Daniela Vieira de Oliveira
1
Desafios para o
Desenvolvimento Econômico
Goiano
Eduiges Romanatto
2
Resumo: Apesar da expansão da economia goiana observada nos
Dentre os grandes setores de atividades econômicas, a
últimos anos, vários indicadores sociais e infraestruturais estão abaixo do
agropecuária
almejado para que o Estado seja mais atrativo, que os demais, aos
participação no valor adicionado em 2008 com relação a
investimentos privados. Este artigo reúne e discorre sobre os
determinantes da competitividade sistêmica de Goiás capazes de ampliar
e
1998, enquanto
serviços
apresentaram
queda
de
a indústria apresentou ganhos. A
a competitividade das empresas. Dentre estes determinantes estão a
agropecuária tinha uma participação de 13,05% em 1998
educação, para uma maior capacitação de mão de obra; a saúde, com
e o setor de serviços, 66,34%. Em 2008, estes percentuais
melhoria da qualidade de vida da população; e a infraestrutura,
infr
com
caíram para 12,84% e 60,95%, respectivamente. A
melhoria do transporte, maior oferta de energia, telecomunicações e
infraestrutura urbana. A principal conclusão é que a maioria dos
indicadores sociais e infraestruturais mostram que são necessários
indústria, que tinha 20,61% de participação na economia
em 1998, em 2008 apresentou 26,21%.
maiores investimentos para que o Estado possa proporcionar uma maior
Dentro destes grandes setores o maior ganho em
competitividade sistêmica às empresas tornando-se
se mais atrativo aos
participação
ção é da Indústria de Transformação, que ganhou
investimentos privados
Palavras
chave:
Competitividade
3,2%. e o Comércio, com ganho de 3,6%.
sistêmica,
educação,
saúde,
transporte, energia, telecomunicações, infraestrutura urbana.
Mesmo com todos os resultados positivos do cenário
econômico
em
infraestruturais
Introdução
Goiás,
ainda
os
se
indicadores
encontram
sociais
distantes
e
dos
desejados.
É preciso realizar
ealizar investimentos significativos para
A expansão do Produto Interno Bruto – PIB goiano nos
melhorar sua posição em áreas como educação, saúde,
últimos anos mostrou a pujança de uma economia regional
transportes,
competitiva e com taxas crescentes de
crescimento
saneamento. É necessária a ampliação da competitividade
econômico. O PIB em 1998 era de R$ 21,120 bilhões
com relação aos demais Estados, sobretudo em relação
colocando o Estado em 10º colocação no ranking nacional
às variáveis
iáveis sistêmicas como os setores de infraestrutura
com 2,16% de participação. Em 2008, o PIB de Goiás
e sociais, que são capazes de interferir na produtividade e
atingiu o valor de R$ 75,275 bilhões e aumentou sua
a qualidade dos bens e serviços produzidos no Estado.
participação no PIB nacional para 2,48% fazendo com que
energia,
telecomunicações,
água
Este trabalho relaciona alguns pontos importantes
o Estado de Goiás alcançasse a 9ª posição no ranking
relativos
nacional.
natureza sistêmica para o Estado de Goiás de caráter
O crescimento real da economia goiana atingiu 8% em
2008, o 3º maior crescimento nacional e seu maior da
aos
determinantes
de
competiti
competitividade
2
de
infraestrutural - como a disponibilidade, qualidade e custo
de energia,
história, ante 1,19% em 1998.
1
e
Economista pela UFG (e-mail:
mail: [email protected]).
Mestre em Desenvolvimento Econômico pela UFPR e servidor
ser
da Segplan (e-mail: [email protected]).
