GT 08: A CIDADE: POLÍTICAS PÚBLICAS E OS TERRITÓRIOS DA
POLÍTICA
GRUPOS CULTURAIS E TRAJETÓRIAS JUVENIS:
UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS CIDADES DE MONTES
CLAROS/MG E BELO HORIZONTE/MG
MELO, Mônica A. S. Silva de1
[email protected]
RESUMO:
As juventudes são heterogêneas, assim como suas trajetórias no espaço urbano. O presente artigo
apresenta a comparação entre duas pesquisas cientificas que foram realizadas com grupos culturais
pertencentes ao movimento Hip Hop nas cidades de Montes Claros e Belo Horizonte. As referidas
cidades são localizadas no estado de Minas Gerais e diferem quanto ao porte e a estrutura. A partir do
estudo comparativo apresentará as práticas dos grupos culturais de break e rap constituídos por jovens
residentes em favelas e bairros periféricos, suas trajetórias e percursos no contexto do espaço urbano.
Entende-se que esses grupos se apresentam como um espaço no qual os referidos jovens constroem
um modo de vida distinto. Essas práticas ainda possibilitam as juventudes vivenciarem sua condição
juvenil de forma positiva, extraindo experiências significativas para a vida e buscando visibilidade
num contexto que quase sempre não os reconhecem.
PALAVRAS-CHAVE: Grupos culturais, juventudes, Hip Hop
ABSTRACT
The youths are heterogeneous, and their trajectories in the urban space. This paper presents a
comparison between two scientific studies that were conducted with cultural groups belonging to the
Hip Hop movement in the cities of Belo Horizonte and Montes Claros. These cities are located in the
state of Minas Gerais and differ in size and structure. From the comparative study present practices of
cultural groups break and rap made by young people living in slums and suburbs, their trajectories and
pathways in the context of urban space. It is understood that these groups are presented as a space in
which said young building a distinct mode of life. These practices also enable the youths live their
youth condition in a positive way, extracting meaningful experiences to life and seeking visibility in a
context that often do not recognize them.
KEYWORDS: cultural groups, youths, Hip Hop
1
Mestranda em Desenvolvimento Social – PPGDS, Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES.
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INTRODUÇÃO
Entre os estudos sobre as juventudes no Brasil, o tema da participação juvenil e
suas variadas manifestações e práticas ao longo da história são recorrentes. Nesse panorama
de heterogeneidade os jovens têm participado em grupos dos mais variados estilos, os quais
ganharam importância significativa na vida das juventudes. Dessa maneira, em virtude da
diversidade de trajetórias dos mesmos, e à infinidade de expressões e práticas coletivas, a
categoria é ponderada como um mosaico. Considera-se a face da juventude brasileira marcada
pela diversidade dos sujeitos que a compõem.
A mobilização da juventude em torno de práticas culturais consiste em grupos
distintos quanto á denominação e ao conteúdo. Nesse contexto, a cultura e o lazer ocupam
centralidade na vida dos jovens, uma vez que possibilitam a construção de modos de vida e
práticas a partir dos elementos encontrados nesse campo. A dimensão simbólica se constitui
então como forma de expressão e comunicação. Os jovens inventam formas próprias de
sociabilidades, de práticas coletivas e interesses comuns. (DAYRELL, 2012, p.1/2)
O referido autor constata-se a ampliação dos interesses e práticas coletivas dos
jovens, principalmente em torno do campo da cultura. Algumas pesquisas desenvolvidas por
variados autores que estudam juventude no Brasil têm enfocado a participação de jovens em
grupos culturais ou grupos de arte e cultura, por exemplo: Juarez Dayrell (2001); Magalhães
(2008); Paulo Carrano (1999); Regina Novaes (2005). Os autores citados atribuem ás práticas
nos referidos grupos um papel significativo na vida dos jovens, uma vez que os jovens
assumem papel de protagonistas e usufruem do espaço urbano.
Os jovens pertencentes aos referidos grupos musicais transitam pela cidade,
estabelecem relações e resignificam suas experiências. Analisando as variadas probabilidades
de análises das práticas culturais juvenis e seus espaços de atuação, requer se então,
desenvolver reflexões no que tange as contribuições e alternativas surgidas mediante o
pertencimento grupal.
Considerando, portanto, a relevância dessas práticas para as juventudes, e sendo
uma das esferas em torno dos quais os mesmos se engajam, foi realizada uma pesquisa
monográfica intitulada “Participação Juvenil em Grupos de Arte e Cultura e
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Contemporaneidade: uma análise sociológica” na cidade de Montes Claros/MG, com a
finalidade de analisar e compreender a participação juvenil nesses grupos.
