Massa e Tamanhos dos Átomos I Microelétrodos neuronais. CENIMAT, 2014. http://passarolafq.pt I-1 Unidade I Massa e Tamanhos dos Átomos FF Elementos químicos FF Número de Avogadro FF Constituição dos átomos FF Mole FF Número atómico FF Quantidade de matéria n FF Número de massa FF Constante de Avogadro FF Isótopo e representação simbólica de isótopos FF Massa molar M FF Movimento browniano FF Fração mássica FF Raio atómico FF Ordem de grandeza FF Metro, unidade SI de comprimento FF Prefixos mili-, micro-, nano-, picoFF Massa isotópica FF Padrão de massa atómica FF Abundância isotópica FF Massa atómica relativa média I-2 http://passarolafq.pt FF Fração molar FF Nanopartículas FF Nanotecnologia FF Medição do volume de líquidos FF Medição da massa FF Incerteza numa medição FF Erro numa medição FF Algarismos significativos Objetivo geral Metas Curriculares Consolidar e ampliar conhecimentos sobre elementos químicos e dimensões à escala atómica. 1. Descrever a constituição de átomos com base no número atómico, no número de massa e na definição de isótopos. FF Ordens de grandeza e escalas de comprimento FF Dimensões à escala atómica FF Massa isotópica e massa atómica relativa média FF Quantidade de matéria e massa molar 2. Determinar a ordem de grandeza de um número relacionando tamanhos de diferentes estruturas na Natureza (por exemplo, célula, ser humano, Terra e Sol) numa escala de comprimentos. Atividade Laboratorial 3. Comparar ordens de grandeza de distâncias e tamanhos à escala atómica a partir, por exemplo, de imagens de microscopia de alta resolução, justificando o uso de unidades adequadas. AL 1.1. Volume e número de moléculas de uma gota de água 4. Associar a nanotecnologia à manipulação da matéria à escala atómica e molecular e identificar algumas das suas aplicações com base em informação selecionada. Objetivo geral: Medir o volume e a massa de uma gota de água e determinar o número de moléculas de água na gota. 5. Indicar que o valor de referência usado como padrão para a massa relativa dos átomos e das moléculas é 1/12 da massa do átomo de carbono-12. FF Fração molar e fração mássica Metas específicas e transversais da atividade laboratorial 1. Medir a massa e o volume de um dado número de gotas de água, selecionando os instrumentos de medição mais adequados. 2. Apresentar os resultados das medições da massa e do volume das gotas de água, atendendo à incerteza de leitura e ao número de algarismos significativos. 3. Determinar a massa e o volume de uma gota de água e indicar a medida com o número adequado de algarismos significativos. 4. Calcular o número de moléculas de água que existem numa gota e indicar o resultado com o número adequado de algarismos significativos. 6. Interpretar o significado de massa atómica relativa média e calcular o seu valor a partir de massas isotópicas, justificando a proximidade do seu valor com a massa do isótopo mais abundante. 7. Identificar a quantidade de matéria como uma das grandezas do Sistema Internacional (SI) de unidades e caracterizar a sua unidade, mole, com referência ao número de Avogadro de entidades. 8. Relacionar o número de entidades numa dada amostra com a quantidade de matéria nela presente, identificando a constante de Avogadro como constante de proporcionalidade. 9. Calcular massas molares a partir de tabelas de massas atómicas relativas (médias). 10.Relacionar a massa de uma amostra e a quantidade de matéria com a massa molar. 11.Determinar composições quantitativas em fração molar e em fração mássica, e relacionar estas duas grandezas. http://passarolafq.pt I-3 Elementos químicos Ordem de grandeza dos raios dos átomos Isótopos e massa atómica relativa Elementos químicos e átomos Isótopos — Há 116 elementos químicos; — Os átomos de cada elemento químico têm em comum o n.º de protões no núcleo (número atómico, representado por Z); — Constituem os “tijolos” de todas as substâncias que existem; — A Tabela Periódica dos elementos organiza os elementos por n.º atómico crescente. — Os átomos de cada elemento químico têm em comum o n.º de protões no núcleo (número atómico) mas podem ter diferente n.º de massa (n.º de protões + n.º de neutrões); — Há muitos isótopos que não existem na Natureza, são apenas produzidos artificialmente. 1 mm 0 O cobre (Cu) forma, à temperatura ambiente, um metal sólido moldável e acastanhado. 1 2 3 4 5 6 7 1H8 2 10H número de massa 2 H 1 — Massa média dos átomos de um elemento químico tendo em conta a proporção dos diversos isótopos desse elemento na Natureza; — O padrão que define a unidade de massa atómica é o isótopo de carbono 12, 12C, cujos átomos têm 6 protões e 6 neutrões, além de 6 eletrões. Por definição, cada átomo de 12C tem massa 12 unidades. Logo, a unidade de massa atómica é a fração 1/12 da massa de um átomo de carbono 12. 152 pm = 0,152 nm Fotos de átomos do elemento químico cobalto, Co. 1,008 18 2 número atómico 40 91,224 massa atómica relativa 4,003 31 53 H 6,94 4 13 Zr 9,012 167 Li 206 raio atómico em pm 2 hidrogénio 3 5 zircónio berílio Na 16 17 hélio 14,007 8 15,999 9 18,998 10 87 67 56 48 42 C boro carbono N O nitrogénio oxigénio F 20,18 38 Ne flúor néon 13 26,982 14 28,085 15 30,974 16 32,06 17 35,45 18 39,948 145 118 Mg sódio 15 12,011 7 B 11 22,99 12 24,305 190 14 He 10,81 6 112 Be lítio 3 magnésio 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Al alumínio 111 Si 98 P silício 88 S fósforo enxofre 79 Cl 71 Ar cloro árgon 19 39,098 20 40,078 21 44,956 22 47,867 23 50,942 24 51,996 25 54,938 26 55,845 27 58,933 28 58,693 29 63,546 30 65,382 31 69,723 32 72,631 33 74,922 34 78,972 35 79,904 36 83,798 243 K potássio 194 Ca 184 Sc cálcio escândio 176 Ti 171 V titânio vanádio 166 Cr 161 Mn cromo Fe Rb 219 Sr rubídio estrôncio 212 Y ítrio 55 132,91 56 137,33 57-71 298 Cs Ba 88 Fr frâncio I-4 Zr zircónio bário Ra rádio 198 Nb 208 Hf lantanídios háfnio 89-103 104 actinídios Ni 145 Cu níquel 142 Zn cobre 136 Ga zinco 125 Ge gálio germânio 114 As arsénio 103 Se selénio 190 183 molibdénio tecnécio 200 Ta tântalo 105 rutherfórdio dúbnio 94 Br 88 Kr bromo crípton 44 101,072 45 102,91 46 106,42 47 107,87 48 112,41 49 114,82 50 118,71 51 121,76 52 127,603 53 126,9 54 131,29 Mo nióbio cobalto 149 178 Ru 173 Rh ruténio 169 Pd ródio 165 Ag paládio 161 Cd prata 156 In cádmio 145 Sn índio estanho 133 Sb 123 Te antimónio telúrio 193 188 185 180 177 174 171 W Re Os Ir Pt Au Hg 106 107 108 109 110 111 112 seabórgio bóhrio hássio meitnério darmstácio roentgénio copernício tungsténio rénio ósmio irídio platina http://passarolafq.pt ouro mercúrio 156 Tl tálio 113 154 Pb chumbo 114 143 Bi bismuto 115 115 108 I Xe 85 86 iodo 72 178,492 73 180,95 74 183,84 75 186,21 76 190,233 77 192,22 78 195,08 79 196,97 80 200,59 81 204,38 82 207,2 83 208,98 84 253 87 césio 206 152 Co manganês ferro 37 85,468 38 87,62 39 88,906 40 91,224 41 92,906 42 95,95 43 265 156 3 H 1 Massa atómica relativa O hélio He é o elemento que tem átomos de menor raio (31 pm = 0,031 nm) e o césio Cs é o elemento que tem átomos de maior raio (298 pm = 0,298 nm). O ferro (Fe) é um dos elementos mais abundantes no interior da Terra (em forma líquida, devido à elevada temperatura). 1 1 H 1 número atómico 1 × 1 nm = 1 pm = 10−12 m = 1 picómetro 1 000 (milésima do nanómetro) Cloro (Cl) e mercúrio (Hg). À temperatura ambiente, o Cl forma um gás amareloesverdeado constituído por moléculas Cl2 e o Hg um líquido de intenso brilho metálico. 3H cm 1 × 1 mm = 1 µm = 10−6 m = 1 micrómetro 1 000 (milésima do milímetro) 1 × 1 µm = 1 nm = 10−9 m = 1 nanómetro 1 000 (milésima do micrómetro) 1 9 xénon 135 Po polónio 116 120 At ástato 117 Rn rádon 118 12 C 6 Contar partículas em moles Massa molar Fração mássica e fração molar Incertezas nas leituras 1 2 2 74,1 g 13 × 103 g = 1 mol n 13 × 103 g × 1 mol 74,1 g = 175 mol n= http://passarolafq.pt 6 = 0,33 × 102 mol = 33 mol cm 6,022 × 1023 mol−1 5 2,0 × 1025 ) 4 = ( N NA 3 n= — A fração molar é uma grandeza utilizada para caracterizar a composição de misturas gasosas; — Por exemplo, dizer que a fração molar de um certo gás numa mistura gasosa é 0,20 = 1/5 quer dizer que por Massa molar M das cada 100 moléculas na moléculas do butano C4H10: mistura gasosa há 20 moléculas desse gás. MC H = 4 × 12,011 + 10 × 1,008 g/mol — A fração molar de 4 10 oxigénio no ar é = 74,1 g/mol 0,2 = 1/5. (Numa amostra de ar, 1/5 das Quantidade n de moléculas de moléculas são moléculas butano na garrafa de 13 kg: de oxigénio). 6 — Qual é a quantidade n de moléculas de hidrogénio H2 numa amostra com N = 2,0 × 1025 moléculas? Fração molar cm Um exemplo — Qual é a quantidade n de moléculas de butano C4H10 numa garrafa com 13 kg de butano? 5 Constante de Avogadro (NA): 6,022 × 1023/mol ; A constante de Avogadro NA tem unidade “inverso de mol”, mol–1. Um exemplo 1650 g 11 × 150,0 g = 100 100 = 16,5 g 4 — — — Conhecendo a massa m de uma amostra e a massa molar M da espécie química da amostra pode calcularse a quantidade de matéria n da amostra e o número N de partículas na amostra; — A massa molar dos átomos de um elemento tem o mesmo valor numérico da massa atómica relativa de elemento. 6 Constante de Avogadro cm N NA massa quantidade de matéria m = n M= 5 n= n.º de partículas constante de Avogadro 6 quantidade de matéria = cm — Grandeza física do SI; — A mole é a unidade em que se exprime esta grandeza. — Equação de definição de n: — A fração mássica é apresentada como um valor entre 0 e 1 (sem unidades porque resulta do quociente de duas massas) ou como percentagem entre 0 % e 100 %; — A fração mássica é a composição percentual, em massa, de cada componente de uma mistura; — Por exemplo, o aço inox é uma liga metálica em que o componente principal é o ferro Fe e tem uma fração mássica mínima de 10,5 % de cromo Cr. Ou seja, em qualquer amostra de aço inox, há pelo menos 10,5 % de cromo, em massa. — Por exemplo, a massa de cromo num objeto de 150 g de aço inox (em que a fração mássica de cromo é de 0,11) é 5 Quantidade de matéria n — Grandeza física que se exprime geralmente em g/mol; — É o quociente entre a massa m de uma amostra e a quantidade de matéria n nessa amostra: 35,5 mm ± 0,5 mm 4 4 — Unidade SI da grandeza física quantidade de matéria. — Quando se fala numa “mole” está-se a falar em “6,022 × 1023 partículas”; — Este valor foi inicialmente escolhido de modo a representar o número de átomos em 1 g de hidrogénio. Massa molar M 3 3 3 Mole (símbolo mol) 18 mL de água têm a massa de 18 g. Nesta massa de água há 1,0 mol de moléculas de água. 2 0 1 2 Como os átomos e as moléculas são muito pequenos, é necessário ter um enorme número de partículas para se ter um volume ou uma massa que possam ser medidos com os aparelhos de medida vulgares. 1 0 1 Fração mássica 0 0 A fração mássica de cromo nesta peça de aço inox é 0,11 ou 11%. Leitura de valores numa escala e incerteza de leitura — Quando se mede um valor numa escala há que decidir qual é a aproximação que se utiliza na leitura; — Em geral, fazem-se estimativas utilizando metade da menor divisão da escala; — Por exemplo, numa régua com divisões de mm (milímetro), mede-se de 0,5 mm em 0,5 mm; e.g., para comprimentos iguais ou superiores a 35 mm, pode ler-se 35,0 mm, 35,5 mm, 35,0 mm, 35,5 mm, 35,0 mm, 35,5 mm, etc. — A incerteza de leitura nesta escala é, pois, no máximo, 0,5 mm. Incerteza de observação — Quando se repete as medições, podem obter-se valores diferentes; — Quanto maior for a precisão, mais próximos são esses valores uns dos outros; — Quanto maior for a exatidão, mais próximos do valor verdadeiro são essas medições. Algarismos significativos — Os algarismos significativos de uma medição são todos os que são lidos diretamente mais o primeiro aproximado. I-5 GRUPO III 1. 2. Na Figura 2, está representada parte darepresentada Tabela Periódica. Um grupo de alunos fez a electrólise da água. 6. Nauma figura está uma parte da Tabela A reação que ocorreu pode ser representada por Periódica. 2 H2O(l) → 2 H2(g) + O2 (g) . Nesta equação, estão representados A um reagente e três produtos. B dois reagentes e três produtos. C dois reagentes e dois produtos. D um reagente e dois produtos. A água é uma substância composta, porque a molécula de água, H2O, é constituída por 6.1. A átomos do mesmo elemento. Figura 2 no estado fundamental, elemento cujo átomo, O tem dois electrões de valência no terceiro nível de energia é o A lítio (Li). B átomos de elementos diferentes. 1. O elemento cujo átomo, no estado fundamental, tem dois electrões de valência no terceir C três átomos. D dois átomos. 3. B berílio (Be). éo C sódio (Na). lítio (Li). O hidrogénio (H) e o oxigénio (O) figuram na (Be). berílio Tabela Periódica porque D magnésio (Mg). 