FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS ANA PAULA SILVA JULIANA HOHARA DE SOUZA COELHO UMA ARQUITETURA SEMÂNTICA PARA A INTEROPERABILIDADE DE SISTEMAS DE E-SAÚDE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2010 ANA PAULA SILVA JULIANA HOHARA DE SOUZA COELHO UMA ARQUITETURA SEMÂNTICA PARA A INTEROPERABILIDADE DE SISTEMAS DE E-SAÚDE Trabalho de graduação apresentado à Faculdade de Tecnologia de São José dos Campos, como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Tecnólogo em Banco de Dados. Orientador: Giuliano Araujo Bertoti, Me SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2010 ANA PAULA SILVA JULIANA HOHARA DE SOUZA COELHO UMA ARQUITETURA SEMÂNTICA PARA A INTEROPERABILIDADE DE SISTEMAS DE E-SAÚDE Trabalho de graduação apresentado à Faculdade de Tecnologia de São José dos Campos, como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Tecnólogo em Banco de Dados. _____________________________________________________________ REINALDO GEN ICHIROARAKAKI, Dr. _____________________________________________________________ ADRIANA DA SILVA JACINTO, Me. _____________________________________________________________ GIULIANO ARAUJO BERTOTI, Me. ___/___/___ DATA DE APROVAÇÃO IV AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por todos os momentos vividos durante a trajetória na faculdade e a paciência e forças dadas para chegar a concluir o curso. Agradeço aos meus pais, Maria Glória de Souza Campos e Guido Pereira Campos, pela força, carinho e fé depositados em toda essa longa jornada e, principalmente, a minha mãe pelas inúmeras noites que me esperou acordada para ouvir as novidades e o andar do curso, que agora tenho orgulho em concluir. Agradeço ao meu amigo, Alexandre Augusto Vigato, que fez a revisão do Trabalho e mesmo sem entender nada, pois não é sua área de estudos, se manteve firme e forte para concluir a leitura. Ao meu amigo Gabriel Barradas, por me escutar em todas as horas e pelas boas risadas, muito obrigada. Aos meus irmãos e sobrinhos que muitas vezes não puderam contar comigo em diversos assuntos e mesmo assim estavam presentes para tudo que eu precisasse. Ao meu namorado, Michael Lima Gonçalves, pela sua paciência e as horas que me ouviu falar de trabalhos e mais trabalhos e mesmo assim estava lá para me apoiar, muito obrigada meu amor. Lógico que eu não iria deixar de agradecer meu orientador, Professor, Mestre e grande amigo, Giuliano Araujo Bertoti, pelas terças feiras de orientações e desorientações e suas diversas frases de apoio como: “Calma Ana Paula, não precisa ficar nervosa”, para esse grande homem o meu mais profundo agradecimento. Aos tios da minha amiga Juliana Hohara, José Roberto e Maria Natividade, por terem me recebido tão bem, feito deliciosos almoços e me aguentarem durante um ano inteiro de Trabalhos nos finais de semana, muito obrigada. E não podia faltar uma pessoinha muito especial, a senhorita Hohara, pelas horas dedicadas, as madrugadas de estudos, as brigas que a mesma me fez evitar, as risadas e as tristezas, para você minha grande amiga, desejo muitas alegrias e espero que tenha mais tempo para outras aventuras como esta, muito obrigada por tudo. Também agradeço todos os outros que estiveram envolvidos diretamente ou indiretamente que não citei, saibam todos que eu os agradeço do fundo do meu coração e para vocês Deus há de olhar com sua imensa bondade. Enfim, muito obrigada! Ana Paula Silva. V AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus por sua longaminidade, obrigada Senhor porque a sua benignidade dura para sempre, e Tu tens derramado dádivas imensuráveis sobre minha vida. Agradeço a minha família pelo apoio, paciência e amor. A minha mãe Marli Aparecida de Souza pelas orações, palavras de consolo, amizade e longas conversas até a madrugada, por me ensinar que o mundo não é perfeito, que as pessoas não são perfeitas, porém o que nos faz pessoas melhores é a capacidade de doar, de não olhar apenas para o nosso próprio mundo, todavia temos a responsabilidade de ajudar aos necessitados, com o coração aberto em prol do próximo, embora não devamos esperar nada de ninguém, temos que ser os primeiros a fazer acontecer, sendo que tudo isso começa quando se acredita em si mesmo. A minha avó Júlia Maria de Souza pelas orações e pelo amor demonstrado durante todos esses anos. A meu tio José Roberto Crestanello e minha tia Maria Natividade Crestanello, que amorosamente me acolheram em seu lar, apoiando tudo quanto propus fazer. A minha tia Marina de Souza, que me expôs a vários tipos de culturas, apresentado a arte em suas várias formas, ensinando a ter amor pelo conhecimento. A meus amigos, por simplesmente existirem em minha vida, por doarem seu tempo e dedicação, mesmo distantes geograficamente, porém sem pedir nada em troca. Deixo aqui também o meu muitíssimo obrigada a alguns professores que passaram por minha vida: a Profª Edmilde de Jesus Soares e a Profª Leila Maria Xavier da Silva, que mesmo em meio as dificuldades, sempre nos fizeram crer que independente da onde nascemos ou de nossas origens, podemos nos tornar tudo quanto acreditamos, com esforço e dedicação. Ao profº Elvis Pereira Martins, por me mostrar o que é ser um verdadeiro mestre, tendo amor e prazer em ensinar e em passar seus conhecimentos, e que verdadeiros “Jedi” vêem além de simples ações cotidianas. Obrigada a minha dupla, Ana Paula Silva, pela dedicação, esforço e persistência nesta difícil, porém recompensadora jornada. E por fim, e não menos importante, agradeço ao orientador Me. Giuliano Araujo Bertoti, por acreditar, motivar, ensinar e estar constantemente presente, obrigada também por ter apresentado este lindo mundo da Web Semântica. Juliana Hohara de Souza Coelho. VI “Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito.” Martin Luther King VII RESUMO Atualmente, os softwares usados na área da saúde não integram todas as informações de um paciente, como: medicamentos, exames e prontuários, entre hospitais da rede pública, privada e outras instituições relacionadas. Além disso, informações como a presença do paciente em países que passam por epidemias, seriam importantes no seu tratamento, mas também não estão integradas nos softwares. Estes sistemas de e-Saúde não oferecem para um médico, em sua primeira consulta com um paciente, seu histórico familiar completo (que foi feito em outros hospitais), suas viagens, tipos de alimentação já detectados em consultas com nutricionistas, substâncias alérgicas e outros. Uma possível solução para este problema são os padrões da Web Semântica conhecidos como ontologias. Eles permitem a interoperabilidade de informações, ou seja, diferentes softwares de diferentes hospitais e outras instituições de saúde poderão trabalhar em cooperatividade. O objetivo deste Trabalho é apresentar uma Arquitetura Semântica para a Interoperabilidade de Sistemas de e-Saúde. Palavras- chave: e-Saúde, Web Semântica, Serviços Web, Governo Eletrônico, Ontologias. VIII ABSTRACT Currently, the softwares used in health sector do not incorporate all patient informations, such as drugs, tests and records, among public and private hospitals and other institutions. Besides, informations as patient presence in countries with epidemics would be important in their treatment but not incorporate in the software as well. These e-health systems do not offer to a doctor on his first visit as a patient his complete family history (that was made in other hospitals), his travels, food types already identified in consultations with nutritionists and other allergens. A possible solution to this problem is the standards known as the Semantic Web ontologies. They enable interoperability of information which means different software from different hospitals and other health institutions can work in cooperativity. The aim of this work is to present a Semantic Architecture to the Interoperability of e-Health systems. Keywords: e-Health, Semantic web, Web Services, e-Government, Ontologies. IX LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 - Ranking da UNPAN. Utilização do e-Governo pelos países. ............................................ 20 Figura 1.2 - Mapa do projeto piloto nacional. ...................................................................................... 21 Figura 2.1 - Portal de Telessaúde do Rio de Janeiro. ............................................................................ 33 Figura 2.2 - Cartão Nacional de Saúde. ................................................................................................ 33 Figura 3.1 - Exemplo do uso da ontologia FOAF. ................................................................................ 39 Figura 3.2 - Grafo da Ontologia FOAF. Gerado usando Prefuse (PREFUSE, 2010)............................ 41 Figura 3.3 - Funcionamento da ontologia do tempo. ............................................................................ 42 Figura 3.4 - Grafo da ontologia de tempo. Gerado usando Prefuse (PREFUSE, 2010). ....................... 43 Figura 3.5 - Grafo da Time Zone Ontology. Gerado usando Prefuse (PREFUSE, 2010). .................... 45 Figura 3.6 - Exemplo do funcionamento da ontologia de comidas. ...................................................... 46 Figura 3.7 - Grafo da Food Ontology. Gerado usando Prefuse (PREFUSE, 2010). ............................. 47 Figura 3.8 - Grafo da POMROntology. Gerado usando Prefuse (PREFUSE, 2010). ........................... 50 Figura 3.9 - Exemplo da ontologia NCIT. ............................................................................................ 53 Figura 3.10 - Exemplo de uso da ontologia GeoNames........................................................................ 55 Figura 3.11 - Arquitetura do Modelo proposto de e-Saúde................................................................... 57 Figura 4.1 - Arquitetura do Protótipo. .................................................................................................. 60 Figura 4.2 - Query em SPARQL. ......................................................................................................... 63 Figura 4.3 - Arquitetura Semântica e o SPARQL. ................................................................................ 65 Figura 4.4 - Exemplo da estrutura de objetos em JSON. ...................................................................... 67 Figura 4.5 - Exemplo da primeira estrutura do JSON: objetos. ............................................................ 67 Figura 4.6 - Exemplo da segunda estrutura do JSON: array. ............................................................... 67 Figura 4.7 - Arquitetura Sesame. .......................................................................................................... 70 Figura 4.8 - Classe JavaBean mapeada................................................................................................. 74 Figura 4.9 - Correspondência entre RDF e JavaBean. .......................................................................... 75 Figura 4.10 - Persistência de um objeto na base de dados. ................................................................... 76 Figura 4.11 - Serialização de um objeto Java. ...................................................................................... 76 Figura 4.12 - Criação de um objeto JavaBean com informações do JSON. .......................................... 77 Figura 4.13 - Recurso que consome dados JSON. ................................................................................ 78 Figura 4.14 - Cadastro de um paciente. ................................................................................................ 79 Figura 4.15 - Consulta de um paciente. ................................................................................................ 80 Figura 4.16 - Endpoint. ........................................................................................................................ 81 Figura 4.17 - Layout do Projeto. .......................................................................................................... 82 Figura 4.18 - Layout Protótipo. ............................................................................................................ 83 Figura A.1 - Relacionamentos entre governos, cidadãos e empresas. ................................................. 112 Figura A.2 - Arquitetura do e-Gif conforme padrão britânico. ........................................................... 115 Figura A.3 - Modelo em camadas do e-Gif v3.3. ............................................................................... 116 Figura A.4 - Fatores de sucesso pela Korea e-Government. ............................................................... 117 Figura A.5 - Funcionamento da Enterprise Architecture Framework. ................................................ 118 Figura A.6 - Gráfico referente à estimativa de cartões de identificação digital na Bélgica. ................ 122 Figura B.1 - Arquitetura de um Projeto Java utilizando o a plataforma Apache Clerezza. ................. 129 Figura B.2 - Tipo de Projeto Maven. .................................................................................................. 130 X Figura B.3 - Opção Padrão. ................................................................................................................ 131 Figura B.4 - Arquétipos Maven. ......................................................................................................... 131 Figura B.5 - Grupo e Artefato. ........................................................................................................... 132 Figura B.6 - Estrutura do Projeto Maven. ........................................................................................... 132 Figura B.7 - Classe anotada com Jersey. ............................................................................................ 133 Figura B.8 - Configuração do Projeto para bundle. ............................................................................ 134 Figura B.9 - Dependências do Projeto Maven. ................................................................................... 134 Figura B.10 - Repositórios Maven. .................................................................................................... 135 Figura B.11 - Plugins Maven. ............................................................................................................ 136 Figura B.12 - Geração do bundle. ...................................................................................................... 137 Figura B.13 - Bundle. ......................................................................................................................... 137 Figura B.14 - Inicialização da Plataforma Apache Clerezza. ............................................................. 138 Figura B.15 - Página Inicial do Apache Clerezza. .............................................................................. 139 Figura B.16 - Autenticação na Plataforma Apache Clerezza. ............................................................. 139 Figura B.17 - Administração da Plataforma Apache Clerezza. .......................................................... 140 Figura B.18 - Carregar bundle na Plataforma Apache Clerezza. ........................................................ 140 Figura B.19 - Instalação do bundle..................................................................................................... 141 Figura B.20 - Ativação do bundle. ..................................................................................................... 141 XI LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 - Principais classes utilizadas da ontologia FOAF. ............................................................. 40 Tabela 3.2 - Classes da ontologia do tempo. ........................................................................................ 43 Tabela 3.3 - Classes da ontologia do tempo. ........................................................................................ 45 Tabela 3.4 - Classes da ontologia de comidas. ..................................................................................... 47 Tabela 3.5 - Classes da POMROntology. ............................................................................................. 48 Tabela 3.6 - Classes da ontologia NCIt. ............................................................................................... 51 Tabela 3.7 - Classes da ontologia GeoNames. ...................................................................................... 54 Tabela A.1 - Índices de avaliação do portal e-Governo. ..................................................................... 113 Tabela A.2 - Apresentação dos países e seus respectivos e-Gif. ......................................................... 116 XII LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 4CMBR: Comunidade, Conhecimento, Colaboração e Compartilhamento dos Municípios Brasileiros. 