DOENÇAS
TROMBOEMBÓLICAS
Versão Original:
Meena Kalyanaraman, MD
Pediatric Critical Care Medicine
Rafael Barilari, MD
Pediatric Hematology-Oncology
Children’s Hospital of New
Jersey
Newark Beth Israel Medical
Center
Versão Portuguesa:
Teresa Campos, MD
Ana Carvalho, MD
Unidade de Cuidados
Intensivos Pediátricos
H. S. Maria – Lisboa
Portugal
COAGULAR
ANTICOAGULANTES
PROCOAGULANTES
OU
NÃO COAGULAR
PROCOAGULANTES
ANTICOAGULANTES
SISTEMA HEMOSTÁTICO
VIA
VIA
INTRÍNSECA
EXTRÍNSECA
VIA COMUM
Trombina
Fibrinogénio
Fibrina
PLAQUETAS
COÁGULO
FACTOR TECIDULAR
COLAGÉNIO
PAREDE VASO
CASCATA DA COAGULAÇÃO
VIA INTRÍNSECA
Factor XII
Factor XI
Factor IX
VIA EXTRÍNSECA
Lesão vascular
Factor XIIa
Ca++
Factor tecidular
Factor VIIa
Factor VII
Factor XIa
Factor IXa
Plaquetas
VIIIc Ca++
Factor X
Factor Xa
Plaquetas
Protrombina
Fibrinogénio
VIA COMUM
Va
Factor XIII
Ca++
Trombina
Fibrina
COÁGULO
Factor XIIIa
FIBRINÓLISE
POLÍMERO DE FIBRINA
D
E
D
D
E
D
D
D
E
D
D
E
D
E
D
D
D-DÍMERO
E
D
D
D
PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO
DA FIBRINA
DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS
Epidemiologia
 Incidência
 0.7 – 1.9 por 100 000 crianças
 0.51 por 10 000 recém-nascidos
DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS
 Tromboembolismo venoso
 Tromboembolismo arterial
TROMBOEMBOLISMO VENOSO
Apresentação clínica








trombose relacionada com catéter
trombose da veia renal
trombose da veia porta
AVC
purpura fulminans
trombose do seio venoso
trombose auricular
embolia pulmonar
TROMBOEMBOLISMO VENOSO
Apresentação clínica
Relacionado com cateter
oclusão / perda permeabilidade
sépsis
trombocitopenia por consumo de plaquetas
membro inferior
dor abdominal, inguinal ou do membro inferior
edema do abdómen ou membro inferior
rubor/aspecto marmoreado do membro inferior
TROMBOEMBOLISMO VENOSO
Apresentação clínica
Relacionado com cateter
sistema venoso superior
edema
dor
palidez do membro superior
síndrome da veia cava superior
edema da face e pescoço, ingurgitamento venoso
quilotorax
quilopericárdio
TROMBOEMBOLISMO VENOSO
Apresentação clínica
Trombose veia renal
 hematúria
 proteinúria
 trombocitopénia
 rim não funcionante
 massa abdominal
TROMBOEMBOLISMO VENOSO
Apresentação clínica
Trombose do seio venoso
 Mais frequente nos recém-nascidos
 0.67 por 100000 doentes
 Apresentação clínica
 58% convulsões
 76% sinais neurológicos difusos
 42% sinais focais
Apresentação c/ convulsões e enfarte venoso são
predictivos /determinantes de mau prognóstico
 Factores de risco




doença sistémica aguda 54%
estados protrombóticos 41%
doença sistémica crónica 36%
doença localizada á cabeça e pescoço 29%
deVeber G NEJM 2001; 345: 417-23
TROMBOEMBOLISMO
Tromboembolismo auricular
 Trombo da aurícula direita
 factores de risco
 cateter venoso central
 fibrilhação / flutter auricular
 cirúrgia de Fontan
 risco de embolia pulmonar
 Trombo da aurícula esquerda
 factores de risco
 fibrilhação / flutter auricular
 doença mitral reumatismal
EMBOLIA PULMONAR
“ Pequenos ou grandes fragmentos do trombo
vão-se libertando e são levados na corrente
sanguínea e conduzidos até aos vasos mais
distais.
