Mineração
indústria da
Ano VII - nº 53
Março de 2012
Brasil conhece
metodologia inovadora
de promoção da
sustentabilidade
do setor mineral
6º Fórum Mundial da Água: Brasil
registra participação de 50 instituições
EXPOSIBRAM Amazônia 2012:
garanta sua participação!
Vale
IBRAM nas redes sociais:
www.twitter.com/ibram_mineracao
www.facebook.com/ibram.mineracao
w w w. ibram . o r g . br
Mina de Taquari-Vassouras, Sergipe
2
Indústria da Mineração
Ano VII – nº 53, março de 2012
Shutterstock
EDITORIAL
IBRAM promove mineração
no Brasil e no exterior
O Brasil é a sexta economia mundial, com investimentos externos
diretos em expansão e crescente
participação no fluxo de comércio internacional. A mineração tem grande
destaque nesse cenário.
ção mundial. Neles estarão reunidos
os principais nomes da mineração nacional e internacional, além de representantes de empresas interessadas
em contribuir para o crescimento do
mercado mineral brasileiro.
O setor mineral brasileiro reveste-se de grande importância na economia, sendo um dos maiores exportadores, com efeitos positivos em toda a
cadeia produtiva, gerando empregos
e promovendo o desenvolvimento.
Em paralelo à organização desses encontros, o Instituto apresentou no fim de fevereiro o Mining:
Partnerships for Development Toolkit,
uma metodologia que tem por objetivo identificar os impactos socioeconômicos da mineração.
Uma das prerrogativas do IBRAM
é difundir junto à população tal importância, bem como quão significativos são o crescimento e o desenvolvimento sustentável da atividade.
Assim, o Instituto pretende despertar
na sociedade o reconhecimento de
que o Brasil, para galgar novos patamares socieconômicos, precisa contar com uma mineração robusta e
estruturada – à semelhança do que
ocorre, por exemplo, na Austrália e
no Canadá.
Um dos caminhos para atingir
este objetivo é a realização de quatro
eventos setoriais de grande porte. Estes encontros também são momentos
para aperfeiçoamento do setor, onde
se busca discutir os rumos da minera-
Além disso, o IBRAM, a ADIMB –
Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria da Mineração
Brasileira e o Governo Federal coordenaram, de 4 a 7 de março, a participação de empresas brasileiras no Brasil Pavilion, espaço nobre em um dos
mais importantes eventos internacionais do setor, o PDAC – Prospectors
& Develpers Association of Canada
(PDAC), realizado em Toronto.
O objetivo central foi mostrar a
realidade mineral do Brasil no exterior e as novas oportunidades para o
setor. Este conjunto de ações faz com
que o Instituto abra outras oportunidades para as associadas no exterior e
também dentro do País.
2º Congresso Internacional
de Direito Minerário –
Inscrições abertas
Estão abertas as inscrições para o 2º Congresso Internacional de Direito Minerário que
acontece em Salvador, Bahia, de 2 a 4 de maio,
e tem como objetivo debater a legislação mineral. O evento é uma iniciativa conjunta do
IBRAM, do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e da Escola da AGU – Advocacia-Geral da União. Inscrições no site www.
direitominerario.org.br.
Informações: Secretaria Executiva – ÉTICA Promoção
de Eventos Ltda. Tel.: (31) 3444.4794 / E-mail: dirmin@
eticaeventos.com.br ou [email protected]
7º CBMINA recebe
trabalhos até 16 de abril
O IBRAM recebe, até 16 de abril, os trabalhos que serão apresentados durante o 7º CBMINA, que acontece em Belo Horizonte, Minas
Gerais, de 10 a 12 de julho. Os três melhores
trabalhos serão premiados. O evento engloba o
7º Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o
7ºCongresso Brasileiro de Mina Subterrânea
Os assuntos a serem abordados são: fechamento de mina, barragens de rejeitos (tecnologia, implantação e gestão), controle de qualidade, economia mineral/avaliação econômica,
geomecânica aplicada, hidrogeologia (gestão de
recursos hídricos e controle de drenagem ácida),
meio ambiente (controle ambiental e recuperação de áreas mineradas), operações unitárias
(automação e outras tecnologias), planejamento
de lavra, saúde e segurança, ventilação de mina
subterrânea, mineração e sustentabilidade (biodiversidade e comunidades) e mineração e mudanças climáticas.
Inscrições e Informações: www.cbmina.org.br;
[email protected] ou [email protected]
EXPEDIENTE | Indústria da Mineração – Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração • DIRETORIA EXECUTIVA – Presidente Interino: Rinaldo César Mancin / Diretor de Assuntos
Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César Mancin • CONSELHO DIRETOR – Presidente: Ricardo Vescovi de Aragão / Vice-Presidente:
Luiz Eulálio Moraes Terra • Produção: Profissionais do Texto – www.ptexto.com.br / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) / Textos: Flávia Agnello e Anna Lima • Sede: SHIS QL 12
Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205 – Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br •
IBRAM Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PA – Fone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected]
• IBRAM/MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected] •
Envie suas sugestões de matérias para o e-mail: [email protected]. Siga nas redes sociais: Twitter:@ibram_mineracao • Facebook: www.facebok.com/ibram.mineracao
Ano VII – nº 53, março de 2012
Indústria da Mineração
IBRAM estuda práticas de
sustentabilidade na mineração
Instituto analisa como a indústria minerária
administra os recursos naturais atualmente
O IBRAM , em parceria com a ERM – Environmental Resources Management, desenvolve estudo para identificar as práticas de
gestão voltadas à sustentabilidade no setor
empresarial mineral.
países ricos. Cientistas, ativistas ambientais,
empresários e chefes de Estado tentarão, ao
longo de 11 dias na cidade, apontar o caminho e estabelecer compromissos de governos e empresas para os próximos anos.
O objetivo é verificar como essas ações
evoluíram ao longo do tempo, considerando
como linha de corte a Rio-92. A publicação
terá como base informações dos associados
do Instituto, bem como as ações identificadas por meio de análise de dados públicos.
O intuito é identificar como a relação das
empresas com a sustentabilidade tem ocorrido em termos práticos.
Para nortear as discussões o evento traz
como temas centrais “Economia verde no
contexto do desenvolvimento sustentável e
erradicação da pobreza” e “Estrutura institucional para a desenvolvimento sustentável”.
A intenção é conciliar os anseios de uma
classe média global emergente e a necessidade de frear o ritmo com que os 7 bilhões
de humanos consomem os recursos do planeta – em 1992 éramos 5 bilhões e meio.
A publicação oferecerá a oportunidade de
comprovar como as estruturas gerenciais das
empresas têm progredido na inclusão e integração da sustentabilidade. Procurará, ainda,
demonstrar que é possível à mineração contribuir para o desenvolvimento sustentável.
Rio + 20
Vinte anos depois de sua estreia como
sede de uma grande cúpula internacional, a
cidade do Rio de Janeir volta a ser, em junho
próximo, a capital mundial do meio ambiente. A Rio+20 oferecerá oportunidade única
para avaliar os avanços registrados e os futuros desafios a serem enfrentados pela comunidade internacional em seus esforços para
conciliar desenvolvimento econômico e social com preocupações ambientais e aquelas
associadas à mudança do clima.
O combustível das discussões vem das
mudanças climáticas, medidas pela ciência,
e da crise financeira que se abate sobre os
Mineração e
sustentabilidade
de reciclagem contínua, aumentando assim o ciclo de vida de um bem mineral
e diminuindo a pressão sobre o uso de
recursos primários. Soma-se a isto, a economia de energia que esta capacidade de
reciclagem representa. Outra forma de alcançar uma economia verde se relaciona
à busca por fontes alternativas de energia.
Muitos metais são cruciais para desenvolver novas tecnologias como as que proporcionam energias limpas. A maioria dessas
inovações somente é possível graças ao
uso dos metais.
Outra importante contribuição da indústria da mineração para o desenvolvimento sustentável está em funcionar tanto
como alicerce quanto como catalisador
do desenvolvimento econômico e social
de uma região. A atividade é reconhecida mundialmente por sua grande capacidade de transformar as relações sociais e
econômicas, devido ser uma atividade de
longo prazo, propiciando assim o desenvolvimento econômico das comunidades
localizadas em seu entorno.