5CQualiBR: Conhecimento, Comunidade, Colaboração, Compartilhamento Confiança para Qualidade do Software Público Brasileiro. ANSI: American National Standards Institute. API: Application Programming Interface. B2B: Business to Business. B2C: Business to Consumer. BELPIC: Belgian Personal Identity Card. BID: Banco Interamericano de Desenvolvimento. CACIC: Configurador Automático e Coletor de Informações Computacionais. CEP: Código de Endereçamento Postal. CIS: Comunicação Interativa em Saúde. CPF: Cadastro de Pessoa Física. CREMESP: Conselho Nacional de Medicina do Estado de São Paulo. DAML: DARPA Agent Markup Language. DAO: Data Access Object. EA: Enterprise Architecture Framework. E-GIF: Government Interoperability Framework. E-GMS: e-Government Metadata Standard. E-PING: Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico. E-PMG: Padrão de Metadados do Governo Eletrônico. E-SAÚDE: Saúde Eletrônica. EUA: Estados Unidos da America. FINNONTO10: National Semantic Web Ontology Project in Finland. FOAF: Friend-of-a-Friend. G2B: Governo para Negócios. G2C: Governo para Cidadão. G2G: Governo para Governo. GCL: Government Category List. GDSC: Government Data Standards Catalogue. e XIII GELLO: Guideline Expression Language Object Oriented. GOE: Global Observatory for e-Health. GPC: Governo para Cidadão. GPE: Governo para Empresas. GPGOP: Governo para Governo de Outro País. GPJ: Governo para Judiciário. GPL: Governo para Legislativo. GPM: Governo para Município. GPMP: Governo para Ministério Público. GPOI: Governo para Organismo Internacional. GPTS: Governo para Terceiro Setor. GPUF: Governo para Estado. HER-S: Electronic Health Record-Systems. HL7 CCOW: Health Level Seven Clinical Context Object Workgroup. HL7 CDA: Health Level Seven Clinical Document Architecture. HL7 RIM: Health Level Seven Reference Information Model. HL7 R-MIMS: Health Level Seven Refined Message Information Model. HL7: Health Level Seven. HON: Health On the Net Foundation. HTTP: HyperText Transfer Protocol. IAS: Identificação, Autenticação e Assinatura. IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBM: International Business Machines. IDABC: Interoperable Delivery of European e-Government Services to Public Administrations, Business and Citizens. IDE: Integrated Development Environment. INPD: Instituto Nacional de Ciência em Psiquiatria do Desenvolvimento para Infância e Adolescência. JAR: Java Archive. JEE: Java Platform Enterprise Edition. JSON: JavaScript Object Notation. MCT: Ministério da Ciência e Tecnologia. NCIt: National Cancer Institute Thesaurus. NHS: Serviço Nacional de Saúde. XIV NPR: National Performance Review. NUTES: Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde. NZ E-GIF: New Zealand Government Interoperability Framework. OBO: Open Biological and Biomedical Ontologies. OCL: Object Constraint Language. ONG: Organização Não Governamental. ONU: Organização das Nações Unidas. OSGI: Open Services Gateway Initiative. OWL: Ontology Web Language. P&D: Pesquisa e Desenvolvimento. PDA: Personal Digital Assistants. PEP: Prontuário Eletrônico do Paciente. PHP: Hypertext Preprocessor POM: Project Object Model. PS: Profissionais em Saúde. RDF(S): RDF Schema. RDF: Resource Description Framework. RDFa: Resource Description Framework in attributes. RES: Registro Eletrônico de Saúde. REST: Representational State Transfer. RHEMO: Rede de Colaboração Virtual por Videoconferência para Hemorrede Brasileira. RQL: RDF Query Language. SAE: Sistematização da Assistência em Enfermagem. SAIL: Storage And Inference Layer. SDF-E: e-Services Development Framework. SEMANTICGOV: Semantic Government. SEMIC.EU: Semantic Interoperability Centre Europe. SPARQL: SPARQL Protocol And RDF Query Language. SUS: Sistema Único de Saúde. TI: Tecnologia da Informação. TICs: Tecnologias de Informação e Comunicação. TSC: Technical Standards Catalogue. TTAS KO: Telecommunication Technology Association Standard Korea. XV UML: Unified Modeling Language. UNPAN: Rede de Administração Pública das Nações Unidas. URI: Uniform Resource Identifier. URL: Uniform Resource Location. W3C: World Wide Web Consortium. WAP: Wi-Fi Protected Access. WHO: World Health Organization. XHTML: Extensible Hypertext Markup Language. XML: Extensible Markup Language. XVI SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 19 1.1. Motivação ............................................................................................................................. 19 1.2. Problema .............................................................................................................................. 21 1.3. Proposta de Solução ............................................................................................................. 21 1.4. Organização do Trabalho...................................................................................................... 22 2 E-SAÚDE ............................................................................................................................. 23 2.1. O que é e-Saúde? ................................................................................................................. 23 2.2. Prontuário Eletrônico........................................................................................................... 27 2.3. Interoperabilidade Semântica em Sistemas de e-Saúde ....................................................... 28 2.4. Iniciativas no Mundo ........................................................................................................... 28 2.5. Iniciativas no Brasil ............................................................................................................. 31 2.6. Health Level Seven .............................................................................................................. 34 3 MODELAGEM DA ARQUITETURA SEMÂNTICA ..................................................... 37 3.1. Web Semântica .................................................................................................................... 37 3.2. Ontologia ............................................................................................................................. 38 3.2.1. FOAF .................................................................................................................................. 39 3.2.2. Time Ontology ..................................................................................................................... 41 3.2.3. Time Zone Ontology ............................................................................................................ 44 3.2.4. Food Ontology..................................................................................................................... 45 3.2.5. POMROntology................................................................................................................... 48 3.2.6. NCI Thesaurus Ontology ..................................................................................................... 51 3.2.7. GeoNames Ontology ........................................................................................................... 53 3.3. Modelagem do Estudo de Caso ........................................................................................... 55 4 PROTÓTIPO DE UTILIZAÇÃO DA ARQUITETURA SEMÂNTICA........................ 59 4.1. Arquitetura do Protótipo ...................................................................................................... 59 4.2. Tecnologias Utilizadas ........................................................................................................ 61 4.2.1. OWL 2................................................................................................................................. 61 4.2.2. RDF ..................................................................................................................................... 62 4.2.2.1. RDFBEANS ......................................................................................................................... 64 4.2.3. SPARQL ............................................................................................................................. 64 4.2.4. Clerezza ............................................................................................................................... 65 XVII 4.2.5. JSON ................................................................................................................................... 66 4.2.5.1. JSON-SIMPLE ..................................................................................................................... 68 4.2.6. REST ................................................................................................................................... 68 4.2.6.1. RESTFUL ............................................................................................................................ 69 4.2.7. Sesame ................................................................................................................................ 70 4.2.8. OSGI ................................................................................................................................... 71 4.2.9. MAVEN .............................................................................................................................. 72 4.2.10. Plataforma de Desenvolvimento Eclipse ............................................................................. 73 4.3. Desenvolvimento do Protótipo ............................................................................................ 74 4.4. Estudo de Caso .................................................................................................................... 78 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 85 5.1. Contribuições e Conclusões ................................................................................................. 85 5.1.1. Publicação ........................................................................................................................... 86 5.2. Trabalhos Futuros ................................................................................................................ 86 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................. 88 APÊNDICE A: GOVERNO ELETRÔNICO ................................................................................. 110 A.1. O que é e-Governo? ........................................................................................................... 110 A.1.1. Tipos de e-Governo ........................................................................................................... 111 A.2. Índices de Avaliação do e-Governo pela ONU .................................................................. 112 A.3. Framework para Interoperabilidade no e-Governo ............................................................ 114 A.4. Melhores práticas utilizando e-Gif como base de desenvolvimento .................................. 115 A.4.1. Nova Zelândia ................................................................................................................... 116 A.4.2. República da Coréia .......................................................................................................... 117 A.5. Dados Abertos ................................................................................................................... 119 A.5.1. Dados Governamentais Abertos ........................................................................................ 119 A.6. Interoperabilidade Semântica ............................................................................................ 120 A.7. Iniciativas no Mundo ......................................................................................................... 120 A.7.1. MySociety ......................................................................................................................... 123 A.7.2. Apps for Democracy.......................................................................................................... 124 A.8. Iniciativas no Brasil ........................................................................................................... 124 A.8.1. 4CMBR ............................................................................................................................. 126 A.8.2. 5CQualiBR ........................................................................................................................ 126 A.8.3. E-Ping................................................................................................................................ 127 APÊNDICE B: EXPERIÊNCIAS COM A TECNOLOGIA CLEREZZA .................................. 129 XVIII B.1. Desenvolvimento com Apache Clerezza ........................................................................... 129 19 1 INTRODUÇÃO 1.1. Motivação A base para a posterior conceituação do e-Governo foi inicialmente abordada pelo jornalista David Osborne em conjunto com Ted Gaebler em 1992 com o livro “Reinventing Government”. Esta reinvenção exigiu a reforma estatal e a mudança cultural na administração pública norte-americana, onde se tornou importante disponibilizar os serviços de forma eficiente para população em geral (PENTEADO FILHO, 1998). No Brasil, o e-Governo formalizou-se com a Portaria da Casa Civil nº 23 de 12 de maio de 2000 e com estabelecimento do Comitê Executivo de Governo Eletrônico através do Decreto de 18 de outubro de 2000. Segundo este, o e-Governo age como uma ferramenta de mudança para aproximação entre o governo e a sociedade. O e-Governo brasileiro se caracteriza por ações de padronização de portais federais e interoperabilidade sobre estes, porém a riqueza de dados ainda não é aproveitada de forma efetiva, pois não há ligação entre as várias áreas do governo, a fim de ter um centro de buscas e cruzamento de dados (GOVERNO FEDERAL, 2010). Entretanto, as ações brasileiras ainda não elevaram o nível de participação no eGoverno, garantindo ao Brasil o 61º lugar no ranking da Rede de Administração Pública das Nações Unidas (UNPAN) no ano de 2010, decaindo assim dezesseis posições em comparação ao ano de 2008, enquanto no atual ranking a República da Coréia conquistou a 1ª colocação seguida dos Estados Unidos (UNPAN, 2010). O ranking tem como forma de avaliação dois princípios: o estado de prontidão e-Governo e a extensão da e-Participação. A Figura 1.1 apresenta o atual ranking. 20 Figura 1.1. Ranking da UNPAN. Utilização do e-Governo pelos países. Fonte: UNPAN, 2010. O e-Governo deve utilizar o e-Saúde para oferecer assistência hospitalar para todos os usuários principalmente os mais carentes e que vivem em locais de difícil acesso, para o monitoramento à distância dos focos de doenças e a redução de custos na saúde pública, de modo que essa nova área vem crescendo no Brasil. Atualmente o foco na utilização de tecnologias na área de saúde aumentou devido aos eventos previstos para acontecer no país, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, levando o país a se preocupar com todos os atendimentos que serão oferecidos aos turistas do mundo inteiro, principalmente no que se diz respeito à saúde pública. Com eventos de grande porte a poucos anos de ocorrerem, o Brasil conta ainda com projetos pilotos que tiveram início no ano de 2007 e que encontram- se divididos em nove núcleos situados em universidades no Amazonas, Ceará, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e que conseguem atender 900 municípios brasileiros, dando assistência a 11 milhões de habitantes, comparado aos 5.561 municípios brasileiros e a população de 169.799.170 segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda existe um grande caminho a ser percorrido para alcançar melhores resultados e melhorar a saúde pública brasileira (IBGE, 2010), (TELESSAUDE BRASIL, 2010), (TELESSAUDE SÃO PAULO, 2010). A Figura 1.2 representa a situação do projeto piloto. 21 Figura 1.2. Mapa do projeto piloto nacional. Fonte: Telessaude Brasil, 2010 1.2. Problema Desenvolver uma Arquitetura Semântica para a Interoperabilidade de Sistemas de eSaúde. 1.3. Proposta de Solução Uma possível solução para este problema são os padrões da Web Semântica (BERNERS-LEE, 2001), como Ontologias (HEBELER, 2009) e Serviços Web Semânticos (RICHARDSON, 2007). Eles permitem a interoperabilidade de informações, ou seja, diferentes softwares de diferentes hospitais e outras instituições de saúde poderão trabalhar em cooperação. O primeiro passo para o desenvolvimento da Arquitetura Semântica proposta neste Trabalho é avaliar as Ontologias disponíveis e definir quais serão utilizadas. O segundo passo é a definição da Arquitetura Semântica, que descreve como as Ontologias se relacionam 22 entre si. A combinação destas resultará no ciclo em que o paciente passa desde a consulta até possíveis intervenções cirúrgicas. O terceiro passo é a implementação de um protótipo de Serviço Web Semântico para o acesso distribuído aos dados. 1.4. Organização do Trabalho Este Trabalho está organizado da seguinte forma: a) O Capítulo 2 aborda o e-Saúde tais como seus conceitos, as formas que o eSaúde é apresentado, normas técnicas para a utilização e algumas tecnologias. b) O Capítulo 3 aborda as ontologias que serão utilizadas para o desenvolvimento da Arquitetura Web Semântica e como será feita a modelagem desta arquitetura. c) O Capítulo 4 aborda o desenvolvimento do protótipo e as tecnologias empregadas. d) O Capítulo 5 apresenta as considerações finais deste Trabalho. 23 2 E-SAÚDE O presente capítulo abordará o conceito de e-Saúde, conhecido como e-Health, e as iniciativas pelo Mundo e no Brasil, explicando e descrevendo as principais atividades que utilizam da tecnologia da informação na área da saúde. Este capítulo está dividido como se segue: a seção 2.1 aborda sobre o conceito de eSaúde e as responsabilidades necessárias para a abertura de um sistema de e-Saúde, a seção 2.2 apresenta o prontuário eletrônico e seu funcionamento, a seção 2.3 trata da Interoperabilidade Semântica em sistemas de e-Saúde, a seção 2.4 apresenta as iniciativas no mundo e os sistemas que estão sendo utilizados, a seção 2.5 apresenta as iniciativas do Brasil e a seção 2.6 aborda sobre o Health Level Seven para a padronização de troca de mensagens. 2.1. O que é e-Saúde? O e-Saúde, e-Health em inglês, é o conjunto de atividades utilizando tecnologia da informação e afins para área de saúde, sendo estas efetivadas através de voluntários, empresas, ONGs e profissionais de saúde. A Comunicação Interativa em Saúde (CIS) é o software que fará o acesso ou a transmissão das informações da área de saúde, criando assim a interface para permitir a interação, seja do paciente ou profissional da área médica, através da tecnologia de comunicação ou dispositivos eletrônicos (ENG, 1999). Hoje, milhares de pacientes estão insatisfeitos com o pouco tempo que passam com o médico e as informações que recebem desses. Pela ampliação da área médica, tornando-se complexa, é natural que com o passar do tempo, a medicina não possa ser de responsabilidade apenas do medico, e nem este ser o centro do sistema de saúde. Não é possível para o médico acompanhar o paciente em todas as suas fases, por causa da quantidade de pacientes que tem e também pela estrutura dos sistemas de saúde atuais que não mantém muitos recursos para isso. O médico também não tem tempo para acompanhar as pesquisas e desenvolvimentos médicos para a sua especialidade. É nesta situação que surge o e-Paciente, em inglês ePatient, termo que identifica indivíduos que buscam nos meios eletrônicos, informações de 24 saúde para si, ou para a família e amigos, originando assim os novos consumidores da área da saúde. (SIEGEL, 2009), (WHITE PAPER, 2010), (SOARES, 2004). Dos que utilizam a Internet, oitenta por cento pesquisam alguma questão médica, sendo que destas, as que têm doenças raras ou difíceis são os pesquisadores mais determinados. Aqueles que se frustram com o sistema, muitas vezes começam seus próprios sites e ONGs para compartilhar experiências, pesquisas e recomendações médicas e qualquer outra coisa que possa apoiar a causa. O interessante é que nestas comunidades, é possível para alguns médicos, em suas pesquisas, identificar seres humanos em condições específicas, podendo aprender com estes. Assim os e-Pacientes estão se tornando fornecedores de informações em saúde (SIEGEL, 2009). Com o e-Saúde os cidadãos têm cuidados mais acessíveis, assim tendo integridade, precisão, acesso a informações pessoais, sendo tudo isso disponibilizado remotamente, possibilitando o acompanhamento automatizado do estado de saúde. Para os prestadores de serviços oferece ferramentas de apoio a tomada de decisão, assim como acesso a uma base de dados melhorada para as decisões de tratamento, tornando o atendimento mais eficiente. Os gestores de saúde podem ter acesso a informações completas, refletindo em uma forma mais eficaz de acompanhar os resultados sobre a saúde da população, as decisões de investimento e programas de pesquisas (ACT HEALTH, 2010). O e-Saúde, junto com a Internet tornou-se uma ferramenta incrível na troca de informações de pacientes, médicos e unidades hospitalares e, com isso, trouxe benefícios tais como (COSTA, 2001): a) Pacientes mais informados, fazendo com que a equipe médica trabalhe de forma eficiente no atendimento. b) Troca de informações e controle da gestão administrativa entre os planos de saúde e os prestadores de serviços (médicos, hospitais, laboratórios, etc.). c) Nova forma de relacionamento entre paciente, médicos e os prestadores de serviços. d) Colabora com a indústria farmacêutica, onde esta tem contato direto com usuário final. 