1
21. Entraram em Cafarnaum. No sábado, Jesus foi à sinagoga e pôs-se a ensinar.
22.Todos ficaram admirados com seu ensinamento, pois ele os ensinava como quem
tem autoridade, não como os escribas.
23.Entre eles na sinagoga estava um homem com um espírito impuro; ele gritava:
24. “Que queres de nós, Jesus
Nazareno? Vieste para nos destruir?
Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!”
25. Jesus o repreendeu: “Cala-te, sai
dele!” 26. O espírito impuro sacudiu o
homem com violência, deu um forte
grito e saiu. 27. Todos ficaram
admirados e perguntavam uns aos
outros: “Que é isto? Um ensinamento
novo, e com autoridade: ele dá ordens
até aos espíritos impuros, e eles lhe
obedecem! 28.E sua fama se espalhou
rapidamente por toda a região da
Galiléia (Marcos 1: 21 – 28)
2
“E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoniados, e ele com a sua palavra
expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos” (Mateus 8:16)
3
“E fazia isto por muitos dias.
Mas Paulo, perturbado,
voltou-se e disse ao espírito:
Eu te ordeno em nome de
Jesus Cristo que saias dela.
E na mesma hora saiu”
(Atos, 16:18).
4
Livro dos Espíritos
Cap. IX – Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal
480. Que se deve pensar da
expulsão dos demônios, de que
fala o Evangelho?
“Depende da interpretação. Se
chamais demônio ao Espírito que
mau que subjuga um indivíduo,
uma vez destruída essa influência,
ele terá sido expulso realmente. Se
atribuís uma doença ao demônio,
quando a houverdes curado,
também direis que expulsastes o
demônio (...)
5
Livro dos Médiuns
Cap. XXIII – Da Obsessão, item 237
“Trata-se do domínio que alguns
Espíritos
podem
adquirir
sobre
certas pessoas. São sempre os
Espíritos inferiores que procuram
dominar, pois os bons não exercem
nenhum constrangimento”.
6
OBSESSÃO
(do latim obsessione)
Impertinência, perseguição. Preocupação com
determinada idéia que domina doentiamente o
Espírito, e resultante ou não de sentimento
7
recalcado (Dicionário Aurélio).
Obsedar ou obsediar:
significa tornar-se assíduo
junto a alguém;
importunar com
assiduidade; apoderar-se
de uma idéia de
determinado Espírito, não
lhe dando descanso;
causar obsessão.
(Dicionário Aurélio)
8
Livro dos Espíritos
Cap. IX – Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal
465. Com que objetivo os Espíritos
imperfeitos nos induzem ao mal?
“Para vos fazer sofrer como eles”.
9
Loucura e Obsessão
Pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda psicografia de Divaldo Franco
“A obsessão é o resultado do
intercâmbio psíquico, emocional ou
físico entre dois seres com
sentimentos em desequilíbrio (amor
possessivo ou o ódio alimentado pelo
desejo de vingança)”.
10
Livro dos Espíritos
Cap. IX – Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal
466. Por que Deus permite que Espíritos nos
incitem ao mal?
“Os Espíritos imperfeitos são instrumentos
destinados a pôr em prova a fé a constância dos
homens no bem. Tu, sendo Espírito, deves
progredir na ciência do infinito, e por isso passas
pelas provas do mal, para chegares ao bem.
Nossa missão é colocar-te no bom caminho, e
quando más influências agem sobre ti, é que as
atrais pelo desejo do mal, pois os Espíritos
inferiores vêm auxiliar-te no mal, quanto tens
vontade de praticá-lo. Eles não podem ajudar-te
no mal senão quando queiras o mal. Pois bem! Se
és inclinado ao assassínio terás uma multidão de
Espíritos que alimentarão em ti essa idéia. Mas,
também terás outros que se empenharão em
influenciar-te para o bem, o que restabelece o
equilíbrio da balança e te deixa senhor dos teus
atos”.
