Relatório sobre a pesquisa e seminário
de disseminação do Sistema
Agroflorestal na Amazônia ocidental
02/2009
Financiado pelo fundo de Meio Ambiente Global do Japão
Prefácio
Este relatório é sobre o resultado do Projeto “Pesquisa e seminário de disseminação do
Sistema Agroflorestal na Amazônia Ocidental” que foi financiado pelo Japan Fund for Global
Environment of the Environmental Restoration and Conservation Agency.
A HANDS tem feito vários projetos no município de Manicoré desde 2001. Em Manicoré, a
grande maioria dos ribeirinhos vive da agricultura familiar e pesca nos rios. O cultivo de verduras
e frutas é pouco e não está sendo aproveitado a grande potência que seus rios e florestas
possuem.
A HANDS começou um novo desafio de desenvolvimento sustentável através do Sistema
Agroflorestal (SAF) para melhoria de vida dos ribeirinhos com preservação de meio-ambiente.
Nesse projeto, convidamos o Sr. Michinori, um agricultor muito experiente e sucedido, para
pesquisar a situação pelo ponto de vista de um profissional e realizar um seminário.
Esse projeto é uma ação pequena, mas acreditamos que será um inicio para introdução de
SAF no município de Manicoré, e futuramente para os outros municípios da Amazônia Ocidental.
Agradecemos de coração para o Sr. Michinori Konagano, Prof. Masaaki Yamada (Ph.D) da
Tokyo University of Agriculture and Technology que supervisou o relatório e os participantes do
seminário.
Toru Sadamori
Yoshie Mizogami
Hiroko Ando
Responsáveis pela elaboração do relatório
HANDS-Health And Development Service
1
Mensagem de Sr. Michinori Konagano
Visitando as comunidades, percebi que muitos produtores mesmo sem orientação já
praticam um tipo de SAF, cultivando vários tipos de culturas, precisando apenas melhorar o
espaçamento entre as culturas (plantas e árvores) e as combinações de cultivos, sendo assim,
vejo que será muito fácil implementar o Sistema Agroflorestal no Município de Manicoré.
Fiquei muito satisfeito em conhecer o Município de Manicoré, somar e contribuir com vocês
na realização desse primeiro seminário sobre SAF na região do Rio Madeira, organizado pelo
IDEAS com o apoio da HANDS.
Percebi que precisava abrir os olhos dos produtores para as novas técnicas e mostrar a
eles que existe alternativa, como o Sistema Agroflorestal.
Pelo interesse demonstrado pelos participantes, durante todas as apresentações do
seminário, posso dizer que esse encontro foi um sucesso.
A todos os organizadores, Sr. Toru Sadamori, Sr. Emerson e Sr. Aurélio estão de parabéns,
desde já me coloco a disposição para esclarecer qualquer duvida me telefonem ou mande e-mail
para CAMTA.
Gostaria de receber a visita de todos vocês em Tomé-Açú. Estarei esperando de braços
abertos. Felicidades e sucesso no trabalho.
Abraços a todos os produtores que me receberam em suas propriedades e participaram do
seminário.
Agradeço de coração a este convite e tudo que vocês fizeram por mim.
Obrigado e até a próxima vez.
12/07/2008
Michinori Konagano
Diretor da Cooperativa Mista Agrícola de Tomé-Açú
Secretário Municipal de Agricultura de Tomé-Açú
2
Mensagem de IDEAS
O IDEAS é uma entidade que realiza atividades de acompanhamento nas comunidades da
zona rural da região de Manicoré – AM. E com as visitas as comunidades o IDEAS percebeu que
havia a necessidade de apresentar aos produtores rurais uma nova alternativa de agricultura.
Neste sentido o IDEAS vem incentivando o SAF como um modelo de agricultura mais
viável, sustentável e mais rentável para a região.
O IDEAS em parceria com o IDAM – Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado
do Amazonas local, e com apoio da HANDS vem realizando cursos de capacitação para os
produtores, o mesmo é realizado nas próprias comunidades com intuito de dar mais qualidade e
agregar valor a produção da região.
O IDEAS junto com a HANDS realizaram um seminário sobre sistema Agroflorestal em
Manicoré, neste, convidamos o Sr. Michinori Konagano, um agricultor muito experiente e
profissional de SAF, da CAMTA – Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (PA) para uma troca
de experiência com os agricultores. No seminário participaram também representantes de
cooperativas e do projeto RECA do Estado de Rondônia, através das apresentações dos projetos
RECA e CAMTA de Tomé-Açu, os agricultores puderam perceber que o SAF é realmente viável
para a região. Antes do seminário o Sr. Konagano já tinha visitado varias comunidades rurais,
dando orientações aos agricultores sobre como melhorar o plantio e praticar o sistema
Agroflorestal na região.
Após a visita do Sr. Konagano em Manicoré, três pessoas foram visitar Tomé-Açu para
conhecer e aprender mais sobre o sistema Agroflorestal e ficaram muito entusiasmados com o
que viram, e assim logo que retornaram a Manicoré, resolveram desenvolver um pequeno projeto
experimental através de unidade demonstrativa, onde estão sendo produzidas mudas de
camu-camu, açaí, maracujá mamão Havaí, cedro, pupunha, andiroba etc..
O IDEAS está possibilitando cada vez mais o intercambia entre os agricultores da região,
fortalecendo as iniciativas das comunidades, Associações Comunitárias e das Cooperativas.
Francisco Emerson Parente Borges
Dílson Carvalho Rodrigues
Presidente
Vice-presidente
IDEAS- Instituto de Desenvolvimento Sustentável Amazonense
3
Sumário
Prefácio----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1
Mensagem de Sr. Michinori Konagano----------------------------------------------------------------- 2
Mensagem de IDEAS----------------------------------------------------------------------------------------- 3
Sumário----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4
Capitulo1:
Resumo do Projeto-------------------------------------------------------------------------- 5
1-1.
Nome do Projeto
1-2.
Local do Projeto
1-3.
Diagnostico da situação atual
1-4.
Objetivo
1-5.
Atividades
1-6.
Meta
1-7.
Método de execução das atividades
1-8.
Resultado esperado
Capitulo 2:
Sobre o Sistema Agroflorestal---------------------------------------------------------- 8
2-1.
O que é o SAF (Sistema Agroflorestal) ?
2-2.
Sistema Agroflorestal tipo sucessão no Amazonas
2-3.
Vantagens de SAF
Capitulo 3:
Historia de Tomé-Açu/PA- pioneira em SAF na Amazônia-------------------- 11
Capitulo 4:
Pesquisa de viabilidade do SAF em Manicoré------------------------------------ 14
4-1.