25 É possível classificar o e-Saúde em cinco partes de acordo com a aplicação da Internet na área de saúde, são estas: a) Conteúdo (Content): são os sites para pacientes e profissionais da área de saúde contendo artigos, tabela de doenças e sintomas, noticias, entre outros assuntos. b) Comércio (Commerce): aplicam-se aqui Empresas para Consumidores (B2C) ou Empresas para Empresas (B2B) tratando de vendas diretas (remédios, serviços, planos de saúde) para empresas ou cliente final. c) Servidores de Aplicativos (Computer- Applications): são os servidores voltados para a área de saúde, aqui encontramos o Prontuário Eletrônico dos Pacientes e outros aplicativos existentes. d) Conectividade (Connectivity): trata das trocas de informações. e) Cuidados à Saúde (Care): são os serviços que utilizam a Internet, como a telemedicina, que através de vídeo conferências é possível levar informações sobre cuidados médicos para os pacientes em lugares de difícil acesso e o m-Saúde que traz como renovação o acompanhamento hospitalar de pacientes através de dispositivos móveis como o celular, e outros aplicativos que utilizam da Internet para chegar aos clientes. Para acompanhar e garantir a divulgação do e-Saúde, conselhos nacionais e internacionais criaram normas e regras a fim de padronizar e garantir a utilização dos códigos de condutas a serem utilizados pelos sites de e-Saúde, de forma que estes sites possam passar toda a confiabilidade e credibilidade para poder funcionar. Um exemplo de conselho internacional é Health On The Net Foundation (HON) que é uma organização não governamental criada em 1995 e vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, sendo umas das referências mais antigas para normas de sites e-Saúde, suas principais normas são: autoridade, complementaridade, confidencialidade, atribuição, justificativas, informações para contato e transparência na auditoria, honestidade da publicidade e da política editorial. Somada a esses princípios existe também a fiscalização anual dos sites que seguem o HONcode (HON, 2010). No Brasil, contamos com o “Manual de Princípios Éticos para Sites de Medicina e Saúde na Internet”, publicado pelo Conselho Nacional de Medicina do Estado de São Paulo 26 que visa proteger o consumidor e os profissionais da saúde (CREMESP, 2010). Nesse manual são tratados como essências para os sites os seguintes princípios: a) Transparência: toda informação divulgada tem que ser posta de forma transparente e pública, como também o objetivo do site tem estar claro, isto é, mostrar qual o propósito do site, como exemplo, site educativo, sem fins lucrativos ou para vendas. É obrigatória a apresentação dos nomes dos responsáveis (diretos e indiretos) como também dos seus patrocinadores. b) Honestidade: a verdadeira intenção do site tem que ser apresentada de forma que não haja nenhuma intenção oculta. c) Qualidade: todas as informações de saúde apresentadas no site devem ser exatas e atualizadas, sendo de fácil entendimento e com linguagem objetiva e tudo deve estar cientificamente fundamentado. Caso seja oferecido dicas ou aconselhamento de saúde, essas deverão ser feitas por um profissional qualificado. d) Consentimento Livre e Esclarecido: para a solicitação e divulgação dos dados pessoais, tudo deverá ser feito com o consentimento livre e esclarecido dos usuários que devem ter clareza sobre o que esta sendo feito. É obrigatório que seja divulgado no site os possíveis riscos sobre a divulgação dos dados como a perda da privacidade. e) Privacidade: todos têm o direito de privacidade de seus dados pessoais e os de saúde, o site deverá deixar claros seus mecanismos de armazenamento e segurança para evitar o uso indevido dos dados. f) Ética Médica: os profissionais da saúde e as instituições cadastradas no CREMESP e que possuem sites na Internet deverão seguir as normas éticas e os códigos para regulamentação. g) Responsabilidade e Procedência: é necessária que seja atribuído a um dos responsáveis pelo site a responsabilidade legal e ética pelas informações, produtos e serviços de medicina divulgados na Internet, podendo sofrer ação judicial em caso de violação dos termos propostos pelo manual. 27 2.2. Prontuário Eletrônico O preenchimento do prontuário médico de papel é uma prática comum no meio hospitalar e é conhecida a centenas de anos, essa prática é utilizada atualmente em muitos hospitais e consultórios médicos, onde o profissional da saúde registra o atendimento do paciente, porém essa prática resulta em informações duplicadas, falta de troca de informações e o meio de armazenamento que pode levar ao extravio dos documentos, desta forma o prontuário médico de papel não é um registro completo, pois cada profissional em seu consultório ou hospital mantêm um registro de um mesmo paciente (MARTHA, 2005), (COSTA, 2001). Com as dificuldades apresentadas pela utilização do prontuário de papel e com o surgimento de necessidades como troca de informações, facilidade nas buscas das informações e a segurança do armazenamento, foi então desenvolvido o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) com o objetivo de melhorar e controlar os dados sobre o paciente. Para um sistema ser considerado PEP é necessário possuir requisitos como: utilização de padrões, facilidade de navegação, disponibilidade de acesso, interoperabilidade, auxílio na tomada de decisão, geração de relatórios, controle de acesso e facilidade de treinamento e implantação (GUBIANI, 2003). A utilização do PEP traz vantagens como agilidade no atendimento, acesso fácil às informações, facilidade para efetuar consultas coletivas, segurança e legibilidade já que no prontuário de papel muitas vezes é difícil a leitura do documento, porém só é possível obter essas vantagens se fatores como escopo, tempo de armazenamento, representação dos dados e terminais de acesso estiverem sendo usado, caso contrário sua utilização será falha. Existem também desvantagens que o PEP pode trazer tais como sigilo das informações, já que alguns sistemas são proprietários e não compartilham informações com outros sistemas, custo de implantação, vírus e a necessidade de treinamento para os usuários do sistema (COSTA, 2001). 28 2.3. Interoperabilidade Semântica em Sistemas de e-Saúde Com a possibilidade de vincular os sistemas de saúde com metadados, tornamos possível a troca de informações entre sistemas, de modo que estes podem auxiliar em uma segunda opinião ou até mesmo através de uma base de dados fornecerem informações do paciente ou doenças para o profissional de saúde. Mas ao abordamos esse assunto nos deparamos com os problemas que eles trazem tais como a utilização de ontologias diferentes, já que não existe um padrão específico para a área da saúde e as diferenças de tecnologia existente entre os países, como o investimento em pesquisas e tecnologias em países do chamado primeiro mundo e outros países que ainda estão no começo de estudos e desenvolvimento (PIRES, 2010). Para trabalhar semanticamente na Web, nos deparamos com vários aplicativos que fazem uso do RDFa (Resource Description Framework - in - attributes) proposto pelo W3C e que usa atributos em elementos metalink, permitindo fazer marcadores XHTML com semântica de modo que se possam extrair triplas RDF (Resource Description Framework) de outros documentos e OWL (Web Ontology Language) que permite a representação das ontologias na Internet em formato de documentos. Essa combinação permite que pessoas ou softwares possam contribuir com mais informações e, tão logo, obter informações já cadastradas e que possam ser compreendidas e utilizadas claramente por todos (GUBIANI, 2003). 2.4. Iniciativas no Mundo Em maio de 2005, na 58ª Assembléia da WHO (Organização Mundial da Saúde), foi estabelecido que e-Saúde seria uma Estratégia da WHO, e que ela serviria como base para que a Organização pudesse apoiar todas as nações- membro. Ainda em 2005, a mesma WHO criou o Global Observatory for eHealth (GOe), cuja tarefa inicial foi executar a primeira Pesquisa Global sobre e-Saúde. Participaram da pesquisa noventa e três países, e desses, apenas quarenta e oito por cento responderam a pesquisa, afetando assim o resultado final já 29 que não houve participação de todos para trazer os dados reais da utilização do e-Saúde no mundo (WHO, 2010). O formato de toda a informação sobre saúde na Internet na maior parte é texto, podendo ser encontrada em blogs, artigos de revistas online, comentários, comunidades online, entre outros. Há também serviços online onde pacientes podem armazenar seus dados de saúde, porém não tem muita dinâmica e ainda não estão muito desenvolvidos, é nisto que entra a Web Semântica. Nela é possível, utilizando conjuntamente tecnologias, como a Pillbox Smart (MIT, 2010) acompanhar o paciente, já que esta atualiza as informações do prontuário médico enviando dados dos remédios retirados da caixa e o horário, de forma que o médico se mantenha informado sobre o paciente. Com isto, o sistema auxilia o médico no ajuste dos medicamentos ou a internar o paciente quando necessário. Esta comunicação entre o médico e o paciente durante o tratamento, pode evitar uma semana de recaídas. Esse acompanhamento em tempo real vem através do armazenamento utilizando ontologias em comum em todos os sistemas, fazendo com que a interoperabilidade seja possível. Desde 1995 já existem as Pillbox Smarts, que contém a quantidade específica de um medicamento para um paciente, e a cada vez que este a utiliza, a própria caixa envia para o médico as informações do horário e o remédio que o paciente ministrou naquele momento. Esta caixa pode ser utilizada, por exemplo, para monitorar a glicose em um paciente diabético, esta faz várias leituras no dia e pergunta para o paciente quanto de insulina este consumiu, como está se sentindo, sendo que balanças digitais e termômetros irão alimentar o registro eletrônico de saúde. Outro tipo de instrumento de controle semântico existente são os cobertores que gravam e transmitem dados da pulsação de um paciente. O governo dos Estados Unidos está disponibilizando online uma versão beta da ferramenta Pillbox, protótipo de sistema de identificação de pílula, que terá como objetivo permitir busca na base de dados sobre uma pílula, descrevendo cor, forma, código da letra/número impresso. O projeto também deseja disponibilizar uma forma de qualquer pessoa, tire uma foto da pílula, e a ferramenta identifique automaticamente. O sistema visa atender médicos de emergência, primeiros socorros, outros prestadores de cuidados de saúde, funcionários do Centro de Controle de Intoxicações, e os cidadãos. Assim que a pílula é identificada, formações adicionais são incluídas como marca, nome genérico, ingredientes, entre outras informações (PILLBOX, 2010). 30 Um único prontuário central do paciente, acessível pela Internet, e de alcance nacional, é denominado Registro Eletrônico de Saúde (RES), já o Prontuário Eletrônico é o registro dos eventos de saúde do paciente, controlado e mantido por cada organização de saúde, logo em nível local. O RES serve também para registro das ações dos Profissionais em Saúde (PS), e possibilita que todas as Organizações de Saúde acessem um mesmo prontuário do paciente, e neste fariam novas anotações. Algumas vantagens do RES é melhorar a tomada de decisão e a economia de custos, já que este possibilita a reutilização de resultados de exames, ajudando a diminuir a duplicidade dos dados (WAINER, 2008). Na Inglaterra, o Serviço Nacional de Saúde (NHS) é o maior empregador na Europa, tendo seiscentas organizações prestadoras de serviços NHS e mais de trinta e cinco mil diferentes tipos de tratamentos. Este é responsável pelo Registro Eletrônico Nacional de Saúde, sob a forma do Serviço de Registro (NHS CRS), que é um plano com objetivo de oferecer um serviço centrado no paciente, permitindo a este mais escolha sobre onde e quando ele será tratado. Os dois elementos fundamentais deste plano são o Registro Detalhado (nível local) e o Registro de Resumo dos Cuidados (nível nacional). Para o Programa Nacional de TI, há um número do NHS, sendo este um identificador exclusivo do cidadão que permite compartilhar informações do paciente. Em sessenta anos de vida do NHS é a primeira vez que informações sobre os pacientes serão móveis, como os mesmos. O Serviço de Registro dos Cuidados irá ligar médicos e comunidades em um único sistema nacional que liga os pacientes de diversas partes do Sistema Único de Saúde (SUS) por via eletrônica, permitindo que os funcionários autorizados do NHS e os pacientes possam acessar informações importantes para tomada de decisões. Os pacientes também poderão acessar seu registro de resumo dos cuidados utilizando o site "healthspace" (IFHRO, 2010). Em maio de 2010, o governo Australiano, através do Ministério da Saúde, firmou o plano que dentro de dois anos irá mudar a prestação de cuidados de saúde deste país. O objetivo é criar o Registro Eletrônico de Saúde, permitindo que os cidadãos possam acessar seu histórico médico e também reduzir o desperdício e a duplicação de dados. Para efetivar o plano será investido um total de 466,7 milhões dólares (AUSTRÁLIA E-SAÚDE, 2010). O governo da Estônia tem uma infraestrutura técnica nacional, chamada de X-Road, que é uma plataforma para o processamento de dados seguros, conexão de todos os bancos de dados do setor público e troca de informações. Soluções como assinaturas digitais e 31 autenticação de cartões de identificação tem seu uso regulamentado pela legislação nacional. Estes desenvolvimentos estão na base da implementação de políticas setoriais, como a criação de um registro eletrônico nacional de saúde, que teve como objetivo desenvolver um banco de dados nacional, a fim de facilitar o intercâmbio de documentos digitais e informações médicas, até então disponíveis apenas em bases de dados locais e sistemas de informação que não foram capazes de se comunicar uns com os outros. Em 2005, foi lançado um novo conceito de saúde através de quatro projetos: Registro Eletrônico de Saúde (RES), Imagens Digitais, Registro Digital e Prescrição Digital. O resultado destes projetos é o Registro Eletrônico de Saúde lançado em dezembro de 2008, tornando a Estônia o primeiro país a implementar o RES em todo o território nacional (ESTÔNIA, 2010), (BOS, 2010). 2.5. Iniciativas no Brasil O Brasil conta atualmente com iniciativas na área de e-Saúde como o portal da Telessaúde do Brasil, www.telessaudebrasil.org.br, que mantêm núcleos de saúde em diversos estados brasileiros, como exemplo, o Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde (NUTES) de Pernambuco, que é dedicado a pesquisa e desenvolvimento de sistemas voltados à saúde e conta com serviços de videoconferência, Web conferência e streaming que são vários vídeos explicativos que abordam a prevenção de doenças e os cuidados básicos de saúde para orientação da população. O NUTES possui o total de trinta e sete projetos no momento, estando estes em andamento e alguns já finalizados como SAE – Sistematização da Assistência em Enfermagem e o Infravida – Infraestrutura de vídeo digital para aplicações de telemedicina (TELESSAUDE BRASIL, 2010), (NUTES, 2010). O Projeto para Implantação de uma Rede de Colaboração Virtual por Videoconferência para Hemorrede Brasileira (RHEMO) ainda em desenvolvimento pelo NUTES e financiado pelo Ministério da Saúde, conta com um Web site para criar uma rede de colaboração utilizando-se de videoconferência para serviços públicos de hemoterapia e hematologia do país fazendo com que a troca de informações entre as unidades e a gestão do conhecimento sejam mais eficazes. Os resultados esperados são: melhoraria na qualidade dos serviços prestados e na comunicação, integração dos hemocentros, redução dos custos e incentivo a utilização de ferramentas de T.I (RHEMO, 2010). 32 Outro projeto apresentado pelo NUTES é o de Telepsiquiatria – Desenvolvimento e Aplicações da Telemedicina na Psiquiatria sendo parte do subprojeto do Instituto Nacional de Ciência em Psiquiatria do Desenvolvimento para Infância e Adolescência (INPD) com o objetivo de oferecer suporte e assistência por videoconferência para o ambiente HealthNet que pode ser acessado remotamente. O Sistema INPD traz o projeto Prevenção que acompanha crianças em período escolar nas escolas estaduais de Porto Alegre e São Paulo, buscando entender o desenvolvimento destas crianças que possuem alto e baixo risco para problemas de saúde mental (INPD, 2010). No Núcleo de Telessaúde de São Paulo é apresentado o projeto Homem Virtual iniciado em 2003, que traz a partir do conhecimento na área de computação gráfica e na área de saúde o desenvolvimento de diversas imagens tridimensionais das estruturas do corpo humano apresentando de maneira objetiva e detalhada todo o funcionamento do corpo humano. O projeto é dividido em diversas áreas contando com profissionais da área de design digital a médicos e outros profissionais da saúde. O resultado desse projeto é uma ferramenta Web de e-Saúde para orientação aos pacientes, treinamentos dos profissionais de saúde e da população em modo geral (PROJETO HOMEM VIRTUAL, 2010). Iniciativas como o encontro promovido pela equipe do Telessaúde do Núcleo Rio de Janeiro, realizada no mês de outubro deste ano, traz esclarecimentos da utilização do portal de telessaúde e suas ferramentas, bem como a forma dos profissionais de saúde realizar novas solicitações de unidades de telessaúde. O portal divulga informações importantes aos cuidados da saúde primária e cria uma rede de comunicação através de um sistema de consultoria e segunda opinião educacional on-line e off-line (NÚCLEO TELESSAÚDE RJ, 2010). A Figura 2.1 apresenta o portal de Telessaúde do Núcleo Rio de Janerio. 