A referida pesquisa ocorreu no primeiro semestre de 2009. Para compreensão,
análise dos fenômenos e objetivos propostos, foi selecionado de forma aleatória um grupo
cultural juvenil, o grupo escolhido era do Movimento de Hip Hop (focado num dos quatro
elementos do movimento, o Break), composto por jovens na faixa etária compreendida entre
15 a 28 anos.
Através dos dados levantados foi possível compor um “retrato” desse grupo, além
de ampliar informações sobre as análises da temática acerca da participação juvenil já
discutida por vários autores que abordam as realidades das juventudes brasileiras. Na
construção do aporte teórico para a referida pesquisa, foram encontradas outras pesquisas
realizadas com grupos culturais em grandes cidades no Brasil, como: Belo Horizonte, São
Paulo, Rio de Janeiro, entre outras. Pode se perceber nos resultados apresentados, a existência
de aspectos distintos e ao mesmo tempo semelhantes com as práticas culturais juvenis em
Montes Claros.
Ponderando as referidas colocações e com a finalidade de ampliar as discussões
sobre grupos culturais juvenis, pretende-se neste artigo apresentar uma breve discussão acerca
das práticas dos grupos culturais que se organizam em torno movimento Hip Hop e são
constituídos por jovens de favelas e bairros periféricos e suas trajetórias no contexto do
espaço urbano.
A partir do estudo comparativo serão analisadas as similaridades e diferenças do
referido fenômeno em uma cidade média e uma grande metrópole. As cidades selecionadas
foram Montes Claros e Belo Horizonte - MG. Serão utilizados os dados coletados em duas
pesquisas científicas que foram realizadas nas cidades citadas. As pesquisas aconteceram com
grupos que giram em torno do Movimento Hip Hop, nesse sentido justifica-se a escolha pela
referida metrópole, uma vez que os grupos pesquisados pertencem ao movimento
mencionado. O levantamento bibliográfico, a leitura e análise dos resultados de ambas as
pesquisas permitirá fundamentar esta proposta e apresentar como se dão as práticas dos
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grupos juvenis nas referidas cidades, os percursos, os modos de vida e suas experiências a
partir da inserção nos grupos.
A denominação grupos culturais é considerado um termo contemporâneo e usado
por alguns autores, dentre eles: Dayrell (2002), Paulo Carrano (1999). O autor Juarez Dayrell
nomeia esses grupos pertencentes a diversas linguagens artísticas e musicais de “grupos
culturais”. Outro termo existente e empregado por Novaes e Vital (2005) é “grupo de arte e
cultura” que designa variados grupos juvenis que se organizam com base em objetivos
artísticos e culturais, ou seja, associados à dança, teatro e estilos musicais.
Segundo Magalhães (2008) a nomeação grupos culturais faz parte do cenário
recente e amplia o universo de experiência e relações dos jovens da periferia. Esses grupos
não podem ser considerados isoladamente, mas inseridos em determinados contextos. Grupos
culturais, para a referida autora é um conceito mais amplo, não está restrito apenas uma
manifestação coletiva em torno de determinada prática, agrega também outros grupos e os
grupos de estilos musicais.
Estilo musical é um dos termos usados por variados autores que analisam a
relação entre juventude e música e é empregado neste artigo. Dayrell (2005) entende que o
estilo é uma combinação de vários elementos culturais que tem um simbolismo, e são
empregados na forma de textos, rituais, acessórios e artefatos. Não simplesmente se apropria e
utiliza de um conjunto de elementos, na construção de um estilo existe um processo de
organização de objetos que são submetidos a processos de ressignificação.
Outra termo que será empregado no decorrer do texto é juventudes no plural para
referir-se ao segmento, essa alteração foi proposta por Abramo (1994, p.56); Dayrell e
Carrano (2003, p.4) e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
– UNESCO (2004, p.25) para aludir à juventude, uma vez que o mesmo abrange a
heterogeneidade dos jovens, os diversos modos de ser jovem existente e dos contextos sociais
de suas vivências.
Desse modo, este artigo se subdivide da seguinte forma: breve apresentação
teórica acerca do movimento Hip Hop, em seguida apresentará a discussão sobre participação
juvenil em grupos culturais e suas trajetórias nas cidades apresentadas no decorrer dessa
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introdução. Nas considerações finais, será feito uma sucinta ponderação sobre a temática
abordada.