Roteiro de visita do Senhor Konagano
4-2.
Conteúdo da visita e observações do Sr. Konagano
Capitulo 5:
1o Seminário sobre SAF da região do Rio Madeira------------------------------ 18
Capitulo 6:
As técnicas repassadas------------------------------------------------------------------ 20
6-1.
Produção de mudas
6-2.
Substituição de agrotóxico
6-3.
Podar arvore
6-4.
Vassoura de Bruxa
6-5.
Produção de cacau de qualidade e processo de fermentação
Referencias------------------------------------------------------------------------------------------------------ 25
Anexo-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 26
A1:
Principais plantas em Manicoré e Tomé-Açu
A2:
Apresentação de Secretaria Municipal de Agricultura de Tomé-Açu
A3:
Apresentação de SAF em Tomé-Açu
4
Capitulo 1:
1-1.
Resumo do projeto
Nome do Projeto
Pesquisa e seminário de disseminação do Sistema Agroflorestal na Amazônia Ocidental
1-2.
Local do Projeto
1-3.
Diagnostico da situação atual
Problemática
O município de Manicoré tem uma extensa área com mais de 40 mil habitantes, sendo que
a maioria dos habitantes mora nas comunidades ribeirinhas sem infra-estrutura como energia e
água potável. Dependem muito da produção de mandioca e pesca nos rios, mas produzem
apenas para o seu sustento. Nesse caso, em geral, a situação de saúde dos ribeirinhos não é
muito boa, pois o hábito alimentar é muito desequilibrado, sem variedades de alimentos nutritivos.
Há também um grande fluxo de ribeirinho indo pra cidade, a procura de melhores condições de
vida, mas isso acaba aumentando o número de moradores em situação de pobreza no município.
Uma das razões desse problema é a falta de renda na zona rural. Por isso é necessário a
5
diversificação das plantações para que com isso haja um aumento de renda. A plantação de
mandioca é geralmente feito com a queimada do campo, e conforme o aumento da área de
plantação há certa sobrecarga para o meio ambiente e tem sustentabilidade duvidosa.
Necessidade e viabilidade do projeto
HANDS-Health And Development Service é uma ONG internacional da área de saúde que
tem projetos em várias partes do mundo, e no Município de Manicoré já realizou vários projetos
para a melhoria de saúde desde 2001. Mas ultimamente a HANDS está percebendo a grande
necessidade de fazer outras atividades, ou seja, não só de saúde, mas de geração de renda e de
meio ambiente, pois só através de atividades integradas é que vai se conseguir melhorar a
situação de saúde das pessoas. Por isso a HANDS está considerando o SAF como uma
alternativa para a realização do desenvolvimento sustentável, sendo assim desde 2007 está
realizando experiência de criação de mudas de pomares e árvores de essências florestais.
Plantando essas mudas no meio da plantação de mandioca para reflorestamento. E com essa
experiência foi comprovado que aqui em Manicoré é possível fazer SAF, mas como não tem
agricultores Nikkei (descendentes japoneses) que são pioneiros em SAF na Amazônia, a
introdução de SAF na Amazônia ocidental é muito lenta, por isso é necessário convidar
profissionais de outras regiões que tem bastante experiência em SAF para visitar, pesquisar e
fazer seminário sobre o assunto em Manicoré.
1-4.
Objetivo
Convidar agricultores que praticam sistema Agroflorestal na Amazônia Oriental, para
saber qual é a melhor maneira de praticar SAF na Amazônia Ocidental e disseminar o sistema
para os pequenos produtores, visando com isso melhorar as condições de vida das pessoas da
zona rural, evitando o fluxo de ribeirinhos pra cidade e também ajudar a proteger e conservar a
natureza da Amazônia que tem grande capacidade de fixação de gás carbônico, bio diversidade
e recursos genéticos para as próximas gerações.
1-5.
Atividades
z Fazer visita e pesquisa com um profissional de SAF de área mais avançada.
z Conforme o resultado da visita e pesquisa fazer seminário com o profissional como
palestrante, para os órgãos que orientam sobre agricultura e com os produtores para
compartilhar o conhecimento.
z Fazer relatório sobre as atividades realizadas e publicar no Brasil e no Japão.
1-6.
Meta
z Conhecer a maneira mais adequada para praticar SAF na Amazônia Ocidental
z Fazer disseminação dos conhecimentos sobre SAF para os produtores e órgãos
relacionados.
6
1-7.
Método de execução das atividades
z Escolha do profissional - com a ajuda do conselho da HANDS do Japão, foi feito à
escolha de um profissional praticante de SAF.
z Visita na zona rural de Manicoré com o profissional convidado.
z Realização de Seminário de disseminação de SAF com os órgãos orientadores e
produtores rurais.
z Orientação sobre produção de mudas para os produtores rurais.
1-8.
Resultado esperado
z Conhecer a melhor maneira de praticar SAF em Manicoré e mostrar claramente a
maneira mais adequada (fazer relatório para distribuir sobre a visita pesquisa e
seminário)
z Disseminar conhecimento sobre SAF para os produtores e órgãos orientadores.
7
Capitulo 2:
2-1.
Sobre o Sistema Agroflorestal
O que é o SAF (Sistema Agroflorestal) ?
O Sistema Agroflorestal é um sistema que utiliza a terra para plantar árvores (inclusive
pomares, palmeiras e etc.) e combinam com outros cultivos agrícolas ou animais ao mesmo
tempo e no mesmo local, dependendo do grau do crescimento das árvores e outros cultivos
agrícolas, haverá produção em prazo curto ou longo, buscando sempre manter os recursos
plantio e aproveitando o terreno efetivamente. (Martin and Sherman 1992; Uchimura 2000 p.9)
A definição acima mencionada e uma definição geral, mas na prática dependendo do local
existem vários métodos de aplicação de SAF. O SAF está sendo praticado principalmente nas
regiões tropicais como África, Sudeste Asiática e America latina.
2-2.
Sistema Agroflorestal tipo sucessão no Amazonas
Na colônia japonesa do norte e nordeste do Brasil foi aplicado o sistema Agroflorestal tipo
sucessão para diversificar os produtos (Subler 1993; Yamada 2005 p.125)
Figura 1: Conceito de Sistema Agroflorestal tipo sucessão (Subler 1993)
Nesse sistema é utilizado um terreno desmatado, começando a plantar as:
z Plantas de curto período (milho, arroz, mandioca) e ao mesmo tempo são plantadas
as:
z Plantas de médio período (maracujá, mamão, banana) e
z Plantas de longo período (cacau, cupuaçu, açaí, mogno, castanha).
