Trilha Sonóra Apostila 2 Cinema Mudo AC ! 1. O produto cinematográfico ! Antes de falarmos em trilha sonóra ou qualquer forma de som em uma película é necessário entendermos o que significa para nós o termo trilha, seja para cinema, teatro, videos, etc. Nesse momento é preciso fazer uma distinção entre um filme, por exemplo, caseiro, onde há a intenção de documentar os momentos privados de um ou mais indivíduos e um - e aqui começa a mudança - produto, seja este cinematográfico, teatral, institucional, etc. Ao falarmos em produto imaginamos um processo de formatação de uma sequência de imagens em movimento cujo resultado - uma obra artística - a qual o público assiste em uma sessão aberta, na maioria das vezes pagando ingresso. Para se tornar um produto é necessário que essa sequência de imagens, agora um filme, desperte o interesse de um grupo de pessoas pela exibição do mesmo, fechando o ciclo artista→obra→público. Os produtos institucionais tem características diferentes pois há um cliente, que encomenda o produto, que será desenvolvido e realizado por profissionais de audiovisual com o intuito de atender às demandas do cliente. ! Podemos ter filmes de muitas categorias diferentes, e a todo o momento surgem novos rótulos e nomes para esses filmes, classificando-os de acordo com o gênero, como por exemplo, ação, romance, animação, drama, docu-drama, etc. Todavia podemos dividir os filmes em duas categorias básicas: documentário e ficção. ! Apesar de diferirem entre si em natureza, conteúdo e objetivos, no que concerne ao som, ambos necessitam de praticamente o mesmo trato sonoro - diálogos, sonoplastia, trilha, mixagem, etc. Os desafios propostos aos que trabalham com audio no cinema irão depender do projeto, mas jamais se pode desprezar, a importância do som para o resultado final de um filme. ! Porém, se nos dias atuais o som de um filme é um elemento completamente agregado ao produto cinematográfico, vale lembrar que nem sempre foi assim, pois o filme como produto ou obra artística surgiu não antes do som é claro, mas antes do filme ter som, e sobreviveu por muitos anos sem a presença de elementos sonóros. A introdução do som apareceu depois e a sua utilização não foi adotada imediatamente nem foi bem-vinda por todos. 1 2. Cinema Mudo ! Desde as primeiras sessões dos irmãos Lumiere o filme, como produto artístico, começa a se desenvolver ainda sem a presença de elementos sonóros. Artistas como George Méliès, por exemplo, já faziam seus filmes sem som. Devemos diferenciar o cinema mudo - sem diálogos - de um cinema realmente sem som. Essa distinção é importante pois durante anos o cinema, ainda que sem diálogos, era presenciado por uma platéia que tinha, durante a projeção, um acompanhamento musical ao vivo, com grupos de diferentes formações e em muitos casos com alguns recursos de sonoplastia. Esse cuidado com o elemento sonóro ao vivo chegou ao requinte de existirem partituras - os primeiros scores - com indicações de como essas músicas deveria ser tocadas durante a projeção. Essas parituras acompanhavam os rolos de filmes na distribuição. ! Ainda durante os anos do cinema mudo, os filmes se utlizavam do artifício de legendas. Essas legendas não eram como as atuais, que acompanham as falas dos personagens, mas sim planos que cobriam toda a tela e eram projetados após termos visto o movimento labial do personagem, quebrando portanto a cena, o que fazia com que os roteiros não abusassem deste recurso. ! O cinema sem som produziu grandes diretores - George Méliès, Eisenstein, Fritz Lang, etc - e grandes estrelas - Charlie Chaplin, Buster Keaton, Rodolfo Valentino, etc, e durante muito tempo travou-se um debate entre diretores, críticos e intelectuais sobre a validade da utilização dos recursos de audio acoplados à película quando estes começam a surgir. Filmes como Le Voyage dans La Lune de Méliès (1902), Metropolis de Fritz Lang (1927) - considerado o filme mais caro produzido até então - e O Encouraçado Potemkin (1925) de Eisenstein são alguns dos mais importantes filmes mudos