XXXIV Congresso Nacional de Cirurgia Março de 2014 Tumor Fibroso Maligno: da raridade à série de 3 casos Unidade Hepatobiliopancreática│Hospital de Santo António Responsável da Unidade – Dr. José Davide Director do Serviço de Cirurgia Geral – Dr. José Davide Sílvia Neves, Pedro Martins, Wilson Malta, Sílvia Pereira, António Canha, Paulo Soares, Donzília Sousa Silva, Jorge Daniel, José Davide O tumor fibroso solitário maligno (TFSM) é uma neoplasia de origem mesenquimatosa cuja localização no parênquima hepático é extremamente rara. O objectivo dos autores é proceder à revisão da epidemiologia e da abordagem terapêutica do TFSM, divulgando a sua própria casuística. Caso 1 Caso 2 Caso 3 ♀, 28 anos, passado de exérese de lesão do cavado poplíteo direito classificada como hemangiopericitoma. No seguimento, detectada lesão hepática (LH) que motivou revisão histológica da peça prévia, concluindo-se por TFSM, achados semelhantes aos da peça de hepatectomia efectuada para remover a LH. A doença recidivou no osso ilíaco (tratada por radiofrequência percutânea) e no espaço pararenal direito (exérese cirúrgica). ♀, 80 anos, achado incidental de LH em 2008, que cresceu, pelo que foi submetida a exérese (histologia confirmou TFSM). A doença recidivou localmente tendo sido possível a sua exérese em bloco com parte do cólon e do estômago. ♀, 40 anos com LH conhecida há vários anos, acreditada de hemangioma, referenciada por incremento dimensional já com biopsia realizada a apontar para TFSM. Submetida a hepatectomia esquerda com confirmação histológica. Peças operatórias: lesões capsuladas, tecido esbranquiçado com áreas firmes e outras de consistência elástica, de aspecto gelatinoso Tomografia computorizada: imagens nodulares com captação heterogénea e dispersa de contraste, com áreas de hipodensidade. Anatomia Patológica: lesões capsuladas, mesenquimatosas; imunorreactividade para vimentina, CD34, CD10, CD99. A maioria dos TFSM são tumores de grandes dimensões sem predomínio de localização em fígados não cirróticos. A clínica é inespecífica e, na maioria dos casos, são achados incidentais. Os sinais e sintomas mais comuns são enfartamento, oclusão intestinal, tumefacção palpável, icterícia, perda de peso, fadiga ou hipoglicemia para-neoplásica. A ressecção cirúrgica com margens negativas é a única arma terapêutica nos TFSM do fígado. Decorrente da sua raridade, a experiência com estas neoplasias é rara, tornando-se a sua divulgação fundamental.