Isto dá lugar ao um processo
frequente a que dei o nome de Embolia”.
Rudolf Virchow, Cellular pathology, 1859
special ed.
EMBOLIA PULMONAR
 TROMBÓTICA
 origem embólica
 oclusão trombótica em doentes com
hipertensão pulmonar
 NÃO-TROMBÓTICA
 processo patológico
 tumor, infecção
 outros sistemas/orgãos
 gordura, medula óssea, bilis, cérebro
 material estranho /corpo estranho
iatrogénica
 cateteres, talco, bala, partes de valvas
EMBOLIA PULMONAR
Fisiopatologia






Aumento da resistência vascular pulmonar
Alteração da ventilação-perfusão
Alteração das trocas gasosas
 resistência da via aérea
 compliance pulmonar
Enfarto pulmonar
EMBOLIA PULMONAR
Fisiopatologia
 Aumento da resistência vascular pulmonar
 obstrução vascular
  pressão artéria pulmonar quando > 25-30% da
árvore arterial está ocluida
 P média artéria pulmonar de 30-40mmHg significa
hipertensão pulmonar grave
 vasoconstrição (aminas vasoactivas)
 serotonina, tromboxano A2
 vasoconstrição por baroreflexo
EMBOLIA PULMONAR
Fisiopatologia
Alteração da ventilação-perfusão
 aumento do espaço morto
 shunt intrapulmonar
 shunt intracardíaco
PULMONAR EMBOLIA
Fisiopatologia
 Alteração de trocas gasosas
 aumento do espaço morto alveolar (Vd)
  absoluto espaço morto (obstrução completa) e 
espaço morto fisiológico (obstrução incompleta)
 Vd/Vt normal = < 0.35
 hipoxémia





doença cardiopulmonar pré-exitente
grau de obstrução vascular
alteração V/Q
bronco constrição reflexa, atelectasia, enfarto
diminuição do débito cardíaco
EMBOLIA PULMONAR
fisiopatologia
  resistência das vias aéreas
 Serotonina mediadora broncoconstrição ?
  compliance
 edema pulmonar, fibrose, atelectasia
 perda de surfactante
 enfarto pulmonar
 oclusão de pequenos ramos artéria pulmonar
EMBOLIA PULMONAR
Factores de risco
 trombose venosa profunda
 imobilização prolongada
 pós-operatório
 obesidade
 cardiopatia
 neoplasia
 doença do colagénio, anomalias venosas
Hipercoagulabilidade primária
EMBOLIA PULMONAR
Clínica
 COR PULMONALE AGUDO
 dispneia, cianose, insuficiência VD, hipotensão
 ENFARTO PULMONAR
 dor pleuritica, hemóptise
 NÃO ESPECÍFICO
 tosse, febre, mal estar
A Dispneia é o sintoma mais comum e a
Taquipneia o sinal mais frequente
EMBOLIA PULMONAR
Sinais Radiológicos
 Dilatação distal da artéria pulmonar
 Dilatação do coração direito
 Sinal Westermark
 áreas vascularidade pulmonar
 Hampton hump
 infarct-cardiac margin is ‘hump’ shaped
 Elevação do hemidiafragma
 Derrame pleural
EMBOLIA PULMONAR
ECG
 Taquicárdia, depressão de ST
 inversão de ST e onda T
 padrão S1 Q3 T3
 onda S em DI, onda Q com T negativa
em DIII
EMBOLIA PULMONAR
Ecocardiograma
 Trombo nas cavidades dtas ou na AP
 Dilatação do ramo direito AP
 Dilatação VD, aumento da relação do
diametro VD/VE
 VD hipocinético
 Posição anómala do septo com motilidade
paradoxal na sistole
 TR/PR
EMBOLIA PULMONAR
Gasimetria
  PaO2
  PaCO2  PaCO2
  P (A-a) O2
‘PaO2 normal não excluí tromboembolia pulmonar’
EMBOLIA PULMONAR
Investigação
 D-Dímeros
 ELISA mais sensível que o teste rápido
de aglutinação latex
 sensibilidade variável em diferentes
estudos (65% - 95%)
 Vd/Vt
 > 0.4
