcela importante da
solução do problema está no desenvolvimento de programas de recuperação
econômica de materiais recicláveis e orgânicos, através de projetos que podem
gerar renda, além de reduzir significativamente o volume do lixo descartado.
Reciclar é indispensável, entretanto melhor ainda é diminuir. A redução no
consumo de materiais não biodegradáveis é uma possibilidade real: Quantos
produtos tóxicos(como: pilhas e baterias), são lançados no lixo porque as
indústrias não são responsabilizadas pelo impacto social e suas atividades
lucrativas? Quantas embalagens, saquinhos, latas, objetos e utensílios
compramos regularmente apenas para transformar imediatamente em lixo?
Acreditamos que somente com a conscientização de todos é que
teremos um ambiente ecologicamente equilibrado e para que isso ocorra é
necessário incentivar à reutilização de alguns objetos que vão para o lixo.
Segundo o Ministério da Saúde _ projeto-saúde na escola-texto de
apoio_(2002), a participação e a colaboração da comunidade tanto no controle
direto sobre a produção domiciliar do lixo como no controle social sobre os
objetos de saneamento ambiental, são essenciais para a prevenção dos
9
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, Artigo 205.
23
problemas que a sociedade está gerando para si e para as futuras gerações,
através da produção diária de resíduos sólidos.
Percebemos que é necessário que a comunidade esteja ciente e
envolvida nos problemas locais. Participar é saber o que está acontecendo ao
seu redor, por isso é importante a coexistência entre o homem e o meio. Além
disso, evitaremos problemas de saúde, se por trabalharmos coletivamente e
adotando posturas positivas, ou seja, precisamos mudar nossos hábitos.
Segundo o Ministério da Saúde _ projeto-saúde na escola-texto de
apoio_(2002), valorizando a idéia de que é possível construir um mundo no
qual o ser humano aprenda a conviver com seu habitat numa relação
harmônica e equilibrada, a atenção à questão ambiental precisa estar presente
em todas as atividades realidades realizadas. É necessário, portanto, promover
propostas educativas que venham propiciar a reflexão, o debate e a
transformação. É possível construir um ambiente ecologicamente equilibrado,
quando o ser humano aprende a conviver numa relação harmônica com o seu
habitat. Sabemos que todos ganharam com essa relação tanto a comunidade,
o meio ambiente e as futuras gerações.
CAPÍTULO III
A PRÉ-ESCOLA EM AÇÃO: SUGESTÕES DE
ATIVIDADES
“Existem várias maneiras para se
resolverem os problemas ambientais:
uma delas é, simplesmente, evitar
piorar as coisas, e isso já é muito
importante.”
Allison Grafton & Shar Levine
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Segundo Allison Grafton & Shar Levine(1996), a poluição é causada por
muitas pessoas, uma vez _as quais se esquecem de cuidar do meio ambiente.
A solução funciona da mesma maneira: pessoas _uma de cada vez_ podem
interromper a poluição e ajudar o meio ambiente. Aprendendo como funciona o
meio ambiente, podemos ajudar os outros a aprender também, e a agir em
favor dele.
Verificamos que as pessoas são responsáveis pela poluição. Portanto,
faz-se necessário que as pessoas compreendam a importância do meio
ambiente, pois poderão entender o quanto ele é vulnerável. Por isso, nossas
ações precisam ser contextualizadas, o “conhecimento” deve estar articulado
com o exercício da prática.
Segundo Grafton & Levine(1996), reciclar papel é uma boa idéia,
porque, para a reciclagem, gastam-se 25 a 50% a menos de energia que na
fabricação de papel novo. Isso reduz em 95% a poluição do ar produzida para
fabricar papel de jornal.
Observamos que a reciclagem é uma boa, pois trás benefícios ao meio
ambiente, reduzindo assim a poluição. Logo, entendemos que a pré-escola
deve introduzir hábitos que façam com que os alunos ao entrar em contato
com a informação, aprendam e assim, multipliquem os hábitos saudáveis.
Então, é dever do professor oferecer atividades em que os alunos interajam,
que sejam significativas.
Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil(1998), o
processo que permite
a construção de aprendizagens significativas pelas
crianças requer uma intensa atividade interna por parte delas.Nessa
atividade,as crianças podem estabelecer relações entre novos conteúdos e os
conhecimentos prévios(conhecimentos que já possuem),usando para isso os
recursos de que dispõem .Esse processo possibilitara a elas modificarem seus
conhecimentos prévios, matizá-los, ampliá-los ou diferenciá-los em função de
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novas informações, capacitando-as a realizar novas aprendizagens, tornandoas significativa.
Notamos que a verdadeira aprendizagem se dá de maneira em que a
criança encontre um significado social nas atividades por ela desenvolvida,
percebendo com isso a importância de sua participação nas decisões das
atividades propostas.Nas participações das atividades a criança colocará em
jogo seus conhecimentos prévios e aprenderá com novos desafios.
