Sensoriamento remoto e Geoprocessamento Geoprocessamento e Sistema de Informação Geográfica Prof.° Francisco Chagas L. Gomes Geoprocessamento? Geoprocessamento é o conjunto de tecnologias de coleta, tratamento, manipulação e apresentação de informações espaciais voltado para um determinado objetivo (Rodrigues, 1990). Geoprocessamento pode ser entendido como sendo a utilização de técnicas matemáticas e computacionais, para tratar dados obtidos de objetos ou fenômenos geográficos.(Moreira,2003) 2 COLETA Conjunto de técnicas relacionadas ao tratamento da Informação espacial •Cartografia •Sensoriamento Remoto •Topografia •GPS •Dados Alfanuméricos ARMAZENAMENTO •Banco de Dados TRATAMENTO E ANÁLISE •Modelagem de Dados •Geoestatística •Análise de Redes 3 Geoprocessamento - Histórico Em Londres, 1854 – grave epidemia de cólera, doença sobre a qual na época não se conhecia a forma de contaminação. Numa situação aonde já haviam ocorrido mais de 500 mortes, o doutor John Snow teve um “estalo”: colocar no mapa da cidade a localização dos doentes de cólera e do poços de água. 4 Geoprocessamento - Histórico 5 Geoprocessamento - Histórico Com a espacialização dos dados, o doutor Snow percebeu que a maioria dos casos estava concentrada em torno do poço da “Broad Street” e ordenou a sua lacração, o que contribuiu em muito para conter a epidemia. Este caso forneceu evidência empírica para a hipótese (depois comprovada) de que o cólera é transmitido por ingestão de água contaminada. 6 Geoprocessamento - Histórico Anos 50: Ocorreu a primeira tentativa de automatizar parte do processamento de dados espaciais. Inglaterra e nos Estados Unidos, com objetivo de reduzir custos com produção e manutenção de mapas. A precariedade da informática na época impossibilitou que estes sistemas fossem considerados sistemas de informação. 7 Geoprocessamento - Histórico Anos 60: Surgiram os primeiros Sistemas de Informação Geográfica no Canadá. Faziam parte de um programa governamental para criar inventário de recursos naturais. Grande dificuldade de utilização: Falta de monitores gráficos com alta resolução, Computadores caros, 8 Geoprocessamento - Histórico Anos 60: Falta de mão-de-obra especializada, Falta de softwares comerciais, Pouca capacidade de armazenamento, Baixa velocidade de processamento e, Falta de dinheiro. 9 Geoprocessamento - Histórico Anos 70: Desenvolvimento de software comerciais. Criação da expressão Geographic Information System (Sistema de Informação Geográfica) Primeiros programas comerciais de CAD (projeto assistido por computador), base para os primeiros sistemas de cartografia automatizada. 10 Geoprocessamento - Histórico Anos 70: Desenvolvimento de alguns fundamentos matemáticos voltados para a cartografia. Devido aos custos e ao fato desses sistemas ainda utilizarem exclusivamente apenas computadores de grande porte, somente grandes organizações tinham acesso à tecnologia. 11 Geoprocessamento - Histórico Anos 80: Representa o momento quando a tecnologia de sistemas de informação geográfica inicia um período de acelerado crescimento que dura até os dias de hoje. Até então limitados pelo alto custo do hardware e pela pouca quantidade de pesquisa específica sobre o tema. 12 Geoprocessamento - Histórico Anos 80: Os SIG se beneficiaram grandemente da massificação causada pelos avanços da microinformática e do estabelecimento de centros de estudos sobre o assunto. 13 Geoprocessamento - Brasil A introdução do geoprocessamento no Brasil inicia-se a partir do esforço de divulgação e formação de pessoal feito pelo prof. Jorge Xavier da Silva (UFRJ), no início dos anos 80. Com vinda de Roger Tomlinson ao Brasil, em 1982, responsável pela criação do primeiro SIG (Canadian Geographical Information System), incentivou o aparecimento de vários grupos interessados em desenvolver tecnologia. 14 Geoprocessamento - Brasil Grupos envolvidos no desenvolvimento do Geoprocessamento no Brasil: UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). MaxiDATA ( empresa de aerolevantamento – meados de 80). CPqD/TELEBRAS (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da TELEBRÁS - 1990). INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial - 1984) 15 Geoprocessamento Pode-se considerar o geoprocessamento como uma área de conhecimento que envolve disciplinas como: Cartografia, Computação, Geografia e Estatística. As técnicas de geoprocessamento mais utilizadas são: Sensoriamento remoto, Cartografia digital, Estatística espacial, Sistemas de Informações Geográficas. 16 Sistema de Informação Geográfica SIG - São sistemas de computador usados para capturar, armazenar, gerenciar, analisar e apresentar informações geográficas. A utilização de SIG possibilita realizar análises espaciais complexas, integração de dados de diversas fontes, manipulação de grande volume de dados e recuperação rápida de informações armazenadas. 