É assim que Deus nos deixa à nossa consciência a
escolha do caminho que devemos seguir e a
liberdade de ceder a uma ou outra das influências
contrárias que se exercem sobre nós (A. K.).
11
Livro dos Espíritos
Cap. IX – Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal
470. Os Espíritos que procuram induzirnos ao mal e que põem assim em prova a
nossa firmeza no bem, receberam missão
de fazê-lo? E se é missão que cumprem,
terão alguma responsabilidade nisso?
“Nenhum Espírito recebe a missão de
fazer o mal. Quando o faz, é por sua
própria vontade e, por conseguinte, sofre
as consequências. Deus pode permitir que
ele o faça para vos provar, mas não
ordena, cabendo a vós repeli-lo”.
12
Todos podem sofrer uma obsessão?
“(...) as imperfeições morais dão azo à
ação dos Espíritos obsessores”
(Kardec – O Livro dos Médiuns item 252).
13
Dramas da Obsessão
Pelo espírito Bezerra de Menezes, psicografado por Yvonne Pereira
“Acrescentaremos
que
a
responsabilidade permanecerá também
com o próprio obsidiado, visto que não
só não houve a verdadeira alteração
mental como também nenhum homem
ou mulher será jamais influenciado ou
obsidiado
por
entidades
dessa
categoria, se a estas não oferecer
campo mental propício à penetração do
mal, pois a obsessão, de qualquer
natureza, nada mais é que duas forças
simpáticas que se chocam e se
conjugam numa permuta de afinidades”.
14
Causas da Obsessão
• Moral
• Cármica
• Auto-Obessão
15
CAUSA MORAL
Provocadas pela má conduta do indivíduo na vida cotidiana:vícios (drogas
lícitas e ilícitas), cultivo do orgulho, do egoísmo, da maledicência, da
violência, da avareza, da sensualidade doentia e da luxúria.
16
Obsessão – Causa Moral
• Personagens
–
–
–
–
André Luiz
Félix (mentor)
Cláudio Nogueira
Obsessores (vampirizadores)
• Local
– Rio de Janeiro
• Contexto:
– André Luiz observa Cláudio
Nogueira,
homem
com
desequilíbrios sexuais e vícios
físicos atrai, inconscientemente
dois obsessores durante o
consumo de álcool em sua
residência.
17
OBSESSÃO – CAUSA MORAL (relato)
“Diante de nós, ambos os desencarnados infelizes, que
surpreendêramos à entrada, surgiram de repente, abordaram
Cláudio e agiram sem-cerimônia. Um deles tateou-lhe um dos
ombros e gritou, insolente:
– Beber, meu caro, quero beber!
A voz escarnecedora agredia-nos a sensibilidade auditiva.
Cláudio, porém, não lhe pescava o mínimo som. Mantinha-se atento à
leitura. Inalterável (...).
O assessor inconveniente repetiu a solicitação, algumas vezes, na atitude
do hipnotizador que insufla o próprio desejo, reasseverando uma ordem. O
resultado não se fez demorar. Vimos o paciente desviar-se do artigo político
em que se entranhava. Ele próprio não explicaria o súbito desinteresse de
que se notava cometido pelo editorial que lhe apresara a atenção.
– Beber! Beber!...
Cláudio abrigou a sugestão, convicto de que se inclinava para um trago de
uísque exclusivamente por si. O pensamento se lhe transmudou, rápido,
como a usina cuja corrente se desloca de uma direção para outra, por efeito
da nova tomada de força”.
18
“Beber, beber!... e a sede de aguardente se lhe articulou na idéia,
ganhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que
mais fortemente impregnada do cheiro acre que vagueava no ar. O
assistente malicioso coçou-lhe brandamente os gorgomilos.
Indefinível secura constringia-lhe o laringe. Ansiava tranqüilizar-se.
A talagada rolou através da garganta, que se exprimia por
dualidade singular. Ambos os dipsômanos estalaram a língua de prazer, em
ação simultânea. Desmanchou-se a parelha e Cláudio, desembaraçado, se
dispunha a sentar, quando o outro colega, que se mantinha a distância,
investiu sobre ele e protestou: “eu também, eu também quero!”. Reavivou-selhe no ânimo a sugestão que esmorecia. Absolutamente passivo diante da
incitação que o assaltava, reconstituiu, mecanicamente, a impressão de
insaciedade.