Segundo o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil(1998),
prática educativa deve buscar situações de aprendizagens que reproduzam
contextos cotidianos nos quais, por exemplo, escrever, contar, ler, desenhar,
procurar
uma
informação
etc.
Isto
é,escreve-se
para
guardar
uma
informação,para enviar uma mensagem,contam-se tampinhas para fazer uma
coleção etc.
Percebemos que as crianças necessitam de matérias concretos para
que sua aprendizagem seja significativa.A proposta de trabalhar a Educação
Ambiental na Educação Infantil é de grande importância, pois a criança
aprende desde a infância e com o concreto o reaproveitamento de alguns
objetos como as tampinhas sugeridas pelo Referencial Curricular Nacional de
Educação Infantil (RCNEI).
3.1 – Contos
Segundo o Dicionário Ilustrado de Português(2006), o conto é uma
história curta de fatos reais ou imaginários.
Observamos que por ser uma história curta de fatos reais ou
imaginários, o conto pode ser um bom recurso para trabalhar a questão
ambiental na pré-escola. Exemplos:
“A Galinha Ruiva(Por Lenda do Folclore Inglês)
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Era uma vez uma galinha ruiva, que morava com seus pintinhos numa
fazenda. Um dia ela percebeu que o milho estava maduro, pronto para ser
colhido e virar um bom alimento.
A galinha ruiva teve a idéia de fazer um delicioso bolo de milho. Todos
iam gostar!
Era muito trabalho: ela precisava de bastante milho para o bolo.
Quem podia ajudar a colher a espiga de milho no pé?
Quem podia ajudar a debulhar todo aquele milho?
Quem podia ajudar a moer o milho para fazer a farinha de milho para o
bolo?
Foi pensando nisso que a galinha ruiva encontrou seus amigos:
_Quem pode me ajudar a colher o milho para fazer um delicioso bolo?
_Eu é que não, disse o gato. Estou com muito sono.
_Eu é que não, disse o cachorro. Estou muito ocupado.
_Eu é que não, disse o porco. Acabei de almoçar.
_Eu é que não, disse a vaca. Está na hora de brincar lá fora.
Todo mundo disse não.
Então, a galinha ruiva foi preparar tudo sozinha: colheu as espigas,
debulhou o milho, moeu a farinha, preparou o bolo e colocou no forno.
Quando o bolo ficou pronto...
Aquele cheirinho bom de bolo foi fazendo os amigos se chegarem.
Todos ficaram com água na boca. Então a galinha ruiva disse:
_Quem foi que me ajudou a colher o milho, preparar o milho, para fazer o
bolo?
Todos ficaram bem quietinhos. (Ninguém tinha ajudado).
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_Então quem vai comer o delicioso bolo de milho sou eu e meus
pintinhos, apenas. Vocês podem continuar a descansar olhando. E assim foi: a
galinha e seus pintinhos aproveitaram a festa, e nenhum dos preguiçosos foi
convidado”.
Entendemos que todos nós devemos colaborar para o nosso próprio
bem-estar. Depois de lermos o conto, refletimos e ilustramos _desenhamos.
“A Menina que Desenhava (Márcia Hazin)
Em uma cidadezinha do interior, vivia uma menina chamada Isabela.
Isabela morava com seus pais e seu irmãozinho. Ela adorava desenhar.
Vivia desenhando.
Sua cidade era muito bonita, tinha um parque cheio de árvores,
pássaros e um lago com muitos peixinhos coloridos. Isabela adorava a
natureza que havia em sua volta.
O céu de lá era de um azul tão azul, mas tão azul, que contrastava com
aquelas nuvens tão branquiiiinhas.
E
o
ar?
O
ar
dava
gosto
de
respirar
de
tão
puro.
Mas à medida que Isabela crescia, sua cidade também crescia. Mas
tinha um problema; A cidade dela crescia desordenadamente, e por isso foi
acontecendo uma coisa horrível.
De repente as árvores foram desaparecendo e em seus lugares foram
surgindo prédios, foram surgindo fábricas, lojas e outras coisas mais.
Então, Isabela começou a ficar muito preocupada, pois aquelas cores
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que ela tanto gostava, o verde das árvores, o azul do céu, o vermelho das
flores, aos poucos foram desaparecendo. Foi aí que ela teve uma grande idéia.
Antes que todas aquelas cores deixassem de existir, ela foi desenhando e
pintando, que era pra não esquecer nunca mais de como era toda aquela
natureza que um dia existiu ali.
Ela começou pelo parque. Fez então um desenho lindo, com todas
aquelas árvores bem verdinhas. Foi ótimo, pois, no outro dia, destruíram o
parque para fazer um shopping no lugar.
Então, ela fez um desenho daquele céu azul, com aquelas nuvens
branquinhas. Foi bem na hora, pois no outro dia inauguraram uma fábrica que
soltava uma fumaça terrível e a cidade não viu mais aquele céu azul.