1- O Movimento Hip Hop
As juventudes nos dias atuais têm demonstrado diversas formas de expressão e
práticas no espaço público. Observa-se que, os estilos e grupos musicais que giram em torno
da esfera cultural têm sido um dos espaços de sociabilidades, bem como de interação e
expressões no qual a categoria juvenil ganha visibilidade e reconhecimento no seu meio social
e na sociedade. Dentre outras esferas, o movimento Hip Hop e seus quatro elementos são um
dos estilos musicais nos quais os jovens escolhem como estilo de vida e prática cultural.
O movimento Hip Hop é um movimento cultural que surgiu nos Estados Unidos
em fins da década de 1960 e início dos anos 1970, sendo uma forma de expressão dos jovens
negros e imigrantes das periferias das grandes cidades. (MAGRO, 2009) O hip hop surgiu em
meio aos guetos e bairros dos subúrbios de Nova Iorque, em específico no Bronx, que é um
bairro na periferia da referida cidade. A violência e uso de drogas faziam parte da realidade
social daquele bairro. (FÉLIX, 2009)
Nesse contexto, o movimento Hip Hop começou a ganhar forma, poderia se
afirmar como uma alternativa perante aos conflitos e violência que marcavam o cotidiano.
Silva (1998) ressalta que esses jovens enfrentaram os problemas sociais que os atingiam no
campo da cultura, o Hip Hop surgiu como uma alternativa cultural em meio os conflitos da
vida urbana.
Naquele momento, as gangues nas ruas da cidade supracitada se confrontavam em
luta por domínio de territórios. No bairro do Bronx existiam muitos imigrantes que davam
festas nas ruas dos guetos e eram utilizados vários aparatos de sons e combinação de
aparelhagens, assim começa a nascer uma nova manifestação artística e uma forma de lidar
com as disputas entre as gangues (MAGRO, 2009). Para Dutra (2009) o movimento também
surgiu como alternativa a indústria cultural na época.
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As festas eram organizadas nas ruas dos guetos de Nova Iorque por um dos
integrantes do Hip Hop: chamado Afrika Bambaataa. As festas possuíam a finalidade de
diminuir as diferenças entre aquelas gangues, com disputas através da música. Nesse sentido,
para aqueles jovens foi se tornando uma forma de fazer arte, e as gangues encontraram novas
formas de competição por meio dos passos do break (que é o elemento da dança no
movimento) e das poesias do rap e não mais com violências. (FÉLIX, 2009)
Nesse cenário, as práticas associadas à música, artes visuais e a dança preparam o
espírito do movimento e constituição dos elementos centrais que fundamentam o Hip Hop
(SILVA, 1998). O movimento Hip Hop é a junção de quatro elementos de manifestação
artística que é a música, a dança, poesia e pintura. O rap representa o canto e a poesia, a dança
o break, a música o MC e o DJ, e a pintura é o grafite. A partir daí, então as disputas
começaram a se organizar agora em torno desses quatro elementos.
Embora o hip hop tenha surgido nos EUA ele se espalhou por outras partes do
mundo. Segundo Silva (2009) o Hip Hop chega ao Brasil no início da década de 80, através
do break. Posteriormente, as outras expressões artísticas ficaram conhecidas, e o rap que é
uma delas, logo foi difundido nas periferias e ruas de São Paulo. No rap, o jovem negro
encontrou elementos para expor suas ideias, necessidades, dificuldades e condição social.
O rap reúne ritmo e poesia. O grafite são letras especiais, desenhos e símbolos,
com uma estética peculiar denominada de “arte das ruas”. O break é uma dança de rua de
movimentos acrobáticos e de ruptura corporal, no qual contém pulos e saltos com efeitos
harmoniosos. Essas linguagens tornaram-se os pilares da cultura Hip Hop. (DAYRELL, 2005)
Conforme o autor mencionado, o visual, os gestos, os hábitos e a linguagem são
elementos que são apropriados e fazem parte do novo estilo de vida. Com esses elementos
simbólicos eles demarcam uma diferenciação em relação ao mundo adulto e com outros
jovens da sua mesma origem social. Além disso, existem outros elementos que os
diferenciam. No rap, a renomeação é um deles. Eles assumem um novo nome, o qual fala do
papel e da identidade que o jovem passa a ter nesse meio.
