UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA CONAC Congresso nacional de feijão caupi VI Reunião nacional de feijão caupi TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE SEMENTES Prof. SEBASTIÃO MEDEIROS FILHO, D.Sc. TERESINA MAIO-2006 LEI Nº 10.771, DE 5 DE AGOSTO DE 2003 SISTEMA NACIONAL DE SEMENTES E MUDAS 1.Registro Nacional de Sementes e Mudas- RENASEM 2. Registro Nacional de Cultivares- RNC 3. Produção de Sementes 4. Certificação de Sementes 5. Análise de Sementes 6. Comercialização de Sementes 7. Fiscalização da produção, do beneficiamento, da amostragem, da análise, da certificação, da reembalagem, do armazenamento, do transporte e da comercialização de sementes 8. Utilização de Sementes CONCEITOS SEMENTE: material de reprodução vegetal de qualquer gênero, espécie ou cultivar, proveniente de reprodução sexuada ou assexuada, que tenha finalidade específica de semeadura. CULTIVAR: variedade de qualquer gênero ou espécie vegetal superior que seja claramente distinguível de outras cultivares conhecidas, por margem mínima de descritores, por sua denominação própria, que seja homogênea e estável quanto aos descritores através de gerações sucessivas. CONCEITOS CULTIVAR LOCAL: variedade desenvolvida, adaptada ou produzida por agricultores familiares, assentados ou indígenas, com características fenotípicas bem determinadas e reconhecidas pela respectiva comunidade, que não se caracterizem como substancialmente semelhantes às cultivares comerciais. AMOSTRADOR: pessoa física credenciada pelo Mapa para execução da amostragem. COMERCIANTE: pessoa física ou jurídica que exerce o comércio de sementes. CONCEITOS DETENTOR DE SEMENTES: pessoa física ou jurídica que estiver na posse da semente. MANTENEDOR: pessoa física ou jurídica que se responsabiliza por tornar disponível um estoque mínimo de propagação de uma cultivar inscrita no RNC, conservando suas características de identidade genética e pureza varietal. • INTRODUTOR: pessoa física ou jurídica que introduz pela primeira vez, no país, uma cultivar desenvolvida em outro país. CONCEITOS PRODUTOR DE SEMENTES: pessoa física ou jurídica que, assistida por Responsável Técnico, produz semente destinada à comercialização. USUÁRIO DE SEMENTES: aquele sementes com objetivo de semeadura. que utiliza CONCEITOS RESPONSÁVEL TÉCNICO: Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Florestal, registrado no respectivo CREA, a quem compete a responsabilidade técnica pela produção, beneficiamento, reembalagem ou análise de sementes em todas as suas fases, na sua respectiva área de habilitação profissional. TERMO DE CONFORMIDADE: documento emitido pelo Responsável Técnico, com objetivo de atestar que a semente foi produzida de acordo com as normas e padrões estabelecidos pelo Mapa. CONCEITOS FISCALIZAÇÃO: exercício do poder de policia, visando coibir atos em desacordo com os dispositivos desta lei e de sua regulamentação, realizado por fiscal federal agropecuário do Mapa ou por funcionários da administração estadual, municipal ou Distrito Federal, capacitados para o exercício da fiscalização e habilitados pelos respectivos conselhos de fiscalização do exercício profissional. IDENTIDADE GENÉTICA: conjunto de caracteres genotípicos e fenotípicos da cultivar que se diferencia de outras. CONCEITOS SEMENTE PARA USO PRÓPRIO: quantidade de material de reprodução vegetal guardada pelo agricultor, a cada safra, para semeadura exclusivamente na safra seguinte e em sua propriedade ou outra cuja posse detenha; VALOR DO CULTIVO E USO- VCU: valor intrínseco de combinação das características agronômicas da cultivar com as suas propriedades de uso em atividades