UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO FINANÇAS Jair Peres da Silva Proposta de Implantação de um Sistema Informatizado de Manutenção para a Empresa SINASC São José 2005 Jair Peres da Silva Proposta de Implantação de um Sistema Informatizado de Manutenção para a Empresa SINASC Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação – apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí. Professor Orientador: Geraldo Majela Ferreira de Macedo São José 2005 Jair Peres da Silva Proposta de Implantação de um Sistema Informatizado de Manutenção para a Empresa SINASC Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação Finanças da Universidade do Vale do Itajaí, em 24 de novembro de 2005. Prof (a) MSc. Luciana Merlin Bervian Univali – CE São José Coordenador (a) do Curso Banca Examinadora: Prof .M.Eng. Geraldo Majela Ferreira de Macedo Univali – CE São José Professor Orientador Prof. MSc. Dimas Pincinato Alves. Univali – CE São José Membro Prof. Dr. Márcio Matias Univali – CE São José Membro iii Dedico este trabalho a Deus em primeiro lugar, por estar presente em todos os momentos de minha vida, a minha esposa pela paciência e incentivo, a meu filho pela compreensão nos momentos em que estive ausente e especialmente aos meus pais pelo esforço que fizeram, pela dedicação, para que eu pudesse chegar até aqui. iv Agradeço ao Chico (Francisco Peres) que me proporcionou a oportunidade de ingressar e concluir este curso, ao meu orientador Geraldo Macedo pela paciência e dedicação com que me ajudou ao longo do desenvolvimento deste trabalho, aos professores membros de banca pelos pareceres ofertados. Agradeço, também, aos amigos que estiveram presentes no desenvolvimento do trabalho sempre ajudando e dando apoio. v Não se gerencia o que não se mede, Não se mede o que não se define, Não se define o que não se entende, Não há sucesso no que não se gerencia. W. Edwards Deming vi RESUMO As constantes disputas que as empresas travam por maior rentabilidade e para serem reconhecidas como lideres de mercado fazem com que sejam necessários constantes investimentos em novas tecnologias e controles mais rígidos e eficientes. Este trabalho foi desenvolvido na empresa SINASC – Sinalização e Conservação de Rodovias Ltda, na área de controle e gestão de manutenção de veículos e equipamentos, buscando apresentar à empresa uma alternativa para aperfeiçoar seus controles e melhorar seu desempenho. Foram identificados e analisados os processos relativos aos sistemas de informação e a área de manutenção, identificando de que forma estavam sendo utilizados pela empresa e, também, para propor melhorias nos procedimentos e na implantação de um sistema informatizado para o controle de manutenção de veículos e equipamentos para a empresa. Foi realizado um estudo da situação atual da empresa para identificar como é realizado o controle de manutenção atualmente e coletar informações para sugerir à empresa a implantação de um sistema informatizado de controle de manutenção de veículos e equipamentos que possa contribuir efetivamente na melhoria de seus controles. As características básicas deste trabalho foram a pesquisa exploratória e a de observação, sempre procurando evidenciar aspectos que pudessem caracterizar o problema em estudo, de forma a alcançar a alcance do objetivo geral que é a de apresentar uma proposta de um sistema informatizado para a empresa efetuar o controle de manutenção preventiva e corretiva de seus equipamentos e veículos. Como resultado deste trabalho fica a sugestão de implantação de um sistema informatizado para o controle das manutenções preventivas e corretivas dos veículos e equipamentos da empresa. Além disso, a implantação de algumas novas rotinas e procedimentos para o setor de manutenção, além e evidente, do treinamento dos funcionários do setor para que possam compreender com clareza as novas atividades e os resultados práticos que elas trarão. Palavras-chave: sistema de informação, gestão e manutenção. vii ABSTRACT The constants disputes that the companies join for larger profitability and for they be recognized as you lead of market, he/she does with that are necessary constant investments in new technologies and more rigid and efficient controls. This work was developed in the company SINASC - Sinalização e Conservação Rodovias Ltda, in the control area and administration of maintenance of vehicles and equipments, looking for to present the company an alternative to improve its controls and to improve its acting. They were identified and analyzed the relative processes to the systems of information and the maintenance area, identifying that forms they were being used by the company. It is also, to propose improvements in the procedures and the implantation of a system computerized for the control of maintenance of vehicles and equipments for the company. A study of the current situation of the company was accomplished to identify as the maintenance control is accomplished now and to collect information to suggest the company the implantation of a computerized system of control of maintenance of vehicles and equipments that it can contribute indeed in the improvement of its controls. The basic characteristics of this work went the exploratory and to observation, always trying to evidence aspects that could characterize the problem in study, in way to reach the resolution of the general objective that is the one of presenting a proposal of a system computerized for the company to make the control of preventive maintenance and corrective of its equipments and vehicles. As a result of this work it is the suggestion of implantation of a system computerized for the control of the preventive maintenances and corrective of the vehicles and equipments of the company, as well as the implantation of some new routines and procedures for the maintenance section, Beyond and evident of the training to the employees section so that they can understand with clarity the new activities and the practical results that they will bring. Word-key: system of information, administration and maintenance viii Lista de ilustrações Figura 1 – As atividades de um sistema de informação.............................................................5 Figura 2 – Requisitos de sistemas de informação......................................................................8 Figura 3 – Tipos de sistemas de informação..............................................................................9 Figura 4 – Planejamento de sistemas de informação.............................................................. 14 Figura 5 – Desenvolvimento de soluções em sistemas de informação....................................15 Figura 6 – Evolução da manutenção........................................................................................22 Figura 7 – Competitividade.....................................................................................................32 Figura 8 – Ficha de controle diário..........................................................................................39 Figura 9 – Tela de acesso ao sistema.......................................................................................41 Figura 10 – Tela principal do sistema......................................................................................42 Figura 11 – Cadastros do sistema.............................................................................................43 Figura 12 – Objetos de manutenção.........................................................................................44 Figura 13 – Gerador de relatórios............................................................................................45 ix SUMÁRIO Lista de Ilustrações..................................................................................................vi 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA ....................................................................... 2 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 2 1.3 2 1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 3 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................... 5 2.1 CONCEITUAÇÃO E ORIGEM DE SISTEMA .................................................................... 5 2.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO ......................................................................................... 6 2.2.1 Tipos de Sistemas de Informação................................................................. 9 2.2.1.1 Sistemas de Apoio às Operações ......................................................... 9 2.2.1.1.1 2.2.1.2 2.3 Sistemas de Processamento de Transações (SPT) ...................... 10 Sistema de Apoio Gerencial .............................................................. 10 2.2.1.2.1 Sistema de Informação Gerencial (SIG)..................................... 11 2.2.1.2.2 Sistema de Apoio a Decisão (SAD)............................................ 12 PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO........................................................................................................... 13 2.4 MANUTENÇÃO ......................................................................................................... 20 2.4.1 Origem da Manutenção .............................................................................. 20 2.4.2 Funções e Objetivos da Manutenção .......................................................... 21 2.4.3 Evolução da Manutenção............................................................................ 21 2.4.3.1 Primeira Geração ............................................................................... 22 2.4.3.2 Segunda Geração ............................................................................... 23 2.4.3.3 Terceira Geração................................................................................ 23 2.4.4 Tipos de Manutenção.................................................................................. 23 2.4.4.1 Manutenção Corretiva não Planejada ................................................ 24 2.4.4.2 Manutenção Corretiva Planejada ....................................................... 24 x 2.5 3 4 5 Manutenção Preventiva ..................................................................... 25 2.4.4.4 Manutenção Preditiva ........................................................................ 25 2.4.4.5 Manutenção Detectiva ....................................................................... 26 2.4.4.6 Engenharia de Manutenção................................................................ 27 SISTEMA DE CONTROLE DE MANUTENÇÃO .............................................................. 28 DESCRIÇÃO DO MÉTODO .......................................................................................... 34 3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................. 34 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ......................................................................................... 35 3.3 COLETA DE DADOS .................................................................................................. 35 3.4 TRATAMENTO DOS DADOS ...................................................................................... 36 RESULTADO DA APLICAÇÃO ................................................................................... 37 4.1 HISTÓRICO DA EMPRESA ......................................................................................... 37 4.2 IDENTIFICAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLE DE MANUTENÇÃO ATUAL ................... 