33 Figura 2.1. Portal de Telessaúde do Rio de Janeiro. Fonte: NÚCLEO TELESSAÚDE RJ, 2010 O Ministério da Saúde deve coordenar a adoção do Registro Eletrônico de Saúde (RES) no Brasil. O Cartão Nacional de Saúde é a base estratégica para o Sistema Nacional de Informação em Saúde. A Figura 2.2 apresenta o modelo do Cartão Nacional de Saúde: Figura 2.2. Cartão Nacional de Saúde. Fonte: REGISTRO ELETRÔNICO, 2010 O Cartão Nacional de Saúde é constituído pelo cadastro, cartão do usuário, cartão do profissional em saúde, infraestrutura de informação e telecomunicação e aplicativos desenvolvidos especificamente para o sistema do Cartão Nacional de Saúde. Desde 1996, está 34 prevista pela Norma Operacional Básica do SUS a implantação do cartão, porém só em 1999 foi iniciado. O projeto piloto, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), abrange quarenta e quatro municípios brasileiros e atinge todas as regiões do país, alcançando treze milhões de usuários do SUS. A implantação do Projeto Piloto tem sido acompanhada pela equipe do projeto no Ministério da Saúde e pelos interlocutores responsáveis pelo projeto no âmbito estadual e municipal (RES BRASIL, 2010), (REGISTRO ELETRÔNICO, 2010). 2.6. Health Level Seven O Health Level Seven (HL7) é uma instituição sem fins lucrativos sediada em Ann Arbor, Michingan nos Estados Unidos e certificado pelo American National Standards Institute (ANSI) para padronização da linguagem médica, sendo específica para protocolos clínicos- administrativos. O objetivo do HL7 é desenvolver especificações ou padronizações para a troca de mensagens entre os prontuários médicos, de forma que diferentes serviços médicos possam trocar as informações de maneira prática, segura e confiável. As especificações ou padronizações propostas pelo HL7 são por regiões, sendo assim cada país terá suas especificações de acordo com seus protocolos médicos, é o caso, por exemplo, do HL7 Brasil e o HL7 para Estados Unidos da América. Logo, o HL7 veio para eliminar a necessidade de uso de conversores de termos já que em cada país ou serviços da área médica que utiliza de prontuários eletrônicos, fazem de forma diferente a elaboração dos seus serviços, com ontologias e tecnologias bem distintas, levando a necessidade do uso de conversores nos casos em que a troca de informações entre dados médicos eram necessárias (HL7 BRASIL, 2010), (HL7, 2010). Diversos padrões são desenvolvidos pelo HL7, tais como: o padrão conceitual conhecido como HL7 RIM (Reference Information Model), padrão para documentação e normas que é o HL7 CDA, para aplicações das normas HL7CCOW e os padrões para as mensagens tais como o HL7 v2x e o v3.0, que é o que definirá a forma de empacotamento da mensagem e como ela será feita de um lugar para outro. Tratando-se dos padrões, toda a sua parte de desenvolvimento, adoção, reconhecimento e o ciclo de vida são tratados pelo HL7. 35 Todos os padrões apresentados pelo HL7: a) Versão 2.x Padrão de Mensagens (Version 2.x Messaging Standard): é um padrão para a interoperabilidade dos dados na troca de informações. b) Versão 3 Padrão de Mensagens (Version 3 Messaging Standard):é também um padrão para a interoperabilidade dos dados porém trata do vocabulário que define a forma de comunicação entre os pacotes produzidos e recebidos na troca de mensagens, aqui está incluso o conceito de empacotamento das mensagens. c) Versão 3 Regras/ GELLO (Version 3 Rules / GELLO): GELLO é uma linguagem para apoio a tomada de decisão, sendo baseada em OCL (Object Constraint Language) que ajudará a aproveitar a semântica dos modelos das classes em UML, tendo em vista que o HL7 RIM e o HL7 R-MIMS são baseados em UML d) Sintaxe Arden (Arden Syntax): a sintaxe Arden trata das regras que estão sendo produzidas e que ainda não foram utilizadas, essas regras são publicadas separadamente, fazendo com que sejam lançados guias para consultas e de acordo com as necessidades que forem surgindo, poder ser desenvolvidas para utilização na área da saúde. e) CCOW/ Integração Visual (CCOW/ Visual Integration): é um padrão para interoperabilidade de aplicações visuais. f) Créditos Anexos (Claims Attachments): é a forma tratada para certificar a operação na área de saúde, proporcionando estrutura, padronização dos dados eletrônicos e validando os pedidos administrativos ou hospitalares feitos, dando a garantia de veracidade das informações. g) Arquitetura Clínica de Documentos – baseado no padrão V3 (Clinical Document Architecture (a V3- based standard)): com a utilização do XML, são utilizados dois documentos de leitura óptica que são facilmente analisados e processados eletronicamente, fazendo com que sejam facilmente recuperados. Esses documentos podem ser vistos por páginas na Web ou por dispositivos móveis. h) Registro Eletrônico de Saúde / Registro Pessoal de Saúde (Electronic Health Record/ Personal Health Record): apresenta uma lista de funções que 36 descrevem as funcionalidades do sistema e que são utilizadas em sistemas de registros eletrônicos (EHR-S). i) Rotulagem Estrutural do Produto – baseado no padrão V3 (Structured Product Labeling (a V3- based standard)): especifica a estrutura e a semântica dos documentos, sendo de interesse das entidades reguladoras. De acordo com a política estabelecida pelo hospital e a área específica da medicina que é aplicada, os padrões abordados acima deverão ser utilizados, é o caso, por exemplo, de uma clínica de estética que fará uso de um prontuário eletrônico do paciente, deverá utilizar os padrões de envio, de rotulagem, de registro eletrônico entre outros. 37 3 MODELAGEM DA ARQUITETURA SEMÂNTICA O presente capítulo define e delimita o escopo, assim como apresenta as ontologias que serão utilizadas e os relacionamentos presente entre elas. O modelo da arquitetura é definido e apresentado. Este capítulo está dividido como se segue: a seção 3.1 aborda o funcionamento da Web Semântica, a seção 3.2 define o que são ontologias e apresentam as ontologias que serão utilizadas para a modelagem da arquitetura e a seção 3.3 apresenta o estudo de caso da modelagem. 3.1. Web Semântica Com um papel ativo no desenvolvimento da Web Semântica, o consórcio W3C, busca como sua atividade, fazer com que a Web Semântica não sirva apenas para apresentar dados, mas sim interpretá-los e que essa interpretação seja feita com organização e integração dos recursos (PEIXINHO, 2010), (MATRIGRANI, 2009). Os computadores em si não conseguem entender todas as informações e fazer as relações existentes entre elas ou até mesmo, tomar alguma decisão com base nessas informações, mas, com o auxílio da Web Semântica (WEB 3.0, 2010) é possível fazer com que esses computadores consigam ler e usar a Internet, isso devido aos metadados (OLIVEIRA, 2010) adicionados nas páginas da Web, que possibilitam aos computadores encontrarem e trocarem informações, isso com certo limite, logo, a Web Semântica torna-se uma extensão da World Wide Web (POLLOCK, 2010), (ARAUJO, 2003). Um exemplo atual de utilização da Web Semântica é o projeto Friend-of-a-Friend (FOAF PROJECT, 2010) ou Amigo de um Amigo que traz a criação de páginas pessoais legíveis para os computadores (BERNERS-LEE, 2001), (SOUZA, 2004), (DZIEKANIAK, 2004). 38 3.2. Ontologia Na tecnologia da informação, uma ontologia busca agrupar em classes diferentes coisas similares e que se relacionam de forma que essas possam ser entendidas por qualquer máquina sem que essas tenham um entendimento ambíguo, como a palavra operação, que pode ser no caso, operação financeira, operação cirúrgica ou operação militar (FALBO, 2010), (PICKLER, 2007). Nesse caso uma ontologia irá descrever o conhecimento de forma exata sem deixar que haja problemas na troca de conhecimento quando esta se trata de uma palavra que traz a ambiguidade. As ontologias são constituídas por vocabulários específicos, tendo também um conjunto de pressupostos explícitos quanto ao sentido intencional das palavras do vocabulário, ou seja, duas ontologias podem utilizar diferentes vocabulários, por exemplo, usando palavras em Inglês ou Italiano, porém partilham da mesma conceituação. Ontologias de domínio e de tarefas descrevem o vocabulário relacionado com um domínio genérico (como medicina ou economia), uma tarefa genérica ou atividade (como diagnosticar). Ao utilizar uma ontologia com mesmo vocabulário e conceituação, permite ao desenvolvedor reutilizar e compartilhar o conhecimento do domínio do aplicativo através de plataformas de software heterogêneas (GUARINO, 1998). Logo, as ontologias permitem que áreas como inteligência artificial e a Web Semântica, por exemplo, possam utilizar esses conhecimentos sobre o mundo e cruzar ou trocar as informações de diferentes sistemas com certo poder de compreensão, mesmo este sendo ainda restritivo e trazem em sua composição um conjunto de conceitos e hierarquias, relacionamentos, axiomas e instâncias (MOREIRA, 2004), (JORGE, 2005). O consórcio W3C recomenda para criação das ontologias o OWL que é baseado no XML para que possam ser mapeados os conhecimentos (W3C, 2010), (PUC-RIO, 2010), (ALMEIDA, 2003), (HEBELER, 2009). 39 3.2.1. FOAF O FOAF é um vocabulário (tags), sendo uma ontologia descrita em RDF e OWL. O RDF é uma especialização do XML, e o OWL é uma evolução do RDF. Logo, o FOAF (Friend of a Friend) é uma simples tecnologia que cria uma rede de páginas, legíveis para máquinas ligadas a Web, e que descreve pessoas, a ligação entre elas, suas atividades, interesses, bem como o que elas fazem e criam, tornando mais fácil o compartilhamento das informações sobre as pessoas, permitindo a reutilização, expansão e troca de informação online (FOAF PROJECT, 2010). A Figura 3.1 apresenta um modelo da ontologia FOAF. Figura 3.3. Exemplo do uso da ontologia FOAF. 40 Utilizado em grandes redes sociais como o Orkut, Facebook e o Twitter (ORKUT, 2010), (FACEBOOK, 2010), (TWITTER, 2010), o seu entendimento é bem simples como é possível observar no grafo apresentado na Figura 3.1, onde são interligadas as pessoas que se conhecem e estas podem fazer parte de grupos, possuem e-mail, interesses entre outras informações. As principais classes que serão utilizadas são (FOAF VOCABULARY, 2010): Tabela 3.1. Principais classes utilizadas da ontologia FOAF. Classes Descrição Agent Descreve as coisas que o agente faz. Document A classe que representa documentos. Group Representa uma coleção de agentes e esses agentes podem executar ações. Image Uma imagem, tais como: jpeg, png,bmp, gif entre outras. LabelProperty Qualquer propriedade RDF com valores textual que servem como rótulos. OnlineAccount Uma conta online. Prestação de algum serviço online. Person Representa as pessoas. PersonalProfileDocument Representa a composição de um documento, e utiliza o propriedades RDF para da pessoa descrever que as criou o documento. Project Representa projetos que podem ser individuais, grupos, formais ou informais. Fonte: FOAF PROJECT, 2010. As classes possuem suas propriedades e estas serão utilizadas para que possa haver a conexão entre os grupos e assuntos que todos os indivíduos possuirão. 41 Figura 3.4. Grafo da Ontologia FOAF. Gerado usando Prefuse (PREFUSE, 2010). O grafo da Figura 3.2 apresenta as principais classes utilizadas e suas propriedades bem como o relacionamento existente entre essas classes. 3.2.2. Time Ontology A Time Ontology (ontologia do tempo) descreve o aspecto temporal, de forma a expressar as relações de topologias que ocorrem num evento como o horário de início, intervalo, duração e data. Sua utilização varia desde o agendamento de uma consulta ou reunião até a comparação de tempo que ocorreu entre um evento e outro. Ela acopla a ontologia de tempo por regiões que trata dos fusos-horários para tornar as anotações mais confiáveis (TIME ONTOLOGY, 2010). A Figura 3.3 mostra a utilização da ontologia do tempo. 42 Figura 3.5. Funcionamento da ontologia do tempo. Fonte: OWL TIME ONTOLOGY, 2010 O fluxo apresentado na Figura 3.3 apresenta o funcionamento da ontologia em que, por exemplo, o acidente ocorrido entre veículos são registrados em um evento instantâneo e uma simples reunião que acontece nas empresas que possui local, data e horário certo para começar são registrados em um intervalo de tempo. Esta ontologia registrará desde o pequeno instante de segundos que podem ser a queda de um salto de pára-quedas como intervalos históricos como a evolução humana. A Tabela 3.2 apresenta as classes que serão utilizadas da ontologia do tempo para o desenvolvimento do protótipo: 43 Tabela 3.2. Classes da ontologia do tempo. Classes TemporalEntity Descrição A Entidade Temporal descreve um instante no tempo e um intervalo. DurationDescription Descreve a duração do evento. DateTimeDescription Descrição da data e hora. TemporalUnit Unidade temporal. DayOfWeek Indica o dia da semana. Fonte: TIME ONTOLOGY, 2010. Figura 3.6. Grafo da ontologia de tempo. Gerado usando Prefuse (PREFUSE, 2010). 44 O grafo da Figura 3.4 apresenta as principais classes utilizadas e suas propriedades bem como o relacionamento existente entre essas classes. 3.2.3. Time Zone Ontology Desenvolvido pelo W3C, esta ontologia descreve o horário, fuso horário e o horário de verão de país, estados, cidades. Como parte de um trabalho do consórcio W3C para Web Semântica, publicado inicialmente de forma provisória em 2004, esta ontologia encontra-se atualmente em revisão podendo ser modificada ou substituída. O que foi levantado para se criar essa ontologia é o fato de existir diferenças de horários em um mesmo país e a necessidade de marcar as reuniões, consultas e o momento específico de certo evento que necessite ser registrado. Logo, para ajudar a Time Ontology (Ontologia do Tempo) resolvendo o problema de fuso horário que nela não é tratada, solucionando problemas que eram pertinentes a esta ontologia, como a distância e localização do paciente perante um atendimento virtual, isso permite também que não exista conflitos de datas e horários, ajude na organização de consultas e procedimentos hospitalares tais como reuniões e cirurgias e que estas possam ser também agendadas de forma que não intervirá no ciclo do tempo e que colabore para melhores resultados (TIME-OWL, 2010), (GARRETT, 2010). A Figura 3.5 apresenta a Time Zone Ontology: 45 Figura 3.7. Grafo da Time Zone Ontology. Gerado usando Prefuse (PREFUSE, 2010). O grafo da Figura 3.5 apresenta as principais classes utilizadas e suas principais propriedades bem como o relacionamento existente entre essas classes. A Tabela 3.3 apresenta as classes que serão utilizadas da Time Zone Ontology para o desenvolvimento do protótipo: Tabela 3.3. Classes da ontologia do tempo. Classes Descrição Region Descreve regiões, como país, estado, cidade. TimeZone Descreve fuso-horário e tempo. Fonte: TIME-OWL, 2010. 3.2.4. Food Ontology Esta ontologia descreve os principais pratos e os seus compostos, para que seja mais fácil identificar os ingredientes, de forma que as pessoas alérgicas possam evitar os tipos de comidas. As reações alérgicas poderão ser ligadas com o que a pessoa ingeriu de forma a 46 auxiliar o diagnóstico médico, tornando mais fácil assim o tratamento (FOOD ONTOLOGY, 2010). A Figura 3.6 exemplifica seu funcionamento: Figura 3.8. Exemplo do funcionamento da ontologia de comidas. O funcionamento da Food Ontology é representado conforme a Figura 3.6 onde um prato de macarronada é descrito desde a elaboração do molho de tomate que contêm ingredientes tais como: cebola, pimenta e alho a também a utilização do macarrão que pode ser preparado pelo cozinheiro ou já adquirido pronto. Esta receita será totalmente descrita, identificando todos os ingredientes, de forma que uma pessoa que tenha alergia a algum dos ingredientes e mesmo assim o ingeriu sem saber, ajude o médico a identificar as causas sabendo onde e o que o paciente ingeriu. A Tabela 3.4 apresenta as classes que serão utilizadas da Food Ontology para o desenvolvimento do protótipo: 47 Tabela 3.4. Classes da ontologia de comidas. Classe ConsumableThing Descrição Coisas consumíveis, qualquer coisa que possa ser consumida por um ser humano. NonConsumableThing Descreve tudo que não pode ser consumido. Fonte: FOOD ONTOLOGY, 2010. Figura 3.9. Grafo da Food Ontology. Gerado usando Prefuse (PREFUSE, 2010). 48 O grafo da Figura 3.7 apresenta as principais classes utilizadas e suas propriedades bem como o relacionamento existente entre essas classes. 3.2.5. POMROntology Essa ontologia é voltada para área médica de forma que sirva de base para integração de sistemas, já que um dos problemas atuais mais difíceis de solucionar é a falta de padronização das ontologias para a interoperabilidade dos sistemas. O objetivo do POMROntology é definir o mínimo de termos para fazer as conexões entre os modelos e informações de cuidados médicos, com base nos termos e estruturas utilizadas pelos médicos (POMRONTOLOGY, 2010). A Tabela 3.5 apresenta as classes que serão utilizadas da POMROntology para o desenvolvimento do protótipo: Tabela 3.5. Classes da POMROntology. Classes Descrição Patient-record É o registro universal do paciente. Person Associa dados demográficos e genéticos com o paciente. Serve de ponte para outros vocabulários, como exemplo, o FOAF. Clinical-description É a classe que descreve o registro clínico. Esse registro se concretiza como o prontuário do paciente, por ser importante o aspecto temporal do registro, esta classe permite a associação com o TemporalEntity do OWL- Time. Anatomical-structure Uma estrutura anatômica universal. Immaterial-anatomical-entity Uma entidade imaterial anatômica universal. Physiological-state É uma classe para definição do estado 49 fisiológico. Physiological-role É a classe que define o papel fisiológico. Physiological-process O processo fisiológico é universal. As transformações de um estado fisiológico em outro são exemplos de processos fisiológicos. Medical-problem Descreve problemas de saúde, que são associados com uma gravidade que se pode medir. Disease Um comprometimento da saúde ou condição de funcionamento anormal são as doenças. Clinical-act Classe raiz dos atos clínicos descritos em um prontuário do paciente. Medical-device Descreve os dispositivos médicos. Medication Algo que trata, previne ou alivia os sintomas da doença. Interpretant-of Relatos de sintomas médicos com fenômenos associados. Description-of Relaciona a descrição clínica com os fenômenos que descreve. Fonte: POMRONTOLOGY, 2010. 50 Figura 3.10. Grafo da POMROntology. Gerado usando Prefuse (PREFUSE, 2010). O grafo da Figura 3.8 apresenta as principais classes utilizadas e suas propriedades bem como o relacionamento existente entre essas classes. 