 sensibilidade 100%, especificidade 94%
EMBOLIA PULMONAR
Angiografia Pulmonar
 “gold standard”
 indicações
 TAC inconclusivo
 TAC de baixa probabilidade mas grande
suspeita clínica
 TAC de elevada probabilidade em doente
cuja confirmação é necessária por ter
elevado risco de hemorragia se anticoagulado
 embolia maciça com embolectomia planeada
 grande
evidência
clínica
de
outro
diagnóstico
EMBOLIA PULMONAR
Cintigrafia V/Q
 Elevada probabilidade V/Q
 > 2 defeitos de perfusão segmentares, grandes
ou moderados + 1 defeito segmentar grande –
sem ventilação correspondente ou alteraçoes
no estudo radiologico
 > 4 defeitos de perfusão segmentares
moderados sem ventilação corresponente ou
alteraçoes no estudo radiologico
 especificidade 88%
 Probabilidade intermédia V/Q
 especificidade 30%
 Baixa probabidade V/Q
 especificidade 14%
PIOPED STUDY JAMA 1990; 263: 2753-2759
CINTIGRAFIA V/Q
Cintigrafia de ventilação do doente ‘A’ com
suspeita embolia pulmonar
CINTIGRAFIA V/Q
Cintigrafia de ventilação do doente “A”
com suspeita de embolia pulmonar
CINTIGRAFIA V/Q
Cintigrafia de perfusão do doente ‘A’ com
suspeita de embolia pulmonar -múltiplos
defeitos segmentares
EMBOLIA PULMONAR
TAC espiral
 sensibilidade 87%; especificidade 91%
(Rathbun SW et al Ann Intern Med 2000; 132: 227-232
Mullins MD et al Arch Intern Med 2000; 160: 293-298)
 execução rápida em doentes
hemodinamicamente instáveis
 pouca sensibilidade para êmbolos em
artérias subsegmentares
TAC ESPIRAL
Tromboembolismo da artéria pulmonar
direita
TROMBOSE NEONATAL
 Relação com cateter (maioria)
 Espontânea
 renal/cava/porta/hepática
 Secundária a factores de risco
 asfixia periparto, sépsis,
desidratação, diabetes materna
TROMBOSE NEONATAL
Factores de risco
Deficiência inibição da trombina
  factores dependentes Vit K
Fibrinólise ineficaz
  plasminogénio e t-PA
 alpha 2 antiplasmina normal
Diminuição da maioria dos anticoagulantes
AT, Proteina C, S
3-6 meses: factores hemostáticos atingem
os níveis do adulto
Proteina C atinge os níveis do adulto na
puberdade
TROMBOEMBOLISMO
VENOSO PROFUNDO
Em 80% RN e 60% crianças ocorre no
sistema venoso superior
TROMBOSE RELACIONADA COM
CATETER
Incidência
 3.5 por 10000 admissões em estudos
retrospectivos; 8-35% em estudos prospectivos
 menor na v.jugular interna e maior nas v. femoral e
subclávia
Classificação
 Oclusão
 parcial ou completa
 trombótica ou não-trombótica
 Rede de fibrina
Jacobs BR. Critical Care Clinics 2003; 19: 489-514
TROMBOSE RELACIONADA COM
CATETER - Classificação
 Oclusão
 parcial ou completa
 parcial: coágulo ou precipitados actuam como válvulas
que permitem a entrada mas não a saída de fluídos;
 completa: impossibilidade de infundir ou aspirar
fluídos
 trombótica ou não-trombótica
 trombótica: elementos celulares dentro, em redor ou
no topo do cateter; não trombótica: depósitos de
fármacos/minerais/lipidos; obstrução mecânica
 Rede de fibrina
 fibrina adere e acumula-se na superfície
externa, envolvendo o dispositivo
 forma-se em 5-7 dias
 venografia de contraste: defeitos de
preenchimento ou refluxo de contraste
TROMBOSE RELACIONADA COM
CATETER - Fisiopatologia
