0 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Juliana Aparecida Lima Alves Ferreira Rosely Ferreira Alves MAPEAMENTO DO CRÉDITO EMPRESARIAL Paulo Sérgio Monteiro de Carvalho Lins – ME LINS – SP 2009 1 JULIANA APARECIDA LIMA ALVES FERREIRA ROSELY FERREIRA ALVES MAPEAMENTO DO CRÉDITO EMPRESARIAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob a orientação do Prof. M. Sc. Irso Tófoli e orientação técnica da Prof.ª Esp. Ana Beatriz Lima. LINS – SP 2009 2 F441m Ferreira, Juliana Aparecida Lima Alves; Alves, Rosely Ferreira Mapeamento do crédito empresarial: Paulo Sérgio Monteiro de Carvalho Lins – ME / Juliana Aparecida Lima Alves Ferreira, Rosely Ferreira Alves. – – Lins, 2009. 64p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2009 Orientadores: Irso Tófoli; Ana Beatriz Lima 1. Crédito de Venda. 2. Decisão Empresarial. 3. Ferramentas. 4. Inadimplência. I Título. CDU 658 3 JULIANA APARECIDA LIMA ALVES FERREIRA ROSELY FERREIRA ALVES MAPEAMENTO DO CRÉDITO EMPRESARIAL Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em: _____/_____/_____ Banca Examinadora: Professor Orientador: Irso Tófoli Titulação: Mestre em Administração de Empresas pela CNEN/FACECA - MG Assinatura: _____________________________ 1º Prof (a):______________________________________________________ Titulação: ______________________________________________________ ______________________________________________________________ Assinatura: _____________________________ 2º Prof (a):______________________________________________________ Titulação: ______________________________________________________ ______________________________________________________________ Assinatura: _____________________________ 4 Aos meus pais, Ernani e Nair Se hoje cheguei até aqui foi graças ao alicerce pessoal e cristão que recebi de vocês. O apoio, incentivo e confiança demonstrado durante toda a minha existência, sempre me impulsionaram a seguir em frente, a me reerguer das quedas e a lutar com perseverança, honestidade, humildade e paciência pelos meus objetivos e sonhos. Sei que esta vitória não é só mim e, sim, nossa! A minha irmã, Camila Com você nossa família se completa e em você ainda viveremos momentos de muita alegria. O carinho e o amor que existem entre nós são sentimentos que se renovam a cada dia. A uma grande amiga, Pastorinha Não me recordo mais de quanto tempo nos conhecemos, mas me lembro muito bem de tudo que já semeamos e colhemos. Você é um raio de luz que sai do coração de Nossa Senhora para iluminar a minha vida e família. É uma honra ter você em meu círculo de amigos. As minhas amigas, Isabel e Denise Construir uma amizade verdadeira é uma virtude oferecida a poucos. Graças a Deus fomos escolhidas, um trio inseparável e unido que compartilha alegrias e tristezas. Três personalidades distintas, alguns desentendimentos, 5 mas também muito perdão, relevância e felicidade. Com vocês partilhei todos os meus sonhos e um deles está aqui. Adoro vocês! A minha amiga e parceria, Rosely Deus permitiu que nos encontrássemos e construíssemos uma amizade ao longo destes quatro anos. Juntas partilhamos lágrimas, multiplicamos sorrisos e superamos tantos desafios e desencontros. Saiba que sou feliz por fazer parte da sua vida. Você é muito especial! A minha princesinha, Maria Beatriz Seu olhar transmite a paz. Conviver com você é ter a oportunidade de vivenciar toda a ternura e docilidade de Nossa Senhora. Você é completamente abençoada. Juliana 6 Aos meus pais, Moysés e Sandra Vocês sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos, alimentando e expandindo os meus objetivos com exemplos marcantes de perseverança e coragem. Mais esta etapa da minha vida é dedicada a vocês! Ao meu irmão, Fernando Seu jeito de viver e carisma me impulsionaram a chegar até aqui. Sua amizade, compreensão e apoio são fundamentais para o meu sucesso pessoal e profissional. A minha eterna amiga, Vanessa Nem mesmo a distância conseguiu destruir a nossa amizade. As lembranças e saudades sempre estarão comigo. A minha amiga e parceira, Juliana A sua paciência, entusiasmo e habilidade de ensinar me acompanharam desde os primeiros dias deste curso. Você sempre se mostrou uma pessoa forte é incrível diante dos desafios da vida, transformando pequenas coisas em grandes conquistas. Rosely 7 AGRADECIMENTOS A DEUS Pai, obrigada por mais esta conquista. Pelas suas mãos estendidas em nossa direção, durante estes quatro anos, nos abençoando, guiando, libertando, cuidando de todos os detalhes, abrindo portas e caminhos. Tudo é graça que nos vem de ti. A NOSSA SENHORA RAINHA DO CÉU Queremos neste momento tão sublime, mãezinha, agradecer pela sua infinita providência, auxílio, instrução e companhia em mais esta etapa vencida em nossas vidas. Obrigada Senhora, pela calma, serenidade e certeza de vitória concedida pelo seu Coração Imaculado. Receba Rainha do Céu nosso trabalho como fruto da nossa gratidão e eterno amor. AO ORIENTADOR IRSO TÓFOLI Pelo carisma, humildade, simplicidade e simpatia demonstrada em todos os momentos de orientações. Agradecemos também, pela sua disponibilidade, paciência, educação, incentivo e principalmente pelos conselhos que serviram para a concretização deste sonho e que com certeza serão aproveitados em nossas vidas. Fica aqui a nossa eterna gratidão e admiração pelo seu profissionalismo e, sobretudo, pelo seu comportamento pessoal. 8 A ORIENTADORA ANA BEATRIZ Pela atenção, total disponibilidade, alegria e gentileza com que sempre nos atendeu. Somos gratas também pela sua presença constante e vigilosa em todas as etapas do trabalho e por acreditar no desenvolvimento do mesmo. A EMPRESA A empresa SMARC MODAS, que abriu suas portas a nossa pesquisa, acreditando na serenidade do nosso trabalho. Aos funcionários, agradecemos a atenção e carinho e ao proprietário Sr. Sérgio e sua esposa Sra. Márcia todo o apoio e comprometimento com a realização desta obra. AOS FUNCIONÁRIOS DA BIBLIOTECA Por toda a paciência, compreensão, prontidão, agilidade e apoio dispensados nos momentos de pesquisa. Agradecemos, em especial, a Adriana por todo carinho e amizade demonstrados ao longo destes quatro anos. Juliana e Rosely 9 RESUMO O crédito é um instrumento aplicado para incrementar e facilitar a realização de vendas de bens e serviços. Ele é o responsável por grande parte dos resultados auferidos nas empresas e pelo desenvolvimento e crescimento da economia do país. Atualmente as empresas vivenciam cada vez mais um clima de concorrência acirrada e, na busca pela alavancagem das vendas, introduzem em sua prática algumas modalidades de operações a prazo. Assim, para que a oferta do crédito contribua na entrada segura de recursos no caixa da empresa e maximização da rentabilidade se faz necessária a aplicação de ferramentas administrativas no processo decisório. Os Cs do crédito é uma ferramenta, conhecida e testada, que auxilia na tomada de decisão no que tange à concessão de crédito, pois favorece a verificação e confirmação de fatores que interferem no compromisso almejado. Para tanto, a eficiência da técnica está totalmente relacionada com a obtenção de informações sobre o cliente e o estabelecimento da política de crédito e cobrança. A política de crédito consiste na base primordial para uma eficiente administração de valores a receber e a de cobrança determina os procedimentos a serem utilizados para garantir os recebimentos e redução da inadimplência. O conhecimento minucioso dos fatores que ocasionam a elevação do índice da inadimplência impulsiona a adoção de regras preventivas básicas no processo de análise e decisão de crédito. Diante disto, foi realizada uma pesquisa na empresa Paulo Sérgio Monteiro de Carvalho Lins – ME, cujo ramo de atividade é o comércio e confecção de peças do vestuário, com o objetivo de conhecer e verificar as ferramentas gerenciais empregadas na atividade de análise de crédito e controle da inadimplência. A imposição e observação de critérios para a concessão de crédito, bem como a exploração exaustiva de técnicas pertencentes à Administração Financeira Empresarial, evitam perdas indesejáveis com possíveis inadimplentes, fazendo com que a empresa alcance uma melhor performance lucrativa. Palavras-chave: Crédito de Venda. Decisão Empresarial. Ferramentas. Inadimplência. 10 ABSTRACT The credit is an instrument used to enhance and facilitate the sales of goods and services. It is responsible great part of the results realized at the companies and by development and growth of the country´s economy. Currently the companies experience more and more an environment tough competition and in the search for leverage of sales, introduce into its practice some types of forward transactions. Thus, for the offer of credit contributes in the hold input of resources in the company's cash and maximize profitability is necessary the application administrative tools in decision making. The Cs of credit is a tool, known and tested, which helps in decision making in that regards to the concession of credit because it facilitates the verification and confirmation of factors that interfere in the desired commitment. Therefore, the efficiency of the technique is completely related with obtaining of information about customer of credit policy and collection. The credit policyconsists in the primordial base efficient management values to receipt and charging determines the procedures to be used to secure the receipts and reduced bad debt. The detailed knowledge about the factors that cause the increase in the rate of default urge adoption of preventive basic rules in the process of analysis and credit decision. Given this, it was achieved at the Paulo Sérgio Monteiro de Carvalho Lins – ME Company, whose line of business is trade and produce items of clothing with in order to know and verify the management tools employed in the activity of credit analysis and Control of default. The imposition and observation of criteria concession of credits well as of techniques pertaining to Financial Management Corporate, avoid unwanted losses with possible insolvent, doing with that the company reaches a better profit performance. Keywords: Credit Sale. Business Decision. Tools. Default. 11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACI: Associação Comercial e Industrial CPF: Cadastro de Pessoa Física PAT: Posto de Atendimento ao Trabalhador SCPC: Serviço Central de Proteção ao Crédito 12 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 15 CAPÍTULO I – SMARC MODAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO ......................... 17 1 A EMPRESA...................................................................................... 17 1.1 Constituição da empresa ................................................................... 17 1.2 História da empresa........................................................................... 