A partir do segundo ano começam a produzir as frutas de médio período e gradativamente
vai sendo extinto as plantas de curto período. Depois tem certo período de produção de frutas e
gradativamente vai se transformando em uma floresta, constituída de pomares e árvores de
essências. Depois de 20 a 40 anos pode-se desmatar e fazer o mesmo processo.
8
→
1. Desmatamento
2. Banana, Pimenta e Cacau que foram
plantados
↑
↓
←
3. Cacau, Açaí e Banana.
4. Mogno, cacau etc.
Figura 2: Exemplo de Sistema Agroflorestal tipo sucessão
9
2-3.
Vantagens de SAF
z Em todo período o produtor pode ter renda e com isso se fixar em um determinado
local, ou seja, não há necessidade de ficar mudando de lugar como é o caso da
plantação de mandioca com queimada de roça.
z Tem mais renda por metro quadrado do que na plantação de mandioca com a
queimada de roça.
z Tem mais renda por metro quadrado do que na criação de boi.
z Gera mais emprego por metro quadrado do que na criação de boi
z Tem menos vulnerabilidade por pragas do que na monocultura.
z Tem menos vulnerabilidade a desestabilização dos preços dos produtos agrícolas.
z Protege a floresta, solo e biodiversidade.
Exemplo de SAF: Em Tomé-Açu o SAF dos produtores Nikkeis, 25 hectares podem
produzir igual uma fazenda de criação de bois de 1000 hectares da mesma região. (Yamada and
Gholz 2002).
E no caso de SAF, 25 hectares de terra precisam de 10 a 20 trabalhadores, gerando
empregos na região. Por exemplo, na época da safra da pimenta do reino e das frutas, há muito
trabalho para mulheres e adolescentes. No Amazonas as fazendas sempre foram consideradas
como um método principal de desenvolvimento, mas uma fazenda de 1000 hectares precisa
apenas de 3 a 4 trabalhadores para administrar e apenas 1 ou 2 vezes por ano as empreiteiras
empregam mais trabalhadores da periferia da cidade para serviço temporário de capinar. Sendo
assim as fazendas não geram muitos empregos na região (Yamada 2005 p.128).
10
Capitulo 3:
Historia de Tomé-Açu/PA- pioneira em SAF na Amazônia
1895
Inicio do intercambio e comércio entre Brasil - Japão
1904
Guerra entre Japão e Rússia
(terminada em 1905 com a vitória do Japão e o Japão começa a avançar pra Manchúria)
1906
O governo japonês abre empresa de ferrovia Manchúria sul
No EUA começa o movimento de exclusão da imigração japonesa
1907
Definição sobre imigração entre Japão e Estados Unidos
(Japão diminui o fluxo imigratório do Japão para os Estados Unidos e os Estados
Unidos não faz lei discriminatória para japonês)
1908
Primeira imigração do Japão para o Brasil
1913
Foi fundado a companhia nipônica de imigração brasileira
1914
Começou a Primeira Guerra Mundial
1916
Primeira missão japonesa de pesquisa para imigração no Amazonas.
1924
Foi feito uma lei nos EUA que praticamente proibia a imigração do Japão para os
Estados Unidos. No Japão começou um movimento Anti-americano e o governo japonês
começou a ajudar nas despesas de viagem para imigrantes que irão para o Brasil
(recessão apos primeira guerra mundial)
1925
Governador do Pará convidou os japoneses para imigrar para melhoria de agricultura na
região
1928
“Ford motor“ dos Estados Unidos abriu uma enorme plantação de seringa que chama
Fordlandia na região de Santarém.
Foi fundada a Companhia Nipônica de imigração Sul América.
1929
A crise de 1929, também chamada de grande depressão.
Primeira imigração japonesa para a Amazônia, 43 famílias, 189 pessoas chegaram para
Tomé-Açu.
1931
Foi fundada a Cooperativa de hortaliças de Acará em Tomé-Açu
1933
A imigração do Japão pro Brasil ultrapassou o numero de 20 mil pessoas por ano.
Imigrante para Tome Açu trouxe algumas mudas de pimenta do reino de Cingapura
Epidemia de malaria em Tomé-Açu
1934
Governo brasileiro faz lei de limitação de imigração (lei que limita o numero de
imigrantes por ano para 2% dos últimos 50 anos de cada país. Essa lei teve como
objetivo de diminuir a imigração do Japão)
Após este ano a imigração do Japão foi limitado para menos de 3.000 pessoas por ano
1935
A Companhia Nipônica de imigração Sul América, teve suas atividades reduzidas devido
a dificuldades financeiras.
Muitas pessoas abandonaram e saíram de Tomé-Açu.
Cooperativa de hortaliças de Acara passou a ser a Cooperativa indústria de Acara.
1939
Começou a Segunda Guerra Mundial
11
1941
Começou a guerra entre Japão e Estados Unidos
1942
Os Estados Unidos começaram a colocar os imigrantes japoneses no campo de
concentração.
O Brasil cortou relações diplomáticas com o Japão.
O Brasil proibiu reunião de mais de 3 imigrantes japoneses e foi proibida a educação em
japonês.
Em Belém do Pará houve rebelião, foram incendiados residências e comércios de
japoneses.
Tomé-Açu foi estabelecido como campo de concentração dos países do eixo do norte do
Brasil.
1943
Começou a experiência no tratamento da malaria pelo exercito americano em Tomé-Açu
e após isso começou a diminuir a malaria em Tomé-Açu.
1945
Termina a Segunda Guerra Mundial
1946
Aumento do preço da pimenta do reino devido à destruição das plantações nos países
asiáticos.
Começou a plantação em massa de pimenta do reino em Tomé-Açu
1949
Cooperativa industrial de Acará passou a ser chamada de Cooperativa agrícola de
Tomé-Açu
Década de 50:
época áurea da pimenta do reino de Tomé-Açu
1950
A pimenta do reino ficou em primeiro lugar em produção de Tomé-Açu.
1952
Recomeço da imigração do Japão para o Brasil
1953
Primeira imigração do Japão para Tomé-Açu após a guerra
1956
Queda do preço da pimenta do reino
1957
Queda do preço da pimenta do reino, chegando ao valor menor do que o custo de
produção.
1959
Liberação de cambio para exportação da pimenta do reino (foi liberado para definir o
preço da exportação em dólar) melhoria do preço da pimenta do reino.
