Jornal do Commercio - PE
24/11/2015 - 08:17
Ofensiva contra o Aedes aegypti
Autoridades de saúde anunciam hoje estratégias para combater avanço do mosquito
transmissor de dengue, chicungunha e zika, doença relacionada à microcefalia
Responsável por transmitir três doenças que podem causar complicações de leves a
graves, o mosquito Aedes aegypti nunca provocou tantas discussões no Brasil,
especialmente depois de o Ministério da Saúde (MS) considerar altamente provável a
relação da zika com o aumento incomum no número de casos da microcefalia malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada.
Autoridades públicas de saúde, médicos e pesquisadores tentam unir forças com a
intenção de criar estratégias eficazes para combater o avanço do mosquito nos próximos
meses. Hoje, em Brasília, o ministério lança a campanha de combate à dengue e
chicungunha para 2016, além de reunir os dirigentes da pasta de todo o País com a
intenção de pensar em medidas que possam ser adotadas para combater o Aedes
aegypti.
"Desde setembro, Pernambuco tem intensificado o plano de contingência da
chicungunha e dengue em nível municipal.
Além disso, estamos bem preocupados com a introdução da zika no Estado, o que
aumenta a chance de várias pessoas adoecerem.
Outro problema é que a situação climática atual não está favorável, pois a temperatura
está mais elevada. Junto a isso, as pessoas continuam a armazenar água. Tudo torna o
ambiente favorável à proliferação do mosquito", informa a coordenadora de Controle da
Dengue e Febre Chicungunha da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Claudenice
Pontes.
Hoje, em Brasília, ela diz esperar uma mudança na forma com que os Estados devem
lidar com os registros de zika.
"Espero que possamos separar as notificações de dengue e zika", frisa Claudenice. Em
junho, a SES confirmou quatro casos no Estado do vírus da zika.
A partir disso, foi recomendado que os casos suspeitos fossem notificados como
dengue.
O secretário de saúde do Recife, Jailson Correia, diz estar preocupado também com os
casos de chicungunha e, por isso, frisa que o município já começa a se preparar para as
ações de combate ao mosquito nos próximos anos. "Este ano contamos com parceira do
Exército para reforçar o enfrentamento a dengue e chicungunha. Além disso, passamos
a realizar plantões nos fins de semana para eliminar criadouros", diz. Possivelmente,
segundo o secretário, serão usados novamente todos esses mecanismos, já que o número
de casos das doenças voltou a aumentar recentemente, depois de o Recife ter mantido,
por semanas, a epidemia sob controle.
"Não podemos descartar uma nova epidemia e, por isso, trabalhamos para lidar com o
mais difícil cenário de enfrentamento ao mosquito", garante.
Para o médico Carlos Brito, membro do Comitê Técnico do Ministério da Saúde, o
Estado de Pernambuco deve passar brevemente por um aumento de casos de
chicungunha. "É nossa grande preocupação. É preciso criar um protocolo de tratamento
da dor para essa doença, pois os pacientes afetados relatam dores muito intensas que
não respondem aos analgésicos habituais. A chicungunha é limitante e incapacitante na
sua fase aguda", salienta Carlos Brito.
Preocupados em intensificar as estratégias de combate ao mosquito, os secretários
estaduais de Saúde solicitaram, sexta- feira (20), a criação de ações conjuntas ao MS
para enfrentar o Aedes aegypti. O governo federal convocou 17 ministérios para auxiliar
no combate ao vetor.
Jornal do Commercio - PE
24/11/2015 - 08:17
Sai hoje novo boletim sobre a microcefalia
Na manhã de hoje, o Ministério da Saúde (MS) divulga também um novo boletim
epidemiológico sobre microcefalia, cujo aumento do número de casos no País tem sido
monitorado e investigado por uma aliança formada por vários especialistas. Até o
momento, foram notificados 399 casos da malformação em recém- nascidos de sete
Estados do Nordeste. Desse total, 268 foram registrados em Pernambuco.
Ontem a presidente Dilma Rousseff anunciou a criação de uma força-tarefa numa
tentativa de evitar que a mudança no padrão de ocorrência da microcefalia se espalhe
por outras regiões do País.
Em reunião da coordenação política, Dilma anunciou a instalação de um gabinete
interministerial para definir medidas emergenciais e pediu ao ministro da Saúde,
Marcelo Castro, a realização de reuniões com especialistas e pesquisadores em saúde
pública, na tentativa de evitar o avanço da microcefalia para o Norte e o Centro-Oeste.
