NEWSLETTER
URBACT
Março/Abril de 2013
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NEWSLETTER URBACT
COMO PODEM AS CIDADES APOIAR OS JOVENS ATRAVÉS DA INOVAÇÃO SOCIAL?
A ÁUSTRIA VAI DE BICICLETA PARA O EMPREGO: E VOCÊ?
RELATÓRIO ESPECIAL SOBRE A PEGADA DA INDÚSTRIA DO MOBILIÁRIO – DE SHOWROOMS
VAZIOS AO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
NOTÍCIAS:
O MELHOR
DA BLOGOSFERA
Como podem
as cidades
apoiar os
HTTP://WWW.BLOG.URBACT.EU/2013/03/AUSTRIA-BIKES-TO-WORK/#MORE-1898
jovens através da inovação social?
A ÁUSTRIA VAI DE BICICLETA PARA O EMPREGO: E VOCÊ?
As cidades estão
do projeto de trabalho” My Generation at
JÁ FALTA POUCO PARA OS ENCONTROS
DOS 15
NOVOS
PROJETOS
work”, abordam
esta
questão
no seu recente
cheias de DE LANÇAMENTO
oportunidades
URBACT, TOME NOTA DAS DATAS!
para os jovens.
No entanto, a
transição para a
vida adulta nem
sempre é um
processo suave
e a atual crise do
desemprego
juvenil
corre ode
juvenil corre o risco de aumentar
o número
risco
de aumentar
jovens dispensados nas nossas
cidades.
o número
de
Eddy Adams, gestor do polo temático
sobre
jovens
inclusão ativa do URBACT e Robert Arnkil,
dispensados
especialista principal do Programa
URBACT nas
nossas cidades
artigo "Como podem as cidades apoiar os
jovens com inovação social ? " publicado na
edição mais recente do URBACT Tribune.
Este artigo inspira-se no grupo de trabalho
"Apoiar os jovens através da inovação social” do
URBACT, dando destaque às formas como as
cidades respondem a este problema. Em
particular, ele explora o conceito de inovação
social e as possibilidades que pode oferecer em
relação ao incentivo na participação cívica dos
jovens.
O desafio da juventude na cidade coesa
3
Os autores explicam que o aumento das taxas de
desemprego juvenil por quase toda a Europa,
levantaram receios de uma "geração perdida".
utilizador, particularmente centrados nos residentes mais
vulneráveis.
Este artigo afirma que o termo aglutinador "Inovação
Social" é cada vez mais utilizado para descrever esta
Nos Estados-membros com economias mais estáveis, os
gama orgânica e eclética de desenvolvimento, embora as
níveis de desemprego juvenil está a aumentar em muitas
interpretações possam variar. A Comissão Europeia
cidades – duplicando para 6,7 % em Copenhaga e de
promove fortemente a inovação social como um
13% em Berlim. Em cidades do sul o problema é ainda
componente importante na recuperação da Europa. O
mais agudo, por exemplo, em Barcelona, onde 35% dos
planeamento, o desenvolvimento e a implementação de
jovens estão desempregados.
novos serviços, em resposta aos nossos maiores
Mas a crise dos jovens que as cidades enfrentam não é
desafios - o envelhecimento da população, a falta de
nova. Os dados mostram que, mesmo durante os anos de
empregos, a alienação da juventude – é amplamente
crescimento, uma minoria persistente de jovens estavam
considerada uma prioridade.
fora do mercado de trabalho e desligado da sociedade
dominante. Segundo Eddy Adams e Robert Arnkil, isto
A resposta da cidade
sugere problemas estruturais profundos relacionados com
De acordo com os autores do presente artigo, a inovação
as transições dos jovens para a vida adulta.
social envolve um processo de exploração e
desenvolvimento de cooperações. Não existe um único
Opções da cidade e o papel da inovação social
modelo que possa ser transferido entre cidades.
As atividades de trabalho de grupo do URBACT sugerem
O que podem fazer as cidades em resposta a esta
que existem características comuns entre as cidades
situação? Algumas delas continuam como antes, apenas
envolvidas em fazer avançar esta agenda de mudança,
com menos recursos, prosseguindo uma política de
incluindo:
gestão de retração. No entanto, um número crescente
sente necessidade de responder de forma mais
dramática. Em alguns casos, a mudança radical implica
uma abordagem do topo para a base. Por exemplo, no
bairro berlinense de Marzahn, o novo Presidente da
Câmara Municipal introduziu o compromisso de reduzir o
desemprego juvenil para 0% entre 2013 e 2016. Do outro
lado do espectro, a dinâmica atual constrói-se em redor
das cidades, em busca de novos modelos de cooperação
1.
Nova liderança cívica
2.
Mobilização de pessoas e recursos
3.
Construção de novas parcerias
Exemplos de cidades com novo trabalho de cooperação
tais como Copenhaga ou Roterdão estão detalhadas no
artigo.
com clientes, comunidades e uma gama mais vasta de
prestadores de serviço - muito em linha com o modelo do
programa URBACT, que sublinha a abordagem de
parceria.
Saiba mais:

Além disso, devido a reduzidos orçamentos públicos, os
líderes destes projetos contam com um empenho

How Can Cities support Young People Though
Social Innovation? – Artigo completo – PDF
URBACT 2012 Tribune – PDF
crescente em conceitos de serviço virados para o
Social innovation involves a process of exploration
and collaborative development
A Áustria vai de bicicleta para o emprego: E você?
4
.
O melhor da Blogosfera
http://www.blog.urbact.eu/2013/03/austria-bikes-towork/#more-1898
Ich Radel Zur Arbeit", ou em português "vou de bicicleta
para o emprego" foi a palavra-chave de uma bem sucedida
campanha liderada pela cidade de Weiz para aumentar o
uso de meios de transporte leve e, ao mesmo tempo, a
saúde da sua população.
Esta experiência é uma das que foram partilhadas no
decurso do Active Travel Network, um projeto URBACT
que reúne 9 cidades europeias em torno do objetivo de
enfrentar os problemas de tráfego e transporte em cidades
de média densidade populacional, promovendo o
transporte leve.
Em Weiz, entre 40 a 70% dos trabalhadores vivem num raio inferior a 5km do seu local de trabalho
Foi evidente em Weiz, na Áustria, que a deslocação
das pessoas para o trabalho era responsável por
congestionamentos diários no sistema de tráfego da
cidade. As autoridades perceberam que dependendo
das empresas cerca de 40 a 70 por cento dos
trabalhadores poderia usar bicicletas para ir para o
emprego, pois a maioria deles vivia num raio de 5 km
da sua empresa.
Isso significa que as bicicletas poderiam tornar-se os
principais meios de transporte para esses
trabalhadores!
"Bicicleta para o emprego" um princípio simples: todos os ciclistas são vencedores!
O princípio da “Bicicleta para o emprego” é simples mas eficaz. Trata-se
de uma competição com duração de dois meses, na qual os colegas
formam uma equipa (de dois colegas) e utilizam as bicicletas, tanto quanto
possível, no seu trajeto para o emprego. Eles utilizam um cartão-bicicleta
para reportar todas as viagens que efetuam de bicicleta. Assim, esta
iniciativa baseia-se no espírito de equipa e de competição! Após 2 meses,
todas as equipas que tenham utilizado a bicicleta para o emprego por
mais de metade dos seus dias de trabalho são recompensadas, após
participarem numa competição final. Os prémios são patrocinados pelas
empresas, que tenham aderido a esta iniciativa.
Ir de bicicleta para o emprego é uma atividade totalmente voluntária. A ação começou em Weiz em 2007!
A Áustria vai de bicicleta para o emprego: É equivalente a pedalar 32 vezes à volta do equador!
Em 2012, a atividade foi alargada sob o slogan
"Österreich zur radelt Arbeit! ". (A Áustria vai de
bicicleta para o emprego). Mais de 8.000 ciclistas
de 2.000 empresas e instituições têm abrangido
uma distância de cerca de 1,3 milhões de km, o
que significa que têm pedalado 32 vezes à volta do
equador! Esses ciclistas têm poupado cerca de
209 toneladas de dióxido de carbono e cerca de
606.000 euros no preço da gasolina. Pedalar
também produz efeitos benéficos na saúde dos
ciclistas, 8.000 ciclistas participantes nesta
iniciativa têm poupado às suas empresas cerca de
5
1 milhão de euros anuais em despesas devido a
colaboradores ausentes por doença
Se estiver interessado em mais sugestões, há imensas
na internet!
Como este exemplo comprova, ir de bicicleta para o
emprego produz imensos efeitos secundários
benéficos! Não acha que está na hora de dar uso à
sua bicicleta?
por Barbara Kulmer, Weiz
Encontramos algumas sugestões aqui: Tops tips for
cycling to work, 6 Tips for Commuting to Work by
Bike, 5 Tips for Commuter Dude etc…
Relatório especial sobre a pegada da indústria do mobiliário – de showrooms
vazios ao desenvolvimento económico
As cidades
europeias que,
no passado,
floresceram com
a indústria do
mobiliário veem
agora as suas
paisagens
urbanas
arruinadas pelos
enormes
e têm
vindo a fechar
showrooms
devido à crise económica. O novo projeto
URBACT Wood Footprint, com 10vazios
parceiros
pertencentes a 9 países, está a estudar a melhor
forma de reciclar estes edifícios, ajudando ao
relançamento económico das cidades. Uma vez
que acaba de ser aprovado para a sua fase de
implementação,, vamos descobrir como o projeto
está a lidar com esta problemática e qual é a
situação das suas cidades parceiras.
Com o boom económico do século passado os
consumidores estavam ansiosos por comprar
artigos para as suas casas e muitos fabricantes de
mobiliário por toda a Europa vendiam diretamente
ao público, abrindo enormes showrooms. Mas, os