51 3.2.6. NCI Thesaurus Ontology A NCIt é uma ontologia que descreve o câncer e seu tratamento mas também abrange outras áreas, tais como: comidas, doenças, medicamentos, processos biológicos, diagnósticos e estrutura genética. A NCIt contém atualmente mais de trinta e quatro mil conceitos estruturados em árvores taxonômicas e fornece meios para registrar as mudanças do vocabulário. É utilizada para fornecer suporte para os Institutes Public Web Portal e para outros inúmeros consórcios. Sua licença é de código aberto e também existe em uma série de formatos como o OWL (OBO, 2010). A Tabela 3.6 apresenta as classes que serão utilizadas da NCIT para o desenvolvimento do protótipo: Tabela 3.6. Classes da ontologia NCIt. Classe Abnormal Cell Descrição Uma célula que ocorre em doenças humanas ou em modelos experimentais de câncer humano. Activity Uma ação na persecução de um objetivo; o estado de estar ativo. Anatomic Structure, System, or Substance Tecido do corpo, região de superfície, cavidade, fluido, órgão, ou a recolha de órgãos. Biochemical Pathway Uma elaboração de uma seqüência de reações químicas que levam uma substância para outro lugar em tecidos vivos. Biological Process Uma atividade que ocorre entre os organismos ou que ocorre dentro de um organismo e envolve a função, ou a modificação da função por fatores externos, de moléculas biológicos, biológicas, componentes complexos subcelulares, 52 células, tecidos, órgãos ou sistemas orgânicos. Chemotherapy Regimen or Combination Agent Descreve os tratamentos que utilizam um ou mais medicamentos (em conjunto ou separadamente) para obter o efeito desejado. Conceptual Entity Um cabeçalho de conceitos que representam as coisas abstratas. Diagnostic or Prognostic Factor Termo que indica marcadores biológicos, fatores de risco e fatores prognósticos. Diagnostic, Therapeutic, or Research Qualquer objeto que possa ser necessário Equipment para a realização de um diagnóstico ou pesquisa. Disease, Disorder or Finding Especificação relevantes das para o condições humanas câncer, incluindo observações, resultados de testes, história e outros conceitos relevantes. Drug, Food, Chemical or Biomedical Descreve Material as substâncias orgânicas ou inorgânicas, elementos e isótopos para prevenção, diagnósticos e tratamentos das doenças. Experimental Organism Anatomical Descreve a infra-estrutura biológica. Concept Experimental Organism Diagnosis Descreve qualquer situação anormal na pessoa, como lesões, síndromes, sintomas, etc. Gene Descreve os genes hereditários. Gene Product Descreve uma proteína ou RNA. Molecular Abnormality Anormalidades que ocorrem no tecido ou células humanas, também descrevendo os modelos de câncer. NCI Administrative Concept Conceitos administrativos, financeiros e organizacionais. Organism Qualquer coisa viva e individual. 53 Property or Attribute Descreve as qualidades e as distinções de qualquer coisa viva, objeto, ação ou processo. Fonte: BIOPORTAL, 2010. A Figura 3.9 apresenta um exemplo de utilização da ontologia NCIT: Figura 3.11. Exemplo da ontologia NCIT. A ontologia NCIt permite a descrição detalhada de diversos eventos na área médica, como exemplo um problema cardíaco, onde o funcionamento do coração é descrito, as possíveis doenças ou más formações que o mesmo possa ter. Se uma doença cardíaca levar o paciente a sofrer uma intervenção cirúrgica, todos os procedimentos, medicamentos e aparelhos utilizados também serão descritos. 3.2.7. GeoNames Ontology A ontologia GeoNames descreve informações geoespaciais, de forma a tornar possível acrescentar em uma pesquisa o ponto geográfico (latitude e longitude) de uma pessoa ou objeto, trazendo a localização exata do que foi buscado no mapa. Utilizando esta ontologia será possível saber informações da cidade de origem do paciente como os lugares onde esteve e os hospitais mais próximos ou mais frequentados por este (GEONAMES, 2010). A 54 vantagem da utilização dessa ontologia é a facilidade de construção das taxonomias e vocabulários (GEOSPATIAL MEANING, 2010). A Tabela 3.7 apresenta as classes que serão utilizadas da ontologia GeoNames para o desenvolvimento do protótipo: Tabela 3.7. Classes da ontologia GeoNames. Classe Descrição Country, State, Region Descreve o país, o estado e a região. Water Bodies Descreve corpos d’água. Parks, Areas Descreve os parques e as áreas. City, Village Descreve as cidades e as vilas. Road, Railroad Descreve as linhas ferroviárias e rodoviárias. Spot, Buildings, Farms, Descreve um lugar, edifício e fazendas. Mountain, Hill, Rock Descreve montanhas, colinas e rochedos. Undersea Descreve submarinos. Forest, Heath Descreve florestas e brejos. Fonte: GEONAMES, 2010. A Figura 3.10 mostra uma consulta realizada com a ontologia GeoNames: 55 Figura 3.12. Exemplo de uso da ontologia GeoNames. Fonte: Geonames/ Google (GEONAMES, 2010) A partir de uma localização passada por coordenadas, nome da região ou o CEP de um local, é possível localizar o ponto exato que se é buscado no mapa pela ontologia GeoNames. Ela também sugere locais próximos dando suas descrições e torna possível realizar busca por áreas específicas como regiões montanhosas ou parques. 3.3. Modelagem do Estudo de Caso A modelagem levará em conta os seguintes conceitos: a) Paciente: Um paciente deve conter em alguns casos o primeiro e segundo nome, sobrenome, pode pertencer a um grupo familiar, tem uma idade, pertence a um gênero, conhece pessoas, possui características e preferências, possui uma foto, um telefone. No que se diz respeito a dados clínicos, ele possui: registro, prontuário médico, dados demográficos e genéticos, estado fisiológico. O paciente pode apresentar problemas de saúde, indicados por 56 sinais e sintomas que são associadas a uma doença, que poderá ser diagnosticada e ter uma possível terapia, medicação correta ou até sofrer um processo cirúrgico. Para descrever o paciente, a doença e seu estado clínico serão utilizadas as ontologias FOAF e POMROntology. b) Família: A família de um paciente é um grupo que contém um sobrenome e membros. Para descrevê-la será utilizada a ontologia FOAF. c) Países para os quais viajou: O país tem um nome, pode conter vários fusoshorários em diferentes regiões. Nele há estados, municípios e cidades. Para descrevê-lo será utilizada a ontologia Time-OWL. d) Comida: Uma comida é constituída por diferentes ingredientes, de composições variadas. Para descrevê-la será utilizada a ontologia Food Ontology. e) Tempo: O tempo é medido por instantes, intervalos, duração, sendo horas, minutos e segundos, também por dia, semana, mês, ano, fuso-horário. Para descrevê-lo será utilizada a ontologia Time-OWL. f) Área Médica: A área médica possui os profissionais da saúde, procedimentos hospitalares, administração de medicação e diagnóstico. Alguns profissionais habilitados podem descrever e interpretar dados médicos, assim como efetuar exames médicos e realizar procedimentos cirúrgicos. Para descrever a área médica será utilizada a ontologia POMROntology. g) Localização: Para ajudar na localização de um centro médico mais próximo ou até mesmo saber os lugares que o paciente frequenta ou passou, mantendo assim um histórico com pontos de longitude e latitude, para identificar em um mapa. Para descrever esses pontos será utilizada a ontologia GeoNames. A combinação destas ontologias resultará no ciclo em que o paciente passa desde a consulta até possíveis intervenções cirúrgicas. O ciclo é apresentado na Figura 3.11. 57 Figura 3.13. Arquitetura do Modelo proposto de e-Saúde. A Figura 3.11 exemplifica o estudo de caso em que um paciente chega ao hospital mais próximo de sua residência que será descrito pela ontologia GeoNames. Ele é atendido pela equipe médica, descrita pelas ontologias POMRO, FOAF e GEONAMES. Inicialmente este paciente é diagnosticado com diversos sintomas tais como febre e dores de cabeça e no corpo, esses sintomas são descritos pela POMROntology. Diversos exames são realizados, ontologia NCIt, e o resultado destes mostra que o paciente foi picado pelo mosquito Aedes Aegypti, contendo então o vírus da dengue, sendo que o mesmo o adquiriu em uma cidade com altos focos de criadouro, esta localização será descrita pela GeoNames. Este paciente então é medicado, e o medicamente é descrito pela POMRO, porém o paciente apresentou um 58 problema clínico resultante de diabetes e pressão alta levando o mesmo a sofrer uma intervenção cirúrgica, sendo descrita pelas ontologias NCIT e GeoNames para a localização do centro cirúrgico, caso ocorra a necessidade do paciente ser transferido para um hospital especializado. Após a cirurgia, o paciente ficou em observação por certo período, esse tempo sendo descrito pelas ontologias TIME e TIME ZONE, sendo tratado com outros medicamentos descritos pela NCIt adequados, e sua alimentação, representada pela Food Ontology, foi ministrada pela nutricionista. Durante todo esse processo, o prontuário do paciente foi atualizado e esteve disponível para todos os outros sistemas. 59 4 PROTÓTIPO DE UTILIZAÇÃO DA ARQUITETURA SEMÂNTICA O presente capítulo abordará a arquitetura geral da aplicação apresentando sua composição, as tecnologias utilizadas para o desenvolvimento do protótipo de e-Saúde para eGoverno. Este capítulo está dividido como se segue: a seção 4.1 apresenta a arquitetura da aplicação, a seção 4.2 aborda as tecnologias utilizadas para a elaboração do protótipo, a seção 4.3 apresenta o desenvolvimento do protótipo e a seção 4.4 mostra um estudo de caso. 4.1. Arquitetura do Protótipo É uma arquitetura cliente/servidor, onde a parte cliente é a interface com o Usuário implementada por qualquer tecnologia conhecida no mercado, sendo que neste protótipo foi utilizado JavaScript e a parte servidor foi implementada sobre a estrutura Java Platform Enterprise Edition (JEE), ou seja, uma aplicação Java Web. Ela compreende o serviço Web REST dividido da seguinte forma: a) Recurso: classes definidas como recursos da aplicação. Exemplo: excluir um paciente, onde um método com uma anotação DELETE é chamado no recurso que é uma classe chamada Paciente. b) Controlador: classes que transformam JSON em objetos Java e também fazem a ligação entre o modelo (JavaBean) e a parte de persistência. c) DAO (Data Access Object): classe genérica que se comunica com o sistema gerenciador de banco de dados, a fim de persistência e recuperação das informações, tanto como objeto Java (JavaBean) quanto "triplas" RDF utilizando a linguagem de consulta SPARQL. 60 Figura 4.1. Arquitetura do Protótipo. A Interface com o Usuário é o site desenvolvido para que ele possa ter acesso aos recursos disponíveis no serviço Web, aqui o usuário poderá cadastrar, bem como, excluir ou realizar pesquisas na base de dados. A comunicação entre a interface que o usuário utiliza com o serviço Web é feita através dos métodos HTTP, como exemplo o GET() que trará o retorno de uma consulta realizada. O Servidor é Restful, pois utiliza apenas métodos da própria HTTP, não precisando criar ou modificar os já existentes, logo, qualquer aplicação que conheça o HTTP pode se comunicar sem nenhum esforço por parte do desenvolver com o sistema proposto neste Trabalho. A divisão dele permite a manutenção ágil do sistema de forma que cada parte ficará responsável por uma ação, como o caso da camada Recurso que administrará quais os tipos de dados serão enviados e recebidos pelo serviço Web para um respectivo recurso, a camada do Controlador que fará a ponte do modelo para a persistência de dados e a camada DAO que 61 fará realmente a persistência ou recuperação no banco de dados. O repositório RDF é o responsável por armazenar as informações, onde as mesmas serão manipuladas. 4.2. Tecnologias Utilizadas As seguintes tecnologias serão utilizadas para a implementação do protótipo de eSaúde para e-Governo. 4.2.1. OWL 2 O consórcio W3C recomenda desde 2009 o uso do OWL 2, que é compatível com o OWL de 2004 que agora é conhecida como OWL 1, para a utilização na Web Semântica. O OWL 2 é baseado em RDF, porém conta com outras formas sintáticas alternativas para utilização. De um modo geral a OWL 2 descreve as informações em termos de classes, propriedades, indivíduos, valores e dados das relações que podem ser descritos por uma série de características (OWL 2 SEMANTIC WEB, 2010). A OWL 2 conta com os seguintes perfis: a) OWL 2 EL: é muito útil em aplicações que empregam ontologias que contêm números muito grande de propriedades e/ou classes. É um subconjunto da OWL 2 para que os problemas de raciocínio básico possa ser feito em tempo que seja polinomial em relação ao tamanho da ontologia. b) OWL 2 QL: utilizado quando existe um grande volume de dados podendo ser implementado usando sistemas de banco de dados relacionais. c) OWL 2 RL: utilizado por aplicações que exigem raciocínio escalável. Os elementos básicos de uma ontologia que é fundamentada em OWL são (LIMA, 2005): 62 a) Classes: as classes agrupam recursos que possuem características semelhantes, logo uma classe define um grupo de indivíduos que compartilham algumas propriedades. b) Indivíduos: são instâncias das classes. c) Propriedades: as propriedades definem relações e estas estabelecem relacionamentos entre indivíduos ou entre indivíduos e valores de dados. 4.2.2. RDF O RDF (Resource Description Framework) é uma recomendação da W3C para o intercâmbio de dados na Web (RDF, 2010) que estabelece um padrão de metadados tornando possível representar o conteúdo da Internet. Com a utilização da sintaxe XML, que permitirá a interpretação para máquinas mais facilmente, é possível registrar e efetuar o intercâmbio destes dados e a descrição dos metadados será feita por um sistema denominado “triplas RDF” que contém o recurso, a propriedade e a indicação. As informações serão modeladas como nós e arcos de um grafo pelo RDF (SOUZA, 2004). Uma das suas principais características do RDF é a utilização de identificadores únicos de objetos (Uniform Resource Identifier - URIs), que possibilita criar um identificador para um objeto. Logo, o URI juntamente com o XML permitirão ligar pedaços de informações através da Internet. Os arquivos RDF possuem três componentes básicos que tornam a linguagem escalável, são estes (CARVALHO, 2005): a) Recurso: identifica o objeto da declaração ou qualquer objeto que possuía uma URI, como por exemplo uma página na Internet. b) Propriedade: identifica uma característica ou uma propriedade, como por exemplo: o criador de uma página na Internet. c) Indicação: identifica o valor de uma propriedade, consistindo na combinação de um recurso, de um valor e uma propriedade. 63 O Esquema RDF (RDF Schema) é baseado no RDF básico, porém é uma extensão que inclui restrições semânticas mais complexas que permitirá o compartilhamento e a criação de vocabulários. Também permitirá que um recurso possa ser instância de uma ou mais classes. Logo, um esquema RDF possui: a) Classes: podem ser utilizadas para representar diversas coisas como, por exemplo, uma página na Internet ou um grupo de pessoas. Aqui podemos fazer referência ao modelo de classes de um sistema orientado a objeto já que esta utilizará de herança para tornar o sistema mais extensível. As referencias URIs são utilizadas para identificar as classes. b) Propriedades: irá representar as relações existentes entre as classes, instâncias ou superclasses. Outras propriedades do esquema RDF são utilizadas para a documentação ou para informações sobre o próprio esquema RDF. O RDF é usado frequentemente para representar informações bem como integrar diferentes fontes de informações. A linguagem de consulta SPARQL (SPARQL, 2010) é definida através da sintaxe semântica do RDF. Esta linguagem está diretamente relacionada com: a) Protocolo para emissão e recebimento de consultas. b) O SPARQL Query Results XML Format define um formato de documento XML para representar os resultados. Uma query em SPARQL, de busca de nome, pode ser representada da seguinte forma: Figura 4.2. Query em SPARQL. O resultado da consulta retornará todos os nomes dos recursos que utilizam a ontologia FOAF, ou seja, o nome das pessoas cadastradas no banco de dados. 64 4.2.2.1. RDFBEANS RDFBeans é um framework para ligação de dados de Java para RDF, ou seja, mapeia objetos Java para recursos RDF ou vice-versa (RDFBEANS, 2010). Fornece a persistência de objetos com um número de implementações existentes. O RDF Beans oferece: a) Operações básicas de consulta, alteração, exclusão e inserção de objetos Java usando o modelo RDF. b) Utiliza anotações Java. c) Obedece a convenção JavaBean. d) Suporte aos tipos básicos de coleções do Java. e) Ele mapeia os objetos Java para triplas RDF assim como o Hibernate faz para o SQL, a fim de persistir ou consultar informações. 4.2.3. SPARQL O SPARQL (SPARQL Protocol and RDF Query Language) é uma linguagem de consulta e um protocolo de acesso padrão definida pelo W3C para consultas na Web Semântica em arquivos RDF onde estas são baseadas em triplas que é à base da representação dos arquivos RDF (SPARQL, 2010). A query que é retornada contém modelos de triplas, conjunções, disjunções e modelos opcionais. A linguagem SPARQL pode ser subdividida em três partes (BREITMAN, 2010): a) Linguagem de consulta: As consultas em SPARQL são representadas por um bloco composto por SELECT, FROM, WHERE e, possivelmente, modificadores como DISTINCT (ANGLES, 2008) onde SELECT retornará os valores da busca, o FROM onde deverá ser buscado e o WHERE são os padrões de triplas/grafos de uma base RDF. b) Formato dos resultados: como serão retornados os valores. c) Protocolo de acesso: as consultas e os resultados das buscas serão exibidos na Web. 65 O SPARQL facilita a extração de informações sob a forma de URIs e a construção de novos grafos RDF com bases nas informações dos gráficos consultados. Sua arquitetura pode ser observada na Figura 4.3: Figura 4.3. Arquitetura Semântica e o SPARQL. Fonte: BREITMAN, 2010 A proposta da arquitetura semântica foi elaborada pelo W3C, sendo que a mesma sofreu diversas modificações, incorporando novas tecnologias para possibilitar a integração entre as camadas, facilitando a realização das consultas semânticas (W3C, 2010). 4.2.4. Clerezza Clerezza é uma aplicação modular, baseada em OSGi e um conjunto de componentes (pacotes, em inglês bundles) para a construção de aplicações RESTFul Web Semânticas e serviços. É um projeto que se encontra na incubadora do The Apache Software Foundation desde 27 de novembro de 2009 (CLEREZZA, 2010). A proposta desta aplicação é poder ser utilizada como uma plataforma que permite a compilação e o tempo de execução para a construção de aplicações Web Semânticas bem 66 como ser utilizado separadamente como um pacote em frameworks OSGi ou em plataformas como o Eclipse. Fazem parte da estrutura da Clerezza: a) Modelagem da API conforme o padrão W3C RDF. b) Adaptadores de Front-End. c) Implementação JAX-RS projetado para trabalhar em um ambiente OSGi. d) Acesso à Web para gráficos RDF, incluindo-SPARQL Endpoint. e) Mecanismos de Templating (renderlets). f) Suporte para Scala para escrever módulos. g) Autenticação e autorização baseada em JAAS e OSGi. h) Suporte para pacotes de usuário. i) Script baseado javax.script (atualmente suporte para JRuby e Scala) j) Documentação on-line. A equipe de desenvolvimento da Clerezza reconhece alguns riscos como o pequeno número de desenvolvedores, porém por ser um projeto inovador conta com a expectativa de novos desenvolvedores apoiarem o sistema. Outro ponto importante que alavanca a utilização da Clerezza é a pesquisa desenvolvida pelos alunos da Universidade de Zurique. 