No break, o termo b-boys e b-girls são utilizados pelos jovens dançarinos de
break. Conforme os jovens eles se denominam b-boy, que significa garoto que dança em cima
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da batida do breakdance, que é o elemento da dança no hip hop. Quando são garotas que
dançam chamam-se b-girl.
Santos (2009) salienta que o dançarino de break é aquele que dança em cima da
batida da música. O break possui três alicerces: o Top Rock, Foot Work, Freeze, que
respectivamente, representam a preparação, o trabalho dos pés, que é o embaraçar as pernas
em volta do corpo e o congelamento, que é a finalização da dança do solo. A autora ressalta
que o break proporciona uma nova forma de ser jovem no espaço urbano e de expressar a
realidade vivenciada por eles através de uma “linguagem artístico-corporal”.
1.2- As cidades de Montes Claros/MG e Belo Horizonte/MG: Juventudes e Grupos
Culturais
Os grupos discutidos neste artigo são de duas cidades mineiras que se diferem em
vários aspectos. Montes Claros é uma cidade localizada no norte de Minas Gerais e
considerada uma cidade média e polo regional na referida região, enquanto que Belo
Horizonte é a capital do estado, uma grande metrópole, que influencia várias regiões do
estado. No entanto, as práticas juvenis dos grupos culturais nas mesmas apresentaram
aspectos semelhantes e distintos que corroboram as pesquisas já realizadas por outros autores
no Brasil.
Tendo em vista, as discussões existentes acerca de grupos culturais juvenis, foi
realizado um levantamento inicial de pesquisas existentes no Brasil acerca da referida
temática. Contudo, como o objetivo desta proposta é um estudo comparativo do fenômeno em
uma cidade média e uma grande metrópole, optou-se pelo estudo que permitiu atender essa
finalidade. Foram encontradas algumas pesquisas realizadas com grupos culturais juvenis em
outras metrópoles, porém a que se apresentou adequada ao este estudo foi à concretizada em
Belo Horizonte, visto que os grupos pesquisados apesar de serem de rap, fazem parte do
movimento Hip Hop.
A relação entre juventude e música é um tema bastante discutido por
pesquisadores de juventudes. Para Dayrell (2005) a música é o principal produto consumido
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pelos jovens, e os acompanham em diversos momentos no decorrer da sua vida cotidiana. De
fato, a apropriação de um estilo de vida a partir de um gênero musical permitem aos jovens
experienciar e sonhar com alternativas de vida diferentes das vivenciadas em seu contexto
social.
Segundo o autor, os grupos musicais são espaços de expressão da realidade
juvenil na cidade, eles se constituem como esfera de produção dos jovens como sujeitos
sociais, e articuladores de identidades positivas. Além disso, são referências na elaboração de
projetos individuais e coletivos e trazem ao espaço público a diversidade e as contradições
vivenciadas pelos jovens nas periferias urbanas.
Para a presente proposta foram analisadas duas pesquisas realizadas com grupos
pertencentes à cultura Hip Hop, focados no break e no rap. A pesquisa monográfica intitulada
“Participação Juvenil em Grupos de Arte e Cultura e Contemporaneidade: uma análise
sociológica” realizada na cidade de Montes Claros ocorreu no ano de 2009, com um grupo de
break composto por jovens de 15 a 28 anos, com a finalidade de analisar e compreender a
participação juvenil em grupos culturais. Na cidade de Belo Horizonte, a pesquisa o qual será
objeto de comparação espacial com o estudo mencionado foi realizada por Juarez Dayrell. Ele
realizou essa investigação para tese de doutorado, defendida em 2001. Os jovens pobres e
seus grupos musicais, especificamente grupos de rap e funk da periferia da cidade foram os
participantes e objetos de análise da pesquisa.
Para o autor, na periferia existe uma efervescência cultural protagonizada pelos
jovens, que utilizam a dimensão simbólica como forma de expressão e comunicação. A
música, a dança, o corpo e o visual são mediadores nesse processo, ela os envolve e os
mobilizam. Os jovens tornam-se protagonistas e sujeitos de sua história nesse cenário,
assumem papel de produtores de sua música e criam grupos de estilos diversos, que ampliam
suas experiências no espaço urbano.
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1.3- Os grupos pesquisados: Características, Sociabilidades e Percursos
Quanto aos jovens pesquisados, de maneira geral o perfil apresentado nos grupos
juvenis em ambas às cidades, caracterizavam-se por serem compostos principalmente por
jovens negros e pardos, que possuíam baixa escolaridade, baixa renda familiar. A maioria
eram moradores de bairros periféricos consolidados ou favelas, e não possuíam emprego
formal ou renda individual.