17 1.3 Produtos e serviços ........................................................................... 19 1.4 Recursos humanos ............................................................................ 19 1.5 Responsabilidade social .................................................................... 20 1.6 A contabilidade da empresa .............................................................. 20 1.7 Clientes.............................................................................................. 21 1.8 Perspectiva ........................................................................................ 21 CAPÍTULO II - MAPEAMENTO DO CRÉDITO EMPRESARIAL .................... 23 2 ANÁLISE DE CRÉDITO .................................................................... 23 2.1 História do crédito .............................................................................. 23 2.1.1 Crédito ............................................................................................... 23 2.1.2 Função social do crédito .................................................................... 24 2.2 Análise de crédito .............................................................................. 24 2.2.1 Objetivos da análise de crédito .......................................................... 25 2.3 Processo de crédito ........................................................................... 25 2.3.1 Conhecimento do cliente ................................................................... 26 2.3.2 Informações cadastrais...................................................................... 26 2.3.2.1 Cadastro de pessoa física ................................................................. 27 2.3.2.2 Cadastro de pessoa jurídica .............................................................. 27 2.3.3 Confirmação das informações obtidas............................................... 27 2.4 Elementos de uma política de crédito ................................................ 27 2.4.1 Padrões de crédito............................................................................. 28 2.4.2 Prazos................................................................................................ 28 2.4.3 Garantias ........................................................................................... 29 2.4.4 Descontos .......................................................................................... 29 13 2.4.5 Risco de crédito ................................................................................. 30 2.4.6 Custo do crédito................................................................................. 30 2.4.6.1 Despesas com cobranças.................................................................. 30 2.4.6.2 Despesas administrativas....................................................................31 2.4.6.3 Despesas com incobráveis/inadimplência ......................................... 31 2.4.6.4 Custo do investimento marginal em contas a receber ....................... 32 2.5 Os Cs do crédito ................................................................................ 33 2.5.1 Caráter............................................................................................... 34 2.5.2 Capacidade........................................................................................ 34 2.5.3 Capital................................................................................................ 34 2.5.4 Colateral ............................................................................................ 35 2.5.5 Condições.......................................................................................... 35 2.5.6 Conglomerado ................................................................................... 35 2.5.7 Consistência ...................................................................................... 36 2.5.8 Comunicação ..................................................................................... 36 2.5.9 Controle ............................................................................................. 36 2.5.10 Concorrência...................................................................................... 36 2.5.11 Custos................................................................................................ 37 2.5.12 Caixa.................................................................................................. 37 2.6 Fluxo de caixa.................................................................................... 37 2.6.1 Relação do fluxo de caixa com a análise........................................... 38 2.7 Elementos de uma política de cobrança ............................................ 38 2.7.1 Correspondência................................................................................ 39 2.7.2 Telefonema ........................................................................................ 39 2.7.3 Visita pessoal..................................................................................... 39 2.7.4 Via bancária ....................................................................................... 39 2.7.5 Via judicial.......................................................................................... 40 CAPÍTULO III - PESQUISA ............................................................................. 41 3 INTRODUÇÃO................................................................................... 41 3.1 Metodologia ....................................................................................... 41 3.2 A importância das ferramentas administrativas na decisão de concessão do crédito ....................................................................................... 42 3.3 Práticas desenvolvidas pela empresa................................................ 42 14 3.4 Confronto entre a teoria e a prática ................................................... 44 3.5 Ferramentas administrativas x Redução da inadimplência................ 46 3.5.1 Registro A – Inconsistência: cheque de conta-corrente recém aberta.................................................................................................................46 3.5.2 Registro B – Inconsistência: comprometimento do salário ................ 47 3.5.3 Registro C – Inconsistência: relacionamento de amizade ................. 47 3.5.4 Registro D – Inconsistência: ausência de atualização cadastral ....... 48 3.5.5 Registro E – Inconsistência: falta de monitoramento do cadastro do cliente.................................................................................................................48 3.5.6 Registro F – Inconsistência: recebimento de cheque de terceiro....... 49 3.5.7 Registro G – Inconsistência: análise fragmentada dos Cs do crédito................................................................................................................49 3.5.8 Registro H – Inconsistência: não avaliação da capacidade de pagamento ....................................................................................................... 50 3.6 Considerações ................................................................................... 50 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .................................................................... 51 CONCLUSÃO .................................................................................................. 52 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 54 APÊNDICES .................................................................................................... 56 ANEXOS .......................................................................................................... 62 15 INTRODUÇÃO Um dos desafios de quem está no comando de uma pequena ou média empresa em crescimento é tomar as melhores decisões para sua gestão financeira. Com a expansão dos negócios, as exigências vão mudando e o que foi decidido ontem pode não ser a melhor opção amanhã. Em tempos de crise, não é apenas o receio de vendas menores que assusta os empresários. O risco da inadimplência também é um fantasma. Devido a constante oscilação da economia, a necessidade de vender a prazo torna-se presente em todas as empresas. Assim, a determinação da política de crédito correta é de fundamental importância. “Uma política de crédito liberal aumenta o volume de vendas muito mais que uma política rígida, porém gera mais investimentos em contas a receber e mais problemas de recebimento o que exige maior rigidez da cobrança”. (HOJI, 1999, p. 128) Financiar clientes é uma maneira de manter o negócio competitivo, no entanto, todos os cuidados para que o índice de inadimplência seja o menor possível devem ser aplicados. Para tanto, antes da efetivação de operações a prazo, a empresa precisa recorrer a uma análise criteriosa e detalhada de dados cadastrais devendo se repetir todas vezes que acontecerem a concessão de crédito. A atividade de seleção de crédito exige conhecimento sobre o que está sendo decidido, bem como o uso de métodos, instrumentos e técnicas que auxiliem na tomada de decisão. A decisão pela oferta do crédito não caracteriza o término do processo decisório, pois outras deliberações, como as relativas à cobrança, devem ser tomadas. A política de cobrança tem a finalidade de fazer com que os recebimentos aconteçam nas datas previstas, colocando-os à disposição da administração de caixa da empresa. Diante disto, os objetivos destacados no trabalho foram: Avaliar os procedimentos teóricos para a análise de crédito, conhecer a prática adotada pela empresa no que tange à política de crédito, analisar sua 16 carteira de valores a receber e verificar as ferramentas administrativas mais utilizadas para a redução da inadimplência. Durante a pesquisa exploratória surgiu o seguinte questionamento: Uma decisão de crédito, sustentada por ferramentas administrativas é fator preponderante para a redução da inadimplência? Em resposta ao questionamento formulou-se o pressuposto: Uma decisão de crédito sustentada por ferramentas administrativas é fator preponderante para a redução da inadimplência, favorecendo a adoção de políticas de crédito adequadas. Para demonstrar na prática a veracidade da hipótese, foi realizada uma pesquisa de campo na empresa Paulo Sérgio Monteiro de Carvalho Lins – ME, localizada na Avenida Nicolau Zarvos, nº. 295 - Bairro do Ribeiro – Lins/SP, que tem como atividade empresarial o comércio e confecção sob medidas de peças de vestuário. A pesquisa foi realizada durante o período de março a setembro de 2009, cujos métodos e técnicas estão descritos no capítulo III. O trabalho está estruturado da seguinte maneira: Capítulo I: Apresenta a evolução histórica da empresa estagiada – SMARC MODAS, sua constituição física e jurídica, mercado de atuação e perspectiva de crescimento. Capítulo II: Trata da fundamentação teórica do crédito empresarial, destacando os elementos primordiais da atividade de análise e decisão de crédito. Capítulo III: Expõe o resultado da pesquisa, o confronto entre a teoria e a prática e enfatiza a adoção de ferramentas administrativas no processo decisório. Por fim, a Proposta de Intervenção, Conclusão, Referências, Apêndices e Anexos. 