17 Sistema de Informação Geográfica Existem três maneiras de utilizar um SIG: Como ferramenta para produção de mapas - geração e visualização de dados espaciais; Como suporte para análise espacial de fenômenos - Combinação de informações espaciais; Como um banco de dados geográficos com funções de armazenamento e recuperação de informação espacial. 18 SIG – Produção de Mapas Caminhos da difusão do cólera no estado do Amazonas de 1992 a 1995 19 SIG – Análise Espacial 20 SIG – Banco de dados 21 Componentes de um SIG Hardware - Componentes físicos do sistema: CPU e periféricos de entrada e saída das informações (mesa digitalizadora, scanner, plotter, teclado, etc). Software - Programas (ambientes computacionais) envolvendo dados geo-referenciados. Ex: ArcInfo, ArcView, SPRING, IDRISI, MapInfo. Peopleware – dividido em dois grupos: analistas e programadores; e usuários finais. Base de Dados - Arquivos onde os dados são armazenados e inter-relacionados. 22 Estrutura de um SIG 23 Estrutura de um SIG Aquisição de dados: captura, importação, validação e edição são procedimentos que envolvem as etapas necessárias à alimentação do sistema. Gerenciamento de banco de dados: envolvem o armazenamento dos dados de forma estruturada, de modo a possibilitar e facilitar a realização de análises. A forma como os dados são estruturados é crucial para o sistema, pois dela dependem os tipos de análises que poderão ser realizados. entre outros. 24 Estrutura de um SIG Visualização e apresentação cartográfica: um SIG necessita ter agilidade para utilizar as diversas camadas de dados e exibir este resultado através de mapas de síntese com boa qualidade gráfica. Consulta e análise: uma função que pode ser considerada como a principal de um SIG é a de análise, pois possibilita operações de extração e geração de novas informações sobre o espaço geográfico, a partir de critérios especificados pelo próprio usuário. 25 SIG – Tipos de Dados Existem dois principais tipos de dados num SIG: Cartográficos consistem em informação de mapas armazenadas numa forma digital. São as características geográficas descritas num mapa (pontos, linhas e polígonos). Dados não gráficos consistem em informações descritivas sobre características dos dados cartográficos armazenadas numa base de dados (nome do proprietário de um terreno, uso do terreno, área). 26 SIG – Tipos de dados cartográficos Existem três representações de dados cartográficos: Pontos: Um ponto representa uma característica para a qual somente se necessita uma localidade geográfica (tal como latitude-longitude). Exemplos: lugares de ninhos, de poços, acidentes de tráfego, postes, postos de saúde e etc. Linhas: Uma linha é formada por uma série de pontos conectados. É unidimensional, possuindo comprimento mas não largura. Exemplos: riachos, estradas, rastos de animais e etc. 27 SIG – Tipos de dados cartográficos Existem três cartográfico: representações de dados Polígonos: Um polígono é uma área cercada por linhas. É bidimensional; a área compreendida num polígono possui comprimento e largura. Exemplos: áreas com tipo de solo comum, regiões para venda de madeira, pantanais, áreas de proteção ambiental e etc. 28 29 30 SIG – Tipos de dados não gráficos Dados não gráficos 31 SIG – Tipos de dados não gráficos Tem as propriedades de qualquer banco de dados tabular, com variáveis dispostas nas colunas (cujos nomes funcionam como chave de identificação do conteúdo das células) e registros de dados dispostos nas linhas. Cada arquivo cartográfico no SIG possui um banco de dados (conjunto de dados não gráficos) relacionado a cada objeto geográfico, sendo que sua ligação é invisível para o usuário, mas extremamente importante para as análises a serem feitas. 32 SIG – Tipos de dados não gráficos As variáveis (atributos) podem ser classificadas em: Alfanuméricas (onde o conteúdo pode ser digitado em forma de números e caracteres); Numéricas (quando são restritas ao formato de números) e; Datas. Esta classificação é de fundamental importância para as análises em SIG, e o analista precisa ter em mente a composição dos dados para o melhor aproveitamento. Uma variável, normalmente a de identificação (ID), deve ser especificada como geocódigo, servindo para a ligação com o arquivo dos objetos geográficos. 33 SIG – Integração de dados A integração entre dados cartográficos e dados não gráficos em ambiente SIG, se dá através de um código de ligação, chamado de geocódigo. Esse código proporciona uma organização interna para que todos os dados sejam acessados de forma fácil e ágil. Este mecanismo de organização permite a análise dos dados através de diversas metodologias, como operações que envolvem apenas o espaço – proximidade e tamanho, e as relacionadas à modelagem estatística do espaço com seus dados. 34 SIG - Formas de Aquisição de Dados A aquisição de dados digitais para a construção de um SIG pode ser efetuada através de diversas metodologias, como: Digitalização de dados, digitalizadora ou scanner; através de mesa Sensoriamento remoto utilizando imagens de satélite ou aerolevantamentos; Levantamento de campo utilizando técnicas de topografia ou aparelhos receptores de Sistemas de Posicionamento Global (GPS). 