de todos os tempos. Artistas como Rodolfo Valentino - que se tornou uma super estrela em clássicos como Sangue e Areia (1922) - e Buster Keaton - com uma série de comédias incluindoThe General marcaram a época do cinema sem som, mas sem dúvida o mais importante de todos foi Charles Chaplin com seu personagem vagabundo genial que deixou uma obra de curtas e longas metragens sem igual. ! O Manifesto de Eisenstein e Pudovkin (1923) pregava a supremacia que o filme sem diálogos teria sobre o cinema falado. Assim sendo, neste manifesto, os cineastas russos condenam com veemência o cinema sonoro, chegando a afirmar a importância de se aprimorarem as técnicas de montagem e o desenvolvimento de uma linguagem específica para as imagens, pois o cinema mudo, este sim, seria universal, dispensando a necessidade de traduções. Dessa forma, permitia-se aos filmes serem compreendidos por platéias de todo o mundo, ao contrário do que Eisenstein e Pudovkin imaginavam que iria acontecer com o cinema falado, que traria sérias limitações para a exibição e a produção de filmes. 2 ! Essas idéias foram compartilhadas no Brasil pelo Chaplin Club, grupo de críiticos e intelectuais interessados em cinema do Rio de Janeiro que durante os anos de 1928 a 1930 publicaram o jornal O Fan, onde defendiam as mesmas idéias. O manifesto russo chegou a ser traduzido e publicado por esse grupo. O próprio nome, Chaplin Club, remetia ao cinema mudo já que Chaplin foi o artista que resistiu ao cinema com diálogos, sendo bem sucedido com seus filmes mudos, enquanto a indústria se movia para o cinema falado. De qualquer maneira, o sucesso do filme falado com as platéias foi incontestável obrigando Eisenstein a rever a sua posição anos mais tarde ao manifesto. ! O filme mudo voltaria muitas vezes ao cinema como técnica - caso do filme Silent Movie 1 de Mel Brooks de 1976 (ridiculamente intitulado na versão lançada aqui como A última loucura de Mel Brooks) - ou como tema, no caso do filme Cantando na Chuva2 . ! Assim como as técnicas de filmagem irão sofrer muitas transformações como o aparecimento da película colorida, as tecnicas de gravação e utilização de audio no cinema também terão o seu desenvolvimento acelerado com o sucesso do cinema falado, e novas funções apareceram no cinema como efeitos de som (sound effects), etc. 1 Nesse filme, Brooks conta a história de um cineasta que resolve fazer um filme mudo e encontra a resistíncia dos executivos da indústria, então resolve convencer estrelas como Burt Reynolds, Anne Bancroft, Liza Minelli, etc como forma de viabilizar o filme. 2 Cantando na Chuva, Singing in the Rain no original, conta a estória de um momento de transição entre o cinema mudo para o falado, onde atores passam a ter de possuir uma boa voz e estrelas do cinema mudo devem ser substituídas por novos artistas. 3 3. O som no cinema - Primórdios ! Com o aparecimento das primeiras gravações em audio, começam a surgir esforços no sentido de se acoplar som às películas, e com o advento do disco (1910) abre-se a perspectiva de se sincronizar o disco com as imagens. O sistema mais famoso foi o Vitafone, no qual um disco de 16 polegadas acompanhava a projeção. ! Vitafone (1915) Disco do Vitafone 4 ! A sincronia se conseguia mecanicamente com um motor que acionava simultaneamente o projetor e o prato do disco, que ao contrário dos discos de audio comerciais, tocava do centro para a extremidade, e tinha um lugar de descanso para a agulha que marcava o início. Porém, o sistema estava sujeito a problemas técnicos como por exemplo, o simples pular do disco, que comprometia todo o sincronismo. ! Técnicas assim eram utilizadas para pequenos filmes musicais - caso do famoso The Jazz Singer - primeiro filme sonorizado da história (1927) - que conta com sincronismo labial mas é na sua maior parte uma coleção de canções. A utilização de longos diálgos ainda era portanto um sonho. ! Em 1927 aparece o sistema ótico de densidade variável, conhecido como Movietone permitindo que o audio fosse gravado na mesma película utilizada para a