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JICA MOZAMBIQUE NEWSLETTER | Vol. 4
JICA Mozambique
Newsletter
Vol. 4
PUBLICADO: OUTUBRO DE 2014
INCLUSIVE AND DYNAMIC DEVELOPMENT
“o governo japonês,
através do primeiroministro, o Sr. Shinzo
ABE comprometeu-se a
receber a cerca de 1 000
jovens africanos, para
poderem estudar nas
universidades japonesas
com intuito de obterem o
grau de mestrado.”
Dezembro 2013
O Embaixador japonês, Sr. Akira Mizutani (no centro) e o representante residente da JICA, Sr. Katsuyoshi SUDO (a
direita) e alguns dos participantes do programa no jantar de confraternização que teve lugar no dia 29 de Agosto.
ABE Initiative
- African Business Education
Programa de Formação a Longo Prazo
Á
Uma porta para a criação de Recursos Humanos de Padrão de
Qualidade internacionalmente reconhecido
frica é um continente bastante rico em recursos
minerais e energéticos, contudo, o seu potencial em termos
de recursos humanos qualificados para a sua exploração ainda
é muito baixo.
Desta feita, aquando da realização, em 2013 da 5ª
Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento
Africano (TICAD V) *, na qual, o governo japonês, através do
primeiro-ministro, o Sr. Shinzo ABE comprometeu-se a receber
a cerca de 1 000 jovens africanos, para poderem estudar nas
universidades japonesas com intuito de obterem o grau de
mestrado.
Este programa tem como principal objectivo, dotar
os jovens africanos, que têm potencial para contribuir para o
desenvolvimento dos seus países, com conhecimentos sólidos
nas diferentes áreas de formação, impulsionando, deste
modo, não só o desenvolvimento, mas também fortalecer a
relação entre as instituições governamentais Africanas e as
empresas japonesas.
Esta oportunidade inclui, não só a formação
académica, mas também uma oportunidade de realizar um
estágio de até 6 meses nas empresas japonesas de forma a
obter conhecimentos práticos e experiência com o sistema
empresarial japonês.
Implementação e Duração
Este programa de formação a longo-prazo, terá a
duração de 4 (quatro) anos (2014-2017), sendo que agora está
em curso, a sua segunda fase. Cada “participante” poderá
ficar no Japão por um período máximo de 3 (três) anos,
incluindo o período de pesquisa, formação e estágio.
Para a primeira fase, foram contemplados apenas 8
países africanos nomeadamente; Moçambique, Africa do Sul,
Etiópia, Quénia, Tanzânia, Sudão, Ruanda e Costa do Marfim.
O processo de selecção da primeira fase teve o seu início no
mês de Março e término em Julho de 2014.
De um total de 150 vagas, Moçambique foi alocado 25
vagas nas diferentes áreas de formação e foram submetidos ao
processo de selecção, 53 candidatos dos quais 21 terminaram
o processo com êxito. Deste número, devidos a vários
factores, apenas 17 puderam viajar ao Japão nos dias 6 e 15
de Setembro, respectivamente.
Neste momento está em curso processo de submissão de
candidaturas para a segunda fase, onde Moçambique foi
alocado 30 vagas de um total de 350 vagas destinadas aos 54
países africanos.
Assim sendo, a JICA está aberta a todos os interessados (instituições públicas, privadas e singulares) em aderir ao
programa. Para mais informação, visite:
http://www.jica.go.jp/english/countries/africa/internship.ht
ml
Uma Partida Hospitaleira
De forma a demostrar a boa hospitalidade do povo
japonês, o embaixador do Japão em Moçambique, Sr. Akira
MIZUTANI convidou a todos os participantes referentes à
primeira fase da iniciativa ABE incluindo mais dois (2) que irão
fazer o doutoramento e mestrado no âmbito do Programa de
Desenvolvimento dos Recursos Humanos no Sector de Recursos
Minerais, para um jantar de confraternização, na sua
residência, que teve lugar no passado dia 29 de Agosto do ano
em curso. Para além dos participantes, a cerimónia contou
com a presença da Directora Nacional do Ensino Superior, Dra.
Sandra Brito, com o representante residente da JICA, o Sr.
Katsuyoshi SUDO representantes das instituições beneficiárias
e representantes de empresas privadas japonesas.
*TICAD V ….TICAD significa "Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano". TICAD tornou-se a maior estrutura global para Ásia e África para
colaborar na promoção do desenvolvimento de África. A primeira Conferência de Tóquio foi realizada em 1993, marcando o início de um processo contínuo de apoio
para a África e de construção de consensos em torno de prioridades para o desenvolvimento de África. Esse processo foi reforçado com uma segunda conferência de
Tóquio, em 1998.