Sustentabilidade: "Programa Escola Que Vale promove
educação para a comunidade envolvida com projeto mineral"
Cerca de 80% do que
se utiliza diariamente tem a
presença de minerais. Desde o material que faz parte das paredes das casas,
até as tintas que colorem
roupas, papéis, silicones,
entre outros. Todos esses
produtos contêm minérios
em sua composição ou são
gerados a partir destes bens
naturais, evidenciando a
importância da mineração
na vida da sociedade.
Muito do conceito de
economia verde (um dos
temas globais da Rio+20)
está baseado na busca por
maior eficiência no uso
dos recursos naturais, vivos e não vivos. Neste entendimento, a mineração
tem papel fundamental,
visto que os minerais têm
capacidade comprovada
Fotos: Vale
O trabalho de pesquisa do IBRAM e da
ERM iniciou em janeiro deste ano, quando
os associados receberam um questionário
sobre temas relacionados a meio ambiente,
produção, relações com a comunidade, direitos trabalhistas, entre outros.
3
4
Indústria da Mineração
Ano VII – nº 53, março de 2012
Brasil conhece metodologia inovadora de
promoção da sustentabilidade do setor mineral
Em 29 de fevereiro, as duas entidades
sediaram em Brasília um seminário para
apresentar e debater metodologia que
objetiva identificar os impactos socioeconômicos da mineração. Diante dos resultados é possível tomar atitudes para amplificar os benefícios proporcionados pelo
projeto mineral.
Trata-se de um “toolkit”, desenvolvido
pelo ICMM, e já aplicado em alguns países,
como Chile, Peru e Laos e que agora está
sendo aplicado no Sudeste do Pará. Um projeto-piloto que certamente será expandido
para outras regiões do Brasil.
Fotos: Tico Fonseca
A parceria entre o IBRAM e o
ICMM – Conselho Internacional de Mineração e Metais (International Council on Mining
and Metals) avança mais uma
importante etapa rumo a ampliar a sustentabilidade do setor
mineral brasileiro.
Mesa de abertura do lançamento do Mining: Partnerships for Development Toolkit
O Mining: Partnerships for Development Toolkit identifica aspectos diversos do
projeto mineral e permite que as mineradoras e agentes públicos tomem medidas
articuladas para minimizar impactos que
possam gerar problemas, bem como, irra-
Workshop realizado durante Mining: Partnerships for Development Toolkit
diar os efeitos positivos de outros reflexos
da atividade produtiva.
“Até hoje a mineração brasileira adota
metodologias diversas para tornar seus projetos sustentáveis. Muitas recorrem a metodologias consagradas internacionalmente;
outras desenvolvem iniciativas próprias. O
toolkit do ICMM é inovador e uma solução
viável para a mineração brasileira. Acredito
que este primeiro estudo de campo despertará o interesse do setor em adotá-lo em
larga escala. O IBRAM apoiará as mineradoras nisso”, diz Rinaldo Mancin, Diretor
de Assuntos Ambientais e Presidente Interino do IBRAM.
O seminário reuniu especialistas em
mineração e em meio ambiente, do governo, da Academia e da iniciativa privada,
parlamentares e imprensa especializada
em mineração. Entre eles, Robert Court,
Coordenador do programa Resource Endowment Work do ICMM e Executivo
Chefe Global de Assuntos Externos da mineradora Rio Tinto.
Ano VII – nº 53, março de 2012
Indústria da Mineração
5
Ele explicou no encontro que a metodologia resulta de esforços concentrados de
instituições de renome internacional, como
Banco Mundial, UNCTAD, Harvard, BID,
entre outras. “É um fator, entre muitos, que
asseguram credibilidade ao toolkit”, disse.
O toolkit leva em conta aspectos diversos, como redução da pobreza, desenvolvimento regional, investimento social para
mensurar os impactos dos projetos minerais.
“Com a aplicação do toolkit a sociedade passa a ter maior percepção do papel
da mineração para a localidade, para a
região e para o País. Se problemas forem
identificados, fica muito mais fácil encontrar soluções viáveis para estes, de modo a
preservar a atividade e suas contribuições
positivas”, afirma Mancin.
Segundo Alan Roe, Consultor Associado
da Oxford Policy Management, que conduz
o projeto-piloto no Pará, a mineração no
Brasil sofre preconceitos, até mesmo por
parte de alguns especialistas em assuntos
socioeconômicos, “que evitam associar a
mineração como algo positivo para a vida
das pessoas”. Curiosamente, disse, é um
Presidente Interino do IBRAM, Rinaldo Mancin,
elogia ferramenta que ajuda a comunicação da
atividade minerária com a sociedade
ICMM, Vale, OPM e IBRAM no lançamento do Mining: Partnerships for Development Toolkit
dos setores que mais realizará investimentos no Brasil nos próximos anos, “especialmente em regiões menos desenvolvidas,
onde há baixa capacidade de ação do setor
público e alta sensibilidade em relação às
questões ambientais”.
Alan Roe até levantou a questão de que
a mineração no Brasil deveria ser um tema a
ser tratado por mais de um ministério, além
do de Minas e Energia, uma vez que impacta
fortemente a economia nacional.
O Secretário Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Cláudio
Scliar, representou o Ministro de Minas e
Energia no seminário e elogiou a iniciativa
do encontro em evidenciar preocupação do
setor com a sustentabilidade em consonância com as políticas públicas.
O Deputado Federal Arnaldo Jardim
(PPS/SP) foi outro a celebrar a aplicação do
toolkit no Brasil. “É um claro exemplo de atitude responsável do setor mineral. Afinal, o
desenvolvimento não pode ser construído a
qualquer custo. Tem que ser de forma sustentável, de forma racional”.
De acordo com Pablo Fajnzylber, Coordenador de Operações do Banco Mundial no Brasil, a mineração no Brasil e em
outros países da América do Sul é um setor fundamental, responsável pela atração
de divisas pela exportação das chamadas
“commodities minerais”.
Ele criticou quem afirma que países que
têm grande volume de produção e de exportação de commodities (sejam minérios
ou não) não avançam. “A produtividade não
tem crescimento menor no segmento de
commodities do que no de manufaturados”,
afirmou, com base em estudos do próprio
Banco Mundial.
Fajnzylber disse que políticas públicas
devem ser traçadas e adotadas de modo a
efetivar o papel da mineração como indutora do desenvolvimento socioeconômico.
“É preciso planejar o futuro porque um dia
a commodity pode acabar. É preciso poupar
nos tempos de fartura. Cidades que recebem
o royalty (CFEM) têm que planejar o que fazer com o recurso arrecadado”, sugeriu.
Durante o seminário foram realizados
workshops específicos para os participantes
discutirem os primeiros resultados da aplicação do toolkit no Pará. O próximo passo
é reunir as contribuições e produzir documento que será apresentado em junho, durante a Rio+20.
Mais informações sobre o toolkit:
[email protected]
Indústria da Mineração
IBRAM-CONIM prepara
delegação à 15ª Reunião
internacional de produtores e
consumidores de minério de ferro
A 15ª Reunião do Comitê Técnico da ISO
de Minério de ferro e pré-reduzidos (ISO/TC
102 – Iron ore and direct reduced iron) mobilizará os principais produtores e consumidores mundiais desse minério. Entre os dias 23
e 27 de abril, representantes de países como
África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia, Holanda, Japão, Reino
Unido e Suécia estarão reunidos na Cidade
do Cabo, no país sul africano, com o objetivo
de discutir as normas elaboradas pelo ISO/TC
102. Na mesma ocasião também se reunião
seus três subcomitês: SC 1 – Sampling, SC 2
– Chemical analysis e SC 3 – Physical testing.
A coordenação da delegação brasileira,
bem como dos trabalhos realizados pelo setor, estará sob responsabilidade do Comitê
para a Normalização Internacional em Mineração – IBRAM-CONIM, que atua por
delegação e em nome da ABNT Associação
Brasileira de Normas Técnicas.
Organizações como Anglo Research,
Arcelor Mittal Mines, Baosham, Baosteel,
BHP Billiton Iron Ore, Corem, Corus, Csiro Minerals, Guong Dong, Jisf, JFE, Kumba
Resources, Lkab, Nippon Steel, Nisshin,
Rio Tinto Iron Ore, Samarco, SGA, Shanghai-CIQ, Sumitomo Metals, Tiajin, Thyssenkrupp Sthal e Vale estão entre as mais
presentes nessas reuniões. A delegação brasileira, em geral composta por 12 delegados representando as principais empresas
produtoras do País, é considerada uma das
mais atuantes. O Brasil tem estado presente
de forma ininterrupta desde 1982, defendendo e fortalecendo os interesses do setor
brasileiro de minério de ferro.