reprodução do filme e durante os próximos 10 anos veremos uma revolução com o número de salas de cinema crescendo exponencialmente nos Estados Unidos abrindo caminho para a era de ouro do cinema em Hollywood. ! O impacto que a utilização do som nos filmes é imediata, como podemos ver no artigo de Rosinha S. Briener - doutora em Semiótica pela USP - sobre o filme M. O Vampiro de Dusseldorf, de Fritz Lang: “Em M, Lang emprega ruídos como forma de expressão tão ou mais significativas que a própria palavra. Isso fica claro em cenas como : em bairro mal-afamado, algumas pessoas andam. O silêncio é aterrador, porém os passos ressoam, preenchendo o vazio sonoro. Uma prostituta esbarra em um homem, provocadoramente. Ele segue seu caminho. Novamente, o som de passos na calçada. São os sapatos da mulher. Em câmera alta, vê-se dois homens saltando de um carro em movimento. Eles terão de vigiar a porta de um edifício onde se encontra o esconderijo dos malfeitores. Caminham de um lado para o outro, a princípio lentamente, para depois, nervosos, acelerar os passos. Gestos substituem palavras. Outro carro, em alta velocidade, entra no beco freando bruscamente ao chegar à porta. Outros 5 homens saltam, rapidamente. Um assobio: o sinal...Em outra cena: o vagabundo corre para saber onde se encontra o homem que assobia tal música. Silêncio. Apenas seus passos ressoam.” ! Lang pensou na utilização de som quase como um personagem, utilizando elementos sonóros que estavam fora de quadro, já apresentando o som quase como um personagem. ! Para a trilha musical, Lang utilizou um tema de características impressionistas escrito pelo compositor norueguês Edvard Grieg, originalmente composto para uma peça teatral de Henrik Ibsen de 1874 chamada Peer Gynt. 4. Trilha Musical ! A música acompanha o cinema desde antes dos diálogos estarem presentes. Muitos filmes mudos já eram acompanhados por música ao vivo - muitas vezes composta especialmente para o filme. Algumas trilhas chegam a superar e transcender o papel de suporte de um filme, ganhando uma identidade própria, por exemplo, The Pink Panther (A Pantera Cor de Rosa) de Henri Mancini, Mission Impossible (Missão Impossível) de Lalo Schifrin, James Bond Theme de Monty Norman, etc. ! Há muitos casos de canções escritas para filmes que fizeram muito sucesso como My Heart Will Go On (do filme Titanic), It Might be You (do filme Tootsie), etc. Aqui no Brasil temos casos como Eu te Amo e Bete Balanço, por exemplo. Nesses casos, as canções tem o mesmo nome do filme pois foram compostas especialmente para eles. ! Em outros casos, peças já existentes ganham reconhecimento como no caso do poema sinfônico Also Sprach Zaratustra de Richard Strauss que ao se tornar o tema do filme 2001, Uma Odisséia no Espaço, se muito mais conhecida. ! A música incidental é, em geral, uma composição feita especialmente para o filme e ponteia as cenas ajudando a criar o ambiente emocional e é o trabalho principal do compositor de trilhas. É possível por exemplo, uma produção encomendar canções para um artista e a trilha para outro compositor. ! Muitos músicos se especializaram no trabalho de trilhas sonoras como por exemplo, John Williams (1932- ), Ennio Moriconi (1928- ) e Henri Mancini (1924-1994). ! A idéia de uma narrativa musical começa com compositores do século XIX, caso de Hector Berlioz (1803-1869) quando compôs a Sinfonia Fantástica em 1830 baseada em um sonho no qual o personagem se apaixona por uma jovem em uma baile, e acaba por assassina-la em um delírio e sofre no túmulo. Durante a segunda metade do século XIX vários outros compositores começaram a se interessar em basear as suas peças em elementos narrativos ou textos literários ou filosóficos. Filipe Salles, músico, ator produtor de cinema e mestre pela PUC-SP, em seu texto de 2008 A Origem da Trilha Sonora escreveu: 6 “Exemplo disso é a Sinfonia Dante, de Liszt, cujos três movimentos descrevem emocionalmente as impresões do Inferno, Purgatório e Paraíso, respectivamente. A simetria entre as seções é condicionada pela narrativa, e