Tome-Açu ficou separado do município de Acará e passou a ser município de Tomé-Açu
Festa de 30 anos de imigração
Década de 60:
doença da pimenta do reino (Fusariose) começou em Tomé-Açu
1960
alta de preço da pimenta do reino
1963
Prefeito eleito de Tomé-Açu é descendente japonês
Década de 70:
Fusariose se espalhou em Tomé-Açu
Diversificação de cultivo=Inicio do sistema Agroflorestal
1971
O centro de imigração de Kobe foi fechado e terminou o fluxo de imigração do Japão
para o exterior.
Cacau hibrido e sistema Agroflorestal foi introduzido para Tomé-Açu
1972
Foi aberta a estrada que liga Tome-Açu a Belém
1974
Junto com a enchente começou a epidemia de fusariose e acabou com a plantação da
pimenta do reino.
12
Começou a diversificação de cultivo em Tomé-Açu, foram introduzidos cacau, maracujá,
mamão e melão.
Década de 80:
Alta e queda do preço da pimenta do reino
Diversificação do cultivo e sistema Agroflorestal começa a se expandir
Construção da fabrica de polpa de CAMTA
1984-87 Construção da fabrica de polpa e frigorífico
1990
Na assembléia de CAMTA foi decidida nova estratégia, de plantar menos pimenta e mais
pomares.
2002
CAMTA fez a 2 fabrica de polpa, começou a exportação de polpa para Japão, Estados
Unidos e Alemanha.
2006
CAMTA aumenta a capacidade de seu frigorífico, pra 2,000 toneladas.
13
Capitulo 4:
4-1.
Pesquisa de viabilidade do SAF em Manicoré
Roteiro de visita do Senhor Konagano
Data
Atividades
06-07/07/2008
z
Pesquisa de mercado em Manaus
08/07/2008
z
Chegada para Manicoré
z
Visita ao IDAM (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado
do Amazonas)
z
Visita a COVEMA (Cooperativa Verde de Manicoré)
z
Visita a COOPEMA ( Cooperativa dos Produtores Agropecuários e
Extrativistas dos Recursos Naturais do Município de Manicoré
09/07/2008
10/07/2008
z
Visita a comunidade de Maravilha
z
Visita a comunidade Jenipapo
z
Visita a comunidade de Porto Seguro
z
Visita a comunidade de Cachoeirinha
z
Visita a São Francisco do Capananzinho
z
Visita a Terra Preta do Capananzinho
z
Visita a Nazaré do Capananzinho
11/07/2008
1o seminário regional do rio madeira sobre sistema Agroflorestal
12/07/2008
Saída de Manicoré
4-2.
Conteúdo da visita e observações do Sr. Konagano
4-2-1. IDAM (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas):
O IDAM é um órgão muito importante para se fazer parceria, e com isso aproveitar a
estrutura que ele tem para realizar cursos de capacitação para os produtores, oficinas e outras
atividades que tenham como objetivo capacitar o produtor do Município.
4-2-2. COVEMA (Cooperativa Verde de Manicoré):
A COVEMA é uma cooperativa nova, mas que está bem estruturada e por isso é
importante fazer parceria com essa cooperativa, porque no futuro ela poderá ajudar bastante os
produtores.
4-2-3. COOPEMA (Cooperativa dos Produtores Agropecuários e Extrativistas dos Recursos
Naturais do Município de Manicoré):
A historia da COOPEMA é muito bonita, é uma cooperativa que já realizou varias
atividades no Município e já produz frutas e hortaliças.
Sobre a produção de hortaliças e frutas, é uma atividade que deve ser incentivada, porque
há necessidade, pois as frutas e verduras vendidas aqui no Município e também em Manaus são
trazidas de fora do Estado.
14
4-2-4. Visita à comunidade de Maravilha:
Tipo de terra:
Terra Firme
Produtos cultivados:
mandioca, banana e melancia.
Impressão geral:
Há um uso exagerado de inseticidas na zona rural, por isso para
reduzir a utilização do mesmo, foi orientado aos produtores a
utilização de um inseticida feito de produtos naturais. (Veja Capitulo 6 Substituições de agrotóxico)
Nesta comunidade, não há consorcio das plantas.
Pode fazer consorcio de
Mandioca+Cacau+Andiroba+Castanha+Cedro
Banana+Cacau+Andiroba+Castanha+Cedro ou outras combinações
Ao redor da comunidade, tem área grande de Várzea onde existe
bastante Camu-Camu que ultimamente tem grande demanda. É
importante incentivar a plantação de Camu-Camu..
4-2-5. Visita à comunidade Jenipapo (Sr. Raimundo Souza Bezerra):
Tipo de terra:
Várzea
Produtos cultivados:
Melancia, Bananeira com pueraria, Maracujá.
Cultura de melancia:
Foi feito a limpeza/capina onde tinha pueraria sem fazer a queima no
terreno. Isso ajudou fertilizar o terreno (Pueraria fixa Nitrogênio).
Apresenta ótima vigor sem doença e nem ataque de insetos.
O cultivo de maracujá:
Já está produzindo muito bem, o preço vendido é de R$20.00 a saca.
Impressão geral:
Este produtor tem visão diferente, devemos copiar o sistema que
preserva o solo e não polue o meio ambiente.
4-2-6. Visita à comunidade Porto Seguro (Sr. Adelias):
Tipo de terra:
Várzea
Produtos cultivados:
3,000 pés de cacau
800 pés de cedro
800 pés de açaí
Melancia
Cultura de melancia:
há um exagero no uso de defensivos, o ideal seria a redução ou usar
um defensivo alternativo (Veja Capitulo 5 -Substituição de agrotóxico)
Impressão geral:
Este produtor já cultiva no sistema Agroflorestal, deve apenas
melhorar a técnica e incentivar os demais produtores, através de
capacitações, orientações e dia de campo.
15
4-2-7. Visita à comunidade Cachoeirinha (Sr. Hudson):
Tipo de terra:
Terra Firme
Produtos cultivados:
Laranjeira (atacado de gomore)
Andiroba
Seringueira
Gado
Sugestão de espaçamento das culturas:
Laranja 5 por 5 m
Açaí 5 por 5 m
Adubação 5 a 10 litros/pé
Sugestão de adubação:
Cinza 1 pá
NPK 18.18.18 – 50 g / mês durante inverno
Sugestão de pulverização: usar um defensivo alternativo (Veja Capitulo 5 -Substituição de
agrotóxico)
Impressão geral:
Este produtor já praticou SAFs e com mais orientações ele pode ser
um multiplicador. Ele pretende fazer roça sem queimada, é importante
acompanhar este trabalho para saber o resultado.