17 CAPÍTULO I SMARC MODAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO 1 A EMPRESA 1.1 Constituição da empresa A empresa Paulo Sérgio Monteiro de Carvalho Lins - ME, situa-se na Avenida Nicolau Zarvos, nº. 295 – Bairro do Ribeiro – Lins/SP. Inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o nº. 03.063.696/0001-93 e Inscrição Estadual sob o nº. 419.049.996.118, teve seu início em 09 de abril de 1999. Atuando no ramo de comércio e confecção sob medidas de peças de vestuário, exceto roupas íntimas, o empreendimento registra resultados favoráveis de agregação de valor e qualidade nos produtos comercializados. 1.2 História da empresa Espírito empreendedor, assim pode-se descrever o proprietário Paulo Sérgio Monteiro de Carvalho. Caminhoneiro desde muito jovem, vivenciou a falta de emprego em 1998. Desempregado, precisando de dinheiro para honrar seus compromissos mensais, chegou até ele a informação de um curso gratuito de corte e costura que aconteceria na Catedral de Santo Antônio de Lins/SP. Interessado em participar, porém envergonhado, pelas participantes serem do público feminino, Sérgio dirigiu-se até o local e solicitou que a monitora o ensinasse em particular. Em apenas uma aula aprendeu o necessário, já que tinha conhecimentos de alfaiataria, onde trabalhou quando adolescente. 18 Contrariando sua esposa, Márcia Martins de Carvalho, o empreendedor traçou um novo projeto de vida; adquiriu uma máquina de costura e deu início à confecção de camisetas e moletons dentro de um cômodo em sua residência, situada na Rua Luzia Seroni da Silva, nº. 30 – Bairro Parque Alto da Boa Vista – Lins/SP. Na época, Márcia trabalhava como servidora pública numa repartição de assistência à saúde e, como fonte de renda complementar, revendia roupas. Depois de muita insistência do esposo, começou a vender também os artigos, os quais eram fabricados pelo próprio marido, aos colegas de serviço e conhecidos. Os produtos conquistaram clientes e os primeiros pedidos de confecção surgiram. Com o decorrer dos meses, o executante percebeu a necessidade de comprar mais um equipamento, contratar uma costureira e principalmente de um ambiente adequado para a realização e legalização das atividades. Assim, construiu-se no espaço desocupado do terreno de seu domicílio uma pequena loja e toda a documentação para a abertura foi providenciada pelo escritório contábil escolhido. Após a abertura oficial, introduziu-se um período de confecção e estamparia, em grande escala, de uniformes escolares e profissionalizantes. Os negócios prosperavam e a empresa conquistava seu espaço no mercado. Isso levou Sérgio a contratar algumas costureiras e a sonhar com a instalação de seu empreendimento em um lugar mais apropriado. O sonho torna-se realidade no ano de 2002, quando o empresário descobre que um prédio localizado em uma das principais avenidas da cidade estava disponível para aluguel. O imóvel é alugado e, depois da reforma, as atividades da empresa passam a ser realizadas na Avenida Nicolau Zarvos, nº. 295 – Bairro do Ribeiro – Lins/SP. A mudança agradou ainda mais a clientela, que apesar de reconhecer a qualidade dos produtos e cortesia no atendimento, reclamava da difícil localização. Atento às necessidades dos consumidores e vislumbrando uma oportunidade de agregar valor aos artigos, Sérgio aprende a fazer bordado computadorizado e disponibiliza esta modalidade em seu estabelecimento, 19 tornando seu serviço um diferencial na cidade e, com isso, a procura foi intensa. Três anos depois, o empreendedor consegue efetuar a compra do prédio alugado, alcançando mais uma vitória. O nome fantasia SMARC faz alusão à família do proprietário. A letra ‘s’ representa seu nome, a sílaba ‘mar’, o princípio do nome de sua esposa e a letra ‘c’ indica as iniciais do nome de suas duas filhas: Camila e Catarina. Hoje, a microempresa tem uma área de 465 m2. A área construída é de 160 m2 divididos da seguinte forma: recepção para o atendimento aos clientes, galpão para a costura e estamparia e setor administrativo com banheiro e cozinha. O horário de expediente é das 8h às 18h de segunda-feira à sextafeira e aos sábados das 8h às 12h. Para a realização das atividades, a empresa possui três computadores, três mesas, duas impressoras, onze máquinas industriais, duas máquinas de bordado, um veículo Montana 2008, uma linha telefônica utilizada para atendimento, fax e acesso à Internet. As negociações financeiras são intermediadas pelos bancos do Brasil e Itaú e não há armazenamento de estoque, já que a empresa trabalha sob encomenda. 1.3 Produtos e serviços O comércio e confecção sob medida de blusas, calças, agasalhos, camisetas, camisas e semelhantes constituem a atividade principal da microempresa. O empreendimento oferece também serviços de silk-screen e bordado computadorizado, proporcionando, assim, qualidade nos produtos fabricados. 1.4 Recursos humanos Para o êxito das atividades realizadas, a empresa dispõe de mão-de- 20 obra de sete costureiras, duas auxiliares de costura, duas auxiliares de venda e dois menores aprendizes. Os colaboradores utilizam uniformes e além do salário mensal recebem benefícios como vale transporte, vale alimentação e plano odontológico. Quanto ao critério de recrutamento e seleção, o estabelecimento está associado ao Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), ficando este órgão responsável pelo anúncio de vagas, realização de entrevistas e encaminhamento do candidato. Os menores aprendizes são contratados através de um convênio com o Centro de Formação do Mirim situado na Rua Santos Dumont, nº. 551 – Bairro do Ribeiro – Lins/SP. Por fim, a gerência da loja está sob o comando do proprietário e de sua esposa. Juntos realizam todo o planejamento, organização e controle. 1.5 Responsabilidade social A empresa é comprometida com o bem-estar social, realizando doações de retalhos para o Grupo Linense de Combate ao Câncer, Centro de Reabilitação Eduardo Bicalho Magalhães e Centro de Atenção Integral à Saúde Clemente Ferreira. Com a utilização dos retalhos, as instituições desenvolvem atividades manuais que auxiliam no processo de recuperação dos pacientes. Preocupada também com a situação ambiental do planeta, a empresa, em parceria com o Amigão Lins Supermercados, lançará, em breve, uma sacola ecológica de juta. A finalidade deste projeto é contribuir para a redução na utilização de sacolas plásticas. 1.6 A contabilidade da empresa A contabilidade da empresa é terceirizada, tendo como responsável o Escritório Contábil Universo, localizado na Rua Dom Pedro II, nº. 682 – Centro – Lins/SP, de propriedade do senhor Fernando Parini, devidamente habilitado, 21 o qual mantém a escrituração contábil e fiscal em absoluta ordem, de acordo com os Princípios Fundamentais da Contabilidade. O relacionamento com o escritório se dá através de visitas, telefonemas e utilização de software de mensagens instantâneas e a rotina mensal resume-se na entrega de notas fiscais de entrada e saída do mês anterior, no quinto dia útil, para a realização da escrituração e mensuração dos resultados. O escritório também é responsável pela elaboração da folha de pagamento e seus encargos sociais. 1.7 Clientes A empresa conta com uma clientela fiel, formada principalmente por estudantes e estabelecimentos comerciais localizados na cidade de Lins/SP. Sendo a responsável pela confecção de uniformes da grande maioria das escolas estaduais do município, a empresa repassa, anualmente, para a Associação de Pais e Mestres de cada unidade, cinco por cento do valor auferido em camisetas para doações a alunos carentes. A quantidade repassada é proporcional a de uniformes vendidos de cada dependência de ensino. Convém ressaltar que a empresa também confecciona os uniformes de algumas escolas particulares e de educação infantil. Ao todo são aproximadamente vinte e cinco escolas atendidas. O estabelecimento geralmente participa das licitações ocorridas na cidade e em outros municípios e confecciona uniformes profissionalizantes tanto para pequenas quanto para grandes empresas. 1.8 Perspectiva A ampliação da loja em aproximadamente 100 m2 está prevista para 22 este ano. Segundo o proprietário, com a extensão da loja será implantado um novo layout, já definido, que facilitará a organização e concretização das atividades. Os resultados advindos da utilização do sistema de informação adquirido também geram expectativas. Com a implantação do sistema, as atividades realizadas em fichas e planilhas do Excel serão digitalizadas, facilitando assim, o atendimento, o controle e a tomada de decisões gerenciais. 23 CAPÍTULO II MAPEAMENTO DO CRÉDITO EMPRESARIAL 2 ANÁLISE DE CRÉDITO 2.1 História do crédito De acordo com Lemes Júnior; Rigo; Cherobim (2005), as primeiras formas de crédito, especificadas no Código de Hamurabi, 1800 a. C pelos autores Homer e Sylla são provenientes das entregas antecipadas realizadas pelos produtores de sementes e implementos nas sociedades primitivas voltadas para as atividades rurais e agrícolas. Após o surgimento do dinheiro, na Grécia antiga, as atividades comerciais deram procedência às primeiras instituições bancárias, que passaram a conceder crédito sob diversas modalidades. 2.1.1 Crédito No entendimento de Securato (2002), o vocábulo crédito vem do latim creditum que significa confiança ou segurança na verdade de alguma coisa. Assim, em finanças, a palavra crédito relaciona-se com a confiança em receber um valor, em data futura, normalmente resultante da venda de um produto ou prestação de serviço. Segundo Lemes Júnior; Rigo; Cherobim: O crédito, no conceito atual, é a disposição de alguém ceder temporariamente parte de seu patrimônio ou prestar serviços a terceiros com a expectativa de receber de volta o valor cedido ou receber pagamento, depois de decorrido o período estipulado, na sua integralidade ou em valor correspondente. (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005, p.354) 24 Deste modo, percebem-se duas noções fundamentais no conceito de crédito: a confiança expressa na promessa de pagamento e o tempo, período entre a concessão e o pagamento da dívida. Convém ressaltar que o conceito de crédito está evidente no dia-a-dia das pessoas e empresas, pois através deste mecanismo é possível satisfazer as mais diversas necessidades, desde as mais elementares para a sobrevivência até as mais ousadas. 