que, no caso do Poema Sinfônico, geralmente se resumiam em um só movimento, curto, dando origem a uma outra tradição paralela à música absoluta. O poema sinfônico foi o grande responsável por uma crescente liberdade na expressão sinfônica que só chegará à sinfonia tradicional com Gustav Mahler (1860-1911). Mas, antes disso, inúmeros compositores dedicaram-se ao livre gênero do poema sinfônico, como, além de Liszt, Camille Saint-Säens (Dança Macabra, sobre Henry Cazalis), Bedrich Smetana (O moldávia, baseado no rio homônimo de sua terra natal), César Franck (Les Eolides e Psiché, sobre mitologia grega), Ottorino Respighi (Fontana di Roma e Pini di Roma, sobre paisagens italianas), Piotr Tchaikovsky (Romeu e Julieta, sobre Shakespeare), Paul Dukas (Aprendiz de feiticeiro, sobre Goethe) e, principalmente, Richard Strauss (Macbeth, sobre Shakespeare, Don Quixote, sobre Cervantes e Assim falou Zarathustra, sobre Nietzsche, entre outros).” ! 5. Percepção, emoção e subjetividade do som musical ! O som musical, mesmo sendo ainda um evento acústico, tem características diferentes, pois interage muito mais com o gosto do ouvinte. Não há dúvida que outros elementos - como a experiência prévia de cada indivíduo com uma música ou estilo de música por exemplo – irão determinar como ele identifica e interage com a música. Assim como as interpretações por semelhança, que ocorre quando trabalhamos com ruídos, vários elementos do contexto socio-cultural farão parte do conjunto de dados que devemos er em mente ao utilizarmos uma peça musical em um projeto audiovisual. Contudo, a música tem outros aspectos que não encontramos presentes nos ruídos, que advêm de idéias complexas e ricas lembranças que podem estar associadas à ela, trazendo um aspecto emotivo e sensorial que causa uma imensa influência no ser humano e será um fator importante que temos de trabalhar com maior detalhamento. ! No artigo de Leomara Craveiro de Sá intitulado De sons e sentidos: a Psicologia da Música sob o olhar da complexidade, no Programa de PósGraduação da Univerdidade Federal de Goiás, ela escreve que: ! “Partindo de aspectos estruturais da música – som, tempo, espaço, ritmo, melodia, gesto, harmonia, silêncio, timbre, consonância, dissonância etc. –, integrados a diversas particularidades da condição humana – individuais, sócio-culturais e universais –, os conteúdos caminham pelas trilhas do pensamento complexo e sistêmico, visando potencializar atitudes crítico-reflexivas que emergem das experiências subjetivas (p.2).” ! Seguindo esse pensamento vamos entender que a música tem um potente elemento atuante no psicológico e no emocional das pessoas e sua interpretação vai necessariamente passar pelo experiência cultural de cada um. Fáceis exemplos podem ser encontrados em filmes onde músicas que facilmente são identificadas com um lugar específico são usadas para nos informar que a ação mudou o seu espaço físico. ! 7 Em alguns casos não é necessário nem um música, basta o som de um instrumento, como um acordeon nos remetendo a Paris-França, ou uma sítara ao oriente, etc. Mas todos esses recursos dependem de que o ouvinte esteja consciente do significado da mensagem. Não é necessário ter ido a Índia para associar a sítara ao país, mas é primordial algum conhecimento, mesmo que ínfimo da cultura oriental para que essa associação ocorra com sucesso. ! A utilização de músicas instrumentais tem de se valer de valores interpretativos associados ao objeto que queremos representar como no caso da nossa sítara, pois o significado é muito abstrato uma vez que não há uma mensagem escrita, falada ou cantada sendo transmitida. 