38 4.3 O SISTEMA DE MANUTENÇÃO DE VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS ............................... 40 RESULTADO ................................................................................................................... 47 5.1 6 2.4.4.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 47 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 49 Anexos .......................................................................................................................................n 1 INTRODUÇÃO A globalização do mercado é um fenômeno irreversível. Novas tecnologias e experimentos são colocados em prática todos os dias. Esses novos avanços ficam mais evidentes no desenvolvimento de alguns mercados. Um dos setores da economia que vem tendo um grande crescimento é o da prestação de serviços e, por isso, as empresas deste ramo que pretendem permanecer no mercado têm que estar prontas e aptas às mudanças e avanços tecnológicos que o mercado irá lhes impor. A empresa que pretende destacar-se neste segmento de mercado precisa estar focada, nas novas tecnologias desenvolvidas para o setor e, principalmente, focadas na redução de custos, pois, atualmente, nem sempre é possível repassar ao consumidor as elevações de custos de matérias-primas e custos dos investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias. Portanto, estar sempre preparada para atender as necessidades dos clientes, atualizada com as mais recentes tecnologias disponíveis, requer da empresa grandes investimentos. A empresa SINASC – Sinalização e Conservação de Rodovias Ltda, com sede no município de Palhoça, estado de Santa Catarina, destaca-se neste mercado, justamente, por perseguir incansavelmente o desenvolvimento de novos produtos, novas tecnologias e a redução de todos os seus custos e despesas. No entanto, somente desenvolver novos produtos e novas tecnologias não é suficiente para garantir que uma empresa está no caminho correto. É necessário, também, ter o controle e a possibilidade da rastreabilidade dos dados e das informações obtidas nestes desenvolvimentos. A maneira como são tratados e armazenados os dados são de extrema importância. Estes controles podem determinar a direção que uma empresa seguiu, esta seguindo ou deverá seguir. A empresa SINASC tem entre seus objetivos principais o controle efetivo de seus custos, a vigilância constante dos mesmos e sempre tentar reduzi-los o máximo possível. Este estudo baseia-se no fato da empresa não possuir controle efetivo de sua frota que lhe permita obter informações detalhadas das manutenções corretivas e preventivas efetuadas ou a serem efetuados em seus veículos e equipamentos. Diante disso, procura-se determinar a 2 viabilidade da implantação de um sistema informatizado que contemple o controle de todos os dados relativos aos veículos e equipamentos da empresa. E, também, todas as informações relativas às manutenções corretivas e preventivas efetuadas e a serem efetuadas, e que venha a registrar as informações, sobre datas, históricos, valores, onde foi efetuado, o que efetuou, por que efetuou, ou por que irá efetuar. O presente trabalho não irá contemplar estudos aprofundados sobre manutenção preditiva, manutenção detectiva e engenharia de manutenção, pois estes ramos da manutenção, como veremos na fundamentação teórica, não se aplicam à empresa no presente momento. 1.1 Descrição da situação problema Atualmente a empresa SINASC não possui controle informatizado efetivo dos custos de manutenção e revisões periódicas de sua frota de veículos e equipamentos. A empresa atua no mercado de engenharia de tráfego, sendo esse segmento muito fechado e com grande concentração das principais estradas e rodovias nas mãos dos governos (Municipal, Estadual e Federal) e de grandes grupos econômicos que disputam e determinam as regras do setor. Isso deixa o segmento em que a empresa atua muito competitivo e de grande ingerência administrativa por parte dos governantes. Tudo isso obriga a empresa a estar sempre com seu quadro funcional enxuto e com custos sempre muito baixos, porém, sempre em condições de atender seus clientes quando algum serviço novo e/ou obra nova (emergencial) é solicitado, não devendo ela, sob pena de perder mercado, deixar de atender qualquer solicitação de serviço e/ou obra. Portanto, a empresa tem que estar apta e com seus equipamentos e veículos em ótimas condições de trabalho e manutenção, para não perder clientes e conseguir uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes. 1.2 Objetivos Pode-se definir como objetivos deste estudo: 3 1.2.1 Objetivo Geral Apresentar uma proposta de um sistema informatizado para a empresa Sinasc efetuar o controle de manutenção preventiva e corretiva de seus equipamentos e veículos. 1.2.2 Objetivos Específicos - Estudar o atual sistema de controle da frota; - Realizar uma entrevista com os usuários do atual sistema de informação; - Apresentar uma sugestão de um sistema informatizado para a empresa; 1.3 Justificativa Este trabalho pretende levantar dados completos da frota atual como os custos atuais mensais e avaliar a possibilidade de implantação de um sistema informatizado para armazenamento e gerenciamento dos dados relativos à despesas, abastecimentos, manutenções da frota de veículos e equipamentos, revisões periódicas e seus prazos para que, a partir deste controle efetivo, a empresa consiga mensurar com mais precisão os seus custos e o estado atual de sua frota. A partir da implantação desses controles a empresa poderá conseguir uma significativa redução de custos e maior eficiência, pelo fato de que efetuando manutenção e revisões preventivas, melhorará o aproveitamento da capacidade de utilização e, como conseqüência, atingirá um melhor índice de produtividade. O controle de manutenção de veículos e dos equipamentos de uma empresa pode proporcionar não só redução de custos, como, também, o alongamento da vida útil destes, permitindo a empresa atender seus clientes dentro dos cronogramas estabelecidos. O presente trabalho justifica-se, para a empresa, pelo fato desta não possuir qualquer controle efetivo de sua frota, ou seja, não ter controle algum que lhe permita saber quais os custos mensais ou anuais de sua frota, período em que foi ou deverá ser efetuada manutenção preventiva em seus veículos e equipamentos. A sua implantação poderá trazer-lhe diversos benefícios, como a redução de custos de manutenção, menor tempo de veículos parados, entre outros. E, para a sociedade, por 4 disponibilizar um trabalho acadêmico em que irá pesquisar e aperfeiçoar uma ferramenta para a redução de custos e evolução técnica das empresas frente à concorrência do mundo globalizado. 5 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A fundamentação teórica deste trabalho tem a função de explanar a importância do controle de manutenção nas organizações, através de um sistema informatizado, destacando a função do administrador diante dos instrumentos disponíveis e das dificuldades encontradas na área. 2.1 Conceituação e Origem de Sistema Para dimensionar claramente a palavra “sistema” é necessário destacar alguns conceitos iniciais e a origem desta palavra. Melo (2002, p.21) apresenta, Sistema como sendo um conjunto de elementos, ou de componentes que mantêm relações entre si. Componentes e relações formam as características especificas de um sistema, pois ao conjunto das relações, para um determinado conjunto de componentes, estão associadas às idéias de ação ou dinâmica e de resultado. Entretanto não existem grandes diferenças, de um autor para o outro, difere-se apenas por que alguns autores aplicam um detalhamento maior, como poderemos ver a seguir. De acordo O’Brien (2004, p.17), Sistema é um grupo de componentes inter-relacionadas que trabalham juntos rumo a uma meta comum recebendo insumos e produzindo resultado em um processo organizado de transformação. Um sistema dessa ordem (as vezes chamado de sistema dinâmico) possui três componentes ou funções básicas de interações: - Entrada envolve a captação e reunião de elementos que entram no sistema para serem processados. Por exemplo, matérias-primas, energia, dados e esforço humano devem ser organizados para processamento. - Processamento envolve processos de transformação que convertem insumo (entrada) em produto. Entre os exemplos se encontram um processo industrial, o processo da respiração humana ou cálculos matemáticos. - Saída envolve a transferência de elementos produzidos por um processo de transformação até o seu destino final. Produtos acabados, serviços humanos e informações gerenciais devem ser transmitidos a seus usuários. Figura 1 – As Atividades de um sistema de Informação Fonte: Adaptado de O`Brien (2004) 6 Enquanto que para Rezende (1999, p.27) “Sistema é o conjunto de partes que interagem em ter si, integrando-se para atingir objetivos ou resultados”. Para Nepomuceno (1989, p.57) “Sistema é um conjunto de dispositivos que operam formando uma unidade destinada a cumprir determinada atividade”. O nome “sistema”, tal qual é conhecido atualmente na área administrativa e empresarial e em muitas outras áreas do conhecimento e no mundo acadêmico e da pesquisa, está relacionado ao alemão Ludwig Von Bertalanfy, um cientista que nos primeiros anos da década de 1950. Pesquisando sobre o comportamento dos organismos vivos, constatou-se que a despeito de sua variedade de formas e de características, esses seres biológicos possuíam ponto em comum. Baseado em observações e analises de suas pesquisas, Bertalanfy formulou a Teoria Geral dos Sistemas, identificando os organismos sociais como sistemas visando à consecução de objetivos comuns. A partir dessa abordagem, o sistema pode ser caracterizado como sendo um conjunto de partes relacionadas, apesar de independentes, sendo, cada uma, dependentes entre si (MAÑAS, 1999). Mañas (1999, p.248) destaca que, dessa maneira, o biólogo Bertalanfy constatou que, a despeito desses organismos vivos e sociais possuírem inúmeros e variados elementos, todos eles apresentavam uma interação desses componentes, em face da consecução de um determinado propósito, o que, em ultima instancia, era a finalidade central desses organismos. Ainda, segundo Mañas (1999, p.249), “O sistema é visto com algo constituído em uma serie de componentes interdependentes em constante interação, com o intuito de efetivar a consecução de um ou mais objetivos”. A compreensão do conceito de sistema se faz necessário para poder dar continuidade ao nosso estudo. 2.2 Sistema de Informação Pela amplitude, pela enorme quantidade e variedades de formas que a palavra sistema pode tomar, pretende-se destacar, aqui, os sistemas relacionados ao tratamento de dados, fatos, informações e processos dentro das organizações. Portanto, abordar-se-á conceitos sobre sistemas de informação e alguns de seus desdobramentos. 