Depois Isabela resolveu desenhar o lago com os peixinhos. E sabe que
no outro dia resolveram despejar o esgoto da cidade justamente neste lago?
Ainda bem que tinha um riozinho que ligava esse lago ao mar e foi por aí que
vários peixinhos fugiram, inclusive "Biu", o peixe-boi que morava lá.
Infelizmente os que não conseguiram fugir acabaram morrendo.
A menina começou a prestar atenção nas pessoas que moravam na
cidade e observou que elas não tinham mais aquela alegria de antes, viviam
preocupadas, sempre com pressa, e até meio cinzentas. Nem tempo para
contar
ou
ouvir
estórias
elas
tinham
mais,
coitadas...
Isabela sabia que as pessoas estavam daquele jeito porque não tinham
mais aquelas cores em suas vidas, foi aí que ela teve outra grande idéia; Para
que as pessoas pudessem lembrar de como era bonita sua cidade, ela ampliou
e espalhou seus desenhos para que todos vissem.
Naquele dia aconteceu uma coisa extraordinária; as pessoas realmente
pararam para ver os desenhos, a fábrica parou, os carros pararam, e todos
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ficaram superemocionados relembrando de como eram felizes vivendo com
toda aquela natureza por perto.
Aconteceu então, que as pessoas perceberam que tinham de fazer
alguma coisa para trazerem as cores de volta.
Decidiram que iriam replantar as árvores, organizar as fábricas para que
elas não poluíssem o meio ambiente, resolver de outra forma o problema do
esgoto para que os peixinhos voltassem. Decidiram então tomar todas as
providências para que a natureza não fosse outra vez tão esquecida.
Tudo isso foi feito e aquela cidade voltou a sorrir.
Sabe o melhor?
Isabela, a menina que desenhava, entrou para a história daquela
cidade, pois fizeram uma estátua para ela no meio da nova praça, cheia de
árvores e pássaros. Sabe o que mais?
Biu, o peixe-boi, voltou para o lago e trouxe toda a sua família”.
Observamos que é preciso lembrar que devemos viver em harmonia
com meio ambiente, e não ao contrário, pois só assim todos nós seremos
realmente felizes. Depois da leitura podemos desenhar em formato de
quadrinhos ou desenho animado(sobrepondo as folhas) _em várias folhas_ ou
somente uma ilustração _em uma folha.
3.1.1 – Fábulas
Segundo o Dicionário Ilustrado de Português(2006), a fábula é uma
história em que as personagens são animais ou objetos que agem como
pessoas, terminando com uma lição moral ou conselhos sobre modos de agir.
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Percebemos que a fábula é um outro recurso que podemos utilizar para
despertar a consciência ambiental. Segue abaixo alguns exemplos de fábulas:
“A Ratoeira(Autor desconhecido)
Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa
abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao
descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda
advertindo a todos:
_ Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!!!
A galinha, disse: _Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um
grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me
incomoda.
O rato foi até o porco e lhe disse: _ Há uma ratoeira na casa, uma
ratoeira!!! _Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu
possa fazer, a não ser rezar.Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas
minhas preces.
O rato dirigiu-se então à vaca. Ela lhe disse: _O que Sr. Rato? Uma
ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! Então o rato voltou para a
casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro. Naquela
noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A
mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu
que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a
mulher...
O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.
Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que
uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o
ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e
vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco. A
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mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral.
O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.
Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um
problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que,
quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco. O problema de
um é problema de todos".
“O Presente de Tupã(Tânia Dias Queiroz)
Vi meu povo massacrado, minhas terras tomadas, minhas florestas
queimadas, meus animais caçados.
Vi a mãe terra tremer com os corpos que tombaram, doentes,
explorados.
Numa noite enluarada sonhei com meus antepassados e no sonho me
disseram:
_Não se desespere, nós, os Ianomâmis, sabemos que Tupã deu nossos
curumins a vida, a alegria, o amor, a beleza, a harmonia. Temos ainda
esperança. Vai e diz ao homem branco que o Deus dele também deu ao seu
povo a vida, a esperança, o amor, a beleza, a harmonia. Temos ainda
esperança. Diz que estão cegos, que seus corações de pedra precisam ser
polidos, e conte a eles um segredo: dentro de seus corações há um diamante.
Ainda que escondido, ainda que bruto, um diamante, e em suas mentes
uma estrela. O diamante precisa ser polido, a estrela precisa ser vista. Não se
entristeça, morremos, mas ela precisa desesperadamente do amor, d respeito
e da ajuda de todos eles. Pede para que ensinem a seus filhos o respeito à
mãe-terra, à mãe-água, à mãe-flor, ao pai-sol e à mãe-lua.
Faça com que se lembrem de que seus filhos, ao nascerem, receberam
um presente de Deus.
