Bócios e Tireoidites Paulo Cesar Alves da Silva BOCIO ENDOPED HIJG Florianópolis-SC BOCIO Def. iodo Nódulos Cistos Acs Medicação Tireoidites Ultra - Som Indicação de US Tireoide Screening universal - Não Historia familiar, irradiação, nódulos palpáveis, BMN, adenopatia PAAF-US em nódulos maiores de 10mm Incidentalomas 1 Bócio Multinodular Tratamento do Bócio Multinodular Como e Quando ? Bócio Multinodular 3.Fisiopatologia Henry Stanley Plummer, MD. Mayo Clinic: introduziu o Iodo na D.Graves, D.Plummer: hipertireoidismo c/ bócio multinodular, sinal de Plummer na D. Graves, introduziu o prontuário médico, sistema de luz e comunicação paciente-enfermagem, arquitetura integrada da Mayo Clinic Bócio Multinodular Bócio difuso > 3,9 a 6,5 % do volume / ano Berghout et al. , 1990 Bócio multinodular atóxico > 10 anos de evolução 25 a 30% hiper subclínico Heterogeneidade é característica natural das células tireoidianas. A proliferação celular pode ser policlonal ou monoclonal, originando células com características iguais ou diferentes quanto à função metabólica e hormonal (mutações de receptores do TSH, NIS). Bócio multinodular tóxico 1 a 5 % / ano Derwhal & Studer, 2003 2 Bócio Multinodular Bócio Multinodular Fatores importantes para decisão de tratamento Quando tratar? Sintomas compressivos: traquéia, esôfago e veias Sintomas de hipertireoidismo (FA e osteoporose) Desconforto estético e dor local Nódulos sólidos > 3 cm (20% hipertireoidismo) Áreas de autonomia Fatôres ambientais Níveis de TSH N e T3N↑ ↑ PAAF suspeita – 5% risco de malignidade Dor local e aderência à planos profundos História Familiar – Brix etal., 1999 > 10 anos de evolução Idade < 40anos e bócio > 40g Bócio Multinodular Tratamento levotiroxina Tratamento cirúrgico Tratamento radiodioiodo Tratamento radioiodo + rhTSH Bócio Multinodular Dose: 1,4 mcg / kg, início gradual com aumento de 25 mcg cada 4 a 6 semanas, até TSH suprimido, ultra- som cada 2 mêses Indicação: bócio multinodular com nódulo < 1 cm, pacientes jovens coexistência de auto-imunidade avaliar a autonomia dos nódulos (sob supressão) Limitação: 50 % não respondem necessário manter a medicação indefinidamente Tratamento etanol TSH abaixo de 0,5 e presença de áreas de autonomia Tratamento fotocoagulação a laser Bócio Multinodular Bócio Multinodular Tratamento: Levotiroxina Tratamento Cirurgico Contra: Contra: a etiologia do bó bócio é multifatorial , predisposiç predisposição gené genética, fatores ambientais e mutaç mutações somá somáticas, crescimento independente do TSH Pró Prós: inibe um fator de crescimento, associaç associação com doenç doença autoauto-imune, avaliar a autonomia dos nódulos com supressão Leonard Wastofsky – 2002 Berghout - Lancet: redução de 25% do volume em 50% dos pacientes após 9 meses, retorno ao volume basal pós terapia Wesch - Clin Endocrinol Metab: redução do volume de 22% do volume do nódulo em 43% dos pacientes, após 2 anos Tireoidectomia total Descompressão das estruturas Correção do hipersubclinico Complicações: paralisia de corda vocal 2 - 3% hipoparatireoidismo , hemorragia traqueomalacia e hemorragia Mortalidade <1% Recorrência < 10%. Levotixonina pós operatório ? 