CONCEPÇÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA DO USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS PARA PRODUÇÃO TEXTUAL MARTINS, Nathalia - UEL [email protected] MORAES, Dirce Aparecida Foletto de - UEL [email protected] Agência Financiadora: UEL/OBEDUC-CAPES Eixo Temático: Aprendizagem e Desenvolvimento Humano em Contextos Educacionais Resumo: Este estudo apresenta dados do Projeto de Extensão Novos Talentos – Subprojeto 2 da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e tem o intuito de apresentar a experiência com o uso das tecnologias digitais na produção textual realizada durante as aulas de Língua Portuguesa em uma turma de sexto ano de um colégio estadual situado na zona norte do munícipio de Londrina - PR, a fim de incentivar o uso adequado da língua materna em suas modalidades escrita e oral e propiciar a reflexão crítica sobre o que leem e escrevem. Para o desenvolvimento deste, optou-se por utilizar pressupostos da abordagem qualitativa, na modalidade de intervenção. Os procedimentos investigativos utilizados foram: pesquisa bibliográfica e de campo que consistiram em questionário, observação e entrevista. Destarte, as reflexões são tecidas em torno do desenvolvimento desta experiência, na qual, por meio da analise dos dados pode-se certificar que as tecnologias digitais são um excelente meio que auxiliam na identificação das fragilidades da aprendizagem do aluno, na busca por superação desses obstáculos e na apropriação do conhecimento. Palavras-chave: Tecnologias Digitais. Prática Pedagógica. Novos Talentos Introdução O presente texto é fruto do Projeto de Extensão Novos Talentos – Subprojeto 2 - da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o qual surgiu na tentativa de responder aos problemas referentes à produção textual dos alunos de quinto a nono ano. Desta maneira, percebeu-se a necessidade em unir universidade e a educação básica com o propósito de que a universidade não fique apenas no âmbito da pesquisa teórica, mas que realmente atenda as necessidades pedagógicas da escola, além também do contato direto com “a cultura e o cotidiano escolar na qual trazem uma gama de possibilidades investigativas” (ALVES, 2003 p. 62). 57 Nesta perspectiva, a busca pela utilização das tecnologias digitais como possiblidade de oferecer aportes positivos à aprendizagem considerando para tal ação, que a escola é o espaço para disseminação do conhecimento historicamente produzido. Isto posto, vislumbrou-se instigar novos talentos, advindos da educação básica, em específico, alunos do sexto ano. Ressalta-se assim, a ideia de [...] circularidade que indica essa circulação entre as duas fontes produtoras de saber (escola e universidade), cada uma enriquecendo a seu modo a construção do conhecimento. (LÜDKE, 2005, p.14). Assim, o presente trabalho consiste em um relato de experiência referente ao uso das tecnologias digitais para produção textual na disciplina de Língua Portuguesa vivenciado por uma professora do ensino regular e uma turma do 6º ano do Ensino Fundamental II. Em específico a concepção da regente e dos alunos sobre o uso das tecnologias digitais para produção textual. Referencial Teórico A sociedade vem passando por inúmeras alterações e dentre estas a revolução tecnológica, condicionada ao sistema capitalista que se reestruturou em meados da década de 80, século XX, a qual consequentemente vem implicar em modificações, que, "[...] remodelam a base material da sociedade em ritmo acelerado" (CASTELLS, 2000, p. 21), transcendendo estas transformações para o contexto escolar. Desta maneira, percebe-se a necessidade de problematizar tais aspectos, levando em consideração que os alunos advêm da Sociedade da Informação e vivem neste contexto permeado pelas tecnologias digitais. Simultaneamente, a este processo encontra-se o papel docente, o qual vem se exigindo novas formas de direcionar o exercício, pois, é necessária uma função além de um transmissor de conhecimentos, é preciso uma atuação da figura de mediador, instigador na sala de aula para que possibilite o desenvolvimento das qualidades máximas dos educandos. A educação escolar disputa atualmente a atenção dos alunos com outros espaços sociais mais atraentes e dinâmicos e é