4-2-8. Visita à comunidade São Francisco no Capananzinho (Nome desconhecido):
Tipo de terra:
Terra Firme
Produtos cultivados:
Pupunheira
castanheira
Impressão geral:
Naturalmente já existe SAFs na área. Mas precisa ser incentivado o
cultivo do açaí na área de plantação de mandioca ou na capoeira.
16
4-2-9. Visita à comunidade São Francisco do Capananzinho (Sra. Tereza Soares dos Santos):
Tipo de terra:
Terra Firme
Produtos cultivados:
Mudas de citros
Impressão geral:
Como o produtor tem noção e já está produzindo mudas de citros, fica
muito mais fácil incentivar e ensinar a maneira correta de como
plantar.
Sugestão de espaçamento das culturas:
Cedro 5 por 5 metros
Castanheira 10 por 10 metros ou 12 por 12 metros, 15 por 15 metros.
Açaí 5 por 5 metros
Cacau 4 por 4 metros
4-2-10. Visita à comunidade Terra Preta do Capananzinho (Sr. Praciano / Sr. Vivaldo):
Tipo de terra:
Terra Firme
Produto cultivado:
mandioca e cacau
Impressão geral:
O produtor mesmo sem receber orientação, já está fazendo roça sem
fazer queimada e aproveitou para cultivar o cacau, colocando 2
sementes por cova. Só faltou deixar algumas arvores para fazer o
sombreamento. O produtor recebeu informações e alem disso foi feito
treinamento de enxertia na laranjeira e tomateiro.
4-2-11. Visita comunidade de Nazaré do Capananzinho (Sr. Augusto):
Tipo de terra:
Terra Firme
Produtos cultivados:
Várias plantas no quintal da casa
Impressão geral:
Foi feita a demonstração de Podagem nas árvores de cupuaçu,
acerola, araçá-boi, purui e etc. As plantas estão ficando com muita
folha e galhos de mais. As pessoas estão pensando, mais folhas e
galhos, melhor. Há necessidade de mais orientação sobre como e
porque precisa podar.
17
Capitulo 5:
Primeiro Seminário sobre Sistema Agroflorestal
da região do Rio Madeira
No seminário do dia 11 de julho participaram 45 agricultores rurais de Manicoré, 2
agricultores de Apuí, 3 pessoas da Secretaria Municipal de Meio ambiente, 1 pessoa da
Secretaria de Produção, 3 do IDAM, 1 da Colima, 1 freira da igreja católica, 1 pessoa de
COOPEMA, 1 pessoa do projeto RECA (cooperativa que pratica SAF em Rondônia), 6 pessoas
da HANDS/IDEAS e Sr. Konagano.
Conteúdo apresentado:
1- Palestra sobre sistema Agroflorestal com o Sr. Konagano
2- Apresentação sobre a pratica de SAF em Tome-Açu e as atividade da CAMTA e
secretaria de agricultura de Tome-Açu
3- Aula pratica de podagem e enxertia
4- Apresentação das atividades do projeto RECA
5- Apresentação das atividades da COOPEMA
① Palestra do Sr. Konagano
② Aula pratica de podagem e enxertia
③ Aula pratica de podagem e enxertia
④ Apresentação das atividades do projeto
RECA
⑤ Apresentação das atividades da
COOPEMA
①
②
③
18
④
⑤
Muitos produtores que participaram demonstraram preocupação com a sustentabilidade da
pratica atual e ficaram bastante interessados no sistema Agroflorestal.
Na apresentação de Sr. Konagano foram apresentadas fotos das plantações de pomares
que são comuns em Manicoré. Esses pomares são parecidos com os de Tomé-Açu, sendo assim
as pessoas acharam que é possível fazer em Manicoré a mesma coisa que é feito em Tome-Açu
e com isso aumentar a renda desses produtores.
Sr. Konagano apresentou a impressão de visita e achou que o solo de Manicoré é melhor
que o de Tomé-Açu e é viável introduzir SAF em Manicoré, sendo que no caso de Manicoré a
melhor forma de introduzir SAF seria tendo como eixo o cacau.
Sr. Konagano disse que pode receber em Tomé-Açu os estagiários de Manicoré.
19
Capitulo 6:
As técnicas repassadas
Foram repassadas varias técnicas, abaixo estão as principais.
6-1.
Produção de mudas
Na tabela abaixo mostra os pontos principais de produção de mudas
Espécie
Largura do
saco (cm)
Profundidade
do saco (cm)
Espessura do
saco (μ)
Cacau
18
28
12
Tempo para o
plantio definitivo das
mudas (Meses)
6-8
Açaí
18
28
12
8-10
Cupuaçu
18
35
12
6-8
Castanha
18
35
12
6-8
Arvores essencial
18
35
12
6-8
Maracujá
15
23
8
3-4
Pimenta do reino
15
25
8
3-6
Substrato para mudas:
z Misturar terra preta com um pouco de argila (para que na hora de rasgar o saco para
plantar não desmanchar).
z Misturar 1 metro quadrado de terra, com trinta litros de esterco de galinha e 3 a 5 kilos
de fosfato natural, misturar bem e ensacolar a terra.
z Deixar em filas de 5 a 10 fileiras (se for mais que isso fica difícil de cuidar).
z Fazer cobertura com somblite ou palha da altura de 2 metros e meio.
z Regar todos os dias durante a época de seca
z Pulverizar toda semana ou a cada quinzena com inseticida (pode ser substituído por
tucupi ou urina)
Para colocar a terra no saco, utilizar uma lata de óleo de 900 ml sem tampa e sem fundo no
formato de cano e introduzir a lata dentro do saquinho de muda e depois colocar a terra no saco
através da lata de óleo.
20
① Preparação do saco de mudas
② Cobertura de somblite
③ Lata de óleo e saco de muda
①
②
6-2.
③
Substituição de agrotóxico
Na zona rural de Manicoré muitos agricultores têm dificuldade de ler e escrever e por isso
muitas vezes não entendem a maneira correta de utilizar o agrotóxico, utilizando muitas vezes de
maneira perigosa que pode causar danos ao meio ambiente e as pessoas e também os
agrotóxicos têm preços altos para os agricultores. Nessa situação substituir esses agrotóxicos
com produtos naturais da própria comunidade, reduziria os problemas de saúde, econômicos e os
danos ao meio ambiente. Como alternativa para a substituição do agrotóxico seria utilizar o tucupi
e a urina humana. Conforme explicado abaixo:
z 2 litros de urina mais 18 litros de água ou
z 3 litros de tucupi em 17 litros de água
Aplicar com pulverizador na plantação de melancia, pomares e mudas.
6-3.
Podar arvore
Em Manicoré, não é comum podar as arvores.
