Cooperação Intermunicipal: arranjos institucionais como instrumento para o Desenvolvimento Local e a experiência paulista 1 Maria do Carmo M. T. Cruz 2 Introdução O Brasil é um país com dimensão continental com 5.507 municípios 3 e uma população de 169.799.170 habitantes 4 . Dos municípios brasileiros mais de 80% têm até 30.000 habitantes. Essa distribuição difere de Estado para Estado, mas a maioria dos municípios é de pequeno ou médio porte, o que exige que parcela dos seus problemas sejam resolvidos de forma articulada e integrada. Com a aprovação da Constituição Federal de 1998, o município foi considerado um ente federado e novos desafios são colocados; as localidades passam a assumir novas tarefas que antes eram desempenhadas pelo governo federal. Muitos não tinham competência estabelecida e experiência acumulada até então. É efetivada a estratégia de descentralização e passam a assumir atividades como a prestação de serviços de saúde, de educação, de assistência social, de recuperação de rios, entre outras. Aos municípios é atribuído um maior poder decisório, principalmente no que tange às políticas sociais. Entretanto, o fato de os municípios assumirem maiores competências, principalmente em relação às políticas sociais descentralizadas – saúde, educação e assistência social – não implica que essa esfera disponha de recursos financeiros, materiais e humanos para a sua implementação. Os municípios de pequeno porte não possuem recursos suficientes para a implantação de serviços mais complexos ou têm uma demanda pequena que, economicamente, não é viável se for implementada isoladamente. Esta situação os coloca, quase sempre, em situação de dependência em relação aos grandes municípios ou municípios-pólo. Sendo assim, os Poderes locais necessitam repensar a atividade estatal 5 , de forma a poder assumir os novos papéis e responsabilidades. Além disso, muitos dos problemas municipais transcendem o território municipal, tornando necessário que a sua atuação seja discutida com os municípios vizinhos. Um município 1 Esse artigo foi elaborado no âmbito do Projeto Política Nacional de Desenvolvimento Local, coordenado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae e Instituto de Cidadania, com o apoio Fundação Prefeito Faria Lima - Cepam. Contou com a colaboração de Sinoel Batista. 2 Administradora pública e mestre em Administração e Planejamento Urbano pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas. É técnica da Fundação Prefeito Faria Lima - Cepam. E-mail: [email protected] ou [email protected] 3 Em janeiro de 2001 tomaram posse além destes 5.507, mais 52 prefeitos, totalizando então 5.559. 4 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE – Censo de 2000. 5 ABRUCIO, F. L.,COUTO, C. G. A definição do papel do estado no âmbito local. São Paulo em Perspectiva, v. 10, n. 3, p. 40-47, jul/set 1996. 1 isoladamente não consegue resolver a despoluição de um rio ou um problema de uma estrada vicinal intermunicipal se os vizinhos não se conscientizarem sobre esse problema. Nesse contexto, vários municípios têm inovado e criado novas formas de prestação de serviços e de organização, bem como de articulação. Tomou corpo, nessa conjuntura, a discussão de “parceria” entre os municípios, chamada por alguns de cooperação horizontal, ou ainda, de cooperação intermunicipal. Os municípios passam a discutir alguns dos seus problemas conjuntamente. Nessa situação, os pactos, os “consórcios” como associação civil sem fins econômicos, as agências, as redes, as empresas, as associações, os fóruns intermunicipais são formas que os municípios têm encontrado para se associar e resolver problemas comuns. Essas formas se apresentam como um instrumento para a implementação de políticas públicas, destacando-se aqui experiências vinculadas às áreas de saúde e de recuperação e proteção ambiental. Em algumas localidades esses arranjos é um instrumento para a discussão do desenvolvimento local. Apesar de não serem instrumentos recentes 6 , esses arranjos de cooperação intermunicipal passam a ser utilizados, nas décadas de 1980 e 1990, como parte da estratégia de descentralização de algumas políticas públicas e tem se colocado como uma alternativa para a racionalização do modelo de gestão. Um exemplo é o Estado de São Paulo, com o então governador André Franco Montoro (1983 a 1986), que, ao gerir o Estado, incentivou a criação e implementação de consórcios de desenvolvimento microrregional e também os vinculados à produção de alimentos. Na década de 1980, na área de saúde, surgem experiências para viabilizar a prestação de serviços, principalmente os secundários (clínicas de especialidades, laboratórios, hospitais de média complexidade, oficinas terapêuticas, entre outros). Na década de 1990, há o crescimento dos consórcios intermunicipais para proteção ambiental, especialmente aqueles voltados à preservação, conservação e recuperação dos recursos hídricos, desenvolvendo programas e atividades. Também nessa época, surgem iniciativas de articulação microrregional, denominadas como outras formas de cooperação intermunicipal, envolvendo outros atores que não apenas o Poder Público Municipal, como a Câmara Regional e a Agência de Desenvolvimento do Grande ABC. É 6 Segundo Ana Thereza Junqueira a idéia de consorciamento já estava presente na Constituição paulista, desde 1891. Os consórcios intermunicipais existem no Brasil desde a década de 1960, sendo os mais antigos os Consórcios de Promoção Social da região de Bauru/SP, criado na década de 1960, e o Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Paraíba/SP – Codivap, criado em 1970. 2 uma nova forma de relação entre diversos níveis do poder Público (Executivo e Legislativo) e a sociedade civil. As formas de cooperação intermunicipal (consórcios, associações, agências, etc.) surgem então como alternativa para viabilizar os serviços e podem auxiliar na racionalização das atividades e na organização das Administrações municipais. As áreas de saúde e recursos hídricos têm se utilizado desses arranjos institucionais, principalmente o consórcio intermunicipal, como uma forma de organizar os sistemas descentralizados de atendimento, realizar atividades e serviços especializados, executar obras, adquirir insumos, entre outras ações. As associações, agências, fóruns, redes e outras formas de cooperação são alternativas também encontradas pelos municípios para trabalharem de forma articulada questões que transcendem ao seu território. As localidades têm se unido para a consecução de objetivos, obras, serviços e atividades de interesse comum. Construção e manutenção de hospitais e serviços especializados de saúde; preservação de rios; manutenção de estradas e de escolas técnicas; aquisição e locação de equipamentos para uso