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E os nossos curumins, ao nascerem, receberam um presente de Tupã.
Ambos têm o mesmo valor. Cada um recebeu um presente dentro de um
caixa. Peça para abrirem e tirarem de dentro dela a coragem, a firmeza, o
respeito, o amor a si e a tudo o que representa a vida. Conta para eles que os
nossos curumins, desde muito pequenos, abrem sua caixa e tiram de dentro
dela tudo o que precisam para viver e deixar viver, não olham a caixa dos
outros. Cada um vê e abre somente a sua. Filho de homem branco, ao
contrário, deixa a sua fechada e abre a dos outros. Só vê a coragem dos
outros, a beleza dos outros, os bens dos outros, a vida dos outros e se
esquece de sua própria.
Diz que nós, os Ianomâmis, respeitam a vida, a terra, os animais e a nós
mesmos.
Diz ao homem branco que ensine seus filhos a amarem essa terra e a
verem seus presentes, abrirem suas caixas e deixarem as dos outros
fechadas. Diz ao homem branco que a mãe-terra é generosa e que espera de
braços abertos à volta de seus filhos”.
“Os Meninos e as Rãs(Esopo)
Uns meninos capetas estavam brincando na beira de um lago quando
viram algumas rãs nadando no raso. Para se divertir, começaram a jogar
pedras nas rãs e mataram uma porção. Cansada daquela história, uma da rãs
pôs a cabeça para fora da água e disse:
_Chega, chega! Por favor! O que para vocês é distração, para nós é a
morte!
Moral: Nossos prazeres não devem prejudicar os outros”.
3.1.2 – Histórias
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Segundo o Dicionário Ilustrado de Português(2006), a história é a
narração de fatos importantes que aconteceram no passado ou ainda um
conto ou narrativa que se inventa.
Verificamos que as histórias também podem ser utilizadas para
despertar a atenção das crianças e assim contribuir o despertar da consciência
ambiental. Segue abaixo algumas histórias:
“S.O.S. Enchente(Robinson Pereira)
A chuva havia começado a cair no início da semana e até então, na
sexta-feira, continuava o aguaceiro. As ruas de Tranqüilândia já começavam a
ficar alagada, mas ninguém acreditava que poderia acontecer uma enchente.
Isso porque em toda a história da cidade nunca ocorrera uma calamidade
parecida.
Apesar do otimismo os Tranqüilandenses entraram em estado de alerta.
“Um homem prevenido vale por dois”, disse o prefeito para o repórter da rádio.
Os bombeiros, a Defesa Civil e até os Super Amiguinhos estavam de olho em
tudo que estava acontecendo.
Sempre atentos à natureza, Asas, Vidro e Potente ajudavam
fazendeiros a transportar suas manadas de gado para longe do rio, cujas
margens ganhavam volume e força das águas.
_Muito obrigado!
_Gritou o fazendeiro para os três heróis mirins
acabados de impedir que uma pequena ponte fosse levada pelas águas.
_De nada! Respondeu, Asas, depois falando com seus colegas Vidro e
Potente-A correnteza do rio está ficando cada vez mais forte, não?
_Também acho..._Comentou Potente.
_Que tal a gente dar uma olhadinha na cidade?_Perguntou Vidro _Eu
sei que deve estar tudo bem, mas...
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_Concordo.Vamos lá. _Respondeu Asas.
A visão de cima era preocupante.As águas começavam a ocupar boa
parte da cidade. Não demoraria muito para que as casas e as pessoas
ficassem ilhadas por uma enchente.
_Olhem, as águas da chuva estão acumulando na cidade porque o rio
não está escoando direito! _constatou Asas.
_Eu acho que vamos ter que fazer alguma coisa. _Sugeriu Potente.
_Até mesmo porque parece que vem vindo uma enxurrada por ali!
_Alertou Vidro, apontando para um riacho que descia do morro mais alto de
tranqüilândia. As chuvas o haviam transformado numa grande cachoeira!
Os heróis não perderam tempo. Asas desceu Vidro para terra e a
menina fez um campo de força capaz de segurar as águas por algum tempo.
_Potente você tem que arrumar um jeito de fazer com que as águas
escoem melhor pelo rio, assim a cidade não vai ficar alagada. _Disse Asas.
_Pode contar comigo!
Potente correu para perto do rio, respirou fundo e mergulhou. Ele nadou
até o fundo e descobriu que alguma coisa estava impedindo que as águas
escoassem pelo rio com facilidade. Essa “coisa” era lixo.
Toneladas de lixo! O menino mais forte do mundo ficou indignado com o
que viu lá embaixo da água, mas não perdeu tempo com reclamações.
Agarrou uma viga de ferro que achou sob as águas e, com ela, tratou de
“varrer” o fundo do rio, jogando todas as tralhas para as margens.