6.2. O número atómico do azoto (N) é (Na). A o s seus átomos são constituintes dassódio moléculas de água. A 2 B são elementos químicos. C 7 B 5 magnésio (Mg). C os seus átomos são constituintes de um grande número de moléculas. D 15 6.3. ode-se concluir que o sódio e o potássio são P substâncias que apresentam propriedades quí2. O número atómico do azoto (N) é micas semelhantes, uma vez que os elementos sódio (Na) e potássio (K) pertencem Quando a água passa do estado líquido 2ao estado A ao mesmo grupo da Tabela Periódica. gasoso, D são substâncias elementares. 4. 5 A a massa de cada uma das suas moléculas diminui. B as suas moléculas são destruídas. B ao mesmo período da Tabela Periódica. C a grupos diferentes da Tabela Periódica. 7 C o volume de cada uma das suas moléculas au15 menta. D a períodos diferentes da Tabela Periódica. 6.4. D as ligações entre as suas moléculas são destruídas. 5. oxigénio pertence ao grupo 16 da Tabela O Periódica, o que permite concluir que um átomo de oxigénio tem A seis protões no núcleo. 3. Pode-se concluir que o sódio o potássio são substâncias que apresentam propr B edezasseis eletrões. Durante a ebulição, a temperatura da água, à semelhantes, uma vez que os elementos sódio (Na) e potássio (K) pertencem pressão de 1 atmosfera, C seis eletrões de valência. A aumenta a partir de 100 °C. B mantém-se a 100 °C. C aumenta até atingir 100 °C. D mantém-se abaixo de 100 °C. D Periódica. seis neutrões no núcleo. ao mesmo grupo da Tabela ao mesmo período da Tabela Periódica. a grupos diferentes da Tabela Periódica. a períodos diferentes da Tabela Periódica. I-6 http://passarolafq.pt 7. A reação entre o oxigénio, presente no ar, e uma fita de magnésio pode ser representada por 2 Mg(s) + O2(g) → 2 MgO(s) . 7.1. A reação acima representada é uma reação de A combustão. B ácido-base. C precipitação. D decomposição. 7.2. 9. A aceitação da existência de átomos foi muito facilitada pelos cálculos realizados pelo físico mais famoso do século XX, Albert Einstein, em 1905, acerca de um fenómeno conhecido como "movimento browniano". Robert Brown, um botânico, observou em 1827, num microscópio, que certas partículas muito pequenas de pólen de plantas, colocadas numa gota de água, estavam numa agitação sem parar, descrevendo trajetórias aleatórias (i.e., à sorte). Podes observar esse movimento num vídeo do youtube: Durante a reação, a massa dos reagentes https://www.youtube.com/watch?v=R5t-oA796to A a umenta e a massa total dos reagentes e do produto varia. B aumenta e a massa total dos reagentes e do produto não varia. C diminui e a massa total dos reagentes e do produto varia. D diminui e a massa total dos reagentes e do produto não varia. 8. A densidade (ou massa volúmica) de um material pode ser calculada dividindo a massa de um objecto constituído por esse material pelo seu volume. Com o objectivo de determinar a densidade (ou massa volúmica) do material que constitui um parafuso, um grupo de alunos começou por medir a massa do parafuso, tendo obtido 6,3 g. Os alunos colocaram água numa proveta e ajustaram o nível da água ao traço correspondente a 8,0 mL. Em seguida, introduziram o parafuso na proveta e verificaram que a água ficava ao nível do traço correspondente a 8,8 mL. A figura representa esquematicamente a proveta com água e a proveta com água e com o parafuso. Einstein relacionou esse movimento aleatório das partículas de pólen ("movimento browniano") com a agitação incessante das moléculas de água. As moléculas de água, ao colidirem com as partículas de pólen, podiam fazer com que estas se movessem porque, por exemplo, as colisões das moléculas vindas do lado esquerdo com as partículas de pólen nunca eram completamente equilibradas pelas colisões das moléculas vindas do lado direito! Parece espantoso mas é verdade: Einstein conseguiu obter uma expressão matemática que permitia calcular o tamanho dos átomos e o número de Avogadro (este número, que estudarás adiante, informa-nos sobre quantos átomos ou moléculas há numa amostra de uma substância, conhecendo a massa dessa amostra)! Para calcular o tamanho dos átomos, só era preciso conhecer o comprimento da trajetória das partículas de pólen, num certo intervalo de tempo e a uma certa temperatura. Esses valores eram fáceis de obter e rapidamente foram conhecidos, dando razão aos cálculos de Einstein. 9.1. or que foi difícil aceitar a existência de átoP mos? 9.2. o texto afirma-se que as moléculas de água N estão numa "agitação incessante". Que significa esta afirmação? De que depende essa "agitação incessante"? 9.3. az um esquema que mostre a razão pela qual F as partículas de pólen se movem quando estão em suspensão na água. 9.4. s físicos teóricos, como Einstein, criam ideias, O propõem teorias, formulam modelos, fazem previsões, etc. Que é necessário para que essas ideias, teorias, modelos, previsões, etc., sejam aceites pelos outros cientistas e pela comunidade em geral? http://passarolafq.pt I-7 Qual das seguintes expressões permite calcular a densidade (ou massa volúmica) do material que constitui o parafuso? A (6,3 g)/(8,8 mL) B (6,3 g)/(8,0 mL) C (6,3 g)/(8,8 mL - 8,0 mL) D (6,3 g)/(8,0 mL - 8,8 mL) 1. No YouTube podes ver a corrida em que Usain Bolt obteve o recorde do mundo dos 100 m ao demorar 9,58 s. A. A Lua está a cerca de 400 000 km da Terra, em média, e demora 27,3 dias a dar uma volta à Terra. A.1. Assumindo que a órbita da Lua é circular, qual é a distância que a Lua percorre numa volta completa? A.2. Assumindo que a velocidade da Lua tem sempre o mesmo valor, qual é a velocidade da Lua, em km/h? A.3. E qual é a velocidade da Lua em m/s? A.4. A velocidade da luz é 300 000 km/s. Quanto tempo demora um feixe de luz a percorrer a distância Terra-Lua? 1.1. velocidade de Bolt não foi sempre constante A nesse percurso de 100 m. Porquê? 1.2. velocidade média de Bolt nesses 100 m foi A 37,6 km/h. Verifica que este valor está correto. 1.3. Em m/s, qual foi a velocidade média de Bolt? 2. A.5. [Desafio…] Faz um esboço das trajetórias da Lua e da Terra, vistas por um observador que estivesse fixo em relação ao Sol. 1. Uma volta completa é uma circunferência em volta da Terra, com um raio de 400 000 km = 4 × 105 km O comprimento ou perímetro de uma circunferência é 2 × π × raio = 2 × 3,14 × 4 × 105 km = = 25,12 × 105 km Os átomos e as moléculas são objetos muito pequenos, impossíveis de serem vistos diretamente. A figura mostra uma imagem de uma molécula com 26 átomos de carbono e 14 átomos de hidrogénio, obtida em 2013 com um microscópio especial, cujo princípio de funcionamento verás mais à frente. 2. Velocidade da Lua: 25,12 × 105 km 25,12 × 105 km = = 27,3 dias 27,3 × 24 h = 3 834 km/h ≈ 4 000 km/h 3. Velocidade da Lua: 2.1. símbolo Å representa uma unidade de comO primento que se designa por ångstrom. Um ångstrom é a décima milésima parte (1/10 000) da milionésima parte (1/1 000 000) do metro. Verifica que 1 Å = 10–10 m. 2.2. tualmente fala-se muito de nanotecnologia, A isto é, a tecnologia à escala do nanómetro. O nanómetro (nm) é a milésima parte (1/1 000) da milionésima parte (1/1 000 000) do metro. Verifica que 1 nm = 10–9 m. 2.3. az uma estimativa do tamanho da molécula da F fotografia e exprime o resultado em ångstroms, metros e nanómetros. Fundamenta o teu raciocínio para fazeres a estimativa. I-8 25,12 × 105 km 25,12 × 105 × 103 m = = 27,3 dias 27,3 × 24 × 60 × 60 s = 1 065 m/s ≈ 1 000 m/s 4. Tempo que demora a luz da Terra à Lua: 300 000 km 400 000 km = 1s t 400 000 km t= ×1 s 300 000 km 4 = ×1 s 3 = 1,33 s 5. Vê esta animação [para te inspirares…]: http://astro.unl.edu/classaction/animations/ lunarcycles/moonphases.html http://passarolafq.pt B. A fotografia abaixo foi obtida no laboratório CENIMAT (http://cenimat.fct.unl.pt), utilizando um microscópio especial, e mostra nanopartículas de prata sobre fibras de celulose (papel). À esquerda, em baixo, vê-se um segmento de 200 nm que define a escala dos objectos. A régua está na escala de 1 cm para 1 cm, se esta página estiver impressa em A4, sem redução nem ampliação. 1. Tem-se: 1 1 1 1 × m= × m 3 1 000 1 000 000 10 106 1 = m 109 =10−9 m 2. Estimativa do diâmetro das nanopartículas de prata: 1 1 de 200 nm = × 200 nm 5 5 200 = nm 5 = 40 nm 3. Comparando o diâmetro das nanopartículas com o diâmetro dos átomos de prata (diâmetro = 2 × raio), vem: 0 1 cm 2 3 4 5 B.1. U m nanómetro (1 nm) é a milésima parte (1/1 000) da milionésima parte (1/1 000 000) do metro. Verifica que 1 nm = 10–9 m B.2. Faz um estimativa do diâmetro das nanopartículas de prata. Aproximadamente 1 centena de átomos de prata podem ser alinhados segundo um diâmetro das nanopartículas de prata. 4. Na foto, aproximadamente 4 mm correspondem a 200 nm. Assim, a ampliação da foto é: 4 mm 4 × 10−3 m = 200 nm 200 × 10−9 m 1 = × 10−3+9 50 1 = × 106 50 1 000 000 = 50 100 000 = 5 = 20 000 B.3. O raio de um átomo de prata é 0,165 nm. Quantos átomos de prata podem ser alinhados segundo um diâmetro das nanopartículas? B.4. Qual é a ampliação da foto? 3. A fotografia abaixo foi também obtida no laboratório CENIMAT (http://cenimat.fct.unl.pt) e mostra microelétrodos neuronais. A régua está na escala de 1 cm para 1 cm, se esta página estiver impressa em A4, sem redução nem ampliação. 4. 0 1 cm 2 3 4 m micrómetro (1 µm) é a milionésima parte U (1/1 000 000) do metro. Faz um estimativa do diâmetro dos microelétrodos. 3.2. nanómetro (nm) é a milésima parte do miO crómetro. Qual é o diâmetro dos microelétrodos, em nanómetros? 3.3. Um pacote de açúcar tem 8 g. 4.1. issolve-se o pacote de açúcar num copo de D modo a perfazer 100 mL de solução. Qual é a concentração, em massa, do açúcar na água? 4.2. issolve-se outro pacote igual noutro copo de D modo a perfazer 1 L de solução. Qual é a concentração, em massa, do açúcar na água? 4.3. ue há de semelhante nas duas soluções? E Q que há de diferente? 4.4. [ Desafio…] Qual das soluções, a de 100 mL ou a de 1 L, deve ser mais densa? Porquê? (Recorda que densidade = massa/volume) 5 3.1. 40 nm 40 = = 121 2 × 0,165 nm 0,330 Qual é a ampliação da foto? http://passarolafq.pt I-9 Raio atómico: uma característica dos elementos químicos http://www.nist.gov/cnst/epg/atom_manipulation_stm.cfm O raio dos átomos varia entre um mínimo de 31 pm e um máximo de 298 pm (ver tabela em baixo). A unidade pm, picómetro, é a unidade de comprimento mais utilizada para exprimir esse raio. O picómetro (pm) é a milionésima de milionésima do metro (1 pm = 10–12 m). Podem os, pois, dizer que o raio dos átomos varia entre a dezena e a centena de picómetros. Fotos de átomos do elemento químico cobalto, Co. Utiliza-se também, frequentemente, o nanómetro, que é igual a 1000 picómetros. Em nanómetros, o raio dos átomos varia de 0,031 nm até 0,298 nm. 152 pm = 0,152 nm 1 n = 10−9 0,000 000 001 m = O prefixo “nano”, símbolo “n”, representa 10–9 1 p = 10−12 1 1 m= m = 10−9 m = 1 nm 1 000 000 000 109 (nanómetro) 0,000 000 000 001 m = (picómetro) O prefixo “pico”, símbolo “p”, representa 10–12 Milionésima de milionésima do metro (picómetro) 1 nm = 1000 pm = 103 pm 1 pm = 1 1 m= m = 10−12 m = 1 pm 1 000 000 000 000 1012 Milésima de milionésima do metro (nanómetro) 1 1 nm = nm = 10–3 nm 1000 103 Milionésima do metro (micrómetro) Milésima do metro (milímetro) 1 18 2 53 1 H 2 hidrogénio 167 4 3 112 13 5 número atómico 14 15 67 7 87 6 16 56 8 17 48 9 31 He hélio 42 10 38 raio atómico em pm Li lítio Be B berílio boro http://en.wikipedia.org/wiki/Atomic_radius#Calculated_atomic_radii sódio Mg magnésio N nitrogénio 13 118 14 111 15 11 190 12 145 Na C carbono 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Al alumínio Si silício O oxigénio 98 16 P fósforo F flúor 88 17 S enxofre K Ca cálcio Sc escândio Ti titânio V vanádio Cr cromo Mn manganês Fe ferro Co cobalto Ni níquel Cu cobre Zn zinco Ga gálio Ge germânio As arsénio Se selénio néon 79 18 Cl cloro 19 243 20 194 21 184 22 176 23 171 24 166 25 161 26 156 27 152 28 149 29 145 30 142 31 136 32 125 33 114 34 103 35 potássio Ne Ar árgon 94 36 Br bromo 71 88 Kr crípton 37 265 38 219 39 212 40 206 41 198 42 190 43 183 44 178 45 173 46 169 47 165 48 161 49 156 50 145 51 133 52 123 53 115 54 108 Rb rubídio Sr estrôncio Y ítrio 55 298 56 253 57-71 Cs césio 87 Fr frâncio I-10 Ba bário 88 Ra rádio lantanídios Zr zircónio Nb nióbio Mo molibdénio tecnécio Ru ruténio Rh ródio Pd paládio Ag prata Cd cádmio In índio Sn estanho Sb antimónio Te telúrio I iodo 72 208 73 200 74 193 75 188 76 185 77 180 78 177 79 174 80 171 81 156 82 154 83 143 84 135 85 Hf háfnio 89-103 104 actinídios rutherfórdio Ta tântalo 105 dúbnio W tungsténio 106 seabórgio Re rénio 107 bóhrio Os ósmio 108 hássio Ir irídio 109 meitnério Pt platina Au ouro Hg mercúrio 110 111 112 darmstácio roentgénio copernício Tl tálio 113 http://passarolafq.pt Pb chumbo 114 Bi bismuto 115 Po polónio 116 At ástato 117 Xe xénon 86 120 Rn rádon 118 Raios atómicos dos diversos elementos químicos, em picómetros. O elemento que tem átomos de menor raio é o hélio (grupo 18, 1.º período) e o que tem átomos de maior raio é o césio (grupo 1, 6.