Na cidade de Montes Claros, o grupo de break pesquisado era composto por
jovens do sexo masculino, que se encontravam três vezes por semana, em um espaço cedido
por uma instituição privada no Centro da cidade. O grupo possuía jovens de diferentes
bairros. Nos dados coletados no questionário socioeconômico foi verificado que era um grupo
diversificado em relação às variáveis sócio situacionais, no entanto algumas semelhanças
foram constatadas, a maioria moravam com a família em residência própria, em bairros
consolidados na periferia.
O grupo mencionado acima contava com 16 jovens, que apesar de pertencerem ao
mesmo grupo musical e possuírem realidades socioeconômicas semelhantes, apresentavam
trajetórias de vida, experiências e percepções de mundo singulares. Os jovens relataram que
além desse grupo, também participavam no seu bairro e na cidade de outros grupos,
associações esportivas, movimentos sociais, e entre essas esferas os grupos de Hip Hop.
Apesar de nesse grupo possuir apenas homens, nos grupos de break no bairro em que residiam
possuía também mulheres como integrantes, não havendo discriminação de gênero.
Os visuais que os membros do grupo trajavam eram bastante semelhantes, roupas
largas de malha esportiva, tênis e alguns acessórios como correntes, joelheiras, cotoveleiras,
bandanas, bonés e touca. Os gestos e cumprimentos entusiasmados utilizados por eles quando
se encontravam eram singulares. Nos encontros do grupo, eles se reuniam para treinar
acrobacias e aprenderem novas coreografias. Existia no grupo os membros mais experientes e
detentores de alguns passos e informações. Porém, para eles o importante era a dança e a troca
de aprendizado no grupo.
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Nos eventos externos, como campeonatos, existe “racha” e “competição” no qual
se desafiavam os companheiros para observarem o que o outro conhecia. A violência era
reprovada pelo movimento. Essa competição era uma competição simbólica, mais para
instigar a inovação dos adeptos do break, e estimular o aprendizado. Os objetivos do grupo
eram expandirem o movimento e resgatarem jovens. Nesse sentido, algumas regras eram
compartilhadas: não envolver em brigas, não usar drogas, dentre outras.
Nos eventos que ocorriam na cidade ou fora, eles se preparavam bastante
antecipadamente. Esses momentos eram vivenciados com ansiedade, expectativa e alegria.
Contudo, como não possuíam incentivos, especialmente do poder público, em alguns eventos
não participavam devido à falta de recursos financeiros. Por exemplo, em eventos nacionais
ocorridos em Belo Horizonte e São Paulo não compareceram por esse motivo.
No cenário de Belo Horizonte, Dayrell (2001) descreveu que o rap, apesar de
ocupar uma posição marginal no circuito cultural, se mantém vivo em atuante, com momentos
de latência e maior visibilidade. O autor realizou na sua pesquisa um resgate histórico de
forma aprofundada do panorama de surgimento, desenvolvimento e ampliação do rap e funk
na referida cidade. Ele analisou os grupos de rap e o funk e posteriormente selecionou alguns
sujeitos de ambos para perceber como eles se articulavam em diferentes esferas da vida
pessoal e como o grupo musical entrava nesse contexto. No entanto, nesse artigo, será
analisada apenas a descrição da trajetória dos três grupos de rap, mencionados pelo autor, são
eles Processo Hip Hop, Máscara Negra e Raiz Negra. Os nomes dos membros e dos grupos
pesquisados foram trocados pelo autor, para resguardar-lhes a identidade.
Os referidos grupos apesar de serem grupos de rap, apresentaram características
semelhantes ao grupo de break da cidade de Montes Claros, uma vez que eram grupos
compostos por jovens de camadas populares e moradores de favelas e da periferia, com baixa
escolaridade, trajetória de trabalho precária e cotidiano marcado pelas limitações, privações e
dificuldades de acesso às potencialidades e bens que as grandes cidades oferecem.
O grupo Processo Hip Hop era formado por três jovens, com idade entre 19 e 22
anos, a maioria são vizinhos e todos são vocais. O grupo começou a cantar por acaso e depois
se descobriram como rap. A escolha do estilo ocorreu devido a identificação com o ritmo e as
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letras que falavam do cotidiano na favela e da realidade que viviam. Assim viram na música,
bem como no rap uma possibilidade de manifestação e expressão. Dayrell (2005) relata que
quando os jovens citados voltaram a estudar, após uma apresentação bem sucedida e
aplaudida na escola, funcionou como um estímulo para descoberta de potencialidades e um
espaço de afirmação. Depois, nesse mesmo espaço se apresentaram algumas vezes.
