CU R SO D E L A B IA TA S D O M U N D O
O R Q U ID Ó FILO
Tem a n. 1
http://www.damianus.bmd.br/CursoLabiata/capitulo1.pdf
• A N A TO M IA D E U M A F LO R
• D uas D escrições dem onstrativas
Detalhes não científicos.
Estes detalhes dizem respeito à descrição da flor.
Orientam o observador para pormenores da flor os quais fazem a diferença entre as
variedades.
O motivo principal do curso não é proporcionar aos participantes uma titularidade de
‘expert’ em labiatas. Antes, mostrar o quanto pode ser fácil e gostoso poder entender um
pouco mais sobre Cattleya labiata.
Principalmente no momento da compra, vale muito alguns cuidados na observação.
O PORQUÊ DAS COISAS:
Porque características cromáticas:
Por que se analisam as cores das peças florais, suas características entre si e como isso
influencia na variedade de cada uma.
Porque característica configuracional:
Por que, apesar de muito se falar em características morfo-cromática da Cattleya labiata,
não é isso que se pretende afinal. Nós estaremos analisando o desenho que existem nos
labelos e não sua forma. Por isso O IMPORTANTE é a configuração dos desenhos
labelares e não a forma, isto é não daremos muita importância se é redondo ou
quadrado, mas sim a distribuição dos desenhos feitos sobre essa peça flora.
Quanto às descrições sempre seguirão um padrão uniforme: COR, FORMA E POR
ÚLTIMO UMA ANÁLISE MAIS ACADÊMICASOBRE O NOME FINAL DA
PLANTA.
ANATOMIA DESCRITIVA
• Sépalas:
Sépalas são peças constituintes da flor, situando-se no verticilo mais
externo desta. São estruturas foliáceas, normalmente menores e mais
consistentes do que as pétalas, e na maior parte dos casos têm a função
primordial de proteger o botão floral, fechando-se sobre este antes da
antese. O conjunto de sépalas de uma flor é conhecido como cálice.
Obs:. Em Botânica, o termo verticilo pode se referir a qualquer ponto
do caule onde inserem-se folhas ou outros órgãos. Entretanto, é mais
usual o uso deste termo para designar os diferentes conjuntos de
órgãos florais.
Nas flores, cada verticilo recebe um nome, de acordo com a forma e
função dos seus órgãos:
Cálice: verticilo mais externo, composto pelas sépalas.
Corola: verticilo mais interno do que o cálice, composto pelas pétalas.
Androceu: verticilo seguinte à corola, composto pelos estames.
Gineceu: verticilo mais interno da flor, composto pelo pistilo.
Quanto ao número de peças florais, as flores podem ser classificado
em:
Dímeras: Aquelas cujas partes florais são em número de dois.
Trímeras: Aquelas cujas peças florais são em três ou múltiplo.
Exemplo: seis sépalas, seispétalas, três carpelos e três estames.
tetrâmeras: As partes florais são em número de quatro ou múltiplo.
pentâmeras: As partes florais são em número de cinco ou múltiplo. (
Madressilva )
• Pétalas:
Pétalas são peças constituintes da flor, situadas no seu verticilo protetor
mais interno. São estruturas normalmente membranáceas, amplas,
coloridas, e têm muitas funções, entre as quais a atração de polinizadores.
O conjunto de pétalas de uma flor é chamado corola.
Pétalas podem ser vistosas, grandes, coloridas, ou, por outro lado,
esverdeadas, reduzidas, ou mesmo ausentes. Às pétalas podem estar
associados outros órgãos da flor, como os estames. As pétalas podem estar
unidas entre si, ou livres.
As pétalas ainda podem apresentar pêlos nectaríferos, glândulas de odor,
calosidades, diferentes texturas, formas aberrantes, cores visíveis ou até
mesmo pigmentos que refletem luz ultravioleta, visíveis apenas para
insetos. Em algumas poucas espécies, as pétalas são carnosas,
adocicadas, comestíveis e apreciadas por pássaros.
Obs:.
Corola é o conjunto de pétalas da flor.
Corola: é formada por um conjunto de folhas modificadas chamadas pétalas.
Geralmente é colorido, sendo a parte mais vistosa da flor. As cores são
importantes na polinização, pois atraem os animais que transportam o pólen de
uma flor a outra.
