Relatório sobre a pesquisa e seminário de disseminação do Sistema Agroflorestal na Amazônia ocidental 02/2009 Financiado pelo fundo de Meio Ambiente Global do Japão Prefácio Este relatório é sobre o resultado do Projeto “Pesquisa e seminário de disseminação do Sistema Agroflorestal na Amazônia Ocidental” que foi financiado pelo Japan Fund for Global Environment of the Environmental Restoration and Conservation Agency. A HANDS tem feito vários projetos no município de Manicoré desde 2001. Em Manicoré, a grande maioria dos ribeirinhos vive da agricultura familiar e pesca nos rios. O cultivo de verduras e frutas é pouco e não está sendo aproveitado a grande potência que seus rios e florestas possuem. A HANDS começou um novo desafio de desenvolvimento sustentável através do Sistema Agroflorestal (SAF) para melhoria de vida dos ribeirinhos com preservação de meio-ambiente. Nesse projeto, convidamos o Sr. Michinori, um agricultor muito experiente e sucedido, para pesquisar a situação pelo ponto de vista de um profissional e realizar um seminário. Esse projeto é uma ação pequena, mas acreditamos que será um inicio para introdução de SAF no município de Manicoré, e futuramente para os outros municípios da Amazônia Ocidental. Agradecemos de coração para o Sr. Michinori Konagano, Prof. Masaaki Yamada (Ph.D) da Tokyo University of Agriculture and Technology que supervisou o relatório e os participantes do seminário. Toru Sadamori Yoshie Mizogami Hiroko Ando Responsáveis pela elaboração do relatório HANDS-Health And Development Service 1 Mensagem de Sr. Michinori Konagano Visitando as comunidades, percebi que muitos produtores mesmo sem orientação já praticam um tipo de SAF, cultivando vários tipos de culturas, precisando apenas melhorar o espaçamento entre as culturas (plantas e árvores) e as combinações de cultivos, sendo assim, vejo que será muito fácil implementar o Sistema Agroflorestal no Município de Manicoré. Fiquei muito satisfeito em conhecer o Município de Manicoré, somar e contribuir com vocês na realização desse primeiro seminário sobre SAF na região do Rio Madeira, organizado pelo IDEAS com o apoio da HANDS. Percebi que precisava abrir os olhos dos produtores para as novas técnicas e mostrar a eles que existe alternativa, como o Sistema Agroflorestal. Pelo interesse demonstrado pelos participantes, durante todas as apresentações do seminário, posso dizer que esse encontro foi um sucesso. A todos os organizadores, Sr. Toru Sadamori, Sr. Emerson e Sr. Aurélio estão de parabéns, desde já me coloco a disposição para esclarecer qualquer duvida me telefonem ou mande e-mail para CAMTA. Gostaria de receber a visita de todos vocês em Tomé-Açú. Estarei esperando de braços abertos. Felicidades e sucesso no trabalho. Abraços a todos os produtores que me receberam em suas propriedades e participaram do seminário. Agradeço de coração a este convite e tudo que vocês fizeram por mim. Obrigado e até a próxima vez. 12/07/2008 Michinori Konagano Diretor da Cooperativa Mista Agrícola de Tomé-Açú Secretário Municipal de Agricultura de Tomé-Açú 2 Mensagem de IDEAS O IDEAS é uma entidade que realiza atividades de acompanhamento nas comunidades da zona rural da região de Manicoré – AM. E com as visitas as comunidades o IDEAS percebeu que havia a necessidade de apresentar aos produtores rurais uma nova alternativa de agricultura. Neste sentido o IDEAS vem incentivando o SAF como um modelo de agricultura mais viável, sustentável e mais rentável para a região. O IDEAS em parceria com o IDAM – Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas local, e com apoio da HANDS vem realizando cursos de capacitação para os produtores, o mesmo é realizado nas próprias comunidades com intuito de dar mais qualidade e agregar valor a produção da região. O IDEAS junto com a HANDS realizaram um seminário sobre sistema Agroflorestal em Manicoré, neste, convidamos o Sr. Michinori Konagano, um agricultor muito experiente e profissional de SAF, da CAMTA – Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (PA) para uma troca de experiência com os agricultores. No seminário participaram também representantes de cooperativas e do projeto RECA do Estado de Rondônia, através das apresentações dos projetos RECA e CAMTA de Tomé-Açu, os agricultores puderam perceber que o SAF é realmente viável para a região. Antes do seminário o Sr. Konagano já tinha visitado varias comunidades rurais, dando orientações aos agricultores sobre como melhorar o plantio e praticar o sistema Agroflorestal na região. Após a visita do Sr. Konagano em Manicoré, três pessoas foram visitar Tomé-Açu para conhecer e aprender mais sobre o sistema Agroflorestal e ficaram muito entusiasmados com o que viram, e assim logo que retornaram a Manicoré, resolveram desenvolver um pequeno projeto experimental através de unidade demonstrativa, onde estão sendo produzidas mudas de camu-camu, açaí, maracujá mamão Havaí, cedro, pupunha, andiroba etc.. O IDEAS está possibilitando cada vez mais o intercambia entre os agricultores da região, fortalecendo as iniciativas das comunidades, Associações Comunitárias e das Cooperativas. Francisco Emerson Parente Borges Dílson Carvalho Rodrigues Presidente Vice-presidente IDEAS- Instituto de Desenvolvimento Sustentável Amazonense 3 Sumário Prefácio----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 Mensagem de Sr. Michinori Konagano----------------------------------------------------------------- 2 Mensagem de IDEAS----------------------------------------------------------------------------------------- 3 Sumário----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 Capitulo1: Resumo do Projeto-------------------------------------------------------------------------- 5 1-1. Nome do Projeto 1-2. Local do Projeto 1-3. Diagnostico da situação atual 1-4. Objetivo 1-5. Atividades 1-6. Meta 1-7. Método de execução das atividades 1-8. Resultado esperado Capitulo 2: Sobre o Sistema Agroflorestal---------------------------------------------------------- 8 2-1. O que é o SAF (Sistema Agroflorestal) ? 