2.1.2 Função social do crédito O crédito é um importante instrumento no processo de crescimento, uma vez que torna flexível a acumulação de capital, facilitando o desenvolvimento econômico do país. A utilização do mesmo apresenta também grande valor na formação de expectativas, de forma que, se bem empregado e se garantidos os bons resultados de investimentos, produz um aumento do otimismo na economia. 2.2 Análise de crédito Na compreensão de Ferreira (2005), a atividade de seleção de crédito de uma empresa busca definir se deve ser concedido crédito a um cliente, e mais adiante, estabelecer os limites quantitativos para este crédito. Como a principal função do gestor financeiro é a maximização da riqueza dos acionistas e o crédito um dos ativos da organização, torna-se necessário chegar a uma decisão de crédito que proporcione segurança e rentabilidade para a empresa. Para Schrickel: A análise de crédito envolve a habilidade de fazer uma decisão de crédito, dentro de um cenário de incertezas e constantes mutações e informações incompletas. Esta habilidade depende da capacidade de analisar logicamente situações, não raro, complexas e chegar a uma conclusão clara, prática e factível de ser implementada. (SCHRICKEL, 1998, p. 27) 25 Com o propósito de realizar uma análise de crédito objetiva e conclusiva, faz-se necessário a utilização de todas as fontes de informações que se possam ter, visto que as vendas a prazo geram custos e riscos. Em suma, a análise de crédito consiste em atribuir valores a um conjunto de fatores que permitem a emissão de uma opinião sobre determinada operação de crédito. (BARBOSA et al., 2002) 2.2.1 Objetivos da análise de crédito Em operações a prazo, o objetivo primordial resume-se em identificar e enumerar os riscos. A palavra risco designa incerteza e probabilidade de perigo, segundo Fernandes; Luft; Guimarães (1996). A possibilidade de prejuízo financeiro, em tese, não é eliminável, mas deve ser reduzida em conformidade com os principais parâmetros de risco que a empresa está disposta a assumir. Conforme Fonseca; Mora Neto; Souza (2005), o risco nas operações de crédito existe porque o fluxo de caixa prometido pode ou não ser pago na sua totalidade pelos diversos tomadores. Para melhor entender o risco de crédito é recomendável verificar o processo decisório que incorpora a obtenção de um grande número de informações dos possíveis clientes. 2.3 Processo de crédito Na percepção de Schrickel (1998), o processo de crédito busca a exploração de todos os componentes da análise. Para alcançar resultados favoráveis nesta etapa é fundamental reunir o máximo de informações sobre o solicitante de crédito com o intuito de formar um conceito a respeito dele. Há dados que geralmente não são fornecidos pelo cliente, no entanto a empresa precisa desenvolver outras referências para obter informações confiáveis e seguras. 26 2.3.1 Conhecimento do cliente Conhecer a quem se entregará recursos em confiança é imprescindível no processo de crédito. Saber quem é o cliente, o que ele faz, como faz, onde faz e para quem faz pode ser um diferencial que ajudará a reduzir o índice de perda. Todas as informações levantadas e confirmadas devem fazer parte do cadastro de clientes, instrumento que precisa ser consultado, monitorado e atualizado quantas vezes acontecer a concessão de crédito. (TÓFOLI, 2008) 2.3.2 Informações cadastrais A exibição de alguns documentos é indispensável para a construção de informações sobre o pretendente de crédito. A empresa deve exigir a apresentação de documentos comprobatórios e não apenas aceitar a recitação verbal de dados no momento da compra. No julgamento de Fonseca; Mora Neto; Souza (2005), outras informações podem ser adquiridas através de visitas e contatos com terceiros – fornecedores, clientes e bancos. Outra importante fonte para o processo é oferecida por empresas prestadoras de serviços em assessoria às decisões de crédito. De acordo com Assaf Neto (2007), no Brasil, esses serviços podem ser fornecidos pela Serasa, pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e pelas Associações Comerciais e Industriais (ACI) Na compreensão de Lemes Júnior; Rigo; Cherobim (2005), fica claro que, quanto maiores forem os valores de crédito pretendido, maior será o nível de detalhamento das informações. Portanto, pode-se dizer que a profundidade das informações a serem utilizadas está vinculada ao valor do limite do crédito desejado. A empresa deve utilizar procedimentos muito bem estruturados para coletar informações sobre o pretendente de crédito. 27 2.3.2.1 Cadastro de pessoa física No entendimento de Tófoli (2008), o cadastro de pessoa física deve conter dados de identificação pessoal, como: nome, filiação, idade, estado civil, número de filhos, endereços, posses, telefone, dados profissionais, salário, renda familiar, tempo de serviço, volume de compras, incidências de atrasos e outros. 2.3.2.2 Cadastro de pessoa jurídica Para Lemes Júnior; Rigo; Cherobim (2005), na elaboração do cadastro de pessoa jurídica é essencial a apresentação do estatuto ou contrato social, demonstrações financeiras dos últimos três anos, ficha cadastral da empresa apontando os clientes e fornecedores principais, documentação legal dos bens e listagem dos acionistas majoritários ou proprietários. 2.3.3 Confirmação das informações obtidas A empresa deve verificar a veracidade das informações fornecidas pelo cliente através de consultas e pesquisas no cadastro próprio – no caso de não ser cliente novo, no SCPC, Serasa, bancos com os quais opera e outras fontes de informações apresentadas pelo pleiteador no momento da análise. 2.4 Elementos de uma política de crédito Em uma política de crédito são definidos os parâmetros básicos para a 28 realização das vendas a prazo. Nela são encontrados os elementos primordiais para a concessão, monitoramento e cobrança. Segundo Ross; Westerfield; Jaffe: Uma empresa precisa estabelecer certas condições ao vender seus bens e serviços a prazo. Por exemplo, as condições de venda podem especificar o prazo de crédito, o desconto por pagamento a vista e o tipo de instrumento de crédito utilizado. Ao conceder crédito uma empresa procura distinguir entre clientes que pagarão suas contas e clientes que não o farão. (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 2002, p.638) Ainda é viável salientar que a opção por uma política de crédito liberal provoca elevação do volume das vendas aumentando o risco da inadimplência. Já, uma política de crédito rígida, restringe o volume das vendas, garantindo maior probabilidade de recebimentos. (TÓFOLI, 2008) 2.4.1 Padrões de crédito Os padrões de crédito consistem nos requisitos mínimos de segurança que devem ser atendidos pelos clientes para que se conceda o crédito, segundo Assaf Neto (2007). A imposição destas exigências mínimas está diretamente vinculada com o risco de perda pelo não recebimento. 2.4.2 Prazos Conforme Lemes Júnior; Rigo; Cherobim (2005), prazo é o período de tempo oferecido ao cliente para consumar o pagamento do compromisso assumido. Este prazo geralmente é medido em número de dias representativos do mês comercial e a contagem se inicia a partir da data de emissão da fatura. Para Assaf Neto (2007), vários fatores influenciam na determinação do prazo de concessão de crédito, como por exemplo, a política adotada pela concorrência, as características e o risco ligado ao mercado consumidor, a natureza do produto vendido, o desempenho da conjuntura econômica, o 29 atendimento de determinadas metas gerenciais internas da empresa e o prazo de pagamento dos fornecedores. Outrossim, convém elencar que o prazo é um componente negocial, podendo ser modificado de acordo com as necessidades de cada cliente. 2.4.3 Garantias A exigência de garantias é um recurso utilizado para reduzir os riscos de vendas a prazo. As garantias representam o comprometimento de pessoas físicas ou jurídicas, pela obrigação assumida ou definem bens, móveis ou imóveis, que responderão pela dívida, caso o devedor não consiga liquidá-la. De acordo com Schrickel (1998), é viável analisar detalhadamente cada modalidade de garantia apresentada, pois existem garantias que são mais líquidas e rápidas que outras em caso de disputas judiciais. 2.4.4 Descontos O desconto financeiro corresponde a uma redução no preço de venda quando o pagamento é efetuado à vista ou em um prazo menor. Gitman (2004) diz que a colocação de um desconto por pagamento rápido nos prazos de crédito é uma forma muito comum de acelerar os recebimentos sem pressionar os clientes. Ao apressar os recebimentos, o desconto reduz o investimento em contas a receber, mas em contrapartida diminui o lucro por unidades. A utilização de descontos possibilita o aumento das vendas e contribui para a redução de necessidade de caixa. As empresas que consideram a possibilidade de oferecer descontos por pagamento rápido devem fazer uma análise benefício-custo para verificação da viabilidade desta prática. “Conceder descontos significa abrir mão da rentabilidade, para obter maior segurança no recebimento”. (ASSAF NETO; SILVA, 1997, p.107) 30 2.4.5 Risco de crédito O risco de crédito é algo que está presente em qualquer empresa que ofereça a modalidade de venda a prazo, porém deve ser razoável e compatível com o negócio. O empreendedor de sucesso não assume riscos desnecessários, pelo contrário, consegue identificá-los e minimizá-los durante o processo de análise de crédito. Segundo Lemes Júnior; Rigo; Cherobim (2005), os riscos de vender a crédito estão relacionados com a possibilidade de não recebimento do todo ou parte da venda, gerando, assim, perdas financeiras e redução de lucro. 2.4.6 Custo do crédito Negocialmente, é importante conceder mais crédito aos clientes, pois geralmente padrões de concessão de crédito mais flexíveis estimulam as vendas. Contudo, oferecer crédito aos clientes representa assumir custos e riscos que não existiriam nas vendas à vista. Os custos relacionam-se ao maior volume de recursos colocados em valores a receber e na probabilidade de elevação das perdas com devedores duvidosos. (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005) 2.4.6.1 Despesas com cobranças Constituem-se dos dispêndios efetuados nos diversos procedimentos realizados pela empresa como, por exemplo, os gastos oriundos de eventuais ações judiciais, taxas cobradas pelos bancos pela execução dos serviços, dentre outros. Os custos resultantes da cobrança constantemente, em termos de custo-benefício. devem ser analisados, 31 2.4.6.2 Despesas administrativas Resumem-se nas despesas relacionadas com as atividades de operações a prazo, como: materiais, impressos, salário de pessoal e manutenção do departamento de crédito. 