Moderno, Modernidade, Modernismo, Pós-modernidade Janaina Schvambach Linha do tempo – recorte da história Linha do tempo – recorte Arte Modernus, derivado de modo (recente, há pouco), uma palavra em formação tardia na língua latina. Foi usada inicialmente, em fins do século V d.C., como antônimo de antiquus. Com a “vinda” de Cristo, o tempo passou a ser divido, entre antes e depois. O passado, o presente e o futuro foram ligados em uma sequência compreensível. É ORIENTADA PARA O FUTURO. O cristianismo satura o presente com um senso de expectativa, considera o passado um simples prólogo para o presente, a caminho de concretizar a promessa do futuro. (serão posteriormente, as principais características da modernidade). Porém, só em fins do século XVII é que esse conceito precipitou a ideia de modernidade como entendemos hoje. Na Idade Média, “tudo o que muda, perde seu valor”. A novidade era equiparada a trivialidade, refletia superficialidade da ordem terrena em comparação com a divina. TUDO O QUE ERA NOVO, NÃO CONSAGRADO PELO TEMPO E PELA TRADIÇÃO, ERA VISTO COM SUSPEITA. Giotto di Bondone (1266 – 1337) O Jardim das Delícias, Hieronymus Bosh (1450-1516) Hieronymus Bosh (1450-1516) Jan Van Eyck (1390 – 1441) O casal Arnolfini, Jan Van Eyck (1390 – 1441) Idade Moderna - século XV (perspectiva histórica) - Início do capitalismo Progresso comercial e urbano Imprensa, pólvora e bússola Queda do Império Romano, Constantinopla em 1453 Renascimento Reforma e Contra-reforma Revolução Francesa em 1789 Foi na Renascença, que pela primeira vez dividiu a história ocidental em três: Antiga, Medieval e Moderna. Rafael Sanzio, Escola de Atenas, 1509 -10 Leonardo Da Vinci Michelangelo Buonarroti (1475 – 1564) Ideias clássicas e cristãs de tempo e história continuaram a dominar a mente ocidental até a segunda metade do século XVIII, não poderia haver um conceito autêntico de modernidade. Com as transformações ocorridas, começa a se pensar em uma novo conceito de modernidade, pois agora o homem passa de individual a homem coletivo. Com Kant, o “terrorismo moral” do cristianismo (a expectativa apocalíptica do fim do mundo)foi exorcizado. O milênio tornou-se científico e racional, o alvorecer de uma era de progresso humano infindável na terra. MODERNIDADE A Torre Eiffel localizada em Paris, nomeada em homenagem ao seu projetista, o engenheiro Gustave Eiffel, foi construída como o arco de entrada da Exposição Universal de 1889. Uma designação abrangente de todas as mudanças – intelectuais, sociais e políticas. Significava o rompimento completo com o passado, um novo começo baseados em princípios novos, um futuro expandido de forma infinita. Quanto mais recente melhor, porque mais esclarecido. - Revolução Francesa: obtenção da liberdade sob a orientação da razão, deu a modernidade sua forma e consciência. - Revolução Industrial: forneceu substância material. Modernidade é assim, uma questão de ideias e técnicas. História e progresso, verdade e liberdade, razão e revolução, ciência e industrialismo. Segundo Matei Calinescu, havia “duas modernidades”. De um lado a razão, a ciência, o progresso, o industrialismo; do outro, a refutação e rejeição, em favor do sentimento, da intuição e do uso da livre imaginação. Antes de surgir o Modernismo, a primeira corrente artística contra a Modernidade foi o Romantismo (final do séc. XVIII e início do séc. XIX) - A razão era combatida pela imaginação, o artifício pelo natural, a objetividade pela subjetividade, o cálculo pela espontaneidade, o mundano pelo visionário, a visão mundial da ciência pelo apelo fantástico e ao sobrenatural. - Recuperação das formas antigas, especialmente Idade Média. - Neoclassicismo. O Romantismo foi uma contra-ofensiva à modernidade. Theódore Géricault, A Jangada da Meduza, 1818–1819 O tema retrata um acontecimento recente da época, o salvamento dos sobreviventes ao naufrágio da fragata ”La Méduse”, que se teria afundado perto da costa do Senegal, em 1816. ‘La Meduse’ (1819) é um exemplo perfeito do Romantismo – pela inspiração sobre um episódio de terror da história contemporânea – e escorreita na fluidez do dramatismo, embora recorra à tradição Neoclássica da estrutura piramidal. Delacroix, A Liberdade Guiando o Povo, 1830 Comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X. Uma mulher representando a Liberdade guia o povo por cima dos corpos dos derrotados, levando a bandeira tricolor da Revolução Francesa em uma mão . Arts & Crafts ( artes e ofícios), surgido na Inglaterra, na segunda metade do século XIX Joseph Nicephore Niépce, 1825 Invenção do cinema, 1985 Modernismo Um movimento cultural que surgiu no ocidente nos fins do século XIX(1890), uma reação crítica a modernidade, simultaneamente afirmava e negava a modernidade, mas dava continuidade a seus princípios e