nesse momento que o 58 papel do professor deve ser repensado para “[...] desenvolver alternativas metodológicas que permitam a construção do conhecimento e o desenvolvimento da autonomia do aprendiz” (ALTOÉ, 2003, p. 438). Neste sentido, ressaltam-se os apontamentos que a LDB (9394/96) apresenta referentes à necessidade e importância do compromisso do professor com a formação do cidadão (aluno) crítico, consciente e participativo. Assim, para o sujeito ter capacidade de domínio de sua própria conduta é preciso o “desenvolvimento das funções psicológicas elementares às superiores, caminho este que deve ser percorrido via mediação do outro, no caso o professor”. (VIGOSTSKI 2007). Ao propor o uso das tecnologias digitais vislumbra-se uma prática pedagógica embasada na teoria que transcenda a prática, a qual se pretende sanar o distanciamento entre o processo educacional e a dinâmica da sociedade contemporânea, em específico, um possível recurso para mobilizar ações visando um aluno ativo em sala de aula, autônomo, instigando a consciência crítica no uso da linguagem e da formação enquanto ser participativo, mas também por que as tecnologias digitais se apresentam como uma possibilidade de propor diferentes formas de ensinar e de aprender. Materiais e Métodos: Na tentativa de responder as inquietações no que tange a temática, o método histórico-dialético foi o escolhido para embasar o estudo. Neste método: [...] o conhecimento é totalizante e a atividade humana, em geral, é um processo de totalização, que nunca alcança uma etapa definitiva e acabada. [...] Qualquer objeto que o homem possa perceber ou criar é parte de um todo. Em cada ação empreendida, o ser humano se defronta, inevitavelmente, com problemas interligados. Por isso, para encaminhar uma solução para os problemas, o ser humano precisa ter “uma certa” visão de conjunto deles: é a partir da visão do conjunto que a gente pode avaliar a dimensão de cada elemento do quadro. Se não enxergarmos o todo, podemos atribuir um valor exagerado a uma verdade limitada (transformando-a em mentira), prejudicando a nossa compreensão de uma verdade mais geral. (KONDER, 2008, p.35) 59 A escolha do método referido aconteceu por conta do mesmo colaborar com a pesquisa, por compreender o homem enquanto sujeito real e que vive numa realidade material, produz sua historicidade a partir das condições materiais que lhe são dadas pela natureza, pelas suas necessidades e pelas novas relações que estabelece com o mundo e com os outros homens. Neste sentido, o trabalho foi caracterizado por pressupostos da abordagem qualitativa a qual permite uma compreensão mais ampla e clara sobre o objeto de investigação, pois o “termo qualitativo implica uma partilha densa com pessoas, fatos e locais que constituem objetos de pesquisa, para extrair deste convívio os significados visíveis e latentes que somente são perceptíveis a uma atenção sensível” (CHIZZOTTI, 2006, p. 28). Vários procedimentos foram colocados em prática a fim de tornar possível o levantamento de dados necessários para a concretização da pesquisa, dentre estes a pesquisa bibliográfica, pois, refere-se à necessidade do pesquisador estar amparado “[...] numa fundamentação teórica geral, o que significa revisão aprofundada da literatura em torno do tópico em foco” (TRIVINOS, 1990, p.131). Nesta pesquisa utilizou-se também a observação participante, a qual: [...] é uma das técnicas muito utilizadas pelos pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa e consiste na inserção do pesquisador no interior do grupo observado, tornando-se parte dele, interagindo por longos períodos com os sujeitos, buscando partilhar o seu cotidiano para sentir o que significa estar naquela situação. (MALINOWSKI, 1975, p. 18). Assim, a observação participante ocorreu durante as aulas de Língua Portuguesa, com o objetivo de acompanhar, descrever e analisar a prática pedagógica da regente, possibilitando “colocar em relevo a existência, de alguns traços específicos do fenômeno que se estuda buscando a verificação de hipóteses” (TRIVIÑOS, 1990, p.153). Com o objetivo de identificar a concepção dos alunos sobre o uso das tecnologias digitais para produção textual, foi proposto que os mesmos respondessem a um