2.4.6.3 Despesas com incobráveis/inadimplência A falta de pontualidade nos recebimentos referentes a bens e/ou serviços ofertados através de operações realizadas a prazo, denomina-se inadimplência. Para Tófoli (2008), a inadimplência é caracterizada como um descumprimento de uma dívida contraída anteriormente e os procedimentos mais comuns que auxiliam na elevação do índice da inadimplência são: as vendas a prazo sem critérios de concessão, dilatação no prazo concedido, não gerenciamento das listas de valores a receber, cobrança ineficiente, cadastro inadequado e sem atualizações. Logo, por parte do cliente, os requisitos que facilitam o aumento da inadimplência são: as compras realizadas por impulso e sem planejamento prévio, desemprego, problemas familiares, doença, falta de cobrança e má fé. Segundo Gitman (2004), a inadimplência é um acontecimento fatal, embora que, no caso da grande parte das empresas que se tornam inadimplentes isso acontece no primeiro ou segundo ano de existência; outras empresas crescem, se desenvolvem e, posteriormente, arruínam. Tófoli (2008) relata também que a participação de clientes inadimplentes em relação às vendas a prazo pode ser mensurada utilizando a seguinte fórmula: Índice de inadimplência = Devedores em atraso/Vendas a prazo total O percentual auferido demonstra a eficiência da aplicação das 32 ferramentas administrativas e dos métodos de cobrança empregados no processo e, para que o índice fique cada vez menor, é preciso conhecer detalhadamente os fatores que favorecem o aumento da inadimplência, já especificados acima, para a partir daí estabelecer a utilização de práticas preventivas. De acordo com Fiorentini (2004), as regras preventivas que auxiliam no controle da inadimplência são: a) atualizar os dados cadastrais quando se tratar de cliente antigo; b) elaborar cadastro para os clientes que desejam comprar mercadorias e/ou serviços a prazo; c) efetuar a confirmação de dados; d) exigir a apresentação de documentos pessoais, comprovante de endereço e de renda em cada compra; e) identificar o grau de comprometimento da renda do consumidor; f) encurtar os prazos de pagamento; g) impor critérios nas negociações com cheques de terceiros; h) determinar padrões mais rigorosos nas épocas sazonais; i) verificar o tempo de abertura da conta corrente que deve ser superior há um ano; j) realizar, em conjunto, uma análise criteriosa dos dados coletados. 2.4.6.4 Custo do investimento marginal em contas a receber Quando a direção de uma empresa opta por um afrouxamento do rigor estabelecido nos padrões de crédito, surge de imediato uma elevação no volume das vendas e, consequentemente, dos resultados. No entanto, com o aumento das operações a prazo eleva-se também a necessidade de maiores investimentos em contas a receber. “A expansão do crédito em montante e prazo implica aumento de recursos aplicados no capital circulante da empresa”. (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005, p. 362) 33 Ao deslocar recursos para os valores a receber, a empresa fica sujeita ao custo de oportunidade por não empregar esses recursos em outro investimento do mesmo nível de risco. O custo de oportunidade representa o valor associado a melhor alternativa não escolhida e para que a empresa consiga minimizar ou igualar a taxa de retorno não selecionada é essencial nas vendas a crédito aumentar os preços dos produtos e/ou serviços. (GROPPELLI; NIKBAKHT apud TÓFOLI, 2008) Com a elevação dos preços, a empresa, ao receber os compromissos assumidos pelos clientes, obtém um retorno parceladamente, tendo possibilidades de expandir suas atividades, amortizar dívidas e efetuar investimentos. Desta forma, antes de qualquer decisão, é preciso certificar-se de que a concessão de crédito é mesmo a melhor opção para a empresa naquele momento e efetuar projeções financeiras que favoreçam, no mínimo, condições de confrontar a taxa de retorno com a taxa básica exigida na política de crédito. (ASSAF NETO, 2007) 2.5 Os Cs do crédito Após a coleta de informações sobre o pretendente de crédito, a empresa defronta-se com a difícil decisão de conceder ou não o crédito. (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 2002) Para ajudar neste processo, utiliza-se uma técnica conhecida como 5 Cs, que se referem aos seguintes aspectos: caráter, capacidade, capital, colateral e condições, conforme Gitman (2004). Convém ressaltar que na Administração Financeira encontra-se também uma extensão dos Cs do crédito, que podem ser especificados como: conglomerado, consistência, comunicação, controle, concorrência, custos e caixa. (BLATT, 1999) O entendimento de cada palavra é subjetivo, porém, no contexto da atividade, torna-se bastante objetivo e cabe ao credor compreender. 34 2.5.1 Caráter O caráter é o item mais relevante na análise de crédito. Faz alusão à integridade ética do pleiteador para saldar os compromissos assumidos. Para Fonseca; Mora Neto; Souza (2005), uma forma de apurar esta característica é obter informações junto a bancos e cartórios de títulos e protestos e a partir daí tirar conclusões sobre a conduta do cliente no que diz respeito à pontualidade e permanência com que tem liquidado seus títulos e obrigações. Além disso, segundo Hoji (1999), colher informações complementares do cliente acerca da cultura, hábitos, hobbies, profissionalismo e honestidade pode ser um diferencial que acrescentará valor na avaliação do caráter. 2.5.2 Capacidade A firme intenção de pagar, de nada vale, se o cliente não tiver capacidade para saldar seus compromissos financeiros. Para constatar esta potencialidade no caso de crédito para pessoa física é fundamental enfocar a idade, formação acadêmica, local de trabalho, cargo que ocupa, salários e tempo de serviço na empresa. (TÓFOLI, 2008) Já, na análise da habilidade de crédito para pessoa jurídica, devem ser ponderados os índices de liquidez, endividamento, rentabilidade e geração de caixa. (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005) 2.5.3 Capital A variável capital consiste em especificar o comportamento das dívidas do cliente em comparação com seu capital próprio. (GITMAN, 2004) 35 Para empresas, avalia-se o nível de imobilizações em relação ao patrimônio líquido, o nível de investimentos em máquinas, equipamentos e tecnologias. Todavia, para pessoas físicas analisa-se a responsabilidade de sua remuneração com as despesas fixas, como aluguel, água, luz, telefone, prestações, consórcios e alimentação. (TÓFOLI, 2008) 2.5.4 Colateral Procura averiguar a capacidade do cliente em oferecer garantias, isto é, espécie de segurança adicional, essencial à concessão do crédito, com o objetivo de diminuir o risco da operação. A garantia nunca deve ser o motivo para realizar o crédito e sim um reforço para compensar a fragilidade de um ou mais Cs. 2.5.5 Condições Este indicador está ligado aos fatores externos que podem de alguma forma prejudicar a capacidade do cliente honrar seus compromissos. Nas empresas, a sazonalidade dos produtos, o ambiente macroeconômico e setorial, a concorrência e a dependência em relação ao governo são alguns atenuantes que podem ser desfavoráveis ao retorno do crédito cedido. Para pessoas físicas, os fatores que mais afetam o desempenho econômico são: doenças, falecimento, desemprego e relações trabalhistas. (BLATT, 1999) 2.5.6 Conglomerado Refere-se à análise de todo o grupo empresarial - controlada, 36 controladora, coligadas e interligadas e tem como finalidade a apuração da situação econômica financeira de toda a corporação. 2.5.7 Consistência Este ‘c’ busca comprovar a autenticidade dos dados coletados com o pretendente de crédito. A confirmação positiva proporciona segurança para a realização da operação. 2.5.8 Comunicação A comunicação está relacionada à habilidade de obter, de forma ágil, informações relevantes. 2.5.9 Controle O acompanhamento e fiscalização do crédito ofertado, de maneira discreta e coerente, permitem que a empresa descubra e solucione variáveis relativas ao crédito antes do mesmo se tornar problemático. 2.5.10 Concorrência Conhecer e compreender a atividade econômica do cliente, produtos, tecnologia empregada e serviços prestados, possibilita a identificação de fatores de risco na qual a empresa solicitante está inserida. 37 2.5.11 Custos A estrutura dos custos variáveis e fixos demonstra o processo de formação da receita. O reconhecimento de como se dá a organização dos custos revela à empresa credora a probabilidade de auferir receitas capazes de liquidar os compromissos assumidos. 2.5.12 Caixa O caixa gerado pela empresa pretendente de crédito demonstra a consistência de uma boa gestão. 2.6 Fluxo de caixa O fluxo de caixa é uma ferramenta gerencial que auxilia a evitar problemas de liquidez. Através de sua utilização é possível descrever como serão pagos os compromissos, como será produzido o caixa, quais políticas financeiras serão implementadas pela empresa e como planejar e administrar as fontes e necessidades de caixa. Segundo Tófoli (2008), para que não ocorra uma má administração, o desempenho do fluxo de caixa de encaixes e desencaixes é essencial para a gestão de caixa. É fundamental visualizar o montante de recursos que irá sobrar ou faltar dentro do período de avaliação estipulado. Para tanto, necessita-se da montagem de um demonstrativo (planilha) que apresente informações claras e de fácil entendimento. Normalmente, devem ser elaborados dois fluxos de caixa por período, sendo: o Fluxo de Caixa Planejado (ou projetado) e o Fluxo de Caixa Real. (TÓFOLI, 2008) 38 2.6.1 Relação do fluxo de caixa com a análise O fluxo de caixa como um instrumento de informação possibilita reconhecer o processo de circulação do dinheiro, a liquidez da empresa e as necessidades futuras de caixa. É neste contexto que esta poderosa ferramenta assume um papel relevante no processo de análise de crédito. Independente do porte, toda empresa necessita de um caixa e através do exame detalhado desta ferramenta, verifica-se uma série de informações significantes, em especial, exatamente o quanto está disponível para ser entregue aos credores. De acordo com Assaf Neto; Silva (2002), a escassez de caixa pode definir cortes de crédito, suspensão de entrega de mercadorias e má reputação junto a fornecedores e clientes. Enfim, com a utilização do fluxo de caixa, as decisões de concessão de crédito estarão sustentadas em informações seguras, contribuindo para o alcance dos objetivos esperados. 2.7 Elementos de uma política de cobrança Para Ross; Westerfield; Jaffe (2002), cobrança é uma maneira de adquirir o pagamento de contas vencidas. Através da cobrança, os recebimentos acontecem nas datas previstas, completando, assim, o ciclo operacional. Conforme Hoji (1999), a política de cobrança deve ser executada em sintonia com a política de crédito a fim de que a concessão de crédito não seja facilitada exorbitantemente, ocasionando, posteriormente, a aplicação de procedimentos rígidos de cobrança. Na negociação é de grande valia que os clientes saibam dos mecanismos utilizados para que não ocorram reclamações futuras. Os instrumentos de cobrança mais empregados segundo Tófoli (2008) são: correspondência, telefonema, visita pessoal, via bancária e judicial. 