agrícolas, industriais, comerciantes ou consumo in natura. CONCEITOS • LOTE: quantidade definida de sementes, identificada por letra, número ou combinação dos dois, da qual cada porção é, dentro de tolerâncias permitidas, homogênea e uniforme para as informações contidas na identificação. • CLASSE: Grupo de identificação da sementes de acordo com o processo de produção CLASSES DE SEMENTES (Brasil) Genética Básica Certificada Semente 1º Geração 2º Geração S1 S2 Pureza genética decrescente Quantidade produzida aumenta CONTROLE DE QUALIDADE Genético Produtividade Adaptabilidade Precocidade Físico Qualidade de sementes Fisiológico Formato Umidade Pureza Sanitário Germinação Vigor Longevidade Patógenos Insetos TECNICAS PARA PRODUÇÃO DE SEMENTES FASE DE CAMPO ESCOLHA DA REGIÃO ESCOLHA DA ÁREA ISOLAMENTO ESCOLHA DA CULTIVAR ESCOLHA DA SEMENTE PREPARO DA ÁREA SEMEADURA ROGUING COLHEITA FASE DE PÓS-COLHEITA DEBULHA SECAGEM DA SEMENTE BENEFICIAMENTO EMBALAGEM ARMAZENAMENTO ESCOLHA DA REGIÃO Condições climáticas Fotoperíodo Crescimento vegetativo precipitação Floração umidade relativa do ar Produção de sementes CUIDADO: COM A DEFICIÊNCIA OU EXCESSO DE PRECIPITAÇÃO DANOS À QUALIDADE DA SEMENTE ESCOLHA DA ÁREA HISTÓRICO DA ÁREA: a gleba não deve ter sido cultivada, pelo menos nas duas últimas safras, com outra cultivar de feijão caupi que não seja a pretendida. FINALIDADE EVITAR POSSÍVEL CONTAMINAÇÃO GENÉTICA ESCOLHA DA ÁREA PLANTAS INVASORAS: produtoras de sementes de difícil separação no momento do beneficiamento. SOLO: alta fertilidade natural, facilidade de drenagem e topografia plana. ÁGUA: déficit hídrico em algumas fases da cultura acarretam danos irreversíveis às sementes. SANIDADE: evitar áreas infestadas por insetos e microrganismos, que ocasionam perdas em quantidade e qualidade. ISOLAMENTO 1. No espaço, 5 m de distância; 2. no tempo, 30 dias de intervalo de semeadura para outra cultivar; 3. medidas complementares, barreiras com fileiras de milho ou sorgo e/ou excluindo seis a dez fileiras da bordadura. ESCOLHA DA CULTIVAR 1. Preferência, dos consumidores, pela cultivar; 2. Registrada no Registro Nacional de MAPA; 3. Reconhecida pela Comissão Estadual de Sementes e Mudas (CSM) ESCOLHA DA SEMENTE ENTIDADES IDÔNEAS: CLASSES DE SEMENTES: Básica Certificada Semente 1º Geração 2º Geração S1 S2 Pureza genética decrescente SEMEADURA MONOCULTIVO: consórcio não é permitido para obtenção de sementes ÉPOCA: precipitação no ínicio da fase de maturidade e colheita acarretam a deterioração da semente. ESPAÇAMENTO: recomendado para cada cultivar considerando tipo de solo. MÁQUINAS: limpezas das máquinas para evitar misturas. ROUGUING: técnica trabalhosa, cuidadosa, onerosa. Planta doente Outras espécies Caminho a percorrer 100 m Caminho a percorrer Caminho a percorrer Planta atípica 100 m ROUGUING FASES DA CULTURA VEGETATIVA FLORAÇÃO PRÉ-COLHEITA Colheita mecânica Maxímo Maturidade fisiológica Colheita manual COLHEITA Germinação Peso seco Vigor UMIDADE 14 a 16 % de umidade Tempo 40 a 50 % de umidade DEBULHA 1 Batedura 2 Separar Manual Vagem Semente 1 Trilha 2 Ventilação e peneiras Mecânica SECAGEM (Temperatura + umidade relativa do ar) = Umidade da semente Alta umidade = Maior velocidade de respiração = Perda de vigor e no % germinação Baixo potencial de armazenamento Fungos PROCESSO DE SECAGEM TEGUMENTO Alta umidade . Temperatura baixas Baixa umidade Temperatura altas COTILÉDONE EIXO EMBRIONÁRIO SECAGEM Umidade % 16 Rápida Lenta 14 14 12 12 Tempo CUIDADO: SECAGEM RÁPIDA PODE PROVOCAR TRINCAMENTO DAS CASCAS E DANOS A SEMENTE SECAGEM NATURAL Ambiente sombreado Massa de ar 10 cm Massa de ar Massa de ar Massa de ar Massa de ar Massa de ar É necessário