comum; compra de sistemas informatizados; tratamento e destinação de resíduos sólidos; preservação de mata ciliar; organização de um plano regional de turismo; capacitação das equipes técnicas municipais; promoção de eventos, atividades e exposições “volantes” são alguns dos exemplos de ações desenvolvidas de forma cooperada 7 . Essa união pode se dar de forma temporária ou permanente, dependendo do objeto da cooperação Entretanto, observa-se que, após a Constituição de 1988, e da promulgação de algumas leis complementares 8 , essas formas têm sido utilizadas com maior freqüência pelos municípios com o objetivo de racionalizar os recursos locais e regionais e como uma alternativa de racionalização do modelo de gestão. Nesse contexto de reforma do Estado e de incentivo à descentralização das políticas públicas, os consórcios intermunicipais têm sido difundidos no Brasil e passam a 7 Vide Rede de Banco de Dados de Gestão Local (http://www.web-brasil.com.br/gestaolocal) que é um anel na internet com de iniciativas de cooperação intermunicipal da Fundação Prefeito Faria Lima - Cepam, do Programa Gestão Pública e Cidadania da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, do Instituto Pólis, entre outras instituições. 8 Algumas leis que regulamentam a Constituição Federal tratam especificamente dos consórcios como, na saúde, a Lei Orgânica da Saúde (Lei federal 8.080/90); na assistência social, a Lei Orgânica da Assistência Social (Lei federal 8.742/93); nos recursos hídricos, a que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei Federal 9.433/97). Outras leis tratam da cooperação intermunicipal e do regime de cooperação entre os entes federados como o Estatuto da Criança e do Adolescente – Eca (Lei Federal 8.069/90), a Lei de Diretrizes e Bases – LDB da Educação (Lei Federal 9.349/96). A Lei Federal 11.107/05 (conhecida por Nova Lei dos Consórcios) trata da contratação de consórcios públicos. 3 representar parcerias entre governos locais, abrangendo, principalmente, pequenos e médios municípios localizados geograficamente próximos 9 . As experiências de consórcios existentes caminham na busca do resgate dos conceitos de cooperação intergovernamental e solidariedade 10 , e podem auxiliar a potencializar ações de articulação microrregional. Os consórcios têm sido apontados como um instrumento que permite ganhos de escala nas políticas públicas, além de ser um novo modelo gerencial que pode viabilizar a gestão microrregional. Possibilita a discussão de um planejamento regional; a ampliação da oferta de serviços por parte dos municípios; a racionalização de equipamentos; a ampliação de cooperação regional, a flexibilização dos mecanismos de aquisição de equipamentos e de contratação de pessoal; entre outras. Enfatiza-se que, em função da diversidade existente na realidade brasileira, não existe um modelo único a ser adotado no País como um todo. Cada realidade deve encontrar o seu referencial. Os consórcios são uma das formas que os municípios têm encontrado de se associar com um objetivo ou interesse comum. As experiências de consórcios apresentadas nesse texto não podem ser vistas como um modelo a ser implementado nas diversas regiões do Brasil, são, sim, iniciativas com avanços alcançados e inúmeras limitações a serem superadas. Sua implementação depende de vários fatores como conjuntura política e institucional; realidade local; interesse dos atores envolvidos; clareza dos parceiros na identificação do(s) problema(s) a ser(em) resolvido(s); convicção da impossibilidade, por parte dos atores, em solucionar problema(s) individualmente; comprometimento dos envolvidos na solução dos problemas; papel das lideranças; entre outros. Esse texto tratará brevemente da situação brasileira frente a esses arranjos e mais especificamente da situação da cooperação intermunicipal no Estado de São Paulo. 1. Os consórcios intermunicipais no Brasil A forma de cooperação intermunicipal mais conhecida no Brasil é o consórcio intermunicipal formado por municípios de uma região ou microrregião. Podem existir, a partir de 9 A proximidade física é um fator importante para viabilizar a continuidade de alguns consórcios. Várias experiências deixaram de existir, ao longo dos anos, em função do custo do transporte inviabilizar a prestação do serviço. Entretanto, em algumas atividades, a distância não é um impeditivo. 10 CARNEIRO, J.M.B. O Município e as relações intergovernamentais no cotidiano da base federativa, in Cadernos Adenauer 4: Os municípios e as eleições de 2000. São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, junho 2000, p. 57-80. 4 2005, consórcios entre entes de outras esferas de governo, mas os mais freqüentes são os intermunicipais. Tabela 1: Distribuição dos municípios que possuem consórcios de saúde, de educação, de habitação, de máquinas e equipamentos, de limpeza e coleta de lixo e de esgoto sanitário, segundo as faixas populacionais - 1999 Faixa populacional (1.000) até 10 Total de Municípios % Consórcios de Saúde Educação Habitação 2.727 50 1.179 108 19 10 I—20 1.392 25 491 66 13 60 38 13 20 I—50 908 16 262 38 3 28 34 14 50 I—100 279 5 77 11 5 10 16 6 100 I—500 174 3 29 6 5 5 17 7 500 e mais 26 0 1 1 2 0 5 3 5.506 100 2.039 230 47 238 181 57 TOTAL Máquinas e Limpeza e Equipamen Coleta de tos Lixo 135 71 Esgoto sanitário 14 FONTE: IBGE. Diretoria de Pesquisas. Departamento de População e Indicadores, 1999 e IBAM – Bremaeker, 2001. Tabela 2: Distribuição dos municípios que possuem consórcios nas áreas da saúde, educação, habitação, máquinas e equipamentos, limpeza e coleta de lixo e esgoto sanitário, segundo as grandes regiões - 1999 Região Total de % Municípios Consórcios de Saúde Educação Habitação Máquinas e Equipamentos Limpeza Esgoto sanitário e Coleta de Lixo 5 2 Norte Nordeste 449 8,15 50 18 3 19 1.787 32,5 235 80 13 34 26 14 Sudeste 1.666 30,3 977 49 12 94 71 25 Sul 1.159 21,0 670 57 17 81 76 14 445 8,1 107 26 2 10 3 2 5.506 100 2.039 230 47 238 181 57 Centrooeste BRASIL FONTE: IBGE. Diretoria de Pesquisas. Departamento de População e Indicadores, 1999 e IBAM – Bremaeker, 2001. 5 Segundo o Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM 11 , parcela significativa dos municípios brasileiros, em 1999, participavam de algum consórcio (Tabela 1), sendo o mais presente no país aqueles com atuação na área de saúde (37%). Entretanto, verifica-se que há uma concentração desses arranjos na região sul e sudeste do país (Tabela 2). 11 Há variações nos dados referentes ao número e área de atuação dos consórcios paulistas pelo IBAM e a Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam; também a data base é diferenciada. Entretanto, optou-se, nesse texto, em usar os do IBAM, quando forem referentes ao Brasil e os do Cepam, quando abordarem o Estado de São Paulo. As áreas de atuação levantadas pelo Cepam são mais detalhadas e permitem uma melhor visualização das finalidades dos consórcios. 