4.2.5. JSON A Notação de Objetos JavaScript (JavaScript Object Notation - JSON) é um formato leve para a troca de dados (JSON, 2010) sendo em formato texto e independente de linguagem, descrito na norma RFC 4627. É constituído de duas estruturas: a) A primeira é uma coleção de pares nome/valor que podem ser associadas com objetos ou dicionários. O objeto começa com { (abre chaves) e termina com } (fecha chaves). Cada nome é seguido por : (dois pontos) e os pares nome/valor são seguidos por , (vírgula). Como exemplo: 67 Figura 4.4. Exemplo da estrutura de objetos em JSON. Figura 4.5. Exemplo da primeira estrutura do JSON: objetos. Fonte: JSON, 2010 b) A segunda estrutura é uma lista ordenada de valores podendo ser um array. O array começa com [ (abre colchetes) e termina com ] (fecha colchetes). Os valores são separados por , (vírgula). Como exemplo: [“FATEC”, 2010, 0] Figura 4.6. Exemplo da segunda estrutura do JSON: array. Fonte: JSON, 2010. O JSON assemelha-se às matrizes do JavaScript mas não é necessário o JavaScript para o JSON funcionar, outro ponto é que ele armazena os mesmos dados que os documentos XML sendo mais fácil de usar e tornando-se uma alternativa para o uso de XML em AJAX. 68 Para ambientes onde o tamanho do fluxo de dados entre o cliente e servidor é de muita importância, é tipicamente utilizado o JSON, como é o caso do Google e o Yahoo! 4.2.5.1. JSON-SIMPLE O JSON-Simple é uma ferramenta em Java feita para decodificar ou codificar os textos em JSON (JSON SIMPLE, 2010) estando totalmente em acordo com a RFC 4627 do JSON. Algumas características do JSON Simple: a) A plena conformidade com a especificação JSON (RFC4627) b) Confiável e age de acordo com a especificação RFC 4627. c) Flexível, simples e fácil de usar, pois reutiliza as interfaces de Mapas e Listas. d) Suporta saída de fluxo de texto JSON e) Alto desempenho f) Não possui dependência de outras bibliotecas. g) Os códigos são compatíveis com a JDK 1.2. 4.2.6. REST A Transferência de Estado Representacional (Representational State Transfer - REST) foi descrito por Roy Fielding em sua tese de doutorado em 2000, como um estilo arquitetural de sistemas de informações distribuídas representando como a Web deveria funcionar (FIELDING, 2000), (NUNES, 2005). Para isso, o REST utiliza os recursos existentes no protocolo HTTP como meio para prover os serviços, e aplica uma série de restrições que farão com que os princípios da Web sejam respeitados (NGOLO, 2009). As três principais restrições definidas pelo REST são: 69 a) Identificação global: os recursos na Web serão identificados por uma URL. Bastando ter a URL para ter acesso ao serviço. b) Interfaces uniformes: toda a comunicação deverá ser feita por métodos do protocolo HTTP. c) Interações stateless: o servidor não irá manter informações sobre as sessões que os clientes abrem com o serviço, mas sim as informações sobre o próprio serviço. Os serviços baseados em REST são fáceis de serem compreendidos e trabalhados, já que o cliente que utilizará o serviço não precisará utilizar nenhuma API especializada fazendo então uso apenas do protocolo HTTP. O REST suporta qualquer tipo de mídia, porém o mais utilizado para fazer o transporte e a representação dos dados é o XML. 4.2.6.1. RESTFUL O termo RESTFul também foi definido por Roy Fielding, referindo-se aos sistemas que seguem os princípios REST, tendo alguns princípios como (MATTEUSSI, 2010): a) Suporte a escalabilidade. b) Cliente servidor. c) Apoio a sistemas em cachê. d) Requisições para o servidor deve conter todas as informações para a requisição ser atendida. O RESTFul atribui URIs para as identificações dos recursos e utiliza os métodos HTTP não necessitando de novas tecnologias para fazer uso dos sistemas. Outro ponto é que os dados da sessão do cliente não ficarão armazenados no servidor e os dados são tratados. Com o uso do RESTFul, a estrutura da Web é melhor aplicada, os dados ficarão visíveis para crawlers e spiders e a podemos utilizar de formatações menos pesadas para a troca de mensagens como exemplo o JSON. 70 4.2.7. Sesame Sesame é um framework Java para o armazenamento e consulta de dados RDF que oferece interface RESTful HTTP suportando o protocolo SPARQL para RDF (SESAME, 2010). Ele fornece acesso aos métodos para as informações por meio de exportação e consultas e está concentrado em uma única camada arquitetural conhecida como SAIL (Storage And Inference Layer) que é uma API, provendo a chamada dos métodos entre o cliente e o sistema gerenciador de banco de dados (BROEKSTRA, 2010). A Figura 4.7 exemplifica a arquitetura Sesame: Figura 4.7. Arquitetura Sesame. Fonte: COUTO, 2004 71 O RDF SAIL é uma coleção de interfaces para a manipulação de RDF no repositório. São clientes da camada RDF SAIL (COUTO, 2004): a) Admin Module: o módulo de administração permitirá que as informações RDF possam ser inseridas e excluídas. b) Query Module: o módulo de consulta avalia as pesquisas RQL (RDF Schema Query Language) fornecidas pelo usuário. c) Export Module: o módulo de exportação possibilita a extração completa do esquema e ou dados de um modelo em formato RDF. O Sesame suporta três tipos de operadores de protocolo, sendo estes o SOAP, RMI e HTTP. 4.2.8. OSGI A organização OSGi Alliance em 1999 formada por empresas como IBM, Oracle, Ericsson, entre outras, especificou a tecnologia OSGI (Open Services Gateway Initiative) que define um framework para sistemas de módulos permitindo a execução ou deleção desses módulos em tempo de execução, logo, o aplicativo será dividido em vários módulos facilitando o cruzamento e a gerência de dependências entre eles. Os módulos no OSGI são conhecidos como bundles, que são os arquivos Java Archive (JAR) que contém informações sobre os serviços com o mínimo para que haja a instalação, deleção ou atualização, permitindo assim a execução correta do módulo (BREIER, 2009), (MALCHER, 2008), (OSGI, 2010). Os módulos possuem as seguintes características: a) Self-Contained: são pequenas partes que possuem a capacidade de se instalar, remover e move-lo para qualquer outro lugar. b) Highly-Cohesive: é a responsabilidade de um módulo, onde este deve cumprir sua finalidade. c) Loosely Coupled: o módulo não deve se preocupar com a implementação interna. 72 Para um JAR trabalhar como um bundle é necessário que o mesmo possua alguns metadados, que no final resultará na criação do arquivo conhecido como MANIFEST. MF são estes os metadados (IBM, 2010): a) Name: é o nome do bundle. b) Version: a versão do bundle. c) Imports/Exports: uma lista que contêm tudo que foi importado e exportado. d) Opcional: são pequenas informações sobre a versão do Java para que o bundle possa funcionar. 4.2.9. MAVEN Apache Maven é uma ferramenta utilizada para criar e gerenciar projetos em Java ajudando assim o desenvolvedor a realizar mais tarefas com menos esforço economizando tempo (MAVEN, 2010). Sua construção é conhecida como Project Object Model (POM), que faz a descrição de como é o processo para a elaboração de um sistema. Outras tarefas realizadas pelo Maven são a compilação e o empacotamento do código e efetuar downloads de plugins de um repositório. Para esse resultado satisfatório o Maven foca nos seguintes pontos: a) Migração Transparente. b) Qualidade. c) Criação de diretrizes para o desenvolvimento de melhores práticas. d) Sistema de construção uniforme. e) Facilitar o processo de construção. O apêndice B apresenta detalhes da utilização do Maven. 73 4.2.10. Plataforma de Desenvolvimento Eclipse O Eclipse é uma IDE (Integrated Development Environment) para o desenvolvimento de aplicações Java, porém também pode ser utilizado para o desenvolvimento de outras aplicações em diversas linguagens tais como PHP (Hypertext Preprocessor) ou C++. Com um grande destaque na área de plataformas de desenvolvimento, o Eclipse vem se destacando por ser uma ferramenta open source bem completa. Sua arquitetura consiste em (GONÇALVES, 2006), (ECLIPSE, 2010): a) Workbench: interface gráfica do usuário. b) Workspace: administra os recursos, organizando-os em projetos. c) Runtime: gerencia os plugins. d) Help: a documentação do eclipse disponível para consultas. e) Diversos Componentes: um dos componentes apresentados é o team support que auxilia no controle de versão. Utilizado junto ao Eclipse, o M2Eclipse (The Maven Integration for Eclipse) é um plugin para o Eclipse que permite a integração completo ao Maven, sendo utilizado para o gerenciamento de projetos e para interagir com os repositórios Maven. Suas principais características são (M2ECLIPSE, 2010): a) Criar e importar projetos Maven. b) Criação de projetos com Maven arquétipos. c) Navegação e pesquisa a repositórios Maven. d) Árvore de Dependência. e) Representação em Grafos. f) Javadoc. 74 4.3. Desenvolvimento do Protótipo O serviço Web adotado, produz e consome JSON, XML e RDF. A implementação foi construída conforme a arquitetura REST, utilizando para isso a API Jersey, que através de anotações, provê o serviço e seus recursos. Para a parte de controle, se fez uso da API RDFBeans, para o mapeamento do objeto para RDF e a API JSON-Simple, para transformar objetos JSON em objetos do JavaBean correspondente e vice-versa. Na persistência de dados, utilizou-se o Sistema Gerenciador de Banco de Dados Sesame em conjunto com a API RDFBeans, para que assim fosse possível a persistência e recuperação, não apenas de triplas RDF, bem como objetos JavaBean. O protótipo do projeto, exemplifica um Serviço Web, de um centro médico implementando as funcionalidades de cadastro e consulta de paciente. Neste caso, os dados tanto produzidos quanto consumidos são em formato JSON. A Figura 4.8 demonstra o mapeamento entre um objeto JavaBean e um documento RDF utilizando a API RDFBean. Figura 4.8. Classe JavaBean mapeada. 75 Para integrar a estrutura RDF com a Programação Orientada a Objeto (POO), de forma flexível e sem reescrever código base, utilizam-se APIs para mapeamento entre RDF e objetos JavaBean (SEMANTICWEB, 2010). A Figura 4.9 exemplifica o mapeamento entre o JavaBean e o RDF. Figura 4.9. Correspondência entre RDF e JavaBean. A partir da URI é possível ligar o objeto JavaBean com o RDF correspondente (RDFBEANS, 2010). A Figura 4.10 demonstra a persistência de um objeto em uma base de dados que armazena RDFs. 76 Figura 4.10. Persistência de um objeto na base de dados. Uma instância de um modelo é fornecida pela API RDF2Go, usada para a abstração da camada de armazenamento de triplas RDF, afim de acessar uma base física, assim a configuração de ligação de dados com um modelo é determinada automaticamente (RDFBEANS, 2010), (RDF2GO, 2010). A Figura 4.11 demonstra a conversão da String enviada pela aplicação cliente para um objeto JSON, a geração da URI deste recurso e a criação do objeto final a ser persistido. Figura 4.11. Serialização de um objeto Java. 77 As URIs são principalmente utilizadas para propiciar nomes únicos em RDF, afim de ajudar a identificar o contexto de um domínio (POLLOCK, 2010). A Figura 4.12 demonstra a criação de um objeto do tipo Person, a partir de um objeto JSON. Figura 4.12. Criação de um objeto JavaBean com informações do JSON. O identificador único do objeto (ID) é um valor usado como URI de recursos RDF. Se uma classe RDFBean não declarar o ID, as instâncias desta serão representadas por um nó RDF em branco (RDFBEANS, 2010). A Figura 4.13 demonstra o método mapeado de forma a conseguir atender a uma solicitação da aplicação cliente que está acessando um recurso deste serviço. 78 Figura 4.13. Recurso que consome dados JSON. O MIME Media Type é um padrão aberto para o envio de várias partes de dados através da internet. O MIME foi originalmente destinado apenas para email, porém tornou-se amplamente usado para descrever o conteúdo de um arquivo para que o software cliente possa dizer a diferença entre diferentes tipos de dados. Os servidores Web utilizam MIME para identificar o tipo de dado que estão enviando, enquanto que os clientes Web usam para identificar o tipo de dado que estão dispostos a aceitar, e vice versa (HAROLD, 2004). 4.4. Estudo de Caso O estudo de caso proposto é um serviço Web que disponibiliza recursos para cadastrar e recuperar dados RDF de pacientes em um hospital. O protótipo foi implementado utilizando a linguagem Java, sobre a plataforma JavaEE, sendo assim para a Web. Por ser uma aplicação semântica, é possível consultar os dados através de um Endpoint diferentemente do habitual que se faz através de URLs e links, facilitando assim a consulta em vários repositórios semânticos disponíveis na Internet. O repositório de dados RDF utilizado é o Sesame. Os dados RDF são trocados entre o serviço Web e a aplicação cliente através do protocolo HTTP, pois o serviço foi implementado em Jersey, uma API para serviços Web 79 REST, tornando mais fácil a integração do serviço com o cliente. Métodos como GET() e POST() podem ser utilizados uma vez que os recursos do Serviço tenham sido anotados para suportá-los. A manipulação dos objetos Java é facilitada pelo uso de duas APIs: RDFBeans e JsonSimple. A API RDFBeans é utilizada para mapear os objetos Java para RDF, bem como, integrar a base de dados ao serviço Web e o Json-Simple converte e manipula objetos Java para objetos JSON e vice versa para que seja possível acessar a chave e obter o valor, sendo esta a estrutura de um objeto JSON. Esse mapeamento facilita no desenvolvimento de aplicações Web Semânticas, já que a manipulação do arquivo RDF é feita via objetos Java, não necessitando que se implemente uma forma de ler diretamente o arquivo RDF com suas respectivas declarações. A Figura 4.14 demonstra o cadastro de um paciente, em que a aplicação cliente envia o objeto JSON e o serviço Web cadastra os dados e responde. Figura 4.14. Cadastro de um paciente. A troca de dados é feita através do protocolo HTTP, sendo este um protocolo padrão de comunicação entre navegadores e servidores Web (HAROLD, 2004). A Figura 4.15 demonstra a consulta por nome de um paciente, em que a aplicação cliente envia o objeto JSON e o serviço Web responde com outro objeto JSON, assim a aplicação informa o nome e email do paciente. 80 Figura 4.15. Consulta de um paciente. Assim que o serviço Web recebe os dados da aplicação cliente é feita a pesquisa na base de dados, a fim de encontrar o recurso correspondente a consulta. A Figura 4.16 demonstra a consulta na base de dados através de um Endpoint. Todos os recursos que utilizam a ontologia FOAF, e que foram cadastrados no banco de dados previamente, terão os nomes retornados. 81 Figura 4.16. Endpoint. Pelo navegador Web é possível acessar dados RDF de duas formas: por uma URI ou um Sparql Endpoint. O Sparql Endpoint permite aos humanos e as máquinas realizarem consultas a uma base de dados RDF utilizando a linguagem SPARQL (ENDPOINT, 2010). A Figura 4.17 demonstra o layout do site do projeto: 82 Figura 4.17. Layout do Projeto. Site do projeto que visa atender as dúvidas e sugestões, disseminar o e-Saúde e disponibilizar para download o protótipo. O site do projeto também dispõe de um EndPoint para consultas a base de dados. 83 A Figura 4.18 é o layout do site do protótipo feito em JavaScript: Figura 4.18. Layout Protótipo. A Interface da Aplicação Web do Protótipo foi desenvolvida em JQuery e Ajax, isso demonstra que o cliente do serviço Web pode ser implementado em qualquer linguagem de 84 programação, sendo assim, o único requisito necessário para que haja a comunicação entre o cliente e o serviço Web, é o conhecimento do protocolo HTTP. 85 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este Trabalho apresentou uma Arquitetura Semântica para a Interoperabilidade de Sistemas de e-Saúde, estando organizado como segue: a Seção 5.1 apresenta as contribuições e conclusões, enquanto a 5.2 indica sugestões de trabalhos futuros. 5.1. Contribuições e Conclusões As contribuições deste Trabalho são: a) Avaliação das Ontologias disponíveis para o domínio de e-Saúde. b) Definição de uma Arquitetura Semântica para e-Saúde. c) Implementação de um protótipo de serviço web semântico. A partir destas contribuições, pode-se concluir: a) Estão disponíveis na Web Ontologias que podem ser utilizadas no domínio de e-Saúde. Deve-se, portanto, utilizá-las nos sistemas ao invés de criar novas, pois isso aumenta a interoperabilidade dos sistemas. b) A Arquitetura Semântica proposta torna possível a interoperabilidade dos sistemas de e-Saúde. c) O protótipo implementado ilustra o uso da Arquitetura Semântica, mostrando assim que é possível implementá-la nas instituições de saúde, como hospitais e laboratórios As seguintes experiências foram obtidas ao longo do desenvolvimento deste Trabalho: a) Algumas Ontologias encontradas satisfaziam as necessidades do Trabalho, porém foram descontinuadas. 86 b) Não foi encontrada nenhuma Ontologia de e-Saúde que represente conhecimento sobre diversos aspectos da área médica, ou seja, foi realmente preciso desenvolver uma Arquitetura Semântica. c) Foi notado que ainda é difícil encontrar softwares na área de Web Semântica com código aberto e com suas funcionalidades estáveis. d) A plataforma Clerezza possui muitas funcionalidades, mas ainda é um projeto na incubadora da Apache. Com isso, ela possui pouca documentação e ainda é instável. e) É possível usar em serviços web semânticos estruturas mais leves que o XML, como, por exemplo, o JSON, conforme mostrado no Capítulo 4. 5.1.1. Publicação Este Trabalho resultou na publicação do artigo: COELHO, Juliana Hohara de Souza; SILVA, Ana Paula; BERTOTI, Giuliano Araujo. UMA ARQUITETURA SEMÂNTICA PARA A INTEROPERABILIDADE DE SISTEMAS DE E-SAÚDE. Boletim Técnico da Faculdade de Tecnologia de São Paulo, Anais do 12° Simpósio de Inicialização Científica e Tecnológica – 12° SICT, BT/29, ISSN: 1518-9082. São Paulo – outubro/2010. 5.2. Trabalhos Futuros As contribuições alcançadas com este Trabalho não encerram as pesquisas relacionadas á área de e-Saúde e Web Semântica, mas abrem oportunidades para alguns Trabalhos futuros: a) Criar um repositório oficial de Ontologias para a área de e-Saúde. b) Explorar a plataforma Clerezza em outras aplicações. 87 c) Desenvolver o protótipo a ponto de publicá-lo no site do software público brasileiro, tornando-o de uso governamental e acessível a todos os cidadãos. d) Realizar a integração do sistema com sistemas de e-Saúde de outros países. 