2-2. Sistema Agroflorestal tipo sucessão no Amazonas 2-3. Vantagens de SAF Capitulo 3: Historia de Tomé-Açu/PA- pioneira em SAF na Amazônia-------------------- 11 Capitulo 4: Pesquisa de viabilidade do SAF em Manicoré------------------------------------ 14 4-1. Roteiro de visita do Senhor Konagano 4-2. Conteúdo da visita e observações do Sr. Konagano Capitulo 5: 1o Seminário sobre SAF da região do Rio Madeira------------------------------ 18 Capitulo 6: As técnicas repassadas------------------------------------------------------------------ 20 6-1. Produção de mudas 6-2. Substituição de agrotóxico 6-3. Podar arvore 6-4. Vassoura de Bruxa 6-5. Produção de cacau de qualidade e processo de fermentação Referencias------------------------------------------------------------------------------------------------------ 25 Anexo-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 26 A1: Principais plantas em Manicoré e Tomé-Açu A2: Apresentação de Secretaria Municipal de Agricultura de Tomé-Açu A3: Apresentação de SAF em Tomé-Açu 4 Capitulo 1: 1-1. Resumo do projeto Nome do Projeto Pesquisa e seminário de disseminação do Sistema Agroflorestal na Amazônia Ocidental 1-2. Local do Projeto 1-3. Diagnostico da situação atual Problemática O município de Manicoré tem uma extensa área com mais de 40 mil habitantes, sendo que a maioria dos habitantes mora nas comunidades ribeirinhas sem infra-estrutura como energia e água potável. Dependem muito da produção de mandioca e pesca nos rios, mas produzem apenas para o seu sustento. Nesse caso, em geral, a situação de saúde dos ribeirinhos não é muito boa, pois o hábito alimentar é muito desequilibrado, sem variedades de alimentos nutritivos. Há também um grande fluxo de ribeirinho indo pra cidade, a procura de melhores condições de vida, mas isso acaba aumentando o número de moradores em situação de pobreza no município. Uma das razões desse problema é a falta de renda na zona rural. Por isso é necessário a 5 diversificação das plantações para que com isso haja um aumento de renda. A plantação de mandioca é geralmente feito com a queimada do campo, e conforme o aumento da área de plantação há certa sobrecarga para o meio ambiente e tem sustentabilidade duvidosa. Necessidade e viabilidade do projeto HANDS-Health And Development Service é uma ONG internacional da área de saúde que tem projetos em várias partes do mundo, e no Município de Manicoré já realizou vários projetos para a melhoria de saúde desde 2001. Mas ultimamente a HANDS está percebendo a grande necessidade de fazer outras atividades, ou seja, não só de saúde, mas de geração de renda e de meio ambiente, pois só através de atividades integradas é que vai se conseguir melhorar a situação de saúde das pessoas. Por isso a HANDS está considerando o SAF como uma alternativa para a realização do desenvolvimento sustentável, sendo assim desde 2007 está realizando experiência de criação de mudas de pomares e árvores de essências florestais. Plantando essas mudas no meio da plantação de mandioca para reflorestamento. E com essa experiência foi comprovado que aqui em Manicoré é possível fazer SAF, mas como não tem agricultores Nikkei (descendentes japoneses) que são pioneiros em SAF na Amazônia, a introdução de SAF na Amazônia ocidental é muito lenta, por isso é necessário convidar profissionais de outras regiões que tem bastante experiência em SAF para visitar, pesquisar e fazer seminário sobre o assunto em Manicoré. 1-4. Objetivo Convidar agricultores que praticam sistema Agroflorestal na Amazônia Oriental, para saber qual é a melhor maneira de praticar SAF na Amazônia Ocidental e disseminar o sistema para os pequenos produtores, visando com isso melhorar as condições de vida das pessoas da zona rural, evitando o fluxo de ribeirinhos pra cidade e também ajudar a proteger e conservar a natureza da Amazônia que tem grande capacidade de fixação de gás carbônico, bio diversidade e recursos genéticos para as próximas gerações. 1-5. Atividades z Fazer visita e pesquisa com um profissional de SAF de área mais avançada. z Conforme o resultado da visita e pesquisa fazer seminário com o profissional como palestrante, para os órgãos que orientam sobre agricultura e com os produtores para compartilhar o conhecimento. z Fazer relatório sobre as atividades realizadas e publicar no Brasil e no Japão. 1-6. Meta z Conhecer a maneira mais adequada para praticar SAF na Amazônia Ocidental z Fazer disseminação dos conhecimentos sobre SAF para os produtores e órgãos relacionados. 6 1-7. Método de execução das atividades z Escolha do profissional - com a ajuda do conselho da HANDS do Japão, foi feito à escolha de um profissional praticante de SAF. z Visita na zona rural de Manicoré com o profissional convidado. z Realização de Seminário de disseminação de SAF com os órgãos orientadores e produtores rurais. z Orientação sobre produção de mudas para os produtores rurais. 