6 Essa associação, até a nova lei de consórcios 12 , podia assumir a forma de um pacto ou acordo e não pressupunha a adoção de uma nova pessoa jurídica; ou adquirir uma personalidade jurídica própria. A operacionalização do consórcio intermunicipal é feita, basicamente, através da disponibilização de recursos materiais, humanos e financeiros próprios de cada prefeitura ou de outros parceiros (governos estaduais e federal, organizações não governamentais, instituições internacionais, entre outras) 13 . As despesas com a execução dos serviços devem estar previstas no orçamento anual de cada município e devem ser transferidas periodicamente - mensal, bimestral, semestral ou anual. Os consórcios intermunicipais assumem, em sua maioria, a personalidade jurídica de associação civil sem fins econômicos 14 e, após serem constituídos pelos municípios, passam a ter um estatuto próprio, inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e demais formalidades necessárias ao registro de qualquer associação civil sem fins econômicos. Para sua manutenção há uma cota de contribuição financeira, obrigatória para todos os municípios envolvidos, de acordo com critérios estabelecidos em seu estatuto 15 . 12 Em 2005, com a promulgação da lei federal 11.107 (conhecida por Nova Lei dos Consórcios), de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos, um novo arranjo institucional é criado. Foi instituído o consórcio público como uma associação pública é também mantida a possibilidade de estabelecimento de pessoa jurídica de direito privado. O consórcio público será constituído, por contrato entre as localidades participantes, que deve ser precedido de um protocolo de intenções. No protocolo, os municípios devem estabelecer: a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a sede do consórcio; a identificação dos entes da federação consorciados; a indicação da área de atuação do consórcio; a previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos; os critérios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consórcio a representar os entes da consorciados perante outras esferas de governo; as normas de convocação e funcionamento da assembléia geral; o número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos; as condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de parceria; entre outras. O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções. O consórcio público, diferentemente da legislação anterior, deve adquirir personalidade jurídica de direito público, no caso de constituir associação pública, ou de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados. No caso de ter a personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Esse texto não tratará dos consórcios públicos, pois ainda não foi regulamentada a lei federal e também estão em constituição os novos consórcios, não permitindo uma reflexão sobre eles. 13 Para os consórcios públicos, os entes consorciados somente disponibilizarão recursos ao consórcio mediante contrato de rateio. O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao das dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em programas e ações contemplados em plano plurianual ou a gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou outros preços públicos. 14 Ressalta-se que, antes da alteração do Código Civil, os consórcios podiam ser sociedades e associações eram sem fins lucrativos, hoje denominadas associações sem fins econômicos. 15 Os critérios para composição do rateio podem ser definidos como um valor fixo, um valor proporcional a população de cada município, participação proporcional à utilização dos serviços, participação de uma porcentagem do Fundo de Participação dos Municípios – FPM, participação de uma porcentagem do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços- ICMS; participação de uma proporção do faturamento obtido; entre outros. 7 Para responder aos serviços ofertados, os consórcios contam com profissionais que podem ser contratados pelos consórcios, ou cedidos pelos governos estaduais e/ou federal, ou ainda cedidos pelos municípios componentes do consórcio. A maioria dos consórcios tem uma estrutura organizacional composta por Conselho de Prefeitos/Conselho de Municípios/Conselho Deliberativo 16 ; Conselho Fiscal 17 ; e Secretaria Executiva/Coordenadoria 18 . Há iniciativas com câmaras técnicas, plenária de entidades, grupos de trabalho temáticos, conselho composto de secretários municipais da área vinculada ao consórcio. Cada realidade deve definir a estrutura organizacional mais adequada para atender às suas finalidades e objetivos; esta deve ser a mais enxuta possível, com flexibilidade, dinamismo e profissionalismo. O consórcio intermunicipal, enquanto associação civil, está sujeito às normas civis e também às normas de direito público aplicáveis a entes estatais. Destaca-se que são arranjos voluntários e de cooperação horizontal. Esse arranjo institucional é uma forma de organizar a regionalização a partir dos interesses dos municípios, de suas características locais e suas dificuldades, sem que os municípios percam a sua autonomia. É uma “parceria” baseada numa relação de igualdade jurídica, na qual os participantes têm a mesma importância. Esse instrumento não se configura como esfera descentralizada do Estado e possibilita a descentralização das políticas estaduais e nacionais, e enseja a parceria entre os setores público e privado. 2. As formas de cooperação no Estado de São Paulo A Fundação Prefeito Faria Lima – Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal - Cepam, órgão do Governo do Estado de São Paulo, ao longo de sua história, vem buscando levantar os dados referentes às formas de cooperação intermunicipal, e assim entender como os municípios vêm, nos últimos anos, trabalhando de forma articulada algumas políticas públicas. 16 É o órgão de deliberação máxima; é composto pelos prefeitos de todos os municípios consorciados e estabelece as diretrizes político-administrativas do consórcio. 17 É o órgão fiscalizador; acompanha a gestão e fiscaliza as finanças e a contabilidade do consórcio. 18 É o órgão com funções executivas; é dirigido por um secretário executivo/coordenador/diretor nomeado pelo Conselho de Prefeitos. 8 Nesse texto serão apresentados os resultados do levantamento realizado, em março de 2005, sobre as diferentes formas de cooperação intermunicipal existentes no Estado de São Paulo. Destacar-se-ão as iniciativas que atuam com desenvolvimento local. Ressalta-se que as iniciativas levantadas referem-se a experiências que envolvem dois ou mais municípios cuja organização surgiu a partir da iniciativa municipal. Portanto, não serão tratados aqui os comitês de bacias hidrográficas, órgãos do sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos, as agências metropolitanas de desenvolvimento, as mesorregiões de desenvolvimento, criadas pelo governo federal, e as regiões metropolitanas criadas por iniciativa dos governos estaduais. 