DRA. VALÉRIA GIRARD - RJ O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO PROJEÇÃO DA PIRÂMIDE BRASILEIRA Distribuição etária da população 2000 - 2035 Fonte: Projeção do IPEA A CAQUEXIA Síndrome de depleção nutricional progressiva causando significativa morbidade e mortalidade Existe uma complexa interação entre o tumor e o hospedeiro Produção de mediadores catabólicos que degradam o tecido do hospedeiro Resposta metabólica aberrante do hospedeiro à presença do tumor Fatores do hospedeiro Idade e grau de atividade física Metabolismo protéico específico A SARCOPENIA Alteração da composição corporal Depleção de massa magra Aumento de massa gorda Perda de força, associada à perda de massa muscular Compromete a funcionalidade e as atividades de vida diária e-SPEN 4(2009) e77-e80 TRÍADE: ANOREXIA+SARCOPENIA+CAQUEXIA Anorexia redução da ingestão Sarcopenia processo inflamatório estresse oxidativo Citocinas – IL-6, TNF Hormônios catabólicos – Cortisol Caquexia consequência do processo inflamatório Proteólise perda de gordura e de massa muscular muscular e-SPEN 4(2009) e77-e80 FISIOPATOLOGIA DA CAQUEXIA Liberação de citocinas TUMOR Resposta Neuroendócrina Produtos tumorais específicos Resposta homeostática ANORMALIDADES METABÓLICAS DO HOSPEDEIRO Tratamento A contribuição relativa das diferentes vias é dependente das características do tumor e do hospedeiro Skipworth, R. et al. Clin Nut 2007 MECANISMOS PRÓ-INFLAMATÓRIOS Cérebro Inflamação sistêmica induzida pelo tumor Fígado Redução de substratos CITOCINAS Proteinas de fase aguda Efeito catabólico direto Aumento da demanda de substratos Consumo Muscular esquelético Perda urinária de nitrogênio Skipworth, R. et al. Clin Nut 2007 Inflamação Aumento de IL-6 Deficiência de Vitamina D Envelheciment o Resistência a insulina Redução de hormônios sexuais, Disfunção celular, Perda neuronal, Anormalidades mitocondriais Desuso Imobilidade, Sedentarismo Endócrin a Deficiênci a de Desnutrição Anorexia, Má absorção, Produção esplâncnica de AA DEFININDO A SARCOPENIA SARX (CARNE) + PENIA (POBREZA) Envelhecimento (20-80 anos) - Redução massa muscular em até 50% Após 30 anos – perda de 1-2% ao ano Atrofia e diminuição das Fibras musculares do tipo II (rápidas) Aumenta incidência de queda e perda de autonomia CLIN GERIATR MED 2010 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS ENVELHECIMEN TO ALTERAÇÕES COGNITIVAS ALTERAÇÕES FUNCIONAIS POLIFÁRMAC OS COMORBIDAD ES DIETAS RESTRITIVAS SARCOPENI A PREVENÇÃO DA SARCOPENIA Exercícios Físicos regulares Dieta hiperprotéica/Suplementos 1,5 (1,2 a 2,0) g/Kg/dia ou 15 a 20% do VCT Melhora a força, a massa e a função muscular Melhora a qualidade de vida do idoso Melhora a cicatrização de feridas O idoso necessita de uma maior ingestão de nitrogênio para manter um BN+ Clin Nutrition 2008;27:675-684 NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA Determinado pela relação GET/GER Atividade Física Gasto Energético de Repouso Gasto Energético Total (GET) Água duplamente marcada (GER) Calorimetria Indireta Skipworth, R. et al. Clin Nut 2007 ATIVIDADE FÍSICA Pacientes com tumor de pâncreas, caquéticos e hipermetabólicos Aumento da sarcopenia Consumo de massa muscular pela inatividade Indivíduos normais acamados por 2 semanas Nível de atividade física: Câncer = 1,24 Perda de 70g de proteina (350g de músculo) Perda do estímulo anabólico para a síntese muscular X Normais = 1,62 Níveis de atividade física equivalentes a pacientes com TRM Moses, AW et al. Br J Cancer 2004 ATIVIDADE FÍSICA É necessária a ingestão supra-normal de proteinas na tentativa de obter algum efeito anabólico compensatório à inatividade física Em pacientes não inteiramente acamados, o uso de suplemento nutricional rico em ácidos graxos