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Lançamento da 1ª Pedra para a Construção do
Mercado de Peixe de Maputo
O ministro das Pescas, Sr. Victor
Borges lançando a 1ª pedra
A
JICA no âmbito do acordo de
financiamento celebrado entre os
governos de Moçambique e do Japão
para a construção do Mercado de peixe,
procedeu ao lançamento da 1ª pedra
para construção do mesmo no dia 03 de
Julho de 2014, na Avenida Marginal,
Bairro Triunfo, Cidade de Maputo,
evento este, que contou com a presença
do Ministro das Pescas, O Conselheiro da
Embaixada do Japão em Moçambique,
Presidente do Conselho Municipal de
Maputo, a Administradora do Distrito
Municipal Ka Mavota e o Representante
Residente da JICA, Sr. Katsuyoshi SUDO
e outras ilustres personalidades do
Ministério das Pescas e do Conselho
Municipal de Maputo.
O mercado de peixe de
Maputo, um dos principais atractivos
O ministro das Pescas em entrevista
turísticos da capital do país, ora em
construção, terá 100 bancas para venda
a retalho e uma área de restauração
para 75 mesas.
Será ainda composto por 40
quiosques de restauração e um parque
de estacionamento com capacidade para
133 viaturas, entre outras infraestruturas.
O novo mercado vai comportar também
outras instalações como máquinas de
fabrico de gelo e o respectivo depósito e
frigoríficos para armazenamento do
pescado.
E com vista a proteger o meio,
está prevista a instalação de um sistema
de gestão de resíduos sólidos para
receber lixo do mercado, rede de
drenagem e tratamento de água, entre
outras infra-estruturas.
Reunião de balanço dos projectos de
Melhoramento da Produtividade do Arroz de
Chókwè- Gaza e Maganja da Costa- Zambézia
N
o dia 22 de Agosto de 2014,
no IIAM (Instituto de Investigação Agrária
de Moçambique) em Maputo, decorreu
uma reunião conjunta do comité de
coordenação do MINAG (DNEA- Direcção
Nacional de Extensão Agrária e DNSADirecção Nacional de Serviços Agrários)
dos Projectos de melhoramento da
Produtividade do Arroz no Regadio de
Chókwè, Gaza e no Regadio da Maganja
da Costa na Zambézia. O evento contou
com a presença dos governos do Japão e
do Vietname que se fizeram presentes
através dos respectivos embaixadores.
O Embaixador do Vietname, Sr. Nguyen Van Trung (no
centro) e o do Japão, Sr. Akira Mizutani (a direita)
Durante a reunião discutiram-se
as
realizações,
impacto
e
sustentabilidade dos referidos projectos
que se encontram na fase final de
implementação.
O projecto de Melhoramento da
Produção do Arroz no Regadio do
Chòkwé- Gaza, cujo objectivo era a
melhoria da produtividade do arroz
destacou-se
pelo
facto
de
ter
desenvolvido e promovido um pacote de
cultivo de arroz em duas metodologias,
(1) de transplante principalmente nas
áreas de menor dimensão (menos de
1ha) e (2) sementeira directa nas áreas
de maior dimensão (mais de 1ha)
utilizando
a
semeadora
manual
desenvolvida no âmbito do projecto
localmente com grande participação
dos beneficiários. Este projecto contou
com
a
cooperação
bilateral
de
Moçambique e Japão.
Por sua vez, o Projecto para
Melhoria das Técnicas para o Aumento
da Produtividade da Cultura de Arroz no
Regadio da Maganja da Costa- Zambézia,
destacou-se
pelo
facto
de
ter
desenvolvido e disseminado um pacote
de técnicas melhoradas para cultura de
arroz irrigado e capacitado a associação
de
regantes
nas
operações
ou
manutenção das instalações do regadio.
Este projecto contou com a cooperação
trilateral de Moçambique, Japão e
Vietname.
Ambos projectos tinham como
meta a melhoria da vida dos camponeses.
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A Formação em Saúde marcada
pelas Actividades dos
Voluntários Japoneses
Sr. Kosuke, Sra. Eriko, Sra. Lágrima e Sra.
Chiharu (de esquerda a direita)
O
ICS - Instituto de Ciência de
Saúde é uma instituição de formação de
profissionais de nível médio na área de
saúde, com cursos de Enfermagem
Geral, Laboratório, Nutrição, Farmácia
entre outros. O ICS de Maputo foi
estabelecido
em
1968,
estando
localizado nas proximidades do Hospital
Central da mesma cidade, e actualmente
conta com 1,336 estudantes que
dedicam o seu dia-dia ao estudo a fim de
se tornarem profissionais competentes
para assim poderem contribuir para um
Moçambique
melhor
num
futuro
próximo.