3. O levantamento das Experiências paulistas de Cooperação Intermunicipal O levantamento das experiências de cooperação intermunicipal 19 é o resultado de um trabalho conjunto da Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam – com a Coordenadoria de Articulação Regional – CAR – da Secretaria de Economia e Planejamento, por intermédio dos Escritórios Regionais de Planejamento - Erplans, e os municípios participantes das iniciativas. Para sua realização foi atualizada a base de dados existente no Cepam referente às formas de cooperação (consórcio, associação, agências, etc.). Seu objetivo foi quantificar e atualizar os dados cadastrais sem, em um primeiro momento, a preocupação de qualificar as experiências e seus resultados. O levantamento partiu dos dados secundários da base de dados Formas de Cooperação Intermunicipal do Cepam, de informações da CAR, da Fundação Seade, do IBGE e também de artigos de periódicos. Primeiramente os dados foram atualizados por telefone e posteriormente foi encaminhado à CAR para que sua equipe técnica regionalizada auxiliassem na identificação de novas experiências e/ou alterassem os dados previamente lenvantados. Paralelamente a relação foi disponibilizada no site do Cepam e todos os municípios do Estado foram contatados, por e-mail, para atualizar/incluir novas informações. Apesar de todos os municípios terem endereço eletrônico, o retorno de 20%. 19 O levantamento foi obtido pelos técnicos Lia C. Moura, Carlos C. Leite, Isabete G. da Silva e pela autora; contou com o apoio de Ana Thereza M. Junqueira e dos estagiários Luciana Roman Lopes, Waldir Lisboa Rocha Filho e Luiz Alberto Awaza. 9 Foram identificados dados cadastrais das iniciativas (nome da entidade, presidência, área de atuação/finalidade, município-sede, região administrativa, municípios participantes, entre outros) e organizados por forma de cooperação (consórcio, associação, agência e outras formas). Foram identificadas 185 iniciativas de cooperação intermunicipal no Estado de São Paulo, sendo 116 consórcios intermunicipais, 23 associações, 12 agências de desenvolvimento e 34 outras formas de cooperação (Tabela 3). Tabela 3: Número de Arranjos Institucionais de Cooperação Intermunicipal e Municípios paulistas participantes - 2005 Qtd. Arranjos Qtd. Municípios Paulistas Porcentagem de Institucionais Participantes Municípios Abrangidos Agências 12 174 26,97 Associações 23 645 100,00 Associações - s/ APM 22 386 59,84 Consórcios 116 540 83,72 34 - - Arranjo Institucional Outras Formas de Cooperação 20 Fonte: Banco de dados Formas de Cooperação Intermunicipal, Cepam - Cogepp, mar. 2005. 3.1. Os Consórcios Intermunicipais Paulistas O consórcio intermunicipal é a alternativa de cooperação mais freqüente encontrada pelos municípios paulistas para trabalharem de forma integrada e articulada. Esse texto tratará daquele que assume a personalidade jurídica de associação civil. Os dados do levantamento realizado mostram que há 116 consórcios intermunicipais no Estado de São Paulo, abrangendo 540 municípios (83,7%) 21 . Atuam nas seguintes áreas: desenvolvimento; meio ambiente/resíduos sólidos, meio ambiente/recursos hídricos, infra-estrutura (exploração de pedreira, usina de asfalto e patrulhas mecanizadas), saúde, agricultura, informática, segurança alimentar e turismo. Os consórcios podem abranger mais de uma área e, neste estudo, foram contabilizadas todas as áreas envolvidas. Há 14 consórcios de desenvolvimento (232 municípios); cinco de meio ambiente/resíduos sólidos (21 municípios); dez de meio ambiente/recursos hídricos (169 municípios); 75 de infra- 20 Não foi possível estimar o número de municípios; em função do processo eleitoral os municípios, em março de 2005, estavam se manifestando quanto à permanência ou não nas iniciativas. 21 O Estado de São Paulo possui 645 municípios. 10 estrutura (453 municípios); 13 de saúde (132 municípios); um de agricultura (18 municípios), um de informática (13 municípios), três de segurança alimentar (62 municípios) e dois de turismo (20 municípios). É importante ressaltar que nos 75 consórcios de infra-estrutura estão contabilizados 73 de patrulhas mecanizadas, criados através de incentivo do Programa estadual Pró-Estrada (420 municípios); um de asfalto (cinco municípios); um de exploração de pedreira (28 municípios). Os consórcios que participam do Programa Pró-Estrada representam 62,93% dos consórcios paulistas e são induzidos pelo governo estadual. Se excluídos da análise os consórcios de Infra-estrutura/Próestrada, o Estado de São Paulo conta com 43 consórcios que envolvem 397 municípios (61,55% dos municípios paulistas). Com relação ao número de municípios consorciados, por área de atuação, nota-se que os 116 consórcios paulistas têm, em média, seis municípios membros por iniciativa. Os consórcios de infra-estrutura/Pró-Estrada, de meio ambiente/resíduos sólidos e o de infra-estrutura/usina de asfalto possuem, na sua maioria, menos que 10 municípios-membros (Tabela 4). Já os consórcios das áreas de informática, exploração de pedreira e segurança alimentar são formados por mais de 10 municípios-membros por consórcio. As áreas de desenvolvimento, meio ambiente/recursos hídricos e segurança alimentar têm uma distribuição diferenciada; possuem, em média, 21, 24 e 20 membros, respectivamente. Há uma diversidade no número de membros: o Consórcio Intermunicipal dos Vales TietêParaná (CITP) tem 71 municípios-membros 22 (maior consórcio) e os Consórcios Intermunicipais de Cervo - Barra Mansa (Cerbana) e 53, dois membros cada um. Ressalta-se que há municípios que participam de mais de um consórcio. É o caso de 12 deles (Apiaí, Barra do Chapéu, Dolcinópolis, Itaóca, Itariri, Jales, Juquitiba, Paranapuã, Pedro de Toledo, Penápolis, Ribeira e São Lourenço da Serra) que participam de cinco consórcios. Observa-se que a maioria (dez) dos municípios que participam de cinco consórcios é de pequeno porte (menos de 30.000 habitantes), com exceção de Jales e Penápolis. Dos 12 municípios a maioria pertence à Região do Vale do Ribeira, conhecida pelos seus baixos índices de qualidade de vida e pelas suas dificuldades financeiras. 22 Em visita de técnico do Cepam para a análise do CITP, em novembro de 2005, verificou-se que o número de participantes era 68. 