º período). Nota: os valores dos raios atómicos podem diferir de fonte para fonte, devido aos diferentes métodos de cálculo utilizados. Átomos, elementos químicos, número atómico e número de massa Em cada átomo, há um núcleo central com partículas com carga elétrica positiva (protões) e partículas neutras (neutrões, partículas sem carga elétrica) — exceto num tipo de átomos de hidrogénio, que têm apenas um protão e um eletrão. 1H O número de protões é uma característica de cada elemento químico e é designado por número atómico do elemento. Representa-se por Z. 2H Modelos de átomos de três isótopos de hidrogénio: 1H, 2H e 3H. Apenas os isótopos hidrogénio 1 e hidrogénio 2 existem na Natureza. 3H O termo isótopo é formado a partir das raízes gregas isos (“igual”) e topos (“lugar”) e refere-se ao “mesmo lugar” na tabela periódica. número de massa 1 H 1 2 H 1 3 H 1 número atómico Representação dos três isótopos de H, com indicação do número de massa e do número atómico. Mas os átomos de um mesmo elemento químico podem ter número diferente de neutrões. Por exemplo, há átomos de cloro com 18 neutrões e outros como 20 neutrões. Utiliza-se o termo isótopo para designar átomos de um mesmo elemento mas com diferente número de neutrões. Há mais de 300 isótopos naturais e milhares de isótopos artificiais (muitos são utilizados em medicina). Por exemplo: na Natureza há apenas dois isótopos de hidrogénio: hidrogénio 1 e hidrogénio 2, que são representados por 1H e 2H. Note-se que “1” e “2” são o número de partículas no núcleo dos átomos (o chamado número de massa) de cada isótopo de hidrogénio: 1 protão + 0 neutrões no isótopo 1H e 1 protão + 1 neutrão no isótopo 2H. A massa dos átomos do isótopo 1H é, evidentemente, menor do que a massa dos átomos do isótopo 2H. Como se “fotografam” os átomos Tubo com elétrodo (ponta) Amplificador Controlo do tubo Ponta Ponta Amostra Processamento dos dados e imagem Tensão elétrica Amostra YouTube: “A Boy And His Atom: The World's Smallest Movie” Os átomos podem “ser vistos” usando microscópios de varrimento por efeito túnel (em inglês STM, «Scanning Tunneling Microscope»). Estes microscópios usam uma sonda extremamente fina, de dimensões atómicas, na extremidade. Esta sonda é colocada por cima do material que se pretende “fotografar”. A ponta da sonda fica a uma tensão elétrica extremamente elevada, de modo que possa atrair os eletrões da superfície do material examinado (a ponta tem de estar muito perto da superfície mas não pode encostar!). Os eletrões «saltam», então, do material para a ponta. O microscópio diz-se de varrimento porque, por meio de um braço mecânico (como o de um robô), consegue–se colocar a ponta sucessivamente em vários sítios, “varrendo” a superfície do material que está a ser observado. Saltam mais ou menos eletrões conforme eles forem mais abundantes ou mais escassos: por isso, o que se tem no final do varrimento é uma imagem da distribuição eletrónica. Essa imagem é tratada em computadores e pode ser pintada com cores «falsas». Nessas imagens vê-se como é a matéria: os eletrões distribuem-se principalmente em certos sítios, que são os átomos. Vê-se perfeitamente a forma regular como os átomos estão dispostos. http://www.youtube.com/watch?v=oSCX78-8-q0 http://passarolafq.pt I-11 http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mètre_ruban.png Representação de números “pequenos” 1 mm = 1 × 1 1 1 m= m = 0, 001 m = m = 10−3m 3 1000 1000 10 O prefixo “mili-”, cujo símbolo é “m”, significa: 1 cm = 1 × 1 1 1 m= m = 0, 01 m = m = 10−2 m 100 100 102 O prefixo “centi-”, cujo símbolo é “c”, significa: — “uma parte em mil”; — a “milésima parte”; — “1 que divide 1000”. — “uma parte em cem”; — a “centésima parte”; 1 mm = — “1 que divide 100”. 1 1 1 1 1 cm = × m= m= m = 10−3m 10 10 100 1000 103 O milímetro (mm) é um décimo do centímetro (cm) O milímetro (mm) é uma milésima do metro (m) Exemplos de relações no caso da utilização dos prefixos na unidade SI de comprimento (metro): 1 = 10−2 100 centi- c= mili- m= micro- µ= nano- 1 n= = 10−9 1 000 000 000 1 = 10−3 1000 1 = 10−6 1 000 000 1 mm (milímetro) é uma milésima do m (metro) 1 µm (micrómetro) é uma milésima do mm (milímetro)… … e é uma milionésima do m (metro) 1 nm (nanómetro) é uma milésima do µm (micrómetro)… … e é uma milionésima do mm (milímetro) … e é uma milésima de milionésima do m (metro) pico- I-12 1 p= = 10−12 1 000 000 000 000 1 pm (picómetro) é uma milésima do nm (nanómetro)… … e é uma milionésima do µm (micrómetro) … e é uma milésima de milionésima do mm (milímetro) … e é uma milionésima de milionésima do m (metro) http://passarolafq.pt http://en.wikipedia.org/wiki/Quark http://en.wikipedia.org/wiki/Atomic_nucleus http://en.wikipedia.org/wiki/Water_(molecule) http://en.wikipedia.org/wiki/DNA http://en.wikipedia.org/wiki/Red_blood_cell http://en.wikipedia.org/wiki/Human_hair Escalas de alguns objetos microscópicos ~ 0,1 mm = 1 × 10-4 m = 0,0001 m Espessura de um cabelo humano (aproximadamente o menor comprimento visível à vista desarmada) ~ 7 × 10-6 m = 7 × 0,000 001 m Diâmetro de um glóbulo vermelho do sangue humano Em dezembro de 1959, o famoso cientista norte-americano Richard Feynman fez uma conferência célebre com o título “Há Muito Espaço lá em Baixo” prevendo o desenvolvimento de técnicas de manipulação de objectos ao nível molecular e atómico. As previsões que fez foram rapidamente ultrapassadas pela realidade… Aproximadamente 14 vezes menor do que a espessura de um cabelo humano: 1 × 10−4 m 7 × 10−6 m = 14,3 ~ 2,4 × 10-9 m = 2,4 × 0,000 000 001 m Largura de uma molécula de ADN (uma molécula que contém instruções que definem o desenvolvimento e funcionamento dos seres vivos) Aproximadamente 2 900 vezes menor do que o diâmetro de um glóbulo vermelho do sangue: 7 × 10−6 m 2, 4 × 10−9 m = 2917 = 2, 9 × 103 0,28 nm = 2,8 × 10-10 m = 2,8 × 0,000 000 000 1 m Diâmetro de uma molécula de água, H2O Aproximadamente 9 vezes menor do que a largura de uma molécula de DNA: 2, 4 × 10−9 m 2, 8 × 10−10 m = 8,57 1,6 × 10-15 m = 1,6 × 0,000 000 000 000 001 m Diâmetro do núcleo do átomo de hidrogénio (a unidade Å, angstrom, é uma unidade não SI que vale 10–10 m = 100 pm) Aproximadamente 175 000 vezes menor do que o diâmetro uma molécula de água: 2, 8 × 10−10 m 1, 6 × 10−15 m = 175 000 = 1,75 × 105 ~ 1 × 10−18 m = 0,000 000 000 000 000 001 m Diâmetro dos quarks, partículas que constituem os protões e os neutrões Aproximadamente 1600 vezes menor do que o diâmetro do núcleo do átomo de hidrogénio: 1, 6 × 10−15 m 1 × 10−18 m http://passarolafq.pt = 1600 = 1, 6 × 103 I-13 Como calcular a massa atómica relativa de um elemento? Que significado tem a “massa atómica” de um elemento se os átomos desse elemento podem não ser todos iguais, isto é, terem todos a mesma massa? A massa atómica de um elemento (a chamada massa atómica relativa, representada por Ar) não é a massa de cada um dos seus átomos mas sim a “massa média”, tendo em conta a composição isotópica, isto é, a proporção dos diversos isótopos na Natureza. Por exemplo, a massa atómica do cloro Cl é 35,453 unidades. Isto quer dizer que, em média, os átomos de cloro têm massa 35,453 vezes superior à massa do padrão que se toma para unidade. O padrão que define a unidade de massa atómica é o isótopo de carbono 12, 12C, cujos átomos têm 6 protões e 6 neutrões, além de 6 eletrões. Por definição, cada átomo de 12C tem massa 12 unidades. Logo, a unidade de massa atómica é a fração 1/12 da massa de um átomo de carbono 12. Vejamos como se calcula esta “massa média” dos átomos de cloro Cl, conhecendo a composição média dos isótopos de cloro na Natureza (ver tabela na página ao lado): O cloro Cl tem dois isótopos estáveis na Natureza, Massa isotópica do 35Cl e 37Cl Massa isotópica do 35Cl 37Cl 75,761 24,241 × 34, 968 + × 36, 966 = 35, 453 100 100 75,761 % (100 %) 24,241 % Proporção de átomos 35Cl na Natureza (a percentagem dos átomos desse isótopo é 75,761 % ≈ 76 %) Proporção de átomos 37Cl na Natureza (a percentagem dos átomos desse isótopo é 24,241 % ≈ 24 %) Ar, cloro = 35,453 Massa atómica relativa do cloro Cl (massa média dos átomos de cloro) Nota: Esta “massa média” está, naturalmente, mais “próxima” da massa isotópica do isótopo mais abundante, o isótopo 35Cl. A massa isotópica do 35Cl é aproximadamente 35 e a do 37Cl é 37. Como o 35Cl é mais abundante, a massa média (35,5) está mais próxima de 35 do que de 37. Utilização de alguns isótopos na medicina nuclear 35 Cl 35 Cl 35 35 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 35 35 35 35 35 35 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 37 Cl 37 Cl 37 Cl 35 Cl 35 Cl 35 Cl 37 Cl 37 Cl 37 Cl 37 Cl 37 Cl 37 81Kr rubídio 82 82Rb 37 Cl 37 Cl 37 Cl 37 37 37 crípton 81 Cl Cl Cl Cl 37 37 37 67Ga Cl Cl Cl gálio 67 37 37 37 Cl Cl Cl Cl 18F 37 37 37 flúor 18 Cl Cl Cl Cl Cl nitrogénio 13 Cl tecnécio 99 Cl índio 111 Cl iodo 123 Cl xénon 133 Cl tálio 201 Cl Terapias Cloro numa garrafa de laboratório. I-14 ítrio 90 iodo 131 http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Chlorine#mediaviewer/File:Chlorine_in_bottle.jpg http://passarolafq.pt 13N 99Tc 111In 123I 133Xe 201Tl 90Y 131I http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_medicine Tecnologias de imagem médica Cl 35 A maioria dos isótopos é obtida artificialmente utilizando aceleradores de partículas ou outras máquinas. Apenas alguns isótopos são estáveis, isto é, não se decompõem dando origem a outras partículas. 1 2 3 N.º de Massa H He Li hidrogénio hélio lítio Be berílio 5 B boro 6 C carbono 7 N nitrogénio 99,988 5(70) % 2 0,011 5(70) % 2,014 101 777 8(4) 3 0,000 134(3) % 3,016 029 319 1(26) 4 99,999 866(3) % 4,002 603 254 15(6) 6 9 9 10 O oxigénio F flúor Ne néon 7,59(4) % 92,41(4) % 100 % 1,007 825 032 07 (10) 6,015 122 795(16) 7,016 004 55(8) 9,012 182 2(4) 10 19,9(7) % 10,012 937 0(4) 11 80,1(7) % 11,009 305 4(4) 12 98,93(8) % 12 (por definição) 13 8 Massa Isotópica 1 7 4 Composição Isotópica 1,07(8) % 99,636 (20) % 14,003 075 004 8(6) 15 0,364 (20) % 15,000 108 898 2(7) 16 99,757 (16) % 17 0,038( 1) % 16,999 131 70(12) 18 0,205 (14) % 17,999 161 0(7) 100 % 18,998 403 22(7) 20 90,48(3) % 0,27(1) % 20,993 846 68(4) 9,25(3) % 21,991 385 114(19) 100 % 19,992 440 175 4(19) 11 Na sódio 23 12 Mg magnésio 24 78,99(4) % 23,985 041 700 (14) 25 10,00(1) % 24,985 836 92(3) 26 11,01(3) % 25,982 592 929(30) 22,989 769 280 9(29) 13 Al alumínio 27 14 Si silício 28 92,223 (19) % 29 4,685 (8) % 28,976 494 700(22) 3,092 (11) % 29,973 770 17(3) 30 100 % fósforo 31 16 S enxofre 32 94,99(2 6) % 31,972 071 00(15) 33 0,75(2) % 32,971 458 76(15) 34 4,25(2 4) % 33,967 866 90(12) 36 0,01(1) % 35,967 080 76(20) 35 75,76(1 0) % 34,968 852 68(4) 37 24,24(1 0) % 36,965 902 59(5) 18 Ar cloro árgon 36 38 19 20 K Ca potássio cálcio 6 Be 7 B 8 C Be 8 B 9 C 10 N 8 Be 9 B 10 C 11 N 12 O Li 9 Be 10 B 11 C 12 N 13 O Li 10 Be 11 B 12 C 13 N 14 O Li 11 Be 12 B 13 C 14 N 15 O 11 Li 12 Be 13 B 14 C 15 N 16 O 12 Li 13 Be 14 B 15 C 16 N 17 O 14 Be 15 B 16 C 17 N 18 O 16 B 17 C 18 N 19 O 18 C 19 N 20 O 20 N 21 O 22 O H 3 He 4 Li 5 Be 3 H 4 He 5 Li 6 4 H 5 He 6 Li 7 5 H 6 He 7 Li 6 H 7 He 8 7 H 8 He 9 9 He 10 He 13 14 7 8 Isótopos estáveis e instáveis dos elementos de Z = 1 até Z = 8. Tabela de isótopos estáveis existentes na Natureza em quantidade relevante (os algarismos entre “()” representam aqueles em que há incerteza na medida). Detetores de partículas As partículas de massa menor sofrem desvios maiores Íman muito intenso capaz de deflectir as partículas eletricamente carregadas 27,976 926 532 5(19) P Cl 5 26,981 538 63(12) 15 17 100 % 4 2 10 9 10 11 12 3 H 15,994 914 619 56(16) 21 22 isótopo instável 2 1 13,0033548378(10) 14 19 isótopo presente na Natureza em quantidade relevante 0 1 2 3 4 5 6 7 8 http://en.wikipedia.org/wiki/Mass_spectrometry Z 1 n.º de neutrões no núcleo Fonte de partículas (por exemplo, iões positivos de isótopos diferentes) 30,973 761 63(20) 0,336 5(30) % 35,967 545 106(29) 0,632 (5) % 37,962 732 4(4) 40 99,600 3(30) % 39,962 383 122 5(29) 39 93,258 1(44) % 38,963 706 68(20) 40 0,011 7(1) % 39,963 998 48(21) 41 6,730 2(44) % 40,961 825 76(21) 40 96,941 (156) % 39,962 590 98(22) 42 0,647 (23) % 41,958 618 01(27) 43 0,135 (10) % 42,958 766 6(3) 44 2,086 (110) % 43,955 481 8(4) 46 0,004 (3) % 45,953 692 6(24) 48 0,187(21) % 47,952 534(4) http://passarolafq.pt Em cima: esquema do funcionamento de um espetrómetro de massa, um aparelho complexo que permite medir a massa dos isótopos, com elevada precisão. Em baixo: um espetrómetro de massa utilizado para identificar doping em atletas. www.antidopingresearch.org http://www.ciaaw.org/isotopic-abundances.htm Por exemplo, há 7 isótopos de hidrogénio mas somente 2 são estáveis (ver diagrama ao lado). Dos isótopos estáveis de hidrogénio, o isótopo 1H existe em muito maior proporção do que o isótopo 2H na Natureza (ver composição isotópica na tabela abaixo). Para o cálculo da massa atómica, apenas se têm em conta os isótopos estáveis que existem na Natureza. n.º atómico (Z), n.