1-8. Resultado esperado z Conhecer a melhor maneira de praticar SAF em Manicoré e mostrar claramente a maneira mais adequada (fazer relatório para distribuir sobre a visita pesquisa e seminário) z Disseminar conhecimento sobre SAF para os produtores e órgãos orientadores. 7 Capitulo 2: 2-1. Sobre o Sistema Agroflorestal O que é o SAF (Sistema Agroflorestal) ? O Sistema Agroflorestal é um sistema que utiliza a terra para plantar árvores (inclusive pomares, palmeiras e etc.) e combinam com outros cultivos agrícolas ou animais ao mesmo tempo e no mesmo local, dependendo do grau do crescimento das árvores e outros cultivos agrícolas, haverá produção em prazo curto ou longo, buscando sempre manter os recursos plantio e aproveitando o terreno efetivamente. (Martin and Sherman 1992; Uchimura 2000 p.9) A definição acima mencionada e uma definição geral, mas na prática dependendo do local existem vários métodos de aplicação de SAF. O SAF está sendo praticado principalmente nas regiões tropicais como África, Sudeste Asiática e America latina. 2-2. Sistema Agroflorestal tipo sucessão no Amazonas Na colônia japonesa do norte e nordeste do Brasil foi aplicado o sistema Agroflorestal tipo sucessão para diversificar os produtos (Subler 1993; Yamada 2005 p.125) Figura 1: Conceito de Sistema Agroflorestal tipo sucessão (Subler 1993) Nesse sistema é utilizado um terreno desmatado, começando a plantar as: z Plantas de curto período (milho, arroz, mandioca) e ao mesmo tempo são plantadas as: z Plantas de médio período (maracujá, mamão, banana) e z Plantas de longo período (cacau, cupuaçu, açaí, mogno, castanha). A partir do segundo ano começam a produzir as frutas de médio período e gradativamente vai sendo extinto as plantas de curto período. Depois tem certo período de produção de frutas e gradativamente vai se transformando em uma floresta, constituída de pomares e árvores de essências. Depois de 20 a 40 anos pode-se desmatar e fazer o mesmo processo. 8 → 1. Desmatamento 2. Banana, Pimenta e Cacau que foram plantados ↑ ↓ ← 3. Cacau, Açaí e Banana. 4. Mogno, cacau etc. Figura 2: Exemplo de Sistema Agroflorestal tipo sucessão 9 2-3. Vantagens de SAF z Em todo período o produtor pode ter renda e com isso se fixar em um determinado local, ou seja, não há necessidade de ficar mudando de lugar como é o caso da plantação de mandioca com queimada de roça. z Tem mais renda por metro quadrado do que na plantação de mandioca com a queimada de roça. z Tem mais renda por metro quadrado do que na criação de boi. z Gera mais emprego por metro quadrado do que na criação de boi z Tem menos vulnerabilidade por pragas do que na monocultura. z Tem menos vulnerabilidade a desestabilização dos preços dos produtos agrícolas. z Protege a floresta, solo e biodiversidade. Exemplo de SAF: Em Tomé-Açu o SAF dos produtores Nikkeis, 25 hectares podem produzir igual uma fazenda de criação de bois de 1000 hectares da mesma região. (Yamada and Gholz 2002). E no caso de SAF, 25 hectares de terra precisam de 10 a 20 trabalhadores, gerando empregos na região. Por exemplo, na época da safra da pimenta do reino e das frutas, há muito trabalho para mulheres e adolescentes. No Amazonas as fazendas sempre foram consideradas como um método principal de desenvolvimento, mas uma fazenda de 1000 hectares precisa apenas de 3 a 4 trabalhadores para administrar e apenas 1 ou 2 vezes por ano as empreiteiras empregam mais trabalhadores da periferia da cidade para serviço temporário de capinar. Sendo assim as fazendas não geram muitos empregos na região (Yamada 2005 p.128). 10 Capitulo 3: Historia de Tomé-Açu/PA- pioneira em SAF na Amazônia 1895 Inicio do intercambio e comércio entre Brasil - Japão 1904 Guerra entre Japão e Rússia (terminada em 1905 com a vitória do Japão e o Japão começa a avançar pra Manchúria) 1906 O governo japonês abre empresa de ferrovia Manchúria sul No EUA começa o movimento de exclusão da imigração japonesa 1907 Definição sobre imigração entre Japão e Estados Unidos (Japão diminui o fluxo imigratório do Japão para os Estados Unidos e os Estados Unidos não faz lei discriminatória para japonês) 1908 Primeira imigração do Japão para o Brasil 1913 Foi fundado a companhia nipônica de imigração brasileira 1914 Começou a Primeira Guerra Mundial 1916 Primeira missão japonesa de pesquisa para imigração no Amazonas. 1924 Foi feito uma lei nos EUA que praticamente proibia a imigração do Japão para os Estados Unidos. No Japão começou um movimento Anti-americano e o governo japonês começou a ajudar nas despesas de viagem para imigrantes que irão para o Brasil (recessão apos primeira guerra mundial) 1925 Governador do Pará convidou os japoneses para imigrar para melhoria de agricultura na região 1928 “Ford motor“ dos Estados Unidos abriu uma enorme plantação de seringa que chama Fordlandia na região de Santarém. Foi fundada a Companhia Nipônica de imigração Sul América. 1929 A crise de 1929, também chamada de grande depressão. Primeira imigração japonesa para a Amazônia, 43 famílias, 189 pessoas chegaram para Tomé-Açu. 1931 Foi fundada a Cooperativa de hortaliças de Acará em Tomé-Açu 1933 A imigração do Japão pro Brasil ultrapassou o numero de 20 mil pessoas por ano. Imigrante para Tome Açu trouxe algumas mudas de pimenta do reino de Cingapura Epidemia de malaria em Tomé-Açu 1934 Governo brasileiro faz lei de limitação de imigração (lei que limita o numero de imigrantes por ano para 2% dos últimos 50 anos de cada país. Essa lei teve como objetivo de diminuir a imigração do Japão) Após este ano a imigração do Japão foi limitado para menos de 3.000 pessoas por ano 1935 A Companhia Nipônica de imigração Sul América, teve suas atividades reduzidas devido a dificuldades financeiras. Muitas pessoas abandonaram e saíram de Tomé-Açu. Cooperativa de hortaliças de Acara passou a ser a Cooperativa indústria de Acara. 