Micobactérias Tuberculose e Hanseníase Micobactérias O gênero Mycobacterium apresenta duas bactérias de importância médica, Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae. • Apresentam-se na forma de bacilos arranjados livremente, sem flagelos. • Não possuem cápsula. • Não possuem toxinas. • Não possuem endosporo. Parede celular • Parede celular rica em lípídios de cadeias longas e ramificadas – ácido micólico • Resistente a ação lítica dos macrófagos • Resistente a vários agentes desinfectantes • Refratárias a muitos tipos de antibióticos comuns Bactérias álcool - ácido resistentes - BAAR Tuberculose A tuberculose é uma doença pulmonar grave, crônica e altamente contagiosa, causada pelo micobactérias pertencentes ao complexo Mycobacterium, como por exemplo M. bovis, M. africans e principalmente M. tuberculosis. Contato: Através da inalação de aerossóis infectados pelo bacilo da tuberculose, presente em partículas de poeira ou suspensas no ar, após serem expelidas através do espirro, tosse ou perdigotos. Entrada: As micobactérias possuem tamanho diminuto, atravessando facilmente o muco que reveste as vias aéreas e então são fagocitados pelos macrófagos alveolares. Progressão da infecção Manifestação clínica Tuberculose Primária A ativação da resposta imune elimina as micobactérias e/ou aprisiona as que não consegue matar em pequenos granulomas chamados de tubérculos. Com o tempo os tubérculos necrosam e formam um tipo de necrose caracteristica chamada de caseosa. Granuloma Sintomas: Febre alta, fadiga, mialgia, tosse seca, sudorese noturna. Manifestação clínica - TB Reativação da infecção Manifestação clínica - TB Tuberculose disseminada ou mililar Em indivíduos imunocomprometidos a infecção não consegue ser contida e há disseminação hematogênica das micobactérias. As bactérias podem colonizar qualquer órgão ou tecido e ainda causar infecção generalizada. Os órgãos mais frequentemente atingidos são o fígado, baço, rins, meninges e cérebro. Diagnóstico Clínico Anamnese Raio – X tórax Laboratorial Baciloscopia – BAAR Cultura Teste Moleculares - PCR Diagnóstico Teste de – PPD Tratamento O tratamento proposto pela OMS utiliza uma combinação de quatro drogas antituberculose conhecidas como DOTS (terapia de curta duração assistida diretamente). Usa-se Isoniazida, rifampicina, pirazinamida e estreptomicina durante 2 meses, seguido de isoniazida e rifampicina por pelo menos mais 4 meses. Hanseníase Doença de Hansen ou Lepra, é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Mycobacterium leprae. Esta bactéria é a única capaz de invadir o sistema nervoso periférico. Estima-se atualmente que exista cerca de 10 - 12 milhões de pessoas infectadas no mundo, estando concentradas principalmente nas regiões tropicais e subtropicais Contato: A transmissão ocorre pelo contato direto prolongado com indivíduos infectados. Acredita-se que a forma mais importante de infecção seja a inalação de aerossóis ou através do contato da pele com as secreções nasais dos indivíduos infectados não tratados. Entrada e disseminação: Na minoria dos indivíduos em que a doença é estabelecida ocorre a propagação dos bacilos do TRS para os nervos periféricos e pele via hematogênica. Na superfície cutânea e nos nervos periféricos os bacilos são fagocitados pelas células de Schwann e macrófagos, onde estabelecem a infecção se multiplicando. Hanseníase Manifestação clínica Hanseníase Indeterminada Contato Negativo (M. leprae - ) Contato positivo (M. leprae + ) Fase indeterminada HT HL Borderline ( BT ) ( BB ) ( BL ) Hanseníase Tuberculoide Resposta imune eficiente forma um granuloma em torna dos macrófagos e das células de Schwann parasitadas para conter a disseminação e a multiplicação das micobactérias. Essa intensa RI lesa as terminações nervosas. As lesões apresentam formas irregulares com margens endurecidas, elevadas e hiperpigmentadas, com centros mais pálidos. Hanseníase Lepromatosa ou Virchowiana Resposta imune humoral é ineficiente para controlar a multiplicação das micobactérias e sua disseminação. As lesões são difusas e extensas por toda a superfície cutânea. Quando as lesões da fase se unem há alteração da fisionomia e a face é chamada de leonina. Hanseníase Lepromatosa ou Virchowiana Hanseníase Lepromatosa ou Virchowiana Complicações oculares Hanseníase Lepromatosa ou Virchowiana Deformidades Diagnóstico Clínico Anamnese Exame físico Laboratorial Baciloscopia – BAAR Teste cutâneo com lepronina Teste Moleculares - PCR Tratamento Paucibacilar – 6 meses Multibacilar – 2 anos Utiliza-se múltiplas drogas (MDT) ou poliquioterapia, (Dapsona(DDS), Rifampicina (RPM), Clofazimina (CLF)). Lesões reacionais Durante o tratamento ou após o tratamento pode haver complicações chamadas de episódios reacionais, devido a RI. Tipo 1 ou reação adversa: Eritrema e edema nas lesões e espessamento dos nervos, com dor a palpação. Tipo 2 ou eritrema nodosa: nódulos eritremadosos e dolorosos por todo o corpo. Tipo 1