 lesão da parede vascular
 com a colocação do cateter resulta a exposição
do factor de membrana, factor de Von
Willebrand (vWf)
 alteração do fluxo sanguíneo
 ralentamento e turbulência do fluxo
 hipercoagulabilidade
 plaquetas aderem ao factor VW activando a
cascata de coagulação
TROMBOSE RELACIONADA COM
CATETER
Factores de risco
 Factores do doente
 Factores do cateter
TROMBOSE RELACIONADA COM
CATETER
Factores de risco – doente







neoplasia
quimioterapia
alimentação parentérica
infecção
hemodialise
factores protrombóticos
estase venosa: desidratação, policitémia,
Cetoacidose diabética
TROMBOSE RELACIONADA COM
CATETER
Factores de risco – catéter
 composição do catéter
 polyvinyl e polyethylene são mais rígidos e têm
superfície irregular (elevada incidência de
trombose) enquanto silicone é maleável (menor
incidência de trombose)
 relação dos diâmetros catéter/vaso
 relação elevada - risco aumentado de trombose
 infusão
 lípidos e alimentação parentérica induzem a
actividade procoagulante dos monócitos e
células endoteliais
TROMBOEMBOLISMO VENOSO
Apresentação clínica
Trombose da veia porta
 ocorrência / situações predisponentes
 cateterização da veia umbilical
 transplante hepático
 sépsis intra-abdominal
 esplenectomia
 forma de apresentação
 abdomen agudo
 obstrução crónica : esplenomegalia, hemorragia GI
TROMBOEMBOLISMO VENOSO
Complicações
 Mortalidade
 14-23%
 determinada pela doença subjacente
 Recorrência
 Primeira recorrência = 9%
 Síndrome pós-flebite
SÍNDROME PÓS-FLEBITE
 complicação da trombose venosa
profunda
 dor, edema, hiperpigmentação,
induração, ulceração
 por hipertensão venosa e
insuficiência valvular
 pode ocorrer 5-10 anos após
tromboembolismo
PURPURA FULMINANS
Os factores procoagulantes são activados e
os anticoagulantes/fibrinoliticos inibidos

Deficiências congénitas ou acquiridas de
Proteina C e S

Sépsis meningocócica
 consumo de Proteina C e S e AT com disrrupção
do complexo proteína C- endotélio
FACTORES DE RISCO
 Hereditários
 Mais frequentes
Mutação gene Factor V
(Factor V Leiden)
Mutação gene
protrombina
(protrombina 20210 A)’
 outros
 deficiência AT,
Protein C,S
 hiperhomocisteinémia
 disfibrinogenémia
 Adquiridos
 Cateter central
 Hiperviscosidade
(desidratação, policitémia)
 Cirúrgia ou trauma
 Infecção (HIV, varicelazoster, tromboflebite
supurativa )
 Doenças autoimunes (LA,
APLS, IBD, BD, DM)
 Doença renal (síndrome
nefrótico, doença renal
crónica)
 Cardiopatia congénita
 Neoplasia
 Quimioterapia (Lasparaginase, prednisona)
 Doença hepática
 Talassémia (pósesplenectomia PVT)
 Drepanocitose
 APCC or PCC administration
FACTORES DE RISCO
HEREDITÁRIOS
Factor V Leiden
 mutação do Factor V que causa resistência à
proteína C activada
 mutação isolada G-A no nucleotido 1765 do gene do
factor V: arginina é substituída por glutamina na posição
506
 causa hereditária de trombose mais frequente nos
caucasianos
 3-8% dos caucasianos são portadores da mutação e
0.1% são homozigóticos
 homozigóticos têm um risco 80x superior de
trombose
FACTORES DE RISCO
HEREDITÁRIOS
Protrombina 20210A
 Defeito genético na posição
nucleotido 20210A no gene
protrombina