edifícios eram apenas funcionais e muitas vezes
horríveis do ponto de vista estético. Quando as
vendas pararam devido à recessão económica e
consequente quebra no consumo e procura, estes
edifícios adquiriram um aspeto ainda pior: tristes
lembranças de uma prosperidade passada e
símbolos de decadência urbana.
A cidade está bastante consciente do problema:
Como capital do mobiliário de Portugal, 85% da sua
economia depende deste negócio. "Com a
desaceleração económica alguns destes grandes
edifícios ficaram meio vazios ou totalmente
desocupados, o que despoletou um enorme
problema com que nos deparamos agora, imensos
edifícios ao redor da cidade não passam de
edifícios fantasmas." Atualmente, em Paços de
Ferreira há mais de 100.000 m2 de showrooms
vazios.
Os imóveis desocupados criaram, por vezes,
desemprego, bairros degradados e criminalidade,
mas o município da cidade foi confrontado com o
problema de os edifícios serem propriedade
privada. Como poderiam os proprietários privados
ser incentivados a reciclar os seus edifícios e como
poderiam eles contribuir para promover o
desenvolvimento económico e novos postos de
trabalho?
Um projeto vertical com implicações mais vastas
Uma cidade de prédios fantasmas
"Estes eram enormes, pois o mobiliário necessita
de grandes espaços", explica Rui Coutinho, diretor
de comunicações do “Lead Partner” Paços de
Ferreira (Portugal).
Paços de Ferreira queria encontrar outros
municípios com problemas semelhantes com os
quais poderia trocar experiências e aprender. O ano
passado, durante a fase de desenvolvimento deste
projeto URBACT, descobriram outras 9 cidades
com forte ligação à indústria da madeira, todas elas
com seus problemas específicos e objetivos.
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O projeto Wood Footprint foi aprovado em 28 de
janeiro de 2013 para a sua fase de implementação.
Trata-se de um projeto vertical, em vez de
horizontal, abordando as questões que afetam
apenas as cidades relacionadas com este setor
específico. Mas tem implicações mais vastas na
regeneração urbana e reconversão económica.
Dado que a 13 de março as cidades parceiras iriam
efetuar o encontro de lançamento, com duração de
3 dias, em Paços de Ferreira, foi sendo
estabelecido uma rede de contactos e
aconselhamento.
As 10 cidades parceiras
Além de Paços de Ferreira há duas cidades na área
de Salento, em Puglia, ao sul da Itália: A pequena
Sternatia com apenas 3.000 habitantes, onde os
fabricantes de mobiliário ainda estão a investir em
espaços para showrooms de vendas diretas; e a
capital do distrito, Lecce, a qual dará uma melhor
representação global deste distrito ligado ao setor
da madeira. No projeto Sternatia agirá como uma
"cidade laboratório", testando as soluções
experimentadas noutras cidades e evitando, assim,
os erros dos outros.
Também no sul da Europa existem duas outras
cidades parceiras atingidas pela recessão: Larissa,
na Grécia, uma cidade com 200.000 habitantes,
onde muitos fabricantes de mobiliário têm
encerrado portas, despedindo trabalhadores, o que
exige à cidade que se diversifique; e também Yecla,
na região de Múrcia, em Espanha, onde se realiza
uma feira anual mundialmente famosa.
Na Estónia a cidade parceira é a sua segunda
maior cidade, Tartu, que no tempo da União
Soviética teve a maior fábrica estatal, onde era
produzido mobiliário para a URSS. Aqui, o problema
não se prende com a recessão mas com o destino
da fábrica, desde o colapso da União Soviética.
Agora o seu vasto edifício e a vizinhança
envolvente estão votados ao abandonado.
A cidade de Roesalare, na Bélgica, onde a
cervejaria Rodenbach utilizava barris de madeira,
deixou um legado de antigos edifícios para serem
reciclados. E na região de fronteira de Monaghan,
na Irlanda, existe um cluster de instalações fabris
relacionadas com a indústria do mobiliário.
No Reino Unido, existe o distrito de High Wycombe,
o qual é desde 2010 a sede da National School of
Furniture (Escola Nacional de Mobiliário). A cidade
está a tentar diversificar a partir da produção de
mobiliário específico, com o objetivo de impulsionar
o seu crescimento económico.
A última cidade parceira é Viborg, na Dinamarca, a
qual tem vivenciado um declínio nos últimos anos e
está a afastar-se da produção em direção ao setor
das tecnologias digitais e novos meios de
comunicação.
Os cinco temas e as suas cidades-líder
Cada cidade parceira será designada como "coach"
ou "aprendiz" sobre as diferentes questões, para
que saibam com quem se poderão aconselhar.

