Nas quintas-feiras do mês de Maio, decorreram na Igreja de Oliveira de Azemeis,
encontros de formação litúrgica, organizados pela vigararia sul da Diocese do Porto e
orientados pelo P. Frei Bernardino Costa, irmão Beneditino, e professor universitário.
Estes encontros destinaram-se a uma maior e melhor formação dos leitores das
diversas paróquias da vigararia sul tendo havido uma enorme adesão dos mesmos, que
enchia a Igreja, e pensamos terem sido atingidos os objectivos, pela satisfação e
alegria de todos os presentes.
São resultado desses encontros as notas que a seguir partilhamos.
Foi com o Concílio Vaticano II ( 1959/64) que se efectuou toda uma revisão à Liturgia,
decidindo-se dar mais Palavra de Deus ao povo cristão, rever a colocação dos textos.
A 30 de Novembro de 1969 começaram as novas leituras e a partir de 1970 iniciou-se a
missa em português.
A 1ª parte da missa é a Liturgia da Palavra, a 2ª parte a Liturgia Eucarística
A 1ª parte é o Texto, a 2ª parte o Pão e o Vinho.
Somos chamados a reconhecer Cristo quer nos textos, quer no pão e no vinho.
A Bíblia foi escrita para ser usada no culto, nas celebrações.
As leituras são proclamadas do ambão, que é o local onde se proclama a Acção
Salvífica de Jesus.
Existe sempre relação entre as leituras
A estruturação da Liturgia da Palavra é a seguinte: 1ª leitura do Antigo Testamento,
Salmo Responsorial, 2º leitura do Novo Testamento, Aclamação, Evangelho,
Homilia, Profissão de fé, Oração dos fieis
O Evangelho é o ponto principal da Liturgia da Palavra. Para o interpretar é necessária
a 1ª leitura, e verificamos que tudo o que tinha sido anunciado no Antigo Testamento
é realizado, é revelado por Jesus. A 2ª leitura nos tempos fortes está sempre de acordo
com a 1ª leitura e no tempo comum é sempre um capítulo de S.Paulo.
A Homilia é a explicação da relação entre as leituras, transmite de uma forma simples
o que a Igreja pretende através das leituras
A Liturgia é tudo o que é celebração, e na Liturgia celebramos acontecimentos da
vida de Jesus.
As Leituras estão agrupadas em 3 anos:
Ano A temos o evangelista S. Mateus; ano B temos o evangelista S. Marcos
completado nos tempos fortes pelo evangelista S. João; ano C temos o evangelista
S. Lucas.
Em cada ano celebramos cinco tempos: Advento, Natal, Quaresma, Pascoa ,
chamados tempos fortes e o Tempo Comum.
Vamos debruçar-nos sobre a Quaresma.
No ano A, a Quaresma tem um carácter baptismal, no ano B, um carácter cristológico,
e no ano C, um carácter penitencial.
Em todos os anos o 1º e 2º domingos da Quaresma são sempre iguais, com os
mesmos temas: no 1º domingo “ as tentações ”, no 2º domingo “ a transfiguração “ .
No ano A , baptismal, no 3º domingo celebramos o episódio da “ Samaritana “, no 4º
domingo “ o cego de nascença “ e no 5º domingo “ Lázaro”.
É sempre aconselhável haver baptismos na Vigília Pascal. Nesta vigília fazemos a
nossa renovação baptismal.
O dia mais importante da nossa vida é o dia do baptismo.
Na Quaresma, o ano A tem a primazia sobre todos os outros.
No ano B, cristológico, no 3º domingo temos a “ expulsão dos vendilhões”, no 4º
domingo “ Nicodemos”, no 5º domingo “ Cristo “
No Ano B celebramos a Nova Aliança e o Mistério Pascal de Cristo
Com a expulsão dos vendilhões aprofundamos Cristo; em “ Nicodemos” renascemos
de novo e aprendemos o caminho da salvação; Em Jesus Cristo temos a ressurreição e
a vida.
Três significa a morte de Cristo e a Sua Ressurreição.
Na quinta-feira Santa—Missa da Ceia do Senhor - a 1ª leitura, do Livro do Êxodo,
Antigo Testamento, fala-nos da Pascoa que os Judeus eram chamados a celebrar.
Neste texto temos um Banquete mais a Acção Salvífica de Deus;
No ano seguinte os judeus voltam a comer a Pascoa – banquete—e a acção de Deus
está na narração dos acontecimentos.
E assim sucessivamente por todos os anos: Banquete mais Narração da Acção de
Deus
O Mistério Pascal de Cristo significa falar de toda a vida de Cristo. Inicia com o
anúncio do nascimento e vida de Jesus e termina em Pentecostes.
Em Jesus Cristo celebramos a Ceia do Senhor mais a Morte e Ressurreição.
Em 5ª feira Santa os doze apóstolos nada tinham compreendido. Entenderam mais
tarde com a vinda do Espírito , com a morte e Ressurreição de Jesus.
E como passa para a Eucaristia?
A Narração são as leituras ---- Liturgia da Palavra
A Ceia é a Liturgia Eucaristica
No ano C, penitencial, no 3º domingo temos “ a figueira estéril” , no 4º domingo “ O
filho pródigo” no 5º domingo “ a mulher adultera”
O Cristianismo é um tesouro muito grande.
Neste ano C o tema da Misericórdia está sempre presente
A consciência do pecado é muito importante para nós. Primeiro, pecamos, em
consequência temos o castigo, depois vem o arrependimento, de seguida a confissão,
e finalmente o perdão.
Quanto mais pecadores somos, mais Deus olha para nós com misericórdia.
Nós cristãos, os exemplos que temos são sempre de “ Um Deus que salva”. A nossa
história é sempre uma história de salvação.
Misericórdia é amor. Misericórdia é uma atitude de Deus, como vemos no amor
misericordioso do Pai pelo filho pródigo, e ainda com mais intensidade no episódio da
mulher adultera.
A Palavra da escritura é para ser escutada, para ser escutada do ouvido para o
coração, e por isso deve ser bem proclamada.
É importante que entendam o que é proclamado. O mais importante da Liturgia da
Palavra é o escutar
O Mistério de Deus está condensado nas leituras. É sempre Deus que fala ao seu
povo. Quem lê tem de se preocupar que os outros escutem.
A importância dos sentidos na Liturgia:
- A Porta da Igreja não é uma porta qualquer, é a porta que faz a separação entre o
mundo dos homens e o mundo de Deus. Este lugar é sagrado , porque aqui revela-se
Deus. Mostra-Se aos nossos sentidos.
- O Altar ao ser beijado torna-se o centro, é o local de comunhão , de união, sacrifício,
banquete.
- O Pão é o símbolo da união dos cristãos.
- A Água purifica as mãos do sacerdote e significa a união do povo de Deus com o seu
Pastor, quando misturada no vinho.
- O Vinho é o símbolo do sangue de Cristo
- O Óleo, a sua unção significa bênção.
As Cores :
Branco -- cor por excelência , significa pureza, usado nas solenidades
Vermelho -- cor do martírio, sangue derramado pelos mártires, usado na celebração
de um mártir, na sexta-feira da paixão, no Pentecostes e no funeral do Papa.
Roxo --cor da penitência, usado nas diversas passagens dos tempos litúrgicos
Verde -- cor da esperança, cor por natureza das primeiras comunidades cristãs, usada
no Tempo Comum.
Dourado – É a cor celeste
O grupo de leitores da paróquia de S. João da Madeira
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Encontro de Leitores - Paróquia São João da Madeira