LITURGIA DA PALAVRA
A Palavra de Deus proclamada e celebrada
- na Missa
- nas Celebrações dos Sacramentos (Batismo, Crisma, Matrimônio...)
A Bíblia é para nós, cristãos, o
ponto de referência de nossa fé,
uma luz na caminhada de nossa
vida.
DOENÇAS DA LITURGIA DA PALAVRA
MESA E PALAVRA: ESPAÇOS HUMANOS
A liturgia da Palavra não é um simples preâmbulo ou ‘ante-missa’
como era considerada antes do Concílio Vaticano II. É parte
integrante. Fala-se de ‘duas mesas’ onde é distribuído o pão da
vida: a mesa da palavra e a mesa do corpo de Cristo.
A Sagrada Escritura recebe a mesma veneração que o mistério
eucarístico (entrada solene, incensação, beijo, atenção dada à
proclamação...).
A liturgia da palavra e a liturgia eucarística são considerados ‘um
só ato de culto’.
Quando nos referimos a Jesus Cristo na liturgia, não estamos
lembrando uma pessoa ausente ou um fato do passado apenas;
estamos na presença de um vivo: o Ressuscitado. A força e eficácia
da liturgia nos vêm desta presença real, atual e atuante de Cristo e
de seu Espírito transformador na assembleia litúrgica, tanto na
liturgia da palavra, quanto na liturgia eucarística.
PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA
A atitude básica é a ESCUTA respeitosa e
amorosa, para que Deus possa dizer sua
palavra no momento atual de nossas vidas.
É também de RESPOSTA
RESPOSTA, de adesão, de
tomada
de
posição,
de
decisão,
de
mudança de rumo para que a palavra possa
frutificar.
Leituras bíblicas selecionadas
Ano A – Evangelho de Mateus
Ano B - Evangelho de Marcos
Ano C - Evangelho de Lucas
Evangelho de João – lido em parte no ano B (com
Marcos), e em parte nas festas e tempos fortes do ano
litúrgico (quaresma, tempo pascal, advento, tempo
do natal...)
1ª Leitura: tirada do AT e, no tempo pascal, dos Atos
dos Apóstolos. Acompanha o sentido do Evangelho.
Salmo: acompanha o sentido da primeira leitura.
2ª Leitura: cartas dos apóstolos (Paulo, Thiago, João
etc...) e Apocalipse
As leituras bíblicas semanais seguem o esquema de dois
anos: anos pares e anos ímpares. Evangelho igual
nos dois anos. O que muda é a primeira leitura (do
AT e do NT) e o Salmo.
Não basta ler. É preciso proclamar a leitura
como Palavra de salvação. Como Palavra que
proclama o amor e a bondade de Deus;
Palavra que liberta, dá vida, ressuscita.
Como Palavra que nos
corrige, nos “poda”,
nos purifica; como
Palavra que denuncia
as injustiças
e a
maldade;
que
nos
chama a conversão e à
comunhão com Deus e
com os irmãos.
Para cada leitura um tom diferente
-É comum usar o mesmo tom para todas as
leituras, bastante impessoal.
-As leituras da Bíblia são gêneros literários bem
diferentes: narração de um fato histórico; uma
poesia; parábola, um ensinamento; uma profecia;
hino;oração; provérbio; carta...
-A cada gênero literário deve corresponder um tom
diferente.
Exprimir os sentimentos do autor e dos
personagens
-Não significa fazer teatro. Nem fica neutro e
insensível.
-Deve-se ler de tal maneira que a leitura “aconteça”
aos olhos dos ouvintes.
Em frente da assembleia
-Na mesa da palavra, coloque-se de pé, com a
cabeça erguida; as mãos na estante com a Bíblia;
com o microfone ligado e na altura e distância
certa.
-Olhe para a assembleia, “reúna”, “chame” o povo
com o olhar, estabeleça contato. Tudo em silêncio.
Não olhe com cara feia, mas deixe que seu rosto
exprima um pouco os sentimentos de Jesus para
com o seu povo.
-Faça a leitura, de maneira calma e pausada, com
dicção clara... Não perca o contato com
assembleia.
-No final da leitura, aguarde a resposta da
assembleia e depois volte a seu lugar.
SALMO RESPONSORIAL
SALMO – Palavra de Deus cantada
Os 150 salmos da Bíblia são cantos que
expressam a confiança em Deus na dor, na
perseguição, na angústia, na doença...