º de protões no núcleo http://en.wikipedia.org/wiki/Table_of_nuclides_(complete)#Isotope_table Composição isotópica dos primeiros 20 elementos I-15 1. Todos os átomos de carbono C são constituídos por A um núcleo com protões e neutrões e uma nuvem eletrónica. 7. Os isótopos de um mesmo elemento químico apresentam o mesmo número de protões e A diferente número de eletrões. B um núcleo com protões e eletrões e uma nuvem eletrónica. B o mesmo número de neutrões. C um núcleo com neutrões e uma nuvem eletrónica. D diferente número de neutrões. D um núcleo com eletrões e uma nuvem eletrónica. 2. Os átomos dos elementos químicos são eletricamente neutros. Esta afirmação significa que num átomo o número de C o mesmo número de eletrões. 8. Considera os isótopos do carbono, 12C e 13C. O que existe de semelhante e de diferente nos núcleos dos átomos destes isótopos? C. O elemento oxigénio tem número atómico 8 (ver tabela na página anterior). A neutrões é igual ao número de protões. C.1. Que significado tem esta afirmação? B neutrões e protões é igual ao número de eletrões. C.2. Quantos eletrões tem um átomo de oxigénio? C.3. Todos os átomos de oxigénio na Natureza têm o mesmo número de partículas no núcleo? Fundamenta a resposta. C protões é igual ao número de eletrões. D protões e eletrões é igual ao número de neutrões. 3. Um átomo de hidrogénio 1 H 1 C.4. Que informação se obtém a partir da representação 178 O ? é constituído B apenas por um protão. C.5. Representa simbolicamente o isótopo de oxigénio que tem 10 neutrões. C por um protão e um eletrão. C.6. Calcula a massa atómica do oxigénio. A por um protão e um neutrão. D apenas por um neutrão. 4. O número atómico do oxigénio é 8. O que significa esta afirmação? 5. Completa a tabela seguinte. Representação simbólica do isótopo nome do elemento n.º atómico do elemento 27 Al 13 − Ar − 9 40 n.º de protões dos átomos do elemento 18 n.º de eletrões dos átomos do elemento 3 Não, uma vez que a composição isotópica do oxigénio apresenta três isótopos diferentes, 16O, 17O e 18O. Os átomos destes isótopos têm, respetivamente 8 neutrões, 9 neutrões e 10 neutrões. 5 18O. 6 Tendo em conta a composição isotópica, vem: 19 99,757 0,038 0,205 × 15,99491 + × 16,99913 + × 17,99912=15,999 100 100 100 9. Um átomo de cálcio tem número de massa 44. 10 9.1. Que informação dá a afirmação anterior? 6. Porque é que todos os átomos de um mesmo elemento químico apresentam o mesmo número atómico embora possam ter diferentes números de massa? I-16 2 Tem 8 eletrões. 4 Trata-se do isótopo 17O. O número atómico do oxigénio é 8 (isto é, todos os átomos têm 8 protões no núcleo). Os átomos desse isótopo têm 17 – 8 = 9 neutrões. flúor n.º de massa do isótopo n.º de neutrões dos átomos do isótopo 39 K − 1 Significa que os átomos de oxigénio têm 8 protões no núcleo. 9.2. Representa simbolicamente o isótopo referido. 9.3. Representa simbolicamente o isótopo de cálcio mais abundante na natureza (consulta a tabela da secção anterior). http://passarolafq.pt 10.Faz sentido falar-se em número de massa de um elemento? Fundamenta a resposta. 18.1.Qual é a ordem de grandeza da distância entre os núcleos de dois átomos consecutivos? 18.2.O raio atómico dos átomos de ouro é 174 pm. Qual é a ordem de grandeza do raio atómico? 11.Calcula a massa atómica relativa do carbono (consulta a tabela da secção anterior) . 12.O lítio tem dois isótopos na Natureza, o isótopo 6 (abundância de 8 %) e o isótopo 7 (abundância de 92 %). Qual dos seguintes valores faz mais sentido ser a massa atómica relativa do lítio? A 7,016 B 6,940 18.3.Aproximadamente quantas vezes é que o raio atómico dos átomos de ouro é menor que a distância entre os núcleos de dois átomos consecutivos de ouro? 19.As partículas subatómicas apresentam as seguintes massas: C 6,515 meletrão = 9,109 382 × 10–28 g D 6,091 mprotão = 1,672 621 × 10–24 g 13.Considera os isótopos do nitrogénio (consulta a tabela da secção anterior). 13.1.Apresenta uma estimativa razoável para a massa atómica relativa do nitrogénio. Justifica o valor apresentado. 13.2.Calcula a massa atómica relativa do nitrogénio e compara o valor obtido com a tua estimativa. 14.Qual é a massa atómica relativa do flúor? Porquê? 15.Calcula a massa atómica relativa do boro (consulta a tabela da secção anterior). 16.Considera os isótopos do magnésio (consulta a tabela da secção anterior). 16.1.Apresenta uma estimativa razoável para a massa atómica relativa do magnésio. Justifica o valor apresentado. 16.2.Calcula a massa atómica relativa do magnésio e compara o valor obtido com a tua estimativa. 17.O diâmetro médio de um glóbulo vermelho é aproximadamente 7 micrómetros. 17.1.Qual é o diâmetro do glóbulo vermelho em metros? Apresenta o valor em notação científica. mneutrão = 1,674 927 × 10–24 g 19.1.Porque é que se pode afirmar que a massa de um átomo está quase totalmente localizada no núcleo? 19.2.Qual é a ordem de grandeza de cada uma das massas, em gramas? E em quilogramas? 19.3.Quantas vezes, aproximadamente, é que a massa de um protão é superior à massa de um eletrão? 20.O diâmetro de um átomo de fósforo é aproximadamente 200 pm. Considera que conseguias alinhar átomos de fósforo de modo a que estes ficassem “encostados” mas sem se tocarem. Quantos átomos de fósforo terias que alinhar para obteres uma fila com 10 cm de átomos? 21.Em média, o raio de um átomo é cerca de 10 000 vezes maior do que o do seu núcleo. Se quiseres representar o núcleo de um átomo pela cabeça de um alfinete com 2 mm de raio qual deve ser a medida do raio atómico, nesta escala? 22.A figura mostra uma folha de cálculo que exemplifica a determinação da massa atómica do carbono. 17.2.Qual é a ordem de grandeza do diâmetro do glóbulo vermelho? 17.3.O diâmetro médio das plaquetas do sangue é de aproximadamente 2 × 10–6 m. Quantas vezes é que o diâmetro médio dos glóbulos vermelhos é maior que o diâmetro médio das plaquetas? 18.A imagem em baixo foi obtida com um STM e representa átomos de ouro. Estima-se que a distância entre os núcleos de dois átomos consecutivos seja de 0,3 nm. A célula D8 tem uma fórmula que permite calcular a massa atómica de carbono, a partir de células das linhas 4 e 5. Que fórmula é? http://passarolafq.pt I-17 Contar em “dúzias”... e contar em “moles”: quantidade de matéria n Em certos contextos, contamos em dúzias. Por exemplo, 5 dúzias de ovos são 5 × 12 ovos = 60 ovos porque uma dúzia são 12 unidades. Em contextos científicos, contam-se partículas em moles (símbolo: mol). Uma mole é uma quantidade enormíssima de partículas (porque os átomos e as moléculas são extremamente pequenos): 602 214 179 000 000 000 000 000 = 6,022 141 790 × 1023 ≈ 6,022 × 1023 1 dúzia de ovos… 5 dúzias de ovos = 5 × 12 ovos = 60 ovos… Não se costuma ler este número por extenso, devido ao seu enorme valor. Um copo de água de 200 mL tem 11,1 moles de moléculas de água. Ou seja, tem 11,1 × 6,022 × 1023 = 66,8 × 1023 moléculas de água. Esta quantidade de moléculas é, de facto, enorme! Basta ter em conta que há apenas cerca de 7000 milhões de pessoas na Terra, isto é, 7 000 × 106 = 7 × 109 pessoas… Moléculas de água no copo: 6 680 000 000 000 000 000 000 000 Pessoas no planeta Terra: 7 000 000 000 A utilização da unidade mole nas ciências demorou cerca de 100 anos a generalizar-se e ainda hoje suscita algumas confusões. Mas se se pensar com cuidado, não há que confundir! Quando se fala numa “mole” está-se a falar em “6,022 × 1023 partículas”. O número 6,022 × 1023 é conhecido como número de Avogadro, em homenagem a um químico do princípio do século XIX que teve uma ideia genialmente simples, que analisaremos adiante. O seu valor foi inicialmente escolhido de modo a representar o número de átomos em 1 g de hidrogénio. Em 1972 as organizações científicas internacionais definiram uma grandeza física chamada “amount of substance” que, em português, foi designada por “quantidade de matéria”. Essa grandeza física, cujo símbolo é n, tem como unidade SI a mole (símbolo: mol). O copo de água de 200 mL tem a seguinte quantidade de matéria: Um copo de água tem aproximadamente 200 mL de água (um quinto de litro). Neste copo há 11,1 moles de moléculas de água: 11,1 × 6,022 × 1023 moléculas de água = 66,8 × 1023 moléculas de água. É este o número de moléculas de água que se bebe quando se mata a sede com 1 copo de água… I-18 n = 11,1 mol Muitos químicos costumam dizer que o “número de moles” de moléculas nesse copo de água é 11,1 mol. Esta é uma linguagem simplificada, incorreta. De facto, não dizemos que “200 mL” é o “número de mililitros” no copo de água — dizemos que o volume do copo de água é 200 mL. O volume V é uma grandeza ou quantidade física (tal como a massa m, o tempo decorrido t, a temperatura T, etc.). A quantidade de matéria n também é uma grandeza física, tal como as outras grandezas. Por vezes, n é também designada por quantidade de substância. http://passarolafq.pt Equação de definição da grandeza quantidade de matéria n A quantidade de matéria n numa amostra é definida pela equação seguinte: quantidade de matéria = n= número de partículas 6, 022 × 1023 / mol N NA O número de partículas de uma amostra é representado por N e a constante 6,022 × 1023 /mol por NA (a chamada constante de Avogadro). Vejamos um exemplo de aplicação da equação anterior. Qual é a quantidade de moléculas de oxigénio, O2, numa amostra de oxigénio com N = 12,5 × 1024 moléculas? Note-se que a constante de Avogadro não é um número puro, uma vez que tem unidades (inverso da unidade mole). A constante de Avogadro pode ser escrita por qualquer das seguintes formas: NA = 6,022 × 1023 /mol NA = 6,022 × 1023 mol–1 Utilizando a equação de definição da quantidade de matéria n, vem: n= n= = N NA 12,5 × 1024 6, 022 × 1023 /mol 12,5 1024 × mol 6, 022 1023 = 2, 08 × 1024−23mol = 2, 08 × 10 mol = 20, 8 mol Portanto, essa amostra de N = 12,5 × 1024 moléculas de O2 corresponde à quantidade de matéria n = 20,8 mol de moléculas de O2. A equação n = N/NA também pode ser escrita como N= N= número de partículas = número de partículas = NA × n NA × n constante de Avogadro × quantidade de matéria constante de Avogadro × quantidade de matéria A constante de Avogadro NA é, pois, a constante de proporcionalidade entre o número de partículas N e a quantidade de matéria n numa amostra. Nos laboratórios e nos hospitais há garrafas de oxigénio comprimido. A quantidade de matéria de uma amostra de oxigénio com N = 12,5 × 1024 moléculas de O2 é 20,8 mol de moléculas de O2. Esta quantidade ocupa um volume de 470 L (em condições normais de pressão e temperatura). N = número de moléculas de O2 N = 12,5 × 1024 moléculas de O2 n = quantidade de matéria (moléculas de O2) n = 20,8 mol de moléculas de O2 Nota: neste esquema está representada uma fração extremamente pequena de 20,8 mol de moléculas. É, evidentemente, impossível fazer um esquema com um número tão elevado de partículas… http://passarolafq.pt I-19 Massa molar M: quociente entre a massa e a quantidade de matéria Quando se tem uma amostra de uma substância, como por exemplo água, não é fácil contar as moléculas de água nessa amostra... É, até, impossível de o fazer diretamente, uma a uma! Por isso, para determinar a quantidade de matéria, em moles, utiliza-se uma grandeza física, a massa molar, cujo símbolo é M, característica de cada substância. Esta grandeza, cuja unidade mais comum é g/mol, é o quociente entre a massa m de qualquer amostra de uma substância e a respectiva quantidade de matéria n: massa molar = M= massa quantidade de matéria m n Por exemplo, a massa molar das moléculas de água, MH2O, é 18,0 g/mol. Em qualquer amostra de água, o quociente entre a massa da amostra e a quantidade de matéria (em moles de moléculas) é sempre 18,0 g/mol. Assim, é fácil calcular a quantidade de moléculas que há em qualquer amostra de água desde que se conheça a massa da amostra. Por exemplo, em 1500 g (1,5 L) de água, há 83,3 mol de moléculas: 18, 0 g 1500 g = mol n donde n = 1500 g × mol = 83,3 mol 18, 0 g Este tipo de cálculos também pode ser feito diretamente a partir da equação de definição de massa molar: Numa garrafa de 1,5 L de água, cuja massa de água é 1500 g, há 83,3 mol de moléculas de água. massa quantidade de matéria 1500 g 18,0 g/mol = n 1500 g n= 18,0 g/mol = 83,3 mol massa molar = http://en.wikipedia.org/wiki/Ethanol O valor numérico da massa molar dos átomos de um elemento é sempre igual à massa atómica dos átomos desse elemento (ver tabela na página ao lado). Esses valores permitem calcular a massa molar de qualquer espécie química. Por exemplo, a massa molar das moléculas de etanol (álcool etílico), C2H5OH, é: MC H OH 2 5 = 2 × 12,011 g/mol + 6 × 1,008 g/mol + 1 × 15,999 g/mol ( ) = 2 × 12,011 + 6 × 1,008 + 15,999 g/mol Modelo de uma molécula de etanol, C2H5OH. = 46,069 g/mol Massa molar dos átomos de carbono, MC . Há 2 átomos de C em cada molécula. I-20 Massa molar dos átomos de hidrogénio, MH . Há 6 átomos de H em cada molécula (5 +1). Massa molar dos átomos de oxigénio, MO . Há 1 átomo de O em cada molécula. http://passarolafq.pt 1 18 Massa atómica dos elementos químicos 1 H http://www.ciaaw.org hidrogénio 4 6,94 9,012 Na sódio massa atómica 10,81 13 Mg 3 24,305 20 21 22 7 24 23 26 27 10 28 29 12 30 alumínio 26,982 31 Si fósforo 28,085 30,974 33 32 S 20,18 18 Cl enxofre 32,06 árgon 35,45 35 39,948 36 vanádio cromo manganês Mn Fe ferro cobalto níquel Ni Cu Zn Ga gálio germânio arsénio selénio bromo crípton 50,942 51,996 54,938 55,845 58,933 58,693 63,546 65,382 69,723 72,631 74,922 78,972 79,904 83,798 40 nióbio molibdénio 92,906 95,95 rubídio estrôncio ítrio zircónio 87,62 88,906 91,224 56 Cs Ba 132,91 137,33 césio 87 bário 88 Fr frâncio Ra rádio 57-71 72 Hf lantanídios Ta 75 58 Ce 138,91 140,12 cério 90 Ac Th 107 seabórgio 60 61 Nd 140,91 144,24 praseodímio neodímio 92 Pa tório protactínio urânio 231,04 238,03 Símbolo químico promécio 93 U 232,04 actínio bóhrio neptúnio Massa atómica Z ródio paládio 106,42 78 Ir índio estanho antimónio telúrio iodo xénon 112,41 114,82 118,71 121,76 127,603 126,9 131,29 Hg 81 83 82 platina ouro mercúrio tálio chumbo bismuto 195,08 196,97 200,59 204,38 207,2 208,98 110 111 darmstácio roentgénio copernício 64 65 Gd 112 66 Tb Dy Tl 113 Pb 114 115 fleróvio 67 68 Ho lutécio 174,97 érbio 164,93 167,26 plutónio amerício cúrio Nome (Português, variante Europeia) berkélio califórnio 100 einsténio Símbolo químico Z férmio Fm 100 ferro Fe 26 fleróvio Fl 114 101 férmio mendelévio Massa atómica actínio Ac 89 alumínio Al 13 amerício Am 95 antimónio Sb 51 flúor F 9 árgon Ar 18 39,948 fósforo P 15 arsénio As 33 74,922 frâncio Fr 87 ástato At 85 gadolínio Gd 64 157,253 bário Ba 56 gálio Ga 31 berílio Be 4 germânio Ge berkélio Bk 97 háfnio Hf bismuto Bi hássio Hs 108 bóhrio Bh hélio He 2 boro B 10,81 hidrogénio H bromo Br 35 79,904 hólmio Ho 67 164,93 cádmio Cd 48 índio In 49 cálcio Ca 20 iodo I califórnio Cf 98 irídio carbono C itérbio cério Ce 58 140,12 césio Cs 55 132,91 chumbo Pb 82 207,2 cloro Cl 17 cobalto Co 27 cobre Cu 29 copernício Cn 112 crípton Kr 36 cromo Cr 24 cúrio Cm darmstácio Ds 110 disprósio Dy 66 dúbnio Db 105 einsténio Es 99 enxofre S 16 32,06 érbio Er 68 167,26 escândio Sc 21 estanho Sn 50 118,71 estrôncio Sr 38 87,62 európio Eu 63 151,96 83 26,982 121,76 137,33 9,012 208,98 6 118 Yb 102 Lu 103 nobélio lawrêncio Nome (Português, variante Europeia) Símbolo químico Massa atómica Z ouro Au oxigénio O paládio Pd 46 106,42 18,998 platina Pt 78 195,08 30,974 plutónio Pu 94 polónio Po 84 potássio K 19 69,723 praseodímio Pr 59 140,91 32 72,631 prata Ag 47 107,87 72 178,492 promécio Pm 61 55,845 79 8 196,97 15,999 39,098 protactínio Pa 91 4,003 rádio Ra 88 1,008 rádon Rn 86 rénio Re 75 186,21 114,82 ródio Rh 45 102,91 53 126,904 roentgénio Rg 111 Ir 77 192,22 rubídio Rb 37 85,468 Yb 70 173,05 ruténio Ru 44 101,072 ítrio Y 39 rutherfórdio Rf 104 lantânio La 57 samário Sm lawrêncio Lr 103 seabórgio Sg 106 35,45 lítio Li 3 selénio Se 34 78,972 58,933 livermório Lv 116 silício Si 14 28,085 63,546 lutécio Lu 71 sódio Na 11 22,99 magnésio Mg 12 24,305 tálio Tl 81 204,38 83,798 manganês Mn 25 54,938 tântalo Ta 73 180,95 51,996 meitnério Mt 109 tecnécio Tc 43 mendelévio Md 101 telúrio Te 52 127,603 mercúrio Hg 80 200,59 térbio Tb 65 158,93 molibdénio Mo 42 95,95 titânio Ti 22 47,867 neodímio Nd 60 144,24 tório Th 90 232,04 néon Ne 10 20,18 túlio Tm 69 168,93 neptúnio Np 93 tungsténio W 74 183,84 nióbio Nb 41 92,906 urânio U 92 238,03 níquel Ni 28 58,693 vanádio V 23 50,942 nitrogénio N 7 14,007 xénon Xe 54 131,29 nobélio No 102 zinco Zn 30 65,382 ósmio Os 76 zircónio Zr 40 91,224 107 5 rádon 71 itérbio hólmio 162,5 99 70 173,05 disprósio 158,93 98 117 túlio térbio 157,253 Rn ástato 168,93 gadolínio 151,96 97 polónio 116 86 At Tm európio 96 85 Po Xe livermório 69 samário 95 84 I Er 150,362 94 Bi Te 54 cádmio irídio Eu 53 prata 80 Sb 52 107,87 79 Sn 192,22 63 Sm 51 50 Kr In Au meitnério 62 49 Br Cd Pt 109 hássio 48 102,91 Os 108 47 Ag 77 ósmio Pr 91 76 46 Pd ruténio 190,233 106 59 101,072 rénio 183,84 La Rh 186,21 tungsténio dúbnio 45 Ru Re tântalo 105 tecnécio 44 W 180,95 lantânio Nome (Português, variante Europeia) 74 73 háfnio actinídios rutherfórdio 89 Mo 178,492 89-103 104 57 43 Nb 85,468 55 42 41 Zr Se A massa atómica dos elementos tem o mesmo valor numérico da massa molar dos átomos, quando esta é expressa em g/mol. Ar cloro titânio zinco As néon 18,998 17 34 Massa atómica arredondada às milésimas, quando possível. Ne 47,867 cobre Ge 15,999 16 P silício F flúor 44,956 Y Co 11 O oxigénio escândio 39 Cr 9 14,007 15 hélio 4,003 10 cálcio Sr V 25 8 12,011 N nitrogénio 9 40,078 38 Ti 6 C carbono 8 17 39,098 Rb Sc 5 7 16 potássio 37 Ca 4 15 14 Al magnésio K http://periodicos.spq.pt/Boletim/BSPQ_N119/BSPQ_N119.pdf boro 12 14 6 B berílio 22,99 http://www.ciaaw.org 5 Be lítio 19 http://periodicos.spq.pt/Boletim/BSPQ_N119/BSPQ_N119.pdf 13 número atómico Li 11 He 2 1,008 3 2 112,41 40,078 12,011 96 162,5 44,956 1 88,906 138,91 6,94 174,97 190,233 http://passarolafq.pt 62 231,04 150,362 I-21 Composição percentual em massa de uma mistura Os mergulhadores que atingem elevadas profundidades (100 metros, por exemplo) utilizam garrafas (“cilindros”) com misturas gasosas para respirar. Uma dessas misturas é conhecida como Trimix 10/70/20 e tem a seguinte composição, em massa: 10 % de O2 70 % de He 20 % de N2 Por exemplo, numa garrafa de 5,0 kg de Trimix há 0,50 kg de oxigénio (10 % de 5,0 kg), 3,5 kg de hélio (70 % de 5,0 kg) e 1,0 kg (20 % de 5,0 kg) de nitrogénio. A composição percentual, em massa, de cada componente da mistura é designada em Química por fração mássica. Esta grandeza calcula-se dividindo a massa de cada componente na mistura pela massa total da mistura. No mergulho técnico de profundidade utilizam-se misturas gasosas especiais como o Trimix 10/70/20. http://pinguimsub.pt/pt/cursos-iantd/o-que-e-o-trimix.html Assim, nessa garrafa de Trimix, a fração mássica do oxigénio é: 0,50 kg 5,0 kg = 0,10 fração mássica de O2 = A fração mássica é apresentada como um valor entre 0 e 1 (sem unidades porque resulta do quociente de duas massas) ou como percentagem entre 0 % e 100 %. Portanto, a fração mássica do oxigénio no Trimix é 0,10 ou 10 %. O símbolo convencionado internacionalmente para representar a fração mássica é w. Por vezes utiliza-se também “%(m/m)”. A equação geral de cálculo da fração mássica do componente A, wA, é a seguinte: massa do componente A fração mássica do componente A = massa total da mistura A composição da mistura gasosa respirada no mergulho depende da profundidade a que este é realizado. Exprimindo a fração mássica em percentagem, tem-se: fração mássica do componente A = massa do componente A × 100% massa total da mistura A fração mássica utiliza-se quer para misturas gasosas quer para outros tipos de misturas. Por exemplo, o aço inox é uma liga metálica em que o componente principal é o ferro Fe e tem uma fração mássica mínima de 10,5 % de cromo Cr. A fração mássica de cromo Cr no aço inox é, no mínimo, 10,5 %. I-22 http://passarolafq.pt “Construir” átomos… http://phet.colorado.edu/sims/html/build-an-atom/latest/build-an-atom_en.html Esta simulação “Phet” permite analisar se uma determinação composição do núcleo é ou não estável. Pode-se, por exemplo: — “construir” um núcleo, adicionando ou retirando protões ou neutrões; — verificar a relação entre a constituição de um núcleo e a posição do elemento químico na tabela periódica; — verificar se um determinado isótopo é estável ou instável; — jogar tendo como objetivo relacionar a constituição dos átomos do isótopo com a posição do elemento na tabela periódica. Analisar a composição isotópica e a massa atómica http://phet.colorado.edu/en/simulation/isotopes-and-atomic-mass Nesta simulação “Phet” pode analisar-se a relação entre a composição isotópica de uma amostra e a massa atómica média, bem como a abundância na Natureza dos diversos isótopos, estáveis e instáveis. O símbolo “amu” é utilizado para representar a “unidade de massa atómica” (“atomic mass unit”), que corresponde à massa da fração 1/12 do isótopo carbono 12. Pode observar-se que a massa média está “mais próxima” da massa do isótopo mais abundante. http://passarolafq.pt I-23 O ar é uma mistura de gases. Em percentagem de volume, a composição média é (arredondamento à décima): 78,1 % de nitrogénio, N2 20,9 % de oxigénio, O2 0,9 % de árgon, Ar < 0,1 % de outros gases. Composição média do ar da atmosfera terrestre, em volume: nitrogénio e oxigénio constituem 99 % do ar. N2 78,084 % O2 20,946 % Ou seja, a composição do ar, em volume, é de aproximadamente 80 % de nitrogénio e 20 % de oxigénio. 0,037680 % Ar (árgon) 0,9340 % CO2 0,04 % Como exprimir esta composição utilizando a grandeza quantidade de matéria? H2 0,000055 % Kr 0,000114 % Ne 0,001818 % He 0,000524 % CH4 0,00018 % Volume de um gás e número de partículas Em 1811, Amedeo Avogadro teve uma ideia que se viria a revelar extremamente importante para as ciências físicas e para o estudo dos objectos à escala atómica e molecular. Essa ideia ficou conhecida como “hipótese de Avogadro”. Avogadro afirmou que o volume de uma amostra de gás dependia apenas do número de partículas que a compõem — o volume não dependia, portanto, do tipo de partículas (admitindo que a pressão e a temperatura da amostra não são alteradas, claro). Esta ideia tem várias consequências. Por exemplo: — O volume de qualquer amostra de gás é diretamente proporcional ao número de partículas da amostra de gás; — Volumes iguais de gases diferentes têm o mesmo número de partículas; — É possível comparar o peso das partículas de gases diferentes: basta comparar o peso de volumes iguais de gases diferentes… Atualmente sabemos que Avogadro tinha razão, no essencial. De facto, o volume de uma amostra de gás é aproximadamente proporcional ao número de partículas da amostra, quaisquer que sejam essas partículas. Assim, numa amostra de ar, que tem aproximadamente 20 % em volume de oxigénio, 20% das moléculas no ar são moléculas de oxigénio. De modo semelhante, praticamente 80% das moléculas no ar são de nitrogénio. I-24 http://passarolafq.pt Modelo de uma amostra de ar, confinado num certo volume. Proporção em volume: — aproximadamente 20 % de O2 — aproximadamente 80 % de N2 Ou seja: — 20 mol de O2 para 80 mol de N2 — ou 1 mol de O2 para 4 mol de N2 http://en.wikipedia.org/wiki/Atmosphere_of_Earth Composição relativa do ar, em volume gon) 0% Fração molar de uma espécie química A fração molar é uma grandeza frequentemente utilizada para caracterizar a composição de misturas gasosas. Define-se fração molar da espécie A (representa-se por xA) pelo quociente: xA = = N2 78,084 % quantidade de A quantidade de todos os componentes nA nA + nB + … Assim, as frações molares dos dois principais componentes do ar são, aproximadamente 1/5 e 4/5 (considerando apenas os dois principais componentes e tendo em conta a composição percentual do ar, por cada 100 moles): O2 20,946 % xO = 2 = 0,037680 % N2 78,084 % quantidade de matéria de O2 quantidade de matéria de todos os componentes do ar xN = 2 20,9 mol de O2 78,1 mol de N2 + 20,9 mol CO de O2 + 0,9 mol de Ar + ... 2 0,04 % 20,9 mol 20,9 mol = = 78,1 mol + 20,9 mol + 0,9Ne mol + ... 100 mol 0,001818 % 20,9 1 H= ≈ 2 He 100 5 Ar (árgon) 0,000055 % 0,000524 % 0,9340 % Kr CH4 Amedeo Avogadro e0,00018 o desenvolvimento 0,000114 % % = quantidade de matéria de N2 quantidade de matéria de todos os componentes do ar 78,1 mol de N2 78,1 mol de N2 + 20,9 mol de O2 + 0,9 mol de Ar + ... 0,037680 % O2 78,1 mol 78,1 mol 20,946 % = = 78,1 mol + 20,9 mol + 0,9 mol + ... 100 mol = 78,1 4 ≈ 100 5 das ciências físicas noCO século XIX 0,04 % Avogadro (1776-1856) foi um advogado da cidade de Turim, norte de Itália, que desde criança se interessou pelas ciências físicas, tendo H2sido também professor de física. 0,000055 % No início do século XIX, após Lavoisier ter publicado o livro que deuKr início à química moderna (Tratado Elementar de Química) e Dalton ter 0,000114 % proposto a existência de átomos como partículas que caracterizam os elementos químicos, havia uma enorme discussão sobre a existência de átomos e sobre as suas características, nomeadamente o peso dos átomos. 2 Ne 0,001818 % He 0,000524 % CH4 0,00018 % Como seria possível determinar o peso de "coisas tão pequenas"... se é que elas existissem mesmo...? Avogadro teve então uma ideia genial! O seu raciocínio foi o seguinte: — as partículas que constituem os objetos são muito pequenas… — nos sólidos e líquidos, essas partículas estão próximas umas das outras, porque os sólidos e os líquidos são pouco compressíveis… — nos gases, as partículas estão muito afastadas umas das outras, porque os gases são muito compressíveis (todos já tivemos essa experiência quando se aperta um balão!)