11 Tabela 4: Número de Municípios-membro e de consórcios intermunicipais, por área de atuação 2005 Qtd. de Área de Atuação Qtd. Municípios-membros Consórcios Agricultura 16 a 20 1 1 a 10 3 11 a 15 3 Desenvolvimento 16 a 20 2 21 a 25 3 mais de 25 3 Informática 11 a 15 1 Exploração mais de 25 1 de Pedreira 1a5 19 Infra-Estrutura Pró-Estrada 6 a 10 52 11 a 15 2 Usina de 1a5 1 Asfalto 1a5 3 6 a 10 2 Recursos 11 a 20 2 Hídricos 21 a 25 1 Meio Ambiente mais de 25 2 1 a 5 4 Resíduos Sólidos 6 a 10 1 1a5 4 6 a 10 3 Saúde 11 a 15 2 16 a 20 3 mais de 25 1 11 a 15 1 Segurança Alimentar 21 a 25 2 5 a 10 1 Turismo 10 a 15 1 Fonte: Banco de dados Formas de Cooperação Intermunicipal, Cepam – Cogepp, mar. 2005. No levantamento foram identificadas as Regiões Administrativas - RA do Estado com as 116 iniciativas de Consórcio Intermunicipal. A RA com o maior número de consórcios é a de Campinas (25 consórcios), seguida por Sorocaba (24) e São José do Rio Preto (23). Entretanto, ao ser analisada a proporção de municípios consorciados por RA, verifica-se que as regiões de 12 Registro e Sorocaba possuem todos os seus municípios trabalhando de forma articulada. É importante salientar que alguns consórcios são inter-regionais e estão presente em mais de uma região, tendo sido contabilizados nas respectivas RAs. É necessário avaliar porque há concentração desses arranjos em algumas regiões e, em especial as mais socialmente vulneráveis. Os 116 consórcios intermunicipais envolvem 540 municípios paulistas. Destes 72,7% possuem população menor que 30.000 habitantes (393 municípios), 10,3% têm de 30.001 a 50.000 (56 municípios), 7,9 % têm de 50.001 a 100.000 (43 municípios) e 8,8% têm mais de 100.001 habitantes (48 municípios). A população total abrangida com os municípios consorciados é de 20.883.366 habitantes (53,10% da população paulista). Assim, principalmente as menores localidades (menos de 30.000 habitantes) têm viabilizado projetos de interesse comum através de consórcios entre dois ou mais municípios. Tal abrangência é semelhante à distribuição populacional existente no estado, onde 71,78% dos municípios têm até 30.000 habitantes (Tabela 5). TABELA 5: Distribuição dos municípios paulistas, por porte populacional e população Faixas Populacionais (hab.) Até 10.000 De 10.001 a 20.000 De 20.001 a 30.000 De 30.001 a 40.000 De 40.001 a 50.000 De 50.001 a 60.000 De 60.001 a 70.000 De 70.001 a 80.000 De 80.001 a 90.000 De 90.001 a 100.000 De 100.001 a 150.000 Acima de 150.000 (*) Acima de 150.000 (**) População total Qtd. de Municípios 289 114 60 37 26 14 10 9 11 4 25 45 46 645 % 44,81 17,67 9,30 5,74 4,03 2,17 1,55 1,40 1,71 0,62 3,88 6,98 7,13 100,00 População 1.401.478 1.618.069 1.482.751 1.290.452 1.156.563 776.460 672.509 657.772 925.215 365.396 2.896.268 15.404.083 26.083.843 39.326.776 % 3,56 4,11 3,77 3,28 2,94 1,97 1,71 1,67 2,35 0,93 7,36 39,17 66,33 100,00 Fonte: Seade, 2004. (*) Sem o Município de São Paulo (**) Com o Município de São Paulo Obs.: O Município de São Paulo possui aproximadamente 27% da população do Estado; para os efeitos dessa análise será considerada a faixa populacional incluindo o Município de São Paulo. 13 3.1.1 Consórcios de Infra-Estrutura/Pró-Estrada Há 75 consórcios de infra-estrutura, dos quais 73 são do programa estadual Pró-estrada, um de exploração de pedreira e um de Usina de Asfalto, abrangendo respectivamente 12.508.006, 190.667 e 51.676 habitantes. O consórcio de exploração de pedreira envolve 28 municípios, o de usina de asfalto cinco e o Pró-Estrada 420. Os dois primeiros existem desde a década de 1980 é o de Infra-estrutura/Pró-Estrada foi criado em 2000, com o incentivo do governo estadual. Dos municípios envolvidos, 78% têm menos de 30.000 habitantes; e a maioria tem menos de 10.000 habitantes. Nos consórcios do Pró-Estrada não há, em boa parte das iniciativas, um município pólo, devido à natureza do programa e da sua estruturação. Essa é uma característica diferenciada desse consórcio. Em vários, a preservação das estradas vicinais tem sido um mote para discutir o desenvolvimento de uma microrregião. Alguns municípios buscam melhorar as condições de vida das suas populações rurais e, através da preservação de estradas, estão buscando melhorar a produtividade de sua região. Um exemplo é o Consórcio Intermunicipal de Conservação e Manutenção de Vias Públicas Municipais – Comuvi, formado pelos municípios de Cravinhos, Luis Antônio, São Simão, Santa Rosa de Viterbo, Guatapará e Serra Azul. Ele tem por objetivos fortalecer o agronegócio urbano e rural; conter erosões e assoreamento de recursos hídricos; conservar, preservar o solo e os recursos hídricos; recuperar, manter e ampliar a estrutura viária, a drenagem/escoamento de águas pluviais23 . O conjunto de prefeituras rateia os custos de compras de equipamentos (moto-niveladora, pácarregadeira, retro-escavadeira, trator esteira) e a manutenção da patrulha mecanizada. Para os gestores, a utilização racional dos recursos permitiu uma melhora no estado de conservação das estradas e uma redução nas erosões. O programa é acompanhado e seus resultados são avaliados mensalmente pelo conjunto dos municípios. O financiamento do consórcio é feito por uma contribuição de cada município consorciado para o consórcio. 3.1.2 Consórcios de Meio Ambiente No levantamento realizado os consórcios de meio ambiente foram diferenciados entre aqueles que atuam com recursos hídricos e com resíduos sólidos. Há 15 iniciativas de meio ambiente, sendo dez de recursos hídricos e cinco de resíduos sólidos, abrangendo respectivamente 23 FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LIMA - CEPAM: Municípios Paulistas em Busca de Novas Práticas (CDROM) 14 175 e 21 municípios. Assim, 27,13% dos municípios paulistas estão consorciados nas questões de recursos hídricos e 3,26% nas de resíduos sólidos. A população abrangida nos consórcios de resíduos sólidos é de 846.568 habitantes (2,15% do Estado) e com recursos hídricos é 11.202.000 (28,48% do Estado). Os consórcios de recursos hídricos, pela natureza da ação, normalmente envolvem uma bacia hidrográfica e, algumas iniciativas, atendem municípios de outro Estado; há três municípios mineiros que participam dos consórcios paulistas. A maioria dos arranjos institucionais de resíduos sólidos é formada por municípios com população menor de 30.000 habitantes. Dois consórcios têm um município - pólo com população acima de 50.000 habitantes. Já os Consórcios Intermunicipal para Tratamento e Disposição Final do Lixo – Codralix, Consórcio Intermunicipal União e Ação e Consórcio Intermunicipal do Aterro Sanitário de Biritiba Mirim – Cipas são compostos apenas por pequenos municípios (menos de 30.000 habitantes). Outra constatação é que três dos consórcios de resíduos sólidos abrangem uma população de menos de 50.000 habitantes, dois de 50.000 a 100.000 e um mais de 100.000 habitantes. Essa distribuição é diferente quando a área