De acordo com a Coordenadora do
IBRAM-CONIM, Thásia de Medeiros, “o desafio permanente do ISO/TC 102 é aprovar,
por consenso entre fornecedores e consumidores, a melhor metodologia internacio-
7
IBRAM-MG
Ano VII – nº 53, março de 2012
IBRAM-CONIM participa de reunião no Japão
nal para amostragem, análise química, determinação da distribuição granulométrica,
do teor de umidade e para ensaios físicos e
metalúrgicos”. Estas normas fazem parte das
especificações em contratos comerciais e,
portanto, têm impacto direto no faturamento das empresas.
As reuniões do ISO/TC 102 e seus subcomitês ocorrem de dois em dois anos, seguindo um sistema de rodízio entre os continentes. Os encontros têm caráter técnico,
com um programa de trabalho contínuo,
que requer discussões profundas e detalhadas a respeito dos aspectos que envolvem
metodologias de amostragem e diversas
análises de minérios de ferro.
Brasil apresenta saldo positivo na indústria mineral
A indústria mineral (mineração e transformação mineral) apresentou em 2011 saldo positivo de US$ 34 bilhões na balança comercial
brasileira, segundo informações do Ministério de Minas e Energia
(MME). No ano passado, as exportações somaram US$ 70 bilhões,
valor 43% superior ao verificado em 2010. As importações foram
de US$ 36 bilhões.
Segundo análise feita pela Secretaria de Geologia, Mineração e
Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (SGM/MME),
em 2011 a mineração contribuiu com 18% do total exportado pelo
Brasil e a transformação mineral, com 9%. Ao todo, o País vendeu
US$ 256 bilhões ao exterior.
O aumento dessas receitas provém das vendas de minério de
ferro (pelotas incluídas), participando com 93% das exportações da
mineração. As vendas do produto cresceram 45% (em valor) com
relação a 2010, registrando 331 milhões de toneladas e US$ 42
bilhões. Estima-se que em 2011, a produção de minério de ferro
tenha alcançado 400 milhões de toneladas.
As importações de bens minerais totalizaram US$ 11,2 bilhões.
O aumento de 45% em relação ao ano anterior foi devido, principalmente, ao crescimento das compras de carvão metalúrgico (de
US$ 3,6 bilhões, em 2010, para US$ 5,2 bilhões) e de potássio (de
US$ 2,2 bilhões, em 2010, para US$ 3,5 bilhões).
Em 2011, a arrecadação da CFEM - os royalties da mineração alcançou R$ 1,5 bilhão, aumento de 43% em relação ao ano anterior.
Do total arrecado, a maior parte foi com o minério de ferro, que
teve sua participação na CFEM aumentada de 65%, em 2010, para
72%, no ano passado.
Fonte: MME
8
Indústria da Mineração
Ano VII – nº 53, março de 2012
Mulheres ganham espaço
nas minas da Anglo American
Uma das três unidades de negócio da empresa no Brasil já possui
36% de trabalhadoras e contratará mais 300 até o final de 2013
Apenas para a fase de operação do Projeto Minas-Rio, o empreendimento global
mais importante da Anglo American e que
atualmente encontra-se em fase de obras
em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, a
Unidade de Negócio Minério de Ferro
Brasil contratará aproximadamente trezentas profissionais até o final de 2013. “Um
dos nossos principais objetivos para 2012,
e maiores desafios, é mapear, atrair e manter essa mão de obra feminina. Para todas
as vagas, independentemente da área, temos como política a seleção de currículos
de mulheres. Nós, inclusive, preferimos a
mão de obra feminina para cargos como o
de operador de usina de beneficiamento
e soldador de instalações industriais. Elas
têm mais habilidades manuais e uma atenção mais concentrada do que a dos homens”, ressalta a Gerente de Recursos Humanos e Administrativo da Pré-Operação
do Projeto Minas-Rio, Claudiana Silva.
Para a fase operacional do Minas-Rio,
as mulheres terão a chance de se candidatar a vagas para técnicos, operadores,
engenheiros e geólogos assim como para
as áreas de planejamento, manutenção de
mina e usina, gestão ambiental, gestão de
processos, gestão de projetos, infraestrutura, segurança empresarial, saúde ocupacional e meio ambiente. As interessadas
devem se cadastrar pelo site da empresa,
www.angloamerican.com.br, por meio do
link Carreiras.
Shutterstock
A Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American possui 36% de
trabalhadoras, superando a meta mundial
de empregabilidade de mão de obra feminina da empresa para 2012, que é de 25%.
Atualmente, 14% da folha de empregados
da Anglo American no mundo – composta
por aproximadamente 107 mil – é composta por mulheres.
Contratada há quatro anos para trabalhar no empreendimento, a hidrogeóloga
Ana Katiuscia Souza, 36, que coordena
uma equipe de sete homens e já esteve
em minas de fostato, cálcio e ouro. Ela defende a presença feminina na mineração
e afirma que nunca sofreu preconceito
por estar em um ambiente predominantemente masculino. “Sou apaixonada pela
minha profissão e não vejo diferença entre homens e mulheres no que concerne
à competência nesse ramo. Além disso,
também acho que a vocação é essencial e
tudo depende da sua postura no ambiente
de trabalho. Os homens da minha equipe
não reclamam”, diz.
Ana Katiuscia conta que não perdeu a
feminilidade por trabalhar no setor, mas
que é impossível não perder um pouco da
vaidade dada a natureza do trabalho. “O
maior desafio, na verdade, é a exposição
às intempéries do campo, mas você acaba se acostumando e é uma parte também
muito interessante e presente na minha
profissão”, ressalta.
A técnica em mineração Verlaine Santos, 25, que coordena uma equipe formada por quatro homens e trabalha na
planta-piloto do Projeto Minas-Rio, no
município mineiro de Conceição do Mato
Dentro, diz que não sofre nenhum tipo de
rejeição ou preconceito por trabalhar no
setor, ser mulher e jovem. “Sou responsável pela análise dos dados da sondagem do minério de ferro feita em campo
e trabalho como técnica há quatro anos.
O que vejo é que atualmente existe uma
grande aceitação da sociedade em relação
à presença feminina na mineração. O que
às vezes ainda acontece é que algumas
pessoas acham que somos mais frágeis, ou
que não daremos conta do trabalho por
sermos mulheres, mas são poucos. No entanto, não me importo com isso. Pretendo
continuar com meus estudos e me tornar
uma engenheira de minas“, explica.
Ano VII – nº 53, março de 2012
Mulheres no comando
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem como origem as
manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra
a entrada do seu país na Primeira Guerra
Mundial. Mas a data só foi oficializada em
1975, pela ONU.
No Brasil, as mulheres, dia após dia, demonstram sua força e lutam pela sua igualdade. Atualmente, elas conquistaram espaços e passaram a ocupar postos de trabalho
tidos anteriormente como masculinos. Pela
primeira vez no Brasil, o cargo de presidente
da república, a maior posição administrativa
do país, é ocupado por uma mulher.
No mundo corporativo, o poder feminino também conseguiu moldar a realidade e
quebrar antigos tabus. A Anglo American é
a única dentre as grandes empresas de mineração que possui na liderança uma presi-
Indústria da Mineração
dente mulher, Cynthia Carroll. A CEO afirma
que a presença feminina pode trazer benefícios para a linha de produção: “Precisamos
de mais mulheres engenheiras, geólogas, especialistas em metalurgia, e também que tenham a habilidade para dirigir caminhões e
operar maquinários”, afirma. No Brasil, Cristina Isola, Gerente de Recursos Humanos da
Unidade de Negócio Níquel da companhia,
reconhece as vantagens da força de trabalho
feminina. “As mulheres são mais calmas e
concentradas no momento de dirigir maquinários pesados”, afirma Cristina.
Maria Francisca de Santana está na Anglo
American há quase dois anos e trabalha como
auxiliar de produção na área de Expedição
em Niquelândia. Ela ajuda no enchimento de
bags (sacas que armazenam o minério final) e
controla o peso do carregamento de carretas.