O estame é o órgão masculino das plantas angiospérmicas — as plantas que
produzem flores (divisão Magnoliophyta).
Um estame é constituído por três partes: antera, conectivo e filete.
Antera: Parte superior do estame, com formato globuloso. Contém os
microsporângios que produzem os esporos haplóides, denominados grãos de
pólen — os gametas masculinos de uma planta com flor;
Conectivo: Pequena estrutura que liga a antera ao filete;
Filete: Haste que liga o receptáculo da flor à antera.
As flores típicas possuem seis estames dentro de um perianto (conjunto das
pétalas e sépalas), mas em algumas espécies este número é substancialmente
superior. Ao conjunto dos estames chama-se o androceu.
Numa flor típica (isto é, da maioria das espécies de plantas com flor), cada flor
tem tanto um pistilo como estames. No entanto, em algumas espécies, as
flores são unisexuais, com apenas as partes masculinas ou femininas. Uma flor
que possua apenas estames funcionais é chamada uma flor estaminada.
• Fauce :
Substantivo
Número
Gênero
Singular Plural
Feminino
fau.ce
fau.ces
fau.ce feminino
1. (Anatomia) garganta
“”os que houverem lido o teu recente discurso (suponhamos) na sessão
inaugural da União dos Cabeleireiros, reconhecerão na compostura das
feições o autor dessa obra grave, em que a “alavanca do progresso” e o
“suor do trabalho” vencem as “fauces hiantes” da miséria. “”
2. (Anatomia) canal ou abertura para passagem de alimentos da boca à
faringe
3. goela
Etimologia
Do latim fauce
• LOBO:
Na morfologia botânica, refere-se às partes de uma folha ou flor com
recorte pouco acentuado.
do Lat. lobu < Gr. lobós
s. m.,
designação das grandes porções que constituem certos órgãos, tais
como os lobos do fígado, do cérebro, etc. ;
lóbulo
parte arredondada e saliente de um órgão;
• Comissura :
do Lat. comissura
s. f.,
linha de junção de duas partes da mesma natureza;
sutura;
abertura;
fenda.
• Labelo :
do Lat. labellu
s. m.,
pequeno lábio;
segmento inferior do invólucro floral;
Bot.,
pétala inferior, especialmente da flor das orquídeas.
Para nosso entendimento podera também ser o conjunto de todos os
lobos:
Superiores :2
Laterais:2
Inferiores:2
Central :1
DESCRIÇÕES
Prezados amigos(as), a maneira mais didática que achei, ao longo de muitos
anos, de fazer as pessoas entenderem de modo prático e simples sobre as
formas e cores de uma labiata, foi esta brincadeira de fazer a descrição.
Através da leitura atenta, o leitor poderá saborear não só a beleza da flor, bem
como devagar ir se acostumando a dirigir o olhar no que realmente interessa.
A forma quase poética, é para deixar mais atrativo, o que podera facilmente
tornar-se enfadonho.
Por isso, desde ja coloco as descrições, mesmo antes de acabar todo o curso,
pois é um treino. Espero que o caro leitor(a) possa repetir a descrição com
flores semelhantes e descobrir as formas, cores ,lobos enfim, todo o conjunto.
1)
EIS A ALBA!
PLANTA DE POUCAS PALAVRAS, MAS MUITA BELEZA.
PLANTA: Cattleya labiata alba "Angerer" ( corte).
CULTIVO: ÂNGELO LO RÉ
FORMA :
Sépala dorsal ereta, bem arrumada. Plana, espalmada, sem inflexões.
Larga o suficiente para não permitir a passagem de luz entre si e as pétalas.
Sépalas inferiores com ótima angulação, pouco acanoadas, discretíssima inflexão
posterior.
Acomodam perfeitamente o labelo, mas não escondem o plano do fundo entre si e as
pétalas.
Pétalas alargadas,
espalmadas, com
muitas ondulações
nas bordas,
principalmente a
pétala
direita. Extremidades bem feitas, não sendo muito pontiagudas.
Seu vinco é muito bem marcado.
O labelo é típico das “Angerer", ou seja, bem circular, grande, com tubo grosso e curto.
Outra boa característica é encobrir por inteiro a coluna.
Apresenta rico franjado circundando todos os lobos do labelo.
