Julho de 2013
S I´ N T E S E
Fotos: Ministério Público Federal
 POLÍTICA
Manifestações mostram
a força da população
Espírito da democracia reflete nas ruas a insatisfação
 Fellipe Eloy e Joaquim Pascoal
É
muito difícil de entender, quanto mais
explicar as manifestações que
tomaram as principais ruas das
cidades do país recentemente, mobilizando
a opinião pública e, sobretudo, gover­
namental. O povo que saiu às ruas
marchava numa expressão democrática
há muito não vista no Brasil.
No “Pais do Futebol”, a Copa das
Confederações - FIFA - coincidiu com
a mobilização em massa de milhões em
busca de melhorias da prestação de serviços
públicos, às prisões dos condenados
na CPI do Mensalão, à derrubada de
projetos de leis, contra a corrupção, gastos
desnecessários, entre tantas outras causas
comuns. Algumas já foram atendidas e o
clima já não está tão tenso como antes.
As manifestações ocorreram primei­
ramente por motivações ligadas ao
aumento do preço das passagens do
transporte público em muitas capitais.
A iniciativa contagiou outros grupos,
que vieram dar apoio aos primeiros
manifestantes e também reivindicar
mudanças, como melhorias na saúde e na
qualidade da educação.
Por ser um movimento massivo e
abranger várias temáticas, ficou muito difícil
para os governantes identificarem quais eram
os líderes. De certa forma não havia mesmo
uma liderança. Em muitos momentos, a
Laboratório de Jornal do Sepac
multidão proferiu palavras de ordens, como:
“Brasil, vamos acordar, o professor vale
mais do que o Neymar”, entre outras.
Mesmo para aqueles que não
saíram pelas ruas ficou a sensação de
reconhecimento com as pautas em
discussão. “Sim, eu me sinto representada
pelos manifestantes, já que são motivados
por questões pertinentes ao meu
cotidiano”, afirma a auxiliar de educação
Gisele Aparecida Ramos.
REDES SOCIAIS - “Essa manifes­­
tação tem muitas particularidades. E
essas particularidades são as próprias
tecnologias que estão ajudando para
isso: que são as redes sociais”, avalia
a doutora em comunicação e docente
Ir. Joana Puntel, quando questionada
sobre a importância da comunicação
Sob pressão
popular
Congresso
Federal
(foto abaixo),
veta a
PEC 37
nas manifestações. Ela ressalta,
ainda, sob outras manifestações
popu­lares ocorridas ao longo da
história recente: “Sabe-se que o
Brasil viveu outras duas grandes
mobilizações com o impeachment
do Collor e as Diretas Já. A
diferença está no eixo comum.
Agora, essa tem várias temáticas.
O que a gente precisa observar é
o que está por baixo”.
A população deixou claro o
descontentamento com causas
relacionadas a questões sociais
e de infraestrutura mas principalmente,
a frustração com o fazer político. “Essa
maneira de gerir o povo não dá mais”,
opina Ir. Joana.
Para aqueles que puderam participar
ativamente, ficou o sentimento de alívio
“Já estamos vendo resultados, a PEC-37,
o projeto de Cura Gay foram derrubadas.
Os preços das passagens caíram”, avalia
Ir Elias Silva, participante de uma das
passeatas ocorridas em São Paulo.
Em contraponto, também existem
aqueles que não foram às ruas e não
concordam. “Fiquei sabendo pelos meios
de comunicação e pelas redes sociais”,
disse o balconista Leandro Franco Borges.
“Acho que é errado, é mais uma questão
de politicagem. Vocês vão ver quando
começar o horário político, que muitos vão
aparecer com fotos nas passeatas”.
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Laboratório Jornal