O grupo Máscara Negra era composto por três jovens entre 20 e 27 anos, que
moram em cidades próximas a Belo Horizonte e diferentes bairros na capital. Desde que
formaram o grupo já se apresentaram em festas e eventos de Hip Hop, suas composições são
consideradas de qualidade. A ligação com a música surgiu pela dança, black music, soul e
depois break. Mais tarde, conheceram o rap através de grupos nacionais, deste modo
descobriram um estilo e uma forma de expressão. Então, começaram a compor as primeiras
músicas. Quando se conheceram, decidiram formarem um grupo. O rap surgiu como uma
possibilidade de expressão de si e da realidade que vivenciavam.
O grupo Raiz Negra era constituído por quatro jovens com idade entre 24 e 29
anos, cada um possuía uma função definida dentro do grupo e tocavam um instrumento
musical. Dos três grupos, é o que possuía o perfil mais profissional, é reconhecido na cidade e
chegava a receber cachês por algumas apresentações. O contato com o Hip Hop surgiu a partir
de ligação com o funk e break. Formaram o grupo a partir da dança, não eram muito ligados
com o movimento. Depois conheceram o Hip Hop e sua ideologia, através de contato com
jovens b-boys e das músicas do rap nacional que começavam chegar a Belo Horizonte.
Quando dançavam nas apresentações e existia espaço também cantavam.
Dayrell (2005) relata que o fato do rap não demandar maiores pré-requisitos,
como conhecimento musical aprofundado e uso de instrumentos musicais, pode ser um dos
fatores que estimulam os jovens. Por exemplo, os jovens do grupo Máscara Negra não
conhecem teoria musical, nem tocam instrumento, o que sabiam de música aprenderam
sozinhos, com amigos ou através do acesso a discos e informações sobre o estilo.
Outros elementos também são comuns nesses grupos de rap a história familiar
marcada por privações, de luta pela sobrevivência, em que alguns já passaram até fome. As
práticas de lazer pouco variadas, o consumo cultural reduzido, em que a falta de dinheiro era
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uma realidade constante. O trabalho caracterizado por bicos, empregos precários e
desqualificações. A dificuldade de conciliar trabalho e estudo, onde a necessidade de trabalhar
não lhes permitiam estudar. Além disso, os jovens se diziam desmotivados com a escola, as
atividades oferecidas por essa não os envolviam. (DAYRELL, 2005)
Apesar da realidade de privações, o espaço onde residiam era considerado o
pedaço2, onde se vivia uma rede de relações com os iguais, que compartilhavam as mesmas
experiências. Todos os três grupos possuíam forte ligação com seu local de origem. Pedaço é
referência de sociabilidade. Para os referidos jovens, ser favelado implicava em lidar com
estereótipos e estigmas.
O espaço onde residem não se reduz somente a um espaço físico, ele é carregado
de significados e especificidades dados pelos seus moradores. As letras do rap cantadas por
eles traduziam essa relação com a periferia. As músicas revelavam o cotidiano da periferia, a
realidade comum marcada pela precariedade (DAYRELL, 2005).
Conforme o referido autor, as letras cantadas pelos grupos pesquisados
denunciavam os limites que conviviam no cotidiano e que interferiam na vivência da
juventude. Os grupos de rap pesquisados se apresentavam como portas vozes da periferia,
cantavam a realidade urbana que vivenciavam.
Esses jovens rappers queriam através da música que escreviam passar uma
mensagem para seus ouvintes. As letras eram uma forma de denúncia, baseadas na existência
pessoal, sendo uma leitura da vida na periferia. Eles “acreditam na força da palavra, na força
da música para o resgate daqueles que estão no limiar da marginalidade” (DAYRELL, 2005,
p.83). Portanto, nas apresentações a postura dos jovens dos grupos devia ser adequada à
mensagem que queriam passar. (DAYRELL, 2005)
Segundo o autor, os temas cantados retratavam sentimentos, espaços e
interpretação dada a realidade. Uma das características do rap é ser uma crônica da periferia.
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O termo pedaço foi proposto por (Magnani, 2005, p.178) ao definir o circuito dos jovens urbanos, o autor
considera essa categoria como fundamental para os jovens integrantes dos grupos, é onde eles compartilham a
vida com semelhantes.