desafiava-a em seu próprio núcleo. O ataque à razão, o dogma central da modernidade, aprofundou-se ainda mais nos casos de Freud e Bergson. O “destronamento da razão”, a revelação das forças do irracional e do inconsciente, foi talvez o golpe mais devastador infligido pelo modernismo à modernidade. Alguns movimentos e escolas modernistas: - Impressionismo - Dadaísmo (desestabilizar a arte, questionar seu objetivo, até sua viabilidade) - Surrealistas (crítica ao utilitarismo e ao princípio da realidade) - Futurismo (a sociedade moderna não era moderna o bastante) - Construtivismo (novos materiais e novas ideias) - Cubismo (tanto crítica como exploração) Seu fascínio pelo novo o colocou ao lado do progresso e dessa forma ligou-o a uma das ideias básicas da modernidade. Estação Sant Lazare, 1877, Monet O lago das Ninfeias, 1899, Claude Monet Carlo Carrà, Cavalo e Cavaleiro, 1913 Giacomo Balla, 1912 Hannah Höch, Recorte com faca de bolo, 1919 Marcel Duchamp, Roda de Bicicleta, 1913 Henri Matisse (1869 – 1954) René Magritte, (1898 – 1967) René Magritte, (1898 – 1967) Salvador Dalí, (1904 – 1989) A MODERNIDADE, que fora definida com um “rompimento com a tradição”, tornou-se em si uma tradição, a “tradição do novo”. Sob a forma do modernismo, a modernidade veio a tornar-se mais do que inovação sem fim: mudanças indetermináveis de estilo, ciclos indetermináveis de modas. Pós-modernidade É a condição sociocultural e estética que prevalece no capitalismo contemporâneo após a queda do Muro de Berlim (1989) e a consequente crise das ideologias que dominaram o século XX. (perspectiva histórica). O uso do termo se tornou corrente embora haja controvérsias quanto ao seu significado e a sua pertinência. Em outras palavras: a pós-modernidade tem predomínio do instantâneo, da perda de fronteiras, gerando a ideia de que o mundo está cada vez menor através do avanço da tecnologia. Estamos diante de um mundo virtual, imagem, som e texto em uma velocidade instantânea. EM ARTE, PÓS-MODERNIDADE OU ARTE CONTEMPORÂNEA É A PARTIR DA DÉCADA DE 60 Alguns pontos: Propensão a se deixar dominar pela imaginação das mídias eletrônicas; colonização do seu universo pelos mercados (econômico, político, cultural e social); celebração do consumo como expressão pessoal; pluralidade cultural; polarização social devido aos distanciamentos acrescidos pelos rendimentos; falências das metanarrativas emancipadoras como aquelas propostas pela Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade. Algumas escolas de pensamento tem-na como o fundamento do esgotamento do movimento modernista, que dominou a estética e a cultura até final do século XX, substituindo, assim, a modernidade. Outros, por sua vez, afirmam que a pós-modernidade seria a extensão da modernidade, englobando-a para cobrir o desenvolvimento no mundo, onde houve a perda da aura do objeto artístico pela sua reprodução em múltiplas formas: fotografias, vídeos, etc. (Walter Benjamin). A Pós-Modernidade é traçada como a época das incertezas, das fragmentações, da troca de valores, do vazio, do niilismo, da deserção, do imediatismo, da efemeridade, do hedonismo, da substituição da ética pela estética, do narcisismo, da apatia, do consumo de sensações e do fim dos grandes discursos. Eduardo Kac http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/vasto-mundo/ seios-nus-na-internet-e-a-jovem-muculmana-e-condenada-amorte-por-clerigo-muculmano-a-familia-resolveu-interna-la-num-hospicio/ Regina Silveira Centro Georges Pompidou, arquitetura high-tech, 1977 Dubai Piero Manzoni - Scultura vivente, 1961 Andy Warhol banksy Land Art, Mike Tonkin e Anna Liu A impossibilidade física da morte para alguém vivo - Damien Hirst Antony Gormeley Ernesto neto, collection Museum Boijmans Van Beuningen Ron Mueck Parental Advisory - Aggressive street art, Animal Equality, Protest during Day Wihtout Meat in Barcelona Referências bibliográficas BERMAN, Marschall. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1986. COCCHIARALE, Fernando. Quem tem medo de arte contemporânea?, Fundação Joaquem Nabuco, Editora Massangana, 2006. DEMPSEY, Amy. Estilos, Escolas e Movimentos, São Paulo: Cosac & Naify, 2003. HARRISON, Charles. Modernismo. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2000. HEARTNEY, Eleanor. Pós-Modernismo. São Paulo, Cosac & Naify Edições, 2002. KUMAR, Krishan. Da sociedade pós-industrial à pós-moderna: novas teorias sobre o mundo contemporâneo. 2ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006. http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3s-modernidade http://www.angelfire.com/sk/holgonsi/otimismopos-moderno2.html http://abrancoalmeida.com/2009/04/19/a-jangada-da-medusa-de-theodore-gericault/ http://meuartigo.brasilescola.com/geografia/o-conceito-posmodernidade-na-sociedade-atual.htm