16
transportes e telecomunicações - e social - como a
O conceito da competitividade sistêmica coloca o
situação da qualificação da mão de obra e formação de
Estado e os atores sociais como condicionantes para o
recursos humanos, políticas de educação e saúde.
sucesso do desenvolvimento industrial. O sucesso no
desenvolvimento industrial não está ancorado apenas dos
2. Competitividade Sistêmica
fatores no nível micro de empresas e no nível macro das
Segundo Siqueira (2009),
condições macroeconômicas em geral, mas também,
O termo competitividade é relacionado aos ganhos de
produtividade e qualidade decorrentes de uma interação de fatores,
internos e externos à empresa, que tornam a produção econômica
mais eficiente, tais como infraestrutura, educação, saúde, inovação
e política macroeconômica. Assim, a competitividade pode ser vista
como o somatório de ganhos de produtividade e qualidade
relacionados a fatores importantes para construção das vantagens
competitivas das empresas e que, por consequência, contribuem
para o próprio desenvolvimento dos países.
depende de medidas específicas por parte do governo e
de instituições não governamentais, para o fortalecimento
da competitividade de empresas que relacione as
estruturas
fundamentais
políticas
e
econômicas
(ALTENBURG, HILLEBRAND E MEYER-STAMER,1998).
Segundo relatório do Banco Mundial sobre crescimento
Para Coutinho e Ferraz (1994), a competitividade pode
econômico,
países
com
rápido
crescimento
estão
ser vista como a produtividade das empresas ligada à
associados a políticas eficazes nas áreas de educação,
capacidade dos governos, transcendendo o nível da firma,
saúde, inovação tecnológica, infraestrutura, governança e
sendo também relacionadaà estrutura da indústria e do
reformas institucionais, áreas que fazem parte dos
mercado e ainda ao sistema produtivo como um todo. Este
determinantes da competitividade sistêmica. Estes fatores
modelo de classificação pode ser dividido em três
influenciam a tomada de decisões sobre investimentos das
categorias distintas: Fatores internos à empresa, fatores
empresas pois é necessária a análise das variáveis que
estruturais e os fatores de natureza sistêmica.
afetam
os
custos
de
implantação,
tais
como
a
Os determinantes internos à empresa são aqueles que
disponibilidade e a qualidade da infraestrutura e os
estão sob sua esfera de decisão, como a capacitação
indicadores relativos ao capital humano e ao sistema de
tecnológica e produtiva, a qualidade e a produtividade dos
inovação. Se uma região apresentar desempenhos
recursos humanos, o conhecimento do mercado e a
melhores do que outra em um número elevado dessas
variáveis, demonstrando, assim, uma nítida superioridade
capacidade de se adequar às suas especificidades e as
em termos de competitividade sistêmica, provocará
relações privilegiadas com fornecedores e usuários.
diferenças na atração de investimentos e no próprio ritmo
Fatores estruturais são aqueles sobre os quais a
capacidade de intervenção da empresa é limitada pela
de
crescimento
econômico,
que
se
traduzirão
em
disparidades espaciais de renda.
mediação do processo de concorrência, estando por isso
apenas parcialmente sob sua área de influência.
Eles estão relacionados a características dos mercados
3. Aspectos sociais
Educação
como o grau e o tamanho, o grau de sofisticação,
As condições sociais vigentes em uma economia têm
configuração da indústria em que a empresa atua, a
importantes efeitos sobre a competitividade das empresas
concorrência e o acesso a mercados internacionais. Os
que nela operam e por esse motivo são fatores de atração
fatores de natureza sistêmica são aqueles sobre os quais
de novos investimentos. O acesso à educação, a
a empresa tem escasso ou nenhum poder de intervenção.
quantidade e qualificação da mão de obra, o padrão de
Estes fatores podem ser macroeconômicos, político-
vida dos consumidores e melhores condições para que as
institucionais,
pessoas alcancem boa formação profissional e desfrutem
regulatórios,
infraestruturais,
referentes à dimensão regional e internacionais.
sociais,
de boa saúde, permitindo-lhes produzir mais e por mais
17
tempo, são diferenciais para que um estado seja mais
nas avaliações nacionais e na qualidade de vida da
atrativo que outro.
população.
Apesar dos avanços observados nas últimas décadas,
Entre 1981 e 2009, a taxa de analfabetismo no país
Goiás ainda defronta-se
se com grandes entraves para elevar
apresentou declínio, caindo de 22,89% para 9,7%,
a qualidade da educação e do sistema de saúde para um
tendência que se repetiu na região Centro-Oeste
Centro
e no
padrão mais competitivo nacionalmente. É necessário
Brasil. A taxa no Centro-Oeste
Oeste caiu de 22,39% para 7,99%
superar grandes desafios para alcançar a universalização
univers
no mesmo período. Em Goiás, a taxa de 1981 era de
e a qualidade do atendimento, obter melhores resultados
24,41% e em 2009 este percentual foi para 8,58% (ver
Gráfico 1).