7 Para Cassarro (1999, p.25), “Sistema é um conjunto de funções logicamente estruturadas, com a finalidade de atender a determinados objetivos”. Percebe-se que, em muitos casos, existem confusões entre o conceito de dados e de informação. Dados são itens básicos de informações ainda não processados, enquanto que informações são os relatórios, ou os resultados do processamento dos dados. Os dados são as entradas do sistema e as informações são as saídas do sistema (CASSARRO, 1999). De acordo com Laudon e Laudon (1999, p.4), Um sistema de informação (SI) pode ser definido com um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informação com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em empresas e outras organizações. Nota-se que as linhas de pensamento de diversos autores levam ou permeiam um mesmo caminho. Com relação ao sistema de informação elas tratam de sistemas estruturados para tratamento de dados. Conforme Mañas (2002 p.55), Sistema de informação é o conjunto interdependente de pessoas, das estruturas da organização, das tecnologias de informação (hardware e software), dos procedimentos e métodos que deveria permitir à empresa dispor, no tempo desejado, das informações que necessita (ou necessitará) para seu funcionamento atual e para sua evolução. A informação e o conhecimento são alguns dos recursos básicos para as estratégias de uma organização de sucesso. A necessidade de atualização e a grande concorrência no mercado atual, em função da competitividade global existente, fazem com que fatores como: rapidez de reação da empresa, capacidade de evolução, capacidade de inovação, tornaram-se fundamentais para a empresa conseguir ser competitiva (MAÑAS, 2002). Para Rezende (1999 p.25), A informação é todo o dado trabalhado, tratado e com um sentido natural e lógico para quem a usa. O dado é entendido com um elemento da informação, um conjunto de letras, números ou dígitos, que tomado isoladamente não transmite nenhum conhecimento, ou seja, não contém um significado claro. Segundo O`Brien (2004 p.20), “sistema de informação depende de recursos humanos, de hardware, software, dados e redes de comunicação, para executar atividades de entrada, processamento, produção, armazenamento e controle que convertem recursos de dados em produtos de informação.” 8 Ainda segundo este autor, recursos humanos são pessoas que desenvolvem e operam sistemas de informação; Hardware inclui os dispositivos físicos e equipamentos utilizados no processamento de informações; Software é o conjunto de instruções de processamento da informação, ou seja, conjunto de instruções operacionais, também conhecidos como programas, que dirigem e controlam os hardwares; Dados são números de transações, valores alfanuméricos, em fim são fatos ou observações que precisam serem tratados; Redes de comunicação são componentes fundamentais de todos os sistemas de informação (OBRIEN, 2004). A palavra “sistema” tem um significado muito amplo, portanto demonstramos alguns requisitos básicos para um sistema de informação. Figura 2 – Requisitos de sistemas de Informação Fonte: O`Brien (2004, p.20) A figura acima apresenta os requisitos de sistemas de informação, que são projetados e desenvolvidos para facilitar a administração das empresas, melhorando os controles e municiando seus gerentes e administradores com informações. 9 2.2.1 Tipos de Sistemas de Informação Mostrar-se-á, aqui, alguns dos tipos de sistemas de informação. Salienta-se que foram abordados os tipos relacionados a presente pesquisa. Sistemas de informação são projetados e desenvolvidos para ajudar as empresas na coleta e tratamento de dados, municiando as organizações com informações dos mais variados tipos, facilitando a sua tomada de decisões. A figura abaixo apresenta alguns dos tipos de sistema de informação. Para Rezende (1999, p.11), “O software, ou sistema de informações, deve estar com o foco no negócio empresarial e com o objetivo de auxiliar os processos de tomada de decisões (estratégicas, táticas ou gerenciais e operacionais)”. Conforme O`Brien (2004, p.3), “A tecnologia de informação está redefinindo os fundamentos dos negócios”. Figura 3 – Tipos de sistemas de Informação Fonte: O`Brien (2004, p.28) Existe uma grande quantidade de sistemas de informação. Cada sistema ou grupo de sistemas tem funções básicas determinadas, porém, eles podem ter integrações com outros sistemas ou conjuntos de sistemas e podem trocar informações entre si. Apresentar-se-á a seguir alguns tipos de sistemas de informação, entretanto foram pesquisados apenas alguns daqueles que têm uma relevância maior em relação a este trabalho. 2.2.1.1 Sistemas de Apoio às Operações Atualmente os sistemas de informação são vitais para o desempenho e o desenvolvimento das organizações. 10 Segundo O`Brien (2004, p.29), “Sistemas de apoio às operações produzem uma diversidade de produtos de informação para uso interno e externo”. Para Manas (2002, p.65), “Sistemas de apoio às operações são tipicamente sistemas processadores de transações, ou seja, são redes de procedimentos rotineiros que servem para o processamento de transações recorrentes”. Como o próprio nome diz, os sistemas de apoio às operações, dentro das organizações, tem seu papel principal no sentido de controle processos industriais, processar transações, atualizar banco de dados e apoiar comunicações (O`BRIEN, 2004). Estes sistemas controlam basicamente os sistemas e processos internos da empresa. Gerenciam os processos internos de forma mais rápida e eficiente apresentando resultados que permitam a empresa ter informações muito mais precisas e confiáveis. 2.2.1.1.1 Sistemas de Processamento de Transações (SPT) Os sistemas especialistas surgiram para facilitar o dia-a-dia das organizações e o controle de todas as operações e transações efetuadas por elas. Para O`Brien (2004, p.29), “Os sistemas de processamentos de transações registram e processam dados resultantes de transações das empresas”. Para Stair (1998, p.182), “O sistema de processamento de transações dá apoio à monitoração e a realização de negociações de uma organização, gera e armazena dados sobre estas negociações”. Este sistema apresenta características próprias de suporte. Seus resultados geram informações que possibilitam a empresa ter maiores controles, mais eficientes, melhorando seu nível de atendimento e satisfação. 2.2.1.2 Sistema de Apoio Gerencial Para desenvolver um sistema de informações gerenciais que seja prático, dinâmico e útil faz-se necessário afastar-se um pouco dos tradicionais relatórios contábeis e imaginar como as informações se relacionam com os elementos básicos do processo gerencial: o planejamento e o controle. 11 Para O`Brien (2004, p.29), “Os sistemas de apoio à decisão fornecem suporte computacional direto aos gerentes durante o processo de decisão”. De acordo com Mañas (1999, p.10), “Os sistemas especialistas surgem como suporte ao processo de tomada de decisões, automatizando-o e permitindo como conseqüência, decisões mais rápidas com melhor qualidade”. O controle dos dados e informações tradicionais de uma empresa, de forma automatizada e eficiente, permite à organização maior rapidez em suas tomadas de decisão. 2.2.1.2.1 Sistema de Informação Gerencial (SIG) O sistema de informação gerencial produz informações que apóiam a organização nos mais variados níveis de gerenciamento, produzindo informações e relatórios detalhados sobre o funcionamento e desempenho de cada área. Para O`Brien (2004, p.250), “Um SIG gera produtos de informações que apóiam muitas das necessidades de tomada de decisão da administração”. Para Rezende (1999, p.16), “São softwares que fornecem informações para a tomada de decisão, no sentido piramidal, onde as informações básicas e detalhadas estão na base e o usuário principal chama-se gestor, que pode utilizar as informações de forma agrupada, considerando inclusive, o meio ambiente externo à empresa”. Já para Mañas (2002, p.65), “São os sistemas que fornecem uma parte das necessidades gerenciais de informação para o processo de tomada de decisão”. Todo sistema de informação é composto de fontes internas e externas a empresa. Ela pode ser classificada em primária ou secundária, de acordo com as necessidades da organização. Os resultados possibilitam a comparação entre procedimentos, padrões e resultados, conduzindo a ações corretivas nos próprios procedimentos e padrões de controle, tomada de decisão (MAÑAS, 2002). Já para O`Brien (2004), o SIG – Sistema de Informações Gerenciais - é utilizado pelos gerentes para obterem informações rotineiras, diárias, quanto a níveis de produção, performance, qualidade, desempenho de vendas, em fim estar informado sobre sua área de trabalho como um todo, isso traduzido em informação que o auxiliem na sua tomada de decisão. Segundo Laudon e Laudon (1999 p.348), 12 Os sistemas de informações gerenciais (SIG) suprem os gerentes com relatórios sobre o desempenho passado e presente da empresa. Eles auxiliam o papel informativo dos gerentes ajudando a monitorar o desempenho atual da empresa e a prever o desempenho futuro, possibilitando assim que os gerentes intervenham quando as coisas não estiverem indo bem. Ainda segundo Laudon e Laudon (1999, p.354), “Os SIGs auxiliam a reduzir custos do crescimento e tornam possível que a empresa opere em grande escala com aumentos mínimos nos custos de coordenação e gerenciamento”. Um sistema de informação do tipo SIG produz subsídios que são de grande valia para os gestores das áreas de gerência. Pois trazem informações detalhadas sobre cada setor da organização que esta sendo controlado ou acompanhado. 2.2.1.2.2 Sistema de Apoio a Decisão (SAD) Sistemas de apoio à tomada de decisão são projetados e desenvolvidos para apresentarem respostas rápidas, estando informações sempre a disposição de seus usuários. Segundo O`brien (2004, p.253), ”São sistemas de informação computadorizados que fornecem aos gerentes apoio interativo de informações durante o processo de tomada de decisão”. Para Rezende (1999, p.16), “São softwares que, através de tecnologias de banco de dados e respectivas ferramentas, fornecem diversas informações para serem utilizadas pelos seus usuários”. Ainda, segundo esse autor, ”auxiliam o executivo em todas as fases de tomada de decisão, principalmente, nas etapas de desenvolvimento, comparação e classificação de riscos, além de fornecer subsídios para a escolha de uma boa alternativa”. Um SAD, este envolvido diretamente nas principais fases da tomada de decisão, normalmente está dividido em três fases, sendo: A primeira fase a da inteligência, a segunda fase é o projeto e a terceira fase é a escolha. Percebe-se, portanto que a tomada de decisão é um processo contínuo. Este sistema vai além do simples processamento de dados e geração de relatórios, ele realmente auxilia o executivo, porém não entra no campo da escolha, pois neste caso estaria entrando no campo de escolha automática programada. Quem escolhe, e quem decide é o executivo (WETHERBE, 1987). 13 De acordo com Wetherbe (1987, p.244), “Um SAD funciona para apoiar diretamente as fases de inteligência e projeto da tomada de decisão”. Os sistemas de informações do tipo SAD (Sistemas de Apoio à Decisão) ou SSD (Sistemas de Suporte à Decisão, segundo Laudon e Laudon (1999, p.354), “são interativos no sentido em que o usuário interage diretamente com os dados, sendo úteis na solução de problemas semi-estruturados)”. Um sistema de informação do tipo SAD pode produzir informações de grande importância para as áreas de gerência, municiando de informações para a tomada de decisão, permitindo que as decisões tomadas sejam as mais acertadas para a organização. 2.3 Planejamento, Desenvolvimento e Implantação de Sistemas de Informação Para se começar o desenvolvimento de um sistema de informação, faz-se necessário a realização de planejamento de toda a operação, que deverá estar vinculado ao planejamento estratégico da organização. Mesmo que a empresa não possua um planejamento estratégico formalizado, com certeza, sua diretoria possui algumas variáveis que ditam o rumo que a empresa vem seguindo. É sempre importante salientar que a pessoa responsável pelo planejamento do sistema de informação precisa ter conhecimento de todas as áreas da empresa que serão afetadas ou atingidas com o referido sistema. Portanto, para que o desenvolvimento do sistema tenha êxito, é importante que seja realizado um planejamento detalhado e muito bem discutido com todas as pessoas da organização que serão atingidas, para que sejam traçados metas e objetivos alcançáveis e que o projeto tenha o comprometimento de todos. O Planejamento nada mais é do que “fazer planos”, quando se faz plano é necessário saber para que estamos fazendo planos, então é neste momento que se precisa enxergar os objetivos que queremos atingir. Não podemos esquecer que traçar objetivos é como construir o futuro, portanto é preciso que estes sejam claros, atingíveis e mensuráveis, sem evidentemente esquecermos das pessoas que irão executá-los e utilizar o sistema resultante no futuro (MAÑAS, 2002). 