Por isso muitos pomares estão ficando:
z Desnecessariamente muito alto (dificuldade para colher as frutas)
z Muitos galhos, impedindo que as arvores recebam a luz do sol (diminuição da quantia
de fruta)
z Muitos galhos desnecessários reduzem os nutrientes da arvore (diminuição da
quantia de frutas)
Por isso os pomares devem ser podados a cada fim de safra. Para explicar isso aos
21
produtores deve-se usar como exemplo as mulheres que tem que cortar os cabelos e fazer unhas
para ficar bonita, da mesma maneira deve ser feito com as arvores. Podar para que elas fiquem
mais saudáveis e produzam mais frutos.
6-4.
Vassoura de Bruxa
A Vassoura de Bruxa é uma doença do cacau e do cupuaçu causada por um tipo de fungo.
Essa doença é muito grave, mas em Manicoré quase todos os produtores rurais desconhecem o
assunto. E os órgãos orientadores não esclarecem sobre esse assunto.
Praticamente todas as comunidades que visitamos onde existe plantação de cacau e
cupuaçu estão com vassoura de bruxa.
Abaixo mostraremos as fotos:
① Parece saudável, mas tem galhos e
folhas que começam a nascer de
maneira estranha, com os galhos e
folhas muito próximo.
② Depois de certo tempo começa a
secar
①
②
O ideal é tirar a parte que está ficando com a vassoura de bruxa e queimar. Mas na prática
devido ao excesso de trabalho e o perigo de incêndio, não é muito viável. Por isso
recomendamos cortar a parte que está doente e cobrir com folhas secas ou enterrar para evitar
que a espora se espalhe. Dessa maneira o trabalho não é muito grande e dá para controlar a
doença.
22
6-5.
Produção de cacau de qualidade e processo de fermentação
Em Manicoré o cacau está sendo colhido e secado sem processo de fermentação e
vendido para fora.
Neste caso esse cacau não pode ser utilizado como material direto para a produção de
chocolate, vai ser utilizado só para se extrair a manteiga de cacau que será utilizado para
cosméticos ou para adicionar no chocolate, por isso o preço é baixo.
Mas quando o cacau passa pelo processo de fermentação pode ser utilizado para
chocolate fino e o produto fica mais valorizado. Por isso é importante disseminar o processo de
fermentação do cacau, principalmente porque aqui em Manicoré existe muita dificuldade no
transporte de produtos e o cacau seria o produto principal nos sistema Agroflorestal, pois ele pode
ser secado depois do processo de fermentação e armazenado.
As etapas do processo de colheita do cacau são as seguintes:
z Colher o cacau maduro
Cacau maduro
z Colocar o cacau amontoado no chão durante dois dias.
z Quebrar o cacau sem danificar os caroços (amêndoa)
z Colocar em uma caixa de fermentação
z Dentro da caixa de fermentação, fazer a primeira camada com 20 cm de polpa e o
caroço do cacau (não pode chupar o caroço do cacau) em seguida cobrir com folha de
bananeira, depois fazer a segunda camada com 20 cm de cacau e cobrir com folha de
bananeira e por último fazer a terceira camada com cacau e depois cobrir com folha
de bananeira.
z Manter dessa maneira por 48 horas
z Depois de 48horas, tirar as folhas da bananeira e misturar todo o cacau, da camada
de baixo até a de cima.
z E a cada 24 horas misturar tudo de novo. Fazer de 6 a 7 dias, até ficar com cheiro
doce e agradável.
z Após esse processo colocar o cacau em cima de uma lona azul ou preta no sol
durante 4 dias, ficar mexendo a cada 1 hora.
23
Observação: É importante manter a higiene durante o processo de fermentação, secagem,
armazenagem e transporte. Deve-se também deixar separado o cacau de qualidade alta e o de
qualidade baixa. (cacau de qualidade ruim é aquele que germina dentro da casca)
① Caixa de fermentação
② Fazer camada de 20 cm de amêndoa com
polpa e cada camada deve ser coberta com
folha de bananeira
③ Buraco
para
sair
o
gás
durante
a
fermentação (sair o ar quente)
④ Processo de mistura do cacau
⑤ Lugar para secagem de cacau - se não tiver
uma casa de secagem com telha removível,
pode-se usar uma lona e quando começa a
chover fechar a lona e cobrir.
①
②
③
④
⑤
24
Referencias
Amazon nihonjin ijyu 60nen kinenshi iinkai (1994), Amazon – nihonjin ni yoru 60nen no ijyushi,
Pan-Amazonia nippaku kyokai.
Kokusai kyoryoku jigyodan (ed.) (2002), Brajiru kunibetsu enjoy kenkyu kai hokokusyo, Kokusai
kyoryoku jigyodan.
Martin F. W. and S. Sherman (1992) “Agroforestry Principles”, ECHO Technical Note,
http://www.worldagroforestry.org/treesandmarkets/inaforesta/documents/agrof_cons_biodiv/
Agroforestry_principles.pdf
Subler, S.(1993), Mechanism of Nutrient Retention and Recycling in a Chronosequence of
Amazonian Agroforestry System: Comparison with Natural Forest Ecosystems (Ph.D.
Dissertation), The Pennsylvania State University, State College.
Tanaka, R. (1997), “Nettai nogyo ni okeru takakuka no tenkai to aguroforesutori ni kansuru iti
kousatsu”, Hokkaido daigaku noukei ronso, vol.53, pp.151-163.
Tsunoda, F. (1966), Amazon no uta, Mainichi shinbunsha.
Uchimura, E. (2000), Jissenteki aguroforesutori system, Zaidanhoujin kokusai ryokka suisin
center.
Yamada, M. and H. L. Gholz (2002) “An Evaluation of Agroforestry Systems as a Rural
Development Option for the Brazilian Amazon”, Agroforestry Systems, Vol.55, No.2,
pp.81-87.
Yamada, M. (2005), “Nikkei jin no amazon nougyo kaihatsu to aguroforesutori”, Nishizawa, T.,
Koike, Y. and Y. Hongo (eds.) Amazon – hozen to kaihatsu, Asakura shoten.
25
Anexo 1
Anexo 1: Principais plantas em Manicoré em Tomé-Açu
Nome Cientifico /
Foto
Manihot esculenta
Nome no
Brasil
Mandioca
Maniva
Citrullus lanatus
Piper nigrum
26
Principal utilização
Macaxeira
z
z
z
z
Melancia
z
z
z
z
Pimenta de
Reino
z
z
Farinha
Tapioca
Tucupi
Come-se cozida,
frita e assada.