Gráfico 1 - Evolução da Taxa de Analfabetismo no País, Região Centro Oeste e Goiás – 1981-2009
Fonte: IPEA. * Dados de 2008 e 2009 - Fonte PNAD
Apesar dos esforços realizados no Estado para
Em 2009, a taxa de analfabetismo goiana se situa
abaixo da média do país, porém acima da região CentroCentro
Oeste, que é puxada pelo Distrito Federal. No entanto, tal
resultado ainda é distante dos melhores desempenhos
nacionais, pois o Estado ocupa o 12º lugar no ranking
nacional, atrás de vários estados com o PIB menor que o
goiano, como o Amapá, Roraima, Amazonas e Espírito
Santo. A situação também é crítica quando se observa
que a taxa de analfabetismo funcional (porcentagem de
pessoas de uma determinada faixa
xa etária que tem
escolaridade de até 3 anos de estudo em relação ao total
de pessoas na mesma faixa) é de 20,3% no Brasil, 18,5%
no Centro-Oeste
Oeste e 19,7% em Goiás, enquanto 10 estados
possuem um índice menor desse tipo de analfabetismo, a
saber: Distrito Federal,
ederal, São Paulo, Santa Catarina, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima, Amapá, Amazonas,
Paraná e Minas Gerais.
melhorar o desempenho com iniciativas para alavancar o
desempenho do ensino fundamental,
fundamenta como a criação de
programas como Bolsa Escola e Bolsa Família e a
constituição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais
Pro
da
Educação
cação (Fundeb), alguns números não são tão
positivos. O número de matrículas
matrícu
apresentou acréscimo
em todos os níveis de ensino de 1998 a 2009 exceto no
nível fundamental que houve redução.
Na pré-escola,
escola, o número de matrículas subiu de
85.809, em 1998, para 107.945, em 2009, um aumento de
25,8%. No fundamental, as matrículas diminuíram de
1,136 milhão para 941.225, um decréscimo de 17,14%. No
ensino médio, saltou de 217.318 para 267.858, um
incremento de 23,26%. Uma observação quanto às
matriculas no ensino fundamental deve ser feita, qual seja,
a de que a taxa de natalidade vem caindo nos últimos
18
anos e isso deve ter algum efeito na queda de matrículas
estabelecimentos de ensino superior subiu de 38 unidades
nesse nível educacional. Contudo essa queda deve ser
em 2001 para 78 em 2009.
relativizada já que se observa aumento de matrículas na
Saúde
pré-escola.
Os
indicadores
de
produtividade
do
Ministério
da
Educação para o ensino básico retratam os grandes
Os indicadores de mortalidade infantil e de esperança de
desafios que ainda precisam ser superados para melhorar
vida
a qualidade do sistema educacional goiano. Em 2005, por
significativas nas condições de saúde e de qualidade de
exemplo, o tempo médio esperado para concluir as oito
vida da população goiana no período recente, que
séries do ensino fundamental era de 9,7 anos, o número
igualmente
médio de séries concluídas era de apenas 6,5 e a taxa
competitividade sistêmica de Goiás.
média esperada para conclusão desse nível de ensino era
Em Goiás, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de
de apenas 57%. No ensino médio, a situação não era
mortalidade infantil apresentou redução saindo de 23,3 em
diferente: o tempo médio para concluir as três séries
1998 para 17 óbitos infantis (menores de 1 ano) por 1.000
alcançava 3,7 anos, o número médio de séries concluídas
nascidos vivos em 2007. Todavia, o Estado ainda está
atingia apenas 2,4 e a taxa média esperada para
distante da taxa aceitável pela Organização Mundial de
conclusão desse nível de ensino era de 67,3%.