14 Os processos administrativos da empresa fazem com que os funcionários no desempenho de suas funções, gerem um fluxo de informações que precisa ser controlado e necessita estar de acordo com o que foi projetado pela alta direção. Segundo Mañas (2002, p.84), A existência de um plano estratégico da empresa, do qual se derivam objetivos claros para a informática, a própria dinâmica do plano informático que faça deste um instrumento que permita uma evolução adequada as sucessivas situações e a existência de um sistema de controle, que avalie os desvios e gere ações corretivas, são premissas indiscutíveis sem as quais o plano perderia boa parte de sua eficácia. Faz-se necessário que a direção da empresa, após ter o planejamento pronto, torne disponível e leve-o ao conhecimento de todos os membros da organização, para que todos tenham conhecimento e saibam quais são os objetivos daquela organização. De acordo com Stair (1998, p.306), o planejamento do sistema: Refere-se à atividade de traduzir as metas estratégicas e organizacionais em iniciativas de desenvolvimento de sistema. Os benefícios do planejamento do sistema de informação incluem a capacidade de desenvolver uma abordagem de longo prazo usar a tecnologia da informação e conseguir melhor utilização dos recursos de Sistemas de Informação(SI). O planejamento exige o desenvolvimento dos objetivos gerais de SI. O estabelecimento de prioridades e a seleção de projetos, a análise das exigências de recursos, a criação de cronogramas marcos e prazos finais e o desenvolvimento do documento de planejamento de SI. A figura a seguir mostra as etapas principais do planejamento do sistema de informação, partindo do plano estratégico até o desenvolvimento do sistema de fato. Figura 4 – Planejamento de sistemas de Informação Fonte: Stair (1998, p.287) 15 Não existe um modelo básico de desenvolvimento de sistema de informação. O projeto básico, ou o planejamento varia conforme a empresa e as suas particularidades. A empresa precisa avaliar suas necessidades e definir de que maneira irá abordá-las. Conforme Rezende e Abreu (2003, p.250), “Não existe um único modo certo de projetar um sistema. Os sistemas de informação diferem em termos de seu tamanho, tecnologia e complexidade”. Para O`Brien (2004, p.322), “Desenvolver soluções em sistemas de informação envolve um processo constituído de diversas etapas e conhecido como ciclo de desenvolvimento dos sistemas de informação, também conhecido como ciclo de vida do desenvolvimento de sistemas”. A figura a abaixo mostra as etapas, segundo O`Brien (2004, p.322), que compõem o clico de vida do desenvolvimento de sistemas. Figura 5 – Desenvolvimento de Soluções em Sistemas de Informação Fonte: O`Brien (2004, p.322) 16 No início do projeto é necessário que seja feita um estudo de viabilidade. Nesta etapa é importante analisar-se a viabilidade técnica, operacional, financeira, o custo beneficio, as pessoas envolvidas, os benefícios tangíveis, o sistema atual, em fim, todos os envolvidos no processo, sejam recursos tangíveis ou intangíveis (O`BRIEN, 2004). É necessário ter em mente que todas as etapas aparentemente isoladas são completamente relacionadas e interdependentes entre si. Pode ocorrer de, em alguns casos, serem desenvolvidas ou revisadas duas ou mais etapas paralelamente (O`BRIEN, 2004). Na etapa inicial serão realizados estudos para responder perguntas iniciais, como: temos um problema? Ou então: Como solucionar este problema? Ou ainda: Um sistema de informação novo resolveria? Vejamos o que diz O`Brien (2004, p.323); “A etapa de investigação inclui o estudo preliminar das soluções propostas de sistemas de informação para problemas nas empresas do usuário final”. Ainda, segundo O`Brien (2004, p.323), “O estudo de viabilidade é um estudo preliminar que investiga as necessidades de informação dos potenciais usuários e determina os requisitos de recursos, custos, benefícios e viabilidade de um projeto proposto”. Na etapa de análise deve ser promovido um estudo bastante aprofundado, acerca da viabilidade do projeto. É necessário estudar a viabilidade técnica, a viabilidade operacional, analisar o custo/(benefícios tangíveis e intangíveis), efetuar a análise organizacional e, por fim, analisar o sistema atual. De acordo com O`Brein (2004, p.327), Antes de você projetar um novo sistema, é importante estudar o sistema que será melhorado ou substituído (se houver um). Você precisa analisar como este sistema utiliza os recursos de hardware, software, rede e humanos para converter recursos de dados, tais como as transações de dados, em produtos de informação, como relatórios e apresentações. Em seguida, deve-se documentar como são realizadas as atividades dos sistemas de informação de entrada, processamento, saída, armazenamento e controle. A terceira etapa é dedicada ao projeto do sistema. O projeto dirá como será desenvolvimento o sistema. Sobre este assunto, O`Brien (2004, p.328) escreve, “O projeto de sistemas consiste em atividades de projeto que produzem especificações de sistemas que satisfazem os requisitos funcionais desenvolvidos na etapa de análise de sistemas”. 17 Durante esta etapa as pessoas envolvidas precisam ter informações detalhadas das reais necessidades do projeto e pensar em todas as atividades detalhadamente. Enquanto que para Laudon e Laudon (1999, p.197), Um projeto pode ser lógico ou físico. Em um projeto lógico são descritos o nível geral de recursos, o processo operacional geral e a natureza dos resultados que a solução deve requerer. Um projeto físico envolve uma descrição mais detalhada dos equipamentos, construções, pessoal e estoques do que o projeto lógico oferece. Ainda segundo Laudon e Laudon (1999, p.198), “O Projeto de sistema é o modelo ou planta para uma solução de sistemas de informação que mostra detalhadamente como os componentes técnicos (hardware w software), organizacionais (procedimentos, dados) e pessoais (treinamento, interfaces com o usuário final) se ajustarão”. Nesta fase de projeto que devem ser consideradas todas as atividades, funções, objetivos que se espera alcançar com o desenvolvimento e a implementação daquele projeto. Sobre a fase de projeto de sistemas, Stair (1998, p.283) escreve: O principal resultado da fase de projeto de sistemas é um projeto técnico que detalha as saídas e entradas do sistema e as interfaces com os usuários; especifica o hardware, software, o banco de dados, as telecomunicações, o pessoal e os componentes; e mostra como estes componentes se relacionam. A quarta fase é dedicada ao desenvolvimento, à instalação e a implementação do projeto. A solução do problema é a implementação, porém as melhores soluções do mundo nem sempre implementam a si próprias. Para Laudon e Laudon (1999, p.246), “Desenvolver o software para o novo sistema, quer isso signifique escrever software totalmente novo ou modificar programas existentes”. No processo de desenvolvimento os técnicos procuram contemplar tudo aquilo que foi diagnosticado, discutido e parametrizado na fase de projeto do sistema. Para tanto segundo Laudon e Laudon (1999, p.244), “Durante o estagio de instalação, o software é testado para se garantir que funciona adequadamente dos pontos de vista técnico e funcional, ou empresarial, e o sistema antigo é convertido para o novo. Os especialistas empresariais e técnicos são treinados na utilização do novo sistema”. Ainda na fase de instalação do sistema, conforme Laudon e Laudon (1999, p.245), “Ele é avaliado pelos especialistas empresariais e técnicos para determinar se os objetivos da 18 solução especificada previamente foram satisfeitos. Essa avaliação formal e denominada auditoria de pós-instalação”. Durante a instalação, técnicos e usuários do sistema testam o sistema para verificar se existe alguma falha, ou ainda, para conferir se o sistema esta de acordo com o que foi projetado e implementado ao longo do desenvolvimento. Para O`Brien (2004, p.343), “A implantação pode ser um processo difícil e demorado. Entretanto, ela é decisiva na garantia do sucesso de qualquer sistema recém desenvolvido, pois mesmo um sistema bem-concebido fracassará se não for corretamente implantado”. A ultima fase chamada de manutenção ou de pós-instalação é dedicada para o uso e a avaliação do comportamento do sistema instalado. Segundo O`Brien (2004, p.350), “A manutenção de sistemas é a monitoração, avaliação e modificação de sistemas de informação em uso para a concretização de melhorias desejáveis ou necessárias”. Para O`Brien (2004), Nesta fase de pós-instalação é muito comum o surgimento de duvidas e erros de operação por parte dos usuários finais. Primeiro por que eles não estão totalmente familiarizados como o novo sistema, segundo por que o treinamento realizado pode ter sido falho em algum ponto e precisa ser revisto e terceiro por que o novo sistema pode apresentar falhas não detectadas nos testes anteriormente, falhas estas que vieram aparecer somente após o inicio do uso do sistema pelos usuários finais. Entretanto, para Mañas (2002, p.137), “Uma boa parte das disfunções dos sistemas informatizados com respeito às necessidades de informações dos usuários procedem de problemas de desenvolvimento, e, especialmente, do desenvolvimento lógico”. Normalmente ocorrem desvios ao longo do desenvolvimento do projeto do sistema. Desvios estes que muitas vezes são percebidos apenas após a instalação do programa. Quando, então, se faz necessária uma intervenção técnica para resolver o problema e adequar a programa ao projeto estabelecido. Para Laudon e Laudon (1999, p.245) “Os resultados da auditoria podem exigir modificações em hardware, software, procedimentos ou documentação para a sintonia fina do sistema”. No entanto é bom salientar que muitas vezes uma das maiores fontes de problemas tecnológicos é a própria tecnologia. Precisamos lembrar que o projeto em si deve ser concebido e atualizado ao longo do seu desenvolvimento. Porém, muitas das vezes não 19 estamos preparados para um problema com o hardware que está à disposição ou que está sendo utilizado no projeto, então podem existir problemas de capacidade, de compatibilidade, entre outros (LAUDON E LAUDON, 1999). Desenvolver um sistema utilizando a metodologia do ciclo de vida pode trazer grandes aborrecimentos e dissabores. Pois essa metodologia é muito rígida e inflexível, tornando, em muitos casos, um processo moroso e caro para a empresa. Existem alternativas algumas que podem adequar-se mais facilmente em problemas mais simples e menos estruturados, dentre elas destacamos a terceirização e a prototipagem (LAUDON E LAUDON, 1999). Conforme Laudon e Laudon (1999, p.246) “A terceirização envolve a utilização de uma empresa externa que executa o desenvolvimento (ou a operação) dos sistemas de informação de uma organização”. Segundo Rezende e Abreu (2003, p.253), a empresa deve percorrer algumas etapas antes de contratar um especialista externo. Levantamento das necessidades de informações e das necessidades a serem informatizadas, desenvolvimento do modelo de informações empresarias, relatando todas as informações necessárias para que o sistema atenda à especificação dos requisitos funcionais essenciais e desejáveis; identificação e seleção das possíveis empresas desenvolvedoras; solicitação de proposta contendo à análise e o projeto do sistema a ser desenvolvido; seleção da proposta mais adequada ao perfil da empresa pelo estabelecimento de critérios de avaliação; testes e revisão das especificações; implantação do sistema. Para Laudon e Laudon (1999, p.246), “A prototipagem engloba a construção de um sistema experimental ou parte de um sistema de maneira rápida e pouco dispendiosa para que os usuários finais possam avaliá-lo”. A prototipagem é um modo mais rápido de desenvolver um sistema informatizado, porém, neste modelo é necessária uma colaboração, um comprometimento muito grande por parte dos especialistas empresariais. Eles precisam testar o modelo, apontar as falhas no sistema para que os técnicos possam efetuar as correções. É de suma importância que existe a interação entre a equipe de técnicos e de especialistas empresariais para que o projeto ande rapidamente, pois os especialistas técnicos apontam quais as suas necessidades e os técnicos implementam as alterações no protótipo até este estar de acordo com as necessidades da empresa (LAUDON E LAUDON, 1999). 