do
da
 2-3% em Caucasianos,
Mediterranicos
 Menor gravidade clínica
em
 níveis elevados de protrombina com
formação aumentada de trombina
4-5%
FACTORES DE RISCO
HEREDITÁRIOS
Deficiência de Antitrombina
AT forma um complexo com os factores de
coagulação activados, trombina, Xa, IXa e
XIa, o que é acelerado pela heparina ou o
sulfato de heparina da superfície celular
Deficiência Tipo I
 diminuição da sintese e actividade funcional da
AT
Deficiência Tipo II
 diminuição da actividade e níveis antigénicos
normais
FACTORES DE RISCO
HEREDITÁRIOS
Deficiência de Proteina C
 glicoproteína plasmática dependente da vit K,
inactiva os factores Va e VIIIa
 actividade da proteína C é aumentada pela proteína S
 transmissão autossómica dominante
 Tipo 1
 diminuição da concentração plasmática e actividade
funcional
 Tipo 2
 diminuição da actividade funcional
 Apresentação: purpura fulminans neonatal, CID,
tromboembolismo recorrente na idade adulta
FACTORES DE RISCO
HEREDITÁRIOS
Deficiência de Proteina S
 Anticoagulante dependente da Vit K
 Cofactor da proteina C, aumentando
a sua actividade contra os factores
Va e VIIIa
 Tipo 1
 defeito quantitativo
 Tipo 2
 defeito qualitativo
FACTORES DE RISCO
HEREDITÁRIOS
Hiperhomocisteinémia
 deficiência de cistationina b-sintase
 polimorfismo do gene MTHFR : reduz a quantidade
de 5-metiltetrahidrofolato disponível para a conversão
de homocisteina em metionina
FACTORES DE RISCO
HEREDITÁRIOS - Outros
Níveis de Lipoproteina - Lp(a)
Níveis elevados inibem a fibrinólise por competição com o
plasminogénio na ligação à fibrina ou superfície celular
 Níveis de F VIII
níveis elevados aumentam o risco de tromboembolismo
>1500 IU/L tem um risco 6x superior quando comparado com
níveis <1000 IU/L
FACTORES DE RISCO
HEREDITÁRIOS
Disfibrinogenémia
 Autossómica recessiva
Diminuição da ligação da trombina à
fibrina anómala e fibrinólise ineficaz
por inadequada associação do
activador tecidular do plasminogénio e
activação do plasminogénio
 Trombose e hemorragia
DOENÇAS HEREDITÁRIAS
Investigação laboratorial











Antitrombina
Proteina C,S
Factor V Leiden
Gene da protrombina (G20210A)
Doseamento da homocisteina (5,10
metilenotetrahidrofolato reductase)
Lipoproteina (a)
Anticoagulante lúpico
Anticorpo anticardiolipina
Factor VIII
Fibrinogénio
Estudo de causas raras:








Resistência à proteina C activada
Factor XI, XII
Cofactor 2 da heparina
Trombomodulina
Inibidor do factor tecidular
Plasminogenio
Inibidor do activador do plasminogénio-1
Activador do plasminogenio tecidular
TRATAMENTO
 Em geral, está indicado manter 3 meses após
resolução
de
um
primeiro
episódio
de
tromboembolismo com factores de risco resolvidos
 Se obstrução vascular residual ou persistência de fact de
risco, estão recomendados 6 meses de terapêutica
 Considerar tratamento prolongado se persistem os
fact de risco como: anticoagulantes lúpicos, traços
trombofílicos múltiplos ou tromboemb. recorrente
 Embolia pulmonar: “janela terapêutica”- mais
eficaz quando iniciado precocemente, mas pode
estender-se até 14d após o início dos sintomas
 Infusão de PFCongelado para  níveis de