88 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 4CMBR. Disponível em <http://www.softwarepublico.gov.br/4cmbr/xowiki/Principal>. Acesso em: 05 abr. 2010. 5CQUALIBR. Disponível em <http://www.softwarepublico.gov.br/5cqualibr/xowiki/Interoperabilidade-Semantica>. Acesso em: 05 abr. 2010. ACT HEALTH. Australian Capital Territory Department of Health ACT Government Health Information. Disponível em <http://www.health.act.gov.au>. Acesso em: 03 mar. 2010. 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Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. 109 GLOSSÁRIO Dados Linkados (Linked Data): usado para descrever um método de exposição, compartilhamento e conexão de dados via URIs. E-Participação: pessoas que utilizam dos serviços prestados pelo e-Governo ou eSaúde. Metadados: dados que descrevem outros dados. Middleware: sistemas que permitem aos programas funcionar em diversas máquinas sem que o desenvolvedor precise se preocupar com a sua configuração. Open Source: em português código aberto, refere-se a livre utilização do código fonte do sistema. ComprasNet: Portal de Compras do Governo Federal. Ginga: nome do Middleware Aberto do Sistema Brasileiro de TV Digital. Infravida: Infraestrutura de vídeo digital para aplicações de telemedicina. m-Saúde: dispositivos móveis para auxílio na área de saúde. 110 APÊNDICE A: GOVERNO ELETRÔNICO O presente apêndice abordará o conceito de e-Governo e as iniciativas pelo Mundo e no Brasil. O conceito de Reinvenção do Governo tem sido a base, principalmente dos governos europeus, sendo estes decisivos para a evolução do conceito e até mesmo utilização do e-Governo. Este apêndice está dividido como se segue: a seção A.1 apresenta os conceitos básicos e os tipos de e-Governo, a seção A.2 apresenta os índices de avaliações de portais e-Governo, a seção A.3 apresenta um framework para a interoperabilidade no e-Governo e os países que a utilizam, a seção A.4 apresenta as melhores práticas de alguns países, a seção A.5 aborda sobre os dados abertos e os dados governamentais abertos e como estes são utilizados, a seção A.6 aborda sobre a interoperabilidade semântica dando exemplos de iniciativas, a seção A.7 apresenta iniciativas no mundo sobre e-Governo e a seção A.8 mostra iniciativas no Brasil de portais e-Governo. A.1. O que é e-Governo? Governo Eletrônico é a interação entre o governo e a população utilizando-se de recursos da tecnologia da informação para facilitar a comunicação, acesso aos dados e a serviços, promovendo qualidade e eficiência. Influenciada pelo conceito de Reinvenção do Governo, trata de colocar o estado à disposição da população, sendo este não apenas uma instituição, mas também um prestador de serviços (PENTEADO FILHO, 1998). Como tratamos de uma nova forma de estrutura governamental temos então a relação de benefícios tais como facilidade de acesso as informações por parte dos cidadãos, redução da burocracia em certos serviços e o controle financeiro e funcional da prestação do serviço público, porém, não podemos deixar de destacar que o estudo de implantação e a forma da disposição do serviço têm que ser flexível e de fácil acesso para gerar os resultados esperados, caso contrário as perdas podem ser significativas, já que se trata de informações de utilidade 111 pública que afetam todo um cenário em que está aplicado (PACHECO, 2007), (SANTOS, 2002), (QUADROS, 2003). Logo, com o avanço da Internet e as iniciativas governamentais formou-se um novo conceito de governança, colocando o governo e a população mais próximos, de modo que essa nova relação forçou que os mais diversos governos integrem-se a esse novo conceito tornando a administração pública mais transparente e eficiente (MEDEIROS, 2004). Apesar do surgimento desse novo conceito, durante os anos o progresso teve uma significativa enorme, levando então a expansão de forma rápida pelos seguintes motivos (MATEUS, 2008), (JARDIM, 2005): a) Dinheiro público sendo desperdiçado em diversas obras e muitas vezes ultrapassando o valor que foi estipulado para a construção, além do dinheiro sendo mal aplicado em alguns casos. b) O novo conceito criado junto à necessidade da população de obter informações precisas e diretas do governo, que alavancou devido à inclusão digital, fez-se que os portais e-Governo buscassem uma forma prática de uso e comunicação. c) A rápida evolução das tecnologias levou o povo e o governo a perceber sua importante presença, de fato que os governos tivessem que buscar formas de implantar essas tecnologias para apoio na governança. A.1.1. Tipos de e-Governo Com a iniciativa de e-Governo, foram classificadas formas de relações que envolvem os agentes em suas transações, são esses relacionamentos (SANTOS, 2002), (FERNANDES, 2001), (ALMEIDA, 2002), (JARDIM, 2005), (GUILARDUCCI, 2007), (WILLECKE, 2003), (DOMINGOS, 2004): a) Governo para Governo (G2G): trata-se da integração e reforma de rotinas governamentais intra e/ou inter-governos. Como exemplo um estado trocar 112 informações entre suas estruturas e-Governo ou governos diferentes trocarem informações. b) Governo para Negócios (G2B): é a relação entre o governo e o setor privado tratando das transações, por exemplo, de um fornecedor ou prestador de serviços para com o governo. c) Governo para Cidadão (G2C): é a relação existente entre o governo e o cidadão podendo ocorrer por intermédio de serviços de telefonia, atendimento pessoal e o e-Governo. Como exemplo consultar a regularidade do seu CPF pelo site da receita federal. A Figura A.1 busca a melhor forma de visualização da relação governo – cidadão – negócios. Figura A.1. Relacionamentos entre governos, cidadãos e empresas. A.2. Índices de Avaliação do e-Governo pela ONU A Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de um relatório semestral denominado e-Government Survey, que também encontra-se disponível pela UNPAN, contêm índices de comparação do uso de TI, e-Participação e Desenvolvimento nos mais diversos governos, busca através da competitividade a melhoria dos e-Governo, tendo como base para essa disputa a melhoria dos índices que cada país obteve de acordo com o relatório publicado, como aconteceu com o Brasil, que na mais recente publicação caiu dezesseis posições e a 113 República da Coréia que subiu para a primeira posição (KOREA E-GOVERNMENT, 2010), (PRESIDÊNCIA BRASIL, 2010). Para a formulação do ranking, a Tabela A.1 abaixo mostra os índices utilizados conforme o e-Government Survey: Tabela A.1. Índices de avaliação do portal e-Governo. Categoria Índices Componentes Presença da página na Internet e/ou site Fase I (Emergentes) oficial, links para os ministérios dos serviços. Fornecimento de informações na Web Fase II sobre a política pública, arquivos, (Avançado) pesquisa, documentos, relatórios, leis e boletins. Serviços Medidas para WEB online para melhorar a comodidade dos cidadãos- o Fase III envio de mensagens para celulares, a (Interativo) assinatura de acesso WAP/PDA e segurança eletrônica. Desenvolvimento do e-Governo interativos Apresentação online, pagamento online Fase IV (Transacional) com o cartão, pagamento de impostos, passaporte e renovação de licenças. Links Fase V (Conectado) relacionados governos locais, ao ministério, agências não- executivas do governo, etc.; prazo de resposta para emails apresentados e consulta online. Usuários de Internet, computadores, Infra-estrutura Telecomunicações de celulares, linha telefônica e banda larga que suporte mais de 100 pessoas simultaneamente. Capital Humano Taxa de alfabetização adulta, taxa de 114 escolaridade bruta. Acesso online e uso de informações E-Informação sobre políticas públicas. Consultas online sobre as políticas públicas com base em tempo real, E-Consulta arquivo de áudio ou vídeo sobre as E-Participação políticas públicas. A participação dos cidadãos na formulação de políticas públicas de E-Tomada de Decisão decisão, retorno por parte do governo aos cidadãos a respeito das decisões tomadas e resultados. Fonte: República da Coréia, 2010 A.3. Framework para Interoperabilidade no e-Governo Adotado por vários países como referência em padrão para desenvolvimento de portais e-Governo e conhecido pela sua maturidade, política e especificações o e-Gif (Government Interoperability Framework) desenvolvido pelo comitê do governo britânico (Office of the eEnvoy) no ano 2000 e tendo sua última versão e-Government Interoperability Framework Version 6.1 publicada em 2005 no Web site govtalk, tem-se com o passar dos anos buscado atualizar as normas quando necessário, atendendo a necessidade global na questão de integração dos governos e o atendimento ao cidadão. O e-Gif é o resultado de uma comparação internacional dos diversos portais e-Governo, nela estão contidas as melhores práticas para aplicações e-Governo e a interoperabilidade entre portais. Podemos citar como melhores práticas a utilização da World Wide Web como padrão para os portais e-Governo, utiliza a linguagem XML como padrão para a troca de dados, se baseia nas preocupações do mercado de forma a atender suas necessidades, procura reduzir os riscos nos sistemas eGoverno e sua maior importância é ser referência em estratégias de desenvolvimento dos portais e-Governo. (GOVERNO DO REINO UNIDO, 2010), (OFFICE OF THE E-ENVOY, 2004). 115 De modo geral, a arquitetura e-Gif contêm as especificações contidas na publicação oficial do e-Gif britânico, de modo que sua estrutura tenha todos os passos que foram especificados na edição, conforme mostra a Figura 2.2 da arquitetura, representando assim o padrão para Metadados (e-Government Metadata Standard, e-GMS), lista de categorias (Government Category List, GCL), catálogo de normas (Government Data Standards Catalogue, GDSC), XML, catálogo de normas técnicas (Technical Standards Catalogue, TSC) e o Framework (e-Services Development Framework, SDF- e) (OFFICE OF THE EENVOY, 2004). Figura A.2. Arquitetura do e-Gif conforme padrão britânico. Fonte: Office of the Envoy, 2004. A.4. Melhores práticas utilizando e-Gif como base de desenvolvimento A seguir, serão apresentados dois exemplos de e-Gif desenvolvidos pelos países, com o objetivo de compreender suas técnicas e verificar como cada governo age perante a introdução dessa nova forma de comunicação com o cidadão. A Tabela A.2 apresenta detalhes dos países que serão estudados. 116 Tabela A.2. Apresentação dos países e seus respectivos e-Gif. País Última Versão Publicação NZ e- Gif V 3.3 Fevereiro de 2008 Republic of Korea Korea EA V 2003 Dezembro de 2003 (República da Coréia) (TTAS.KO-10.0153 New Zealand e-Gif (Nova Zelândia) e TTAS.KO-10.0117) A.4.1. Nova Zelândia A Nova Zelândia elaborou seu NZ e-Gif v1 em 2002, baseado no e-Gif apresentado pelo governo britânico. Agora na atual versão e-Gif v3.3 publicada em fevereiro de 2008, as normas são representadas em camadas conforme a Figura 2.3, onde os componentes só podem se comunicar com os outros componentes ao seu lado, mantendo assim a segurança, além dos protocolos que definem as comunicações e as normas para definição de estrutura (NOVA ZELÂNDIA, 2010). Figura A.3. Modelo em camadas do e-Gif v3.3. Fonte: NOVA ZELÂNDIA, 2010. Logo, o Governo da Nova Zelândia busca com o auxílio do NZ e-Gif uma melhor administração pública e infra-estrutura do seu portal e-Governo. Outro fator apresentado, é a quebra de barreiras como a capacidade das agências do governo de tornarem mais eficientes através da interoperabilidade e das boas práticas, nesse ponto podemos ressaltar que todas as políticas da Nova Zelândia são respeitadas e implantadas na nova política e-Governo e sua 117 maior preocupação nessa nova estrutura é a segurança dos dados e informações mantidas pelo governo de forma que não seja colocada em questão a eficácia da sua política e estrutura de eGoverno (NOVA ZELÂNDIA, 2010). A.4.2. República da Coréia O atual líder do ranking do e-Government Survey, a República da Coréia, subiu nessa última edição cinco posições no ranking de e-Governo. Isso se deve as políticas aplicadas, como a visão de fatores críticos que foi adotado para que se tenha metas no desenvolvimento dos portais. São tratados como fatores críticos, a forte liderança governamental, que visa os planos estratégicos, sustentáveis, líder do governo, a governança de TI que é formada por um comitê, atendimento ao cliente que busca o desenvolvimento de serviços que possam suprir as necessidades dos cidadãos, empresas e outros órgãos governamentais, performance baseada no programa de gerenciamento que são as partes dos objetivos e os planos de longo e curto prazo e para finalizar o suporte a tecnologia que são as adoções de práticas tecnológicas (KOREA E- GOVERNMENT, 2010). A Figura 2.4 representa o envolvimento dos fatores críticos segundo a República da Coréia: Governança de TI Forte liderança Governamental Suporte Tecnológico Fatores Críticos de Sucesso Serviços orientados aos clientes pelo e-Governo Performance baseada no programa de gerenciamento Figura A.4. Fatores de sucesso pela Korea e-Government. Fonte: República da Coréia, 2010. Para chegar às melhores práticas, o governo coreano buscou durante os anos de implantação do e-Governo em seu país, estabelecer uma estrutura comum para a utilização de 118 todo o governo. A primeira edição sobre interoperabilidade no governo foi lançada em dezembro de 2001 e teve sua última versão publicada pela Telecommunication Technology Association Standard (TTAS KO – 10.0153) em dezembro de 2003, sendo baseada na estrutura adotada pelos Estados Unidos a Enterprise Architecture Framework (EA), uma ferramenta de apoio ao desenvolvimento, manutenção e avaliação das arquiteturas desenvolvidas para o governo. Na busca pelas melhores práticas foram selecionadas onze iniciativas em 2001 que estabeleceram o início da estrutura e-Governo, recebendo o mérito de ser referenciado pela ONU e entrar na Fase V (conectado) considerado o nível mais alto de eGoverno (REPÚBLICA DA CORÉIA, 2008), (TTAS.KO, 2003), (KOREA E- GOVERNMENT, 2010). A Figura 2.5 representa a arquitetura utilizada para o e-Governo coreano e mostra as ferramentas e os modelos que servirão de apoio para o desenvolvimento. Figura A.5. Funcionamento da Enterprise Architecture Framework. Fonte: TTAS KO, 2003. De acordo com o ciclo de vida que contêm Manutenção, Planejamento, Desenvolvimento e Utilização e com o apoio dos modelos e ferramentas é possível chegar ao padrão de sites para e-Governo esperado pela República da Coréia, onde a Enterprise Architecture refletirá a visão das estratégias utilizadas (UNPAN, 2005), (TTAS.KO, 2003). 119 A.5. Dados Abertos Dados Abertos são a disponibilização dos dados em seu estado bruto, em formato compreensível por máquinas, porém sem tratamento, para o seu pleno reaproveitamento (CONSEGI, W3C, 2009). Com a utilização dos dados abertos, as informações podem ser absorvidas por diversas pessoas, de forma que qualquer um, a qualquer momento, possa ter acesso às mesmas informações e estas nunca irão se difundir, e estas mesmas informações e dados poderão ser aplicadas para formar outras informações e dados. Um bom exemplo de dados abertos é o plano do governo americano de compartilhar grandes quantidades de dados brutos referentes ao meio ambiente, de forma que a população e empresas privadas consigam com estes dados fazer projetos e estatísticas da qualidade de vida e da situação atual do meio ambiente (TAUBERER, 2010). Para que o governo possa se adequar e passar a ter em seu plano de governança a abertura dos dados, torna-se necessário manter um padrão para que este realmente atinja a sua funcionalidade. Fazem parte deste padrão: documentação, maximização da utilização dos dados, dados disponíveis gratuitamente e os dados não serem confiados apenas a uma empresa ou instituição para sua disponibilização. A.5.1. Dados Governamentais Abertos Todo governo produz um número enorme de informações das mais diversas formas, como exemplo leis, decretos e arquivos jurídicos de um fórum, além disso, ao trabalharmos com informações geradas por governos nos deparamos com as mais diferentes formas de cultura e governança pelo mundo (CGI.BR, W3C, 2009). Esse impacto nos leva a ver como os diversos países tratam da disposição das informações para os cidadãos, levando em conta a sua política da informação, onde temos dados brutos que o governo se dispõe a oferecer para que este seja utilizado de diversas 120 formas, como podemos citar a geração de um relatório com novos dados a partir dos expostos. Mas, ainda não são todos os governos que estão dispostos a oferecer seus dados para a utilização, publicando-os em formato proprietário, impedindo de diversos modos o acesso de muitos cidadãos a esses dados. A.6. Interoperabilidade Semântica A habilidade que um sistema tem de combinar dinamicamente suas informações com outras, vindas de outros sistemas, e processá-las produzindo um significado, sendo este compreendido sem ambigüidade, seja por humanos ou softwares, integrando dados. Esta habilidade é chamada: Interoperabilidade Semântica (5CQUALIBR, 2010). Entre as várias iniciativas para promover a Interoperabilidade Semântica pelo mundo, a de se destacar, o IDABC (Interoperable Delivery of European e-Government Services to Public Administrations, Business and Citizens) programa de interoperabilidade continental com objetivo de disponibilizar serviços de governo eletrônico. É neste ambiente que ocorre a coordenação de políticas nacionais de e-Governo. Para prover a Interoperabilidade Semântica o IDABC criou o SEMIC.EU (Semantic Interoperability Centre Europe), sendo esta uma ferramenta colaborativa que conta com mais de quarenta projetos em diversos países. Entre os projetos do SEMIC.EU está o SemanticGov (SOFTWARE PÚBLICO BRASILEIRO, 2009). Nos países europeus há iniciativas nacionais, como: Deutschland Online8, Iniciativa Italiana para administração pública, Iniciativa Finlandesa (FinnONTO10), Projeto Semântico da Letônia e a Iniciativa da Estônia. A.7. Iniciativas no Mundo No início da década de 90, o então presidente norte-americano Bill Clinton, em conjunto com seu vice-presidente Al-Gore desenvolveram o programa intitulado "National Performance Review" (NPR), plano este inspirado no livro de Osborne e Gaebler, o 121 “Reinventing Government”. No ano de 1998 já era claro os resultados positivos pela adoção de uma nova política administrativa do governo (MATHEUS, 2008). Com o lançamento do data.gov em maio de 2009, o Governo Norte-Americano, em atitude histórica, continua na busca para prover a disponibilidade dos dados do governo, de forma a facilitar a comunicação e transparência para com os cidadãos (DATA.GOV, 2010). Em 2005 a União Européia lançou o plano i2010 com o intuito de que os EstadosMembros implementassem uma política de sociedade de informação inclusiva. Este programa tem como um dos projetos o e-Governo 2.0, que foca principalmente a identidade eletrônica como instrumento de fiscalização e proteção da privacidade (COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS, 2005). O primeiro projeto, de identificação digital da Europa aconteceu em Portugal, baseado nos padrões IAS (Identificação, Autenticação e Assinatura) que possibilita um documento inteligente, aceito em todos os países membros. Esta identidade é chamada de “Cartão Cidadão”, um smart card, onde cada portador tem um código secreto para fazer sua autenticação. Para acesso apenas das autoridades policiais também foi desenvolvido um aplicativo para verificação da impressão digital do cidadão, que se encontra armazenada no chip do cartão (CARTÃO CIDADÃO, 2010). Já na Bélgica o projeto de identidade eletrônica é chamado de BelPic (Belgian Personal Identity Card), é uma ferramenta para assinatura digital e autenticação para utilizar serviços, também permite que os cidadãos belgas saibam quais oficiais do governo acessaram seus dados(BEID, 2010). A Figura 2.6 aponta a estimativa de cartões eID na Bélgica: 122 Figura A.6. Gráfico referente à estimativa de cartões de identificação digital na Bélgica. Fonte: GODOT.BE, 2010. O governo britânico lançou a versão beta em janeiro de 2010 do data.gov.uk, onde os dados do governo estão disponíveis para a população, o site também usa Web Semântica com dados linkados. No site é possível visualizar a distribuição dos gastos do governo, e em caso de projetos públicos feitos na comunidade um alerta é enviado, sendo o rastreio via CEP (W3C, 2010). Também no Reino Unido, um projeto vem chamando cada vez mais atenção, o mysociety.org, onde o governo inglês disponibilizou dados brutos para serem utilizados pela ONG My Society. A partir desses dados, a ONG cria aplicações para fiscalização dos serviços públicos e interação entre os gestores públicos e o cidadão (MYSOCIETY, 2010). 