Bastou isso e o vampiro, sorridente, apossou-se dele, repetindo-se o
fenômeno da conjugação completa. Encarnado e desencarnado a se
justaporem. Duas peças conscientes, reunidas em sistema irrepreensível de
compensação mútua.
Abeirei-me de Cláudio para avaliar, com imparcialidade, até onde
sofreria ele, mentalmente, aquele processo de fusão. Para logo convenci-me
de que continuava livre, no íntimo”.
19
André Luiz
CAUSA CÁRMICA
Perturbações
relacionadas com as
vidas passadas
gerando ódios,
ressentimentos e
vinganças. A lei de
ação e reação, ou
causa e efeito, regula
estes processos de
ajuste entre as partes
envolvidas.
20
Obsessão – Causa Cármica
• Personagens:
– Andréa de Guzman – bela jovem de 15
anos obsidiada desde a infância.
– Arnold Numiers – obsessor
• Local: Bruges – Bélgica (início do séc. XIX)
• Contexto:
– Na última encarnação séc. XVII Berthe de
Sourmeville (Andréa de Guzman), casou-se
com Henri Numiers mas depois o traiu.
– Diante da traição da esposa, Henri Numiers,
suicidou-se jogando-se de um penhasco;
– Arnold Numiers, pai de Henri Numiers,
prometeu se vingar de Berthe, e continuou a
persegui-la
mesmo
depois
de
desencarnado;
21
OBSESSÃO – CAUSA CÁRMICA (relato)
“(...) repercutiu pelo recinto, e todos os circunstantes a ouviram, uma
gargalhada equívoca, abafada, como que difusa pelos quatro ângulos do
salão. (...) Andréa debatia-se em violento ataque de nervos, como se
súbita possessão das trevas se arremessasse sobre ela (...)
“ – De forma alguma deixá-la-ei unir-se a Alexis... Mata-lá-ei antes que isso aconteça.
São dois criminosos que merecem castigo... Eu preferiria Arthur, pois ela deve-lhe
duas grandes reparações... Mesmo porque eu amo Arthur, ele é o meu filho querido
de sempre; Ai dela se me desobedecer! Odeio a miserável com todas as minhas
forças, pois que duas vezes ela desgraçou meu pobre filho, por quem ainda hoje
sofro, recordando aquele deplorável passado... Hei de atormentá-la sem tréguas,
como sem tréguas ela nos tem atormentado desde aquele fatal dia 20 de outubro de
1572, em que se insinuou ao meu Luís (...)”
Em seguida, calando-se, atirava-a ao chão, como espacando-a; apertava-lhe o
pescoço, sufocando-a, fazendo espumar com a língua para fora; rolava-a pelo chão,
martirizando-a, enquanto, sem perder a consciência, ela bradava por socorro e
compaixão, chorando e praguejando inconformada... E se alguém examinasse veria
então que seu rosto, suas mãos e seu pescoço estavam arranhados por unhas
agudas, enquanto seu corpo todo mostrava sinais de chicotadas (efeitos físicos
22
promovidos pelo obsessor)”.
Auto-Obsessão:
Nesse caso a pessoa se autoatormenta, numa espécie de
punição a si mesma;
As
causas
obsessão
deste
residem
tipo
de
nos
problemas anímicos:
Dramas pessoais (desta ou de
outra vida), traumas, remorsos,
culpas e situações provindas da
intimidade do seu ser, que lhe
prejudicam
a
normalidade
psicológica.
23
Auto-Obsessão
• Personagens
– Lisandra
– Manoel P. Miranda (mentor)
• Local: Bahia
• Contexto:
– Lisandra apresenta crises
epilépticas
e
ausências
desde a infância.
