Indicadores hospitalares - usos e abusos Denise Schout Indicadores Definição: dados coletados rotineiramente , padronizados e que permitem a comparação dentro e/ou fora do serviço. Devem fornecer informações a respeito das características do problema escolhido para ser monitorado. Padrão no numerador e denominador como definir padrões Leitos Cálculos automáticos - fórmulas incorretas Rotina de coleta - revisão sistemática Indicadores de desempenho hospitalar Média de permanência (número de pacientes-dia/ número de saídas) Taxa de ocupação (número de pacientes-dia/ número de leitos-dia) Índice de rotatividade (número de saídas/número de leitos) Taxa de mortalidade institucional (número de óbitos/número de saídas) Indicadores Infecção hospitalar Taxa de infecção hospitalar (%) : número de infecções hospitalares número de saídas Taxa de doentes com infecção hospitalar (%) : número de pacientes com infecção hospitalar número de saídas Taxa de infecção por proced. de risco (%0): nº de pac. submetidos ao proced. com infecção nº de pacientes submetidos ao procedimento Taxa de Densidade de infecção hospitalar (%0): número de infecções hospitalares número de pacientes-dia Indicadores hospitalares HC-FMUSP História dos indicadores no HC Até 1996 - manual Agosto 1997 - 1º relatório Discussão com as clínicas Repercussões Construção de um novo modelo Implantação em 1998 Relatórios mensais enviados pelo DAME para as chefias de Clínica 2000 - Taxa substituída por densidade de infecção hospitalar Indicadores hospitais privados Problemas nos Censos diários Muitos indicadores x alguns consistentes Disseminação das informações Uso inadequado Comparação interna e externa Indicadores ambulatoriais Para cada clínica: % Faltas / Consultas agendadas % Consultas novas/ realizadas Consultas de amb. Breve % faltas consultas realizadas Amb. Breve Consultas de procedimentos Exames laboratoriais Exames radiológicos Cirurgia 98/99 Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Média Média de permanência 5,2 4,2 3,7 3,9 4,8 4,6 4,5 4,4 4,7 5,5 4,9 4,7 4,6 % ocupação 81,7 74,7 75,2 59,4 58,7 58,8 67,1 59,0 70,0 70,2 71,3 72,3 68,2 Saídas do mês 94 109 122 95 76 71 93 80 93 77 91 95 91 Taxa de infecção hospitalar 2,1 5,5 3,3 4,2 1,3 7 4,3 3,8 0 9,1 7,7 4,2 4,4 Índice de rotatividade 4,7 5,5 6,1 4,8 3,8 3,6 4,7 4 4,7 3,9 4,6 4,8 4,6 Total de consultas realizadas 812 650 730 682 661 645 928 719 666 997 988 1093 798 %faltas/agendadas 22 21 20 17 18 20 20 22 24 15 15 15 19 %novas/realizadas 24 25 19 23 25 23 25 20 24 29 24 26 24 Consultas Am. Breve 82 88 86 93 88 68 97 85 91 91 93 93 88 %Solic. atendidas (amb. breve) 15 20 18 15 12 11 14 20 14 16 14 15 15 Fat. SUS+Conv (em milhares) 80,1 49,1 83,2 88,4 57 65,7 80,5 77,4 64,5 76,4 113,9 82,1 76,5 Média de perm anência na enferm aria Porcentagem de ocupação dos leitos 6 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 5 2 1 Se t O ut No v De z Ja n Fe v M ar A br M ai Ju n Ju l go A Se t O ut No v De z Ja n Fe v M ar A br M ai Ju n 0 Taxa de infecção hospitalar Ju l go 3 A dias % ocupação 4 Faturam ento total (SUS+Convênios) 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 120 100 x1000 80 60 40 20 Porcentagem de faltas Ju l go A Se t O ut No v De z Ja n Fe v M ar A br M ai Ju n go Ju l A Porcentagem de consultas novas 30 15 10 5 A Ju l go 0 Ju l go 20 Se t O ut No v De z Ja n Fe v M ar A br M ai Ju n 35 30 25 20 15 10 5 0 25 A M ai