Para o MS, é altamente provável a ligação entre o avanço da anomalia congênita e a
zika - vírus que circula atualmente em 14 Estados. Por isso, o governo federal acredita
que a tendência é de que o aumento dos casos não fique circunscrito ao Nordeste. O
ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, informou ainda que, se for necessário, o
governo federal poderá remanejar recursos orçamentários para o MS para o
enfrentamento da microcefalia.
Ontem, em Pernambuco, deputados da Comissão de Saúde da Câmara Federal se
reuniram no Palácio Campo das Princesas para discutir ações que precisam ser
realizadas para enfrentar o avanço da microcefalia nos Estados.
Jornal do Commercio - PE
24/11/2015 - 08:17
Dengue e zika: diferentes e graves
Carlos Brito
JC - Há um mês, o senhor nos informou sobre o aumento incomum no número de casos
de microcefalia no Estado. Nesse período, como avalia a INVESTIGAÇÃO?
CARLOS BRITO - Pernambuco se diferenciou pela capacidade de resposta em fazer
associações em curto espaço de tempo. No dia 19 de outubro, neuropediatras nos
relataram o avanço da microcefalia e, em uma semana, já tínhamos traçado o perfil das
mães e crianças, com destaque para o relato de exantema (manchas vermelhas na pele)
no primeiro trimestre da gravidez, que correspondia com o surto de zika no Estado. Em
pouco tempo, estávamos com informação suficiente para embasar o Ministério da
Saúde a notificar a Organização Mundial de Saúde.
JC - O Estado ainda não notifica zika. Como o senhor observa a ocorrência da
DOENÇA no Estado?
CARLO BRITO - Com base em estudo hospitalar que realizamos nos cinco primeiros
meses do ano, acredito que 100 mil pessoas devem ter desenvolvido zika
em Pernambuco. É bom frisar que não é frequente a maioria desse universo apresentar
complicações neurológicas nem mesmo microcefalia. A questão é que essas condições
geram gravidade e preocupações sem precedentes.
JC - Fala-se que zika seria mais branda do que dengue. Isso procede?
CARLOS BRITO - Essa ideia tem nos decepcionado bastante. São DOENÇA com
aspectos de gravidade diferentes. Dengue pode complicar com MANIFESTAÇÕES
hemorrágicas que podem levar à morte. No caso da zika, há as complicações
neurológicas e a ligação com a microcefalia. O MINISTÉRIO DA SAÚDE já afirmou
que é altamente provável que exista a relação entre microcefalia e zika. Para mim, é
inevitável fazer essa associação.
Diario de Pernambuco - PE
24/10/2015 - 08:05
Rede estadual contra a microcefalia
Três centrais serão montadas em Caruaru, Serra Talhada e Petrolina para triar e
atender as pacientes, e desafogar serviços na capital
Pernambuco adotará nova estratégia para lidar com o aumento dos casos de
microcefalia, já presentes em quatro a cada 10 municípios do estado. Além do Recife,
hospitais nas cidades de Caruaru (Agreste), Serra Talhada e Petrolina (Sertão)
começarão a atender os pacientes das respectivas Gerências Regionais de Saúde. A
medida visa dar celeridade aos diagnósticos e desafogar os centros de referência da
capital. O anúncio oficial da força-tarefa conjunta com o interior deverá ser feito hoje,
mesmo dia em que serão atualizados os boletins de ocorrências de casos pelo Ministério
da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde (SES).
O ministério já calcula mais de 500 casos de microcefalia. Até o fim do ano, a Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) estima que serão cerca de 2 mil. Em Pernambuco, são 268
casos notificados e 102 confirmados, de acordo com o último boletim. Até então, os
pacientes - inclusive do interior - estavam se deslocando para o Hospital Universitário
Oswaldo Cruz (Huoc), o Centro Integrado Amaury de Medeiros, o Imip e a AACD.
Metade dos atendimentos da infectologia infantil do Huoc, atualmente, é apenas de
microcefalia. "É uma demanda muito grande, que a gente não comporta. Não temos
pacientes só de microcefalia", ressaltou a infectologista do Huoc Regina Coeli. Ontem,
pelo menos oito mães procuraram a unidade, incluindo uma de Exu, cidade no Sertão, a
628 km do Recife.
"Estamos marcando uma média de cinco a oito pacientes por dia, para realizar a coleta e
a tomografia. Sabemos que o deslocamento do interior para a Região Metropolitana é
complicado, as prefeituras estão precisando reorganizar a agenda dos carros",
acrescentou a chefe do serviço de Infectologia do Huoc, Ângela Rocha.