24
AUTO-OBSESSÃO (relato)
Lisandra, portadora de radiosa beleza infantil, refletia os traços joviais da
mãe, bem como sua alegria quando longe dos tormentos ora sofridos.
Meiga e afável, era o encanto do lar. Não obstante conquistasse todos
com facilidade, caía, vez que outra, em crises de “ausências”, que a
distanciavam da realidade objetiva.
Nesses momentos, olhar parado, fixo em cenas distantes, pálida, com sudorese
abundante e fria, vertia lágrimas longas, inexplicáveis. (...)
Sem embargo, Lisandra era dominada, em tais ocasiões, pela presença de clichês
mentais gravados no inconsciente atual e ali arquivados pelos atos incorretos que os
insculpiram na existência anterior, que ora deveria rever para superá-los, mediante
resgate sacrificial.
Durante as "ausências", que se amiudavam, diminuíam, com o passar do tempo, as
suas resistências, e ela passou toda a infância padecendo as estranhas constrições da
enfermidade insanável. Acometida de pesadelos apavorantes, despertava com
expressões típicas do autismo, alheada, só volvendo à lucidez após ingentes esforços
dos genitores aflitos. Por causa disso, a jovem experimentou sensíveis modificações,
tornando-se triste, quando não facilmente irritável, denotando agravamento paulatino do
mal que lhe minava a organização física e mental.
Com a adolescência, Lisandra começou a apresentar sinais periódicos que se
assemelhavam à hebefrenia clássica, que já se expressavam como cargas obsessivas
de grave teor espiritual, perturbante. Ela tornara-se distante da realidade, com péssimo
25
aproveitamento no Liceu, embora se esforçasse por aprender e fosse pontual às aulas.
Por duas noites e dois dias ininterruptos, a jovem ficou dominada pelas
"ausências", assinaladas então por distúrbios incompreensíveis. Eram
monólogos, durante os quais ela exteriorizava expressões excruciantes
de horror, que inspiravam profunda compaixão, seguindo-se a eles
demorado período de total alheamento da realidade. Se recobrava a
lucidez, logo prorrompia em demoradas crises.
Lisandra acalentava, então, a autocompaixão, fixando ainda mais o desequilíbrio nas
tecelagens sensíveis do perispírito. Intimamente rebelde, sentindo a ausência do pai
que a mimava e em quem encontrava estímulos oriundos da atividade subjacente
desde a existência passada, fugia psiquicamente à realidade, permitindo que os
clichês mentais ressurgissem nebulosos, produzindo-lhe inquietação em alguns
momentos e, noutros, profunda melancolia. Parecia recordar-se de prazeres nos
quais fora personagem de relevo e revia-se, mentalmente, requestada, numa
sociedade ociosa em que sobressaía pela beleza e futilidade, pela posição social e
permissividade disfarçada, que usufruía. Nessa situação, a memória referta de
sensações orgíacas divagava (...). Em Lisandra, a crise epiléptica resultava do pavor
que lhe inspiravam as reminiscências culposas, fazendo-a fugir da organização
somática. Embora reencarnada, desligava-se parcialmente do corpo, induzida pelo
medo, quando, então, defrontava os cúmplices e as vítimas do passado que a
haviam reencontrado, nela produzindo os justos horrores que a vingança infeliz
propicia. Sacudido pelas altas cargas energéticas que procedem do espírito e atuam
no encéfalo, este produzia as convulsões, levando Lisandra a automatismos
psicológicos, nos quais se exteriorizava verbalmente, com palavras que retratavam
26
retalhos das experiências pretéritas que se negava aceitar.
Ação e Reação
Pelo Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier
“(...) a obsessão, não passa de um
estado anormal da mente,
subjugada pelo excesso de suas
próprias criações a pressionarem o
campo sensorial, infinitamente
acrescidas de influência direta ou
indireta de outras mentes
desencarnadas ou não, atraídas por
seu próprio reflexo”.