1939 Começou a Segunda Guerra Mundial 11 1941 Começou a guerra entre Japão e Estados Unidos 1942 Os Estados Unidos começaram a colocar os imigrantes japoneses no campo de concentração. O Brasil cortou relações diplomáticas com o Japão. O Brasil proibiu reunião de mais de 3 imigrantes japoneses e foi proibida a educação em japonês. Em Belém do Pará houve rebelião, foram incendiados residências e comércios de japoneses. Tomé-Açu foi estabelecido como campo de concentração dos países do eixo do norte do Brasil. 1943 Começou a experiência no tratamento da malaria pelo exercito americano em Tomé-Açu e após isso começou a diminuir a malaria em Tomé-Açu. 1945 Termina a Segunda Guerra Mundial 1946 Aumento do preço da pimenta do reino devido à destruição das plantações nos países asiáticos. Começou a plantação em massa de pimenta do reino em Tomé-Açu 1949 Cooperativa industrial de Acará passou a ser chamada de Cooperativa agrícola de Tomé-Açu Década de 50: época áurea da pimenta do reino de Tomé-Açu 1950 A pimenta do reino ficou em primeiro lugar em produção de Tomé-Açu. 1952 Recomeço da imigração do Japão para o Brasil 1953 Primeira imigração do Japão para Tomé-Açu após a guerra 1956 Queda do preço da pimenta do reino 1957 Queda do preço da pimenta do reino, chegando ao valor menor do que o custo de produção. 1959 Liberação de cambio para exportação da pimenta do reino (foi liberado para definir o preço da exportação em dólar) melhoria do preço da pimenta do reino. Tome-Açu ficou separado do município de Acará e passou a ser município de Tomé-Açu Festa de 30 anos de imigração Década de 60: doença da pimenta do reino (Fusariose) começou em Tomé-Açu 1960 alta de preço da pimenta do reino 1963 Prefeito eleito de Tomé-Açu é descendente japonês Década de 70: Fusariose se espalhou em Tomé-Açu Diversificação de cultivo=Inicio do sistema Agroflorestal 1971 O centro de imigração de Kobe foi fechado e terminou o fluxo de imigração do Japão para o exterior. Cacau hibrido e sistema Agroflorestal foi introduzido para Tomé-Açu 1972 Foi aberta a estrada que liga Tome-Açu a Belém 1974 Junto com a enchente começou a epidemia de fusariose e acabou com a plantação da pimenta do reino. 12 Começou a diversificação de cultivo em Tomé-Açu, foram introduzidos cacau, maracujá, mamão e melão. Década de 80: Alta e queda do preço da pimenta do reino Diversificação do cultivo e sistema Agroflorestal começa a se expandir Construção da fabrica de polpa de CAMTA 1984-87 Construção da fabrica de polpa e frigorífico 1990 Na assembléia de CAMTA foi decidida nova estratégia, de plantar menos pimenta e mais pomares. 2002 CAMTA fez a 2 fabrica de polpa, começou a exportação de polpa para Japão, Estados Unidos e Alemanha. 2006 CAMTA aumenta a capacidade de seu frigorífico, pra 2,000 toneladas. 13 Capitulo 4: 4-1. Pesquisa de viabilidade do SAF em Manicoré Roteiro de visita do Senhor Konagano Data Atividades 06-07/07/2008 z Pesquisa de mercado em Manaus 08/07/2008 z Chegada para Manicoré z Visita ao IDAM (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas) z Visita a COVEMA (Cooperativa Verde de Manicoré) z Visita a COOPEMA ( Cooperativa dos Produtores Agropecuários e Extrativistas dos Recursos Naturais do Município de Manicoré 09/07/2008 10/07/2008 z Visita a comunidade de Maravilha z Visita a comunidade Jenipapo z Visita a comunidade de Porto Seguro z Visita a comunidade de Cachoeirinha z Visita a São Francisco do Capananzinho z Visita a Terra Preta do Capananzinho z Visita a Nazaré do Capananzinho 11/07/2008 1o seminário regional do rio madeira sobre sistema Agroflorestal 12/07/2008 Saída de Manicoré 4-2. Conteúdo da visita e observações do Sr. Konagano 4-2-1. IDAM (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas): O IDAM é um órgão muito importante para se fazer parceria, e com isso aproveitar a estrutura que ele tem para realizar cursos de capacitação para os produtores, oficinas e outras atividades que tenham como objetivo capacitar o produtor do Município. 4-2-2. COVEMA (Cooperativa Verde de Manicoré): A COVEMA é uma cooperativa nova, mas que está bem estruturada e por isso é importante fazer parceria com essa cooperativa, porque no futuro ela poderá ajudar bastante os produtores. 4-2-3. COOPEMA (Cooperativa dos Produtores Agropecuários e Extrativistas dos Recursos Naturais do Município de Manicoré): A historia da COOPEMA é muito bonita, é uma cooperativa que já realizou varias atividades no Município e já produz frutas e hortaliças. Sobre a produção de hortaliças e frutas, é uma atividade que deve ser incentivada, porque há necessidade, pois as frutas e verduras vendidas aqui no Município e também em Manaus são trazidas de fora do Estado. 