Anteriormente, Maria Francisca compunha a
equipe de serviços gerais do Horto Aranha,
campo de reflorestamento de eucaliptos da
empresa. Agora, sente-se ainda mais realizada
9
por trabalhar na planta industrial: “Eu sempre
tive o sonho de ir para a usina. Por isso, comecei a fazer um curso técnico de metalurgia, e
assim surgiu a chance. É muito bom trabalhar
nessa área. Temos sempre a oportunidade de
expandir nosso conhecimento”.
Outro destaque é Keila Aparecida dos Santos. Ela iniciou sua atuação na empresa como
mensageira na unidade de Niquelândia e foi
promovida à auxiliar administrativo do departamento de Segurança, em uma área majoritariamente ocupada por homens. Há dois
anos trabalhando na Anglo American, ela afirma que o trabalho é extremamente satisfatório. “As mulheres ganharam um espaço muito
além do que imaginavam, e isso faz com que
estejamos mais realizadas profissionalmente.
Todos aqui se respeitam, e trabalhamos em
equipe pelo sucesso de uma só Anglo American. Sou suspeita para falar, porque meu sonho sempre foi trabalhar aqui”.
Fonte: Anglo American
Indústria da Mineração
Brasil participa
do maior
evento mundial
de exploração
mineral
Pavilhão Brasil no PDAC
2011 divulga o potencial e
as oportunidades que o setor
mineral brasileiro oferece
A mineração brasileira se fez presente
no Internacional Covention Trade Show &
Investors Exchange – PDAC 2012, realizado
nos dias 4 a 7 de março. Nesta edição, o
mais importante evento da mineração mundial contou com a presença de expositores
de 120 países e mais de 30 mil visitantes,
ultrapassando o recorde registrado no ano
passado de 27 mil pessoas.
Trata-se de uma grande vitrine, tanto
para as empresas já consolidadas, como
para aquelas que buscam referências, investimentos ou parcerias, com destaque para
empresas juniores. É também uma oportunidade ímpar para se conhecer tendências de
investimentos em pesquisa e em produção
mineral em todo o mundo.
Presidente Interino do IBRAM e Diretor de
Assuntos Ambientais, Rinaldo Mancin, no café da
manhã da delegação brasileira no PDAC 2012
Ano VII – nº 53, março de 2012
Fotos: Paulo Santana (DNPM)
10
Da esquerda para direita: Paulo Santana, Ouvidor do DNPM, Fernando Coura, Presidente do
SINDIEXTRA, Marcelo Ribeiro Tunes, Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Sérgio Dâmaso,
Diretor Geral do DNPM, Rinaldo Mancin, Presidente Interino do IBRAM, Willer Pos, Consultor.
A participação brasileira no PDAC 2012
teve como objetivos promover o setor mineral do País, divulgar o potencial e oportunidades de exploração mineral e apresentar
a legislação e as ações de fomento do Governo à atividade.
Além da delegação, o País participou do
evento com o Brasil Pavilion, organizado
pela ADIMB e IBRAM, com apoio do governo brasileiro(por meio do Departameto
Nacional de Produção Mineral – DNPM) e
de empresas privadas que atuam no País.
O Pavilhão forneceu uma infraestrutura capaz de possibilitar contatos e reuniões
das empresas patrocinadoras com as instituições estrangeiras da mineração mundial,
proporcionando, assim, excelentes oportunidades de negócios.
O IBRAM aproveitou sua presença no
PDAC 2011 para divulgar os eventos mais
importantes do setor da mineração na
América Latina, promovidos pelo Instituto:
o 2º Congresso Internacional de Direito Minerário, o 7º Congresso Brasileiro de Mina
a Céu Aberto, 7º Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea, o 2º Seminário Internacional de Gestão da Energia na Indústria da
Mineração, Exposição Internacional de Mineração da Amazônia (EXPOSIBRAM Amazônia 2012) e o 3º Congresso Brasileiro de
Mineração da Amazônia.
“O Brasil continua sendo atrativo para
os investidores, com boas oportunidades
para a mineração”, afirma o Presidente Interino do Instituto, Rinaldo Mancin.
Brasil Pavilion
Durante a convenção, a Câmara de Comércio Brasil-Canadá, BCCC, fez uma visita
especial às empresas mineradoras brasileiras. Neste encontro, representantes do governo federal e da iniciativa privada expuseram casos de sucesso.
O Brasil Pavilion ofereceu aos visitantes os
prospectos com potencialidade para descoberta de novas jazidas ou abertura de novas
minas, despertando a atenção de investidores, abrindo oportunidades para formação de
joint-ventures ou divulgando as condições favoráveis à realização de novos negócios.
Brazilian Mining Day
Além de ser um dos pavilhões mais visitados no PDAC, o Brasil contou com o Brazilian Mining Day, uma série de seminários
voltados para apresentar as oportunidades
de investimentos no setor mineral do País.
O secretário de Geologia, Mineração e
Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Claudio Scliar, falou
sobre a situação atual e as perspectivas para
o setor mineral. Scliar frisou a importância
da atualização da legislação brasileira para
o setor. “Fizemos estudos da legislação de
vários países para aperfeiçoarmos a nossa.
Queremos é um melhor aproveitamento do
bem mineral do nosso País.”, disse, se referindo a mudanças que ocorrerão no código
de mineração, caso sejam aprovadas. “Nossa intenção é atrair investimentos para o Brasil”, afirmou o Secretário.
Indústria da Mineração
Ano VII – nº 53, março de 2012
Marcelo Seabra e Tarso Sarraf
12
EXPOSIBRAM
Amazônia 2012: garanta
sua participação!
A EXPOSIBRAM Amazônia 2012 (Exposição Internacional de Mineração da Amazônia) e o 3º Congresso Brasileiro de Mineração da Amazônia serão realizados de
5 a 8 de novembro, no Hangar Centro de
Convenções da Amazônia, em Belém, Pará.
Visando a aproximação e o diálogo
com os mais diversos atores que compõem
a extensa cadeia produtiva do setor de mineração, os eventos serão mais uma vez
palco privilegiado para difundir o conhecimento, discutir os rumos e realizar análises em profundidade sobre o quadro atual
desta indústria.
Neste ano, assim como nas duas edições anteriores, tanto a Exposição quanto o
Congresso reunirão especialistas de vários
países para debaterem e traçarem os rumos
da mineração na Região Norte do Brasil nas
próximas décadas.
Para se ter uma ideia, o setor mineral
anuncia grandes aportes financeiros no Brasil ao longo do período 2011-2015. Serão
US$ 68,5 bilhões, dos quais 35% destinados ao Estado do Pará.
Cabe destacar que essas inversões também representam uma nova era de compromisso com a sustentabilidade, um dos
grandes desafios do setor mineral. A atividade vem intensificando suas ações neste
campo a fim de promover o desenvolvimento sustentável, incorporando cada vez
mais esse conceito em suas estruturas de
governança e de operações.
Para o Diretor de Assuntos Ambientais
e Presidente Interino do Instituto, Rinaldo Mancin, a importância socioeconômica conquistada pela atividade mineral na
Amazônia é prova de que o setor se vale
Estandes da EXPOSIBRAM Amazônia 2010
de avançadas tecnologias e técnicas de
gestão que permitem desenvolver a atividade com os menores impactos possíveis,
lembrando que estes são sempre localizados, administráveis e, principalmente, mitigáveis, até por força da moderna legislação ambiental brasileira.
“Este moderno perfil industrial deixa
claro à sociedade que a mineração pode
desempenhar um papel estratégico na
matriz de desenvolvimento sustentável da
Amazônia projetada para as próximas décadas”, aponta.
Possibilidade de novos negócios
A indústria mineral planeja seus negócios com anos de antecedência e o elevado
interesse de empresários em sondar negócios no Brasil é uma significativa sinalização
para as próximas décadas. Além disso, o
Instituto faz o acompanhamento periódico
dos projetos de mineração em planejamento e em execução.
A partir deste cenário, a EXPOSIBRAM
Amazônia se coloca como um bom momento para aproximar as companhias
nacionais e internacionais de mineração
dos fornecedores regionais, equipamentos e serviços da Amazônia, com objetivo
de fomentar negócios a curto, médio e
longo prazos.
Quem quer garantir sua presença na Exposição Internacional precisa estar atento
aos prazos. Os estandes já estão à venda
para patrocinadores e associados. Os expositores participantes da EXPOSIBRAM
2011 (Belo Horizonte) e da última edição
do evento no estado paraense em 2010,
também, já podem adquirir seus espaços.