3 Bócio Multinodular Bócio Multinodular Tireoidectomia total Tratamento Radioiodo Indicação: bócios volumosos, projeção retroesternal compressão local e hiper subclínico suspeita de malignidade (gânglios, dor e rouquidão) crescimento rápido sobsupressão história familiar de Ca ou polipose familiar Redução do volume : 40% a 50% após um ano Reverte o hipertireoidismo em 3 a 6 meses - FA (2/3) Efeitos colaterais transitórios : edema, tireoidite actínica esofagite e gastrite, alterações dos leucócitos e plaquetas Efeitos colaterais tardios: doença Graves em 5% hipotireoidismo 20% Limitação: idosos - presença de co-morbidades recorrência dependendo do tecido remanescente Dose de I131 : 100µCi ( 3.7 – 5.5 MBq /g ) corrigido por 100 % da captação de 24h Bócio Multinodular Bócio Multinodular Tratamento Radioiodo Tratamento Radioiodo + rhTSH Otimizar o tratamento com radioiodo : RAI Indicações: nódulos hipercaptantes, autônomos, cirurgia anterior Nieuwlaat et al., 2003: 0,01 a 0,03mg rhTSH redução de 50% da dose I131 e a mesma eficácia, < 40% do volume do bócio após 12 meses, com pequena elevação dos hormônios não randomizado, bócios pequenos,TSH e captação normais Não há estudo randomizado Tempo de duração do produto 2 doses de rhTSH Menor dose, porém mais tempo de retenção I131 Vantagem? Teria efeito em bócio pequeno ? Limitações: captação baixa do radioiodo TSH suprimido risco de malignidade presença de anticorpos anti-TPO ( ↑ riscoGraves) A redução é diretamente proporcional à dose e inversamente ao volume. Wesche et al., 2001 - J Endocrinol Metab ; Le Moli et al., 1999 Clin Endocrinol A EFICÁ EFICÁCIA DO TRATAMENTO ACTÍ ACTÍNICO É Estimulo da captação e do TSH com rhTSH INVERSAMENTE PROPORCIONAL AO VOLUME DO BÓ BÓCIO E AO NIVEL DE TSH TSH µU/mL 70 TSH 4h após rhTSH= 43.42 ± 24.13 (mean ± DP) 60 50 RAIU basal= 14± 10 after rhTSH= 45±25 40 30 20 10 Bonnema et al. (65 ). 0 o 4h 24h 48h 7 days 1 month Tempo Após rhTSH Bjegard –154 pacientes eficacia < 30% TSH<0.05) Silva,MNC Clin Endocrinol 4 Bócio Multinodular Bócio Multinodular Tratamento Radioiodo + rhTSH Tratamento Radioiodo + rhTSH Aumentar a eficácia do tratamento com radioiodo : Grupo controle mRoemtg/h 40 bócios volumosos com hipertireoidismo (TSH supresso e com baixa capt I131) 30 20 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Dias de internaçâo Limitações: risco de tireotoxicose (dose dependente) risco de edema < até 25% até 4 dias maior irradiação e tempo de internação internação, ß-bloqueador, anticoagulante e corticóide protocolo não estabelecido (1 estudo grupo controle) dose de 0,1 a 0,45 mg IM 24h antes I131 Grupo rhTSH mRoentg/h 40 30 20 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Dias de internação Queda da radioatividade é mais lenta nos pacientes que usaram rh TSH pré pré radioiodo . Silva,MNC Clin Endocrinol Bócio Multinodular Conduta no tratamento do bó bócio multinodular Questioná Questionário da ATA, ETA e LATS Tratamento Radioiodo Dieta pobre em iodo Não tratar I 131 LATS 39% 6,7% 28% 20.9 % ATA 35,7 % 1,4% 6,4% 56,4 % ETA 28,4 % 5,8% 22% 51,6 % Tireotoxicose aguda (rhTSH ) ou tardia pós 20 dias: ß-bloqueador, aspirina