omega 3 por 8 semanas, se mostrou eficaz em reduzir o catabolismo relacionado à inatividade, quando comparado a suplemento isocalórico e isonitrógeno A atividade física é também um fator significativo de melhora da qualidade de vida Moses, AW et al. Br J Cancer 2004 COMPOSIÇÃO CORPORAL A redução da FM e FFM ocorre paralelamente, associando-se à redução da Massa Celular Corporal A perda da massa magra associa-se ao comprometimento da atividade física a redução da atividade física é causa e consequência da perda de massa magra a perda progressiva de peso e de massa magra reduzem a atividade física diária e, consequentemente, o gasto energético A perda de gordura precede a de massa magra, que é metabolicamente mais ativa, podendo ser este um dos determinantes do maior gasto energético dos pacientes com câncer O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Redução da água corporal total (20%) e aumento da gordura Comprometimento progressivo do olfato, e redução do interesse por doces e salgados, levando à anorexia Redução da produção de saliva, perda de dentes, comprometimento da mastigação Redução da mobilidade, dificultando o acesso aos alimentos Current Opinion 2008;11:1-6 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Atrofia gástrica Redução da secreção de ácido clorídrico e do fator intrínseco Comprometimento da absorção de vitamina B12, cálcio, ferro, ácido fólico e zinco Redução do relaxamento fisiológico do fundo gástrico, com aumento no conteúdo antral Saciedade precoce Current Opinion 2008;11:1-6 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Fígado Redução da massa e do fluxo sanguíneo FUNÇÃO PRESERVADA, ou seja, a hipoalbuminemia não é uma consequência “natural” do envelhecimento Alterações cutâneas Comprometimento da conversão da vitamina D Current Opinion 2008;11:1-6 A DESNUTRIÇÃO NO IDOSO Presença de doenças crônicas Distúrbios de deglutição Dietas restritas e modificadas Tremores Redução da ingestão Dificultam a alimentação Polifarmácia Efeito anorexígeno das drogas Interação droga-nutriente Interferência na absorção de vitaminas e minerais Aumento do gasto energético DPOC, hipertireoidismo, infecções, etc. Current Opinion 2008;11:1-6 IMC NO IDOSO Após os 60 anos ocorre diminuição do peso corporal e do IMC Alto percentual de gordura corporal sem alteração do peso Gordura centralizada, infiltração gordurosa nos tecidos musculares Obesidade Sarcopênica (pior prognóstico) IMC NO IDOSO PARADOXO OBESIDADE NO IDOSO IMC > 35 com menor mortalidade que IMC < 18,5 (doenças cardiovasculares e neoplasias) Menor mortalidade IMC entre 23,5 e 27,5 Kg/m2 IMC NO IDOSO IMC (Kg/m²) CLASSIFICAÇ ÃO < 22 MAGREZA 22-27 EUTROFIA >27 EXCESSO DE PESO Lipschitz Primary Care 1994 RECOMENDAÇÕES NO IDOSO OBESO Após os 50 anos decréscimo em 4% da TMB por década (150 Kcal/década) Manutenção Peso (perda de massa magra) Melhorar a performance física e qualidade de vida Exercícios de resistência e aeróbicos Dieta – pobre em HC, baixa densidade energética (<1,7 Kcal/g) – sem dieta específica Dietas injustificadas (“históricas”), sem benefícios comprovados Dieta sem sal HAS e ICC Dieta hipoglicídica, sem carboidratos simples Dieta hipolipídica DM2 Hipercolesterolemia Dieta com alta restrição proteica IRC CLINICAL NUTRITION 2010 Dietas restritivas, por vezes justificáveis, devem ser reavaliadas regularmente: Restrição moderada de carboidratos (menos 500 a 750 Kcal/dia, comparada à dieta usual) + atividade física regular Obesidade complicada (especialmente DM2) Redução moderada de Na (2,3 a 2,7 g/dia) HAS ou ICC Restrição proteica moderada (0,8 a 1,0g/Kg peso/dia) IRC, antes do início de diálise. CLINICAL NUTRITION 2010 Estudo prospectivo: Pacientes ambulatoriais com mais de 75 anos 1 grupo (95 pacientes) dieta com restrição sal, açúcar, colesterol ou combinadas 1 grupo controle (95 pacientes) com dieta livre Acompanhamento por 11 ± 5.9 anos Ponto de corte = 12 (MNA – SF) Risco - 44 pacientes com dieta X 22 controle (p<0,001) CLINICAL NUTRITION 2012 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Triagem nutricional é fundamental no idoso Intervenções nutricionais devem ser precoces Prevalência de desnutrição em idosos institucionalizados nos EUA– 16 a 65% A desnutrição favorece deiscência de suturas, fraqueza e retardo na reabilitação Current Opinion 2008;11:1-6 IDOSOS HOSPITALIZADOS NO BRASIL MNA™ Desnutridos Bem nutridos 157 (55,4%) p 44 (15,6%) Risco nutricional 82 (29%) 33 (75%) 29 (35,3%) 7 (4,4%) p<0.0001 Duração de internação (mediana) 11 (3-49) 8 (4-48) 6 (3-38) p<0.0001 Mortalidade 9 (20,5%) 4 (4,9%) 3 (1,9%) p<0.0001 N=283 Terapia Nutricional Silva, M.H.N. et al. JPEN, 2005 MNA E TEMPO DE INTERNAÇÃO SUPLEMENTAÇÃO ORAL Ingestão inadequada, abaixo das necessidades Nutrientes de elevada densidade calórica Manteiga, margarina, açúcar, mel, suplementos protéicos Suplementos orais hipercalóricos e hiperprotéicos Entre as refeições Lanches frequentes Reposição de multivitamínicos Current Opinion 2008;11:1-6 119 idosos saudáveis (70-98 anos) Calorimetria Indireta X fórmulas CLINICAL NUTRITION 2007 NECESSIDADES NUTRICIONAIS Oferta calórica 30 - 35 Kcal/Kg/dia Oferta protéica 1,2 – 1,5 g/Kg/dia Objetivos: Síntese de colágeno Angiogênese Balanço nitrogenado + Anabolismo NCP 2005;20;331-347 Current Opinion 2008;11:1-6 INDICAÇÃO DE SUPLEMENTOS ORAIS Desnutridos ou risco de desnutrição para aumentar a oferta calórica, proteica, manter ou melhorar o estado nutricional, aumentando a sobrevida (A) Idosos com fragilidade para melhorar ou manter o estado nutricional (A) Após fratura de colo de fêmur/ cirurgia ortopédica para reduzir complicações (A) Suplementos com alto teor proteico podem reduzir o risco de formação de úlceras de pressão (A) E S P E N G U I D E L I N E S G E R I AT R I C S 2 0 0 6 MITOS DA OFERTA PROTÉICA DO IDOSO Osteoporose Aumenta excreção urinária de cálcio Aumenta também a retenção de cálcio Aumenta massa muscular e força As forças mecânicas sobre o osso, pelas contrações musculares, correlacionam-se positivamente com o conteúdo mineral e a densidade ósseos Desnutrição protéica está associada a prejuízo na densidade óssea e maior risco de fratura Clin Nutrition 2008;27:675-684 MITOS DA OFERTA PROTÉICA DO IDOSO Disfunção Renal Oferta protéica > 1,2g/Kg/dia contribui para deteriorização da função renal em pacientes com doença renal instalada Não existem evidências que uma baixa oferta protéica seja benéfica para prevenir a disfunção renal Clin Nutrition 2008;27:675-684 MITOS DA OFERTA PROTÉICA DO IDOSO Disfunção Renal A oferta protéica generosa (30% VCT) aumenta a Filtração Glomerular, mas não aumenta a excreção de albumina, marcador de disfunção renal, em indivíduos com função renal preservada A redução da filtração glomerular que acontece com a idade, pode ser consequência da baixa oferta protéica, e não o contrário Clin Nutrition 2008;27:675-684 MITOS DA OFERTA PROTÉICA DO IDOSO Aumento da Saciedade Os suplementos protéicos são sacietógenos, principalmente se comparados a suplementos de carboidratos Não oferecer próximo às refeições Oferecer suplementos ricos em aminoácidos essenciais São menos sacietógenos Estimulação máxima da síntese protéica muscular Clin Nutrition 2008;27:675-684 MITOS DA OFERTA PROTÉICA DO IDOSO Câncer Estudos incluem alimentos ricos em proteínas e outros nutrientes, como a carne vermelha Não existe esta correlação com oferta de suplementos protéicos Estudos com câncer de mama mostram aumento da sobrevida em mulheres com