questionário, constituído por cinco questões. A escolha pela utilização deste se deu por ser um instrumento composto por questões: claras, concisas e bem estruturadas, a serem respondidas sem a presença do pesquisador para que este não exerça influência sobre os respondentes 60 (LAVILLE; DIONE, 1999). O questionário foi aplicado após algumas intervenções. A entrevista semiestruturada também foi utilizada como enriquecimento da pesquisa a fim de complementar o estudo e compreender a concepção da docente regente referente às intervenções. A opção por este procedimento se deu porque além de valorizar a presença do pesquisador “[...] oferece todas as perspectivas possíveis para que o informante alcance a liberdade e a espontaneidade necessárias, enriquecendo a investigação.” (TRIVIÑOS, 1990, p. 146). A experiência com o uso das tecnologias digitais para produção textual aconteceu em uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental II, na disciplina de Língua Portuguesa do período vespertino, na qual é composta por 20 estudantes. O trabalho foi realizado no 4º bimestre, do ano de 2014 durante 8 horas-aula. O conteúdo trabalho foi gêneros textuais, o qual era foco do plano de trabalho docente da professora regente. Para efetivar tais objetivações o trabalho consistiu em algumas etapas, sendo que a primeira consistiu na reflexão, por meio do projeto de extensão “Novos Talentos” que acontece quinzenalmente às terças-feiras no Laboratório do Centro de Educação Comunicação e Artes (CECA) e no Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE). E por meio dos encontros, nos quais foram trabalhados aspectos referentes à presença das tecnologias digitais na sociedade contemporânea e a produção de texto e discursos na várias mídias, foram realizadas reflexões teóricas acerca dos conceitos de tecnologia e seus significados, além da relação da tecnologia e o processo de ensino e aprendizagem, sua importância e a produção textual. Assim, surge a inquietação e a necessidade de intervir na educação básica, isto é, a segunda etapa em um colégio estadual, o qual, a pedagoga da referida instituição participa do projeto de extensão “Novos Talentos” solicitou tal intervenção que se constituiu junto à professora regente da disciplina de Língua Portuguesa do sexto ano por meio da necessidade de estabelecer relações entre teoria e prática. Posteriormente a professora foi desafiada a experimentar, em sua prática, um pouco do que vivenciou com as reflexões, por meio da elaboração 61 de uma prática pedagógica, que relacione a tecnologia digital e a produção textual. Assim, as atividades realizadas consistiram na elaboração de um e-mail para produção de uma carta no Google doccs sendo como destinatário o diretor geral e os dois auxiliares, o gênero textual foi selecionado por estar presente no plano de trabalho da docente, além do convívio social dos alunos com o mesmo. Cabe mencionar que preservamos a identidade dos participantes da pesquisa. Utilizamos código para nomeá-los, sendo que a letra “P” se refere a “professora” e a letra “A” a “aluno”. Resultados e Discussões: Ao analisar os dados coletados, constatou-se que o trabalho com as tecnologias digitais é algo diferente, que não faz parte da prática pedagógica que a professora utiliza regularmente. Neste sentido, inicialmente a professora sentiu-se insegura, mas arriscou-se nesta nova proposta. Assim, após a experiência a docente afirma que: Fiquei um pouco apreensiva no início! Afinal eu nunca tinha trabalhado com algo assim. Mas, logo no primeiro dia percebi o retorno, a forma que eles fizeram que eles responderam com o trabalho foi uma forma diferente e eles também gostaram, eles participaram durante a aula. (P) Por meio da afirmação da docente pode-se perceber que a professora sente-se receosa de despir-se de suas crenças já consolidadas e aventurar-se em novas crenças. No entanto quando isso ocorre e o professor sente-se satisfeito e percebe que a nova crença dá certo, ele altera sua prática, pois percebe que a metodologia diferenciada propiciou a interação dos estudantes com o conteúdo trabalhado e por meio deste a apropriação do conteúdo trabalhado. Com o objetivo de saber como a professora se enxergava durante a proposta realizada, foi perguntado: “Qual é o papel do professor com o uso das tecnologias digitais?” A resposta foi: Antes acreditava que seria difícil trabalhar assim, mas hoje vejo que o professor, continua sendo a mediação do aluno, não 62 perde seu papel, ele vai dar o norte para o aluno, o professor tem estar presente para haver interação e o aluno se desenvolver (P). Ao analisar a fala acima, percebe-se que a prática pedagógica com o uso das tecnologias digitais só é possível de se tornar realidade com a implantação de um novo fazer docente, no sentido de reorganizar, perceber e conceber a prática pedagógica. O professor não pode exercer apenas a tarefa de transmitir conhecimentos mecanicamente, é necessário mediação, assim Vigotski (1998) ressalta a importância da atuação docente no processo de aprendizagem, evidenciada pela orientação atribuída por esse profissional a uma atividade escolar. Nesse sentido, recorre que “o potencial da mediação, é o que possibilita o desenvolvimento das funções mentais superiores e da aprendizagem a partir da interação entre professor e aluno”. (p. 39). Nesta perspectiva, é imprescindível que o professor, também tenha claro que as tecnologias digitais não devem assumir o seu papel, mas sim serem agentes mediadores na interação entre aluno e conhecimento. Desse modo, é necessário salientar que o trabalho com os recursos tecnológicos por parte do professor torna-se além de importante, necessário, visto que o docente deve sempre se atualizar e propiciar o ápice do conhecimento elaborado sistematicamente. Pois, em suma maioria as tecnologias digitais são trabalhadas em sala de aula apenas como meios de descontração dos discentes ou ao utiliza-las permanecem no senso comum, na fragmentação do conteúdo. Para tanto, a inquietação relacionada à intervenção é exatamente neste sentido, para que o uso das tecnologias digitais possibilitem uma prática pedagógica consciente, propiciando um trabalho coerente e emancipatório. Com o contexto, analisamos também as respostas do questionário dos alunos as quais ao questionar qual a opinião sobre as intervenções com as tecnologias digitais os alunos afirmaram: Eu acho muito importante, porque a gente aprende coisas que vamos usar depois e estou aprendendo melhor agora, faz mais sentido, entende?! Porque uma coisa puxa a outra, tá bem legal (A 3). 63 Eu acho muito interessante Língua Portuguesa, mas é difícil! Mas eu sei que é importante e a gente aprende mais sobre várias coisas e agora com essas coisas diferentes estou entendendo melhor. (A 7). Eu acho muito “da hora” as aulas assim, porque fica mais fácil entender, e outra a aula fica mais legal, dá mais vontade de estudar, de aprender (A 12). Destarte, com as afirmações apresentadas pelos alunos do sexto ano, questionamos a docente: “Você percebeu mudanças relacionadas ao desenvolvimento dos alunos?”. Com certeza! Durante as aulas no laboratório os alunos ficam ainda mais participativos, além da democracia ao elegerem algo, ou discutirem sobre algum assunto, percebi também que a produção de texto deles está bem melhor, principalmente referente à organização e a fundamentação das ideias. Estou bem surpresa! Sendo assim, ao relacionarmos a resposta dos alunos referente ao questionário e a afirmação da professora por meio da entrevista semiestruturada percebe-se que a intervenção na turma do sexto ano se desenvolveu como atividade, na qual, propiciou um processo de transformação da realidade, que subentende um mecanismo de mediação, porque essa transformação só pode ser feita com a ajuda de ferramentas e de meios que conduzam ao desenvolvimento e à construção da consciência. Dessa forma compreende-se que o uso das tecnologias digitais para a produção textual consolidou-se por meio da Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), isto é: [...] a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (VIGOTSKI, 1998, p.112). Desta maneira, a presença das tecnologias digitais nas aulas de Língua portuguesa auxiliou os atores no plano pedagógico a compreenderem a realidade e pensarem em alternativas concretas para a superação dos 64 obstáculos encontrados no caminho, possibilitando ao estudante apropriação do conteúdo e ao professor o repensar da sua prática. Destarte, questionou a