de atuação é de recursos hídricos: um consórcio abrange até 100.000 habitantes, cinco de 100.001 a 500.000 e quatro mais de 1.000.000 habitantes. Nas iniciativas de recursos hídricos há atuação com viveiros de mudas, educação ambiental, reflorestamento da mata ciliar, organização de bacias coletoras de água mostrando uma ampliação da visão do meio ambiente pelos gestores municipais. Nessa área os municípios têm discutido o desenvolvimento sustentável através da integração regional. O Consórcio Intermunicipal Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí é um exemplo que tem trabalhado a lógica de desenvolvimento em suas ações. Formado por 40 municípios, 40 empresas e organizações não governamentais tem por objetivos promover a conscientização dos problemas e identificar as possíveis soluções relacionados ao uso, gerenciamento e conservação dos recursos hídricos e meio ambiente; sensibilizar sobre a necessidade da implantação de gestões intermunicipais e participativas de bacias, entre outros. Realiza atividades como a semana da água cidadania e responsabilidade sócio-ambiental, o enduro das Águas, produção de mudas através de mini viveiros florestais, cobrança de água, capacitação aos professores, entre outras. São parceiros dos programas e projetos as Secretarias Municipais de Educação e de Meio Ambiente, Diretorias de Ensino, autarquias e empresas municipais de água, entidades não governamentais e empresas 15 privadas. Os custos com os programas e projetos variam conforme a captação de recursos obtidas das prefeituras. Esse Consórcio é um arranjo institucional que, ao longo dos anos, foi se diferenciando: no início de sua atuação era formado apenas com membros do poder público e, na década de 1990, incluiu novos membros na sua estrutura organizacional como as empresas. Essa experiência avançou na discussão de que na temática de desenvolvimento local é necessário transpor a atuação do poder público para outros atores (empresários, professores da rede de ensino, etc.). 3.1.3. Consórcios Intermunicipais de Saúde No levantamento foram identificados 13 consórcios com atuação em saúde, sendo que essas iniciativas envolvem construção/ manutenção de hospitais, clínicas de especialidades, laboratórios, farmácia de manipulação e de outros serviços secundários. Esses consórcios abrangem 135 municípios (20,93% dos municípios paulistas). A população abrangida é de 2.370.890 habitantes (6,03% do Estado). A maioria dos consórcios é formada por municípios que possuem uma população menor de 30.000 habitantes e tem um município referência com mais de 50.000 habitantes. Três dos consórcios levantados abrangem até 50.000 habitantes, dois de 50.001 a 100.000, sete de 100.001 a 500.000 e um mais de 500.001 habitantes o que aponta para uma oferta de serviços secundários. O Consórcio de Desenvolvimento da Região de Governo de São João da Boa Vista – Conderg, criado em 1985, é formado por 16 municípios e deu início ao seu trabalho com a discussão do desenvolvimento econômico e social, que identificou como um vetor a infra-estrutura de atendimento à saúde 24 . Em um primeiro momento, atuava nas áreas de informática e saúde e hoje com patrulhas mecanizadas e na organização de serviços de assistência secundários à saúde. Essa experiência é uma referência na qualidade do atendimento em oftalmologia, em otorrinolaringologia e com pessoas com necessidades especiais. Destaca-se pela parceria firmada com universidades, em especial com a Universidade de Campinas - Unicamp e Universidade de São Paulo –USP. 24 Em seu estatuto o desenvolvimento aparece como uma de suas finalidades: “representar o conjunto de municípios que o integram, em assuntos de interesse comum; reunir e oferecer recursos e meio para que seus associados possam dar, de forma filantrópica, a seus munícipes, condições de vida e desenvolvimento de maneira digna e humanitária no campo do ensino e trabalho, especificamente na saúde e assistência social; planejar, adotar e executar medidas destinadas a promover e acelerar o desenvolvimento socioeconômico da região” - Estatuto alterado do Conderg, artigo 7º, 24/3/1999. 16 Há ainda duas iniciativas (Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema Civap/Saúde e o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ribeira – Consaúde) surgem a partir do desmembramento de consórcios já existentes com a área de atuação/finalidade de desenvolvimento. A saúde é entendida por esses municípios como um fator estratégico de desenvolvimento, na busca da melhoria da qualidade de vida e da sua população. Em função dos serviços prestados e da necessidade de ter uma gestão própria os municípios criavam uma nova instituição. O Consaúde, formado por 26 municípios, abrange parte do Vale do Ribeira, da região de Sorocaba e da região metropolitana de São Paulo e presta serviços na área de saúde em nível secundário, nas áreas pré-hospitalar, ambulatorial e meios diagnósticos (laboratório de análises clínicas e imagem). Administra o Hospital Regional do Vale do Ribeira (247 leitos), o Complexo Ambulatorial Regional e o Ambulatório de Saúde Mental do Vale do Ribeira; o Laboratório Regional Vale do Ribeira; o Serviço de Atendimento Médico às Urgências - Samu (7 bases operacionais); e o Hospital São João (70 leitos). Atende á população do Vale do Ribeira e usuários das rodovias que atravessam a região (BR-116 e estradas estaduais e municipais). Dezessete municípios da região do Vale do Paranapanema, desde 1985 possuem um consórcio com a finalidade de possibilitar o desenvolvimento regional, e, desde 1998, trocam serviços de saúde entre eles. Em 2000, criaram um novo consórcio, com o foco em saúde. Atualmente realizam conjuntamente: pagamento das despesas de enfermagem e do motorista da UTI móvel; atendimento de urgência e emergência em neurocirurgia no Hospital Regional de Assis; capacitação da equipe técnica de saúde da região; contratação de nutricionista para atendimento em cozinhas pilotos para três dos municípios consorciados; fomento à vinda da Faculdade de Medicina de Marília - Famema para auxiliar no atendimento à população regional dentro do Hospital Regional de Assis; distribuição de exames, através de equipamentos pactuados; e farmácia de manipulação de medicamentos. O consórcio além de melhorar o acesso a medicamentos e serviços tem possibilitado a geração de emprego na própria região. Apenas para exemplificar, além dos empregos formais, o Civap/saúde abre espaço para estágios na farmácia, formando equipes na própria região. Esses consórcios com pequeno investimento, em relação aos benefícios trazidos à população usuária do SUS, têm conseguido utilizar os equipamentos disponíveis nos municípios e os profissionais especializados para coordenar a atividade. A estratégia de trabalhar de forma consorciada garante o acesso à saúde e se compõe uma estratégia de desenvolvimento regional. 