123 A.7.1. MySociety Organização não governamental, mantida por voluntários e desenvolvedores (pagos) de software livre. Os códigos dos projetos são open source, podendo ser replicados e/ou introduzidos em qualquer lugar do mundo, não necessitando pagar licença de uso. Alguns Projetos: a) TheyWorkForYou (Eles trabalham para você): aqui é possível ficar informado sobre o Parlamento britânico e seus membros. b) FixMyStreet (Concertem minha rua): ao acessar o serviço na Web, e digitando o CEP da sua rua, pode-se reportar problemas dos mais diversos, como: buracos no asfalto, lâmpadas de postes queimadas, pichações, calçadas esburacadas, equipamentos públicos com problemas, etc. c) WhatDoTheyKnow (O que eles sabem): serviço de ajuda ao cidadão, possibilitando a este obter informações dos departamentos governamentais e agências. d) WriteToThem.com (Escreva para eles): único site no Reino Unido que permite o contato com qualquer um dos representantes eleitos. Ao digitar um código postal o sistema informará quem são seus representantes locais (no Reino Unido os deputados são eleitos por votação distrital), e um pouco sobre quem você deve contatar para atender determinados tipos de demandas. e) HearFromYourMP (Ouça o seu deputado): serviço que incentiva os parlamentares a falarem com seus eleitores sobre assuntos que eles acham importantes, e a estes eleitores fornece a oportunidade de emitir suas opiniões. f) GroupsNearYou (Comunidades próximas a você): serviço onde é possível encontrar comunidades online locais que atuam na região do seu domicílio ou local de trabalho. 124 A.7.2. Apps for Democracy Esta iniciativa tem dois objetivos principais: a) Fazer com que a população de Washington (capital dos EUA) indique os problemas e proponha idéias que possam ser resolvidos com tecnologia. b) Criar uma plataforma comunitária para receber solicitações de serviços nãoemergenciais (311) para a cidade. O total de prêmios pode atingir US$34.000,00. Na primeira edição houve um total de quarenta e sete aplicativos feitos para a Web, Iphone e Facebook, estes disponíveis no site appsfordemocracy (APPS FOR DEMOCRACY, 2010). Este projeto tem como modelo o Open Innovation do X-Prize, em que são fixados, em um concurso, prêmios em dinheiro, tendo como retorno resultados que ultrapassam o investimento inicial, visto que vem do empenho de vários competidores. No site é possível consultar o valor dos aplicativos disponíveis, tendo um total de US$2,3 milhões, sendo que inicialmente foi investido US$ 50 mil. A.8. Iniciativas no Brasil O Programa Sociedade da Informação no Brasil foi oficialmente lançado pela Presidência da República em 15 de dezembro de 1999, um Grupo de Implantação foi formado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para este programa, iniciando as atividades em agosto do mesmo ano. A proposta deste projeto era integrar, coordenar e criar ações para a utilização de tecnologias da informação e comunicação (TICs), de forma a contribuir para a inclusão social de todos os brasileiros, ao mesmo tempo, contribuir para que a economia do país viesse a ter condições de competir no mercado global. A execução do Programa pressupôs o compartilhamento de responsabilidades entre os três setores: governo, iniciativa privada e sociedade civil. Para tanto, se desdobrou nas seguintes grandes Linhas de Ação: 125 a) Mercado, trabalho e oportunidades. b) Universalização de serviços para a cidadania. c) Educação na sociedade da informação. d) Conteúdos e identidade cultural. e) Governo ao alcance de todos. f) P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). g) Infra-estrutura avançada e novos serviços. Em setembro de 2000 o MCT para sintetizar o programa Sociedade da Informação no Brasil lançou o Livro Verde. Com a Portaria da Casa Civil nº 23 de 12 de maio de 2000 e com estabelecimento do Comitê Executivo de Governo Eletrônico através do Decreto de 18 de outubro de 2000, formalizou-se o e-Governo no Brasil. As ações deste grupo de trabalho incorporam-se com as metas do programa Sociedade da Informação, coordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NO BRASIL, 2000). As TICs estão sendo implantadas com o objetivo de melhorias na gestão do governo. Dentre as linhas de ação propostas contidas no livro verde, há três que são abordadas mais profundamente pelo e-Governo Brasileiro: a) Universalização de serviços: incentivo a universalização ao acesso a Internet pela população. b) Governo ao Alcance de Todos: incentivo a utilização de tecnologia da informação na administração pública e, nos sistemas, serem utilizados padrões. c) Infra-estrutura avançada: para integrar as várias estruturas especializadas de redes – governo, setor privado e P&D, esforços para implantação de infraestrutura básica nacional de informações. Um exemplo de e-Governo, é a nota fiscal eletrônica implantada em 2007 pelo Município de São Paulo. Esta iniciativa trouxe proximidade entre o poder público e as empresas, assim como permitiu que o cidadão pudesse fiscalizar se o pagamento do imposto realmente ocorreu. Isto também acarreta o aumento da transparência do governo para a população. 126 Em abril de 2007 durante o Fórum Internacional de Software Livre, foi lançada a iniciativa do Software Público Brasileiro. Desenvolvidas por órgãos públicos do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de empresas e universidades, as soluções estão disponíveis gratuitamente à sociedade. Qualquer pessoa, órgão, empresa ou centro de pesquisa pode obter o código da solução, mediante cadastramento no Portal. Não há necessidade de pagamento de licenças, contudo as melhorias incorporadas às soluções também devem ser compartilhadas com todos. Estão disponibilizados softwares como: Configurador Automático de Informações Computacionais (Cacic), Ginga (middleware da TV Digital Brasileira), assim como sistemas de gestão para municípios e softwares na área da saúde, educação, meio ambiente, gerenciamento de contratos, entre outros (SOFTWARE PÚBLICO BRASILEIRO, 2010). Instituído pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o ComprasNet, Portal de Compras do Governo Federal, é um Web Site, que realiza processos eletrônicos de aquisição, bem como informações referentes às licitações e contratações promovidas pelo Governo Federal (PORTAL DE COMPRAS DO GOVERNO FEDERAL, 2010). A.8.1. 4CMBR É um ambiente estruturado para a comunidade dos municípios brasileiros. Disponibiliza soluções de softwares de acordo com a demanda, aproveitando-se das ferramentas que o portal oferece principalmente para a gestão, na forma de software público (4CMBR, 2010). A.8.2. 5CQualiBR O portal 5CQualiBR é um ambiente dedicado ao tema de qualidade de software sendo organizado em seis temas ou vetores que são: ecossistema, qualidade do produto, desenvolvimento de software, interoperabilidade, prestadores de serviço e teste de software. Neste site é possível obter informações técnicas como diretrizes, manuais e ferramentas, 127 sendo este sobre, interoperabilidade, qualidade de produto e processo e qualidade da prestação de serviços (5CQUALIBR, 2010). A.8.3. E-Ping A fim de estabelecer as condições de interação entre as áreas do governo e com a sociedade em geral, o governo brasileiro, tendo como influência o e- GIF do Reino Unido, criou o e-PING, Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico, este define políticas e especificações técnicas para regulamentar a utilização da TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação), provendo assim a interoperabilidade de Serviços de Governo Eletrônico (EPING, 2010). Na arquitetura e-PING o Poder Executivo tem interações com: a) GpM (Governo para Município). b) GpGOP (Governo para Governo de Outro País). c) GpC (Governo para Cidadão). d) GpTS (Governo para Terceiro Setor). e) GpOI (Governo para Organismo Internacional). f) GpUF (Governo para Estado). g) GpL (Governo para Legislativo). h) GpJ (Governo para Judiciário). i) GpMP (Governo para Ministério Público). j) GpE (Governo para Empresas). Na e-PING os padrões abertos nas especificações técnicas preferencialmente serão adotados. Na prestação dos serviços de governo eletrônico, afim da interoperabilidade, o nível de segurança requerido pelo serviço deve ser considerado com a total transparência. As especificações que fazem parte da e-PING atendem a soluções apoiadas pelo mercado, tendo como objetivo a redução dos custos e dos riscos na criação e desenvolvimento de serviços nos sistemas de informações governamentais. A e-PING tem como base para interoperabilidade os elementos técnicos, semânticos e organizacionais. 128 Na administração pública os sistemas de informação deverão estar dentro das principais especificações usadas na Internet e também com a World Wide Web, e o XML é adotado como padrão principal de intercâmbio de dados. A dimensão semântica, buscando ajudar o acesso a documentos e serviços pelo cidadão brasileiro, como vocabulários controlados, taxonomias, ontologias e outros métodos de organização e recuperação de informações. Também há o desenvolvimento e utilização de um Padrão de Metadados do Governo Eletrônico (e-PMG), baseado em padrões internacionalmente aceitos. Ao oferecer serviços de governo eletrônico o órgão concedente deve prover e salvaguardar a privacidade das informações do cidadão, empresas e órgãos de governo, tendo a responsabilidade de cumprir a legislação que define as restrições de acesso e divulgação. A arquitetura e-PING é dividida em cinco partes, com o objetivo de organizar as definições dos padrões. Para cada segmento há um grupo de trabalho, formado por profissionais que atuam em órgãos dos governos federal, estadual e municipal, especialistas em cada assunto e, esses grupos foram responsáveis pela elaboração da versão 2010 da arquitetura, fundamento para instituição dos padrões de interoperabilidade do governo brasileiro. Estas áreas foram subdivididas em componentes, nos quais existem políticas e as especificações técnicas a serem adotadas pelo governo federal. Assim, o e-PING é uma arquitetura que vem promover a compatibilidade, dando condições de integração, entre os Poderes, Esfera Federal e a sociedade. Possibilita através do padrão a criação de ferramentas em que qualquer município possa dispor de um portal concedendo e trocando dados de forma simples e eficiente, e no futuro qualquer cidadão poderá ter acesso a toda uma cadeia de informação de forma padronizada e descomplicada. 129 APÊNDICE B: EXPERIÊNCIAS COM A TECNOLOGIA CLEREZZA O presente apêndice abordará a construção de um bundle para o Apache Clerezza. Este apêndice contém a seção B.1 que ensina o passo a passo para a construção de um bundle e a sua instalação na plataforma de desenvolvimento Apache Clerezza. B.1. Desenvolvimento com Apache Clerezza Inicialmente foi adotado o Apache Clerezza para desenvolver o protótipo, entretanto, tendo em vista que ainda está na incubadora da Apache, é natural que este não tenha uma documentação completa, com isso torna-se difícil o desenvolvimento, porém é uma ferramenta poderosa e muito rica. A Figura B.1 define a arquitetura de um serviço Web utilizando o Apache Clerezza: Figura B.7. Arquitetura de um Projeto Java utilizando o a plataforma Apache Clerezza. 130 O Apache Clerezza trabalha utilizando bundles, módulos na arquitetura OSGI. Abaixo exemplo de criação de um bundle e a inserção deste no Apache Clerezza. A Figura B.2, Figura B.3, Figura B.4, Figura B.5 demonstram como criar um projeto Maven no Eclipse: Figura B.8. Tipo de Projeto Maven. Com o plugin m2eclipse é possível integrar o Maven com a IDE Eclipse (M2ECLIPSE, 2010). 131 Figura B.9. Opção Padrão. Figura B.10. Arquétipos Maven. Os arquétipos permitem criar um novo projeto sem a necessidade de criar uma estrutura a partir do zero. Um exemplo de arquétipo é o que cria um projeto web que utiliza a implementação JSF, que é um framework para a construção de interfaces de usuário do lado servidor, chamada MyFaces (MYFACES, 2010). A Figura 4.18 apresenta a definição de grupo e artefato. 132 Figura B.11. Grupo e Artefato. O Group Id é semelhante à estrutura de pacotes do Java. Os pontos são substituídos por separadores de diretório do sistema operacional específico, que se torna uma estrutura de diretório relativa ao repositório base do Maven. O nome que o projeto é conhecido é denominado Artifact Id, e este junto com o Group Id formam uma chave de identificação deste projeto, em que define também a estrutura de diretórios do artefato no repositório base do Maven (MAVEN2, 2010). A Figura B.6 demonstra como é a estrutura do projeto Maven: Figura B.12. Estrutura do Projeto Maven. 133 Estrutura de um projeto Maven simples com uma única dependência, sendo esta do JUnit. (IBM MAVEN, 2010) A Figura B.7 apresenta o código da classe que será o serviço: Figura B.13. Classe anotada com Jersey. A especificação do OSGI Serviço Declarativo surgiu para tentar solucionar alguns problemas decorrentes da integração de um conjunto de bundles do serviço. Esse Serviço Declarativo são anotações feitas na classe que será o serviço, que são processadas e durante a compilação é automaticamente criado os arquivos de configuração necessários (NETBEANS, 2010). A Figura B.8, Figura B.9, Figura B.10, Figura B.11 apresentam o código do arquivo pom.xml do projeto Maven: 134 Figura B.14. Configuração do Projeto para bundle. O POM (Project Object Model) é uma representação XML de um projeto Maven, que possui as informações básicas do projeto, e as configurações de como o artefato final deve ser construído (MAVEN2, 2010). Figura B.15. Dependências do Projeto Maven. 135 No POM.xml é disposta as dependências, sendo assim os .jars necessários para o projeto, que o Maven irá gerenciar, fazendo o download dos jars e outros correlatos que este necessita, ou seja, as dependências transitivas (MAVEN2, 2010). Figura B.16. Repositórios Maven. Os Repositórios Maven servem para armazenar as dependências e os artefatos de vários tipos. Estes podem ser locais, que ficarão com uma cópia da própria instalação, ou seja, um cache de downloads remotos, como também podem ser remotos, que fornecem artefatos de terceiros e são acessados através de vários protocolos (REPOSITORIES MAVEN, 2010). 136 Figura B.17. Plugins Maven. No POM.xml é colocado os plugins para o Maven que serão utilizados, pois o Maven, em essência, é um framework de execução de plugins, onde estes fazem todo o trabalho (MAVEN2, 2010). A Figura B.12 demonstra como gerar o bundle: 137 Figura B.18. Geração do bundle. Uma das fases do Maven é a package, ou seja, pacote, que pega o código compilado e empacota para ser distribuído, tal como um arquivo JAR (SONATYPE, 2010). A Figura B.13 demonstra a estrutura do projeto, com o bundle gerado: Figura B.19. Bundle. 138 O Apache Felix Maven SCR Plugin, ou maven-scr-plugin, é uma ferramenta para facilitar o desenvolvimento de componentes e serviços OSGI. O plugin cria automaticamente, através de anotações, os arquivos de configuração necessários (FELIX, 2010). A Figura B.14, Figura B.15, Figura B.16, Figura B.17, Figura B.18, Figura B.19, Figura B.20 demonstram como instalar um bundle no Apache Clerezza: Figura B.20. Inicialização da Plataforma Apache Clerezza. Para iniciar o Apache Clerezza é necessário baixá-lo através do SVN, compilá-lo e iniciar a plataforma através da linha de comando. Dentro do mesmo já vem um Container Web, assim não é necessário um servidor de aplicação para iniciá-lo (IKS, 2010). 139 Figura B.21. Página Inicial do Apache Clerezza. O Apache Clerezza é uma aplicação baseada em OSGI, com isso permite a modularização, em que bundles são instalados. (APACHE CLEREZZA, 2010). Figura B.22. Autenticação na Plataforma Apache Clerezza. O projeto Apache Clerezza dispõe de formas de autenticação, entre elas está a FOAF+SSL, um protocolo que permite a construção de aplicações de redes sociais distribuídas, abertas e seguras. Outra forma é o WebID, sendo uma URI que se refere a uma 140 pessoa (agente ou robô) , assim uma identificação única colocada na web (FOAF+SSL, 2010), (WEBID, 2010). Figura B.23. Administração da Plataforma Apache Clerezza. O projeto Apache Clerezza já vem dispondo de um conjunto de bundles que entendem formatos como RDF/JSON para construir aplicações Web Semânticas e serviços Restful (JAVALOBBY, 2010). Figura B.24. Carregar bundle na Plataforma Apache Clerezza. 141 O framework OSGI é dividido em um número de camadas, são elas: Ambiente de Execução, Módulos, Gestão do ciclo de vida e, por fim, o Serviço de Registro (OSGI TECHNOLOGY, 2010). Figura B.25. Instalação do bundle. A parte de Gestão do ciclo de vida do framework OSGI é responsável por adicionar os pacotes que podem ser instalados de forma dinâmica, iniciados, parados, atualizados e desinstalados (OSGI TECHNOLOGY, 2010). Figura B.26. Ativação do bundle. 142 O Apache Clerezza pode ser usado como uma plataforma para construção de aplicações semânticas, como também, utilizada para suportar bundles dentro de um framework OSGI, que são carregados pelo próprio usuário, onde estes bundles possuem permissão para registrar seus recursos (CLEREZZA PROPOSAL, 2010).