20 Existem diversas formas de projetar, desenvolver e implementar um sistema. No entanto, a empresa necessita definir qual forma será mais adequada à sua situação. Isto em função de suas características, origens, metodologias e processos internos. Se a empresa não tiver uma definição clara, não poderá lamentar-se depois se o sistema desenvolvido ou implementado não atender as suas expectativas. 2.4 Manutenção A manutenção existe basicamente para que assegurar que os veículos e equipamentos continuem executando as funções para as quais foram projetados e desenvolvidos. Dentro de um conceito mais atualizado, a manutenção tem a função básica de garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender ao processo de produção, confiabilidade, segurança, custos adequados e a preservação do meio-ambiente (PINTO & NASCIF, 2001). A manutenção tem função importante dentro de uma visão mais moderna. Atribui-se a ela o papel de desempenhar a melhoria na produtividade com ganhos potenciais, melhorando o gerenciamento de veículos e equipamentos aumentando sua vida útil, sua disponibilidade para o trabalho, confiabilidade e segurança e propiciando a empresa à redução de custos nesta área. 2.4.1 Origem da Manutenção A palavra controle, de origem francesa (contrôler), denota o ato ou poder de exercer domínio, fiscalizar, supervisionar, manter o equilíbrio. Esta compreensão é milenar e sempre foi algo da consecução de objetivos comuns de uma nação, região ou comunidade com um todo. Variavelmente encontrada como um trunfo na mente do individuo: controlar para não ser controlado. A arte de controlar é tão antiga quanto as necessidades humanas de desenvolver seus próprios sentidos. Os registros da área da manutenção provêm das mais antigas civilizações (PINTO & NASCIF, 2001). 21 2.4.2 Funções e Objetivos da Manutenção Os principais objetivos da manutenção podem ser sintetizados da seguinte maneira: - Prever uma margem de falhas ou quebras durante o processo produtivo; - Manter o equipamento em condições de utilização segura; - Maximizar a eficácia dos equipamentos; - Minimizar as paradas por avarias; - Minimizar os custos de manutenção; - Manter um elevado nível técnico na execução dos trabalhos (SWARD, 1972). Em função da complexidade de alguns processos produtivos e para tirar maior proveito dos investimentos aplicados, deve-se tomar alguns cuidados para que a maioria dos objetivos seja alcançada. Entre eles se destacam: - Pessoal selecionado e muito bem treinado, bem como de supervisores altamente qualificados; - Um bom programa de manutenção preventiva; - Revisão de determinadas peças que requerem freqüentes reparações; - Contínua investigação das causas dos defeitos; - Atualização dos processos em função dos avanços tecnológicos; - Estreita colaboração entre todos os setores da empresa. (SWARD, 1972). Quando o assunto é funções e objetivos de manutenção, denota-se que a redução de custos, a programação de manutenção, treinamento, tem um destaque maior. Portanto quando se faz as operações de forma clara e planejada e com conhecimento profundo, os resultados sempre são os melhores possíveis. 2.4.3 Evolução da Manutenção Para Pinto & Nascif, (2001, p.3), “Desde os anos 30 a evolução da manutenção pode ser dividida em 3 gerações”. 22 Figura 6 – Evolução da Manutenção Fonte: Pinto & Nascif (2001, p.8) 2.4.3.1 Primeira Geração Abrange o período antes da Segunda Guerra Mundial, quando a indústria era pouco mecanizada, os equipamentos eram simples e, na sua grande maioria superdimensionados. Aliado a tudo isto, devido à conjuntura econômica da época, a questão da produtividade não era prioritária, portanto não era necessário um controle de manutenção, ou uma rotina de manutenções tão eficiente, apenas serviços de limpeza, lubrificação e reparo após a quebra, ou seja, era realizada apenas a manutenção corretiva (PINTO & NASCIF, 2001). 23 2.4.3.2 Segunda Geração Vai desde a Segunda Guerra Mundial ate os anos 60. As pressões do período da guerra aumentaram a demanda por todo este tipo de produtos, ao mesmo tempo em que o contingente de mão-de-obra industrial diminuiu sensivelmente. Neste período houve um forte aumento da mecanização das instalações industriais. Percebe-se, então, que o perfeito funcionamento dos equipamentos, e a confiabilidade no perfeito funcionamento eram fatores fundamentais na indústria da época, devido a busca de maior produtividade, tudo isso levaram a percepção de que quebras e falhas dos equipamentos deveriam ser evitadas, o que resultou no conceito de manutenção preventiva (PINTO & NASCIF, 2001). Na década de 60 esta manutenção consistia de intervenções nos equipamentos feitas a intervalo fixo. O custo de manutenção começou a ser considerado em comparação com outros custos operacionais. Este fato fez aumentar os sistemas de planejamento e controle de manutenção que, ainda hoje, são parte integrante da manutenção moderna (PINTO & NASCIF, 2001). 2.4.3.3 Terceira Geração Começou a partir da década de 70, acelerou-se o processo de mudança nas indústrias. A paralisação da produção, que sempre diminuiu a capacidade de produção aumentou os custos e afetou a qualidade dos produtos. Com o crescimento das indústrias, aumentou também a automação e a mecanização dos processos de produção, isto implicaria em falhas mais freqüentes, em maiores dificuldades para manter os padrões de qualidade, capacidade de manter os padrões estabelecidos. Na terceira geração reforçou-se o conceito de uma manutenção preditiva. A interação entre as fases de implantação de um sistema (projetos, fabricação, instalação e manutenção) e a Disponibilidade/Confiabilidade torna-se mais evidente (PINTO & NASCIF, 2001). 2.4.4 Tipos de Manutenção Atualmente são definidos como 06 os tipos básicos de manutenção: - Corretiva não planejada. - Corretiva planejada. 24 - Preventiva. - Preditiva. - Detentiva. - Engenharia de manutenção. 2.4.4.1 Manutenção Corretiva não Planejada Segundo Pinto & Nascif (2001, p.37), “Manutenção Corretiva não Planejada é a correção da falha de maneira aleatória”. A manutenção corretiva não planejada é utilizada para resolver um problema; fato já consumado, ou seja, um equipamento quebrou ou está com o nível de produtividade abaixo do esperado, então é necessária uma intervenção imediata, sem planejamento ou preparação, a fim de evitar uma maior perda de produção, perda na qualidade do produto ou serviço e ter aumentado o tempo de reparo e os custos na solução do problema (PINTO & NASCIF, 2001). Muito utilizada nas empresas este tipo de manutenção normalmente apresenta os maiores transtornos para a companhia, pois quando se faz necessária efetuar uma manutenção corretiva não planejada, invariavelmente ocorrem atrasos nos cronogramas de produção e, conseqüentemente, na entregue dos produtos e/ou serviços. 2.4.4.2 Manutenção Corretiva Planejada Segundo Pinto & Nascif (2001, p.36), “Manutenção Corretiva é a atuação para a correção da falha ou do desempenho menor que o esperado”. Ainda, o mesmo autor, na p.38, afirma que “Manutenção Corretiva Planejada é a correção do desempenho menor que o esperado ou da falha, por decisão gerencial, isto é, pela atuação em função de acompanhamento preditivo ou pela decisão de operar até a quebra”. Não precisamos dizer que quando o trabalho é realizado de forma preparada, pensada e planejada, o tempo gasto em sua execução, os custos de execução e a qualidade final do produto ou serviço sempre são melhores, ou seja, representam sempre um acréscimo no índice de rentabilidade da organização (PINTO & NASCIF, 2001). Esta forma de manutenção, geralmente, é a que acarreta os menores problemas para a empresa. Pois a parada de um veículo ou equipamento é realizado de forma programada, não 25 deixando serviços ou operações pela metade, além de que é possível orçar com antecedência os custos envolvidos na operação. 2.4.4.3 Manutenção Preventiva Em conformidade com Pinto & Nascif (2001, p.39), “Manutenção Preventiva é a atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado, baseado em intervalos definidos de tempo”. Na execução de manutenção preventiva, busca-se prevenir, ou seja, evitar que falhas, quebras ou quedas nos índices de produtividade ocorram. Em alguns setores a quebra ou interrupção do processo pode trazer graves problemas à produtividade, lucratividade ou a imagem da organização, em fim, podem trazer conseqüências de difícil ou impossível solução, entretanto a manutenção preventiva será muito mais conveniente quanto maior for a simplicidade de reposição, mais altos forem os custos das falhas, e as implicações na segurança pessoal e operacional (PINTO & NASCIF, 2001). Para Soares (1978, p.21) “A manutenção preventiva não deve se restringir a setores, máquinas e equipamentos, mas sim abraçar todas as partes, para que haja um perfeito entrosamento e a fim de que a procura e as soluções de problemas tenham a organização necessária e um encadeamento ideal”. A manutenção preventiva está baseada no conhecimento prévio que a empresa dispõe sobre o setor, o veículo, o equipamento que irá sofrer a intervenção. Diante desse conhecimento a empresa realiza a manutenção mesmo não tendo certeza se é realmente necessária tal intervenção naquele momento. Se a manutenção não fosse realizada poderia apresentar problemas. Estes questionamentos não são levados em consideração, apenas chegando o prazo determinado a manutenção é realizada e pronto. 2.4.4.4 Manutenção Preditiva De acordo com Pinto & Nascif (2001, p.41), “Manutenção Preditiva é a atuação realizada com base em modificação de parâmetro de condição ou desempenho, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática”. 