27
As várias expressões de
um mesmo problema
ENCARNADO
ENCARNADO
ENCARNADO
DESENCARNADO
DESENCARNADO
DESENCARNADO
DESENCARNADO
ENCARNADO
O HOMEM NÃO
RARAMENTE É O
OBSESSOR DE
SI MESMO
OBSESSÃO RECÍPROCA
AUTO-OBSESSÃO
(Fonte: OBSESSÃO/DESOBSESSÃO – SUELY C. SCHUBERT, Cap. 5)
28
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. XXVIII – Coletânea de Preces Espíritas, item 81 (pelos obsidiados)
“A obsessão é a ação persistente
que um Espírito mau exerce
sobre um indivíduo. Apresenta
caracteres muito diversos, desde
a simples influência moral, sem
perceptíveis sinais exteriores, até
a perturbação completa
do
organismo e das faculdades
mentais”.
29
Gradação das Obsessões
“A obsessão apresenta caracteres diversos, que é preciso distinguir e que
resultam do grau de constrangimento e da natureza dos efeitos que produz”
30
(Allan Kardec, Livro dos Médiuns, Cap. XXIII, item 237)
Obsessão Simples
Há sempre uma idéia fixa (intermitente) que conduz
ao intercâmbio mental com um Espírito malfazejo
31
Fascinação
É uma ilusão produzida pela ação direta do
Espírito sobre o pensamento do ser e que, de
certa forma, lhe paralisa o raciocínio. O
fascinado não acredita que o estejam
enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar
confiança cega, que o impede de ver o
embuste, ainda quando esse absurdo salte aos
olhos de toda gente.
A pessoa perde a noção do ridículo, acatando
sugestões
que
incorporam,
aceitando
inspirações como diretrizes que a todos se
apresentam como disparates e que a ela são
perfeitamente lógicas. O LIVRO DOS
MÉDIUNS – 62a ed. – Allan Kardec (GUIA
DOS MÉDIUNS E DOS EVOCADORES,
pág.307 it.239).
32
Subjugação
É uma constrição que paralisa a vontade
daquele que a sofre e o faz agir a seu mau
grado. O paciente fica sob um verdadeiro jugo.
A subjugação pode ser moral ou corporal. No
primeiro caso, o subjugado é constrangido a
tomar resoluções muitas vezes absurdas e
comprometedoras que, por uma espécie de
ilusão, ele julga sensatas. No segundo caso, o
Espírito atua sobre os órgãos materiais e
provoca movimentos involuntários. O LIVRO
DOS MÉDIUNS – 62a ed. – Allan Kardec
(GUIA
DOS
MÉDIUNS
E
DOS
EVOCADORES, pág.309 it.240)
33
Livro dos Espíritos
Cap. IX – Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal
473. Um Espírito pode tomar momentaneamente o envoltório corporal de uma
pessoa viva, isto é, introduzir-se num
corpo animado e agir no lugar do Espírito
que nele se encontra encarnado?
“O Espírito não entra num corpo como
entras numa casa. Identifica-se com um
Espírito encarnado, cujos defeitos e
qualidades sejam os mesmos que os
seus, a fim de agirem conjuntamente. Mas
é sempre o Espírito encarnado quem
atua, como quer, sobre a matéria de que
se acha revestido. Um Espírito não pode
substituir-se ao que está encarnado, pois
este terá que permanecer ligado ao seu
corpo até o termo fixado para sua
existência material”.
34
Livro dos Espíritos
Cap. IX – Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal
474. Se não há possessão propriamente
dita, isto é, coabitação de dois Espíritos
no mesmo corpo, pode a alma ficar na
dependência de outro Espírito, de modo a
ser por ele subjugada ou obsidiada a
ponto de sua vontade vir a achar-se, de
certo modo, paralisada?
“Sim, e são esses os verdadeiros
possessos. Mas é preciso que saibais que
essa dominação jamais se dá sem a
participação de quem sofre, quer por sua
fraqueza, quer por desejá-la. Muitas
vezes, se têm tomado por possessos
alguns epilépticos ou loucos, que mais
necessitavam de médico do que de
exorcismo”.