_Ora, vejam só! _Disse Asas, vendo o lixo. Imediatamente pôs-se a
ajudar Potente, fazendo com que os dejetos flutuassem para uma área mais
segura, de onde não pudesse cair de volta para o rio.
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_Ufa! _exclamou Potente, emergindo na superfície do rio para respirar
_Acho que o rio está ficando mais rápido.
_Você fez um ótimo trabalho, Potente! _Disse Asas _Vou avisar Vidro
que ela já pode desligar seu campo de força.
Assim que a menina desativou seus superpoderes, a enxurrada desceu
para a cidade, mas o alagamento já havia passado. As águas todas desceram
direto para o rio, que, sem aquela lixarada em seu leito, permitiu o escoamento
direto para o mar.
_Acho que nós conseguimos... _Comentou Vidro.
_Mas
apenas
por
enquanto
_retrucou
Asas
_Se
as
pessoas
continuarem jogando lixo no rio, risco de enchentes cada vez piores, vai
continuar.
_Tenho uma idéia! Vamos convocar a população para ver o que
retiramos do rio e fazer um grande mutirão!
A idéia realmente deu certa. Na hora em que os tranqüilandenses viram
a montoeira de lixo, ficaram ate com vergonha. Isto serviu para que ficassem
estimulados a participar do mutirão. E todo mundo trabalhou duro. Foram
retirados pneus, madeiras, troncos, ferros e ate mesmo sofás velhos! Tinha lixo
de tudo que é tipo sob as águas dos rios e ribeirões que banhavam a cidade
de tranqüilândia.
_Agora, pessoal, as enchentes não devem mais preocupar a cidade.Explicou Vidro, para a multidão que havia trabalhado duro no mutirão de
limpeza.
_É mesmo.Quando a gente trata bem a natureza, ela trata a gente bem
de volta. _Comentou Asas”.
“A Salvação da Floresta(Robinson Pereira)
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Era mais um dia tranqüilo em tranqülandia, quando Júlia estava
arrumando seus brinquedos no quarto. De repente, ela vê m menino flutuando
do lado de fora da casa, diante de sua janela. Ela leva um susto, até perceber
que é Asas que está ali.
_Calma Júlia!Sou eu!
_Que susto, Paulo! Isso não se faz!
_Desculpa! É que acho que temos uma emergência. Olhe ali!
Era uma enorme coluna de fumaça que subia do meio da floresta e
crescia em direção ao horizonte. Para os Super Amiguinhos, aquilo lembrava
um perigo já enfrentado algumas vezes: queimada. Paulo, Júlia e Ricardo
pegaram seus medalhões e com seus superpoderes ativos, voaram para o
local.
Chegando lá, não encontraram uma queimada, mas sim uma grande
fogueira com índios ao redor. Eram nativos da tribo Uirapuçu.
_O que está acontecendo aqui? _Perguntou Potente, curioso com
aquela cena.
_Nós chamar vocês, super-heróis que defendem natureza.
_O que vocês querem conosco? _Questionou Vidro.
_Fazer denuncia!
_Qual denuncia? _Foi à vez de Asas perguntar, curioso com o método
que os índios usaram para chamar suas atenções.
_Homem branco está fazendo índio derrubar arvores da floresta.Muitas
árvores, muito antigas e grandes foram derrubadas.
_Como assim? Eles estão obrigando vocês?... _Disse Vidro.
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_Eles dizem que vão pagar bom dinheiro. Índios preguiçosos, que não
querem trabalhar na lavoura acabam aceitando. Mas nós, não. _Explicou o
chefe.
_Mas quando e onde isso está acontecendo? _Perguntou Asas.
_Nós mostrar para vocês...
E então os três heróis mirins combinaram com os índios que ficariam de
tocaia às margens do rio. Era para ali que os derrubadores de árvores estavam
levando os troncos. Esperaram algumas horas até que surgissem as primeiras
remessas.
_Olhe só o que estão fazendo! _Disse Potente, escondido junto com
seus amigos, podia ver dezenas de troncos serem jogados na água.
_A corrente vai levar a madeira para o mar! _Disse Vidro _Vamos pegar
os “lenhadores”...
_Tenho uma idéia melhor. Vamos pegá-los, mas não prendê-los...
E foi assim que fizeram. Entraram rapidamente em cena.Vidro fez um
campo de força ao redor dos índios e todos foram erguidos pelo raio
antigravitacional de Asas.
_Vamos dar uma voltinha... _Disse Potente.
Assim, os índios lenhadores foram transportados por Asas seguindo o
curso do rio, acompanhando o percurso das toras de madeira. Eles puderam
ver a madeira ser embarcada em grandes navios e seguir rumo a outros
paises.
Nestes lugares, os três heróis e os índios acompanharam a venda da
madeira.
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_Vejam só por quanto estão vendendo a madeira que vocês retiraram
da floresta. _Disse Vidro _Estão cobrando 100 vezes mais do que pagaram
para vocês!