antitrombina ou plasminogénio pode aumentar a
eficácia do tratamento
TROMBOEMBOLISMO VENOSO
Tratamento
 Heparina não fraccionada
 Heparina de baixo peso molecular
 Trombolítico - activador plasminogénio
tecidular
 Trombólise directa do cateter
 Anticoagulante oral - warfarina
 Inibidores directos da trombina
 Inibidores directos do factor Xa
 Inibidores indirectos do factor Xa
ANTICOAGULANTES
ACÇÃO E MONITORIZAÇÃO
HEPARINA-ANTITROMBINA
FACTOR XIIa
FACTOR XIa
HBPM
FACTOR IXa
FACTOR Xa
FACTOR Xa
Níveis
Anti Xa
TROMBINA (IIa)
PTT
WARFARINA
FACTOR VII
FACTOR IX
FACTOR X
PROTROMBINA (II)
TP/INR
FIBRINOLÍTICOS
tPA
UROQUINASE
PLASMINOGÉNIO
PLASMINA
FIBRINOGÉNIOFIBRINA
PRODUCTOS DE DEGRADAÇÃO
DA FIBRINA
Trombólise dirigida por
cateterismo
 Activador recombinante do
plasminogénio tecidular
 Bólus 4-5mg seguido de perfusão de
0.02mg/kg/h - 0.04mg/kg/h
 Problemas técnicos, hemorragia local
e distante , ruptura do vaso
HEPARINA
 Ácido glicosaminoglicano actua ao catalisar a AT
para inibir proteinases da serina, em particular os
factores IIa (trombina), IX e X
 No RN e na criança, o aumento da clearance da
heparina, a ligação de proteínas plasmáticas à
heparina e concentrações séricas baixas de AT
determinam a necessidade de doses mais elevadas
 Efeitos secundários:
 hemorragia
 trombocitopénia induzida pela heparina
 osteopénia
TROMBOCITOPÉNIA INDUZIDA PELA
HEPARINA (TIH)
fisiopatologia
 TIH e TIH/Trombose é uma reacção
imune
desencadeada por anticorpos (IgG) que
se ligam ao complexo heparina-proteínas
de superfície das plaquetas e células
endoteliais
 o anticorpo é responsável pela activação
de plaquetas, agregação e destruição de
plaquetas e células endoteliais
TROMBOCITOPÉNIA INDUZIDA PELA
HEPARINA
fisiopatologia
Anticorpo
IgG
Heparina
Plaquetas
factor 4
Activação/agregação plaquetas
Destruição plaquetas e endotelial
Trombocitopénia
induzida heparina
Trombocitopénia/trombose
induzida pela heparina
TROMBOCITOPÉNIA
INDUZIDA PELA HEPARINA
Diagnóstico
 ínicio entre o 3º-14ºd de terapêutica
com heparina
 redução  50% em relação ao valor
de plaquetas de base
 ausência de outras causas de
trombocitopénia
 resolução com a suspensão da
heparina
TROMBOCITOPÉNIA
INDUZIDA PELA HEPARINA
Diagnóstico
 Confirmação
 teste de agregação plaquetária
 ELISA para quantificar os anticorpos
dirigidos ao complexo heparina-PF4
TROMBOCITOPÉNIA
INDUZIDA PELA HEPARINA
Tratamento
 suspender a heparina de imediato
 persistência da trombocitopénia
 inibidor directo da trombina
 lepirudin
 argatroban
 monitorizar APTT
 procure tromboses
 se é necessária profilaxia – argatroban,
pode ser usado
HEPARINA SISTÉMICA
ADMINISTRAÇÃO EM CRIANÇAS
Protocolo
Dose impregnação: Heparina 75 units/kg IV em 10 minutos
Dose initial de manutenção: 28 units/kg/h se 1 ano de idade
20 units/kg/h se 1 ano de idade
Ajustar dose de heparina para manter APTT 60-85 seg
APTT
Bolus,
unidad/kg
Aguardar,
minutos
Variação
em %
Repete
APTT após
< 50
50
0
+10
4h
50-59
0
0
+10
4h
60-85
0
0
0
Dia
seguinte
86-95
0
0
-10
4h
96-120
0
30
-10
4h
>120
0
60
-15
4 hours
Adaptado de Michelson AD, Bovill E, Andrew M: Antithrombotic therapy in children.