14 4-2-4. Visita à comunidade de Maravilha: Tipo de terra: Terra Firme Produtos cultivados: mandioca, banana e melancia. Impressão geral: Há um uso exagerado de inseticidas na zona rural, por isso para reduzir a utilização do mesmo, foi orientado aos produtores a utilização de um inseticida feito de produtos naturais. (Veja Capitulo 6 Substituições de agrotóxico) Nesta comunidade, não há consorcio das plantas. Pode fazer consorcio de Mandioca+Cacau+Andiroba+Castanha+Cedro Banana+Cacau+Andiroba+Castanha+Cedro ou outras combinações Ao redor da comunidade, tem área grande de Várzea onde existe bastante Camu-Camu que ultimamente tem grande demanda. É importante incentivar a plantação de Camu-Camu.. 4-2-5. Visita à comunidade Jenipapo (Sr. Raimundo Souza Bezerra): Tipo de terra: Várzea Produtos cultivados: Melancia, Bananeira com pueraria, Maracujá. Cultura de melancia: Foi feito a limpeza/capina onde tinha pueraria sem fazer a queima no terreno. Isso ajudou fertilizar o terreno (Pueraria fixa Nitrogênio). Apresenta ótima vigor sem doença e nem ataque de insetos. O cultivo de maracujá: Já está produzindo muito bem, o preço vendido é de R$20.00 a saca. Impressão geral: Este produtor tem visão diferente, devemos copiar o sistema que preserva o solo e não polue o meio ambiente. 4-2-6. Visita à comunidade Porto Seguro (Sr. Adelias): Tipo de terra: Várzea Produtos cultivados: 3,000 pés de cacau 800 pés de cedro 800 pés de açaí Melancia Cultura de melancia: há um exagero no uso de defensivos, o ideal seria a redução ou usar um defensivo alternativo (Veja Capitulo 5 -Substituição de agrotóxico) Impressão geral: Este produtor já cultiva no sistema Agroflorestal, deve apenas melhorar a técnica e incentivar os demais produtores, através de capacitações, orientações e dia de campo. 15 4-2-7. Visita à comunidade Cachoeirinha (Sr. Hudson): Tipo de terra: Terra Firme Produtos cultivados: Laranjeira (atacado de gomore) Andiroba Seringueira Gado Sugestão de espaçamento das culturas: Laranja 5 por 5 m Açaí 5 por 5 m Adubação 5 a 10 litros/pé Sugestão de adubação: Cinza 1 pá NPK 18.18.18 – 50 g / mês durante inverno Sugestão de pulverização: usar um defensivo alternativo (Veja Capitulo 5 -Substituição de agrotóxico) Impressão geral: Este produtor já praticou SAFs e com mais orientações ele pode ser um multiplicador. Ele pretende fazer roça sem queimada, é importante acompanhar este trabalho para saber o resultado. 4-2-8. Visita à comunidade São Francisco no Capananzinho (Nome desconhecido): Tipo de terra: Terra Firme Produtos cultivados: Pupunheira castanheira Impressão geral: Naturalmente já existe SAFs na área. Mas precisa ser incentivado o cultivo do açaí na área de plantação de mandioca ou na capoeira. 16 4-2-9. Visita à comunidade São Francisco do Capananzinho (Sra. Tereza Soares dos Santos): Tipo de terra: Terra Firme Produtos cultivados: Mudas de citros Impressão geral: Como o produtor tem noção e já está produzindo mudas de citros, fica muito mais fácil incentivar e ensinar a maneira correta de como plantar. Sugestão de espaçamento das culturas: Cedro 5 por 5 metros Castanheira 10 por 10 metros ou 12 por 12 metros, 15 por 15 metros. Açaí 5 por 5 metros Cacau 4 por 4 metros 4-2-10. Visita à comunidade Terra Preta do Capananzinho (Sr. Praciano / Sr. Vivaldo): Tipo de terra: Terra Firme Produto cultivado: mandioca e cacau Impressão geral: O produtor mesmo sem receber orientação, já está fazendo roça sem fazer queimada e aproveitou para cultivar o cacau, colocando 2 sementes por cova. Só faltou deixar algumas arvores para fazer o sombreamento. O produtor recebeu informações e alem disso foi feito treinamento de enxertia na laranjeira e tomateiro. 4-2-11. Visita comunidade de Nazaré do Capananzinho (Sr. Augusto): Tipo de terra: Terra Firme Produtos cultivados: Várias plantas no quintal da casa Impressão geral: Foi feita a demonstração de Podagem nas árvores de cupuaçu, acerola, araçá-boi, purui e etc. As plantas estão ficando com muita folha e galhos de mais. As pessoas estão pensando, mais folhas e galhos, melhor. Há necessidade de mais orientação sobre como e porque precisa podar. 17 Capitulo 5: Primeiro Seminário sobre Sistema Agroflorestal da região do Rio Madeira No seminário do dia 11 de julho participaram 45 agricultores rurais de Manicoré, 2 agricultores de Apuí, 3 pessoas da Secretaria Municipal de Meio ambiente, 1 pessoa da Secretaria de Produção, 3 do IDAM, 1 da Colima, 1 freira da igreja católica, 1 pessoa de COOPEMA, 1 pessoa do projeto RECA (cooperativa que pratica SAF em Rondônia), 6 pessoas da HANDS/IDEAS e Sr. Konagano. Conteúdo apresentado: 1- Palestra sobre sistema Agroflorestal com o Sr. Konagano 2- Apresentação sobre a pratica de SAF em Tome-Açu e as atividade da CAMTA e secretaria de agricultura de Tome-Açu 3- Aula pratica de podagem e enxertia 4- Apresentação das atividades do projeto RECA 5- Apresentação das atividades da COOPEMA ① Palestra do Sr. Konagano ② Aula pratica de podagem e enxertia ③ Aula pratica de podagem e enxertia ④ Apresentação das atividades do projeto RECA ⑤ Apresentação das atividades da COOPEMA ① ② ③ 18 ④ ⑤ Muitos produtores que participaram demonstraram preocupação com a sustentabilidade da pratica atual e ficaram bastante interessados no sistema Agroflorestal. Na apresentação de Sr. Konagano foram apresentadas fotos das plantações de pomares que são comuns em Manicoré. Esses pomares são parecidos com os de Tomé-Açu, sendo assim as pessoas acharam que é possível fazer em Manicoré a mesma coisa que é feito em Tome-Açu e com isso aumentar a renda desses produtores. Sr. Konagano apresentou a impressão de visita e achou que o solo de Manicoré é melhor que o de Tomé-Açu e é viável introduzir SAF em Manicoré, sendo que no caso de Manicoré a melhor forma de introduzir SAF seria tendo como eixo o cacau. Sr. Konagano disse que pode receber em Tomé-Açu os estagiários de Manicoré. 