Agradecem e bendizem ao Senhor pela sua
presença criadora no universo, na vida das
pessoas e na caminhada do povo.
O Salmo foi reintroduzido pelo Vaticano II,
depois de 13 séculos de desaparecimento.
O Salmo é nossa resposta orante à palavra de
Deus ouvida na 1ª leitura. Deveria ser
cantado.
De que maneira temos valorizado o salmo da missa?
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
“É CRISTO QUE FALA”
É o Cristo Ressuscitado que se coloca em meio
às discípulas e discípulos reunidos e tem
uma palavra de vida, de orientação, de
consolo, de esperança, de convocação..., na
realidade
difícil
e
complicada
na
qual
vivemos.
O Evangelho pode ser proclamado, cantado,
encenado ou narrado.
HOMILIA
-Homilia significa “conversa familiar”.
-Não basta explicar os textos bíblicos.
-É preciso ligar três coisas: as leituras bíblicas
ouvidas, relacionando-as com a vida e com a liturgia
que estamos celebrando. É importante visualizar a
assembleia.
-A homilia serve antes de tudo para encorajar, animar,
exortar, consolar e não para dar lições de moral.
-A homilia pede preparação orante.
-Nas comunidades menores pode ser dialogada. O
Espírito Santo fala a toda comunidade.
-Qual é a Boa Nova de Deus para nós hoje e qual o
apelo que nos dirige?
Temos conseguido que as leituras bíblicas e a
homilia sejam, de fato, palavra viva e atual do
Senhor para o seu povo reunido?
CREIO OU PROFISSÃO DE FÉ
O Creio tem uma história longa e
conturbada. Não é um canto, nem um texto
comunitários, mas uma profissão de fé
individual: creio (não: cremos...). Entrou na
missa lá pelos anos 500, no Oriente, na
briga teológica entre Igrejas. Rezar o Creio
de um determinado jeito era uma maneira
de “vacinar” o povo contra as “heresias” e
afirmar a própria fé.
Hoje, rezamos como uma afirmação solene
daquilo que acreditamos: a obra da criação
do Pai, a redenção pelo Filho, a
santificação pelo Espírito Santo...
ORAÇÃO DOS FIÉIS
Nas leituras e na homilia confrontamos o projeto de Deus
com a nossa realidade. Vimos o quanto ainda estamos
longe... E por isso pedimos, expressamos a dor, o grito, a
angústia, a esperança e a confiança em Deus.
As preces são súplicas são dirigidas a Deus. Não só os
pedidos e preces individuais, mas também de todo o povo
de Deus, de toda a humanidade e da própria Igreja.
Uma pessoa fala uma intenção, faz a prece e todos
respondemos, assumimos esta prece como sendo a nossa
prece comum; a prece do corpo comunitário.
A resposta comum após cada prece pode ser cantada em
vez de falada.
As preces têm brotado de nossos corações e da
nossa realidade ou estão sendo apenas uma rotina,
uma leitura de orações escritas (folheto), feitas por
outras pessoas, em outro momento e outro lugar?
SILÊNCIO
FALAR SEM PALAVRAS
-Não há liturgia cristã sem leituras bíblicas, ouvidas e
comentadas.
-Perigo: encher todo espaço da liturgia da Palavra com
palavras, falas e discursos...
-O silêncio, os gestos, os símbolos... São sinais do
Espírito que só de percebe com os olhos e os ouvidos
do coração.
-Cuidar do equilíbrio entre falas e silêncios: após cada
leitura, após a homilia, entre uma prece e outra...
Temos garantido espaços de silêncio?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUYST, Ione. A Missa – memória de Jesus no coração
da vida. 5ª ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
___ Equipe de Liturgia. São Paulo: Paulinas, 2006.
___ O ministério de leitores e salmistas.7ª ed. São Paulo:
Paulinas, 2006.v. 2.
___ Homilia, partilha da Palavra. 5ª ed. São Paulo:
Paulinas, 2004.v. 3.
___ Presidir a celebração do dia do Senhor. 2ª ed. São
Paulo: Paulinas, 2006. v. 6.
___ Celebração do domingo ao redor da Palavra de
Deus. 2ªed. São Paulo: Paulinas, 2002.
PALUDO, Faustino. A Palavra de Deus – Celebrações
comunitárias. 2012.
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