_Eles não podem fazer isso! _Reclamou dos índios, indignado,
percebendo como foram explorados.
_E vocês não viram nada! _Exclamou Potente _Asas, que tal a gente
procurar o que eles fazem com estas madeiras?
_Vamos lá! _E todos foram voando para uma serralheria, onde eram
preparadas lâminas de madeira para produção de móveis.
_As árvores centenárias que vocês retiraram da floresta vão virar tábuas
e depois móveis caríssimos para embelezar casas e empresas de pessoas
muito ricas. Elas chegam a pagar, por uma simples cadeira, dinheiro que
poderia alimentar sua aldeia por um mês inteiro! _Explicou Vidro, já diante de
uma vitrine onde eram expostos móveis de grife.
_É. Nós aprendemos a lição..._disseram os índios_ Podemos voltar para
casa.
Ao retornar à floresta, todos os índios da tribo reuniram-se. Ninguém
estava preocupado em punir os lenhadores.
_Nós aprendemos que não podemos abusar da mãe natureza, cacique.
_Muito bem. Agora, todos juntos, vamos cultivar o que precisamos. _E o
chefe indígena voltou-se para os Superamiguinhos:
_Nós agradecemos vocês.
_Não tem de quê..._Disse Asas.
_Agora, se precisarem de novo da gente, não precisam arriscar uma
fogueira na floresta. Podem anotar nosso e-mail... _Disse Potente.
_E-mail, Potente!?”.
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3.1.3 – Músicas
Segundo o Dicionário Ilustrado de Português(2006), a música é a arte
de fazer combinações de sons produzidos por instrumentos(ou pela voz
humana) em dado ritmo.
Observamos que a música é outro recurso que faz prender a atenção
das crianças, pois os ritmos, a combinação de sons e vozes, estão em
sintonia. Segue abaixo alguns exemplos de música:
“SOS Enchente(Letra e música: Geziel Freitas dos Santos)
No rio o papel no rio um pneu
No rio um cochão um tapete e um cobertor
No céu nuvens negras
E a chuva que cai sem parar
No céu raios e trovões
De olhar até medo dá
No rio um anel no rio um sofá
No rio um latão e uma grande caixa de papelão
Lá na rua uma lata
Jogada no meio da praça
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Um bueiro entupido
Por um vaso e um par de sapatos
É preciso consciência
Uma cidade precisa de limpeza
Não sujar nossos rios
É um dever de todo bom cidadão”.
Verificamos que a música trata da questão da poluição dos rios que por
sua vez vai provocar a enchente e assim pode trazer doenças. Por isso,
precisamos ter consciência de que não devemos jogar objetos nos córregos,
bueiros ou nos rios, pois só assim evitaremos enchentes.
“A Salvação da Floresta(Letra e música: Geziel Freitas dos Santos)
Como é triste saber
Quanto sofre a natureza
Com gente que não se importa
Em destruir o que é bom
Derrubam grandes florestas
Só pra ganhar mais dinheiro
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E assim o mundo inteiro
Sofre com a destruição
Pra que destruir? Pra que desmatar?
O que fazer para isso acabar
E a vida será mais feliz
E a vida será mais feliz”.
Observamos que o desmatamento é uma questão de ganância do ser
humano, ele pensa no dinheiro e não nas futuras gerações.
3.1.4 – Paródias
Segundo a Enciclopédia Eletrônica Wikipédia, a paródia é uma imitação,
na maioria das vezes cômica, de uma composição literária, em outras palavras
é uma imitação burlesca. A paródia surge a partir de uma nova interpretação,
da recriação de uma obra já existente e, em geral, consagrada. Seu objetivo é
adaptar a obra original a um novo contexto, passando diferentes versões para
um lado mais despojado, e aproveitando o sucesso da obra original para
passar um pouco de alegria.
Entendemos que a paródia é também um ótimo recurso para ser
utilizado na educação ambiental, pois as crianças adoram cantar. Segue
abaixo alguns exemplos:
“A Reciclagem _para cantar no ritmo de “uni duni tê”( Sylvio Luiz Panza).
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Uni, duni, tê
sa, la, me mingúe
Uma lata foi pro lixo
Não aproveitar porquê?
Uni, duni, tê
sa, la, me mingúe
vidro, plástico e papel
Não aproveitar porquê?
Aquele que é sabido,
Isso eu sei, tenho
Certeza, recicla
O que é possível
E assim poupa
A natureza”.
“A natureza _para cantar no ritmo de “quem te ensinou a nadar”(Sylvio Luiz
Panza).
Quem te ensinou preservar?
Quem te ensinou preservar?
Foi, foi marinheiro
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Foi a beleza do mar.
Quem te ensinou preservar?
Quem te ensinou preservar?
Foi, foi, a floresta que
É linda de se admirar.