… — logo, numa amostra de gás, o que conta para determinar o volume do gás não é o tipo de partículas de que o gás é feito mas sim quantas partículas é que estão nessa amostra de gás… — portanto, volumes iguais de gases diferentes (à mesma pressão e temperatura) devem ter o mesmo número de partículas… — concluindo: se compararmos o peso de, por exemplo, 1 L de oxigénio, com 1 L de hidrogénio, ficamos a saber quantas vezes é que as partículas do gás oxigénio pesam mais do que as partículas do gás hidrogénio! Este racionínio permitiu aos químicos do início do século XIX determinar pesos atómicos… sem sequer ainda terem a certeza da existência de átomos! http://passarolafq.pt I-25 1. Calcula a massa molar das seguintes substâncias (utiliza a tabela secção 5 desta unidade). 2. A unidade SI de massa é ________ e a de quantidade de matéria é ________. 1.1. Hidrogénio, H2. A o grama ... a mole 1.2. Oxigénio (também designado por di‑oxigénio), O2. C a mole ... o grama B o quilograma ... a mole D a mole ... o quilograma 1.3. Ozono, O3. 1.4. Água, H2O. 3. Um adulto deve beber ao longo de um dia cerca de 1,5 L de água (cerca de 1,5 kg de água). 1.5. Metano, CH4. 3.1. Calcula o número de moléculas de água que um adulto deve beber por dia. 1.6. Dióxido de carbono, CO2. 1.7. Amoníaco, NH3. 3.2. Quantos átomos de oxigénio e de hidrogénio estão presentes em 1,5 L de água? 1.8. Etanol, C2H5OH. 1.9. Hidróxido de cálcio, Ca(OH)2. 4. Alguns medicamentos que aliviam as dores de cabeça apresentam na sua composição 500 mg de ácido acetilsalicílico (C9H8O4). A. Num pacotinho de açúcar há 7 g de sacarose (C12H22O11). A.1. Calcula a massa molar da sacarose, arredonda à décima de grama. 4.1. Calcula a quantidade de ácido acetilsalicílico presente em cada comprimido. A.2. Determina a quantidade de sacarose que existe em 7 g de açúcar. A.3. Determina o número de moléculas de sacarose presentes em cada pacotinho. 4.2. Calcula a quantidade de átomos de carbono, hidrogénio e oxigénio presentes em cada comprimido. 1 Massa molar dos átomos dos elementos que constituem a sacarose: MC = 12,011 g/mol 4.3. Qual é o número de átomos de carbono, de hidrogénio e de oxigénio presentes em cada comprimido? MH = 1,008 g/mol MO = 15,999 g/mol Cálculo da massa molar da sacarose: MC H O 12 22 11 ( 2 342,3 g 7 g = 1 mol n 7 g × 1 mol n= 342,3 g = 0,02 mol 3 I-26 ) = 12 × 12,011+22 × 1,008 + 11 × 15,999 g/mol = 342,297 g/mol = 342,3 g/mol 0,02 × 6,022 × 1023 moléculas = = 1,2 × 1022 moléculas Nota: quando se fala em “quantidade de” a resposta deve ser dada utilizando a unidade mole. Admite-se que “quantidade de” se refere à grandeza física “quantidade de matéria” cuja unidade SI é a mole. 5. A massa molar do carbono é 12 g/mol. Calcula a massa de 1 átomo de carbono. 6. Determina a massa de uma molécula de oxigénio (O2). 7. Determina a massa de 1,8 × 1024 moléculas de oxigénio. 8. Quantos átomos de prata estão presentes num anel que contém 6,31 g de prata, assumindo que tem apenas prata? 9. Dispõe-se de uma amostra com 0,16 mol de uma certa substância. Se essa amostra tiver a massa de 25,856 g, qual é a massa molar dessa substância? http://passarolafq.pt B. Um mergulhador utiliza uma garrafa (“cilindro”) com 4,94 kg de uma mistura gasosa constituída por 6,11 % de O2 e 93,89 % de He. Ambas as percentagens referem-se à massa da mistura, que é conhecida como Heliox. 11.16 g de átomos de oxigénio (O) tem A o mesmo número de átomos que 16 g de O2. B o mesmo número de átomos que 8 g de O2. C a mesma massa que 6,02 × 1023 moléculas de O2. B.1. Qual é a fração mássica de O2 na mistura, expressa sem ser em percentagem? B.2. Qual é a massa de He presente na garrafa? B.3. Calcula a fração molar de cada um dos componentes da mistura. 1 Fração mássica de O2 = = 6,11 % = 6,11/100 = 0,0611 D a mesma massa que 1,20 × 1024 moléculas de O2. 12.Qual das duas amostras seguintes apresenta mais átomos: — 2,14 × 1021 moléculas de oxigénio (O2); — ou 3,0 × 10-3 mol de hélio (He)? Fundamenta a resposta. 2 Na garrafa há 4,94 kg de mistura, sendo 93,89 % de He. Logo, a massa de hélio na garrafa é: 13.Qual das seguintes amostras contém maior quantidade de átomos de hidrogénio: 93,89 × 4,94 kg = 4,64 kg 100 — 8,0 g de H2; — 3,0 mol de CH4; 3 É necessário conhecer primeiro as quantidades de O2 e de He na garrafa. — 3,01 × 1024 moléculas de H2O? Fundamenta a resposta. Em massa, na garrafa há: 14.Na tabela seguinte apresenta-se a fração em massa de alguns elementos químicos presentes no corpo humano. 6,11 × 4,94 kg = 0,302 kg de O2 100 93,89 × 4,94 kg = 4,64 kg de He 100 elemento As massas molares de O2 e He são: MO = 2 × 15,999 g/mol = 31,998 g/mol 2 MHe = 4,003 g/mol Estas massas correspondem às seguintes quantidades de O2 e He, respetivamente: 31,998 g 0,302 × 10 g = 1 mol nO 2 2 0,302 × 103 g × 1 mol = 9,47 mol 31,998 g 4,003 g 4,64 × 103 g = 1 mol nHe nHe = 2 4,64 × 103 g × 1 mol = 1159,4 mol 4,003 g A fração molar de O2 na garrafa é, pois: xO = 1159,1 mol = 0,992 9,47 mol + 1159,4 mol 10.Para encher um pequeno balão de aniversário com hélio deve usar-se cerca de 0,38 mol de hélio (He). 10.1.Quantos átomos de hélio devem encher o balão? 10.2.Determina a massa de hélio utilizada. C 0,18 H 0,10 N 0,03 Ca 0,015 P 0,012 14.2.Qual é a massa de hidrogénio presente numa pessoa com 82 kg? 14.3.Qual é a massa de oxigénio de uma criança com 12 kg? 14.4.Qual é a fração mássica total de todos os outros elementos químicos presentes no corpo humano? 14.5.Qual é a quantidade de cálcio presente numa pessoa com 50 kg? 14.6.Qual é a quantidade de carbono presente numa pessoa com 75 kg? 9,47 mol = 0,0081 9,47 mol + 1159,4 mol E a fração molar de He na garrafa é: xHe = 0,65 14.1.Calcula a massa de carbono presente numa pessoa com 64 kg. 3 nO = fração em massa O 15.Cada adulto em Portugal consome em média 4,3 kg de café por ano. Em média, uma bebida de café tem cerca de 60 g de água na qual se dissolve aproximadamente 7 g de açúcar. Considera que a sacarose (C12H22O11) é o único constituinte do açúcar. 15.1.Qual é a fração em massa de açúcar em cada café? 15.2.Qual é a fração molar de açúcar em cada café? 15.3.Qual é a fração molar de água em cada café? http://passarolafq.pt I-27 1. O volume de líquidos pode medir-se com provetas, buretas e pipetas, que podem graduadas em mililitros (mL) ou centímetros cúbicos (cm3). A. Converter: A.1. 1,5 cm3 em decímetros cúbicos. A.2. 1,5 cm3 em metros cúbicos. A.3. 0,250 dm3 em mililitros. A.4. 5,22 cm3 em litros. A.5. 0,025 L em mL. 1 ⎛ 1 ⎞ 1,5 cm3 = 1,5 × ⎜ m⎟ ⎝ 100 ⎠ 3 ⎛ 1 1 ⎞ = 1,5 × ⎜ × m⎟ ⎝ 10 10 ⎠ ⎛ 1 ⎞ = 1,5 × ⎜ dm⎟ ⎝ 10 ⎠ 1.1. Os valores marcados na escala desta proveta vão de 10 mL até 100 mL. A partir de 10 mL, cada divisão grande está dividida em 10 divisões pequenas. Quanto vale a menor divisão da proveta? 1.2. Um mililitro é uma milésima de litro. Quanto vale a menor divisão da proveta, em litros? 1.3. Por definição, 1 mL = 1 cm3. Quanto vale a menor divisão da proveta, em cm3? ⎛ 1⎞ = 1,5 × ⎜ ⎟ ⎝ 10 ⎠ = 1,5 × = 1,5 × 10−3 dm3 = 1,5 × = 1,5 × = 1,5 × 12,45 cm3 em decímetros cúbicos. 2.2. 9,18 cm3 em metros cúbicos. 2.3. 0,050 dm3 em mililitros. 2.4. 1,5 cm3 em mililitros. 2.5. 1,5 cm3 em litros. 2.6. 0,205 dm3 em centímetros cúbicos. 2.7. 0,205 2.8. 0,205 dm3 em mililitros. 2.9. 0,205 L em mililitros. dm3 em litros. 1 1003 1 3 102 1 106 3 3 (m) 3 m3 m3 m3 = 1,5 × 10−6 dm3 3 0,250 dm3 = 0,250 L 1 L 1000 = 0,250 × 1000 mL = 250 mL = 0,250 × 1000 × 4 5,22 cm3 = 5,22 mL = 5,22 × 10−3 L 5 1 L 1000 = 0,025 × 1000 mL = 25 mL 0,025 L = 0,025 × 1000 × 2.10. 0,15 m3 em litros. I-28 3 1 dm3 1000 ⎛ 1 ⎞ = 1,5 × ⎜ ⎟ ⎝ 100 ⎠ 1.6. É possível medir diretamente 0,310 L nesta proveta? Fundamente a resposta. 2.1. (dm) ⎛ 1 ⎞ 1,5 cm3 = 1,5 × ⎜ m⎟ ⎝ 100 ⎠ 1.5. Se o volume de líquido na proveta for 0,078 mL, que volume existe em cm3? Converter: 3 2 1.4. Se o volume de líquido na proveta for 0,045 cm3, que volume existe em mL? 2. 3 3 http://passarolafq.pt 100 mL 20 ºC 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 1 decímetro cúbico = 1 dm3 1 litro = 1 L = 1 dm3 1 decímetro cúbico = 1000 cm3 = 1000 mL Uma proveta de 100 mL ou de 100 cm3 1 litro = 1000 mL = 1000 cm3 cubo com 1 dm de lado cubo com 1 cm de lado cubo com 1 mm de lado 0 1 2 3 4 1 centímetro cúbico = 1 cm3 1 cm3 = 1 mL = 0,001 L 1 milímetro cúbico = 1 mm3 1 mm3 = 0,001 mL 5 6 7 8 9 cm 10 cm Este cubo tem 1000 pequenos cubos: 10 × 10 × 10 = 1000 cubos Se cada cubo pequeno tivesse 1 cm de lado, o cubo grande teria 1 dm de lado. O volume de cada cubo pequeno seria 1 cm3. Logo, o volume do cubo grande seriam 1000 cm3 = 1 dm3. Se cada cubo pequeno tiver 1 mm de lado… 10 centímetros = 1 decímetro = 1 dm = 0,1 m ⎛ 1 ⎞ 1 mm3 = 1 × ⎜ m⎟ ⎝ 1000 ⎠ 3 1 = m [mili-] 1000 ⎛ 1 1 ⎞ =1× ⎜ × m⎟ ⎝ 100 10 ⎠ ⎛ 1 ⎞ =1× ⎜ × dm⎟ ⎝ 100 ⎠ =1× =1× 1 100 1 (10 ) 2 = 1 106 3 × dm3 3 3 × dm3 3 dm 1 = dm3 1 000 000 = 10−6 dm3 Relação entre o cm3 e o m3 Relação entre o cm3 e o dm3 Relação entre o mm3 e o dm3 3 1 = d [deci-] 10 ⎛ 1 ⎞ 1 cm3 = 1 × ⎜ m⎟ ⎝ 100 ⎠ 3 1 = c [centi-] 100 ⎛ 1 1 ⎞ =1× ⎜ × m⎟ ⎝ 10 10 ⎠ ⎛ 1 ⎞ =1× ⎜ × dm⎟ ⎝ 10 ⎠ =1× =1× = 1 1 3 10 1 3 10 3 3 3 ⎛ 1 ⎞ 1 cm3 = 1 × ⎜ m⎟ ⎝ 100 ⎠ =1× 1 = d [deci-] 10 =1× =1× × dm3 = 10 1 = dm3 1 000 = 1 1 106 106 1 =c 100 [centi-] m3 (10 ) 2 × dm3 dm3 1 1003 1 3 3 m3 m3 m3 1 m3 1 000 000 = 10−6 m3 = 10−3 dm3 http://passarolafq.pt I-29 AL 1.1 Leitura e incerteza de leitura 0 1 de 2escalas 3 4 5 6 cm 35,5 mm 0 1 2 3 4 O comprimento do retângulo roxo vale 35 mm e “um pouco mais...”. 5 Se repararmos bem, está aproximadamente na metade da menor divisão da régua, entre 35 mm e 36 mm. 6 cm Assim, podemos estimar que o comprimento vale 35,5 mm... Estas 5 décimas de milímetro são lidas por aproximação... 1 mm = 0,1 cm 6 Nesta medição, não é possível estimar 35,49 mm... nem 35,48919 mm… nem 35,511 nem qualquer outro valor com centésimas de milímetro ou ainda maior exatidão! 6 Só se podem fazer leituras de 0,5 mm em 0,5 mm na régua em que a menor divisão é o milímetro. Para comprimentos maiores ou iguais a 35 mm, poderia ler-se 35,0 mm, 35,5 mm, 36,0 mm, 36,5 mm, 37,0 mm, etc., mas nunca 35,01 mm, 35,02 mm, 35,03 mm, 35,04 mm, etc. E muito menos se poderia ler 35,000 mm, 35,001 mm, 35,002 mm, etc.! 35 mm = 3,5 cm 0 1 cm 1 2 3 4 cm Esta régua está dividida em centímetros (cm) e cada centímetro tem 10 divisões. Cada uma destas 10 divisões (a menor divisão da régua) vale4 0 1 2 3 1 milímetro (mm). 0 5 1 5 cm incerteza de leitura = 0,5 mm 2 3 4 5 35,5 mm ± 0,5 mm 6 Como a leitura do comprimento envolveu uma estimativa, diz-se que há uma certa incerteza de leitura. cm A incerteza da leitura de uma escala como a desta régua é, por convenção, metade da menor divisão da escala. 0 1 2 3 4 5 6 Ou seja, a incerteza de leitura nesta régua é 0,5 mm. cm Por isso, o comprimento do retângulo pode ser expresso do modo seguinte: 35,0 mm 36,0 mm 0,5 mm 0 1 2 3 0,5 mm 4 5 3,55 cm ± 0,05 cm 6 cm Por outras palavras, o comprimento do retângulo roxo deve estar entre 35,0 mm (35,5 mm – 0,5 mm) e 36,0 mm (35,5 mm + 0,5 mm). incerteza de leitura = 0,05 cm 0 1 2 3 4 5 35,5 mm ± 0,5 mm 6 cm incerteza de leitura = 0,5 mm 30,0 mm ± 0,5 mm O comprimento deste retângulo rosa vale 30,0 mm ± 0,5 mm. 0 1 2 3 4 5 O comprimento do retângulo deve estar entre 29,5 mm (30,0 mm – 0,5 mm) e 30,5 mm (30,0 mm + 0,5 mm). 6 cm 3,00 cm ± 0,05 cm incerteza de leitura = 0,05 cm I-300 1 2 3 4 5 6 cm http://passarolafq.pt Algarismos significativos: todos os exatos ou certos + 1.º aproximado… 0 1 2 3 4 5 6 cm 0 1 2 3 4 5 6 cm 1 2 3 4 5 6 cm algarismos exatos Algarismo aproximado: aquele que é lido por estimativa, indicando uma fração da menor divisão da escala. Nesta medição: o “5” das décimas de milímetro é o algarismo aproximado. Para exprimir o resultado de uma medida, devem utilizar-se todos os algarismos que têm informação, incluindo o algarismo obtido por aproximação. 35,5 mm 0 Algarismos exatos ou certos: Algarismos que que são lidos diretamente e que se tem a certeza que estão corretos. Nesta medição: o “3” das dezenas de milímetros e o “5” das unidades... algarismo aproximado Os algarismos que têm informação sobre a medida chamam-se algarismos significativos: são todos os exatos mais o primeiro aproximado. algarismos significativos 0 1 2 3 4 5 6 Leitura de buretas utilizando algarismos significativos e incerteza de leitura cm Menor divisão da escala = 0,1 mL 1 mL = 1 mililitro Metade da menor divisão da escala = 0,05 mL 10 divisões A leitura pode fazer-se de 0,05 mL em 0,05 mL https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4e/Meniscus.jpg … 19,90 mL … 19,95 mL … 20,00 mL … 20,05 mL … 20,10 mL … 20,00 mL ± 0,05 mL O valor está entre 19,95 mL e 20,05 mL Importante: A leitura faz-se na linha horizontal da parte inferior da curvatura ou menisco formado pelo líquido na bureta. As buretas e outros equipamentos de medição de volume são construídos para se fazer a leitura deste modo. A figura ao lado mostra a forma correta de fazer a leitura na proveta de modo a evitar erros de paralaxe: o olho deve estar na horizontal da parte inferior da curvatura do menisco. Erros de paralaxe (o olho não está na horizontal do menisco). http://passarolafq.pt I-31 Densidade da água, em kg/L e em g/mL AL 1.1 Medidas repetidas e incerteza de observação Quando se fazem medidas repetidas, podem surgir diferenças aleatórias, isto é, imprevisíveis. Por exemplo, se se medir várias vezes o volume de 100 gotas de água que caem de uma bureta, como se vai fazer nesta atividade laboratorial, obtêm-se muito provavelmente valores ligeiramente diferentes. A tabela ao lado mostra um exemplo, em que se fizeram 5 ensaios para medir o volume de 100 gotas de água que caíram da bureta. Ensaio V / mL 1.