17 18 3.1.4 Consórcios Intermunicipais de Desenvolvimento Há 14 consórcios de desenvolvimento 25 , dos quais três consórcios são apenas de desenvolvimento; três de desenvolvimento/articulação regional; dois são consórcios de desenvolvimento/meio ambiente/recursos hídricos; um é de desenvolvimento e saúde; um é de desenvolvimento e turismo; um é de desenvolvimento, recursos hídricos, meio ambiente, educação e transportes; e três são de desenvolvimento e segurança alimentar. A população abrangida por essas iniciativas é de 8.680.645 habitantes. A maioria dos consórcios de desenvolvimento é formada por municípios, em média com menos de 30.000 habitantes, mas nesses arranjos institucionais há um município-pólo participante (São João da Boa Vista, Assis, Lins, São José dos Campos, Franca, São José do Rio Preto, Registro e Itapeva). Uma exceção é o Consórcio do ABC no qual a maioria dos participantes tem mais de 100.000 habitantes. Outros consórcios diferenciados são o Codivap e CITP com cinco e nove municípios membros com mais de 100.000 habitantes. Dos 14 consórcios, um foi criado na década de 1970, cinco na de 1980, quatro na de 1990 e quatro na de 2000. Todos assumem a personalidade de associação civil com exceção do Codivap, que é uma fundação. Uma diferenciação na estrutura organizacional aparece com os três Consórcios de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local – Consad, que apesar de ser uma associação civil, envolvem o Poder Público local e outros atores.( sindicato, governo estadual , entre outros). A discussão das opções de desenvolvimento para a região passa a fazer parte do cotidiano dos executivos municipais. Um exemplo é o Civap que preparou “diagnósticos do meio físico, dos recursos hídricos da região e turismo; promoveu trabalhos de educação ambiental; apoiou a organização da central de recebimento de embalagem de agrotóxicos; foi a agência regional do banco da terra; tem um engenheiro, de uma empresa contratada, que dá apoio aos assentamentos rurais; incentiva encontros e o fomento de projetos que promovam as alternativas de desenvolvimento (piscicultura, agronegócio, biotecnologia, etc.); realizou a articulação para a duplicação da Rodovia Raposo Tavares; etc.” 26 . 25 Há diversos conceitos de desenvolvimento. Assim optou-se por adotar a área de atuação/finalidade de desenvolvimento daqueles consórcios que possuem, em seus estatutos, essa denominação. 26 CRUZ, M. do Carmo M. T. Universalização do Acesso ao Medicamento: a Experiência da farmácia de Manipulação do Consórcio Intermunicipal de Vale do Paranapanema – Civap/Saúde. In FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LIMA Cepam.Coordenadoria de Gestão de Políticas Públicas – Cogepp. Municípios paulistas em busca de Novas Práticas: as 12 finalistas do prêmio Chopin Tavares de Lima – novas práticas municipais. São Paulo, 2005. p. 113 19 3.1.5. Turismo No levantamento realizado os consórcios foram diferenciados entre aqueles que atuam com turismo. São dois consórcios de turismo, sendo um deles exclusivamente de turismo e o outro de turismo e desenvolvimento. Envolvem 20 municípios (3,10% dos municípios paulistas) e uma população de 987.999 habitantes (2,51% do Estado). O Consórcio Intermunicipal do Pólo Turístico do Circuito Aventuras do Aguapeí é formado em sua maioria por pequenos municípios (menos de 30.000 habitantes) e o Consórcio Intermunicipal Circuito das Frutas é composto por municípios de porte médio e grande. O circuito das Frutas firmou uma parceria com empresários locais e elaborou um plano estratégico para a região, incentivando, na região metropolitana de Campinas, o setor rural, principalmente da fruticultura que já existia com o cultivo de figo, uva, morango, ameixa, etc. Oito municípios da região estão desenvolvendo e fomentando o turismo rural e apoiando atrativos como adegas de vinho artesanal e licores; produção de compotas e geléias de frutas de época; orquidários; visitas às fazendas históricas de café e dentro de Área de Proteção Ambiental - APA na Serra do Japi, com opções de trilhas cachoeiras ou descanso; entre outras. Desta forma iniciam um trabalho conjunto de divulgação, desenvolvimento e estruturação do turismo em um espaço rural regional. Maximizam as potencialidades e infra-estruturas já existentes, e estão vendo o turismo como uma forma de dinamizar a economia local. 3.1.6. Consórcios Intermunicipais de Segurança Alimentar Os três consórcios intermunicipais de segurança alimentar são induzidos pelo governo federal, envolvem mais atores do que o poder público municipal e abrangem 62 municípios (9,61% dos municípios paulistas) e uma população de 924.987 habitantes (2,35% da população do Estado). É um novo arranjo institucional que, apesar de assumir a personalidade jurídica de associação civil tem a participação do Estado e da sociedade civil organizada. Um estudo sobre a formação e composição dessas novas formas organizacionais poderia auxiliar na discussão das tendências de aglutinação de municípios nos últimos anos. 3.1.7. Outros Consórcios Intermunicipais Há ainda um consórcio intermunicipal de agricultura e um consórcio de informática. O consórcio de agricultura envolve 18 municípios e uma população de 114.840 habitantes, sendo que a maioria de seus membros (88,89%) tem até 10.000 habitantes. 20 O consórcio de informática envolve 13 municípios com uma população abrangida de 240.670 habitantes, sendo a maioria de seus membros (84,62%) com menos de 30.000 habitantes. É importante observar que o consórcio de informática, criado na década de 1980, foi se adequando, no decorrer do tempo. Em um primeiro momento, desenvolveu o software e imprimia os carnês de Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU e Imposto sobre Serviços – ISS aos municípios consorciados. No decorrer dos anos de seu funcionamento essa tecnologia foi repassada a cada município e o consórcio realiza a assessoria e desenvolve sistemas aos municípios consorciados. 