35
Obsessão
Desobsessão
36
Livro dos Espíritos
Cap. IX – Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal
475. Pode uma pessoa, por si
mesma, afastar os maus Espíritos
e libertar-se do domínio deles?
“Sempre se pode sacudir o jugo,
quando se tem vontade firme”
37
Reforma íntima
“Reconhece-se o verdadeiro
espírita pela sua transformação
moral e pelos esforços que
faz para dominar suas
más inclinações”
(Allan Kardec - E.S.E, cap. XVII, item 4)
38
Prece
479. A prece é um meio eficiente
para curar a obsessão?
“A prece é um poderoso socorro
em tudo. Mas, crede que não basta
murmurar algumas palavras para
obter o que se deseja. Deus
assiste os que agem, e não os que
se limitam a pedir. É preciso, pois,
que o obsidiado faça, por sua vez,
o que for necessário para destruir
em si mesmo a causa que atrai os
maus Espíritos.
39
Nunca acreditar-se injustiçado ou esquecido...
963. Deus se ocupa pessoalmente
de cada homem? Não é Ele muito
grande e nós pequenos demais
para que cada indivíduo em
particular tenha alguma importância
a Seus olhos?
“Deus se ocupa de todos os seres
que criou, por menores que sejam.
Nada é demasiado pequeno para a
sua bondade”.
Fonte: O Livro dos Espíritos
Livro IV – Penas e Gozos Futuros
40
Estudar...
41
Trabalhar...
42
Praticar o Bem...
43
Buscar apoio de pessoas amigas...
44
Livro dos Espíritos
Cap. IX – Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal
476. Não pode acontecer que a fascinação
exercida por um mau Espírito seja tal que a
pessoa subjugada não perceba? Nesse caso,
uma terceira pessoa pode fazer que cesse a
sujeição da outra? Que condição deve
preencher essa terceira pessoa?
“Se for um homem de bem, sua vontade
poderá ajudar, apelando para o concurso dos
bons Espíritos, porque quanto mais se é um
homem de bem, tanto mais poder se tem
sobre os Espíritos imperfeitos, para afastá-los,
e sobre os bons, para os atrair. Todavia, essa
terceira será impotente, se aquele que estiver
subjugado não lhe prestar o seu concurso. Há
pessoas
que
se
comprazem
numa
dependência que favorece seus gostos e
desejos. Seja, porém, qual for o caso, aquele
que não tiver puro o coração não poderá
exercer nenhuma influência; os bons Espíritos
o desprezam e os maus não o temem”.
45
Definição de Desobsessão
•
•
•
•
Desobsessão — Des / obsessão.
Des — Falta, ausência, negação.
Desobsessão — Ato de tirar a obsessão.
Desobsessão, em sentido amplo, é o processo de
regeneração da Humanidade. É o ser humano
desvinculando-se do passado sombrio e vencendo
a si mesmo. Em sentido restrito, é o tratamento das
obsessões, orientado pela Doutrina Espírita.
46
Exorcismo X Desobsessão
“[...] no exorcismo só lhe contrapõem [ ao espírito obsessor] palavras e
sinais
dos quais [Os exorcistas] Acreditam, mas que o
• “A materiais,
evocação na
dosvirtude
Espíritos
vulgares
além
disso, a conta: irritam-no, ameaçam-no, amaldiçoamEspírito
não tem,
leva em
nenhuma
vantagem de nos pôr em concom Espíritos
sofredores,
no etacto
o condenam
às chamas
eternas; querem domá-lo pela força, mas, como
que podemos aliviar e cujo
é inatingível,
ele ripodemos
e vos escapa,
querendo provar que é mais forte que vós.
adiantamento
facilitar,
por Espiritismo
meio de bons
conselhos.
Pelo
falam-lhe
com doçura, procuram fazer que nele vibre a
Todos, pois, nos podemos
corda
sentimento
e lhe
mostram a misericórdia de Deus; fazem-lhe
tornardo
úteis,
ao mesmo
tempo
que nos
instruímos.