Saúde (OMS) de dez óbitos por mil nascimentos. Tal taxa
A oferta de cursos superiores, centros de formação
coloca o Estado na nona posição no ranking nacional atrás
tecnológica e de capacitação profissional apresentou
de Distrito Federal, Santa Catarina, Rio Grande do Sul,
crescimentos significativos nos últimos anos. O número de
São Paulo, Paraná, Espírito Santo, Rio de Janeiro e
matrículas na educação profissional em 2001 era de 6.534
Roraima.
alunos e em 2009 este número cresceu para 17.513,
A esperança de vida ao nascer em Goiás saltou de 70,83
aumentando 268,03%. O número de estabelecimentos
para 73,66 anos entre 1998 e 2008, segundo o IBGE. Tal
subiu de 33 para 64 neste mesmo período, ou seja,
desempenho coloca o Estado na 9ª posições do ranking
crescimento
as
nacional, atrás do Distrito Federal, Santa Catarina, Rio
matrículas saltaram de 52.777 em 1998 para 158.224 em
Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Espírito
2009,
Santo
de
número
193,94%.
299,80%
No
maior.
ensino
A
superior,
quantidade
de
também
apresentam
contribuíram
e
Mato
tendências
para
a
Grosso
de
melhorias
elevação
do
da
Sul.
Gráfico 2 - Evolução dos índices de mortalidade infantil e esperança de vida ao nascer em Goiás - 1997 a 2008
Fontes: Ministério da Saúde – Indicadores e Dados Básicos - Brasil – 2009
Dados de mortalidade infantil não disponíveis para o ano de 2008.
19
Todos estes indicadores indicam a evolução dos
Segundo
pesquisa
da
Confederação
Nacional
de
setores de educação e saúde em Goiás e que ainda é
Transportes, apenas 34,3% da malha encontravam-se em
necessária uma política nacional e estadual para ampliar o
ótimo/bom estado, 35,5%
acesso a estes serviços melhorando a qualidade de vida
foram classificados como ruim ou péssimo.
da população, ampliando a competitividade sistêmica
em estado regular e 30,2%
No transporte ferroviário, segundo a ANTT, em 2008
havia 637 km de extensão de linhas principais e ramais de
oferecida pelo Estado.
rede ferroviária concedida, ou seja, apenas 2,25% do total
5. Aspectos Infraestruturais – Transportes, Energia,
Telecomunicações e Infraestrutura Urbana
Segundo Hirschman (1961), o investimento público em
infraestrutura é de fundamental importância, uma vez que
propicia um quadro atrativo para os investimentos
privados, tornando-os mais baratos e mais rentáveis,
estimulando o desenvolvimento do país. A infraestrutura é
essencial para o desenvolvimento social e econômico de
uma
região
dando
suporte
às
demais
atividades
econômicas, servindo como indutora do crescimento
Os determinantes infraestruturais de maior influência
sobre competitividade sistêmica das empresas referem-se
à oferta de energia, transporte e telecomunicações. A
oferta destes determinantes funciona como diferencial
para os estados que os oferecem de forma eficiente,
No setor de transporte, é necessária uma ampliação e
modernização da malha viária estadual, com um sistema
multimodal
de
alta
competitividade
integrando rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e
hidrovias com um sistema logístico com maior capacidade
de operação, mais eficiente no consumo de combustíveis
e de menor custo com redução dos fretes, tempos de
viagens e perdas.
Em Goiás a precariedade do sistema ainda é uma
característica marcante em todos os modais, mas grandes
investimentos estão sendo realizados. Grande parte das
rodovias encontra-se desgastada ou não-pavimentada.
Segundo a ANTT, são 97.813 km de rodovias federais,
estaduais transitórias (estaduais coincidentes), estaduais
ou municipais, e apenas 13,35% desta malha são
pavimentados.