Farinha
Tapioca
Tucupi
É consumida crua
Temperar comida
A maioria para
exportação
Anexo 1
Carica papaya
Passiflora edulis
Mamão
z
É consumido cru
Maracujá
z
Faz-se suco com a
polpa
Suas folhas podem
ser utilizadas para
fazer chá, tem
efeito calmante.
z
Guaraná
Paullinia cupana
z
z
z
Malpighia glabra
Acerola
27
z
Sua semente é
usada como
matéria prima de
refrigerante
Xarope para
misturar com
sucos.
Contem bastante
cafeína e pode ser
utilizado como
estimulante
suco
Anexo 1
Cacau
Theobroma cacao
z
z
Cocos nucifera
Côco
z
z
z
z
z
Bactris gasipaes
Pupunha
z
z
Dendê
Elaeis guineensis
z
z
28
Extrai-se a
manteiga do cacau
para ser utilizado
em cosméticos e
na alimentação
Matéria prima do
chocolate
Toma-se a água do
coco
Faz-se o coco
ralado
Extrai-se o leite de
coco
Utiliza-se a casca
para fazer
artesanato
Utiliza-se a fibra
como material
industrial
Cozinha-se a fruta
para comer
Tira-se o palmito
Extrai-se o óleo
para ser usado na
alimentação
Ultimamente está
sendo utilizado
para produção de
biodiesel
Anexo 1
Açaí
Euterpe oleracea
z
z
z
Cupuaçu
Theobroma grandiflorum
z
z
z
Castanha
do Pará
Bertholletia excelsa
29
z
Tira-se a polpa do
açaí para tomar
Extrai-se o palmito
Utiliza-se a
semente para
fazer artesanato
A polpa para fazer
o suco
Utilizar o caroço
para fazer um tipo
de chocolate
Extrair o óleo da
semente para
fazer cosmético
Como castanha se
extrai o óleo pra
alimentação e fins
cosméticos
Anexo 1
Cedrela odorata
Hevea brasiliensis
Cedro
z
Usa-se a madeira
Seringa
z
Extrai-se o leite
para fazer a
borracha
Utiliza-se a
semente para
criação de peixes
(alimentação dos
peixes).
z
Carapa guianensis
Andiroba
30
z
Extrai-se o óleo da
semente para fins
medicinais e
cosméticos.
Anexo 1
Pueraria phaseoloides
Desmodium sp.
Pueraria
z
Adubo verde
(fixação de
nitrogênio)
Desmodio
z
Adubo verde e
fixação de
nitrogênio
Mantém a umidade
do solo
z
Tutor Vivo/
Gliricidia
Gliricidia sepium
31
z
Pode ser utilizado
como tutor de
plantas como a
pimenta do reino.
Anexo 2
Anexo 2: Apresentação de Secreteria Municipal de Agricultura de Tomé-Açu
DEPARTAMENTO DE AGRICULTURA
MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA:
300 HECTARES PREPARADOS
500 FAMÍLIAS BENEFICIADAS
PREFEITURA MUNICIPAL DE TOMÉ-AÇU
ADM.: FRANCISCO EUDES
SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA
SECRETÁRIO DE AGRICULTURA: MICHINORI KONAGANO
PRODUÇÃO DE MUDAS
VISITAS SEMANAIS AS ASSOCIAÇÕES RURAIS
APROXIMADAMENTE 1.000.000 DE MUDAS PRODUZIDAS E
DISTRIBUIDAS AOS AGRICULTORES FAMILIARES
ASSUNTOS DISCUTIDOS:
MERCADO E COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS
DISSEMINAÇÃO DE TECNOLOGIA
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
Espécies: CACAU, CUPUAÇÚ, AÇAÍ, MÓGNO, ANDIROBA, IPÊ, NIM, ETC.
CAPACITAÇÃO DE PRODUTORES
CARAVANA DE PRODUTORES RURAIS AO
FRUTAL AMAZÔNIA: 2006, 2007 E 2008.
MAIS DE 40 CURSOS
DIAS DE CAMPO
CURSO DE PISCICULTURA
CURSO DE DERIVADOS DO CACAU
PARCEIROS: SENAR, CEPLAC, EMBRAPA, EMATER, SEBRAE
32
Anexo 2
DIA DE CAMPO CULTURA MILHO E ARROZ
DIA DE CAMPO CULTURA MILHO E ARROZ
SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF)
SISTEMA AGROFLORESTAL
FREIJÓ
25 ANOS
CASTANHA-DO-PARÁ
26 ANOS
AÇAÍ
18 ANOS
CACAU
28 ANOS
CACAU
27 ANOS
SISTEMA AGROFLORESTAL
SISTEMA AGROFLORESTAL
O OBJETIVO DO SAF É
TENTAR IMITAR A
NATUREZA , RECRIANDO
UM AMBIENTE O MAIS
PRÓXIMO POSSÍVEL DO
NATURAL .
RECUPERANDO A
FAUNA E FLORA...
MÓGNO
AÇAÍ
BANANA
CACAU
...E SEM DEIXAR DE TER
RENDA
33
Anexo 2
DEPARTAMENTO DE PECUÁRIA
PISCICULTURA
APICULTURA
ASSOCIAÇÃO MARUPAÚBA CULTIVO DE TAMBAQUI EM
TANQUE REDE
AUMENTAMOS A PRODUÇÃO DE 1,5 TONELADA PARA
18 TONELADA
PARCEIROS: CAMPANHIA VALE DO RIO DOCE
SEC. MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
ESCOLA DE TRABALHO E PRODUÇÃO DO PARÁ
PARCERIA: POEMA
PROJETO AVICULTURA
PROJETO AVICULTURA
FRANGO DE CORTE
GALINHAS POEDEIRAS
ASSOCIAÇÃO Km 40
PARCEIRO: SAGRI
PARCEIRO: SAGRI
PROJETO
OVINOCULTURA
PARCEIROS:
CAMPANHIA VALE DO RIO DOCE
ESCOLA DE TRABALHO E PRODUÇÃO DO
PARÁ
CONTATOS: (91) 37341552
(91) 9166-5086
E-mail: [email protected]
34
Anexo 3
Anexo 3: Apresentação de SAF em Tomé-Açu
Histórico
SISTEMA AGROFLORESTAL
(AGRICULTURA QUE FAZ A
FLORESTA) EM TOMÉ
TOMÉ-AÇU PA
1929 – Chegada dos primeiros imigrantes em
Tomé
Tomé-Açu;
1933 – Introduç
Introdução de mudas de PimentaPimenta-dodo-Reino;
‹ Iní
Início da dé
década de 50 – Melhor cotaç
cotação da
PimentaPimenta-dodo-Reino;
‹ Final da dé
década de 60 – Começ
Começo da doenç
doença
fusariose. Por esse motivo começ
começou a introduzir
outras Culturas;
‹ 1971 – Introduç
Introdução da Cultura do Cacau Hí
Híbrido;
‹ 1974 – Introduç
Introdução das Culturas de Maracujá
Maracujá,
Mamão e Melão;
‹ 1978 – Pico nas Produç
Produções. Principalmente de
Maracujá
Maracujá;
‹ 1984 – 1987 – Construç
Construção da Fá
Fábrica de Polpa
Congelada – CAMTA;
‹ 2002 – Inauguraç
Inauguração da 2ª
2ª Unidade Fabril da CAMTA.