26 A manutenção preditiva esta focada no acompanhamento contínuo do desenvolvimento das atividades de todos os equipamentos ou sistemas. É realizado um planejamento prévio de como e quando deverão ocorrer as intervenções nos equipamentos, então, o acompanhamento das condições de produtividade e disponibilidade dos equipamentos e sistemas de produção é realizado durante a produção, com o equipamento em uso. Tão logo seja identificada alguma alteração no equipamento ou sistema, planeja-se a intervenção ou efetua-se a intervenção planejada anteriormente (PINTO & NASCIF, 2001). Neste momento o equipamento está operando normalmente e permite que seja verificada a necessidade de intervenção imediata ou posterior. Desta maneira a redução de falhas e quebras em equipamentos será reduzida consideravelmente, o que proporciona, além da segurança pessoal e da instalação, a redução de paradas inesperadas da produção, redução dos custos de manutenção, enfim, aumento na lucratividade da companhia. A manutenção preditiva é considerada a primeira grande quebra de paradigma na manutenção (PINTO & NASCIF, 2001). Este tipo de manutenção exige mais cuidado e atenção por parte da empresa. A empresa precisa realizar todo um planejamento de manutenção para poder aplicar a manutenção preditiva. No momento em que o planejamento estiver pronto a empresa passa a realizar um monitoramento para poder identificar se tudo está de acordo com o planejamento ou se algum equipamento, máquina ou veículo está necessitando sofrer alguma intervenção. Se for necessária alguma intervenção, então, é programada uma parada para a manutenção ser realizada. 2.4.4.5 Manutenção Detectiva Para Pinto & Nascif (2001, p.44), “Manutenção Detectiva é a atuação efetuada em sistema de proteção buscando detectar falhas ocultas ou não perceptíveis ao pessoal de operação e manutenção”. A manutenção detectiva esta bastante ligada à alta tecnologia, ou seja, funcionando basicamente em companhia a onde utilização de computadores em sistemas muito complexos, que devem ser operados por pessoal habilitado, com treinamento específico para tal e assessorado pelo pessoal de operação (PINTO & NASCIF, 2001). 27 São controladores lógicos programáveis, sistemas digitais de controle distribuído (SDCD) multi-loops, com infinitas arquiteturas de controle utilizadas para essas aplicações (PINTO & NASCIF, 2001). 2.4.4.6 Engenharia de Manutenção Segundo Pinto & Nascif (2003, p.46), “É a segunda quebra de paradigma na Manutenção. Praticar a Engenharia de Manutenção significa uma mudança cultural”. Aplicar a engenharia de manutenção é estar nivelado ao primeiro mundo. É perseguir novas técnicas e deixar de ficar apenas consertando continuadamente velhos problemas ou velhos defeitos, é partir em busca da solução definitiva de velhos e antigos problemas na manutenção e procurar as causas básicas e crônicas que de vez em quando estão ocasionando quebras e defeitos nos equipamentos ou nas plantas industriais (PINTO & NASCIF, 2001). Aplicar esta nova tecnologia é dizer adeus aos antigos métodos de manutenção corretiva. Uma planta industrial que aplica com eficiência e eficácia a manutenção preditiva pode usar esses dados através da engenharia de manutenção para obter melhores resultados e por vezes solucionar problemas crônicos na sua produção (PINTO & NASCIF, 2001). Fica evidente a confiabilidade do sistema à medida que os problemas e as intervenções são menos necessárias e com um maior espaço de tempo entre elas. A) maior disponibilidade dos equipamentos em produção, demonstra a segurança que manutenção preditiva e detectiva traz para a companhia. Fica evidente que a observação, o trabalho de especialistas fazendo verificações no sistema sem a necessidade de tirá-lo do ar, ou seja, sem a necessidade de parar a produção, capazes de detectar falhas e corrigi-las sem parada da produção, transforma a engenharia de manutenção no objetivo a ser alcançado por qualquer companhia que pretenda ser líder de mercado (PINTO & NASCIF, 2001). A alta tecnologia coloca à disposição das empresas novas soluções e grandes desafios. A engenharia de manutenção é sem dúvida no momento o que todas as empresas gostariam de dispor em termos de manutenção. Ela apresenta a possibilidade, com planejamento, acompanhamento constante, intervenções seguras e confiáveis, permitir as empresas, na grande maioria das vezes, efetuar as manutenções e revisões necessárias sem tirar os sistemas de operação ou parar a produção. 28 No entanto este não é um tipo de manutenção a disposição de todas as empresas. Apenas as grandes empresas ou aquelas que têm um grande investimento em manutenção consegue atingir um estágio assim tão elevado. 2.5 Sistema de Controle de Manutenção Pode-se afirmar que até 1970 os sistemas de planejamento e controle da Manutenção, no Brasil, eram todos manuais. A partir dessa data teve início a utilização de computadores de grande porte, como os IBM, que eram utilizados para aplicações corporativas em empresas de grande porte (PINTO & NASCIF, 2001). Nesses computadores o desenvolvimento de um sistema para controle da manutenção era muito caro, além de bastante demorado. Os documentos eram preenchidos manualmente, recolhidos no final do dia, digitados e durante a noite era feito o processamento de modo que no dia seguinte a programação de serviços estivesse disponível (PINTO & NASCIF, 2001). O primeiro programa de computador, para a manutenção, surgiu em 1964 na Petrobrás, desenvolvido na Refinaria Duque de Caxias – Rio de Janeiro, destinado a auxiliar o planejamento de paradas de manutenção. O programa era processado em um computador IBM 1130, tinha capacidade para processar 1400 tarefas por projeto e seu processamento demorava 20 horas (PINTO & NASCIF, 2001). O primeiro software para planejamento e controle da manutenção rotineira foi desenvolvido por Furnas Centrais Elétricas no ano de 1970. O sistema de Gerenciamento da Manutenção – SIGMA, desenvolvido na Petrobrás, começou operar em 1975, baseado em um desenvolvimento feito pela Refinaria Gabriel Passos – Betim-MG, em 1973, denominado Procex, que era processado em computadores IBM (PINTO & NASCIF, 2001). Por fim os custos de manutenção começaram a se elevar muito em relação aos outros custos. Isto trouxe a necessidade de implantação dos sistemas chamados PCM – Planejamento e Controle de Manutenção. Até 1983 os softwares para controle da manutenção existente eram desenvolvidos dentro das grandes empresas e processados em máquinas de grande porte. A partir dessa data começaram a serem oferecidos programas desenvolvidos no exterior, que podiam ser processados em computadores de médio e grande porte (PINTO & NASCIF, 2001). 29 A partir do desenvolvimento de microcomputadores, aliado à disponibilidade de novas linguagens, cresceu sensivelmente a oferta de softwares tanto por empresas nacionais como por empresas estrangeiras. Em 1993 já existiam cerca de trinta empresas oferecendo softwares para a área de manutenção (PINTO & NASCIF, 2001). Para harmonizar todos os processos que interagem na manutenção, é fundamental a existência de um Sistema de Controle da Manutenção. Ele permitirá, entre outras coisas, identificar claramente: - Que serviços serão feitos; - Quando os serviços serão feitos; - Que recursos serão necessários para a execução dos serviços; - Quanto tempo será gasto em cada serviço; - Qual será o custo de cada serviço, custo por unidade e custo global; - Que materiais serão aplicados; - Que máquinas, quais dispositivos e ferramentas serão necessárias. (PINTO & NASCIF, 2001). Além disso, o sistema poderá controlar outras atividades e municiar a empresa de informações que a permitam ter um banco de dados que informe entre outras coisas: - Nivelamento de recursos – mão-de-obra; - Programação de máquinas operatrizes ou de elevação de carga; - Registro para consolidação do histórico e alimentação de sistemas especialistas; - Priorização adequada dos trabalhos. (PINTO & NASCIF, 2001). A tecnologia da informação está redefinindo os fundamentos dos negócios, atendimento ao cliente, operações, estratégias de produto e de marketing e distribuição dependem muito, ou às vezes até totalmente, dos sistemas de informação. A tecnologia da informação e seus custos passaram a fazer parte integrante do dia-a-dia das empresas. A seguir as razões fundamentais para o uso da tecnologia da informação nos negócios. - Suporte de seus processos e operações. - Suporte na tomada de decisões de seus funcionários e gerentes. - Suporte em suas estratégias em busca de vantagem competitiva(O’BRIEN, 2002). 30 Na maneira atual de pensar, na manutenção não existe mais espaço para improvisos e arranjos: competência, gerência moderna, flexibilidade, cultura de mudança e trabalho em equipe são características básicas das empresas que têm a competitividade entranhada em seu ramo de atuação, por isso, as pessoas com essas características são essenciais para garantir a sobrevivência da organização e conseqüentemente(e, conseqüentemente,) a empregabilidade de cada um de seus colaboradores (PINTO & NASCIF, 2001). Esta nova postura de pensar os novos desafios que se apresentam, dentro deste novo cenário de economia globalizada e altamente competitiva, onde as mudanças se sucedem em alta velocidade e a manutenção sendo uma das atividades fundamentais nas indústrias atualmente, precisa colocar-se como um agente transformador e não ficar estagnada no tempo. A gestão moderna dos negócios requer uma mudança profunda de posturas e mentalidades. A gerência moderna deve estar baseada numa visão de futuro regida por processos de satisfação plena de seus clientes, sejam internos ou externos, resultantes da qualidade dos seus produtos e serviços e a qualidade total dos processos produtivos. A manutenção existe para que não exista manutenção, parece ser algo contraditório, mas não é, pois isso é manutenção preventiva (PINTO & NASCIF, 2001). Percebe-se que o trabalho de manutenção está tendo um maior reconhecimento. Quanto mais eficiente e eficaz for o trabalho da manutenção, maior será o resultado de toda a organização, uma vez que esta poderá dispor com maior confiabilidade e precisão, de seus equipamentos e instalações industriais, a fim de que consiga uma maior produtividade, redução de custos, menor tempo perdido e, conseqüentemente, maior pontualidade na entrega de seus produtos aos clientes, conseguindo atingir seus objetivos como organização e podendo ter uma ampliação de seu tamanho de mercado (PINTO & NASCIF, 2001). Neste cenário não existe mais espaço para arranjos e improvisos. A flexibilidade, competência, o trabalho em equipe e a cultura da mudança são características básicas das empresas. Segundo Tavares (1996) a moderna condução dos negócios necessita de uma profunda mudança de mentalidade e de postura. A administração moderna precisa estar sustentada numa visão moderna de futuro e regida por processos de gestão, onde a satisfação dos clientes seja resultado da qualidade dos produtos e serviços oferecidos, onde cada vez mais, o pessoal precisa estar qualificado e equipado para evitar falhas e não para corrigi-las. 31 Ao invés de falar-se em mudança de cultura, que pode ser um processo lento e não condizente com as necessidades atuais, é necessário implementar a cultura de mudanças onde o inconformismo com as práticas desatualizadas venha ser constante e evolutivo (PINTO & NASCIF, 2001). De acordo com Pinto e Nascif (2001, p.10), “Uma grande variedade de instrumentos gerenciais tem sido colocada à disposição do homem de manutenção: Centro de Controle de Qualidade - CCQ, Manutenção Preventiva Total - TPM, Gestão da Qualidade Total - GQT, Terceirização, Reengenharia, entre outros”. Porém, é importante ter em mente que somente novas ferramentas não resolvem os problemas das organizações. É necessário que estas sejam adaptadas às necessidades das companhias e aplicadas de maneira eficiente, caso contrario, os resultados poderão ser desastrosos. A manutenção, para ser estratégica precisa estar voltada para os resultados empresarias da organização e é preciso acima de tudo não ser apenas eficiente, mas sim eficaz (PINTO & NASCIF, 2001). A Manutenção deve ser organizada de forma que os equipamentos ou sistemas parem de produzir somente de forma planejada. Quando o equipamento pára de produzir por si próprio está-se diante de manutenção não eficiente ou não planejada ou mesmo de um fracasso no sistema de manutenção (PINTO & NASCIF, 2001). Não se admite mais que equipamento ou sistema pare de maneira não prevista, o gerenciamento estratégico de manutenção consiste em ter a equipe atuando para evitar que falhas ocorram, e não correndo para resolver problemas de falhas com rápida correção. A grande maioria das empresas brasileiras atua dentro do paradigma do passado, onde a equipe de manutenção resolve problemas de quebras de equipamentos ou sistema parados, enquanto que, algumas já conseguiram passar para o paradigma moderno e estão conseguindo grandes resultados empresariais (PINTO & NASCIF, 2001). Segundo Pinto & Nascif (2001, p.17), paradigma do passado: ”O homem de manutenção sente-se bem quando executa um bom reparo” e paradigma moderno: “O homem de manutenção sente-se bem quando ele consegue evitar as falhas não previstas”. Sem as mudanças de paradigmas será necessário um grande esforço para um pequeno resultado ou mudanças pouco significativas e que pequenas mudanças não serão suficientes para que as companhias consigam permanecer no mercado feroz e altamente competitivo. 