Há
entrever
a
esperança
e o conduzem suavemente ao bem”
egoísmo naquele que somente
a sua própria satisfação
(Kardec – Revista Espírita, jun. 1865).
procura nas manifestações dos
Espíritos, e dá prova de orgulho
aquele que deixa de estender a
mão em socorro dos
desgraçados.”
•
(O Livro dos Médiuns, Allan
Kardec, item 281.)
47
Reunião de Desobsessão
“Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos
irmãos, a mim mesmo o fizestes” – Jesus. (Mateus, 25:40)
48
Anotações para a Assistência:
Frequência à Casa Espírita
Comprometimento
com a Reforma Íntima
Leituras Edificantes
Culto no Lar
Passes
Fé
49
Desobsessão (relato)
• Local: Centro Espírita de Lavras/MG
• José Teodoro Vieira – 12 anos
• Paralisia infantil desde os 02 anos
de idade
• Deformação das pernas e braços
• Fisionomia denotava retardo
• Dores musculares intensas (dorso,
garganta, ouvidos)
• Mudo
50
Orientação de Dr. Bezerra de Menezes:
— “Façam o pedido para o enfermo nas vossas sessões comuns. Que
ele se submeta a um tratamento de passes diários, no próprio Centro, com
uma corrente de três ou mais médiuns, e assista às reuniões que puder. O
caso é simples...”
Logo na primeira sessão realizada e quando o paciente só havia
recebido passes, aplicados conforme a indicação, apresentou-se um antigo
escravo africano, do Brasil, revoltado contra a violência que faziam, retirando
o à força do dorso do seu “corcel”:
— “Porque então não posso também castigá-lo, ele já me castigou
tanto — dizia. — Ele foi meu Senhor e me subjugou enquanto vivi... Agora é a
minha vez de subjugá-lo com o meu chicote e a minha espora... Não era eu o
burro de carga que ele chicoteava? Pois agora o burro é ele e a carga sou
eu... (...).
— Mas não vês que este rapaz conta apenas doze anos de idade, e
não podia ter sido teu Senhor, quando a escravatura foi abolida há tantos
anos?... — retrucou o presidente da mesa com inteligência, tentando
esclarecimentos doutrinários.
— “Ora, ora, ora... — tornou a entidade — eu bem sei o que digo e
quem é ele, o meu burro... Ele é Nhonhô Teodoro Vieira, sim, não me engano
não... eu nunca o perdi de vista...”
51
Conversando com o pai do jovem, soube-se que “Nhonhô Teodoro”
fora o bisavô do próprio enfermo, e que possuira alguns escravos, pequeno
fazendeiro que fora na zona rural da velha cidade. Pela lei da reencarnação,
os próprios acontecimentos autorizam a dedução de que o jovem José
Teodoro Vieira mais não era do que a reencarnação do próprio bisavô.
Colocado agora na quarta geração da própria família, padecia a vingança de
um escravo odioso que não fora capaz de perdoar os males recebidos, e,
assim, descrendo da justiça de Deus, fazia justiça pelas próprias mãos.
Facilmente esse opressor foi retirado e encaminhado às estâncias
do Invisível convenientes ao seu estado, talvez a uma reencarnação
imediata, e, prosseguindo o tratamento recomendado, o moço enfermo
tornou-se radicalmente curado em trinta dias.
Deslumbrado, o pai do rapaz tornou-se espírita com toda a família,
desejoso de se instruir no assunto, enquanto o filho, falando normalmente,
explicava, sorridente:
— “Eu sabia falar, sim, mas a voz não saía porque “uma coisa
esquisita” apertava minha língua e engasgava a garganta.
Essa coisa “esquisita” seria, certamente, o “freio” forjado com forças
maléficas invisíveis...”
Yvonne do Amaral Pereira
52
“Vigiai e orai, para que não
entreis em tentação”
Jesus
(Mateus, 26:41)
53
Referências Bibliográficas
 Allan Kardec - O Evangelho Segundo o
Espiritismo.
 ____. O Livro dos Espíritos.
54