Norte-Sul que liga Aguiarnópolis, na divisa do Tocantins
com o Maranhão, a Anápolis (GO) e serão iniciadas as
obras do Tramo Sul da Ferrovia Norte-sul, que sairá de
Ouro Verde (GO) e irá até Estrela D'Oeste (SP), com
extensão de 670 quilômetros, dos quais cerca de 450 km
em território goiano. Ainda será construída a Ferrovia de
Integração Centro-Oeste (Fico), que terá 1.638 km e vai
ligar a Ferrovia Norte-Sul, em Uruaçu, a Vilhena, em
Até 2010 os investimentos em infraestrutura logística,
para os empreendimentos exclusivos previstos para
Goiás, foram de R$ 2,99 bilhões até 2010. O PAC 2 (pós
2010) contemplará investimentos que somarão R$ 269,0
milhões em logística. A intenção do programa é ampliar a
infraestrutura logística existente para integrar o território
regular e confiável a custos reduzidos.
transportes
de 2010 serão concluídos cerca de 1.359 km da Ferrovia
Rondônia. Todas essas obras fazem parte do PAC.
econômico.
de
estavam na Ferrovia Centro-Atlântica em Goiás. No final
do Estado e melhorar as condições da interligação de
Goiás com os demais estados do Centro-Oeste e Sudeste
por meio da BR-070, BR-060, BR-153, ampliar a
integração com o Mercosul, aumentando a competitividade
no escoamento da produção agrícola e industrial pela
Ferrovia Norte-sul, BR-070, BR-080, BR-060 e BR-153 e
apoiar o turismo e os negócios com novo terminal de
passageiros no Aeroporto de Goiânia.
A disponibilidade de um abastecimento de energia
farto, regular e confiável a custos reduzidos também afeta
fortemente os custos de todo sistema industrial e,
portanto, do mesmo modo afeta a competitividade externa
das empresas locais.
Seria necessária uma maior diversificação da matriz
energética diminuindo a dependência de uma única fonte
de energia, diminuindo os riscos de não suficiência de
20
oferta, apagões, e consequentes aumentos de preços e
por sua vez, apresentou um aumento: o número de linhas
perda de competitividade.
saltou de 467,480 mil em 2000 para 5,702 milhões, em
Segundo o Balanço Energético Nacional, em 2009
2009. Segundo a PNAD, em 2001 56,92% dos domicílios
Goiás produzia 20.774 GWh de geração elétrica e 2.122
tinham acesso a telefone. Em 2009 este percentual
mil m³ de produção de álcool. A geração elétrica vem
aumentou para 89,71%. Em 2003, 65,10% tinham telefone
caindo desde 2007, e na relação 2009/2008 apresentou
celular e em 2009, 96,18% dos domicílios possuíam este
queda de 20,5%. Já a produção de álcool é crescente
tipo de telefone. Já o percentual de telefones fixos caiu de
aumentando 21,7% em 2009. Goiás tem 42,07% da
76,36% para 38,99% neste mesmo período.
geração elétrica da região Centro-Oeste e 4,46% da
Em
2003,
9,67%
dos
domicílios
possuíam
nacional sendo o 8º maior em geração elétrica e possui
microcomputador no domicílio e só 6,93% tinham acesso à
49,78% da produção de álcool da região e 8,13% da
internet. No entanto, em 2009, os domicílios com
nacional sendo o 3º em produção de álcool.
microcomputadores e acesso à internet apresentaram
Até 2010 os investimentos com recursos do PAC 1 em
infraestrutura energética para os
empreendimentos
exclusivos previstos para Goiás foram de R$ 8,317
crescimento expressivo, saltando de 154.930 e 111.042
para 542.956 e 401.757, respectivamente, ou seja,
aumentos de 29,22% e 21,62%.
bilhões. De acordo com os dados disponíveis, o PAC 2
Apesar do crescimento rápido dos números do setor,
(pós 2010) contemplará os investimentos que somarão R$
faz-se necessária uma constante modernização com
1,3 bilhões para o setor energético. Estes investimentos
novos investimentos permitindo que o país e o Estado
visam garantir a segurança energética e modicidade
alcancem níveis de integração, universalização, com
tarifária para Goiás e região Centro-Oeste e ampliar a
elevado padrão de qualidade, alta velocidade e de baixo
infraestrutura para escoamento da produção de álcool
custo, assim como é ofertado nos demais países com
para os mercados interno e externo – Alcoolduto.
desenvolvimento semelhante ao do Brasil.