Existe um marcante nervo central, longitudinal no labelo inflexionando sua comissura
mais inferior para trás.
COR :
Todos os seus segmentos florais são de um colorido branco puríssimo.
Apresenta boa substancia (firmeza).
Sua textura é de um brilho aveludado, devido aos cristais iridescentes.
Do fundo da garganta partem veias amarelo escurecidas, que se projetam para a fauce.
No caminho, deixam matizes áureos que rigidamente obedecem a uma linha imaginária
levemente arqueada e projetada de um lobo lateral ao outro, passando pela fauce.
CONCLUSÃO:
Cattleya labiata alba " Angerer".
DESMONTANDO:
Creio não haver necessidade de maiores comentários.
2)
Cattleya labiata semi-alba "Jorge Kawasaki"
Foto enviada: Carlo Gomes.
A MELHOR SEMI-ALBA JÁ VISTA!
FORMA:
Sépala dorsal maravilhosa. Tudo o que se poderia esperar da perfeição: ereta, plana,
espalmada, sem nenhuma inflexão! De tão larga que é, obstrui perfeitamente a
passagem de luz entre si e as pétalas.
Sépalas inferiores com angulação espetacular: perfeitos 120º!
Eretas, discretamente acanoadas, sem inflexões, acomodam perfeitamente o labelo
como se o abraçassem. Não ha visão do plano de fundo tanto entre elas e as pétalas,
bem como entre elas e o labelo.
Pétalas majestosas, tão niveladas como se o grande arquiteto tivesse usado o esquadro.
Retas, horizontais, planas e sem grandes ondulações nas bordas superiores e inferiores.
FOTO ENVIADA POR CARLOS GOMES.
Suas pontas são
perfeitamente
arrumadas, nem
muito
pontiagudas, nem
muito
arredondadas.
Seu vinco é bem
marcado, desde a
base até a
extremidade.
Labelo com tubo
grosso,
discretamente
inclinado e curto.
O conjunto dos
lobos é elíptico e ricamente ornado de franjas em toda a sua volta. Encobre
perfeitamente a coluna, deixando a amostra apenas a antera.
COR:
As pétalas e sépalas são de um alvo espantoso, límpido e com uma substância firme.
Notem a graciosa e pequenina pinta verde que as pontas das sépalas apresentam. só para
dar um charme a mais..
O disco frontal do labelo trás uma enorme mancha solferino. Essa mancha é firme,
consistente na sua cor, não muda enquanto avança em direção á fauce.
Uma vez na fauce, torna-se mais intenso, profundo, quase negro.
No ímpeto, acaba por invadir a garganta, não permitindo que essa lance suas estrias
citrinas, mantendo-as aprisionadas perto da base da coluna.
Lobo lateral branco, mas não totalmente puro, pois foi levemente tingido de ouro, talvez
último refúgio das poucas veias áureas da garganta.
Todo o disco frontal do labelo é singelamente ornado em sua margem por um delicado
véu , tão branco quanto o restante da flor.
CONCLUINDO:
Cattleya labiata semi-alba solferino ( marginado).
Desmontando:
Semi-alba : porque o labelo é colorido e o resto é branco puro ( assim pensa João Paulo
Fontes. Para ele qualquer flor branca com labelo colorido é semi-alba, mesmo as
amoenas; Já para Lou Menezes, amoena é classificada como variedade á parte, e semialba são todas as outras cujo labelo é vermelho ou purpúreo e o restante é branco).
Solferino, (no masc. porque se trata do labelo) - segundo o "Novo Aurélio" : solferino .
[Do top. Solferino (Itália).] S. m. Bras. 1. A cor escarlate, ou entre o encarnado e o roxo,
que é us. nas vestes episcopais.
(marginado) - Entre parênteses, pois se trata de uma qualidade diferenciada
do labelo.
Marginado: devido á margem branca que esta circundando todo o labelo.
REFERÊNCIAS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Botânica <acesso em 05 de abr. De 2008).
MENEZES, Lou. Cattleya Labiata Lindley.
FONTES, João Paulo. Variações morfológicas e cromaticas da Cattleya labiata.
Final da primeira exposição
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CURSO DE LABIATAS DO MUNDO ORQUIDÓFILO Tema n. 1