32 A competitividade, basicamente, depende da maior produtividade da organização em relação aos seus concorrentes, ou seja, produz mais com menor custo, como podemos perceber no quadro abaixo: COMPETITIVIDADE FATURAMENTO PRODUTIVIDADE = __________________ CUSTOS Figura 7 – Competitividade Fonte: Pinto & Nascif (2001, p.18) Segundo Santo (1984, p.10), “O lucro de uma empresa baseia-se num relacionamento de rendas e custos. Uma empresa incorre em custos com o objetivo de auferir rendas”. Não basta saber quais são as melhores técnicas. Se faz necessário ter a capacidade de liberar sua implementação de maneira rápida. Ainda segundo Santo (1984, p.10), “A vida útil e a eficiência de operação do equipamento devem ser controlados de forma a proporcionar maior lucratividade”. A gestão deve estar baseada em itens do controle empresarial, como: disponibilidade, confiabilidade, custos, qualidade, entre outros. Para melhorar o faturamento, em linguagem de manutenção, é necessário otimizar a disponibilidade e a confiabilidade no sistema e nos equipamentos de produção. Isto pode ser traduzido como, na diminuição dos prazos de paradas dos sistemas, na minimização do tempo médio de reparo, no aumento de tempo entre falhas e quebras do sistema (PINTO & NASCIF, 2001). O administrador deve saber liderar sua equipe de maneira integrada buscando sempre o resultado do negocio, através da análise criteriosa das receitas e dos custos. Para melhorar o custo de manutenção é preciso trabalhar em busca da alta performance dos sistemas e equipamentos, na qualidade dos serviços que se traduz na redução de retrabalho, na utilização de modernas de técnicas para avaliação e diagnóstico. E por estar falando em faturamento, custos e lucratividade, é importante que cada pessoa consiga enxergar que são necessários, pode-se dizer que é fundamental, continuar trabalho no sentido de reduzir os custos de manutenção que ainda são bastante elevados em relação ao faturamento das empresas (PINTO & NASCIF, 2001). 33 Tratando-se de faturamento, é necessário que cada pessoa em cargo de gestão tenha conhecimento do que representa o custo de manutenção em sua área de atuação, para que consiga trabalhar em prol da redução desses custos. Apesar da importância da redução de custos, é necessário ter atenção e dar prioridade ao aumento da disponibilidade e da confiabilidade das maquinas, veículos e equipamentos, já que são fatores intimamente ligados a produtividade e ao faturamento. De acordo com Santo (1984, p.10), “O custo de manutenção preventiva representa um sacrifício de valores que retornarão em forma de lucro para a empresa”. O custo de manutenção preventiva é a atuação de forma a reduzir ou evitar falha ou ainda a queda da produtividade, obedecendo a um plano previamente elaborado. Continuando a análise o controle de custos de manutenção, este visa “Fornecer informações aos dirigentes para o controle das operações e atividades da empresa. Fornecer informações para o planejamento da direção e a tomada de decisões” (SANTO, 1984, p.11). Finalmente destaca-se que a necessidade do controle rígido dos custos, pode permitir a empresa ter uma visão moderna da gestão de manutenção. Evitando problemas relacionamento entre os setores da empresa e possibilitá-la ter ganhos substanciais em qualidade dos seus produtos . 34 3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO Neste capítulo iremos demonstrar a direção a ser seguida por este trabalho. 3.1 Metodologia da Pesquisa Este trabalho apresenta característica exploratória. Para Mattar (2001, p.18), “é particularmente útil quando se tem uma noção muito vaga do problema. Ela permitirá ao pesquisador definir qual tipo de pesquisa irá implementar, quais serão suas prioridades e pontos principais a serem focados na sua pesquisa. Ainda segundo Mattar (2001, p.19), “Os métodos empregados podem ser: Levantamento em fontes secundárias, levantamentos de experiências, estudo de casos selecionados e observação informal”. Para Vergara (2003, p.47), A investigação exploratória que não deve ser confundida com leitura exploratória. É realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao final da pesquisa. Portanto, assume o presente trabalho a forma de pesquisa exploratória, utilizando-se de fontes primárias e secundárias, ou seja, de observações feitas na própria empresa e da leitura e pesquisa extraídas de livros e de documentos. Esta pesquisa caracteriza-se também por ter uma abordagem qualitativa, pois não apresenta, e não tem a intenção de numerar ou valorar unidades e/ou categorias, profissões ou de trabalhadores (OLIVEIRA, 1999). Realizou-se também uma pesquisa documental, para verificar quais documentos ou procedimentos escritos à empresa possuía. Bem como estavam funcionando no sistema atual e se poderiam ser utilizados no novo sistema. Segundo Markoni e Lakatos (1999, p.64), “A característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fonte primária”. 35 3.2 População e Amostra Para definirmos a população de nossa pesquisa, seguimos o que segundo Markoni e Lakatos (1991, p.223), dizem: “população é o conjunto de seres animados e inanimados que apresentam pelo menos uma característica comum”. Então, definimos a população desta pesquisa como sendo as pessoas envolvidas diretamente com veículos e equipamentos da empresa, mais especificamente nas áreas de sinalização viária horizontal, sinalização viária vertical e transportes, sempre com ênfase ao controle de manutenção. A população ficou definida como sendo: 27 motoristas de veículos e caminhões, 18 operadores de equipamentos de sinalização horizontal e vertical, 03 funcionários do setor de manutenção e 02 diretores da empresa, totalizando 50 pessoas. Dessa forma resolvemos entrevistar todas as pessoas envolvidas, ou seja, aquelas que de alguma forma tenham algum tipo de relacionamento com o setor de manutenção de empresa, ou seja, realizar um censo. As entrevistas foram realizadas de forma aleatória. Sem preocupação com o grau de hierarquia. Algumas entrevistas foram realizadas de forma individual e outras em grupo, pois o que importava era a contribuição que as pessoas poderiam trazer para o trabalho. 3.3 Coleta de Dados Na coleta de dados, utilizamos a observação participativa, que conforme Gil (1995, p.107), “consiste na participação real do observador na vida da comunidade, do grupo, ou da situação determinada”. Outro método de coleta de dados utilizado foi à entrevista não-estruturada, que de acordo com Markoni e Lakatos (1991, p.195) “é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional”. Ainda segundo Markoni e Lakatos (1991, p.197), entrevista não-estruturada acontece quando “O entrevistador tem a liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção 36 que considere adequada. É uma forma de poder explorar amplamente uma questão. Em geral as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal”. Foi utilizada a entrevista não-estruturada para permitir aos colaboradores (funcionários e diretores da empresa) a oportunidade de expressarem suas opiniões e idéias sobre o assunto e obter, assim, a opinião real desses colaboradores. Evitou-se podar ou tosquiar suas idéias, ou seja, extrair a informação mais próxima possível do que pensam da empresa sobre o controle de manutenção existente e como este deveria funcionar. 3.4 Tratamento dos Dados Este trabalho foi desenvolvido na empresa Sinasc – Sinalização de Conservação de Rodovias Ltda, direcionada ao seu departamento de manutenção, mais especificamente à manutenção de veículos e equipamentos utilizados pela empresa na prestação de serviços de sinalização viária, seja sinalização viária horizontal ou sinalização viária vertical. Os dados coletados junto ao público alvo desta pesquisa, que foram os funcionários da empresa (motoristas de veículos e caminhões, os operadores de equipamentos de sinalização horizontal e vertical, pessoal do setor de manutenção) e a diretoria da empresa. Por meio de observações participativas, entrevistas não-estruturadas, pesquisas à documentos e procedimentos da empresa, que foram selecionados, tratados e analisados de forma textual, de acordo com os objetivos geral e específicos deste trabalho. 37 4 RESULTADO DA APLICAÇÃO 4.1 Histórico da Empresa A empresa SINASC - Sinalização e Conservação de Rodovias Ltda - iniciou suas atividades há mais de 17 anos, na área de sinalização viária, conservação rodoviária, construções e paisagismo. A partir do ano de 1990, concentrou suas atividades na área de sinalização viária e engenharia de trânsito, com fabricação de mais de 90% (noventa por cento), dos produtos empregados na execução de suas obras e serviços. Seus clientes estão situados tanto na esfera pública, quanto na esfera privada. Na pública destacam-se: Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), Infraero, Departamento Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), Prefeitura Municipal de Curitiba, Urbanizadora de Curitiba S.A. (URBS) Companhia de Engenharia de Trânsito do Rio de Janeiro (Cet-Rio), Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Prefeitura Municipal De Florianópolis, entre outros; Na esfera Privada, tais como: Companhia Concessionária Do Planalto - Coviplan, Rodosul, Sulvias, Comvias, Univias, J.Malucelli Construtora de Obras, Viapar, Rodonorte, Econorte, Rodovias das Colinas., S.P.Vias, Vianorte, Concessória Nova Dutra, dentre outros. A SINASC é uma empresa estruturada para atender clientes em toda a América Latina. Os principais produtos fabricados são: refletivos para tachas e tachões, tachas e tachões refletivos, segregadores para divisor físico de tráfego, placas e painéis refletivos em chapas de alumínio e/ ou aço galvanizado, pórticos, semipórticos, posteamentos e suportes metálicos galvanizados à fogo, fabricação de máquinas e equipamentos para pintura de faixas e aplicação de tachas, estruturas metálicas para galpões e passarelas metálicas, Na área de prestação de serviços a execução de serviços de sinalização horizontal (pintura de faixas em tintas acrílicas (fria), e em termoplástico (extrudado ou “hot-spray”), em rodovias e cidades; aplicação de tachas tachões e segregadores em rodovias e cidades. Concretagem de fundações para estruturas metálicas de galpões industriais, pórticos, semipórticos, passarelas metálicas, são os principais). Atualmente a empresa é administrada pelo sócio Francisco de Assis Peres da Silva e por Pedro Peres da Silva que é um profissional contratado no mercado. Ambos dividem a 38 administração da empresa em todos os seus atos, como por exemplo, na gerência de fabricação que é exercida por ambos. Eles conversam diariamente, trocam idéias e aconselhamento mútuo para o desenvolvimento das atividades da empresa. O sócio Francisco de Assis Peres da Silva dedica-se diretamente das áreas, como: Financeiro, contabilidade, compras, recursos humanos, manutenção, execução das obras, entre outras, enquanto que o diretor Pedro Peres da Silva dedica-se às áreas comercial, marketing, jurídico e desenvolvimento de novos produtos, entre outras. O sócio Francisco de Assis Peres da Silva dedica-se a administração da empresa desde março de 1990, época em que ainda era apenas um profissional contratado. Apenas em julho de 1991 adquiriu parte do controle societário e passou a administrar a empresa como sócio proprietário. 