ou anticoagulante Edema: corticóide em bócio com compressão da traquéia Náusea e vomito: medicação sintomática, hidratação Cirurgia Gastrite: parotidite e sialoadenite Dor óssea e perda do paladar durante 2 meses Observar redução de leucócitos e plaquetas LT4 Conduta no tratamento do bó bócio multinodular Questioná Questionário da ATA ,ETA e LATS TSH < 0,4 Um/L Não tratar I 131 Cirurgia T4 LATS 10% 43% 39% 10% ATA 22% 55% 15% ------ ETA 20% 45% 22% 5% 5 Tireoidite Hipotireoidismo permanente Hashimoto Struma de Riedel Tireoidite temporária - pós-parto - sub-aguda - pouco dolorosa - induzida por radiação - aguda supurada Tireoidite de De Quervain, descrita em 1904. Menos comum Tireoidite silenciosa, reconhecida nos anos 70, e provavelmete antes tratada como Graves. Parte Hashimoto/De Quervain . Não há dor, após o parto, 3 meses Tireoidite de Hashimoto é o tipo mais comum . Hakaru Hashimoto descreveu em 1912 A sequencia de eventos pode levar de semanas à anos. US típico. CASO 1 CASO CLINICO 1 – Hipotireoidismo congênito 3 – Como deve ser monitorado- quantas vezes A termo, mãe de 39 anos, terceiro filho. 3 dias – T4 7.2 e TSH 80 22 dias – EP, sem clinica de HC e discreta icterícia HF positiva para cisto tireoglosso em irmã de 7 anos Alt -55.1 cm, 5.26 Kg, CC- 39 cm, discreta macroglossia 22 dias – T4 8.3, TSH 20.93, TBG 0.75 (N) AAP – T4 ou T4L e TSH 1. 2. 3. 4. 5. Perguntas1 - Outros exames são necessários e alterariam a conduta? 2 - Que dose inicial de levotiroxina? 3 – Como deve ser monitorado- quantas vezes? Cintilo com TC sem captação, levotiroxina – 37.5 mcg Inicio do tto Primeiro ano - cada 1 a 2 meses Segundo e terceiro ano – cada 2 a 3 meses A partir daí cada 3 a 12 meses (cresc – puberd) 4 a 6 semanas se troca de dose 7 semanas – T4 14.8 TSH 0.26 – levot 25 mcg 2 anos – T4L 2.04 TSH 0.29 – levot 50 mcg 11 anos – T4L 1.10 TSH 4.40 levot 75 mcg (3 mcg.kg.d) Caso Clinico 2 – Hipotireoidismo Adquirido Caso Clinico 2 – Hipotireoidismo Adquirido 12 anos, fem, astenia há 3 meses, ganho de peso, taquicardia e cefaléia HF – avo com Graves, mãe com lupus 1 - Bócio, acs. positivos (> TPO – TG), US padrão Hashimoto, Trab normal (depleção dos folículos) Bócio, Tanner III, Idade 12 12ª 1 m 12ª 7m T4L 1.3 0.6 2.2 TSH 0.03 4.85 0.03 Antic. TPO>TG Tratamento Nenhum LT4 50 mcg LT475 mcg 2 - Associação com Graves (Trab) – DATs 3 - US em padrão de glândula muito heterogênea em Hashimoto 1 - Qual o diagnostico e por que o TSH suprimido aos 12ª7m? 2 - Outros estudos diagnósticos indicados? 3 – Como acompanhar? LT4 retirado por 1 mês – US áreas hipoecóicas, sem nódulos Captação 15.8% (N) LT4 75 mcg T4L 2.14 TSH 0.028 LT4 50 mcg 6 Caso Clinico 3 – Hipertireoidismo 14 anos, fem, bócio ao exame de orofaringe, perda de peso, taquicinesia Menarca aos 10, ciclos regulares. Peso 52 Kg, alt 156.8, FC 82, US – bócio, sem nódulos, Tanner IV, Discreto tremor de extremidades e rápido retorno reflexo Aquileu. FT4 - 2.73 T3 - 376 TSH - 0.10 1 – Outros testes de laboratório: 2 – Que opções terapêuticas 3 – Se DATs, qual e dose 4 – Bloquear a glândula completamente e dar LT4 5 – Associaria alguma droga agora Caso Clinico 3 – Hipertireoidismo