‹
‹
Michinori Konagano
HISTÓRICO
‹
‹
‹
‹
‹
‹
‹
‹
‹
1929 – Chegada dos primeiros imigrantes em Tomé
ToméAçu;
1933 – Introduç
Introdução de mudas de PimentaPimenta-dodo-Reino;
Iní
Início da dé
década de 50 – Melhor cotaç
cotação da PimentaPimenta-dodoReino;
Final da dé
década de 60 – Começ
Começo da doenç
doença fusariose.
Por esse motivo começ
começou a introduzir outras culturas;
1971 – Introduç
Introdução da Cultura Cacau Hí
Híbrido;
1974 – Introduç
Introdução das Culturas de Maracujá
Maracujá, Mamão e
Melão;
1978 – Pico das Produç
Produções. Principalmente de Maracujá
Maracujá;
1984 – 1987 – Construç
Construção da Fá
Fábrica de Polpa
CongeladaCongelada- CAMTA;
2002 – Inauguraç
Inauguração da 2ª
2ª Unidade Fabril da
CAMTA.
35
Anexo 3
Por que surgiram e como se
desenvolveram os Sistemas
Agroflorestais em Tomé
Tomé-Açu?
Doenç
Doença dos Pimentais
Cacau
Sombra
‹ Crise na Agricultura
‹ Introduç
Introdução de outras culturas
‹ Baixar o custo
Consó
Consórcio
‹ Agroindú
Agroindústria em funcionamento
‹
Atividade Madeireira
‹ Consciência Ambiental
‹
‹
Bananeira x PimentaPimenta-dodo-Reino x Cacau x Taperebá
Taperebá x
CastanhaCastanha-dodo-Brasil X Andiroba x Mogno
Bananeira x Cupuaç
Cupuaçu x PimentaPimenta-dodo-Reino x
Taperebá
Taperebá x Mogno x Bacuri
PimentaPimenta-dodo-Reino x Cupuaç
Cupuaçu x Aç
Açaí x Paricá
Paricá
Quais são os benefícios e
vantagens do manejo em SAFs?
Quais são as dificuldades do
manejo em Sistemas Agroflorestais?
‹ Proteç
Proteção
do Solo
‹ Retenç
Retenção de Umidade
‹ BiodiversidadeBiodiversidade-Equilí
Equilíbrio
‹ Pouca agressão ao ambiente
‹ Ambiente agradá
agradável para trabalho
‹ Colheita/Renda escalonada
‹ Pouco ou não uso de defensivo
‹ Produç
Produção saudá
saudável de alimentos
‹Complexidade
do Sistema
-Na administraç
administração
-Combinaç
Combinação de plantas
-Espaç
Espaçamento
-Colheita
‹Falta
de pesquisa
‹Certificaç
Certificação
36
Anexo 3
Cacau x PimentaPimenta-dodo-Reino x Freijó
Freijó
Cacau x Banana x Aç
Açaí
Açaí x Cacau x Paliteira x CastanhaCastanha-dodo-Brasil
Cupuaç
Cupuaçu x PimentaPimenta-dodo-Reino
Bananeira x PimentaPimenta-dodo-Reino x Taperebá
Taperebá x
Cupuaç
Cupuaçu x Feijão Guandu
Bananeira x PimentaPimenta-dodo-Reino x Feijão Guandu x
Cupuaç
Cupuaçu
37
Anexo 3
Bananeira x Cupuaç
Cupuaçu
PimentaPimenta-dodo-Reino x Cacau x Capim Citronela
PimentaPimenta-dodo-Reino x Gliricidia
Bananeira x PimentaPimenta-dodo-Reino x Mogno Africano
PimentaPimenta-dodo-Reino x Cupuaç
Cupuaçu x CastanhaCastanha-dodoBrasil
PimentaPimenta-dodo-Reino x Arroz x Patchouli
38
Anexo 3
PimentaPimenta-dodo-Reino x Maracujá
Maracujá x Patchouli x Cacau
Mandioca x Cacau x Aç
Açaí
Cacau x CastanhaCastanha-dodo-Brasil
PimentaPimenta-dodo-Reino x Teca
Cacau x Aç
Açaí x Andiroba x Mogno
Pimental Decadente x Acerola
39
Anexo 3
Cupuaç
Cupuaçu x Essências Florestais
Cacau x Aç
Açaí x CastanhaCastanha-dodo-Brasil
Cacau x Aç
Açaí x Andiroba x Mogno
Cacau x Mogno
Cacau x Cupuaç
Cupuaçu x CastanhaCastanha-dodo-Brasil x Andiroba x
Mogno x Seringueira x Bacuri x Sapucaia
Taperebá
Taperebá x Cacau x Aç
Açaí x Bananeira
40
Anexo 3
Cacau x CastanhaCastanha-dodo-Brasil x Aç
Açaí x Paliteira
Cacau x Mogno x Aç
Açaí
TRABALHO SOCIAL
A nossa produção agrícola visa
menor impacto ambiental
valorizando o cultivo de
espécies nativas no arranjo em
Sistemas Agroflorestais (SAF’s),
formando um mosaico de
biodiversidade e enriquecendo
a fauna e flora da região.
MUITO OBRIGADO!!!
Cooperativa Agrí
Agrícola Mista de Tomé
Tomé-Açu
CNPJ 05.753.983/000105.753.983/0001-50 - Insc. Estadual 15.006.07015.006.070-0
Av. Dioní
Tomé
Dionísio Bentes n°
n°210 - Quatro Bocas Tomé-Açu (PA)
CEP - 68682Fone:
68682-000 Fone: 0xx(91)37340xx(91)3734-1352 Fax: 0xx (91) 37343734-1136
E-mail: [email protected] Site: http// www.camta.com.br
41
Download

Relatorio sobre a pesquisa e seminario de disseminacao do