Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição do Jornal de Negócios
Novo Banco espera por Credit Suisse para pagar
a emigrantes
Diogo Cavaleiro | [email protected]
O Novo Banco mantém o compromisso de, no arranque de Maio, apresentar soluções
para os investidores emigrantes que têm dívida do antigo BES nas suas mãos. Um
processo paralelo ao do papel comercial.
O Novo Banco (NB) está à espera que o Credit Suisse desmonte os veículos que constituiu, e que
contêm dívida do Banco Espírito Santo, para poder avançar para as propostas comerciais aos
clientes emigrantes do antigo BES. De qualquer forma, a intenção da entidade presidida por
Eduardo Stock da Cunha continua a ser a de ter uma solução para propor a estes clientes no
arranque de Maio, segundo apurou o Negócios.
Quando esteve na comissão parlamentar de inquérito, no início de Março, Stock da Cunha
assegurou querer apresentar uma solução comercial para os emigrantes daí a seis e oito semanas.
Um compromisso que é para manter. Mas, para que tal se concretize, é necessário que, entre
outras entidades, o Credit Suisse "imploda" os veículos que montou, conhecidos como Poupança
Plus, EuroAforro e Top Renda. Todos têm sede na ilha de Jersey, o que, estando numa jurisdição
diferente, acaba por ser um obstáculo a uma solução mais acelerada. A ideia de dificuldade na
concretização da proposta já tinha sido admitida pelo próprio banco há vários meses. A um mês
da data avançada por Stock da Cunha para se chegar a uma negociação directa com os clientes,
alguns obstáculos continuam.
Assim, a solução destes veículos, dos quais os investidores emigrantes detêm acções
preferenciais, é vista como mais complicada, tanto do posto de vista
jurídico como técnico, quando comparada com as soluções que se
encontraram para a gestão de carteira discricionária e para as obrigações
seniores. Apenas depois de desmontadas tais sociedades, será possível
perceber as maturidades das obrigações do BES que aí se encontram - por
exemplo, se vencem em cinco anos ou em quinze. E é aí que o NB pode
avançar com propostas mais certas para a solução, já que ela depende do
preço das obrigações no mercado - preço que está a subir e que facilita ao
Novo Banco a concretização da solução. Discutindo soluções em Maio, só
depois disso é que haverá pagamento.
Este é um processo paralelo ao o papel comercial - que, ao contrário
destes veículos, não é uma dívida do BES, mas de sociedades do Grupo
Espírito Santo. A dívida sénior - como a dos veículos - passou para o Novo
Banco com a resolução. Já o papel comercial não tem de ser ressarcido
por aquela entidade, como já esclareceu o Banco de Portugal, embora
haja abertura para se chegar a uma solução para os investidores e que está
agora em discussão com reguladores e lesados.
2015-03-31
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