Chest 1995; 108:506s-522S
REVERTER OS EFEITOS DA HEPARINA
Tempo desde a última dose
de heparina, Minutos
Dose de Protamina,
mg/100 unidades Heparina
<30
1
30-60
0.5-0.75
60-120
0.375-0.5
>120
0.25-0.375
Dose máxima = 50 mg. Ritmo de perfusão da solução 10
mg/mL não deve exceder 5 mg/minuto
Adaptado de Monagle P, Michelson AD, Bovill E and Andrew M:
Antithrombotic therapy in children. Chest 2001; 119:344-370S
Heparina de baixo peso
molecular (HBPM)
 Polímero de heparina de 4 a 6 kd que resulta da
clivagem química e enzimática de heparina standard
(12 a 15 kd)
 Liga-se à antitrombina alterando a conformação com
consequente ligação e inactivação do factor Xa
 Níveis terapeuticos– colheita 4 horas pos
administração - 0.6-1.0 anti-Xa U/ml
 Doses: 1mg/kg sc cd 12h; 1.5mg/kg sc cd 12h se <
2meses de idade
MONITORIZAÇÃO (HBPM)
Anti-Factor Xa
u/ml
Esperar pela
próxima dose?
Alterar dose?
Repetir Anti-Factor Xa
<0.35
Não
Aumentar 25%
4h após próxima dose
0.35-0.49
Não
Aumentar 10%
4h após próxima dose
0.5-1.0
Não
Não
Dia seguinte, depois 1 semana
mais tarde e mensalmente (4h
após dose)
1.1-1.5
Não
Diminuir 20%
Antes próxima dose
1.6-2.0
3h
Diminuir 30%
Antes próxima dose e 4h
depois próxima dose
>2.0
Até anti-factor
Xa 0.5U/ml
Diminuir 40%
Antes próxima dose,
Se não < 0.5u/ml, repetir q12h
Monagle P, Michelson AD, Bovill E, Andrew M. Chest 2001;
119:344S-370S
HBPM
 Vantagens
 farmacocinética mais predictível
 monitorização menos frequente
 administração subcutânea
 menor risco de trombocitopénia induzida
pela heparina
 menor risco de osteoporose
 não interfere com dieta ou fármacos
ALERTA: NÃO UTILIZAR EM SIMULTANEO
HEPARINA E HBPM
WARFARINA
 Inibição da gamma carboxilação das
proteínas sintetizadas no fígado e
dependentes da vitamina K e dos factores
II, VII, IX, X
 Objectivo INR 2-3 (no tromboembolismo)
 Efeitos secundários
hemorragia
Necrose da pele induzida pela warfarina
teratogénica
WARFARINA - PROTOCOLO
I.
Dia 1: se INR basal é 1.0-1.3: dose = 0.2mg/kg oral
Max: 10mg/dose
II. Impregnação dias 2-4: Se INR é
INR
ACTUAÇÃO
1.1-1.3
1.4-1.9
2.0-3.0
3.1-3.5
> 3.5
Repete dose de impregnação
50% da dose inicial de impregnação
50% da dose inicial de impregnação
25% da dose de impregnação
Esperar até INR < 3.5, depois reiniciar
com 50% menos que dose prévia
WARFARINA - PROTOCOLO
III: Dose de manutenção:
INR
1.1-1.4
1.5-1.9
2.0-3.0
3.1-3.5
> 3.5
ACTUAÇÃO
Aumentar 20% da dose
Aumentar 10% da dose
Manter dose
Diminuir 10% da dose
Esperar até INR < 3.5, depois reiniar
com menos 20% da dose prévia
Michelson AD, Bovill E, Andrew M. Chest 1995;108:506S-522S
Interrupção da Veia Cava Inf.