º 4,20 2.º 4,25 3.º 4,30 4.º 4,20 5.º 4,25 Nota: no início, a água estava no valor 0,00 mL. Pode considerar-se a média desses valores como o valor mais provável do volume das 100 gotas: 4,20 + 4,25 + 4,30 + 4,20 + 4,25 21,20 mL = mL = 4,24 mL 5 5 Este é o valor que se considera como mais provável para o valor da medição do volume das 100 gotas de água. A diferença entre cada valor nos vários ensaios e a média ou valor mais provável é indicado na tabela a seguir. O valor absoluto da maior diferença para o valor médio é designado por incerteza absoluta de observação: V / mL (valor médio) diferença para o valor médio, em mL Ensaio V / mL 1.º 4,20 – 0,04 2.º 4,25 + 0,01 3.º 4,30 4.º 4,20 – 0,04 5.º 4,25 + 0,01 4,24 incerteza absoluta de observação, em mL + 0,06 A incerteza de observação do volume das 100 gotas de água pode ser expressa em percentagem: 0,06 mL × 100 = 1,4 % 4,24 mL A incerteza de observação, em percentagem, foi, pois, de apenas 0,95 % → 1 %. Podemos comparar esta incerteza com a incerteza da leitura na escala, como se faz no esquema ao lado. I-32 http://passarolafq.pt 0,06 Valor absoluto da maior diferença para o valor médio. Neste caso, a maior diferença é + 0,06 mL, ou seja, 0,06 mL em valor absoluto Sistematizando: incertezas de leitura e de observação e incerteza de medição Incerteza de leitura: Valor máximo que define o intervalo em que muito provavelmente está a leitura da escala. Incerteza de observação: Surge quando há medidas repetidas e há diferenças imprevisíveis nos valores obtidos. É o valor absoluto da maior diferença para o valor médio das medidas repetidas. Incerteza de medição: É a incerteza com que é apresentado o valor da medida. Se se fizerem medidas repetidas: — a incerteza da medição é a incerteza de observação se esta for superior à incerteza de leitura; — a incerteza da medição é a incerteza da leitura se esta for superior à incerteza de observação. Se não se fizerem medidas repetidas: — a incerteza de medição é a incerteza da leitura. A incerteza da leitura, a incerteza de observação e a incerteza de medição podem ser apresentados como valores na escala de medição (mL, no exemplo da página anterior) ou em percentagem, como vimos atrás. Quando se fala da incerteza em percentagem pode-se dizer que é incerteza relativa (relativa a 100 %…) para distinguir da incerteza na escala de medição, que é também designada por incerteza absoluta. No exemplo anterior: — a incerteza de leitura é 0,05 mL; — a incerteza de observação é 0,06 mL. A incerteza de observação pode, pois, ser considerada como a incerteza da medição do volume de 100 gotas de água. Quando a incerteza de leitura é aproximadamente igual à incerteza de observação, não vale a pena fazer medidas repetidas. Considera-se simplesmente a incerteza de leitura como incerteza de medição. Ou seja, não valia a pena ter feito 5 ensaios para medir o volume das 100 gotas… Organização de registos em tabelas Os registos das medições, principalmente quando há medidas repetidas, pode ser convenientemente organizado como se mostra no quadro seguinte: V / mL (valor médio) diferença para o valor médio, em mL Ensaio V / mL 1.º 4,20 2.º 4,25 3.º 4,30 4.º 4,20 – 0,04 5.º 4,25 + 0,01 incerteza de observação incerteza de leitura incerteza de medição 0,06 mL 0,05 mL 0,06 mL – 0,04 + 0,01 4,24 + 0,06 Para se calcular o valor médio, pode utilizar-se a técnica exemplicada abaixo, em que se calcula a diferença para um valor "fácil de calcular" (4,20 mL, na tabela) e depois faz-se a média dessas diferenças… Assim, pode-se mais fácil e rapidamente calcular o valor médio: V / mL diferença para 4,20 mL, em centésimas 4,20 0 4,25 +5 4,30 + 10 4,20 0 4,25 +5 http://passarolafq.pt soma das diferenças, em centésimas: 0 + 5 + 10 + 0 + 5 = 20 média das diferenças, em centésimas: 20/5 = 4 para calcular a média dos volumes é necessário adicionar 4 centésimas a 4,20 mL 4,20 mL + 0,04 mL = 4,24 mL I-33 AL 1.1 Medições diretas e medições indiretas. Incerteza em medições indiretas Nas secções anteriores analisou-se como se pode determinar a incerteza absoluta e a incerteza percentual ou relativa numa medição directa, como é o caso da medição de um comprimento com uma régua ou o volume de 100 gotas de água. Mas há muitas medições que são indiretas, isto é, são feitas a partir de cálculos utilizando medidas diretas. Por exemplo, o perímetro e a área de um retângulo são medidos indiretamente, sendo necessário medir o comprimento e a largura do retângulo para calcular quer o perímetro quer a área. O cálculo da incerteza de uma medição indireta não faz parte do programa da disciplina. O esquema abaixo exemplifica como se calcula a incerteza de uma medição indireta em dois casos simples. Medição direta do comprimento e da largura de um retângulo. 12,5 mm ± 0,5 mm × 100 = 1,9 % 0 0,5 mm 27,0 mm 27,0 mm ± 0,5 mm 0 1 2 3 4 5 1 27,0 mm ± 0,5 mm 12,5 mm ± 0,5 mm 6 2 cm 0,5 mm 12,5 mm Medição indireta do perímetro do retângulo (soma de 4 parcelas) × 100 = 4,0 % 3 4 Incerteza de uma medida indireta após uma soma (ou diferença) de medidas diretas: a incerteza absoluta da soma (ou da diferença) é igual à soma das incertezas absolutas das medidas diretas. Perímetro do retângulo 5 6 Incerteza absoluta do perímetro do retângulo cm 27,0 mm + 27,0 mm + 12,5 mm + 12,5 mm = 79,0 mm 0,5 mm + 0,5 mm + 0,5 mm + 0,5 mm = 2,0 mm Perímetro do retângulo 79,0 mm ± 2,0 mm Medição indireta da área do retângulo (produto de 2 fatores) Incerteza de uma medida indireta após uma multiplicação (ou divisão) de medidas diretas: a incerteza relativa do produto (ou do quociente) é igual à soma das incertezas relativas das medidas diretas. Área do retângulo 27,0 mm × 12,5 mm = 337,5 mm2 → 338 mm2 Incerteza relativa ou percentual da área do retângulo 1,9 % + 4,0 % = 5,9 % Incerteza absoluta da área do retângulo 5,9 100 2 2 × 337,5 mm = 20 mm Área do retângulo 338 mm2 ± 20 mm2 I-34 http://passarolafq.pt 12,5 mm ± 0,5 mm 27,0 mm ± 0,5 mm perímetro = 79,0 mm ± 2,0 mm área = 338 mm2 ± 20 mm2 0 1 Algarismos significativos em medições indiretas Quando se fazem cálculos para obter medidas indiretas, os resultados dos cálculos devem ter um número correto de algarismos significativos, de acordo com as regras e exemplo seguintes. No resultado de uma soma (ou de uma subtração), o resultado tem um número de casas decimais igual ao da parcela com menor número de casas decimais. Exemplo de cálculo da distância total percorrida em dois percursos 1.º percurso: 235 m 2.º percurso: 83,5 km 3 algarismos significativos 0,235 km + 83,5 km = 83,735 km = 83,7 km 3 algarismos significativos 3 casas decimais 1 casa decimal 1 casa decimal Em cálculos intermédios (i.e., em cálculos cujos resultados vão ser utilizados noutros cálculos) pode utilizar-se maior n.º de algarismos significativos No resultado de uma multiplicação (ou de uma divisão), o resultado tem tantos algarismos significativos quantos os do fator (ou numerador ou divisor) com menor número de algarismos significativos. Exemplo de cálculo da velocidade média distância percorrida: 15 238 m 5 algarismos significativos tempo gasto: 3 h 14 min 3h+ velocidade média = 14 h = 3,23 h 60 3 algarismos significativos O resultado apenas deve ter 1 casa decimal quando expresso em km 15,238 km 3,23 h = 4,717647059 = 4,72 km h 3 algarismos significativos No resultado de uma multiplicação ou de uma divisão por um número não afetado de incerteza, o resultado tem tantos algarismos significativos quantos os do fator ou numerador. km h O resultado apenas deve ter 3 algarismos significativos Quando necessário, arredondam-se os valores obtidos nos cálculos Exemplo de cálculo do volume de 1 gota de água, conhecido o volume de 100 gotas volume das 100 gotas: 4,22 mL 3 algarismos significativos volume de 1 gota: 4,22 mL = 0,0422 mL = 4,22 × 10−2 mL 100 3 algarismos significativos Incerteza de leitura em escalas digitais versus escalas analógicas Há cada vez mais aparelhos que utilizam escalas digitais, como é caso das balanças e dos relógios digitais. Enquanto numa escala analógica (como a de uma bureta ou de uma régua) o valor pode variar de modo contínuo, numa escala digital os algarismos variam descontinuamente ("saltando" de valor para valor). Por isso, numa escala digital, a incerteza de leitura é igual ao valor do último algarismo. Na balança de cima, a incerteza de leitura é 0,01 g. Na balança da direita, que é mais exata, a incerteza de leitura é 0,0001 g. http://passarolafq.pt I-35 AL 1.1 Exatidão e precisão de uma medição: dois conceitos distintos A exatidão é elevada se o valor medido estiver próximo do valor verdadeiro. E é reduzida se o valor medido estiver afastado do valor verdadeiro. A precisão (de medidas repetidas) é elevada se os valores estiverem próximos uns dos outros. É reduzida se os valores estiverem muito afastados uns dos outros. Quando se faz uma medição, pretende-se sempre que a medida seja o mais exata possível e, se houver medidas repetidas, estas devem ter também a maior precisão possível. Os esquemas exemplificam estes conceitos, considerando o tiro num alvo, em que o centro do alvo representa, de modo analógico, "um valor verdadeiro" de uma medição. Reduzida exatidão do tiro Elevada exatidão do tiro 1 2 3 3 4 4 5 5 6 7 8 9 4 5 6 1 2 9 6 7 8 3 9 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 4 9 6 5 9 7 1 7 8 8 2 6 7 8 9 9 8 Exatidão de tiro: quando mais próximo do centro do alvo, mais exato é o tiro. Exatidão significa "proximidade do valor verdadeiro". 1 2 8 7 7 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 Com medidas repetidas: Elevada exatidão e elevada precisão Reduzida exatidão e reduzida precisão 1 1 2 2 3 3 7 8 9 4 5 6 1 2 9 6 7 3 9 9 8 8 7 7 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 1 2 2 3 3 7 8 9 4 5 6 1 2 3 9 9 1 2 3 4 5 6 7 9 8 8 7 7 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 http://passarolafq.pt 8 9 1 2 3 6 9 4 7 9 5 8 7 8 6 3 7 8 7 4 5 6 8 5 4 5 6 9 1 4 2 1 2 3 4 5 6 7 Baixa exatidão do tiro (acertou, em média, muito afastado do centro) e baixa precisão de tiro (os vários disparos estão muito afastados uns dos outros). Elevada exatidão e reduzida precisão 1 I-36 8 Reduzida exatidão e elevada precisão Reduzida exatidão do tiro (acertou, em média, muito afastado do centro) e elevada precisão de tiro (os vários disparos estão muito próximos uns dos outros). 9 1 2 3 4 8 9 5 3 9 6 4 7 8 7 5 7 8 8 1 4 5 6 9 Elevada exatidão do tiro (acertou sempre muito perto do centro) e elevada precisão de tiro (os vários disparos estão muito próximos uns dos outros). 2 4 5 6 Boa exatidão do tiro (em média, os vários disparos estão próximos do centro do alvo) e má precisão de tiro (os vários disparos estão muito afastados uns dos outros). O valor verdadeiro numa medição é desconhecido… por definição… Quando se utiliza uma régua graduada em milímetros e se determina que um comprimento vale, por exemplo, 35,5 mm, lemos com exatidão apenas os dois primeiros algarismos (o «3» e o «5»). O último algarismo «5» indica décimas de milímetro e é lido por estimativa, por aproximação. A partir das décimas de milímetro, desconhecemos completamente o valor do comprimento. Com um aparelho que permita maior exatidão do que a uma régua de milímetros, 1poder-se-ia aumentar o número de (JCGM algarismos edição luso-brasileira em português do VIM 200:2012) significativos deste comprimento. Há aparelhos que medem comprimentos quase até ao tamanho de um átomo! Cada aparelho não permite, porém, NOTA 3 Não se deve utilizar o termo exatidão de medição no lugar de “justeza de medidas medição”.abaixo de um certo valor: este valor mínimo depende do tamanho de uma divisão da sua escala e da capacidade de resposta do instrumento à 2.15 grandeza a medir (sensibilidade). Por isso, há sempre uma certa incerteza em 16 fidelidade ou precisão de medição ; precisão de medição qualquer medição. Logo, o valor verdadeiro da medição é desconhecido. fidelidade ou precisão; precisão 0 2 3 4 5 35,5 mm ± 0,5 mm 0 1 2 3 4 6 cm 5 6 cm measurement precision ; precision 0 características como a dispersão, o desvio-padrão, a variância ou o coeficiente de variação, sob condições de medição especificadas. 