E nós, que vivemos
Desta terra, deste mar
E nós, que vivemos
Desta terra, deste mar
Natureza, vamos ajudá-la
Nós queremos te preservar
Natureza, vamos ajudá-la
Nós queremos te preservar!”.
3.1.5 - Poemas e Poesias
Segundo o Dicionário Ilustrado de Português(2006), o poema é uma
composição em verso, e a poesia é uma composição artística com palavras,
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em que se procura exprimir ou sugerir algo por meio do ritmo, de versos e de
imagens.
Notamos que um outro meio inteligente de atingir as crianças é através
de rimas e versos e imagens. Logo, os poemas e as poesias são
extremamente úteis. Segue abaixo alguns exemplos:
“A Natureza(Sylvio Luiz Panza)
Há quem fala em
Natureza e imagina
Algo distante linda
Mata, uma floresta.
Um animal, um elefante.
Saiba que a natureza
Não é só o que é gigante
Também são pequenas
Coisas. Preservá-la é Importante.
Há quem fala em natureza
E bem rápido já despista:
“isto não é meu problema,
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é coisa de cientista!”
Saiba que a natureza
fica muito mais bonita
quando dela nos lembramos
ao longo do dia a dia.
Se põe fogo na floresta
O que solta um balão
Também faz o que não
Presta ao jogar lixo no chão.
Cuide bem da natureza
No que está ao seu alcance
Muito faz quem faz um pouco
Pense nisto e passe adiante”.
É interessante notar as coisas bonitas que existem ao nosso redor e às
vezes nós não damos importância. Tudo faz parte de nossas vidas, é preciso
46
sentir a presença da natureza, por isso, devemos cuidar da natureza, pois ela
também cuida da gente.
“A Reciclagem(Sylvio Luiz Panza)
Todo mundo produz lixo
Isto não dá para evitar.
Mas podemos ser espertos
e aprender reciclar.
O que é feito de alumínio e
Latas de refrigerante, pode ser aproveitado,
Volta a ser como era antes.
E usando novamente
O que vem da natureza,
Os recursos são poupados da nossa
Maior riqueza.
Muitas coisas que usamos,
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Que são feitas com o
Vidro podem ser
Aproveitadas estou
Certo, não duvido.
O papel, também os
Plásticos podem ser
Aproveitados para
Muitas outras
Coisas depois de serem usados”.
Notamos que devemos ter consciência do reaproveitamento dos objetos,
pois os mesmos são extraídos da natureza. Portanto, reciclando estamos
ajudando não só a natureza, mas também as futuras gerações.
“Retalhos de papel(Jane Emirene)
No quarto da tia Bia
Tem uma caixa legal
Com retalhos de papel
Que sobraram do natal
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Tem verde, tem amarelo
Tem preto e alaranjado
Tem um pedaço branco
E um pedacinho azulado
Vou pedir a tia Bia
Para a caixa me emprestar
Vou pegar tesoura e cola
E fazer bem colorida
A natureza e a vida
Será que ela vai deixar?”.
Essa poesia mostra claramente a preocupação ambiental, ou seja, a
questão do reaproveitamento do papel, que por sua vez foi guardado pela tia e
que possivelmente será utilizado pelo sobrinho.
3.1.6 – Revistas e Internet
Segundo o Dicionário Ilustrado de Português(2006), a revista é uma
publicação em geral mensal ou semanal, com textos técnicos, científicos ou de
lazer. E a Internet é a rede mundial de comunicação a qual se tem acesso por
meio de computadores.
49
Podemos utilizar a Internet e acessar o site da Revista Criança do
Professor de Educação Infantil(MEC), consultando-a integralmente. Já no site
da revista Nova Escola podemos consultar o link da Educação Infantil e assim
teremos acesso a plano de aulas, brincadeiras, contos e muito mais. Ademais,
no site da revista Ciência Hoje das Crianças encontraremos um link chamado
Ecologia e Meio Ambiente com vários temas. Também vale a pena consultar o
site da revista Recreio, pois há um link chamado atividades onde
encontraremos arte com sucata, brincadeiras etc. Vale a pena pesquisar, pois
a idéia principal de todos os recursos é despertar a consciência dos
educandos, transformando-os.
Notamos que a revista é um recurso que nos dá uma base teórica. Logo,
podemos explorar várias revistas, citaremos apenas duas: Nova escola e Você
sabia? Turma da Mônica. Segue abaixo os exemplos:
Na revista Nova Escola(abril/2006), há uma página chamada oficina de
idéias, onde encontramos sempre uma atividade sobre um tema. No caso:
“reaproveitar só faz bem. Este é o primeiro recado que seus alunos vão
guardar”.Quase tudo pode ser usado como matéria-prima para a produção de
novos objetos. A construção de um porta-recados vai ensinar que o
reaproveitamento é algo simples e ecologicamente correto.