Três voluntários japoneses da
área de saúde realizam suas actividades
de docência no âmbito do programa
JOCV (Japan Overseas Cooperation
Volunteers) da JICA no ICS de Maputo.
São eles: Sra. Chiharu Nakamori, Sr.
Kosuke
Ito
e
Sra.
Eriko
Abe,
respectivamente integrados nas equipes
dos cursos correspondentes.
A Sra. Chiharu já actuava como
farmacêutica no Japão e chegou a
Moçambique em Março de 2013. “Eu
espero que os meus alunos sejam
farmacêuticos profissionais que não só
administrem remédios, mas também que
dêem aos pacientes as recomendações
corretas e os aconselhem quanto ao seu
uso,
como
por
exemplo,
que
Paracetamol não se pode ingerir com
bebidas alcoólicas, ou que é aconselhado
fazer gargarejos após o uso de inalador,
etc.”, comenta a Sra. Chiharu.
Um dos gargalos nas actividades
diárias dos voluntários em Moçambique é
a língua oficial, o português. Os
voluntários devem aprender a língua
portuguesa e durante os 2 anos das suas
missões, aperfeiçoam-na conforme a sua
área de actividades. “Lecciono na área
de saúde, que trata as vidas dos outros.
Ainda tenho dificuldades de expressar
exatamente o que quero transmitir,
porém, não poderão ocorrer erros de
interpretação. No começo, sentia muita
insegurança na comunicação com os
alunos, mas por outro lado, eles
entendem que tenho muitas informações
que quero transmitir, e eles prestam
muita atenção mesmo com o meu
português básico. Nós três voluntários
sempre somos auxiliados pela simpatia e
paciência dos estudantes, e pelo apoio
dos outros docentes e funcionários
moçambicanos.”, diz o Sr. Kosuke.
A Directora-adjunta pedagógica,
Sra. Lágrima Mausse, que é a supervisora
moçambicana das actividades dos
voluntários, relata: “Todos eles têm
demonstrado muita competência e muito
empenho no trabalho. E o intercâmbio
que temos com os japoneses não é só na
área técnica, mas também na área
cultural. Eles são, de fato, docentes que
têm conhecimento e são muito activos”.
De fato, houve uma solicitação
tanto por parte desta Directora-adjunta
pedagógica como também por parte dos
estudantes para que uma música em
japonês fosse também leccionada para a
cerimónia de graduação dos estudantes
que ocorreu em Julho do ano corrente.
Estes
três
voluntários, Os estudantes moçambicanos aprendecoincidentemente compartilham exacta- ram e entoaram a canção em japonês
mente a mesma razão para participar no denominada “Tabidatchi no Hi ni- No dia
programa de voluntário da JICA aqui em da partida” com os voluntários para se
Moçambique,
embora
despedirem dos graduados.
sejam
de
diferentes
Esta
música,
frequenprovíncias do Japão e não
temente
cantada
nas
“Todos eles têm
se tenham conhecido
cerimónias de graduações
demonstrado muita
competência e
antes.
Todos
têm
nas escolas no Japão,
muito empenho no
experiência no trabalho
felicita a nova partida para
trabalho. E o
nas áreas devastadas pelo
a vida assegurando no
intercâmbio que
terremoto e Tsunami que
coração boas memórias da
temos com os
ocorreu em Março de
escola. Os 302 graduados
japoneses não é só
2011, que registou 18,490
que terminaram o período
na área técnica, mas
mortos ou desaparecidos
de dois anos de estudo,
também na área
no Norte do Japão. A Sra.
partiram para o futuro
cultural.
Eriko,
enfermeira,
trilhando o novo caminho
reflecte
o
seguinte.
tal como a voz linda dos
“Ainda me lembro que após o desastre estudantes ressoava no salão da
faltavam muitos suprimentos médicos graduação: “Carregando a coragem nas
nas áreas afectadas. E senti que aquela nossas asas / voamos com o vento da
situação era parecida com a realidade na esperança / prometemos os nossos
área de saúde nos países em via de sonhos / neste céu extenso”.
desenvolvimento. Quando eu estudei
enfermagem, aprendi que mesmo sem os
suprimentos médicos podemos realizar
actividades nas enfermarias. Ficar junto
aos pacientes e ouvir as suas ansiedades
também faz parte da enfermagem.