3.2. Outras Formas de Cooperação No Estado de São Paulo, há outras formas de cooperação que envolvem 645 municípios paulistas: são 23 associações, 12 agências e 34 outras formas de cooperação. As associações existentes são na maioria de prefeitos (86,96%) mas há também as de vereadores. Algumas associações (União dos Vereadores do Estado de São Paulo - UVESP, Associação Paulista de Municípios - APM, entre outras) abrangem todos os municípios paulistas e outras aglutinam atores de uma determinada região ou microrregião (Alta Noroeste, Nova Alta Paulista, etc.) ou atendem um público específico (Associação dos Municípios para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar Paulista – Amdafap e Associação das Prefeituras das Cidades Estância do Estado de São Paulo – Aprecesp). As 23 associações envolvem os 645 municípios paulistas, mas se excluirmos as de abrangência estadual (APM, Uvesp, etc.) há 386 municípios participando de associações (59,84%). Surgiram, a partir da década de 1990, outras iniciativas que não têm apenas a participação do poder público. Câmaras regionais, agências de desenvolvimento, redes com atuação temática e outros arranjos institucionais começam a ser uma alternativa de articulação intermunicipal/microrregional. Há 12 agências de desenvolvimento intermunicipais no Estado de S.Paulo que abrangem 174 municípios paulistas e 15 municípios do Estado do Paraná. Foram inspiradas na experiência européia; articulam o Poder Público e outros atores da sociedade civil, em especial a iniciativa privada; e pretendem promover o desenvolvimento de um determinado território. A Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, criada na década de 1990, surgiu, a partir da articulação existente no Consórcio intermunicipal do ABC, abrange outros atores que não apenas o poder público e tem uma atuação específica (marketing regional, apoio a empreendedores, sistema de informações, etc.). Todas envolvem municípios de uma microrregião ou do Estado, com exceção 21 da Agência de Desenvolvimento da Mesorregião Vale do Ribeira / Guaraqueçaba que abrange municípios de dois Estados (São Paulo e Paraná) e sua formação foi incentivada pelo Governo Federal, em função da Mesorregião do Vale do Ribeira ser uma das treze Mesorregiões mais pobre do país. Os municípios paulistas, a partir da década 1990, passam a participar de outras institucionalidades (Redes, Câmaras, etc.). Algumas têm como foco a articulação e outras são temáticas (Corredor Intermunicipal de Cultura, Rede Adolescente – Interações pela Vida, Rede Urbal, Rede Brasil de Organismos de Bacias - Rebob, Rede Mercocidades, Rede Habitat, etc.). Há experiências que não abrangem municípios de um território contíguo como a Rede Paulista de Educação Ambiental, Rede Prefeito Amigo da Criança da Fundação Abrinq, Agência de Cooperação de Municípios Brasileiros, Rebob, entre outras. Algumas delas são constituídas por municípios de outras regiões ou até mesmo de outros países (Associação Internacional das Cidades Educadoras, Rede URB AL – 10: Luta contra a Pobreza Urbana, etc.). Passam a ter uma representação importante no cenário atual as organizações de representação setorial ou de classe (Conselho de Secretários Municipais de Saúde – Cosems/SP, Frente Paulista de Dirigentes Públicos Municipais de Assistência Social e União Nacional dos Dirigentes de Educação – Undime/SP, entre outras) e é crescente, no decorrer dos anos, a participação dos municípios nessas outras formas. Ao serem analisados os municípios participantes dessas outras formas de cooperação observa-se que São Paulo, Rio Claro, Santo André, Piracicaba participam de várias iniciativas. 4. Considerações Finais Dos 645 municípios paulistas, 71,78% têm até 30 mil habitantes e respondem por 11,44% da população (Tabela 5) do Estado. Essa distribuição, as condições sócio-política-cultural-econômica das localidades e as novas atribuições assumidas pelos Municípios após a Constituição de 1998 ndica que a maioria dos municípios não podem resolver todos os seus problemas individualmente, contribuindo para que muitos desafios sejam resolvidos de forma articulada e integrada. Com as novas funções atribuídas aos municípios na Constituição Federal de 1998 e nas leis que a regulamentam, os gestores municipais e, em especial os de municípios de pequeno porte, não possuem recursos (humanos, financeiros e materiais) suficientes para a implantação de todos os serviços. O trabalho articulado entre os municípios é uma alternativa para a implementação das políticas públicas. A implementação de um consórcio ou de outra forma de cooperação 22 intermunicipal (agência, rede, associação, etc.) tem sido utilizada pelo Poder Local. Entretanto, a sua implementação requer o preparo de seus gestores e a elaboração de um plano de ação, para garantir o cumprimento das finalidades estabelecidas no momento de sua criação. É fundamental um acompanhamento permanente e uma avaliação periódica das ações realizadas. Assim, é importante um estudo aprofundado que analise e aperfeiçoe essas experiências, identificando os condicionantes que garantam a continuidade das iniciativas na mudança das gestões municipais; definindo o papel do Estado como indutor e apoiador de alguns consórcios; indicando os fatores mobilizadores para a criação de novos arranjos institucionais; verificando como se dão as políticas específicas para cooperação entre os municípios, Estados e União no financiamento e apoio aos consórcios, entre outras questões. Deve ser salientado que não existe um modelo único nas experiências paulistas. A criatividade é uma característica das administrações e pode ser vista nas iniciativas mais antigas. As estratégias de trabalhar de forma cooperada variam conforme a área de atuação, a região atendida, a data de sua criação, a forma de cooperação, a parceria com o Estado, entre outras. Entretanto, são iniciativas onde os conjuntos de municípios criam algumas alternativas para melhorar as condições de vida da sua microrregião. A partir da realidade local promovem soluções que nascem de baixo para cima e muitas delas promovem o desenvolvimento, articulando o crescimento econômico com inclusão social, melhoria da qualidade de vida e sustentabilidade ambiental. Em outros arranjos institucionais pouco se avançou em uma estratégia de desenvolvimento estabelecida, eles se estruturaram para a da prestação de um ou mais serviços, o que já é um avanço na prática de atuação existente. Entretanto, no decorrer dos anos observa-se uma articulação maior do Poder Público Municipal com outros atores (universidades, institutos de pesquisas, organizações não governamentais, empresas, etc), sendo que em algumas iniciativas esses atores passam a participar da gestão desses novos arranjos institucionais. Essa alteração demonstra que os municípios têm ampliado a sua visão do Poder Público, compreendendo que as ações para serem efetivas necessitam de articulação com outros setores para além da Prefeitura Municipal. Destaca-se que várias iniciativas de cooperação intermunicipal permanecem funcionando há três décadas em função dos serviços ofertados, do grau de articulação, de resultados alcançados, do relacionamento com os atores da microrregião de sua abrangência, entre outros fatores. Conhecer um pouco mais a sua gestão pode contribuir para que avancemos na implementação das políticas públicas. 23 Bibliografia ABRUCIO, Fernando L., COSTA, V. M. F. 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