39 2.7.1 Correspondência Transcorridos alguns dias, a empresa envia uma carta de aspecto amigável, com uma recordação de que a conta está vencida. Esta é uma maneira de baixo custo e eficácia. 2.7.2 Telefonema Consiste em contatar o cliente requisitando o pagamento imediatamente. Neste contato, o devedor poderá manifestar uma desculpa razoável, podendo, então, estabelecer um novo prazo para saldar as pendências. Esta é uma prática de médios custos e resultados. 2.7.3 Visita pessoal Um representante ou funcionário do departamento de cobrança realiza uma visita pessoal na residência do cliente com a intenção de obter um contato mais próximo. Nesta operação, os custos são altos, além de colocar em risco a segurança pessoal do colaborador. 2.7.4 Via bancária Esta modalidade é indispensável para empresas que possuem clientes espalhados geograficamente. É mais prática, segura e apresenta custos menores do que uma cobrança feita em carteira. Habitualmente, a cobrança bancária alcança resultados positivos, pois se o sacado retardar o pagamento, 40 o banco não dispensará os encargos monetários e até mesmo poderá encaminhar o título para protesto após o vencimento. 2.7.5 Via judicial A ação judicial é uma providência extrema e deve ser utilizada somente depois de esgotadas as demais formas. Os custos são elevados e não há garantias do pagamento do valor vencido em função das condições argumentadas pelo devedor. 41 CAPÍTULO III PESQUISA 3 INTRODUÇÃO 3.1 Metodologia A empresa SMARC MODAS, desde a sua fundação em 1999, vem superando expectativas, inovando constantemente em serviços e atendimento, conseguindo, assim, conquistar espaço no mercado, satisfazer os clientes e auferir resultados favoráveis. Diante disto, traçou-se o objetivo de conhecer os procedimentos adotados pela empresa quanto a política de crédito, já que vender a prazo é uma maneira hábil de expandir os negócios, ampliar o volume das vendas, atrair novos clientes e, consequentemente, lucrar mais. Para tal, foi realizada uma pesquisa no período de março a setembro de 2009 utilizando-se dos seguintes métodos: Método do Estudo de Caso: foi efetuado um estudo de caso na empresa Paulo Sérgio Monteiro de Carvalho Lins – ME a fim de analisar os procedimentos adotados para a concessão de crédito a seus clientes. Método da Observação Sistemática: foram observados, analisados e acompanhados os procedimentos utilizados pela empresa no que tange à concessão de crédito, para dar suporte no desenvolvimento do Estudo de Caso. Método Histórico: foram observados os registros de vendas a prazo da empresa como suporte para o desenvolvimento do Estudo de Caso. As técnicas aplicadas na pesquisa foram: Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A); Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B); Roteiro do Histórico da empresa (Apêndice C); 42 Roteiro de entrevista com o proprietário (Apêndice D); Roteiro de entrevista com o profissional responsável pela concessão de crédito (Apêndice E); Outros registros. 3.2 A importância das ferramentas administrativas na decisão de concessão do crédito A procura pela eficiência na aplicação de recursos estimula os responsáveis pela gestão empresarial a tomar decisões embasadas em informações consistentes. A decisão de conceder ou não crédito exerce influência nos resultados auferidos e esperados. Por isso, para auxiliar neste processo é recomendável a utilização de ferramentas administrativas. Com o uso adequado, coerente e repetitivo destes instrumentos é possível reduzir o risco de inadimplência, insuficiência de caixa, atraso no pagamento de fornecedores, colaboradores e outros compromissos assumidos. Uma ferramenta que merece destaque é os Cs do crédito, mecanismo aceito, ampliado e testado nas Finanças Empresariais que norteia as etapas da análise. A aplicação desta técnica em consonância com a política de crédito estabelecida permite identificar se o pleiteador conseguirá efetuar o pagamento da dívida contraída nos prazos determinados. É importante salientar que o conhecimento e compreensão de conceitos da Administração Financeira como capital de giro, ciclo operacional e financeiro, custos, riscos, prazos, despesas, fluxo de caixa planejado e realizado também auxiliam na tomada de decisão. 3.3 Práticas desenvolvidas pela empresa Visando à ampliação e expansão de suas atividades, a empresa 43 estagiada oferece duas modalidades de operações a prazo: crediário e cheque. No crediário, clientes antigos e pontuais efetuam suas compras com comodidade e agilidade, já que é dispensada a confirmação de dados novamente. Nesta modalidade, também é possível incluir novos clientes que solicitam este mecanismo, sendo essencial a apresentação da cédula de identidade, do Cadastro de Pessoa Física (CPF), holerite, comprovante de residência e indicação de três estabelecimentos nos quais compram mercadorias ou serviços a prazo. Em seguida, estas informações são registradas em uma ficha e dados complementares, como estado civil, filiação, telefone e endereço comercial são também coletados. Por fim, é efetivada uma consulta do número do CPF no SCPC e realizados telefonemas para confirmação das referências especificadas. Se constatada pontualidade nos pagamentos e comportamento financeiro apropriado, as auxiliares de venda negociam o prazo, o número de prestações e emitem as notas promissórias. A empresa não impõe limite de crédito a ser observado. Já nas compras com cheques pré-datados é indispensável a verificação do tempo de vigência da conta corrente bancária e da consulta do cheque no SCPC. Convém citar que nas negociações são aceitos cheques de terceiros, quando comprovado o grau de relacionamento e que cheques pertencentes à conta-corrente com existência inferior a um ano são recusados. Na prestação de serviços para pessoa jurídica, a empresa também comercializa a prazo. Para tanto, é preparado um cadastro composto da documentação legal e ficha informativa indicando os principais clientes, fornecedores, acionistas, proprietários e dirigentes. Como instrumento de recebimento é utilizada a emissão de boletos. No gerenciamento das contas a receber, o método aplicado são as planilhas de Excel que possibilitam com facilidade o acompanhamento e controle dos valores e seus respectivos vencimentos. Quanto aos procedimentos de cobrança, a empresa utiliza-se de cartas, protesto de títulos, ação judicial e cobrança bancária, os quais acontecem da seguinte maneira: dez dias após o vencimento da promissória é 44 encaminhado, via correio, uma notificação recordando a pendência e no dia seguinte se o cliente não se manifestar até o final do expediente seu nome é incluso no SCPC. Transcorridos mais dez dias, sem surtir efeito, é enviada outra correspondência solicitando o pagamento em um prazo rigoroso de quarenta e oito horas. Caso isto não ocorra, a empresa entrega no 1º ou 2º Cartório de Notas e Protestos da cidade de Lins a nota promissória, ficando este órgão responsável pela cobrança da dívida acrescida de encargos, sem ônus para o cedente. Após a quitação do título, o cartório repassa o valor correspondente e a empresa deve, em um prazo de quarenta e oito horas, retirar o nome do cliente do SCPC. O instrumento judicial é evitado ao máximo pela direção, em virtude do longo período de tempo envolvido e das argumentações oferecidas pelo devedor. Entretanto, em casos expressivos, a empresa, sob orientação e comando de um advogado, recorre ao Juizado de Pequenas Causas na Comarca de Lins. Com relação aos cheques que são devolvidos pela primeira vez sem a devida provisão de fundo, a empresa reapresenta-os mais uma vez na instituição financeira com a qual opera e se forem recusados novamente por ausência de recursos, imediatamente são encaminhados para o cartório tomar as devidas providências. Finalmente, a cobrança bancária acontece quando os boletos emitidos para os clientes pessoas jurídicas não são pagos no prazo estabelecido. O banco contratado e emissor do boleto, após três dias de vencimento da dívida realiza automaticamente a cobrança e depois do recebimento efetua um crédito na conta da empresa. 3.4 Confronto entre a teoria e a prática Através da realização da pesquisa na empresa SMARC MODAS constatou-se a divergência de algumas práticas com o que determina a teoria. 45 Em primeiro lugar, convém salientar sobre a essência do crediário. A empresa faz opção por um cadastro simples, sem detalhamento de informações, o que favorece o aumento da inadimplência e dificuldades na execução da cobrança. Neste mecanismo, o gestor deve esforçar-se para reunir a maior quantidade de informações de uma pessoa física ou jurídica com o propósito de conhecê-la e saber suas intenções. Segundo Tófoli (2008), há dados que são de grande valor em um cadastro, como os possíveis endereços em que o cliente pode ser localizado, a renda familiar, hábitos de compras, número e idade dos filhos. Já no cadastro de pessoa jurídica é fundamental conter também cópia das demonstrações financeiras dos últimos três anos, visando à observação e análise dos índices de liquidez, endividamento, rentabilidade, prazos e ciclos. (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005) Em segundo lugar, é viável ressaltar a importância da determinação do limite de crédito. A empresa deve relacionar o comprometimento do salário do cliente ou receitas da organização com outras despesas primordiais para sua existência. Portanto, a imposição de uma restrição financeira é uma maneira de precaução contra prováveis atrasos e não recebimentos, segundo Ferreira (2005). No tocante aos prazos oferecidos aos clientes, são comuns pequenos ajustes que facilitam a data do pagamento, mas estas negociações não podem ocasionar desequilíbrio de caixa para a empresa. De acordo com Gitman (2004), a ampliação do prazo de crédito resulta no aumento do ciclo de caixa, levando a empresa a buscar capital de terceiros para saldar seus compromissos. Nas modalidades de cobrança utilizadas, verifica-se consonância com o que prega a Administração Financeira. No entanto, se as técnicas de telefonia e visitas pessoais fossem incorporadas na política de cobrança, um contato mais próximo com o devedor seria estabelecido, o que normalmente produz um efeito mais rápido e eficiente. Por último, a ausência da implantação de algumas diretrizes dos Cs do crédito na análise merecem atenção. Os itens devem ser analisados sempre em conjunto, pois isolados não apresentam resultados relevantes. (HOJI, 1999) 46 3.5 Ferramentas administrativas x Redução da inadimplência Como confirmação da pergunta-problema justificando a prática da utilização de ferramentas administrativas para garantia de recebimentos de vendas a prazo, foram observados registros de clientes inadimplentes e constatada a ausência de um ou mais fatores preponderantes em análise criteriosa de concessão de crédito. Os registros examinados são referentes aos anos de 2006, 2007 e 2008, cujos índices de inadimplência mensurados respectivamente pela empresa foram: 13%, 9% e 11%. É importante ressaltar que nos registros A, C, F, G, detalhados abaixo, não vigorava a política de crédito especificada no item 3.3 deste trabalho. Segue histórico do registro e reflexão do caso. 3.5.1 Registro A – Inconsistência: cheque de conta-corrente recém aberta Uma venda a prazo no valor de trezentos reais foi realizada com apresentação de três cheques pré-datados para trinta, sessenta e noventa dias. Na negociação, não foi considerado que o cliente era correntista do banco há apenas três meses. Na busca pelo recebimento, a empresa utilizou-se de telefonemas, cartas e protesto de títulos, mas não conseguiu recuperar o crédito, contabilizando o prejuízo em seus resultados. Reflexão: A falta de observância do tempo de existência da conta corrente bancária impossibilitou o retorno do crédito no caixa da empresa. Conforme Fiorentini (2004), os cheques pertencentes a contascorrentes recém abertas não devem ser aceitos, pois apresentam um alto índice de inadimplência. O ideal é que o correntista seja cliente do banco emitente do cheque há mais de um ano, conforme especificado no item 2.4.6.3 alínea ‘i’, para que a empresa efetue a operação com segurança. 