Parques industriais para empresários e
crescimento (High Wycombe)

Diversificação (Monaghan)

Edifícios abandonados (Viborg)

Competências e emprego (Yecla)

Parcerias público-privadas (Paços de
Ferreira)
As cidades parceiras estão de espírito aberto sobre
as soluções: elas irão considerar todas as
hipóteses, desde a implosão dos edifícios, até à
reciclagem para outros fins, talvez deslocando os
fabricantes para novos parques de negócios. Em
Tartu há planos para realojar os arquivos municipais
no antigo edifício da fábrica, enquanto em Paços de
Ferreira trabalham com a universidade da cidade
para transformar um showroom num centro de
design de mobiliário.
O fenómeno Ikea
O que mudou a face da indústria de mobiliário nas
últimas décadas tem sido a expansão do grupo de
mobiliário Ikea, abrindo lojas em toda a Europa e
oferecendo produtos com design a preços
concorrenciais, por oposição a peças de mobiliário
antiquado. Mas Rui Coutinho diz que os fabricantes
tradicionais não devem ver este fenómeno como
uma ameaça. Na verdade, a própria cidade de
Paços de Ferreira contém a maior fábrica da Ikea
na Europa do Sul, a qual emprega 1.500
trabalhadores.
7
Como resultado a Ikea está envolvida no projeto
Wood Footprint, porque também possui experiência
de reciclagem de edifícios industriais mais antigos,
quando ficou com as antigas instalações de uma
fábrica de produção de mobiliário na Polónia.
"Queremos que a indústria de mobiliário aprenda
com o modelo, e não que substitua os seus
produtos", afirma Rui. "E a Ikea está subcontratar
produtores locais. O negócio tradicional de móveis já não
trabalho começará a nível local e essa será a parte
mais importante. No final, vamos tentar capitalizar
tudo com mais 6 meses para a conclusão dos
grandes Planos de Acção Local, para que cada
interveniente identifique claramente os problemas
locais com soluções locais."
Os outros quatro encontros temáticos
transnacionais serão em:

março de 2014 em Monaghan:
Diversificação;
Queremos estimular isso cada vez mais."

junho de 2014 em Viborg: Prédios
abandonados;
Os próximos passos num projeto “da base para
o topo”

outubro de 2014 em Yecla: Competências e
emprego;

abril de 2015 em Paços de Ferreira,
Parcerias público-privadas (Conferência
Final).
vive em pânico com a Ikea, e têm vindo a reunir-se à
mesma mesa para resolver problemas comuns.
As cidades parceiras têm agendadas uma várias
reuniões transnacionais durante os próximos 27
meses. Mas, a próxima não acontecerá antes de
outubro de 2013, em High Wycombe. Rui explica:
"Será um projeto da base para o topo, assim o
Saiba mais:

Wood Footprint - site do URBACT
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Março/Abril de 2013