Em Caruaru, a unidade referência será o Hospital Jesus Nazareno. O Dom Malan ficará
responsável pelo atendimento dos casos em Petrolina e deve absorver também parte da
demanda da Bahia. Em Serra Talhada, o Hospital Regional Professor Agamenon
Magalhães (Hospam) fará o mesmo papel. A escolha das unidades de saúde levou em
consideração a estrutura, o corpo técnico de profissionais e a localização geográfica.
A SES não divulgou a quantidade de registros por município. Caruaru tem quatro casos
confirmados e dois em investigação. Em Serra Talhada, há pelo menos um caso
confirmado. Os dados foram repassados pelas respectivas gestões municipais. Na
AACD, dos cinco pacientes com procedimento aberto, um é de Surubim, Agreste. Até a
próxima sexta-feira, o Huoc fechará balanço interno com o local de nascimento de cada
paciente atendido.
Além da atualização do quantitativo de casos, será divulgado hoje também o protocolo
para gestantes e uma atualização do protocolo de atendimento às crianças. Ontem,
o governador Paulo Câmara (PSB) se reuniu com deputados federais e estaduais para
informar as ações desenvolvidas pelo estado.
Ontem, a presidente Dilma Rousseff (PT) cobrou à equipe interministerial o envio de
três relatórios diários sobre as ações direcionadas à microcefalia. O governo federal
também lançará campanha informativa.
Diario de Pernambuco - PE
24/10/2015 - 08:05
Casos de zika notificados como dengue
O zika vírus, apontado como a principal hipótese no aumento do número de casos de
microcefalia no Brasil, ainda não é notificado em Pernambuco. O Brasil não dispõe de
um sistema de informação para cadastro da doença, introduzida no país depois da Copa
do Mundo. A ausência do sistema impede o cadastro pelas equipes de controle
epidemiológico e pode comprometer o acompanhamento dos casos de microcefalia,
caso comprovada a relação entre as duas. Em Pernambuco, por exemplo, o zika
permanece sendo notificado como dengue.
“Muitas pessoas já tiveram dengue, então é pouco provável que haverá uma explosão de
casos da doença no próximo ano. Porém, podemos ter mais casos de chikungunya e
zika. Só que não temos como detectar o zika pela falta do sistema de informação”,
lembrou a coordenadora de Controle da Dengue e Febre Chikungunya da SES,
Claudenice Pontes.
Segundo ela, a única prevenção disponível hoje é o controle do mosquito vetor. O
estado, porém, deverá fechar o ano com o índice de infestação mais alto que o
planejado. “Temos hoje 61 municípios em situação de risco”, alertou Pontes.
Pernambuco tem quatro casos confirmados de zika e 264 amostras coletadas, em
unidades sentinela na RMR, em análise laboratorial.
A expectativa é de que o estado finalize o plano de combate ao mosquito, com ações
para 2016, até o fim desta semana. O documento lançará mão de estratégias específicas
para várias situações hipotéticas previstas, como surto e epidemias.“Com certeza, 80%
dos casos notificados como dengue foram de zika”,afirmou o pesquisador da Fiocruz
Carlos Brito.
Folha de Pernambuco - PE
24/11/2015 - 07:32
Faltam recursos para vencer o Aedes aegypti
Verba. Essa é a palavra-chave dos gestores do Nordeste para reforçar o combate ao
mosquito Aedes aegypti - vetor da dengue, chikungunya e zika - e responsável por
disseminar esses vírus no País. Segundo o secretário de Saúde de Pernambuco, Iran
Costa, o problema é que os repasses financeiros do Governo Federal têm sido escassos
nesse enfrentamento. Sem dar valores, ainda queixou-se que o recuro não é reajustado
há oito nos, o que aponta que o investimento em prevenção não acompanhou a
velocidade de proliferação do mosquito. Em outubro, o Índice de Infestação redial (IIP)
apontava 61 municípios em risco de surto devido à grande quantidade de criadouros do
inseto, 77 estão em alerta e 35 com níveis satisfatórios para a presença do mosquito.
“A magnitude que as coisas estão tomando evidencia que precisamos de ajuda do
Governo Federal. Necessitamos e apoio mais amplo para combater essa situação e de
forma decisiva”, afirmou Iran Costa. A preocupação do secretário estadual é eliminar de
forma rápida e ágil focos do Aedes para romper a cadeia do adoecimento da população
e contingenciar os casos de microcefalia, que começaram a ser relacionados ao
agravamento do zika vírus. “O controle dos criadouros é a preocupação inicial”,
comentou.