Observamos que a prática simples de construção coletiva de objetos
proporciona aos alunos uma interação e, além disso, uma conscientização de
que reciclar é preciso e divertido.
Segundo a revista Nova Escola(agosto/2006), o tema era: “é hora de
lembrar e reaproveitar.” A construção de um álbum de fotos tem um benefício a
mais: incentiva o reaproveitamento de materiais recicláveis como embalagem
longa-vida de leite e papelão, evitando seu descarte no meio ambiente.
Notamos, que uma simples “caixa de papelão”, pode ser útil na
elaboração de novos objetos. Esta é a função da reciclagem em sala de aula.É
preciso que o educador tenha claro o que é reciclar para não criar mais lixo,
pois sua atitude é de grande importância.A criança é influenciada pelas ações
50
dos adultos e é através da sua formação é que teremos os futuros cidadãos
conscientes que cuidarão do futuro do planeta, sabendo onde pode avançar
sem prejudicar o meio em que vivem, sem prejudicar os futuros herdeiros do
planeta usando os recursos não renováveis com responsabilidade. É preciso
que o educador incentive a criatividade e a reutilização dos materiais
descartáveis.
A revista: você sabia? Turma da Mônica(2004), saiu com o tema Meio
Ambiente onde abordava a questão através de história em quadrinhos
e
passatempos. È interessante notar que a revista tem uma página com
curiosidades denominada: Você sabia? Nessa página encontramos as
seguintes informações: a)que nós produzimos cerca de 1 quilo de lixo por dia;
b)que um chuveiro na posição verão economiza 30% de energia; c)que 1
tonelada de plástico economiza 130kg de petróleo; d)que no Brasil existem
pelo menos 200 mil pessoas que vivem exclusivamente da coleta seletiva de
latas de alumínio vazias para reciclagem! Isso faz do Brasil um campeão na
reciclagem desse tipo de lata; e)que a palavra “ozônio” vem do grego “ozein” e
significa “mau cheiro”; f)que nas principais ruas de São Paulo, os níveis de
ruído atingem de 88 a 104 decibéis, quando o máximo tolerável para nós é de
85 decibéis; g)que a natureza leva 1 ano para decompor um chiclete,
aproximadamente 100 anos para o plástico, 400 anos para o vidro e para
decompor a lata de alumínio de 200 a 500 anos.
Verificamos que a revista Você Sabia Turma da Mônica é muito
interessante há bastante informação sobre o tema meio ambiente. Além disso,
podemos utilizar o site de busca google(http://www.google.com.br/) e assim
obteremos informações referente ao assunto que se pretende pesquisar.
51
CONCLUSÃO
Trabalhar a questão ambiental na escola é um desafio, mas se
iniciarmos o processo de sensibilização/conscientização já na pré-escola
podemos colher frutos no futuro. Por isso, a educação ambiental precisa
começar na pré-escola.
Sabemos que a criança deve vivenciar situações para criar hábitos, ou
seja, ser responsável para com o meio em que vive. Logo, a construção de
uma postura ética, responsável e solidária, faz parte de uma transformação do
ser enquanto criança.
O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil enfatiza que as
crianças devem perceber-se cada vez mais como integrante do meio,
dependente e agente transformador do meio ambiente e assim valorizando as
atitudes que contribuam para sua conservação. Mais uma vez estamos
amparados pelo Referencial que nos dá base para as nossas ações na préescola.
Observamos que é através do avanço tecnológico que a sociedade está
cada vez mais se tornando individualista. Sendo assim, essa sociedade pensa
somente em adquirir bem materiais e não no futuro catastrófico que estamos
caminhando. Por isso, devemos ser responsáveis por nossas atitudes, pensar
primeiro antes de agir, pois somos responsáveis pelo futuro do planeta.
Para maior abrangência da Educação Ambiental nós trabalhamos:
contos, fábulas, histórias, músicas, paródias, poemas e poesias, e, revistas e
Internet _Também fizeram ilustrações. Tudo visando à sensibilização para
inserir o estudante na Educação Ambiental. Lembrando-se que são recursos a
mais para auxiliar o educador e o educando na compreensão da questão
ambiental.
52
É preciso ter claro que a Educação Ambiental é um processo
permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu
meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, e experiência
para resolver problemas ambientais presentes e futuros.
Paulo Freire ressaltava que o educador vai “enchendo” os educandos de
falso saber, de conteúdos impostos _Educação bancária. Por isso, precisamos
resgatar aos estudantes a auto-estima de cada um para que eles busquem o
saber _e assim construam o seu conhecimento_ para compreender o mundo
em que vivem e assim possam contribuir para transformá-lo.
Enfim, para que tenhamos os objetivos alcançados é preciso que todos
estejam envolvidos, ou seja, que os professores, alunos e a comunidade
devem ser mobilizados para que intervenham na construção da realidade.
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ANEXOS
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Cleonice Barbosa Martorano