0 fidélité mesure ; fidélité Não se de deve confundir a incerteza da medição com erros de aparelhos, erros precisión de medida ; precisión de processos de medida ou erros do experimentador. Esses erros podem de concordância entre indicações ou valores obtidos porser medições repetidas, serGrau identificados e anulados. A incerteza demedidos, medição pode reduzida, no mesmo objeto ou em objetos similares, sob condições especificadas. mas nunca pode ser nula, porque é inerente à medição, isto é, é uma característica todasouasprecisão medições, por definição. NOTA 1 A de fidelidade de medição é geralmente expressa numericamente por 1 1 2 3 4 5 6 cm 1 2 3 4 5 6 cm NOTA 2numa As “condições especificadas” podem ser, por exemplo, condições de e o valor verdadeiro Erro medição: diferença entre o valor medido repetibilidade, condições de fidelidade ou precisão intermediária ou condições de reprodutibilidade (ver ISO 5725–1:1994). As ideias fundamentais da medição têm grande importância técnico-científica NOTA 3 A fidelidade precisão de medição é utilizada para edefinir a repetibilidade e económica. Há, por ou isso, convenções internacionais leis nacionais quede medição, a fidelidade ou precisão intermediária de medição reprodutibilidade de definem padrões, regras e termos de metrologia, que ée aa designação mais medição. comum da ciência da medição. NOTA 4 O termo “fidelidade ou precisão de medição” é algumas vezes utilizado, Por exemplo, erro de medição definido do seguinte modo: erroneamente, paraodesignar a exatidão deémedição. 2.16 (3.10) erro de medição erro measurement error ; error of measurement ; error erreur de mesure ; erreur error de medida ; error Diferença entre o valor medido duma grandeza e um valor de referência. NOTA 1 O conceito de “erro de medição” pode ser utilizado: a) quando existe um único valor de referência, o que ocorre se uma calibração for realizada por meio dum padrão com um valor medido cuja incerteza de medição é desprezável, ou se um valor convencional for fornecido; nestes casos, o erro de medição é conhecido; b) caso se suponha que a mensuranda é representada por um único valor verdadeiro ou um conjunto de valores verdadeiros de amplitude desprezável; neste caso, o erro de medição é desconhecido. NOTA 2 Nota: mensuranda é o nome que designa a grandeza que se pretende medir. Não se deve confundir erro de medição com erro de produção ou erro humano. (3.14) Ou2.17 seja, em muitas medições nunca podemos conhecer o erro da erro sistemático medição porque não conhecemos omeasurement valor verdadeiro da medição. É o systematic measurement error ; systematic error of ; systematic error erreur systématique caso do comprimento do retângulo roxo da figura acima: dizemos que error sistemático de medida ; error sistemático é 35,5 mm ± 0,5 mm… e só sabemos que muito provavelmente o valor Componente do erro de medição que, em medições repetidas, permanece constante ou varia verdadeiro está entre 35,0 mm e 36,0 mm. de maneira previsível. Mas há situações em que se pode calcular o erro de medição. Por exemplo, 16 dos tradutores: Portugal ou de precisão de medição”, no Brasil “precisão se oNota retângulo roxo uso for em uma peça“fidelidade de metal um certo sistema, quem de medição”. concebeu a peça pode dizer que ela deve ter exatamente 35,0 mm. Este será o valor de referência ou valor convencional do comprimento da peça de metal. 21 Nestas condições, se se medisse o comprimento uma certa peça JCGM de © 2012 - Reservados todos os direitos feita numa máquina e se se obtivesse 35,5 mm, havia uma diferença de 0,5 mm para o valor de referência da peça. Esta diferença seria o erro do comprimento da peça. Neste exemplo, o erro de medição do comprimento da peça feita na máquina seria, em percentagem: VIM, Vocabulário Internacional de Metrologia. Instituto Português de Qualidade. http://www.ipq.pt 0,5 mm × 100 = 1,4 % 35,0 mL http://passarolafq.pt I-37 1. Observa a escala da bureta, graduada em mL. Assume que a incerteza de leitura é metade da menor divisão da escala. 1.1. Que forma tem a superfície de um líquido na bureta? 4. 4.1. Qual é o valor da menor divisão da escala da seringa? 4.2. Se se assumir 1/4 de mL como incerteza de leitura, está a assumir-se que a incerteza de leitura corresponde a 1/2 da menor divisão ou outra fração da menor divisão? Fundamenta a resposta. 4.3. Que era necessário fazer para tornar a seringa mais exata? 5. 1.2. Quanto vale a menor divisão da escala? 1.3. Qual é a incerteza absoluta da leitura nessa escala? 1.4. Qual é o valor que se deve ler? 1.5. Entre que valores deve estar o valor da leitura na bureta? 2. 3. Um aluno (pouco experiente…) afirma que a leitura na bureta das questões anteriores deve ser 13,40 mL ± 0,10 mL. Cometeu dois erros… Quais? Observa o esquema seguinte que mostra a medição de um comprimento: 0 1 2 3 4 5 A figura mostra uma seringa de 5 mL. Usain Bolt é recordista do mundo na prova dos 100 m com o tempo de 9,58 s. 5.1. Será que está correto afirmar que este valor é 9,580 s? E 9,5800 s? Fundamenta a resposta. 5.2. Qual é o valor verdadeiro do recorde de Usain Bolt…? 5.3. Os sistemas de crometragem são sistemas digitais. Qual deve ser a incerteza de medição do recorde de Usain Bolt? 5.4. Que sentido faz a afirmação "o valor verdadeiro do recorde é, por definição, um valor desconhecido"? 6 cm 3.1. Porque não é correto escrever que o comprimento do retângulo rosa é 3 cm? 3.2. Estará correto escrever que o comprimento é 3,0000 cm? Fundamenta a resposta. 3.3. Assumindo que a incerteza de leitura é 1/2 da menor divisão da régua, qual dos seguintes resultados representa o comprimento da régua: 3,00 cm ou 3,0 cm? Fundamenta a resposta (sugestão: escrever a leitura em mm). I-38 6. Para determinar a velocidade de uma aluna a andar, 5 outros alunos mediram o tempo que a aluna demorou a percorrer a distância de um lado de um campo de desporto na escola (20,0 m). Obtiveram os seguintes valores: 10,55 s; 11,01 s; 10,78 s; 10,95 s; 10,57 s. 6.1. Qual é o valor mais provável do intervalo de tempo que demorou o percurso de 20,0 m? 6.2. Qual é a incerteza absoluta dessa medição? 6.3. Qual é a incerteza relativa dessa medição? 6.4. Qual é o valor da velocidade nesse percurso, em m/s e em km/h? http://passarolafq.pt A Um carro move-se a 60 km/h, de acordo com o velocímetro do carro (um velocímetro analógico de ponteiro, em que a menor divisão da escala é 5 km/h). 1. A menor divisão da escala do velocímetro é 5 km. Assumindo que a incerteza é metade dessa menor divisão, a incerteza de leitura é 2,5 km. 2. O valor da velocidade do carro, em m/s, é 60 km 60 000 m = = 16,7 m/s h 3 600 s 3. O valor mais provável do intervalo de tempo é: 65,32 + 67,12 + 64,01 s + 67,02 + 66,97 s = 66,09 s 5 Numa tentativa de verificar se o velocímetro está correto, uma pessoa mede o tempo que o carro demora, com essa velocidade de valor constante, a percorrer a distância entre dois marcos quilométricos sucessivos, que distam 1 km um do outro. Assume-se que esta distância entre os marcos é exata. O registo é feito 5 vezes com um cronómetro digital de um telefone, obtendo-se os valores seguintes: 65,32 s; 67,12 s; 64,01 s; 67,02 s; 66,97 s. 1. Qual é a incerteza de leitura da velocidade no velocímetro do carro? 2. Qual é o valor constante da velocidade do carro, de acordo com o velocímetro do carro, em m/s? 3. Qual é o intervalo de tempo que o carro demora a percorrer 1 km? 4. Qual é a incerteza de observação na medida desse intervalo de tempo? 5. Tendo em conta que o cronómetro é digital, qual é a incerteza de leitura desse intervalo de tempo? Porquê? 6. Qual é, então, a incerteza da medição do intervalo de tempo? 7. Qual é a forma adequada de representar o intervalo de tempo, indicando a respetiva incerteza de medição? 4. Diferença, em segundos, para o valor mais provável: 65,32 – 66,09 = –0,77 67,12 – 66,09 = +1,03 64,01 – 66,09 = –2,08 67,02 – 66,09 = –2,07 66,97 – 66,09 = +0,88 Incerteza de observação: 2,08 s (valor absoluto da maior diferença). 5. A incerteza de leitura é 0,01 s, porque o cronómetro digital tem algarismos até às centésimas de segundo. 6. A incerteza da medição é 2,08 s, o maior valor entre a incerteza de observação e a incerteza de leitura. 7. O intervalo de tempo que demora a percorrer a distância de 1 km com velocidade de valor constante é 66,09 s ± 2,08 s. 8. A incerteza relativa é: 2,08 s × 100 = 3,15 % 66,09 s 9. O valor constante da velocidade do carro medido pela pessoa é: 1 000 m = 15,13 m/s 66,09 s 10.O erro é a diferença para o valor que se considera verdadeiro. Em percentagem: 15,1 m/s − 16,7 m/s × 100 = −9,58 % 16,7 m/s 8. Qual é o valor da incerteza relativa da medição do intervalo de tempo? 9. Qual é o valor constante da velocidade do carro medido pela pessoa? 10.Admitindo que o velocímetro do carro está correto, qual é o erro percentual da medida da velocidade do carro realizada pela pessoa? 11.Discuta este resultado tendo em conta que, na realidade, os velocímetros dos carros marcam, em geral, valores superiores à velocidade a que, de facto, os carros se movem… 11.A medida da velocidade dá uma diferença de cerca de 10 %, por defeito, da velocidade do carro. Essa medida deve estar correta, se o velocímetro marcar a velocidade por excesso. Ou seja, o carro, em vez de ir a 60 km/h como indica o velocímetro, vai cerca de 10 % mais lento, isto é, vai a 60 km/h – 0,10 × 60 km/h = 54 km/h [E a que velocidade teria de ir o carro para ir de facto a 60 km/h…?] http://passarolafq.pt I-39 AL 1.1 Questões prévias… 1. Qual é a composição e a fórmula química da molécula de água? 2. A forma das gotas de água sugere que as moléculas de água se atraem umas às outras… Qual é a "lógica" desta afirmação? 3. Os átomos e as moléculas são "muito pequenos". Até há alguns anos utilizava-se muito a unidade angstrom (10–10 m) para indicar a ordem de grandeza dessas partículas. Atualmente prefere-se a utilização do picómetro e o nanómetro. Qual é a relação entre 1 angstrom e estas duas unidades? 4. O raio dos átomos é da ordem de grandeza da centena de picómetros. O picómetro é a milionésima da milionésima parte do metro. Utilizando potências de 10, qual é a ordem de grandeza do raio dos átomos? 5. O volume de uma gota de água é aproximadamente 0,05 mL, que é da ordem de grandeza da incerteza da leitura numa bureta… Como se deve proceder então para medir o volume de uma única gota de água? 6. Será que todas as gotas de água terão o mesmo volume? Como podemos saber? 7. Não é necessário acertar a água no zero da bureta para medir o volume de 100 gotas. Porquê? 8. Sim, tens de contar as gotas uma a uma… Sugere-se que sejam 100 o n.º de gotas a contar… mas pode ser maior. Se for maior, que sucede à incerteza absoluta do volume? E à incerteza relativa? Observações e cálculos… 1. Antes de efetuar os registos é necessário treinar a abertura parcial da torneira da bureta de modo a se ter um fluxo constante e não muito rápido de gotas, isto é, suficientemente lento para se poder contar as gotas. Só depois de se estar "bem treinado" é que se devem fazer as observações. Material 2. Faz um esquema das observações, registos e cálculos, inspirado no esquema da página ao lado (mas melhor…). Balança com resolução/sensibilidade de 0,1 g ou menor 3. Regista as características da escala da bureta e a massa do copo. Copo ou balão de Erlenmeyer. 4. Regista o valor do volume das 100 gotas e a respetiva incerteza absoluta. Bureta de 50 mL Suporte para bureta densidade, em kg/dm3 1,005 1,000 0,995 5. Mede a massa das 100 gotas. 0,990 6. Calcula a densidade da água, de acordo com os valores obtidos, e compara esse valor com a informação do gráfico ao lado. 0,985 0,980 0,975 0,970 7. Calcula a massa de uma gota de água. 0,965 8. Tendo em conta a massa molar da água, calcula a quantidade de matéria n (em moles de moléculas) numa gota de água bem como o número de moléculas na gota. I-40 http://passarolafq.pt 0,960 0,955 0 20 40 60 temperatura, em °C 80 100 Um exemplo de registos e cálculos… Pode começar-se por fazer um esquema do procedimento, antes das observações e medições. O volume das 100 gotas vai ser medido como a diferença entre duas leituras na escala da bureta… Pretende-se o volume de 1 gota… A massa das 100 gotas vai ser medida numa balança. Importante: utilizar o balão como tara. Registou-se o volume antes de começar a medir o n.º de gotas e quando terminou a contagem de 100 gotas… Uutilizou-se como incerteza de leitura metade da menor divisão da escala da bureta. [Nota: verifica que a incerteza do volume das 100 gotas, obtido pela diferença de leituras na escala, é 0,05 mL + 0,05 mL = 0,10 mL] A balança é uma balança digital que mede centésimas de grama. A incerteza é o menor valor que a balança digital pode medir. A densidade da água, com o número de algarismos significativos corretos, é 1,00 kg/L milhão de bilião bilião 14 200 000 000 000 000 000 000 Estes "zeros" não são significativos… 14 200 milhões de biliões de moléculas de água numa gota de água… [Razão tinha Feynman quando disse que "havia muito espaço lá em baixo"…] http://passarolafq.pt I-41