No entanto, para essa guerra contra o mosquito é preciso dinheiro, coisa que ficou difícil
este ano tanto na instância municipal, quanto estadual, assim como federal. Para reverter
que os cortes na saúde piorem a situação em 2016, a Frente Parlamentar de Saúde o
Congresso Nacional comeou com articulações em prol da inserção de verbas extras ara
o enfrentamento à denue, zika e chikungunya em 2016. Parte do recurso também seria
para o cuidado dos bebês vítimas da microcefalia.
O presidente da frente, o deputado federal Osmar Terra PMDB-RS), que está no Recife
junto com o também deputado Zeca Cavalcanti (PTB-PE) para acompanhar o avanço da
malformação cerebral dos bebês nascidos no Estado, foi recebido ontem numa reunião
com o governador Paulo Câmara. Terra destacou que a situação é de emergência e deve
extrapolar o Nordeste em breve. “O problema é o mais grave de saúde pública nos
últimos 50 anos. O zika vírus já está em 14 estados e a tendência é isso se agravar.
Então, precisamos de medidas rápidas”, destacou.
Entre as estratégias do grupo está pressionar o Governo Federal para criar uma rubrica
específica para ajudar os municípios em emergência. Para isso, terão que ser rápidos, já
que o orçamento do Ministério da Saúde para próximo ano será aprovado em até três
semanas. “Nas próximas semanas e meses ainda nascerão crianças com microcefalia.
Precisamos impedir que isso se perpetue e vire dezenas de milhares”, alertou Terra.
Reuniões estão marcadas para hoje e amanhã no Ministério da Saúde para definir novos
rumos nacionais sobre combate ao Aedes, o zika, a microcefalia e outros quadros
neurológicos pós-virose também em crescimento. Uma das pautas será a entrada do
Exército nas cidades em emergência.
Folha de Pernambuco - PE
24/11/2015 - 07:32
Novo boletim da microcefalia
Hoje o MS e a Secretaria de Saúde de Pernambuco vão divulgar um novo boletim sobre
a microcefalia. Há uma semana eram 399 casos notificados em sete estados, sendo
Pernambuco com o maior número, 268. Também hoje se espera que seja adotado um
novo protocolo para o diagnóstico e atenção às gestantes. Deve se tornar ainda
obrigatória a notificação das grávidas com fetos portadores da microcefalia.
O ministério apresentará também os números do Levantamento de Índice Rápido de
Aedes aegypti (LIRAa), que vão trazer um raio-x da presença do mosquito transmissor
da zika, dengue e chikungunya no País. Dados preliminares apontam que o número de
cidades em risco de surto caiu em Pernambuco. Enquanto em junho eram 91 cidades
com risco de surto, em outubro o número foi de 61. Contudo as cidades em alerta
caíram pouco. Eram 77 em junho e passaram a 67 em outubro. No Recife, os resultados
atuais melhoraram e hoje é 1,2 casa por 100 com infestação. Em junho eram 2,4.
Contudo, o Estado já soma 117,2 mil casos suspeitos de dengue/zika até 7 de novembro,
aumento 577% de em relação a 2014.
Jornal do Commercio - PE
24/11/2015 - 08:17
Vagas em cursos de medicina suspensas
Tribunal de Contas da União suspendeu criação de 2.460 vagas em instituições
particulares por irregularidades em licitação do Ministério da Saúde
O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu a abertura de 2.460 vagas de medicina
em universidades particulares no País por causa de possíveis irregularidades na licitação
adotada pela Secretaria de Regulação da Educação Superior do Ministério da Educação
(Seres/MEC). O edital prevê a criação de vagas em 39 municípios de 11 estados
brasileiros, segundo o procedimento adotado pelo MEC desde 2013, com o Programa
Mais Médicos.
A ministra Ana Arraes, do TCU, acatou uma representação da União Educação e
Cultura (Unece), que concorria à abertura de 55 vagas em Eunápolis, na Bahia. A
medida suspende os atos decorrentes do edital em exame até que o TCU decida a
respeito da eventual anulação definitiva dos procedimentos. Previsto para junho, o
resultado final do edital ainda não foi confirmado.
De acordo com a Unece, “a instituição foi afastada da licitação por motivos que ainda
não foram esclarecidos” e, segundo o TCU, “argumentou existir uma série de critérios
inadequados, aplicados conforme a aludida metodologia, que teriam levado à sua
inabilitação”. O certame foi alvo de outras duas representações no Tribunal.
De acordo com a instituição, o MEC modificou datas previstas no edital inicial em uma
nota técnica que não foi publicada em Diário Oficial. Além disso, o órgão federal só
esclareceu sobre os critérios de seleção quando divulgou o resultado preliminar da
licitação, ou seja, depois que as universidades participantes já haviam entregado a
documentação para participar do certame.
