PARA O ALTO E PARA BAIXO 1 Em sessão no dia 1º de fevereiro de 2015, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito presidente da Câmara com 267 votos, maioria absoluta entre os 513 deputados.Somou 131 votos a mais do que o candidato do Planalto. 2 Eleito com o discurso de que não deixaria a Câmara “submissa” ao Planalto, Cunha ainda aprovou medidas populares entre os colegas, como o orçamento impositivo, que força o Executivo a pagar emendas parlamentares. 3 Cunha logo começou a impor uma série de derrotas ao governo Dilma e também à bancada do PT. Quatro dias após tomar posse, criou a CPI para investigar os fatos relacionados à Lava-Jato. 4 Em março, o ministro do STF Teori Zavascki deferiu uma série de pedidos de inquéritos da Procuradoria-geral da República para apurar a conduta de políticos supostamente envolvidos na Lava-Jato. Cunha apareceu na lista. 5 Cunha reagiu energicamente à inclusão do seu nome na lista dos investigados e fez duras críticas ao procurador Rodrigo Janot. Disse que a PGR é “politizada” e “aparelhada”. 6 Nas semanas seguintes, mesmo investigado, Cunha continuou com força política, causando novas derrotas ao governo e desengavetando pautas polêmicas, como a redução da maioridade penal. 7 A derrocada de Cunha começou no dia 16 de julho, quando o ex-consultor da Toyo Setal Julio Camargo relatou à Justiça Federal do Paraná que o presidente da Câmara havia lhe pedido US$ 5 milhões de propina. 8 O presidente da Câmara partiu ao ataque e iniciou os trâmites para criar CPIs para investigar o BNDES e os fundos de pensão, duas medidas contrárias aos interesses do Planalto. As duas CPIs já estão em andamento, uma na Câmara (BNDES) e outra no Senado (fundos de 9 Agora, formalmente denunciado por suposta prática de crime de lavagem de dinheiro e corrupção, Cunha enfrenta forte desgaste, com pressões pela saída da presidência da Câmara, mas ainda mantendo forte influência política sobre a maioria dos deputados. 4 3 2 1 5 6 7 8 9