Ju n Ja n Fe v M ar A br Se t O ut No v De z 0 Se t O ut No v De z Ja n Fe v M ar A br M ai Ju n Modelo Relatório mensal 98/99 Morbidade hospitalar - para que? Análise do perfil clínico e epidemiológico da demanda atendida Monitoramento de protocolos clínicos - avaliação de “intervenções” Avaliação do cuidado utilizando-se de protocolos clínicos Organização da informação para dar suporte a decisão gerencial Indicadores de desempenho e outros indicadores Indicadores x Morbidade Responder perguntas estratégicas internas e externas (ambiente) Prontuários Modelos x prática médica Valorização do registro preciso Dados clínicos x “conta”x controle de estoque Informatização hospitalar x qualidade das informações Prontuário eletrônico Monitoramento do cuidado prestado protocolos clínicos Registros - sistemas de informação Tabelas: CEP/municípios/Estados, escolaridade/ocupação, médicos e especialidades dos profissionais, diagnóstico e procedimento, medicamentos, materiais... Diagnóstico - tabela CID: diferença entre lógica classificação e lógica clínica Procedimento - qual a melhor tabela??? Atualização - incorporação tecnológica e $$$ Diferença entre especialidade médica e especialidade do procedimento Fonte de dados Dados de morbidade de base hospitalar Registros de doenças: registros de câncer, registros de transplantes, traumas, doenças cardio-vasculares.... Infecção Hospitalar DNC - Núcleos hospitalares de Vig. Epidemiológica Morbidade Hospitalar - HCFMUSP Distribuição dos diagnósticos (número e porcentagem) das saídas hospitalares segundo capítulo da CID (10ª revisão) - Instituto Central - HC-FMUSP - 1996 a 1998. Capítulo da CID 1996 % 1997 % 1998 % Neoplasias 3945 11,3 3902 11,7 4698 12,7 D. Ap.Digestivo 3679 10,5 3638 10,9 4320 11,7 Gravidez, Parto e Puerpério D. Ap. Geniturinário D. Ap. Circulatório Lesões, Envenenamentos D. Ap. Respiratório Perinatal D. Olho Moléstias Infecciosas Malformaçôes Congênitas D. Endócrinas D. Sistema Nervoso D. Osteomuscular Sintomas e Sinais D. Pele F. que Influenciam D. Ouvido D. Sangue T. Mentais Total de Saídas 2887 2419 2701 8,3 6,9 7,7 3216 2595 2418 9,6 7,8 7,2 4044 2884 2655 10,9 7,8 7,2 3614 2161 9 2201 1644 10,3 6,2 0,0 6,3 4,7 2991 2094 899 2096 1448 8,9 6,3 2,7 6,3 4,3 2639 2251 2129 2089 1525 7,1 6,1 5,8 5,7 4,1 1043 3,0 1119 3,3 1201 3,3 974 2,8 829 2,5 1053 2,9 729 2,1 814 2,4 939 2,5 793 2,3 697 2,1 898 2,4 1170 3,3 1109 3,3 871 2,4 695 2,0 726 2,2 867 2,3 3267 9,3 1772 5,3 745 2,0 575 1,6 533 1,6 532 1,4 313 0,9 361 1,1 392 1,1 170 0,5 179 0,5 213 0,6 34989 100,0 33436 100,0 36945 100,0 Internações Hospitalares HCFMUSP Distribuição dos prncipais diagnósticos das saídas hospitalares, segundo capítulo da CID (10ª Revisão) - Instituto Central HCFMUSP - 1998 Moléstias Infecciosas D. Olho Perinatal D. Ap. Respiratório Lesões, Envenenamentos D. Ap. Circulatório D. Ap. Geniturinário Gravidez, Parto e Puerpério D. Ap.Digestivo Neoplasias 5000 4500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 Internações Cap. Neoplasias - HCFMUSP Distribuição dos casos registrados segundo sexo e agrupamento da Classificação Internacional de Doenças (CID) - 10ª revisão - Registro Hospitalar de Câncer(RHC) 1998 - HC-FMUSP SEXO Grupo CID F M Neo Mal. Órgãos digestivos 342 496 Neo Mal.Tecido linfático, hematopoiético e de tecidos correlatos 200 238 Neo Mal. Ap.Respiratório e órgãos intratorácicos 65 224 Melanoma e outras Neo Mal. Pele 