Caso Clinico 3 – Hipertireoidismo Três opções de tto discutido com a família – DATs, metimazole 10 mg 2x Após 2 meses ganhou 0.4 Kg apesar do pouco apetite, FC e palpação iguais, Olho direito mais proeminente Idade 14ª2m 14ª3m 15ª 15ª4m 15ª5m T4L 1.15 0.71 1.08 >6.0 2.03 T3 162 149 ND ND 206 TSH ND 0.39 0.25 <0.10 ND Dose metimazole 30 mg 30 20 mg 10 mg desc. 0 30 mg 30 40 mg Adolescentes – Graves e maioria, Hashitoxicosis, nódulo quente ou BMN, Hipertireoidismo fictício, tireoidite sub-aguda, adenoma hipof. TSH, e RHT. Hashitoxicosis X Graves neste caso – mesma terapêutica - DATs Doença Tireoideana e Gravidez DATs x I131 25% remissão cada 2 anos, 50% remissão após 4,5 anos (se durante 1 ano, eutiroideo) – tempo as vezes 6 – 8 anos. Anticorpos anti-tireoideanos I131 (40 – 50 anos de experiência) Crianças maiores de 10 anos Checar antes da gravidez – TSH < 2.5 - 3 , Ok < 3.0 - 5 , acs. e recheque no I TRIM. 0.1 - 0.5 , recheque em 5 semanas < 0.01 - 0.09 , recheque imediato com T4 DATs – Tapazol – meia vida maior (6h)x (2h) PTU (que inibe T4 – T3) 1-2 tomadas o Tapazol x PTU 3 vezes ao dia. Hipotiroxinemia – Hipotireoidismo Materno (valor do ajuste de TSH, vitaminas) Hipertireoidismo materno -1 de 500 gestações (Graves), nódulo tóxico, tiroidites, mola hidatiforme, hCG, tireotoxicose e hiperemesis gravidarum HT associado reduz o TRAb e a recidiva e menor ( Hashizume, et al 1991), no entanto outros autores não encontram estes dados. Propranolol, se indicado (0.5 – 2.0 mg.kg.d, VO cada 8h) e descontinuado se eutireoidismo. Doença Tireoideana e Gravidez Tireotoxicose x Feto Hiper. materno sem tto – PIG, prematuridade, nascidos mortos, mal formações DATs – PTU < MMZ na placenta (PTU serico materno correlato com T4L cordão) Afetam a tireóide fetal por 2 maneiras – Função – TSH alto ao nascer e normal em 7 a 10 dias (baixa dose de PTU) Bócio (sem associação com hipert neonatal) – dispnéia e resolvido em 2 semanas de vida. Menor HT fetal, maior TSH – maior com PTU US detecta no 3 trimestre (LT4 intra-aminiotico -250mgc- em 35,36,37 semanas após confirmação hipo fetal (amostra percutana cordão). Bócio decresce na 38 semana em 50% e DATs materna diminuída. Diminuir ou retirar DATs materna e seguir com US, se não diminuir o bócio, re-injetar LT4. 7 Doença Tireoideana e Gravidez Doença Tireoideana e Gravidez Graves Fetal - Neonatal 1% das gestações em mães com Graves em atividade ou irradiação previa Mal Formações Congênitas Aplasia cutis x MMZ (nenhum com PTU) Embriopatia (raro) -atresia coanal, atresia esofagiana e traque-esofagica, em mães que receberam MMZ no I trimestre (não com PTU) Transferência placentária de acs. Estimuladores da tireóide materna no final Do segundo –inicio do terceiro trimestre. No útero – aumento da atividade fetal, taquicardia fetal, RIUC ou bócio. US faz diagnostico – taquicardia mantida e bócio Tto –PTU materno, mesmo mãe eutireoideana (acrescentar LT4), checar FC fetal, tireóide fetal e crescimento. Após o nascimento, hipertireoidismo persiste por 3 meses e requer DATs para tratamento. Tto do hipertireoidismo materno Lactação - seguro - JCEM, 2001 86 - 2354 ENDOPED HIJG Florianópolis-SC 8