Das ações previstas em Goiás na infraestrutura
energética
de
2007-2010
para
Entre 2001 e 2009, o número de domicílios em Goiás
empreendimentos
saltou de 1,484 para 1,858 milhão, um incremento de
exclusivos, já foram concluídas as obras que somam um
25,23%. Esse crescimento do número de habitações foi
investimento de R$ 2,7 bilhões, equivalente ao percentual
acompanhado
de 33% do total previsto de R$ 8,317 bilhões. Estes
infraestrutura urbana em áreas como abastecimento de
investimentos envolvem desde a construção de usinas de
água, saneamento, coleta de lixo, iluminação elétrica,
geração e transmissão até a produção de combustíveis
telefonia e transporte público. Em 2001, 92,10% dos
renováveis como o etanol e o biodiesel.
domicílios contavam com abastecimento de água, porém
pelo
aumento
da
demanda
por
A ampla disponibilidade, o baixo custo e principalmente
apenas 71,25% tinham canalização em rede; 95,08%
a qualidade da rede de telecomunicações é também fator
tinham esgoto sanitário, mas 30,67% possuíam rede
estratégico para a competitividade da indústria tanto como
coletora; 78,38% eram atendidos por serviço de coleta de
condição necessária para o acesso aos mercados
lixo; e 97,33% possuíam iluminação elétrica. Em 2009
externos mais dinâmicos quanto no que diz respeito à
estes percentuais aumentaram: 97,97% dos domicílios
integração do mercado interno e seus impactos sobre o
goianos contavam com abastecimento de água e 81,52%
nível geral de eficiência do sistema industrial.
podiam contar com canalização em rede, 99,13% tinham
O número total de linhas telefônicas saltou de
esgoto sanitário, mas apenas 36,33% possuíam rede
1.479.280, em 2000, para 6.654.587 em 2009. Nesse
coletora; 88,14% possuíam coleta de lixo
período, o número de telefones fixos em serviço caiu de
tinham iluminação elétrica.
e 99,66%
1,11 milhões para 952,480 mil. A telefonia móvel,
21
Até 2010 os investimentos do PAC 1 em infraestrutura
Na educação apesar da redução dos índices de
urbana e social, para os empreendimentos exclusivos
analfabetismo, do aumento no número de matrículas
previstos para Goiás, foram de R$ 6,2 bilhões e para o
inclusive no ensino superior e das políticas públicas
PAC 2, não estão previstos investimentos no setor. A
adotadas para o setor, os indicadores de produtividade
estratégia do PAC 1 é a distribuição equilibrada de água
revelam que ainda existem grandes desafios para se
com priorização das regiões mais críticas e o aumento da
melhorar o desempenho.
oferta de água para o consumo humano e para a
Na saúde é aparente a melhora nos índices de
para
mortalidade infantil e na esperança de vida ao nascer,
universalização do acesso à energia elétrica, para a
entretanto Goiás ainda está abaixo dos níveis de
adutora João Leite, irrigação, saneamento e habitação.
mortalidade infantil aceitáveis pela ONS e abaixo de
produção.
Estes
recursos
estão
destinados
diversos estados com um Produto Interno Bruto inferior,
6. Considerações finais
indicando que são indispensáveis políticas para ampliar o
acesso a estes serviços melhorando a qualidade de vida
Os valores do Produto Interno Bruto goiano mostram que
o estado apresentou crescimento significativo nos últimos
anos, porém alguns indicadores sociais e infraestruturais
mostram que são necessários maiores investimentos para
que
o
Estado
possa
proporcionar
uma
maior
competitividade sistêmica às empresas se tornando mais
atrativo para os investimentos privados por conta das
condições
sociais
infraestrutural.
vigentes
e
seu
desenvolvimento
da população.
A
análise
dos
determinantes
infraestruturais
de
competitividade sistêmica mostra a fragilidade do Estado
principalmente quanto a infraestrutura logística, energética
e urbana, porém amplos investimentos estão sendo
realizados e programados.
Nas telecomunicações, é grande a ampliação da oferta
e a disponibilização de acesso, entretanto devido ao
dinamismo
do
setor,
é
necessária
uma
constante
modernização e uma maior regulação para a garantia de
um serviço de qualidade.
22
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23
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