47 3.5.2 Registro B – Inconsistência: comprometimento do salário Uma cliente solteira, com cinco filhos e renda mensal de um salário mínimo solicitou a abertura de um crediário. Para tanto, o estabelecimento exigiu a apresentação de alguns documentos e em seguida verificou a existência de pendências no SCPC. Como na consulta não foi apontada irregularidades, a compra no valor de cento e cinquenta reais foi autorizada mediante assinatura de quatro notas promissórias. Nas datas previstas, os recebimentos não aconteceram e após algumas tentativas de negociação da dívida sem resultados favoráveis, a empresa recorreu ao Juizado de Pequenas Causas da Comarca de Lins e penhorou um bem da cliente como forma de recebimento. Reflexão: A empresa desconsiderou a permanência de outras despesas fundamentais para a sobrevivência da cliente e família como aluguel, alimentação, água e luz. Segundo Tófoli (2008), quando avaliado o comprometimento do salário com as despesas fixas mensais, a empresa certifica-se da suficiência ou não de recursos para o pagamento do crédito solicitado. 3.5.3 Registro C – Inconsistência: relacionamento de amizade Um estabelecimento comercial localizado em Lins/SP efetuou uma compra a prazo de uniformes profissionalizantes. Como a empresa era de propriedade e gerência de um conhecido não foi averiguada a veracidade das informações disponibilizadas. No prazo combinado, o pagamento não aconteceu, sendo necessário encaminhar o título para protesto depois de algumas tentativas amigáveis de cobrança. Reflexão: A imposição do item 2.4.6.3 alínea ‘c’ não foi obedecida, pois o vínculo de relacionamento estabelecido entre a empresa e o cliente influenciou o processo decisório. Independente do conhecimento prévio do pleiteador, as informações adquiridas precisam ser examinadas 48 minuciosamente para identificação de fatores desfavoráveis ao retorno do crédito. (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2005) 3.5.4 Registro D – Inconsistência: ausência de atualização cadastral Uma venda a prazo no valor de noventa reais foi realizada para um cliente antigo resguardada na consulta do SCPC e assinatura de três notas promissórias. No ato da venda não ocorreu a atualização dos dados cadastrais para identificação de possíveis alterações. A primeira parcela foi paga com pontualidade, no entanto, o pagamento das duas últimas aconteceu depois de transcorridos alguns meses, mediante ação judicial. Reflexão: A atualização cadastral deve ser uma prática constante na organização, uma vez que as pessoas mudam de endereço, de emprego, realizam transações comercias, se separam, casam, ou seja, estão sujeitas a mudança. O item 2.4.6.3 alínea ‘a’ comenta este procedimento. 3.5.5 Registro E – Inconsistência: falta de monitoramento do cadastro do cliente Um cliente antigo através de assinatura de notas promissórias e consulta no SCPC comprou algumas peças de vestimenta. Este estava desempregado, mas por desconhecimento da situação, a venda foi realizada. O total contraído foi dividido em seis prestações, das quais apenas três foram pagas nas datas previstas. As demais notas promissórias foram conduzidas para protesto, sem êxito para a empresa. Reflexão: A negligência em não monitorar o cadastro levou a empresa a conceder crédito a um cliente desempregado. O desemprego caracteriza uma incapacidade do cliente em saldar os compromissos assumidos, independente da sua intenção de pagar. Para tanto, é fundamental a observação conjunta 49 dos Cs do crédito para que informações relevantes sejam levantadas e ponderadas no momento da análise. (HOJI, 1999) 3.5.6 Registro F – Inconsistência: recebimento de cheque de terceiro A venda de uma calça jeans foi paga com a apresentação de um cheque de terceiro após verificação da idoneidade do emitente do cheque. No prazo estipulado, o cheque foi depositado na instituição financeira com a qual a empresa opera e depois de quarenta e oito horas retornou, pois estava sustado pelo correntista por furto. A empresa tentou contatar a cliente que apresentou o cheque, mas os dados escritos no verso do cheque eram incorretos. Reflexão: A atenção dispensada na venda não foi o suficiente para evitar a mensuração de um resultado desfavorável. Nas operações realizadas com cheques de terceiros é fundamental saber quem é o cliente e principalmente quem é o emissor do cheque, pois, desta forma, é possível reduzir os prejuízos contabilizados pela aceitação de cheques roubados e/ou falsificados. 3.5.7 Registro G – Inconsistência: análise fragmentada dos Cs do crédito Uma venda a prazo no valor de cem reais foi efetuada para um cliente que solicitou a abertura de um crediário. O histórico de pontualidade investigado nas referências comerciais oferecidas eram exemplares, entretanto, o pagamento das notas promissórias assumidas aconteceu com atraso e mediante cobrança insistente de telefonemas e cartas. Reflexão: A verificação da pontualidade com que o cliente liquida suas dívidas é um fator relevante na análise de crédito, mas é imprescindível também a confirmação de outros fatores, como salários, despesas mensais, garantias, estabilidade no emprego. (TÓFOLI, 2008) Esta regra preventiva está especificada no item 2.4.6.3 alínea ‘j’. 50 3.5.8 Registro H – Inconsistência: não avaliação da capacidade de pagamento Cliente habitual da empresa efetuava suas compras com comodidade e sempre apresentava pequenos atrasos no pagamento das obrigações assumidas. Na época natalina assumiu uma dívida no valor de cento e trinta reais e o pagamento não foi realizado, mesmo após a aplicação de algumas técnicas de cobrança. Reflexão: A concessão de crédito em épocas sazonais precisa obedecer a critérios mais severos, já que nestas datas os clientes consomem mais deixando de controlar os gastos. Esta regra preventiva é citada no item 2.4.6.3 alínea ‘h’. 3.6 Considerações Uma decisão de crédito precisa ser resguardada em todos os parâmetros especificados nos Cs do crédito, pois atua positivamente no controle e redução da inadimplência. A concessão de crédito não pode prejudicar a saúde financeira da empresa e sim contribuir para a entrada segura de recursos parceladamente, proporcionando, assim, expansão dos negócios com progresso e êxito. Embora seja uma atividade complexa, se observado os principais conceitos da Administração Financeira em conjunto com a aplicação eficiente de uma ferramenta, os resultados serão surpreendentes. 51 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Por meio do estudo realizado na empresa Paulo Sérgio Monteiro de Carvalho Lins - ME, que atua no ramo de comércio e confecção, observou-se que a realização de operações a prazo assume papel importante na alavancagem das vendas e, consequentemente, dos lucros. Verificou-se também que a maioria dos procedimentos empregados na atividade de seleção de crédito e cobrança está em consonância com a prática sugerida pela Administração Financeira. Não obstante, algumas práticas apresentaram oportunidades de melhoria. Frente a isto, propõe-se: a) dar mais ênfase na elaboração e atualização do cadastro de clientes: as informações coletadas são base para a determinação do crédito a ser ofertado. Tais exigências são diferentes para pessoas físicas e jurídicas e ao mesmo tempo para clientes antigos e futuros; b) implantar mais técnicas de cobrança: os telefonemas e visitas pessoais possibilitam um contato mais próximo com o cliente, sendo mais eficazes na obtenção de resultados; c) proceder a aplicação conjunta dos Cs do crédito: a eficácia da ferramenta consiste na análise conjunta de cada item. Isolados ou fragmentados não representam uma informação, apenas um dado; d) estabelecer critérios para os limite de crédito: o diagnóstico dos valores a serem ofertados a cada cliente deve tornar-se uma prática constante na empresa. As restrições devem ser respeitadas para não ocasionarem problemas futuros; e) maior atenção para alterações de prazo: as datas de vencimento devem continuar sendo negociadas, porém com um prazo inferior ao combinado com os fornecedores; f) realizar revisão periódica das teorias administrativas aplicáveis à concessão de crédito, mantendo-se atualizada e identificada com as tendências do mercado: estar atento às modificações e comportamento do mercado e da economia nacional. 52 CONCLUSÃO O trabalho abordou de forma detalhada os componentes do crédito empresarial, enfatizando a adoção de ferramentas gerenciais no processo decisório. O tema análise de crédito foi examinado com a preocupação específica de conhecer os procedimentos teóricos utilizados para viabilidade das operações a prazo. No processo de concessão de crédito a clientes, as ferramentas administrativas mostram-se de fundamental importância para garantia da rentabilidade e manutenção dos clientes. São práticas demasiadamente simples, porém contínuas. Desde a análise realizada através da elaboração do cadastro de clientes, a obediência aos Cs do crédito, os critérios de oferta de prazo, a exigência de garantias, quando necessárias, a efetiva atuação do acompanhamento e da cobrança, até o recebimento, são etapas do processo que facilitam a minimização do índice de inadimplência. Nos oito casos relatados, resultantes da pesquisa realizada na empresa Paulo Sérgio Monteiro de Carvalho Lins - ME pode-se perceber clara e facilmente a ausência de um ou mais critérios cautelosos de garantias de recebimento das vendas. Esta ausência deve-se, muitas vezes, pelo excesso de confiança depositada no cliente e/ou acúmulo de outras tarefas que inibem destinar tempo à realização correta do processo. A oferta do crédito é necessária para o bom desempenho das atividades e dos resultados empresariais, porém deve ser praticada com sustentação em ferramentas técnicas e próprias, conforme vistas neste trabalho. A pesquisa atingiu os objetivos ao confrontar durante a análise a prática vivenciada dentro da empresa, concluindo assim, que a redução da inadimplência resulta da aplicação de técnicas e conceitos de crédito que favorecem a tomada de decisão. Na análise de crédito é imprescindível que os instrumentos envolvidos para a decisão sejam adequados, pois quanto melhores forem as informações disponíveis, melhor será a decisão tomada. 