o revolvimento da camada de semente Duração: até a umidade de 12 % BENEFICIAMENTO OBJETIVO: realçar a qualidade da semente, obtida do início do processo de produção até a comercialização. Semente colhida Debulhada Descascada Seca Material inerte Sementes silvestres comuns Sementes silvestres nocivas Sementes de outras espécies Sementes deterioradas Sementes de outras cultivares Sementes danificadas Sementes fora do padrão Sementes para comercialização Limpas Classificadas Tratadas Embaladas Analisadas Figura 1- Ilustração dos materiais removidos durante o beneficiamento RECEPÇÃO PRÉ-LIMPEZA LIMPEZA SECAGEM CLASSIFICAÇÃO TRATAMENTO EMBALAGEM ARMAZENAMENTO TRANSPORTE Figura 2- Fluxograma básico das etapas do beneficiamento de sementes. MÁQUINA PRÉ-LIMPEZA MÁQUINA DE AR E PENEIRA MESA DE GRAVIDADE BALANÇA ENSACADORA Figura 3. Fluxograma para beneficiamento de sementes de feijão caupi (Vigna unguiculata (L) Walp). Figura 4. Fluxograma de uma máquina de pré-limpeza. máquina de pré-limpeza Figura 5. Fluxograma da máquina de ar e peneiras(MAPI). MAP Figura 6. Fluxograma da mesa de gravidade. mesa de gravidade EMBALAGEM Objetivos Resistências à ruptura Proteger as sementes de insetos Evita trocas de vapor da água com a atmosfera Formas de acondicionamento Recipiente de zinco Recipiente de plástico Polietileno trançado Papelão multifoliado ARMAZENAMENTO Período entre a colheita e o plantio; Necessidade de manter a qualidade fisiológica da semente; LEMBRETE: ARMAZENAMENTO NÃO QUALIDADE DA SEMENTE MELHORA A POTENCIAL DE ARMAZENAMENTO DAS SEMENTES Conhecimentos básicos sobre a formação e a fisiologia da semente RESPIRAÇÃO CONSUMO DE RESERVAS PERDA DO PODER GERMINATIVO E DO VIGOR FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE DA SEMENTE NO ARMAZENAMENTO Temperatura do ambiente e umidade relativa do ar Qualidade inicial da semente Condições climáticas Grau de maturidade no momento da colheita Grau de dano mecânico Secagem Fungos de armazenamento Insetos de armazenamentos TEMPERATURA DO AMBIENTE E A UMIDADE RELATIVA DO AR CONDIÇÃO IDEAL TEMPERATURA 10ºC UMIDADE RELATIVA DO AR 35% PROCESSOS BIOQUÍMICOS A UMIDADE DA SEMENTE CUIDADO: TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR NÃO RECOMENDADAS, PODEM ALTERAR A COR E O PODER GERMINATIVO DAS SEMENTES. QUALIDADE INICIAL DA SEMENTE Vigor do pais Adubação Irrigação Produtividade Qualidade fisiológica Maior período de armazenamento CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DURANTE MATURAÇÃO Excesso de chuva Déficit hídrico Aumenta deterioração Diminui potencia de armazenamento Sementes leves Diminui potencia de armazenamento Menor potencial Maturidade fisiológica Maxímo Menor potencial GRAU DE MATURIDADE NO MOMENTO DA COLHEITA Germinação Peso seco Vigor UMIDADE Tempo Maior potencial de armazenamento DANO MECÂNICO Imediato Latente Trincamento Rachaduras Amassamento Microrganismo BAIXO POTENCIAL DE ARMAZENAMENTO ALTURA: PODE PROMOVER DANO MECÂNICO FUNGOS DE ARMAZENAMENTO Aspergillus Penecillium Deterioração Aquecimento descoloração Rancificação Redução da taxa de germinação Toxinas danosa ao homem INSETO DE ARMAZENAMENTO Fig.6. Adulto de Callosobruchus maculatus (Fabricius) em grãos apresentando ovos e orifício de saída dos insetos. Fonte: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/FeijaoCaupi/prag_graos_arm.htm Alta temperatura Ataca Desenvolve Vagem Completa ciclo Proliferação Armazenamento MEDIDAS PREVENTIVAS E O TRATAMENTO Cultivares resistentes: Embalagem hermética: Diminui oxigênio Expurgo: Fosfina a base de uma pastilha para cada três sacos de 60 Kg período 72 horas. SEMENTE PATRIMONIO DOS POVOS A SERVIÇO DA HUMANIDADE MUITO OBRIGADO !!!