A partir de 01 de junho as vendas estarão
abertas para os demais interessados.
Indústria da Mineração 13
Ano VII – nº 53, março de 2012
DESCRIÇÃO DOS TIPOS DE ÁREAS
Somente área
•Disponível para estandes acima de 16m2.
Área demarcada no piso do pavilhão, sem
qualquer elemento de montagem.
Tarso Sarraf
•A infraestrutura de energia elétrica, hidráulica e ar comprimido serão cobrados separadamente e deverá ser solicitada através de
formulário existente no Manual do Expositor.
Público prestigia EXPOSIBRAM Amazônia 2010
PREÇOS DE ESTANDES
Categoria
Somente
Área
Montagem
Básica
“Chave
na mão”
Área Externa
Descoberta
(mínimo
de 16 m²)
(obrigatório
até 15 m²)
(opcional de
até 16 m²)
(mínimo
de 100 m²)
Início
Término
Patrocinadores
/Associados
IBRAM
01/03/12
26/10/12
460,00
625,00
780,00
240,00
Expositor
2010 / 2011
01/03/12
26/10/12
460,00
625,00
780,00
240,00
Demais
01/06/12
26/10/12
460,00
625,00
780,00
240,00
Área com montagem básica
•Obrigatória para estandes de até 15m2. Será
fornecido com carpete, divisórias brancas
em sistema modular de alumínio, iluminação com 01 spot light a cada 3m2 de área
montada, 01 tomada de 500w por estande
e nome da empresa expositora em placa padronizada na testeira.
Área com “chave na mão”
•Opcional para estandes de até 16m2. Será
fornecido com carpete, divisórias brancas
em sistema modular de alumínio, iluminação com 01 spot light a cada 3m2 de área
montada, 01 tomada de 500w por estande,
logomarca da empresa expositora em
placa padronizada na testeira e mobiliário
de acordo com a dimensão do estande.
Área externa descoberta
•Disponível para aquisição acima de 100m2.
Será demarcada no piso, sem qualquer elemento de montagem.
Data encerramento das vendas e prazo final de pagamento: 1º de novembro de 2012.
AUDITÓRIO EXPOSITOR
PATROCINADORES
Diamante
R$ 120.000,00 cada
Ouro
R$ 80.000,00 cada
Prata
R$ 60.000,00 cada
Bronze
R$ 30.000,00 cada
Cordão crachá 1 cota de R$ 20.000,00
Totem p/ dispenser com Álcool Gel
1 cota de R$ 10.000,00
Os patrocínios poderão ser pagos em até 03 vezes através de boleto,
sendo o último vencimento em 01 de Novembro de 2012.
mais informações
Telefones: (91) 3229.6468 / 3269.5503 • Site Oficial EXPOSIBRAM: www.exposibram.org.br
•Opcional para expositores. Com capacidade
para 50 pessoas, incluso Projetor, Tela, Sonorização e 50 cadeiras, com uso deduração
máxima de 1h20m por locação.
Grade de horários:
•15h00 – 16h20 // 16h30 – 17h50
18h00 – 19h20 // 19h30 – 20h50
•Empresa expositora sócia: R$ 2.000,00
•Empresa expositora não-sócia:
R$ 3.300,00
•Empresa não expositora sócia:
R$ 2.700,00
•Empresa não expositora não-sócia:
R$ 4.000,00
Indústria da Mineração 15
Ano VII – nº 53, março de 2012
IBRAM contribui para
a regulamentação de
segurança de barragens
O IBRAM registra participação ativa
nos trabalhos de elaboração e aperfeiçoamento da regulamentação dos artigos 7º e
20º da Lei nº 12.334, que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens.
O Instituto representa o setor produtivo
minerário e o Grupo de Trabalho criado no
âmbito do Conselho Nacional de Recursos
Hídricos (CNRH), que é coordenado por
representante do Ministério de Minas e
Energia (MME).
O GT, composto por profissionais relacionados ao tema de segurança de barragens, tem como função definir critérios
gerais de classificação das barragens de
acumulação de água e de resíduos e rejeitos quanto à categoria de risco, dano potencial associado e volume. Cabe ressaltar
que geotécnicos e trabalhadores correlatos
das empresas de mineração, profissionais
dos órgãos ambientais e agentes do governo afetos ao setor trabalham em conjunto
para estruturar uma matriz concisa e de
Vale
Barragem Itabiruçu
real aplicabilidade, promovendo a segurança das barragens do setor, no entendimento que a ação preventiva é a melhor
maneira de se preservar a segurança de
uma barragem.
Nesse contexto, o GT elaborou uma matriz de classificação para barragens de acumulação de água e de resíduos e rejeitos,
que se encontra, no momento, em consulta pública no site da Agência Nacional de
Águas (ANA). A ideia é que o produto estabelecido pelo GT seja apresentado na reunião ordinária do CNRH, marcada para o
segundo semestre de 2012.
Política Nacional de
Segurança de Barragens
A Lei nº 12.334, sancionada em 2010, estabelece a Política Nacional de Segurança de
Barragens (PNSB) destinadas à acumulação
de água para quaisquer usos, disposição de
rejeitos e acumulação de resíduos industriais.
O objetivo desta Lei é garantir a observância de padrões de segurança de barragens, de maneira a reduzir a possibilidade
de acidentes e suas consequências, além de
regulamentar as ações e padrões de segurança. O empreendedor será o responsável
legal pela segurança da barragem, cabendo-lhe o desenvolvimento de ações para
garantir a segurança.
Programa Especial de Segurança
de Barragens e Rejeitos
Pioneiro à Lei, o IBRAM criou, em
2009, o Programa Especial de Segurança
em Barragens de Rejeitos. Consciente da
responsabilidade da indústria da mineração
quanto à conservação ambiental, o Instituto
busca auxilia a redução dos riscos socioambientais e econômicos decorrentes de acidentes nas barragens.
O Programa objetiva capacitar profissionais dos setores de mineração, governos e
sociedade civil quanto às melhores práticas
para a gestão de segurança em barragens
de rejeitos, disponibilizando modernas ferramentas e estratégias de gestão. Assim,
pretende contribuir decisivamente para
minimizar a ocorrência de acidentes e incidentes nessas barragens. Para aqueles que
não podem frequentar o curso, o treinamento utiliza a plataforma do e-leanirng de
educação à distância.
SEGURANÇA E SAÚDE
Curso alerta sobre obrigatoriedade
de proteger profissionais da Saúde
Com o tema Plano de Prevenção de Riscos
de Acidentes com Materiais Perfurocortantes – NR 32, o evento teve como objetivo
chamar a atenção dos profissionais para a
legislação já vigente no País e reuniu representantes de mineradoras de vários
estados. De acordo com a Portaria 1.748
do Ministério do Trabalho, que aprovou
o Anexo III da NR 32 (Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais
Perfurocortantes), é de obrigação das empresas criar e implementar um plano de
prevenção de riscos de acidentes com materiais perfurocortantes para proteger os
profissionais da Saúde. O não atendimento à norma sujeita a empresa à autuação.
“É de extrema importância criar dispositivos
de segurança que protejam tanto o paciente
quanto o trabalhador desta área”, afirmou
Cristiana, que possui também o título de
Doutora em Infectologia, é autora do manual de implementação Programa de Prevenção de Acidentes com Materiais Perfurocortantes em Serviços de Saúde, publicado pela
Fundacentro, e criadora do site Risco Biológico (www.riscobiologico.org). Para ela, o
cenário de acidentalidades no Brasil aponta
números ainda muito preocupantes.
O curso contou com carga horária de oito
horas e propôs a análise de acidentes de trabalho ocorridos e das situações de risco com
materiais perfurocortantes. O conteúdo programático abrangeu também as diretrizes do
Ministério da Saúde e do Ministério do Trabalho e Emprego e medidas de prevenção,
como comitês para prevenir acidentes com
materiais perfurocortantes, análise de tarefas
e procedimentos para escolha de produtos e
priorização de critérios existentes para avaliação e seleção de dispositivos de segurança.
A segunda metade do curso foi destinada às
atividades práticas. Os participantes tiveram
a oportunidade de fazer a análise de dispositivos de segurança, de discutir critérios e
prioridades de acordo com as necessidades
locais, de enfrentar situações simuladas,
além de uma avaliação a partir da observação das situações colocadas.