114 147 Neo Mal.de localizações mal definidas, secundárias e as não especificadas 100 110 Neo Mal. Olhos, Encéfalo e de outras partes do81 SNC 112 Neo Mal. Lábio, Cavidade Oral e Faringe 27 92 Neo Mal. Órgãos Genitais Femininos 160 Neo Mal. Órgãos Genitais Masculinos 160 Neo Mal. Mama 129 2 Neo Mal. Trato Urinário 24 66 Neo Mal. Tireóide e de outras glândulas endócrinas 63 17 Neo Mal. Tecido mesotelial e tecidos moles 26 13 Neo Mal. Ossos e cartilagens articulares 11 10 Total neo Maligno 1342 1687 Neo in situ 22 3 Neo benigna 693 207 Neo de comportamento incerto 366 378 Total Global 2423 2275 Total Global N % 838 17,8 438 289 261 9,3 6,2 5,6 210 193 119 160 160 131 90 80 39 21 3029 25 900 744 4698 4,5 4,1 2,5 3,4 3,4 2,8 1,9 1,7 0,8 0,4 64,5 0,5 19,2 15,8 100,0 Interpretação dos Indicadores Como comparar??? Ajustes por critérios que caracterizem melhor a demanda dos serviços: case-mix, critérios de severidade, outros fatores de risco de acordo com o tipo de assistência oferecida Avaliação de qualidade de acordo com a complexidade do hospital Indicadores específicos??? Vantagens e desvantagens Indicadores clínicos - panacéia Indicadores Dificuldades Perspectivas Tendências atuais Morbidade hospitalar - como? Bases de dados geradas a partir dos sistemas de informação de pacientes dos hospitais Dados necessários: RG, data nasc., sexo, end., município, estado, data int., data alta, diag. Prov., diag. principal, diag. sec., nome médico, especialidade, procedimento principal, convênio, tipo de alta, unidade de internação e origem do paciente. Inicialmente levantamento dos boletins de alta hospitalar (106/CAH), em meio magnético, encaminhados para Sec. Saúde Morbidade hospitalar - como? Cada banco de dados é processado incluindo faixa etária, núcleos de saúde, capítulos da 10ª revisão e os diagnósticos são agregados segundo três caracteres, procedimentos agrupados segundo tabelas de procedimentos e intervalos de tempo de permanência Inconsistências corrigidas: perinatais e congênitas fora da faixa, gravidez em sexo masculino, fimose em meninas, etc....data de nascimento e data de internação, entre outras. Relatórios de consistência Perguntas estratégicas Onde devo desenvolver protocolos e/ou pacotes? Aumentou a complexidade das cirurgias no hospital? Quais os procedimentos em que ganham melhor o médico e o hospital? Investir em trauma é rentável? Qual o perfil dos pacientes que internam do convênio A, B e C? Como uso essa informação para negociar? Quais são os médicos nos quais preciso investir para ter impacto na padronização dos procedimentos do aparelho digestivo? Quais foram as mudanças ocorridas com a introdução dos novos equipamentos? Análise Morbidade Análise de morbidade Relatórios sobre o perfil clíncio-epidemiológico da demanda atendida Melhora do registro de diagnósticos aprimoramento da codificação dos diagnósticos Diagnóstico principal (3 dígitos) / sexo e faixa etária / procedimento por faixa etária... Distribuição do número de tipos de diagnósticos e os não especificados – 1997 a 2000 Tipos de diagnósticos 1800 1600 1400 1200 Nº de tipos de diag. Nº de diag. não especificados 1000 800 600 400 200 0 1997 1998 1999 2000 Anos Mudanças Gerais Na maior parte dos hospitais crescimento do volume de internações Neoplasias - principal motivo de internação nos diversos serviços - tendência de crescimento em todos Diminuição do tempo de permanência significativo