53 Diante disto, pode-se afirmar que a pesquisa foi de relevante importância para confirmar que uma decisão de crédito sustentada por ferramentas administrativas é fator preponderante para a redução da inadimplência, considerando por satisfeita todas as expectativas em relação ao tema abordado. Considera-se, desta forma, que os objetivos foram plenamente atingidos e a pergunta-problema respondida. Este trabalho não esgota o assunto, podendo servir de fonte para pesquisas futuras. 54 REFERÊNCIAS ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. ______. Administração do capital de giro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. BARBOSA, A. P. et al. Análise de crédito Indústria Junqueira e Villela Ltda. 2002. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) – Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins, Lins. BLATT, A. Avaliação de risco e decisão de crédito – um enfoque prático. São Paulo: Nobel, 1999. FERNANDES, F.; LUFT, C. P.; GUIMARÃES, F. M. Dicionário brasileiro globo. 42. ed. São Paulo: Globo, 1996. FERREIRA, J. A. S. Finanças corporativas: conceitos e aplicações. São Paulo: Pearson, 2005. FIORENTINI, S. R. B. Inadimplência: como evitar e resolver. Saiba mais. São Paulo, 19 jul. 2004. Disponível em: <http://www.asesonline.org.br/cartilhas/juridi dico/inadimplência.pdf > Acesso em: 15 jan. 2009. FONSECA, A. P.; NAYA, A. C. Critérios para o crédito creditam lucros. 2008. Monografia (Graduação em Administração) – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. FONSECA, O. L. H.; MORA NETO, F. D.; SOUZA, F. J. Modelos de análise de crédito utilizando técnicas de aprendizado de máquina. Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional, São Carlos, 2005. Disponível em: <http://www.sbmac.org.br/eventos/cnmac/cd_xxviii_cnmac/resu mos%20estendidos/oswaldo_fonseca_ST16.pdf > Acesso em: 12 jan. 2009. GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. Tradução Antonio 55 Zoratto Sanvicente. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. HOJI, M. Administração financeira – uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 1999. LEMES JÚNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2005. NONES, I. M. et al. Fluxo de caixa: o melhor remédio para sua empresa. 2008. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração financeira. Tradução Antonio Zoratto Sanvicente. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. SCHRICKEL, W. R. Análise de crédito: concessão e gerência de empréstimos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1998. SECURATO, J. R. Crédito: análise e avaliação do risco – pessoas físicas e jurídicas. São Paulo: Saint Paul, 2002. TÓFOLI, I. Administração financeira empresarial: uma tratativa prática. Campinas: Arte Brasil, 2008. 56 APÊNDICES 57 APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso 1 INTRODUÇÃO Será realizado um estudo detalhado sobre os procedimentos tomados para a concessão de crédito na empresa, com o intuito de buscar conhecimentos que auxiliarão no processo de pesquisa. Serão descritos os métodos e técnicas utilizadas o período da coleta de dados e as facilidades e dificuldades encontradas. 1.1 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO ESTUDADO a) Descrição dos materiais manuais e informatizados; b) Entrevista com o proprietário da empresa; c) Entrevista com o profissional responsável pela concessão de crédito. 1.2 DISCUSSÃO Confronto entre a teoria e a prática utilizada pela empresa. 1.3 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTOS. 58 APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática I IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA Razão Social: ....................................................................................................... CNPJ: ................................................................................................................... Cidade: ................................................................................................................. Estado: ................................................................................................................. Ramo de Atividade: .............................................................................................. II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 Nível de inadimplência .............................................................................................................................. 2 Controle da carteira de valores a receber .............................................................................................................................. 3 Política de crédito .............................................................................................................................. 4 Recursos Físicos .............................................................................................................................. 5 Recursos Financeiros .............................................................................................................................. 6 Observação de procedimentos para tomada das decisões .............................................................................................................................. 59 APÊNDICE C – Roteiro do Histórico da Empresa I IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA Razão Social: ....................................................................................................... CNPJ: ................................................................................................................... Cidade: ................................................................................................................. Estado: ................................................................................................................. Ramo de Atividade: .............................................................................................. II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 Início .............................................................................................................................. 2 Evolução das Atividades Econômicas .............................................................................................................................. 3 Evolução das Instalações .............................................................................................................................. 4 Situação Atual .............................................................................................................................. 60 APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista com o Proprietário I IDENTIFICAÇÃO Qualificação profissional: ..................................................................................... Tempo de atuação na empresa: .......................................................................... Formação acadêmica: .......................................................................................... Residência: .......................................................................................................... Estado: ................................................................................................................. II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Quais as principais dificuldades enfrentadas na administração dos valores a receber? .............................................................................................................................. 2 Você vê no cadastro de clientes, completo e atualizado, uma regra preventiva para reduzir a inadimplência? .............................................................................................................................. 3 Como se dá o relacionamento com os clientes inadimplentes? .............................................................................................................................. 4 Qual sua visão sobre vendas a prazo? .............................................................................................................................. 5 Como é o processo de cobrança de clientes com contas em atraso? .............................................................................................................................. 6 Qual a importância de se vender a prazo? .............................................................................................................................. 61 APÊNDICE E – Roteiro de Entrevista com o Profissional Responsável pela concessão de crédito. I IDENTIFICAÇÃO Qualificação profissional: ..................................................................................... Tempo de atuação na empresa: .......................................................................... Formação acadêmica: .......................................................................................... Residência: .......................................................................................................... Estado: ................................................................................................................. II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Como atualmente é realizada a análise de crédito na empresa? .............................................................................................................................. 2 Como é realizado o controle dos recebimentos? .............................................................................................................................. 3 Existe um controle de todas as vendas a prazo efetuadas pela empresa? .............................................................................................................................. 4 Quais as modalidades de cobrança mais utilizadas na empresa? Os resultados são significativos? .............................................................................................................................. 62 ANEXOS 63 ANEXO A – Fotos da empresa Fonte: SMARC Modas (2009) Foto 1: Fachada da empresa Fonte: SMARC Modas (2009) Foto 2: Máquinas de bordado 64 Fonte: SMARC Modas (2009) Foto 3: Galpão de costura Fonte: SMARC Modas (2009) Foto 4: Processo de silk-screen