elevada ingestão protéica na dieta Clin Nutrition 2008;27:675-684 0,8g ptn/Kg/dia – oferta mínima pra prevenir perda progressiva de massa magra. (IOM estudo BN em adultos jovens) Idosos – 1,5g ptn/Kg/dia ou 15-20% do VET Atenua o consumo muscular associado às doenças crônicas Importante para a saúde óssea, cicatrização de feridas Prevenção da Sarcopenia CLINICAL NUTRITION 2008 Estímulo ao anabolismo muscular máximo com a inclusão de proteína de alto valor biológico nas refeições No idoso a musculatura esquelética não responde à baixas doses de AAE enquanto doses altas estimulam a síntese proteica Fracionamento equalitário da oferta proteica nas 3 refeições 25-30 g ptn por refeição (± 10g AAE) Leucina – secretagogo insulina, ativa mTOR Prevenção e tratamento da osteoporose Suplementos de cálcio e risco cardiovascular ? CÁLCIO : aumentar a oferta na dieta Em idosos institucionalizados, quando houver alto risco de fratura ou uso crônico de corticosteróide : fazer suplementação (1000 – 1200 mg/dia) VITAMINA D – mínimo 700 UI/dia para prevenção (risco de quedas) AGE AND AGEING 2012 MEN WOMEN Recommended treatment VITAMINA D A Vitamina D sérica é melhor avaliada pela dosagem de 25(OH)D total. Níveis séricos de 25(OH) D de 48 ng/ml demonstram ser benéficos para a maioria dos sistemas orgânicos estudados até o momento. Valores mais baixos são presumivelmente inadequados. C U R R O P I N C L I N N U T R M E TA B CARE , 2011 VITAMINA D DOSAGEM RECOMENDADA: 1000 a 2000 UI/dia 50000 U1 Vit D3- 1 x semana x 2 meses 50 microgramas/dia Fontes animais (biossíntese bacteriana) Cianocobalamina – forma sintética mais frequentemente encontrada nos suplementos e alimentos fortificados Capacidade de absorção da B12 da dieta é menor em idosos (diminuição da acidez gástrica, uso de inibidores bomba) com incapacidade de extrair a B12 combinada à proteína dietética O uso de suplementos de Vitamina B12 tem absorção garantida mesmo em hipocloridria. A absorção de Vitamina B12 através de suplementos é mantida por não estar combinado à proteínas. No idoso – alterações cognição, demência CURRENT OPINION 2010 VITAMINA B 12 Abordagens Terapêuticas Nutrição Oferta de energia Oferta de Proteína Vitaminas Reduzir Catabolismo Acetato de Megestrol Inibidores Proteasoma Inibidor de ECA Imunomodulação Anabolismo Ômega 3 Arginina / Glutamina Antioxidantes BCAA / leucina GH / Nandrolona Exercício resistência CREATINA HMB CARNITIN A CAFEÍNA UBIQUINON A NUTRITION 2012 RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NA SARCOPENIA Múltiplas terapias associadas para prevenção e tratamento da sarcopenia, incluindo suplementos proteicos e calóricos (A). Proteína 1-1,5 g/kg/d (B). Mistura de AA enriquecida com leucina suplementada na dieta (B). Creatina melhora o efeito do exercício com melhora da força muscular (A). A - 1 estudo randomizado placebo controlado ou meta-análise B- Pequenos trabalhos J Am Med Dir Assoc 2010; 11: 391–396 RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NA SARCOPENIA Vitamina D - dosar em todos os pacientes sarcopênicos (A). Suplementar Vitamina D2 ou D3. Doses de 50000 UI por semana são toleradas e seguras (A). Exercícios de resistência curto período = melhor forma e velocidade de caminhada (A) Exercícios aeróbicos melhoram a qualidade de vida e são custoefetivos (A) Recomenda-se exercício de resistência e aeróbico por 20 a 30 minutos 3 x semana (A) J Am Med Dir Assoc 2010; 11: 391–396 ABORDAGEM DA FRAGILIDADE Nutrição adequada (proteínas, vitaminas, minerais) Exercícios físicos regulares Monitoramento regular de habilidades básicas individuais Vacinas Programação de eventos / stress Recondicionamento pós-stress (nutrição e fisioterapia) LABEL L ANNÉONTOLOGIQUE 1999 www.nutricao2013.com .br