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Nos shows era o momento de realização desse objetivo, conscientizar sobre os problemas
sociais e riscos do meio em que viviam. O corpo, o gesto, a movimentação dos rappers no
palco era em consonância com a mensagem, sendo comum o estilo agressivo, expressão
carregada, tom raivoso, coerente com os temas de denúncia que retratavam.
Quanto ao espaço urbano, nas duas cidades os espaços frequentados pelos jovens
estão imbricados de sentidos e significados peculiares. A rede de relações construída era
ampliada, além do pedaço, extrapolava até a própria cidade. Nos eventos se realizavam trocas
com jovens que partilhavam o mesmo interesse e estilo musical. Nos espaços físicos da
própria cidade, ou no meio social onde habitavam, os jovens reinventavam os espaços dandolhes sentidos particulares. (DAYRELL, 2005)
O sentido de missão com o pedaço em que viviam pode ser percebido também nos
jovens do grupo de break em Montes Claros. Nas suas falas, eles afirmavam que se sentiam
construtores do seu meio social e que possuíam desejos de promoverem melhorias em seu
contexto local. “Então eu tive a opção de correr atrás, montar um grupo, procurar um espaço
para tá dando oportunidade aos jovens que não tem esse espaço nos bairros (Entrevistado 4,
28 anos). Nesse sentido, o movimento ofereceu a possibilidade de sonhar com novas
alternativas de vida.
Nas falas dos jovens entrevistados no grupo de break percebe-se que “significa
um novo estilo de vida, onde a gente tem oportunidade de tá longe da violência, longe das
drogas, praticando uma cultura tão boa, e tão reconhecida mundialmente.” (Entrevistado 04,
28 anos) O break lhe possibilitou uma nova opção. Outro jovem expõe que “... participar do
Hip Hop não é só um movimento cultural, é um meio de vida né, sobrevivência, é assim da
cultura hoje não se vive, se ao menos ela ao menos nos ajude a viver também.” (Entrevistado
15, 21 anos).
A partir das falas dos jovens entrevistados percebe-se o grupo como um espaço de
expressão, de visibilidade em seu meio social e na sociedade, o que dá um significado
diferenciado a vivência de sua condição juvenil. É uma forma de articular novo sentidos para
as vivências e experimentações vividas na sua comunidade local onde as oportunidades não
são muitas e as escolhas são precárias.
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Abramo (2005) considera que os grupos juvenis, principalmente de setores
populares, através de suas atuações em espaços de lazer, cultura, esporte, na comunidade local
ou em grupos estudantis são espaços pelos os quais, fizeram ver, ouvir em público esses
sujeitos. Para a autora, os grupos culturais, principalmente os que se articulam em torno do
Hip Hop e seus quatro elementos tornaram evidentes os problemas, tensões, dificuldades,
possibilidades e sonhos dos jovens moradores das periferias nas metrópoles.
No caso dos jovens em BH, Dayrell (2005) observa que o rap abriu um campo de
possibilidades, de autoafirmação e reconhecimento especialmente no meio que viviam. A
adesão a esse estilo parece ser uma das poucas escolhas que puderam exercer, uma vez que o
contexto social lhes reservava poucas opções. Nesse espaço, alimentavam outro modo de vida
distinto.
O rap possibilita aos jovens o exercício das suas potencialidades criativas, visto
que discutem e produzem as letras cantadas, traduzindo a realidade em forma de ritmo e
poesia. Os jovens assumiamm papel de criadores e não de consumidores passivos. Os grupos
de rap cantam somente suas músicas, sendo raro cantarem músicas de outros grupos musicais.
(DAYRELL, 2005)
Pode ser percebido que o jovem busca alternativas de vida, seja através do meio
cultural ou de outras formas construídas ou encontradas para enfrentar o mundo. O referido
autor (2003) ressalta que o meio cultural constitui atualmente em um espaço no qual é
possível vivenciar a condição juvenil. Assim, a partir dos estilos musicais, eles constroem
determinados modos de ser jovem e elaboram uma identidade.
As duas pesquisas demonstraram que apesar dos paradoxos existentes nas cidades
que impedem a vivência plena da juventude, os jovens encontraram na dança e na música um
meio que lhes permitiu se expressarem, bem como sonharem com novas possibilidades de
vida, construindo uma nova percepção sobre o mundo, a vida e o meio que os cercavam.