6. Organizando a mensagem musical 6.1 A música como referêncial cultural ! ! Uma das principais preocupações que devemos ter quando pretendemos utilizar a música como uma referência cultural em um projeto é a de não atribuirmos mais de um valor ou elemento à música utilizada. No caso da sítara nos remetendo à India o trecho musical utilizado não pode ter mais de um valor atribuído a ele. Se usarmos uma sítara tocando um trecho de Aquarela do Brasil por exemplo destruiremos completamente a associação com a India (lugar) e o ouvinte pensará mais em um indiano no Brasil do que em qualquer outra coisa. ! Referências culturais devem estar no imaginário da maioria das pessoas. Para isso, devemos usar o máximo denominador comum, como New York, New York para Nova York ou Broadway, I left my heart in San Francisco para a cidade de São Francisco, Cidade Maravilhosa para Rio de Janeiro, etc. Associações dessa natureza tendem a obter melhores resultados a menos que o nosso desejo seja mandar a mensagem apenas a quem possa entender, sem se importar quantos sejam. Por exemplo, se temos uma cena em Paris e colocamos uma música de Ravel – compositor impressionista francês, estaremos dando a informação cultural aqueles que conhecem a obra de Ravel e estamos, deliberadamente, delimitando o alcance dessa mensagem. 6.2 A música como elemento ambiente ! A música pode também ser utilizada como elemento de sonoplastia fazendo parte do espectro sonóro do ambiente retratado, independente de qual peça esteja sendo utilizada. Exemplos comuns seriam de cenas em boites – onde uma música techno pode ser parte fundamental da ambiência. Outra situação similar seria a de um 8 desfile de escolas de samba onde uma batucada pode ajudar a definir a nossa cena, sem que haja nenhuma associação com alguma agremiação – a menos que desejemos fazer alguma ligação com uma escola de samba específica, e nesse caso, temos de ser mais claros, e utilizar do máximo denominador comum da nossa simbologia sonora que varias pessoas tenham com a escola de samba escolhida. ! Quando a música é parte do som ambiente ela tem de ter duas características básicas: 1. Estar associada fortemente com o que queremos retratar (boite → techno, por exemplo). 2. Ser impessoal e desprovida do máximo de elemento simbólicos possível. Quando usamos por exemplo, um acordeon tocando uma peça ternária (em três tempos) para fazer o background sonóro do centro de Paris por exemplo, a música escutada não deve ser nem alegre, nem triste. E se não for algo com uma forte referência cultural – La Vie en Rose por exemplo – que seja uma música irreconhecível pela maioria da platéia e sem características marcantes. 6.3 A música e a sensação induzida – preparação de uma cena ! Há situações onde a música pode nos levar a um estado emocional com o sentido de preparar uma cena que irá acontecer em seguida. Nesse caso, a música antecede a cena e vem carregada de simbolismos próprios. Nesses casos, o material musical utilizado difere radicalmente do que o utilizado na cena anterior. Por exemplo, temos uma corrida de automóveis e acontece um acidente. Na proxima cena que temos se desenrola dentro de um hospital, ou enterro. A música da corrida de carros pode ser agitada e antes mesmo de aparecer o hospital – ou enterro – podemos ter uma música bem lenta, carregada de melancolia. 6.4 A música como contraponto ! A música pode também interagir com a cena, sendo um complemento ilustrativo. Nesses casos, é importante que ela não atrapalhe o que se dessenrola, estando em sintonia com o material dramático. ! Quando trabalhamos situações dessa natureza é muito relevante que a emoção que a música quer retratar esteja muito clara. Essas emoções podem ser complexas mas se caracetizam por serem de duas características: 1. Dinâmicas 2. Reflexivas 9 Dentro das emoções que caracterizamos como dinâmicas podemos ter alguns estados emocionais como Alegria, Histeria, Susto, Coméda, etc. Ou ainda situações como Correria, Confusão, Festas, Situações Engraçadas, etc. Quando queremos pontear esses casos a música deve ser o que se chama de para cima, ou seja, algo que acelera o nosso ritmo e nos tira da letargia. Já as situações mais reflexivas estão assiociadas à emoções como Tristeza, Perdas, Sofrimentos, Apreeensões, Angústia etc. Ou situações como Espera (com angústia), Medo, Doenças, etc. A música nesse caso deve ser mais lenta, com menos elementos rítmicos e repleta de alusões à uma certa letargia. 10