4.2 Identificação do Sistema de Controle de Manutenção Atual Esta primeira etapa tem por base a definição do problema, em que demonstra como funciona o sistema atual de controle de manutenção na empresa e quais as rotinas administrativas que a empresa pretende informatizar. Atualmente, o setor de controle de manutenção não possui nenhum tipo de sistema informatizado, portanto, todos os dados, todas as rotinas são realizadas e controladas manualmente. Podemos destacar o cadastro de veículos, cadastro de equipamentos, cadastro de motoristas, despesas com combustíveis, despesas com revisões periódicas, entre outras. A empresa possui apenas uma ficha (figura 8), a qual é preenchida diariamente pelos motoristas dos veículos e caminhões. Nesta ficha são anotadas as quilometragens iniciais e finais do veículo ou caminhão, se for abastecido, é anotado a quilometragem no horário do abastecimento, quantos litros de combustível foi abastecido e quanto em dinheiro foi gasto naquele abastecimento, anota-se também o número da respectiva nota fiscal. 39 Figura 8 – Ficha de Controle Diário Fonte: Sinasc A ficha, chamada de controle diário, é entregue no final do mês no departamento de manutenção, que retira as informações: Quantidade de quilometragem rodada pelo veículo ou caminhão naquele mês, quantos litros de combustível foi abastecimento naquele mês, quanto em dinheiro foi gasto para o abastecimento do veículo ou caminhão naquele mês. De posse destas informações, utilizando-se uma planilha Excel, é realizado o cálculo do valor total gastos em dinheiro com abastecimentos dos veículos e caminhões. Além disso é 40 calculada a quilometragem rodada, qual a média de km/litro e quantidade de combustível abastecido em cada veículo ou caminhão. 4.3 O sistema de Manutenção de Veículos e Equipamentos Conhecer o fato de que a empresa utiliza um sistema informatizado de gestão que tem integração on line em algumas áreas da empresa, como, por exemplo, compras, financeiro, contabilidade. O sistema utilizado na SINASC é o CORPORERM da empresa RM Sistemas, que tem sua sede na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais. O sistema desenvolvido pela empresa RM Sistemas, chamado do CORPORERM é um grupo de sistemas que são interligados entre si e funcionam a partir de um banco de dados central que gerencia e armazena todas as informações do sistema e interliga os módulos entre si, de maneira on line. Verificou-se junto à empresa fornecedora do software se a mesma dispunha de um módulo de controle de manutenção, para instalar no atual software de gestão em funcionamento na empresa SINASC. A fornecedora informou que dispõe do módulo de controle de manutenção e que pode perfeitamente adequá-lo, com certa facilidade, aos padrões e necessidades especificas da SINASC. Portanto, sugere-se para a empresa a inclusão, neste mesmo sistema informatizado, o módulo de controle de manutenção, com o qual poderia utilizar melhor, de forma mais racional, mais equilibrada, mais viável economicamente e de maneira muito mais ágil e eficiente os recursos hoje destinados ao controle de manutenção de veículos, caminhões e equipamentos. O sistema proposto, do tipo SIG, começa por um amplo cadastro, por tipo, dividido em grupo de veículos, caminhões e equipamentos que serão geridos e controlados pelo sistema. Será feito um levantamento nos documentos da empresa para definir a vida útil dos veículos, caminhões e equipamentos já em uso e qual a sua real situação, do ponto de vista da manutenção. 41 A figura 9 abaixo é a tela inicial do sistema de controle de manutenção de veículos e equipamentos. Aqui o usuário irá informar sua chave e senha para ter acesso ao sistema. Figura 9 – Tela de acesso ao sistema Fonte: Jair Peres da Silva - 2005 A figura 10, a seguir, é a tela principal do sistema de controle de manutenção de veículos e equipamentos sugerido para a empresa SINASC. Nesta tela o usuário terá acesso aos cadastros de veículos e equipamentos, operações, mão-de-obra, pneus e relatórios. 42 Figura 10 – Tela principal do sistema Fonte: Jair Peres da Silva - 2005 Na próxima tela (figura 11), o usuário pode acessar o cadastro de veículos e equipamentos, chamado no programa de objetos de manutenção. Terá também, acesso ao cadastro dos demais componentes do sistema. Dentre eles destaca-se o grupo de planos de manutenção, clientes/fornecedores, funcionários, índices de acompanhamento. 43 Figura 11 – Cadastros do sistema Fonte: Jair Peres da Silva - 2005 A tela a seguir (figura 12) apresenta a visão que o usuário terá no momento em que acessar o cadastro de objetos de manutenção (veículos e equipamentos). Nela estarão reunidos todos os objetos de manutenção identificados em ordem seqüencial por um ou dois identificadores (códigos) com até 20 (vinte) posições alfanuméricas a serem definidas pela empresa, modelo do objeto de manutenção, código do fornecedor, nome do fornecedor, tipo de objeto de manutenção, status do objeto de manutenção (local onde está alocado o objeto de manutenção). 44 Figura 12 – Objetos de manutenção Fonte: Jair Peres da Silva - 2005 A tela a seguir (figura 13) apresenta o gerador de relatórios. Demonstra os diversos tipos de relatórios que o sistema está preparado para fornecê-los. Destaca-se o relatório OF0005-1 que fornece uma relação completa de todos os veículos e equipamentos, que passaram por manutenção ou estão com manutenções previstas, dentro do período escolhido para o relatório. Outro relatório que merece destaque é o de numero OF0005-2 que apresenta o histórico do veículo e equipamento, ou seja, basta escolher o veiculo e equipamento, selecionar o período desejado e o sistema fornecerá um relatório detalhado, onde apresentará todas as revisões, manutenções, intervenções que foram realizadas naquele veículo e equipamento. Fornece também que peças foram substituídas, quanto custou, onde foi realizada, quem realizou, quando realizou. 45 Figura 13 – Gerador de relatórios Fonte: Jair Peres da Silva - 2005 Por meio de tudo o que foi visto e pesquisado e através da implantação deste sistema a empresa poderá obter excelentes resultados com a sua gestão de veículos e equipamentos. É evidente que a empresa SINASC necessitará implantar algumas novas regras e procedimentos para que o novo sistema apresente os resultados esperados. Por exemplo, que o sistema forneça um relatório, que demonstre que em tal data o motorista ou o operador deverá efetuar determinado tipo de manutenção ou revisão em seu veículo ou equipamento. É obvio que a previsão feita pelo sistema será elaborada com base nas informações que o sistema dispõe em seu banco de dados. A partir da quantidade de quilômetros rodados em determinado período é possível que o sistema faça uma previsão de quantos quilômetros roda-se diariamente com determinado veículo, e, então o sistema poderá apresentar um relatório demonstrando quando será a época da próxima revisão do mesmo. 46 E, por fim, poderá ser implantado este critério, ou algo semelhante, para todos os veículos e equipamentos da empresa. 47 5 RESULTADO Analisando a maneira com é realizado o controle de manutenção na empresa SINASC – Sinalização e Conservação de Rodovias Ltda, verificou-se a necessidade da implantação de um sistema de controle de manutenção informatizado, o que tornaria o controle de manutenção mais eficaz. No sistema atual, apenas a quilometragem rodada, a quantidade de combustíveis consumida, o valor gasto em dinheiro com combustíveis é que são efetivamente acompanhadas e controladas. Calculando-se, também, as médias de consumo de combustível/por km rodado, usando apenas uma planilha Excel. Portanto, deixar-se de controlar o cadastro dos veículos, caminhões e equipamentos, previsão de manutenções futuras, gastos efetivados em manutenções corretivas ou preventivas, histórico dos gastos efetuados de manutenções ou revisões efetuadas no veículo, caminhão ou equipamento, isto para citar apenas alguns tipos de informações que podem ser de grande valia para a gerência e a diretoria numa tomada de decisão. Desta forma, e para suprir esta lacuna no modelo de gestão da empresa foi sugerido um sistema informatizado de controle de manutenção, do tipo SIG, muito mais eficaz e que traga informações completas e confiáveis ao gerente da área, assim como, auxilie a diretoria na tomada de decisão naquilo que envolve o setor. 5.1 Considerações Finais Finalmente, destaca-se que a revisão bibliográfica efetuada e utilizada para dar embasamento na elaboração deste trabalho caracterizando a grande importância de um sistema informatizado de controle de manutenção. Ficou evidente que as companhias modernas, atualizadas que pretendem ter um diferencial frente aos seus concorrentes precisam estar atentas ao controle da manutenção de seus veículos, caminhões e equipamentos. A empresa SINASC, que atua em um mercado competitivo e altamente politizado, necessita estar com os seus equipamentos em ordem, ou seja, com revisões e manutenções sempre em dia, evitando dessa maneira que, por quebra ou parada para manutenção, deixe de atender bem seus clientes. Necessita possuir um bom controle de manutenção, com isso 48 poderá aumentar a confiança em seus veículos e equipamentos e maximizar sua produtividade. Após estudar o sistema atual da empresa e realizar coleta dos dados por meio de entrevistas com diretores e funcionários da empresa, percebem-se as necessidades do sistema de controle de informações informatizado, foram, também, definidos os relatórios que se deseja e as consultas que o sistema poderá disponibilizar para a tomada de decisão. Durante a coleta de dados verificou-se que a empresa possui certas dificuldades no sentido de estabelecer procedimentos que sejam efetivamente cumpridos. Portanto, estabeleceu-se que não seria tabulado nem mensurado nenhum tipo de dado extraído das entrevistas ou de outra forma de coleta utilizada. Como recomendações deixa-se: a implantação do sistema informatizado e o treinamento para os funcionários, a fim que eles consigam atingir a plena implantação do sistema e de diminuir as resistências às mudanças que virão com a implantação do mesmo e dos novos procedimentos de trabalho que deverão ser implantados paulatinamente junto com o sistema. 49 6 REFERÊNCIAS CASSARRO, Antonio Carlos. Sistemas de informações para tomada de decisões, 3 ed, São Paulo, Pioneira, 1999. GIL, Antonio Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social, 4 ed. São Paulo: Atlas, 1995. LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane Price. Sistemas de informação, 4 ed. Rio de Janeiro, Livros técnicos e científicos, 1999. 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