19 Capitulo 6: As técnicas repassadas Foram repassadas varias técnicas, abaixo estão as principais. 6-1. Produção de mudas Na tabela abaixo mostra os pontos principais de produção de mudas Espécie Largura do saco (cm) Profundidade do saco (cm) Espessura do saco (μ) Cacau 18 28 12 Tempo para o plantio definitivo das mudas (Meses) 6-8 Açaí 18 28 12 8-10 Cupuaçu 18 35 12 6-8 Castanha 18 35 12 6-8 Arvores essencial 18 35 12 6-8 Maracujá 15 23 8 3-4 Pimenta do reino 15 25 8 3-6 Substrato para mudas: z Misturar terra preta com um pouco de argila (para que na hora de rasgar o saco para plantar não desmanchar). z Misturar 1 metro quadrado de terra, com trinta litros de esterco de galinha e 3 a 5 kilos de fosfato natural, misturar bem e ensacolar a terra. z Deixar em filas de 5 a 10 fileiras (se for mais que isso fica difícil de cuidar). z Fazer cobertura com somblite ou palha da altura de 2 metros e meio. z Regar todos os dias durante a época de seca z Pulverizar toda semana ou a cada quinzena com inseticida (pode ser substituído por tucupi ou urina) Para colocar a terra no saco, utilizar uma lata de óleo de 900 ml sem tampa e sem fundo no formato de cano e introduzir a lata dentro do saquinho de muda e depois colocar a terra no saco através da lata de óleo. 20 ① Preparação do saco de mudas ② Cobertura de somblite ③ Lata de óleo e saco de muda ① ② 6-2. ③ Substituição de agrotóxico Na zona rural de Manicoré muitos agricultores têm dificuldade de ler e escrever e por isso muitas vezes não entendem a maneira correta de utilizar o agrotóxico, utilizando muitas vezes de maneira perigosa que pode causar danos ao meio ambiente e as pessoas e também os agrotóxicos têm preços altos para os agricultores. Nessa situação substituir esses agrotóxicos com produtos naturais da própria comunidade, reduziria os problemas de saúde, econômicos e os danos ao meio ambiente. Como alternativa para a substituição do agrotóxico seria utilizar o tucupi e a urina humana. Conforme explicado abaixo: z 2 litros de urina mais 18 litros de água ou z 3 litros de tucupi em 17 litros de água Aplicar com pulverizador na plantação de melancia, pomares e mudas. 6-3. Podar arvore Em Manicoré, não é comum podar as arvores. Por isso muitos pomares estão ficando: z Desnecessariamente muito alto (dificuldade para colher as frutas) z Muitos galhos, impedindo que as arvores recebam a luz do sol (diminuição da quantia de fruta) z Muitos galhos desnecessários reduzem os nutrientes da arvore (diminuição da quantia de frutas) Por isso os pomares devem ser podados a cada fim de safra. Para explicar isso aos 21 produtores deve-se usar como exemplo as mulheres que tem que cortar os cabelos e fazer unhas para ficar bonita, da mesma maneira deve ser feito com as arvores. Podar para que elas fiquem mais saudáveis e produzam mais frutos. 6-4. Vassoura de Bruxa A Vassoura de Bruxa é uma doença do cacau e do cupuaçu causada por um tipo de fungo. Essa doença é muito grave, mas em Manicoré quase todos os produtores rurais desconhecem o assunto. E os órgãos orientadores não esclarecem sobre esse assunto. Praticamente todas as comunidades que visitamos onde existe plantação de cacau e cupuaçu estão com vassoura de bruxa. Abaixo mostraremos as fotos: ① Parece saudável, mas tem galhos e folhas que começam a nascer de maneira estranha, com os galhos e folhas muito próximo. ② Depois de certo tempo começa a secar ① ② O ideal é tirar a parte que está ficando com a vassoura de bruxa e queimar. Mas na prática devido ao excesso de trabalho e o perigo de incêndio, não é muito viável. Por isso recomendamos cortar a parte que está doente e cobrir com folhas secas ou enterrar para evitar que a espora se espalhe. Dessa maneira o trabalho não é muito grande e dá para controlar a doença. 22 6-5. Produção de cacau de qualidade e processo de fermentação Em Manicoré o cacau está sendo colhido e secado sem processo de fermentação e vendido para fora. Neste caso esse cacau não pode ser utilizado como material direto para a produção de chocolate, vai ser utilizado só para se extrair a manteiga de cacau que será utilizado para cosméticos ou para adicionar no chocolate, por isso o preço é baixo. Mas quando o cacau passa pelo processo de fermentação pode ser utilizado para chocolate fino e o produto fica mais valorizado. Por isso é importante disseminar o processo de fermentação do cacau, principalmente porque aqui em Manicoré existe muita dificuldade no transporte de produtos e o cacau seria o produto principal nos sistema Agroflorestal, pois ele pode ser secado depois do processo de fermentação e armazenado. As etapas do processo de colheita do cacau são as seguintes: z Colher o cacau maduro Cacau maduro z Colocar o cacau amontoado no chão durante dois dias. z Quebrar o cacau sem danificar os caroços (amêndoa) z Colocar em uma caixa de fermentação z Dentro da caixa de fermentação, fazer a primeira camada com 20 cm de polpa e o caroço do cacau (não pode chupar o caroço do cacau) em seguida cobrir com folha de bananeira, depois fazer a segunda camada com 20 cm de cacau e cobrir com folha de bananeira e por último fazer a terceira camada com cacau e depois cobrir com folha de bananeira. z Manter dessa maneira por 48 horas z Depois de 48horas, tirar as folhas da bananeira e misturar todo o cacau, da camada de baixo até a de cima. z E a cada 24 horas misturar tudo de novo. Fazer de 6 a 7 dias, até ficar com cheiro doce e agradável. z Após esse