Humberto Gessinger
O líder da banda não faz shows dos Engenheiros do Hawaii desde
2008. De lá para cá, gravou um CD e DVD do duo Pouca Vogal,
ao lado de Duca Leindecker, e lançou cinco livros. Atualmente, segue
em turnê do álbum solo Insular ao Vivo – show que o compositor leva
ao Opinião, em Porto Alegre, no dia 5 de março.
– O nome Engenheiros do Hawaii é meu, só não usei no Insular por
não ter uma banda fixa me acompanhando. Nos próximos anos,
fico na estrada com esse trabalho, depois não sei qual será
o próximo passo – conta Gessinger.
ENGENHEIROS DO HAWAII – 30 ANOS
NA INFINITA HIGHWAY
Augusto Licks
Mais de 20 anos após sua conturbada saída, Licks segue sem
falar com a imprensa sobre a banda. Segundo fãs que o
conheceram, ele evita até pronunciar o nome de Gessinger:
– Ele se refere ao Humberto como "aquele cara que vocês
gostam" – conta o programador de transporte Davi José da
Silva, um dos tantos fãs que ainda sonham em ver Licks,
Gessinger e Maltz juntos em um palco.
O ex-integrante mora no Rio, faz trabalhos de transcrição
musical e ocasionalmente dá workshops de guitarra.
1985 – O começo
Humberto Gessinger, Carlos Maltz e Marcelo Pitz
começam o ano como estudantes de arquitetura e o
terminam como músicos profissionais, com dezenas de
apresentações pelo interior do Estado e contrato assinado
com a RCA para a gravação da coletânea Rock Grande do Sul.
1986 – Primeiro disco (de ouro)
O álbum de estreia, Longe Demais das Capitais, ganha as lojas em
novembro. A faixa Toda Forma de Poder, selecionada para a trilha da
novela global Hipertensão, promove o álbum, que vende 100 mil cópias
em menos de seis meses e se torna o primeiro disco de ouro
da história do rock gaúcho.
Em três décadas de história, os
Engenheiros do Hawaii lançaram
18 discos, emplacaram hits nas
rádios, entraram para as listas de
mais vendidos, excursionaram por
todos os Estados e ocuparam o palco
dos principais festivais do país. No
meio de tudo isso, ainda houve
tempo para a banda rachar e se
refazer repetidas vezes – algumas
de maneira ruidosa. Nesta linha
do tempo, o 2º Caderno apresenta
os principais passos da carreira do
maior grupo de rock surgido no
Rio Grande do Sul e conta por onde
andam seus principais integrantes.
Marcelo Pitz
O primeiro baixista da banda é hoje servidor da Universidade
Federal de Pelotas. Como Licks, Pitz também é avesso a dar
entrevistas sobre o passado ao lado de Gessinger e Maltz.
– Foi uma fase legal, mas que passou. Não estou mais envolvido
com isso e não tenho muita lembrança – disse o ex-baixista.
1987 – Formação clássica
Carlos Maltz
Pouco afeito à vida na estrada, o baixista Marcelo Pitz sai da
banda. Assim, os ensaios para o novo disco começam com
Gessinger no baixo. O trio fica completo com a entrada do
guitarrista Augusto Licks, que até então tocava com Nei
Lisboa. Ele modifica a sonoridade do grupo trazendo
influência do blues e de outros estilos musicais americanos. A nova formação grava A Revolta dos Dândis, com hits
como Infinita Highway e Terra de Gigantes. Foi também o
álbum em que o grupo passou a fazer uso de engrenagens na sua identidade visual.
Depois de sair dos Engenheiros, o ex-baterista chegou a
montar sua própria banda, a Irmandade Interplanetária,
mas as letras, que tratavam de temas como reencarnação
e seres extraterrestres, não atraíram a atenção do público
e das gravadoras.
Atualmente, é astrólogo e terapeuta junguiano em
Brasília. Em 2010, lançou o livro Abilolado Mundo
Novo, feito a partir de bate-papos na internet
sobre diferentes temas, e, em abril, publicará
seu primeiro romance: uma ficção científica
na qual um músico decadente recebe um
inédito implante para a expansão da
inteligência no ano de 2020.
1988 – De mala e cuia
Lançamento do terceiro disco, Ouça o que Eu Digo: Não
Ouça Ninguém, e mudança para o Rio de Janeiro.
1997 – Novo abalo
1989 – Sucesso em casa
Os Engenheiros lotam pela primeira vez o Gigantinho. O
grupo repetirá o feito nos dois anos seguintes. No mesmo
ano, lançam o disco ao vivo Alívio Imediato.