O curso Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais Perfurocortantes – NR
32 integra a agenda de cursos promovidos
pelo Programa MINERAÇÃO com o objetivo
de estimular ações seguras nas mineradoras
de todo o país. Para saber mais sobre a iniciativa e o que fazer para se tornar um associado, acesso o site do Programa MINERAÇÃO.
Curso Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais Perfurocortantes – NR 32
IBRAM-MG
Em todo o mundo, são registrados anualmente cerca de três milhões de acidentes
percutâneos com agulhas contaminadas por
material biológico. Entre os tipos mais frequentes de infecção, estão a contaminação
pelo vírus HIV, Hepatite B e Hepatite C. Os
dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS) e foram apresentados pela Médica
Cristiane Rapparini durante curso promovido pelo Programa MINERAÇÃO, na sede do
IBRAM-MG, no dia 29 de fevereiro.
boas práticas
atualidades
Imerys estimula
Alimentação Saudável
e Atividade Física
riscos para a saúde. “As pessoas comem mal
e se movimentam cada vez menos. Hoje
existe controle remoto para tudo e até à padaria muitos costumam ir de carro”, explica.
A qualidade de vida do colaborador é uma
preocupação constante do setor de Medicina
do Trabalho da Imerys (associada ao IBRAM).
A bola da vez é uma campanha para incentivar os funcionários a praticarem exercício
físico e comerem corretamente. “Temos um
número significativo de colaboradores acima
do peso ideal. Na verdade, de acordo com
nosso último levantamento, são 123. Queremos mostrar que com hábitos simples é possível ter uma vida mais saudável e espantar o
fantasma da obesidade”, explica o Técnico
de Enfermagem da empresa, Ronaldo Vale.
Ainda segundo o Médico, a obesidade pode
causar diabetes, problemas cardiovasculares, hipertensão, entre outras doenças. “Para
saber se o seu IMC (Índice de Massa Corpórea) está cima do normal, a fórmula é simples, calcule o peso, divido por sua altura ao
quadrado. Se o resultado for acima de 30, é
bom procurar um especialista”, conta.
Segundo Francisco Filho, Médico do Trabalho da mineradora, a má alimentação, em
conjunto com o sedentarismo, pode gerar
Já para quem buscar a qualidade de vida, a
receita é muito simples. “Comer mais vegetais, frutas, peixes e aves. Evitar o excesso de
sal e açúcar. E claro, praticar atividades físicas por pelo menos três vezes por semana,
durante uns 15 a 40 minutos vai gerar uma
grande diferença,” finaliza o Médico.
Fonte: Site Imerys
Votorantim Metais completa mais de
quatro anos sem acidentes de trabalho
com afastamentos em Poços de Caldas
A Unidade Poços de Caldas da Votorantim
Metais (associado ao IBRAM) acaba de superar
o recorde de mais de 1.500 dias sem acidentes
de trabalho com afastamento de funcionários
próprios e terceirizados - marca que corresponde a mais de quatro anos de operações.
Para isso, além de trabalhar em conformidade
com as legislações nacionais de segurança e
trabalho, a empresa desenvolve uma série de
mobilizações e programas internos, além de
investimentos em prevenção a acidentes.
O Comportamento Seguro, o Pacto de Segurança e os equipamentos de monitoramento
instalados nos caminhões terceirizados são
exemplos de iniciativas implementadas pela
empresa que visam sensibilizar seus colaboradores e prestadores de serviços para a
adoção contínua de práticas seguras durante o exercício de suas funções, bem como
estabelecer padrões que contribuam para a
formação de um ambiente de trabalho mais
seguro e saudável. “O alcance de uma meta
como esta é resultado do comprometimento de todos os envolvidos em nossas ativi-
dades, incluindo colaboradores e terceiros,
além das iniciativas da empresa em buscar
soluções inovadoras para os seus processos,
mantendo-os sob controle quanto às questões de segurança”, explica o Gerente de
Mineração da Unidade Poços de Caldas da
Votorantim Metais Hamilton Wuo.
Sobre a Votorantim Metais
A Votorantim Metais é uma Empresa do
Grupo Votorantim, um dos maiores conglomerados empresarias da América Latina. A
Companhia possui dezessete (17) unidades:
onze (11) no Brasil, quatro (4) nos Estados
Unidos, uma (1) na China e uma (1) no Peru.
A Empresa é a maior fabricante de níquel
eletrolítico da América Latina, e líder no
mercado brasileiro de alumínio e uma das
cinco maiores produtoras de zinco do mundo. Esta sinergia reforça a posição da Companhia como segunda maior empresa brasileira de metais básicos, com faturamento de
R$ 7,9 bilhões em 2010 e aproximadamente
10 mil funcionários.
Sama adere ao Pacto
Global da ONU
A SAMA S.A. – Minerações Associadas (associada ao IBRAM) tornou-se uma das 165
signatárias do Pacto Global da Organização
das Nações Unidas (ONU) no Brasil. A iniciativa mundial tem como objetivo avançar
a prática da responsabilidade social corporativa, na busca de uma economia global mais
sustentável e inclusiva.
Em todo o mundo, são mais de três mil
empresas signatárias. Para Rubens Rela Filho, Diretor Geral da SAMA, a adesão ao
Pacto Global é sinal de que a empresa e
cada um de seus colaboradores apoiam os
dez princípios defendidos pela ONU e se
comprometem a divulgá-los. “Aderimos ao
Pacto Global relatando nossa experiência e
modelo empresarial e, acima de tudo, nos
comprometendo a compartilhar e divulgar
nossas ações como forma de contribuição
na construção de uma sociedade mais justa
e sustentável”, afirma Rela Filho.
Congresso
aceitará resumos
em inglês e espanhol
A Health and Safety Conference, promovida pelo ICMM – Internacional Council on
Mining & Metals, acaba de anunciar que
serão aceitos resumos em inglês e espanhol
para os workshops e sessões técnicas do
evento. O encontro acontecerá em Santiago do Chile, entre os dias 13 e 16 de novembro de 2012, com o tema “Sharing successes and challenges – learning from each
other” (Partilhando sucessos e desafios –
aprendendo com os outros, em tradução livre). O objetivo é reforçar a importância do
investimento em ações de Saúde e Segurança Ocupacional por parte das empresas.
Para participar, é preciso ser membro ICMM,
incluindo CEOs, supervisores, gerentes e
demais responsáveis pelas áreas de Saúde e
Segurança e Operações. Interessados devem
enviar resumos de no máximo 300 palavras
até o dia 25 de maio, para o email [email protected].
mais informações, acesse www.icmm.com.
Indústria da Mineração 19
EMBU
Ano VII – nº 53, março de 2012
Instituto Embu participa da
implantação do Parque Tizo
Representantes do Instituto Embu de Sustentabilidade, juntamente com o governador
de São Paulo Geraldo Alckmin e os secretários
do Estado de Meio Ambiente, Bruno Covas,
e de Habitação, Silvio Torres, participaram no
dia 24 de fevereiro da cerimônia de implantação do Parque Tizo (Terras Institucionais da
Zona Oeste). Com uma área total de 1,3 milhão de m² e localizado na Zona Oeste da
Região Metropolitana de São Paulo, abrange
áreas dos municípios de São Paulo, Cotia, Taboão da Serra, Embu das Artes e Osasco.
Durante o evento, o Diretor de Relações
Institucionais do Instituto Embu, Fábio Barros, fez a entrega da nova edição do Plano
Diretor do Parque ao Governador de São
Paulo. O Deputado Gilmaci Santos falou a
respeito da forma de administrar do governo, que segundo ele, tem se preocupado
com a causa ambiental, e ressaltou os benefícios que o Parque levará à região. Já o
Secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, lembrou do Decreto
Estadual de 2006, que criou o Parque Tizo
voltado à preservação da floresta, pesquisa, sustentabilidade e educação ambiental,
frisando a parceria das Secretarias do Meio
Ambiente e Habitação.