Quanto aos projetos de vida em ambas as cidades, a forma como são alentados,
pensados, elaborados e executados são diferenciados. Novaes e Vital (2008) afirma que além
de motivar a participação dos sujeitos juvenis, os grupos culturais são referências na
elaboração de projetos individuais e coletivos. No caso de Montes Claros, os jovens
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sonhavam com projetos coletivos, como construir uma casa de Hip Hop na cidade e
resgatarem os jovens, ou acalentavam sonhos individuais como voltar a estudar, cursar uma
faculdade. Eles se consideravam atuantes e estimulados a partir do ingresso e frequência no
grupo. E almejavam reconhecimento e visibilidade na sociedade e no meio em que viviam.
Entendiam que a opção pelo break foi um passo importante e positivo em meio às escolhas
que seu meio lhes oferecia.
Em Belo Horizonte, conforme descreve Dayrell (2005) os grupos estudados
possuíam projetos indefinidos e diferenciados entre si. O Processo Hip Hop teve existência
curta, em que cada um tomou um rumo, os jovens não cogitavam viver de música, admitiam
que era um sonho difícil. Estavam satisfeitos em cantar de graça, apenas para mostrarem seu
trabalho na sua cidade.
O grupo Máscara Negra possuía desejo de carreira artística e profissionalização.
O projeto era gravar um cd, como condição para o grupo tornar visível, inclusive fora do meio
do Hip Hop. Eles se envolveram no processo de criação desse sonho. Vivenciaram algumas
intempéries na busca por esse objetivo, no fim após gravação do cd gravado e na expectativa
de lançamento, acarretou em desgaste e distanciamento no grupo.
O grupo Raiz Negra tinha o desejo de uma carreira artística para garantir a
sobrevivência. O projeto era investir na profissionalização a fim de sobreviverem do trabalho
musical. Os projetos de futuro não estavam entre os assuntos mais discutidos e refletidos. Os
jovens apesar desses desejos, seus projetos continham indeterminação e incertezas.
Dayrell (2005) enfatiza que mesmo assim a partir do rap os grupos pesquisados
alimentavam esperanças de ter outro modo de vida, uma vez que as hipóteses de vida que
possuíam no seu meio social eram limitadas e precárias. A opção pelo estilo dava sentido ao
cotidiano, os jovens projetavam nele seus desejos, expectativas e sonhos.
Os jovens em Belo Horizonte e Montes Claros não contavam com o apoio e
reconhecimento de órgãos públicos, movimentos sociais ou outra instituição. Os sujeitos do
grupo em Montes Claros apontavam que além de visibilidade na sua família, no grupo e
bairro em que residiam, desejavam estímulos de instituições que reconhecesse suas
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expressões culturais, uma vez que não contavam com recursos financeiros para financiar
participação em eventos do movimento Hip Hop em rede nacional.
Em Belo Horizonte, Dayrell (2005) ressalta a falta de interlocução com o mundo
adulto, especialmente nos shows e eventos que promoviam, nos quais as produções,
performances eram decididas pelos jovens, a infraestrutura dos eventos e o som eram quase
sempre precários. Eles não contavam com espaços de apoio e incentivos das mais diversas
instituições. Ao mesmo tempo, o autor aponta que a competição entre diferentes grupos
dificultava a organização coletiva e a articulação entre eles.
CONCLUSÃO
Pode-se percebido partir de todas as colocações referentes às duas pesquisas
focalizada no referidos grupos de rap e break, que as possibilidades, as demandas e as
sociabilidades apresentadas, corroboram o que os autores discutem acerca de juventudes e as
suas esferas de participação, porém novas perspectivas e peculiaridades podem ser
acrescentadas.
Nesse cenário, entende-se que as práticas culturais juvenis refletem outras
possibilidades de vida diferentes das encontradas no seu meio social. Os jovens pesquisados
se apresentam como atores sociais com formas singulares de sociabilidades que lhes permitem
serem construtores da própria história de vida no meio em que se encontram inseridos. Essas
realidades diversas confirmam a multiplicidade e singularidade das juventudes brasileira.
Conclui-se que, os grupos culturais organizados em torno de estilos diversos
suscitam como espaços que assumem importância significativa como alternativa de
participação em grupos que os insere em diferentes contextos e lhes possibilita visibilidade e
interação. Entende-se, que com a diversidade dos grupos e trajetórias de vida juvenis surge a
necessidade de se elaborar e executar ações e políticas públicas que contemplem essas
especificidades das juventudes e a construção de espaços públicos para vivência das variadas
práticas culturais juvenis.
16
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