1990 – O Papa É Pop
O Papa É Pop chega às lojas e se torna o álbum de maior sucesso
da banda, com mais de 500 mil cópias vendidas e canções
marcantes como Era um Garoto que como Eu Amava os Beatles e os
Rolling Stones e Pra Ser Sincero. Também foi o ano da estreia do trio em
grandes festivais, dividindo o palco do Hollywood Rock com Capital
Inicial, Marillion e Bon Jovi.
1991 – Amor e ódio
A banda se apresenta no Rock in Rio 2, no Maracanã, em janeiro, ao lado de
INXS, Carlos Santana, Billy Idol e Supla. Aclamados pelo público, foram
duramente criticados pela imprensa. O jornalista Luís Antonio Giron
considerou a sonoridade "um rock de impotência, para a impotência da
massa" no jornal Folha de S. Paulo. Em novembro, 7 mil fãs vibram
com o lançamento de Várias Variáveis,
no Gigantinho, em Porto Alegre.
1993 – Grunge e cordas
Carlos Maltz sai para se dedicar a novos
projetos musicais, e Gessinger segue com o
nome do grupo, reformulando-o. A nova
formação agrega os músicos Adal Fonseca
(bateria) e Luciano Granja (guitarra), que
vinham tocando com o vocalista no projeto
paralelo Gessinger Trio, e o tecladista Lúcio
Dorfman. Com o novo time, sai o álbum
Minuano, que tem o hit A Montanha.
Com a saída de Licks, o grupo tenta se transformar em
quinteto. Além de Gessinger e Maltz, participam
Ricardo Horn (guitarra), Fernando Deluqui (guitarra,
ex-RPM) e Paolo Casarin (teclado). Com essa formação,
gravam Simples de Coração, em Los Angeles, com
produção de Greg Ladanyi (Kansas, Jeff Healey Band e
Fleetwood Mac).
1994 – Separação ruidosa
A banda anuncia a saída do guitarrista Augusto
Licks, dissolvendo sua formação de maior sucesso.
O fim do trio foi ruidoso. Maltz acusa Licks de ter sido
um "peso morto" para o grupo: "Se tivermos que
comparecer ao tribunal, vamos levar nosso ortopedista
como testemunha, para mostrar nossas costas encurvadas de segurar esse mala por tanto tempo", afirmou para
ZH, no dia 7 de janeiro. As negociações do que cabia a
cada um dos integrantes se estenderam por meses, e um
processo judicial de Licks contra Gessinger
e Maltz chegou a correr nos tribunais.
Chega às lojas o disco !Tchau Radar!. Gravado no
Rio e mixado em Los Angeles, o álbum tem
arranjos de cordas assinados pelos tarimbados
Jaques Morelenbaum e Eduardo Souto Neto.
2001 – Gessinger deixa o baixo
O único
grupo gaúcho a
fazer
3 shows
em anos consecutivos no
Gigantinho, grande palco da Capital
8 discos
de ouro, um de platina
e três DVDs de
Mudança radical no time: depois de 15 anos no posto de
baixista, Gessinger assume a guitarra. Para acompanhá-lo,
uma nova formação, com Paulo Galvão (guitarra), Bernardo
Fonseca (baixo) e Gláucio Ayala (bateria).
2004 – Virada acústica
O grupo grava o CD/DVD Acústico MTV
MTV, em São Paulo, com
grandes sucessos e algumas inéditas. O álbum reúne
novamente Gessinger e Maltz no palco – o ex-baterista
canta Depois de Nós, composta por ele.
2007 – Outros horizontes
Depois da turnê de sucesso do Acústico MTV
MTV, chega ao mercado o CD/DVD
Novos Horizontes. A formação da banda também é nova: além de
Gessinger, estão Fernando Aranha (violão), Bernardo Fonseca (baixo),
Gláucio Ayala (bateria) e Pedro Augusto (teclado). O disco aprofunda a
sonoridade acústica experimentada na estrada.
2008 – Acabou?
A banda faz sua última apresentação em julho, em Crato, no Ceará. Acabou?
Gessinger responde: "Sim, cinco vezes. Espero acabar mais 50".
Arte Gilmar Fraga e Leandro Maciel
No Hollywood Rock, abrem o show de uma das
maiores bandas da história do rock, o Nirvana. Na
contramão do som pesado do movimento
grunge, os Engenheiros ainda gravam
neste ano um álbum com guitarras
semiacústicas e arranjos de
orquestra do maestro Wagner
Tiso, Filmes de Guerra,
Canções de Amor.
1995 – Um quinteto
1999 – !Tchau Radar!
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3 shows 8 discos