Os investimentos para a obra do Parque
serão de aproximadamente R$ 34 milhões
e segundo o Governador já foram investidos R$ 6,1 milhões, com parcerias entre a
SMA e a Secretaria de Habitação. Estes recursos possibilitarão a preservação da área,
construção de grades e muros para o cercamento, a contratação de levantamentos
topográficos e de projetos executivos, a realização de trabalho social, a aquisição de
equipamentos e a capacitação de vigilantes
pela Polícia Ambiental. Serão investidos,
também, R$ 28 milhões em terraplenagem,
implantação de redes internas de água e de
energia, tratamento local de esgoto, caminhos de piso intertravado, cerca de 3 mil
m² de passarelas suspensas em madeira
de reflorestamento, mirante, três portarias,
centro de educação ambiental, parque infantil, administração e estacionamento.
Segundo o Ambientalista e Presidente do
Conselho Gestor do Parque, Paulo Nogueira
Neto, considerado o “pai” do ambientalismo brasileiro, a criação do Parque Tizo será
uma importante oportunidade para crianças
e jovens ficarem mais próximos das questões
relacionadas ao meio ambiente. “Precisamos
fazer com que a nova geração conheça a natureza e que os parques se multipliquem.”
Parque Tizo
O Parque Tizo, criado pelo Decreto Estadual nº 50.597 de 27 de março de 2006, é
um projeto da Secretaria do Meio Ambiente
do Estado de São Paulo, que tem como objetivo a implantação e administração de um
parque urbano de conservação ambiental e
lazer. A criação do Parque Tizo provocou, à
época, um amplo processo de mobilização
pela proteção da área que envolveu sociedades de amigos de bairro, comunidade
escolar, lideranças e cidadãos em um exemplar exercício de cidadania.
No Parque Tizo, uma das importantes
alternativas e estratégias que deram certo
foram os estabelecimentos de parcerias com
a iniciativa privada, dentre elas as formalizadas com o IES – Instituto Embu de Sustentabilidade, IBRAM, ANEPAC – Associação
Nacional das Entidades de Produtores de
Agregados para Construção Civil, MGA –
Mineração e Geologia Aplicada e a Bureau
de Projetos e Consultoria para a implantação de projetos sócio-ambientais. As parcerias proporcionam recursos técnicos e a
formação de um ambiente de colaboração e
complementação que favoreceu o desenvolvimento do projeto.
O Geólogo e Diretor Técnico da MGA,
Hércio Akimoto, um dos técnicos participantes do Plano Diretor do Tizo, ressalta que
importantes parques existentes na Região
Metropolitana de São Paulo foram antigas
cavas de mineração e que esta área não é diferente: “o Parque Tizo tem uma parte que
foi outrora utilizada como caixa de empréstimo e aproveitamos nossos conhecimentos
Geraldo Alckmin planta muda no Parque Tizo
para ajudar no plano de recuperação da
área degradada, incorporando a mesma ao
projeto e preservando os locais que ainda
têm cobertura vegetal ”.
O Plano Diretor e as Diretrizes de Projeto para o Parque Tizo foram elaborados por
uma equipe multidisciplinar composta por
arquitetos, geógrafos, agrônomos, biólogos,
geólogos e engenheiros que atuaram de forma voluntária, além de técnicos e pesquisadores de diferentes unidades da Secretaria
do Meio Ambiente. A MGA e o IES participaram ativamente da elaboração do Plano
Diretor e Diretrizes do projeto desde a assinatura do Decreto Estadual, com a doação
de horas técnicas, por meio da assinatura
junto à SMA de um Termo de Doação.
A previsão de entrega do Parque é julho
de 2013 e contará com anfiteatro ao ar livre,
lanchonetes, viveiro de mudas (com aproximadamente 12.000 mudas nativas), centro
de educação ambiental, biblioteca, videoteca, praça de encontros, passarela suspensa
para não prejudicar o meio ambiente e uma
grande área de mata atlântica e preservação
da natureza. O parque funcionará como
uma imensa sala de aula integrada ao seu
entorno, de maneira a oferecer condições
para estabelecimento de programas que
unam as dimensões do desenvolvimento de
crianças e jovens: educação, saúde, trabalho, lazer e cultura.
Fonte: EMBU (por Luana Lopes - MGA)
20
Indústria da Mineração
Ano VII – nº 53, março de 2012
Arquivo pessoal
artigo
Mineração e inovação na
base de um novo paradigma
de desenvolvimento
ANDRÉ REIS
Coordenador do Instituto Brasileiro de Mineração da
Amazônia e do Sindicato das Indústrias Minerais do
Estado do Pará
A Indústria Mineral tem elevada participação na economia paraense e faz do Pará
um grande Estado minerador. É líder em
produção, exportação, investimentos, e a
maior referência em sustentabilidade. Enquanto forte indutora de crescimento econômico, tem papel fundamental na construção de um novo ciclo de desenvolvimento.
Seja pela contribuição direta, ou indireta,
ao PIB por meio dos efeitos multiplicadores
de seus investimentos, a Indústria de Mineração abre uma gigantesca janela de oportunidade ao crescimento dos municípios.
Crescimento e desenvolvimento, contudo, são conceitos diferentes, cuja rela-
SIMINERAL
Capa do Anuário Mineral do Pará
ção entre causa e efeito não é absoluta.
O desenvolvimento pressupõe o fortalecimento das instituições e o atendimento
das aspirações de bem-estar da sociedade.
Neste sentido, é preciso ir além dos investimentos empresariais. A colaboração das
empresas, embora seja fundamental, não
necessariamente conectará o crescimento
ao desenvolvimento dos municípios, ou
transformará riqueza em bem-estar.
"É preciso aumentar a
capacidade endógena de
inovação, empreendedorismo
e organização social, de
tal sorte que os municípios
possam reter e reinvestir
os excedentes econômicos
alavancados pela força
motriz da mineração."
A falta de políticas que permitam aprimorar a gestão da renda mineral tem levado muitos municípios a uma situação de
elevada dependência econômica frente à
mineração. Com raras exceções, criam-se
verdadeiros “polos de dependência” que
terminam por inibir o desenvolvimento de
outras atividades, passando-se a adotar a mineração como sua principal matriz geradora
de renda e empregos. Em que pese todas as
ações determinadas pelas condicionantes do
licenciamento ambiental, as empresas, isoladamente, sem uma eficiente participação
paralela do Poder Público, não reverterão a
dependência e não impedirão o previsível
colapso econômico de muitos municípios
após o encerramento das minas.
É preciso aumentar a capacidade endógena de inovação, empreendedorismo e organização social, de tal sorte que
os municípios possam reter e reinvestir os
excedentes econômicos alavancados pela
força motriz da mineração. Cabe combinar
a força do mineral-negócio com uma política pública de inovação que proporcione
uma nova trajetória de desenvolvimento.
O Pará necessita de plataformas produtivas inovadoras que podem ser criadas em
regiões mineradoras a partir da capacidade endógena de crescimento ativada pela
indústria mineral. Para isso, entretanto, é
necessário associar a onda de crescimento
ao uso sustentável de royalties e compensações ambientais. Em um novo paradigma, a
inovação deve substituir a dependência, o
planejamento deve preceder à criação de
taxas e os marcos regulatórios devem aprimorar a ambiência de investimentos.
A pobreza e a desigualdade na Amazônia não serão vencidas com políticas que
intensifiquem o isolamento produtivo e a
dependência. É preciso fortalecer as instituições e ativar a capacidade de organização da sociedade. Novas alianças são
necessárias e o papel das entidades governamentais, das Instituições de Pesquisa, do
terceiro setor, ao lado do setor mineral, é
fundamental na construção de um novo paradigma que comprove que a passagem da
mineração pela Amazônia pode alavancar e
impulsionar o desenvolvimento.
Indústria da Mineração
Ano VII – nº 53, março de 2012
Vale
22
Legenda: Cerimônia de inauguração de centro de distribuição e pelotizadora em Omã
Vale inaugura
centro de
distribuição e
pelotizadora
em Omã
com capacidade nominal de 4,5 milhões de
toneladas métricas anuais de pelotas de redução direta, e um centro de distribuição,
com capacidade de movimentação anual de
40 milhões de toneladas métricas por ano.
Com investimentos de US$ 1,36 bilhão,
a Vale inaugura um centro de distribuição e
planta de pelotização no Complexo Industrial
do Porto de Sohar, no Sultanato de Omã. A
planta está pronta para operar com capacidade máxima de produção, de 9 milhões de
toneladas métricas anuais de pelotas de redução direta. A pelotizadora e o centro de
distribuição, que permite o armazenamento
de grandes quantidades de minério bruto disponível just in time, servem como hub para
atender a crescente demanda por produtos
de minério de ferro no Oriente Médio, Norte
da África e Ásia, incluindo Índia.
