Escola de Chicago • O contexto – 1892: Universidade de Chicago e as mudanças sociais na cidade • De aldeia em 1830 (350 habitantes) a 3 milhões em 50 anos • Transformações em meados do século XIX - industrialização, caminho de ferro, rápida urbanização, migrações internas e internacionais, • Desenraizamentos, heterogeneidade, desestabilização e reorganização das actividades, dos estatutos sociais e das mentalidades + delinquência e crime organizadoade Chicago como “laboratório social” 18-02-2010 Escola de Chicago • Principais figuras – William Isaac Thomas (1863-1947) – Robert Ezra Park (1864-1944) – Ernest Burgess (1886-1966) 18-02-2010 Escola de Chicago • William Isaac Thomas (1863-1947) • 1864 – Universidade de Chicago • Investigação qualitativa – “a visão dos participantes na definição das situações” • 1908 - projecto sobre migrantes da Europa Oriental nos EUA – os polacos – trabalho de campo nos EUA e na Polónia • Uso de documentos pessoais – diários, cartas, autobiografias, relatórios de psiquiatras, assistentes sociais e outros cientistas sociais – Ex: The Polish Peasant in Europe and America (1918 e 1920) com Florian Znaniecki • O conceito de desorganização social. 18-02-2010 Escola de Chicago • Robert Ezra Park (1864-1944) • Uni. de Chicago em 1911 • Jornalista de investigação / estudos na Alemanha e Influência de Georg Simmel (A metrópole e a vida do espírito e o Estrangeiro) • Programa de investigação – The City: Suggestions for the Investigation of Human Behaviour in the urban environment (1915) – • Duas preocupações centrais: (i) as minorias e (ii) o urbanismo • A forma de as estudar - pesquisas de natureza qualitativa 18-02-2010 Escola de Chicago • Principais figuras – Ernest Burgess (1886-1966) • Geração mais jovem, recrutada por Park • Univ. de Chicago, 1916 – onde se tinha licenciado • Responsável pela “ecologia humana” 18-02-2010 Escola de Chicago • Principais temas – (i) Trajectórias espaciais e sociais dos imigrantes, (ii) as mobilidades quotidianas, (iii) os movimentos das multidões, (iv) as relações de vizinhança, (v) a vida associativa e as formas de controlo social dos bairros, (vi) a segregação espacial das minorias, (vii) a delinquência juvenil, (viii) os gangs, os (ix) sem abrigo e a (x) prostituição Objectivo: uma visão coerente da grande cidade 18-02-2010 Escola de Chicago • Principais temas (cont.) – Revelar os efeitos do urbanismo através • De bairros urbanos (de imigrantes) e as suas diferentes características • Da divisão do trabalho • Das Instituições e as suas transformações • Da ordem moral 18-02-2010 Escola de Chicago • Ideias e conceitos chave – A cidade como ordem moral - a organização cultural da cidade e as noção de “regiões morais” ou “mundos sociais” • A existência de um mosaico de pequenos mundos que se tocam mas que não se interpenetram. 18-02-2010 Escola de Chicago • Ideias e conceitos chave – A cidade como ordem espacial ou a “ecologia humana” • A luta pela sobrevivência na cidade e a inspiração no darwinismo social – competição como forma básica de co-existência – uma sociologia do espaço • Ecologia das plantas para os estudos urbanos – conceitos como competição, sucessão e simbiose 18-02-2010 Escola de Chicago • Ideias e conceitos chave – A cidade como ordem espacial ou a “ecologia humana” (cont.) 18-02-2010 Escola de Chicago • Ideias e conceitos chave – A cidade como ordem espacial ou a “ecologia humana” (cont.) • Loop (CBD ou “community area” 32) • Zona de transição – “bad lands” e “slums”, imigrantes (o gueto, “little sicily”, “Greektown” e “Chinatown”), artistas e o “black belt” • Zona 3 – trabalhadores fabris, lojistas, zonas de estabelecimento das segundas gerações (escapar ao “slum”) • Zona 4 – “Promised land”, hotéis, apartamentos – “bright lights area” • Zona 5 – “commuters” 18-02-2010 Escola de Chicago • Ideias e conceitos chave – A cidade como ordem espacial ou a “ecologia humana” (cont.) • 18-02-2010 Identificação dos fenómenos no espaço e os aspectos culturais Escola de Chicago • Métodos – Observação dos fenómenos sociais no seu “ambiente natural” – Entrevistas informais, inquéritos, documentos pessoais, histórias de vida; – Etnografias eminentemente qualitativas 18-02-2010 Escola de Chicago • Os mundos sociais de Chicago (obras): – 1923, Nels Anderson, The Hobo – 1927, Frederick Trasher, The Gang – 1928, Louis Wirth, The Ghetto – 1932, Paul Cressey, The Taxi-Dance Hall 18-02-2010 Escola de Chicago Contributos e impacto na literatura – A etnografia como método de pesquisar a/na cidade – Etnografias em colaboração – A cidade como complexo cultural – Atenção ao tempo e ao ciclos de desenvolvimento da vida social – Pioneiros em temas futuramente abordados pela antropologia urbana (enclaves étnicos, desvio, comportamento e entretenimento público, bairros heterogéneos) 18-02-2010 Escola de Chicago • Contributos e impacto na literatura (cont.) – Debate que marcará as décadas seguintes: o continuum entre o rural (o folk) e o urbano 18-02-2010 Escola de Chicago • Contributos e impacto na literatura (cont.) – Inspira pesquisas e etnografias até à contemporaneidade • 1938, Wirth, Louis, Urbanism as a way of life; 1943, Whyte, William, Street Corner Society; 1947, Redfield, Robert, The Folk Culture of Yucatan e 1934 Culture Change; 1951, Lewis, Oscar, Life in a Mexican Village; 1962, Gans, Herbert, Urban Villagers; 1967, Liebow, Elliot, Tally´s Corner; 1969, Hannerz, Ulf, Soulside; 1970, Spradley, James, You Owe Yourself a Drunk; 1996, Bourgois, Philippe, In Search of Respect; 2004, Wacquant, Loic, Body and Soul 18-02-2010 18-02-2010