O critério “capacidade econômico-financeira”, questionado pela Unece, é baseado em
uma metodologia concebida pela Fundação Getúlio Vargas (FGVProjetos). A
instituição estabeleceu notas de 1 a 10 para avaliar as concorrentes e definiu que
pontuações abaixo de 6 não tinham condições de abrir cursos de medicina. O critério, no
entanto, não consta da licitação.
O MEC alegou que, se houvesse divulgação prévia, haveria risco de os interessados
“maquiarem” as informações. “Acolher tal tese seria o mesmo que admitir que, em
todas as licitações públicas, as condições de habilitação só deveriam ser divulgadas
depois de entregues as propostas das licitantes”, argumentou a ministra do TCU.
Em nota,o MEC informou que “já adotou todos os procedimentos cabíveis para a
revisão da medida cautelar determinada pelo TCU”, cuja publicação data do início do
mês passado. A pasta disse também que já prestou as informações pertinentes à ministra
Ana Arrais. “No momento, o Ministério aguarda a decisão do Tribunal para anunciar a
nova data de divulgação dos resultados”.
Diario de Pernambuco - PE
24/10/2015 - 08:05
Faculdade de Medicina de Olinda inicia aulas
Nova unidade de ensino médico, aberta com 120 vagas, realiza sonhos de estudantes de
todo o Brasil que vieram para o estado
Cursar medicina era um sonho acalentado há três anos pela estudante Natália Matias,
19. Ela iniciará hoje a caminhada rumo à conquista de uma carreira na profissão que
escolheu. Natália fará parte da primeira turma da Faculdade de Medicina de Olinda
(FMO). Com um sorriso no rosto, ela fez sua matrícula na sexta-feira. “Desde pequena,
pretendia ser médica.”
Residente de Brejo Santo (CE), Natália respondeu, no Recife, às questões do vestibular
da FMO, que também foi realizado simultaneamente em Olinda, Salvador e Rio de
Janeiro, pela Consulplan. Dos 700 inscritos, 120 foram aprovados. As aulas serão
iniciadas hoje e, na quinta-feira, a professora Leila Janot fará palestra com o tema O
estudante de medicina: entre o real e o imaginário.
O coordenador da faculdade, o médico Tarcísio Reis, explica que a instituição foi
projetada há quase quatro anos, obedecendo a todos os trâmites do Ministério da
Educação. “A FMO foi visitada por especialistas do MEC. O corpo docente é
preparado. Mais de 70% têm mestrado e doutorado, além de apresentar no currículo
experiência em universidades públicas. Eles vieram para somar”, afirmou.
Na opinião de Tarcísio, o que diferencia a FMO de outras escolas de medicina é a
ênfase na prática. “O aluno participará de atividades práticas desde o primeiro ano.
Contamos com uma estrutura de laboratórios de informática, bonecos para tutoriais
pensados para que o aluno se acostume com o Sistema Único de Saúde (SUS). Além
disso, temos um núcleo de apoio com psicólogos, prestando assistência integrada com
os professores”, completou.
O diretor antecipa que há a possibilidade de novos cursos serem implantados na
unidade. “Ao fim de cinco anos, possivelmente serão oferecidos mais quatro cursos na
área de saúde: nutrição, enfermagem, odontologia e fisioterapia”, revelou.
Ele acrescenta que a Consulplan, que organizou o vestibular da FMO, já aplicou provas
para mais de 15 milhões de brasileiros e presta serviços ao IBGE, Embrapa, Força
Aérea Brasileira, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Isso mostra a credibilidade de
uma nova faculdade, na escolha de boas organizadoras para o nosso processo seletivo”,
concluiu.
Perseverança
Aos 21 anos, o estudante Abílio Costa não conhece limites quando persegue seus
objetivos. Em busca de formação médica, ele saiu de Teresina (PI) e fez o vestibular
2015.2 da FMO. Na semana passada, chegou a Pernambuco para realizar sua matrícula,
acompanhado da mãe, a médica Geni Costa. Abílio aproveitou para procurar um imóvel
em Olinda, onde pretende fixar residência a partir de agora.
“O que me chamou atenção foi a preparação para o SUS. Como venho de uma família
de médicos, sei que as provas de residência exigem muito a questão prática”, comenta
Abílio. Outra estudante que vai cursar a FMO é Kátia Drummond, 19, que veio com sua
família de Belo Horizonte e estava contando os dias para o início das aulas. “É uma
realização. Sempre pensei em ser médica”, destacou a universitária.
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saúde notícias 24 de novembro 2015