“Temos um compromisso sólido com
Omã”, disse Murilo Ferreira, Diretor-Presidente da Vale. “Reunimos esforços com o
governo, setor privado e com cada comunidade onde atuamos para estabelecer um
catalisador que estimule o desenvolvimento
sustentável. Em cada estágio, asseguramos
que as relações com nossos parceiros tenham como base a transparência, respeito
e confiança”, destacou o Diretor-Presidente.
As operações da Vale em Omã geram
1.200 empregos, dos quais 450 são diretos e
750 terceiros que trabalham no empreendimento, e outros 3.120 empregos gerados indiretamente, o que representa mais de 60%
de taxa de contratação de mão de obra local.
O complexo industrial da Vale é formado
por duas unidades de pelotização, cada uma
A Vale investiu US$ 40 milhões em tecnologias que reduzem o impacto ambiental
do empreendimento, como precipitadores
eletroestáticos e wind fence (barreiras de
vento), para controlar a emissão de particulados. A área conta ainda com um sistema
de monitoramento contínuo de emissões e
tem 100% de reciclagem de água.
As operações da primeira unidade de
pelotização começaram em abril de 2011.
Para maximizar a capacidade do centro de
distribuição, a Vale fechou uma parceria
com a Sohar Industrial Port Company, responsável pela construção de um terminal
de águas profundas de 1,4 km. O terminal
é um dos primeiros portos do mundo a receber os navios do tipo Very Large Ore Carriers (VLOCs), com capacidade de 400 mil
toneladas, responsáveis pelo transporte do
minério de ferro do Brasil para a costa do
Sultanato de Omã.
O centro de distribuição e a pelotizadora de Omã, juntamente com a estação de
transferência de minério em Subic Bay, nas
Filipinas, o centro de distribuição e porto em
construção na Malásia e os navios VLOCs,
fazem parte da estratégia da Vale para aumentar a flexibilidade e competitividade
para atender os mercados que mais crescem
no mundo, em condições de igualdade com
seus concorrentes mais próximos.
A Vale assinou ainda acordo com a
Oman Shipping Company para a construção
de quatro navios afretados, com operação
dedicada à empresa. Dois serão entregues
no primeiro semestre de 2012 e o restante
no segundo semestre deste ano, aumentando a eficiência de seu sistema logístico.
“Nos últimos 41 anos, Omã estabeleceu
um modelo único de desenvolvimento entre
seus vizinhos”, disse Marcos Beluco, Country Manager da Vale em Omã. “A empresa
criou uma mina virtual no Sultanato que irá
dar suporte ao desenvolvimento econômico
baseado no uso intensivo de aço, além de
atender à crescente demanda da indústria
na região”, afirmou.
Desde o início de suas operações em
Omã, a Vale tem desempenhado um papel
importante na construção de sólida infraestrutura industrial, promovendo o desenvolvimento da economia local por meio de investimentos voltados à preservação do meio
ambiente, à geração de empregos e ao avanço da cadeia de fornecedores locais.
Fonte: Vale
Indústria da Mineração 23
Ano VII – nº 53, março de 2012
6º Fórum Mundial da Água:
Brasil registra participação de
50 instituições
Três temas foram convergentes no 6º Fórum Mundial da Água, em Marselha, França,
realizado em março, com a presença dos ministros de Meio Ambiente e delegações oficiais
de cerca de 140 países. Em várias das mais de
cem sessões distribuídas pela semana, especialistas, membros de governos e representantes
da sociedade civil , das academias e centros
de pesquisas defenderam um maior comprometimento com o tema água na Rio+20, um
mecanismo de governança global da água e o
aprofundamento das discussões e pesquisas
sobre gestão e uso responsável dos recursos
hídricos, para garantir os múltiplos usos e para
enfrentar as consequências adversas advindas
das mudanças do clima.
As conclusões do Fórum serão encaminhadas à Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento – Rio+20 e expressam claramente a necessidade de fortalecer
o tema água na agenda de discussões nessa
Conferência e assim conseguir dos governos
compromissos e soluções concretas para
uma adequada gestão dos recursos hídricos.
A declaração ministerial do Fórum reforçou também o compromisso de garantir o
acesso à água a todos, o seu múltiplo uso, a
importância da gestão hídrica para segurança
alimentar e o desenvolvimento econômico, e
consequentemente para o bem estar social.
Segundo seus responsáveis, o encontro
conseguiu o apoio necessário para que a
água seja tema de relevância das cúpulas
internacionais, como a que acontecerá no
Rio de Janeiro.
“É tempo de líderes e chefes de Estado
reconhecerem que a água é um problema
global”, declarou Loic Fauchon, que preside o Conselho Mundial da Água, o organismo que organiza o Fórum, realizado a cada
três anos em diferentes países. O próximo
Fórum, março de 2015, acontecerá na Coréia. O Brasil se apresentou como candidato para 2018.
As agendas políticas nacionais e internacionais sobre mudança do clima “devem considerar, cada vez mais, a questão da água”,
disse Fauchon no encerramento do Fórum.
Brice Lalonde, coordenador do Rio+20, que
participou do Fórum de Marselha, confirmou
à AFP que “a água será inscrita como uma
prioridade na agenda” da Rio+20.
O Forum
Lideranças governamentais, coletividades
locais, empresas e associações de cerca de
140 países se comprometeram, na cerimônia
realizada no Palácio de Congressos e Convenções de Marselha, a lutar, com “os meios
que dispõem”, contra “a crise da água”.
Os “compromissos” anunciados buscam
garantir o “direito humano sobre o acesso à
água e ao saneamento”, o uso mais eficaz
da água e uma melhor gestão desse precioso
recurso, cuja demanda aumentou devido ao
crescimento da população mundial. Há que
se considerar ainda o surgimento de zonas
de escassez, em regiões antes com elevado
potencial hídrico, como conseqüência das
variações climáticas e o agravamento de
processos de desertificação.
Os pagamentos por serviços ambientais
foram um dos destaques das soluções apresentadas. Vários países mostraram suas modalidades deste tipo de serviço. O programa
Produtor de Água, da Agência Nacional de
Águas, despertou bastante interesse e foi
tema de duas palestras.
Sob o tema “Tempo de Soluções”, o 6º Fórum Mundial da Água conclui, com um saldo
positivo de mais de mil exemplos de boas práticas, apresentados por palestrantes de vários
países, de acordo com Loïc Fouchon, presidente do Conselho Mundial da Água.
O Fórum contou com uma sessão de parlamentares dos vários países presentes, da
qual participaram 5 Senadores e 7 Deputados
Coro de Marselha na abertura do
6º Forum Mundial das Águas
Federais brasileiros. Ao final desse encontro,
os parlamentares divulgaram um documento
com vários compromissos, entre eles o de aumentar a inserção do tema água nas agendas
políticas de seus países.
Delegação Brasileira
A delegação brasileira, chefiada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,
foi a maior do evento. Cerca de 250 brasileiros entre representares de governos, de empresas privadas e da sociedade civil estiveram
no Fórum. O Pavilhão Brasil contou com 40
instituições públicas e privadas, de vários setores usuários como hidroenegia, saneamento, irrigação, regulação e outros. O espaço de
345 m² apresentou 26 palestras paralelas às
sessões técnicas do Fórum, com temas variados como água e energia, gestão, sáude, irrigação, indústria e educação ambiental.
No Pavilhão Brasil uma oportunidade
ímpar. Houve uma importante reunião com
5 Senadores e 7 Deputados Federais, coordenada pelo Presidente da ANA Vicente
Adreu, na qual se enfatizou a necessidade
de o Congresso Nacional tratar o tema água
de forma mais dedicada e estratégica.
Na delegação brasileira destaque também para a participação da indústria nacional, que coordenada pela CNI , com o
apoio da Petrobras, promoveu e apresentou
uma discussão sobre o papel das empresas
no esforço global para um uso cuidadoso e
responsável dos recursos hídricos.
A forte presença e o comprometimento
do Brasil reforçaram o interesse do País em
sediar o 8º Fórum Mundial da Água, em
2018. O próximo, em março de 2015, será
na Coréia do Sul.
*Com informações da ANA, Agência Brasil,
EcoDesenvolvimento, CMB Consultorial e Patrícia Boson
Download

Brasil conhece metodologia inovadora de promoção da