 Indicações
 contraindicação para anticoagulação
EP recorrente apesar de anticoagulação adequada
Complicações
malposicionamento
migração
trombose venosa proximal ou distal ao filtro
sépsis
hemorragia no local de punção
Tipos
filtro permanente eg: filtro Kimray-Greenfield
filtros recuperáveis, se risco transitório
TERAPÊUTICA TROMBOLíTICA
t-PA
 PE maciça, TVP extensa, trombose arterial
0.5mg/kg/h , 6 horas
 perfusão simultânea Heparina – 20units/kg/h
 sem resposta após 6 horas, dosear plasminogénio –
pode precisar de PFC
 Membros Inferiores
0.2 mg/kg (MAX 15mg) seguida de perfusão
0.75mg/kg em 30min (max 50mg) e depois
perfusão 0,5mg/kg em 60 min (max 35mg)
heparina – em simultâneo, bólus 75mg/kg seguido
20units/kg/h
TERAPÊUTICA TROMBOLÍTICA
SISTÉMICA - Precauções
Não: administrações IM
Manipulação mínima do doente
Evitar uso concomitante de warfarina
ou agentes antiplaquetários
Não: algaliar, medir temperatura
rectal ou efectuar punções arteriais
TERAPÊUTICA TROMBOLÍTICA
SISTÉMICA - Complicações
 Hemorragia em 30-50% dos doentes
 hemorragia de feridas ou local de punção pressão local
 Hemorragia grave
Parar perfusão do agente trombolítico
Crioprecipitado (1 unidade/5kg)
Amicar – para reverter processo trombolítico
Sulfato de protamina - para reverter heparina
 Febre, urticária, reacções anafiláticas
TROMBOSE RELACIONADA COM
CATETER - Tratamento
 Substituição ou remoção do cateter
 determinado individualmente para cada doente
 Terapêutica anticoagulante
 heparina
 heparina de baixo peso molecular
 dose baixa de t-PA para restaurar
permeabilidade do cateter
 agentes selectivos da fibrina (alteplase e
tenecteplase) e não selectivos da fibrina
(streptokinase, reteplase)
 warfarina
 trombólise directa do cateter
TROMBOSE RELACIONADA COM
CATETER - Tratamento
 Filtro na veia cava
 indicações
 contraindicação para anticoagulação
 ocorrência de tromboembolismo apesar da
anticoagulação
 Trombectomia cirúrgica
 indicações
 trombo na AD condicionando instabilidade
hemodinâmica
INIBIDORES DIRECTOS DA
TROMBINA
 ligação específica à trombina
 inibição da trombina livre e ligada
 Fármacos aprovados pela FDA
 lepirudin
 bivalirudin
 Argatroban
 Via de administração / monitorização
 IV (a maioria), monitorizar APTT
 Oral : Melagatran – não é necessária monitorização
INIBIDORES DO FACTOR XA
 Inibidor directo do Factor Xa
inibição exclusiva do Factor Xa
inibição do factor Xa circulante e ligado
ao coágulo
em pesquisa
YM-60828
DX-9065a
INIBIDORES DO FACTOR XA
 Indirecto
 aumenta a actividade inibitória sobre o
factor Xa mediada pela antitrombina
 síntese totalmente química
 fondaparinux
100% biodisponibilidade
Efeito previsivel em função da dose
Trombocitopénia induzida pela heparina
pouco provável / raro
AVC ARTERIAL
 AVC
“aparecimento súbito de sinais focais (ou
alt. globais) que persistem por um
período mínimo de 24 horas ou levam à
morte sem outra causa aparente para
além da origem vascular”
WHO MONICA Project definition
AVC ARTERIAL
8 por 100,000 por ano
ISQUÉMICO
55%
Embolo cardíaco
Estados
protrombóticos
Vasculopatia não
aterosclerótica
HEMORRÁGICO
45%
Traumática
Não traumática
Ruptura de malformação
vascular
Diátese hemorrágica
Abuso de drogas
simpaticomiméticas
Hemorragia de tumor
intracraniano
AVC ARTERIAL
Investigação

Exames de imagem
 MRI/MRA

W/U ??? para estados de hipercoagulabilidade

Infecção
 Pesquisa no liquor e sangue de: bacteria/virus/micoplasma/rickettsia
 Doenças do colagénio / Conectivopatias
 LED /APLA
 Metabolico
 para “MELAS” (miopatia mitocondrial, encefalopatia, acidose láctica,
episódios semelhantes a AVC): lactato/piruvato sangue/liquor, estudo DNA
 para defeitos enzimáticos do ciclo da ureia – amónia sérica
 para hiperlipidémia (TG, colesterol, HDL e LDL séricos)
 para homocistinúria (aminoácidos séricos, níveis homocisteina)
 para doença de Fabry (ceramide trihexoside na urina, a-galactosidase dos
leucocitos)
AVC ARTERIAL
Tratamento
 Heparina ou HBPM, mínimo 5 dias
 Seguida de anticoagulação com
warfarina ou ASA – duração
dependente da etiologia
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Doenças Tromboembólicas