professora regente sobre a influência de ter participado, deste processo de intervenção, junto ao projeto de extensão “Novos Talentos” com o propósito de constatar a eficácia sobre o uso das tecnologias digitais na produção textual relacionado à reflexão sobre a prática, isto posto, a docente relatou que: Quanto a minha prática percebi que posso modificar várias coisas e que eu já poderia estar usando as tecnologias digitais antes, pois, com este trabalho os alunos demonstraram apropriação e consciência ao realizar as atividades, eles demonstraram muita facilidade na resposta sobre o conteúdo. Então vou aderir às tecnologias digitais na produção textual, porque posso acompanhar o desenvolvimento da escrita dos alunos, isso é muito bom! (P) Este processo de reflexão assume um papel muito importante, na qual transcendeu também para a concepção dos alunos como podemos analisar ao responderem se “As aulas da disciplina de Língua Portuguesa são diferentes das demais? Por quê?”. Sim, porque a gente faz coisas que os outros professores não fazem, a gente debate, a gente escreve em conjunto, discute sobre o que estamos fazendo. (A) Sim, porque são mais legais as atividades são mais interessantes e é de um jeito que estou conseguindo entender o conteúdo, assim estou aprendendo várias coisas que não sabia antes. (A) Com certeza, nas aulas de Português fazemos várias coisas diferentes das demais aulas como: e-mail, carta, pesquisa e isso ajuda a compreender o conteúdo. (A). Sim, são muito diferentes, porque nas outras aulas só escrevemos e quase não entendo nada! Mas na de Português com essas coisa que estão tendo agora está muito bom! Eu já gostava mas agora eu amo e entendo! (A) Assim, percebe-se que os próprios discentes analisaram criticamente as modificações que ocorreram na prática pedagógica e por meio desta, compreenderam o como isto influenciou na apropriação do conteúdo apresentado. Para tanto, ressalta-se que é visível o processo de que “[...] para realizar essa função de forma transformadora é necessário possuir competência pedagógica, dominar os processos internos ao trabalho 65 pedagógico”. (SAVIANI, 2011, p. 62). Considerações Finais: Com a análise da concepção docente e discente constata-se que a experiência com o uso das tecnologias digitais para produção textual, as concepções identificadas, pois permitiu que a professora regente vivenciasse e compreendesse que é possível e de extrema relevância utilizar um recurso que permita alterações nas práticas pedagógicas. Isto posto, percebe-se, que o repensar sobre a prática pedagógica e estabelecer um elo entre a teoria e a prática em sala de aula e por meio deste, compreender o uso das tecnologias digitais enquanto instrumento mediador revela a necessidade de sua utilização no contexto escolar, devido ao tempo histórico contemporâneo, no qual as relações sociais são permeadas pelo uso dessas tecnologias. Entretanto, para tal uso é necessário à reflexão sobre este, isto é, sobre o lugar que a tecnologia digital assume no processo, distanciando-se, assim, de uma visão que prioriza o uso da tecnologia como fim, como centro da mediação pedagógica, pois esta deve ser agente mediador para que propicie aportes positivos para o desenvolvimento do aluno. Neste sentido, exprime-se que os conhecimentos adquiridos por meio do projeto de extensão “Novos Talentos”, serviram de notáveis aportes à prática pedagógica, pois auxiliaram na reflexão sobre a atuação e a partir desta a problematização e a execução de uma nova prática na qual, o professor consegue planejar estratégias que instiguem o aluno, assim como a experiência com o uso das tecnologias digitais, o qual propiciou uma vivência pedagógica consciente para a professora e aos alunos que puderam ter uma nova vivência referente à aprendizagem. 66 Referências: AGUIAR. K. F. e ROCHA, M. L.Ligações Perigosas e Alianças Insurgentes. Subjetividades e Movimentos Urbanos. Tese de doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2003. ALVES, N. G. Cultura e Cotidiano escolar. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, 2003. ALTOÉ, Anair. Formação de professores para o uso do computador em sala de aula. Teoria e prática da educação. 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