processo colocar o cacau em cima de uma lona azul ou preta no sol durante 4 dias, ficar mexendo a cada 1 hora. 23 Observação: É importante manter a higiene durante o processo de fermentação, secagem, armazenagem e transporte. Deve-se também deixar separado o cacau de qualidade alta e o de qualidade baixa. (cacau de qualidade ruim é aquele que germina dentro da casca) ① Caixa de fermentação ② Fazer camada de 20 cm de amêndoa com polpa e cada camada deve ser coberta com folha de bananeira ③ Buraco para sair o gás durante a fermentação (sair o ar quente) ④ Processo de mistura do cacau ⑤ Lugar para secagem de cacau - se não tiver uma casa de secagem com telha removível, pode-se usar uma lona e quando começa a chover fechar a lona e cobrir. ① ② ③ ④ ⑤ 24 Referencias Amazon nihonjin ijyu 60nen kinenshi iinkai (1994), Amazon – nihonjin ni yoru 60nen no ijyushi, Pan-Amazonia nippaku kyokai. Kokusai kyoryoku jigyodan (ed.) (2002), Brajiru kunibetsu enjoy kenkyu kai hokokusyo, Kokusai kyoryoku jigyodan. Martin F. W. and S. Sherman (1992) “Agroforestry Principles”, ECHO Technical Note, http://www.worldagroforestry.org/treesandmarkets/inaforesta/documents/agrof_cons_biodiv/ Agroforestry_principles.pdf Subler, S.(1993), Mechanism of Nutrient Retention and Recycling in a Chronosequence of Amazonian Agroforestry System: Comparison with Natural Forest Ecosystems (Ph.D. Dissertation), The Pennsylvania State University, State College. Tanaka, R. (1997), “Nettai nogyo ni okeru takakuka no tenkai to aguroforesutori ni kansuru iti kousatsu”, Hokkaido daigaku noukei ronso, vol.53, pp.151-163. Tsunoda, F. (1966), Amazon no uta, Mainichi shinbunsha. Uchimura, E. (2000), Jissenteki aguroforesutori system, Zaidanhoujin kokusai ryokka suisin center. Yamada, M. and H. L. Gholz (2002) “An Evaluation of Agroforestry Systems as a Rural Development Option for the Brazilian Amazon”, Agroforestry Systems, Vol.55, No.2, pp.81-87. Yamada, M. (2005), “Nikkei jin no amazon nougyo kaihatsu to aguroforesutori”, Nishizawa, T., Koike, Y. and Y. Hongo (eds.) Amazon – hozen to kaihatsu, Asakura shoten. 25 Anexo 1 Anexo 1: Principais plantas em Manicoré em Tomé-Açu Nome Cientifico / Foto Manihot esculenta Nome no Brasil Mandioca Maniva Citrullus lanatus Piper nigrum 26 Principal utilização Macaxeira z z z z Melancia z z z z Pimenta de Reino z z Farinha Tapioca Tucupi Come-se cozida, frita e assada. Farinha Tapioca Tucupi É consumida crua Temperar comida A maioria para exportação Anexo 1 Carica papaya Passiflora edulis Mamão z É consumido cru Maracujá z Faz-se suco com a polpa Suas folhas podem ser utilizadas para fazer chá, tem efeito calmante. z Guaraná Paullinia cupana z z z Malpighia glabra Acerola 27 z Sua semente é usada como matéria prima de refrigerante Xarope para misturar com sucos. Contem bastante cafeína e pode ser utilizado como estimulante suco Anexo 1 Cacau Theobroma cacao z z Cocos nucifera Côco z z z z z Bactris gasipaes Pupunha z z Dendê Elaeis guineensis z z 28 Extrai-se a manteiga do cacau para ser utilizado em cosméticos e na alimentação Matéria prima do chocolate Toma-se a água do coco Faz-se o coco ralado Extrai-se o leite de coco Utiliza-se a casca para fazer artesanato Utiliza-se a fibra como material industrial Cozinha-se a fruta para comer Tira-se o palmito Extrai-se o óleo para ser usado na alimentação Ultimamente está sendo utilizado para produção de biodiesel Anexo 1 Açaí Euterpe oleracea z z z Cupuaçu Theobroma grandiflorum z z z Castanha do Pará Bertholletia excelsa 29 z Tira-se a polpa do açaí para tomar Extrai-se o palmito Utiliza-se a semente para fazer artesanato A polpa para fazer o suco Utilizar o caroço para fazer um tipo de chocolate Extrair o óleo da semente para fazer cosmético Como castanha se extrai o óleo pra alimentação e fins cosméticos Anexo 1 Cedrela odorata Hevea brasiliensis Cedro z Usa-se a madeira Seringa z Extrai-se o leite para fazer a borracha Utiliza-se a semente para criação de peixes (alimentação dos peixes). z Carapa guianensis Andiroba 30 z Extrai-se o óleo da semente para fins medicinais e cosméticos. Anexo 1 Pueraria phaseoloides Desmodium sp. Pueraria z Adubo verde (fixação de nitrogênio) Desmodio z Adubo verde e fixação de nitrogênio Mantém a umidade do solo z Tutor Vivo/ Gliricidia Gliricidia sepium 31 z Pode ser utilizado como tutor de plantas como a pimenta do reino. Anexo 2 Anexo 2: Apresentação de Secreteria Municipal de Agricultura de Tomé-Açu DEPARTAMENTO DE AGRICULTURA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA: 300 HECTARES PREPARADOS 500 FAMÍLIAS BENEFICIADAS PREFEITURA MUNICIPAL DE TOMÉ-AÇU ADM.: FRANCISCO EUDES SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA SECRETÁRIO DE AGRICULTURA: MICHINORI KONAGANO PRODUÇÃO DE MUDAS VISITAS SEMANAIS AS ASSOCIAÇÕES RURAIS APROXIMADAMENTE 1.000.000 DE MUDAS PRODUZIDAS E DISTRIBUIDAS AOS AGRICULTORES FAMILIARES ASSUNTOS DISCUTIDOS: MERCADO E COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS DISSEMINAÇÃO DE TECNOLOGIA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL Espécies: CACAU, CUPUAÇÚ, AÇAÍ, MÓGNO, ANDIROBA, IPÊ, NIM, ETC. CAPACITAÇÃO DE PRODUTORES CARAVANA DE PRODUTORES RURAIS AO FRUTAL AMAZÔNIA: 2006, 2007 E 2008. MAIS DE 40 CURSOS DIAS DE CAMPO CURSO DE PISCICULTURA CURSO DE DERIVADOS DO CACAU PARCEIROS: SENAR, CEPLAC, EMBRAPA, EMATER, SEBRAE 32 Anexo 2 DIA DE CAMPO CULTURA MILHO E ARROZ DIA DE CAMPO CULTURA MILHO E ARROZ SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF) SISTEMA