35 SIG - Aplicações Áreas de maior aplicação de SIG Saúde Pública; Administração Municipal, Estadual e Federal; Concessionárias de Água, Energia e Telefonia; Meio Ambiente, Área Florestal e Agrícola; Planejamento de Vendas; Roteamento de Veículos; Qualquer setor que trabalhe com informações que possam ser relacionadas a pontos específicos do território pode, em princípio, valer-se de ferramentas de geoprocessamento. 36 SIG - Aplicações Ordenamento e gestão do território: Constituição de uma base cartográfica geoprocessada que servirá às demais aplicações setoriais, que reproduza a configuração do território do município, identificando logradouros, lotes e glebas, edificações, redes de infra-estrutura, propriedades rurais, estradas e acidentes geográficos. A base assim constituída é útil para as atividades de planejamento urbano e ordenação do uso do solo, inclusive para processos de revisão da legislação. 37 SIG - Aplicações Localização de serviços públicos: equipamentos e A partir de uma base cartográfica que inclua informações sócio-econômicas e sobre equipamentos públicos é possível identificar áreas com maior nível de carência e os melhores locais para instalação de equipamentos e serviços públicos. Estas decisões podem ser tomadas com base em critérios de necessidade e de acessibilidade aos locais. 38 SIG - Aplicações Identificação públicas: de público-alvo de políticas À medida que se possua uma base de dados que incorpore dados sócio-econômicos, é possível utilizá-la para desenhar políticas públicas. dispondo-se, por exemplo, de informações sobre crianças residentes no município e a incidência de doenças, é possível desenhar ações de saúde específicas para micro-regiões da cidade. Ou, cruzando-se os dados sobre renda das famílias e desempenho escolar, pode-se identificar o público-alvo para programas de renda mínima ou bolsa escola. 39 SIG - Aplicações Identificação de políticas públicas: público-alvo de Identificando-se as áreas da cidade com maior concentração de idosos pode-se definir áreas prioritárias para programas de atendimento domiciliar à saúde ou áreas com carências especiais de saúde que possam ser atendidas por programas de médico de família. 40 SIG - Aplicações Gestão ambiental: O geoprocessamento é útil para monitorar áreas com maior necessidade de proteção ambiental, acompanhar a evolução da poluição da água e do ar, níveis de erosão do solo, disposição irregular de resíduos e para o gerenciamento dos serviços de limpeza pública (acompanhando por área da cidade o volume de resíduos coletado e para análise de roteiros de coleta). 41 SIG - Aplicações Gerenciamento transportes: do sistema de A base cartográfica é indispensável para a gestão do sistema de transportes do município. Sua informatização através de recursos de geoprocessamento pode ampliar a qualidade e a velocidade das decisões tomadas. É possível, por exemplo, realizar estudos de demanda do transporte coletivo ou de carregamento de vias, identificar pontos críticos de acidentes e vias com mais necessidade de manutenção. 42 SIG - Aplicações Mapas temáticos 43 SIG - Aplicações Mapas cadastrais 44 SIG - Aplicações Mapas de redes 45 SIG - Aplicações Mapas numéricos 46 Mapa quantitativo - Taxa de ocorrência de óbitos por acidente de trânsito nos bairros do Rio de Janeiro. 47 SIG - Limitações Custos Hardware Software Peopleware Mão-de-Obra qualificada – desde o operador técnico do sistema até a equipe multidisciplinar que utilizará dos recursos oferecidos para o planejamento e a gestão do espaço urbano. 48 SIG - Softwares Processamento Digital de Imagens: ENVI IDRISI ERDAS SPRING Sistema de Informações Geográficas: ARCGIS ARCVIEW ARCINFO SPRING; TERRA VIEW 49 SIG - Softwares ArcInfo e ArcView Foram desenvolvidos nas décadas de 80 e 90 respectivamente, pela ESRI (Environmental Systems Research Institute). Atualmente, são os SIG’s mais utilizados em funções de Geoprocessamento, envolvendo análises ambientais, urbanas e sociais; O sistema ArcInfo é utilizado, principalmente, na elaboração de dados geográficos de origem primária e secundária, etapas onde se exige maior gama de recursos (entrada de dados, conversão, integração/cruzamento e análise das informações). 50 SIG - Softwares ArcInfo e ArcView Foram desenvolvidos nas décadas de 80 e 90 respectivamente, pela ESRI (Environmental Systems Research Institute). Atualmente, são os SIG’s mais utilizados em funções de Geoprocessamento, envolvendo análises ambientais, urbanas e sociais; O sistema ArcInfo é utilizado, principalmente, na elaboração de dados geográficos de origem primária e secundária, etapas onde se exige maior gama de recursos (entrada de dados, conversão, integração/cruzamento e análise das informações). O ArcView é mais utilizado para elaboração Layouts para impressão, também executa funções de geoprocessamento, com algumas limitações; 51