Depois dessa experiência lá no Japão, eu
fiquei mais segura com este facto, e
notei que poderia contribuir de alguma
maneira aqui também em África”.
Os estudantes ensaiando ‘Tabidatchi no Hi ni’
na cerimónia de graduação.
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A Sra. Chiharu comenta com
orgulho que “Todos os estudantes
aprenderam a canção com muita
curiosidade e vontade. E 33 dos
graduados eram meus alunos do curso de
Técnico Farmacêutico.”
Na área de saúde, além do envio
dos voluntários acima mencionados, a
JICA apoia o sector através do
fornecimento
de
equipamentos,
construção e reabilitação de algumas
Instituições de Formação em Saúde
(IDF). Em Moçambique, existem 15 IDFs,
sendo 8 Centro de Formação (CFS) que
leccionam cursos de nível básico e 7
ICSs. Actualmente está prevista a
construção de dois novos ICSs, um em
Infulene, Maputo, e o outro em Nacala
na província de Nampula. Estes projectos
têm como objectivo contribuir para o
aumento do número de recursos
humanos e na melhoria da qualidade de
serviços na área de saúde, através do
aprimoramento técnico dos profissionais
de saúde, munindo os jovens com os
conhecimentos técnicos pertinentes e
adequados à realidade Moçambicana.
O que eu aprendi no Japão
-A voz de um dos participantes da formação através da JICA
Participantes da formação realizada pela JICA no Japão
O
s programas de Formação da JICA são formas de cooperação técnica que a JICA realiza no Japão para participantes
de vários países. Alguns dos conhecimentos que a sociedade japonesa tem acumulado, incluindo a sua experiência nas áreas do
know-how organizacional e dos sistemas sociais, só podem ser compreendidos através da experiência em primeira mão.
Os programas são meios importantes de cooperação técnica, que apoiam o desenvolvimento de recursos humanos e
resolução de problemas nos países em desenvolvimento.
Desde 1998, mais de 400 participantes de Moçambique tomaram parte dos programas de formação no Japão, nos
assuntos tais como agricultura, saúde, combate a corrupção, desenvolvimento rural, e outros.
Nesta edição, apresentamos a voz de um participante, Sr. Uatemua Anly Cassimo do IIAM (Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique) no Centro zonal Nordeste que participou num curso no Japão de Maio a Julho de 2013.
1. Que cargo desempenha na instituição?
Sou Eng. Agrónomo do IIAM, no centro zonal
Nordeste, no projecto ProSAVANA-PI, trabalho
na área de Conservação dos solos em
Nampula. Ao nível do Centro zonal Nordeste
no programa do ProSAVANA (o projecto
ProSAVANA-PI), trabalho com a JICA no
âmbito de maneio integral da fertilidade dos
solos na conservação dos solos no combate da
erosão na época chuvosa.
2. Em que curso que participou?
Participei no curso de Diagnostico de Solos (de
Maio a Julho de 2013).
4. Como aplicar a experiência do curso em Moçambique?
Sr. Uatemua
Anly Cassimo
3. O que aprendeu no curso?
Aprendi as noções básicas de levantamentos de perfiz de
solos, colecta de amostras de Água e solos.
-Análises química e físicas de solos e água
-O uso do GPS
- Produção de composto orgânico com diferentes
matérias
- Interpretação dos resultados dos laboratórios
Para aplicar a experiência temos que possuir laboratório que
já está sendo construído pela JICA no IIAM em Nampula,
Construir uma Usina de compostagem para a produção do
composto orgânico.
Disseminar as vantagens do uso do composto orgânico e
resultados das análises dos solos, para os extensionista e
produtores.
5. Que impressão teve da estádia da JICA no Japão?
Achei impressionante a cooperação que o Japão possui com
vários países unidos por uma única língua e a simpatia e
simplicidade do povo.
A forma como decorreu a capacitação e no geral toda a minha
estadia foi impressionante.
O que é a JICA?
A JICA é uma instituição do Governo Japonês responsável pela implementação da
Assistência Oficial para o Desenvolvimento (ODA) que apoia o crescimento e a estabilidade
socio-económica dos países em desenvolvimento com o objectivo de contribuir para a paz
e o desenvolvimento harmonioso da sociedade internacional. A JICA presta assistência a
mais de 150 países, tendo aberto o escritório em Moçambique em 2003.
Publicado pela JICA MozambiqueAgência Japonesa de Cooperação Internacional
Escritório de Moçambique
Prédio CIMPOR, Av. 24 de Julho, Nº 7, Edifício da Polana Shopping
Centre, 11º andar, Maputo, Moçambique
TEL: +258 21 486357/8
Email: [email protected]
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