AGROFLORESTAL FREIJÓ 25 ANOS CASTANHA-DO-PARÁ 26 ANOS AÇAÍ 18 ANOS CACAU 28 ANOS CACAU 27 ANOS SISTEMA AGROFLORESTAL SISTEMA AGROFLORESTAL O OBJETIVO DO SAF É TENTAR IMITAR A NATUREZA , RECRIANDO UM AMBIENTE O MAIS PRÓXIMO POSSÍVEL DO NATURAL . RECUPERANDO A FAUNA E FLORA... MÓGNO AÇAÍ BANANA CACAU ...E SEM DEIXAR DE TER RENDA 33 Anexo 2 DEPARTAMENTO DE PECUÁRIA PISCICULTURA APICULTURA ASSOCIAÇÃO MARUPAÚBA CULTIVO DE TAMBAQUI EM TANQUE REDE AUMENTAMOS A PRODUÇÃO DE 1,5 TONELADA PARA 18 TONELADA PARCEIROS: CAMPANHIA VALE DO RIO DOCE SEC. MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ESCOLA DE TRABALHO E PRODUÇÃO DO PARÁ PARCERIA: POEMA PROJETO AVICULTURA PROJETO AVICULTURA FRANGO DE CORTE GALINHAS POEDEIRAS ASSOCIAÇÃO Km 40 PARCEIRO: SAGRI PARCEIRO: SAGRI PROJETO OVINOCULTURA PARCEIROS: CAMPANHIA VALE DO RIO DOCE ESCOLA DE TRABALHO E PRODUÇÃO DO PARÁ CONTATOS: (91) 37341552 (91) 9166-5086 E-mail: [email protected] 34 Anexo 3 Anexo 3: Apresentação de SAF em Tomé-Açu Histórico SISTEMA AGROFLORESTAL (AGRICULTURA QUE FAZ A FLORESTA) EM TOMÉ TOMÉ-AÇU PA 1929 – Chegada dos primeiros imigrantes em Tomé Tomé-Açu; 1933 – Introduç Introdução de mudas de PimentaPimenta-dodo-Reino; Iní Início da dé década de 50 – Melhor cotaç cotação da PimentaPimenta-dodo-Reino; Final da dé década de 60 – Começ Começo da doenç doença fusariose. Por esse motivo começ começou a introduzir outras Culturas; 1971 – Introduç Introdução da Cultura do Cacau Hí Híbrido; 1974 – Introduç Introdução das Culturas de Maracujá Maracujá, Mamão e Melão; 1978 – Pico nas Produç Produções. Principalmente de Maracujá Maracujá; 1984 – 1987 – Construç Construção da Fá Fábrica de Polpa Congelada – CAMTA; 2002 – Inauguraç Inauguração da 2ª 2ª Unidade Fabril da CAMTA. Michinori Konagano HISTÓRICO 1929 – Chegada dos primeiros imigrantes em Tomé ToméAçu; 1933 – Introduç Introdução de mudas de PimentaPimenta-dodo-Reino; Iní Início da dé década de 50 – Melhor cotaç cotação da PimentaPimenta-dodoReino; Final da dé década de 60 – Começ Começo da doenç doença fusariose. Por esse motivo começ começou a introduzir outras culturas; 1971 – Introduç Introdução da Cultura Cacau Hí Híbrido; 1974 – Introduç Introdução das Culturas de Maracujá Maracujá, Mamão e Melão; 1978 – Pico das Produç Produções. Principalmente de Maracujá Maracujá; 1984 – 1987 – Construç Construção da Fá Fábrica de Polpa CongeladaCongelada- CAMTA; 2002 – Inauguraç Inauguração da 2ª 2ª Unidade Fabril da CAMTA. 35 Anexo 3 Por que surgiram e como se desenvolveram os Sistemas Agroflorestais em Tomé Tomé-Açu? Doenç Doença dos Pimentais Cacau Sombra Crise na Agricultura Introduç Introdução de outras culturas Baixar o custo Consó Consórcio Agroindú Agroindústria em funcionamento Atividade Madeireira Consciência Ambiental Bananeira x PimentaPimenta-dodo-Reino x Cacau x Taperebá Taperebá x CastanhaCastanha-dodo-Brasil X Andiroba x Mogno Bananeira x Cupuaç Cupuaçu x PimentaPimenta-dodo-Reino x Taperebá Taperebá x Mogno x Bacuri PimentaPimenta-dodo-Reino x Cupuaç Cupuaçu x Aç Açaí x Paricá Paricá Quais são os benefícios e vantagens do manejo em SAFs? Quais são as dificuldades do manejo em Sistemas Agroflorestais? Proteç Proteção do Solo Retenç Retenção de Umidade BiodiversidadeBiodiversidade-Equilí Equilíbrio Pouca agressão ao ambiente Ambiente agradá agradável para trabalho Colheita/Renda escalonada Pouco ou não uso de defensivo Produç Produção saudá saudável de alimentos Complexidade do Sistema -Na administraç administração -Combinaç Combinação de plantas -Espaç Espaçamento -Colheita Falta de pesquisa Certificaç Certificação 36 Anexo 3 Cacau x PimentaPimenta-dodo-Reino x Freijó Freijó Cacau x Banana x Aç Açaí Açaí x Cacau x Paliteira x CastanhaCastanha-dodo-Brasil Cupuaç Cupuaçu x PimentaPimenta-dodo-Reino Bananeira x PimentaPimenta-dodo-Reino x Taperebá Taperebá x Cupuaç Cupuaçu x Feijão Guandu Bananeira x PimentaPimenta-dodo-Reino x Feijão Guandu x Cupuaç Cupuaçu 37 Anexo 3 Bananeira x Cupuaç Cupuaçu PimentaPimenta-dodo-Reino x Cacau x Capim Citronela PimentaPimenta-dodo-Reino x Gliricidia Bananeira x PimentaPimenta-dodo-Reino x Mogno Africano PimentaPimenta-dodo-Reino x Cupuaç Cupuaçu x CastanhaCastanha-dodoBrasil PimentaPimenta-dodo-Reino x Arroz x Patchouli 38 Anexo 3 PimentaPimenta-dodo-Reino x Maracujá Maracujá x Patchouli x Cacau Mandioca x Cacau x Aç Açaí Cacau x CastanhaCastanha-dodo-Brasil PimentaPimenta-dodo-Reino x Teca Cacau x Aç Açaí x Andiroba x Mogno Pimental Decadente x Acerola 39 Anexo 3 Cupuaç Cupuaçu x Essências Florestais Cacau x Aç Açaí x CastanhaCastanha-dodo-Brasil Cacau x Aç Açaí x Andiroba x Mogno Cacau x Mogno Cacau x Cupuaç Cupuaçu x CastanhaCastanha-dodo-Brasil x Andiroba x Mogno x Seringueira x Bacuri x Sapucaia Taperebá Taperebá x Cacau x Aç Açaí x Bananeira 40 Anexo 3 Cacau x CastanhaCastanha-dodo-Brasil x Aç Açaí x Paliteira Cacau x Mogno x Aç Açaí TRABALHO SOCIAL A nossa produção agrícola visa menor impacto ambiental valorizando o cultivo de espécies nativas no arranjo em Sistemas Agroflorestais (SAF’s), formando um mosaico de biodiversidade e enriquecendo a fauna e flora da região. MUITO OBRIGADO!!! Cooperativa Agrí Agrícola Mista de Tomé Tomé-Açu CNPJ 05.753.983/000105.753.983/0001-50 - Insc. Estadual 15.006.07015.006.070-0 Av. Dioní Tomé Dionísio Bentes n° n°210 - Quatro Bocas Tomé-Açu (PA) CEP - 68682Fone: 68682-000 Fone: 0xx(91)37340xx(91)3734-1352 Fax: 0xx (91) 37343734-1136 E-mail: [email protected] Site: http// www.camta.com.br 41