Em parceria com: PROJETO TRAJETÓRIAS PELOS CUIDADOS DE SAÚDE MENTAL A - Designação do estudo TRAJETÓRIAS PELOS CUIDADOS DE SAÚDE MENTAL (TCSM) B - Equipa do Projeto Coordenadores: Doutora Filipa Palha Presidente da Direção da ENCONTRAR+SE Docente da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa 91 906 01 65 | [email protected] Professor Doutor António Pacheco Palha Professor Catedrático Jubilado da FMUP Representante da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e saúde mental C - Calendarização prevista Data prevista de início do projeto: 02/01/2013 Data prevista de conclusão do projeto: 31 /12/2014 D - Descrição do estudo O presente estudo procura contribuir para a definição de um modelo de referenciação, articulação e prestação de cuidados de saúde mental (CSM) com vista à satisfação de utentes, cuidadores e técnicos de saúde mental, partindo: (1) do levantamento da situação atualizada em termos da desinstitucionalização psiquiátrica realizada até ao momento; (2) do estudo das trajetórias de utilização dos serviços de saúde mental de um grupo de utentes, seus cuidadores e técnicos de saúde mental; (3) da avaliação da perceção da sua satisfação face aos serviços de prestação de CSM (SPCSM). E - Fundamentação do estudo Conforme se pode ler no documento “Reatualização do Plano Nacional de Saúde Mental”, publicado em Março do corrente ano, “temos em Portugal uma das mais elevadas prevalências de doenças mentais da Europa; uma percentagem importante das pessoas com doenças mentais graves permanecem sem acesso a cuidados de saúde mental, e muitos dos que têm acesso a cuidados de saúde mental continuam a não 2 beneficiar dos modelos de intervenção (programas de tratamento e reabilitação psicossocial) hoje considerados essenciais” (DGS, 30 Março de 2012, p. 3). A falta de tratamento adequado é, sem dúvida, um fator que contribui para o aumento das taxas de morbilidade psiquiátrica e, consequentemente, do peso que estas doenças acarretam para os indivíduos e para a sociedade em geral. De forma inversa, o tratamento ótimo, baseado na evidência e com grande equilíbrio entre as vertentes farmacológica e psicossocial, conduz a importantes ganhos de saúde, em termos pessoais, sociais e económicos. Do exposto, torna-se fundamental explorar as trajetórias de utilização dos serviços, partindo da experiência dos utentes ao nível da representação de acessibilidade, equidade, qualidade e satisfação, identificando-se obstáculos, bem como fatores facilitadores de acesso aos mesmos. Através do presente estudo poder-se-á obter indicadores fundamentais com vista a uma maior e melhor utilização dos recursos existentes e, assim, contribuir para a maximização do acesso adequado da população aos serviços de prestação de cuidados de saúde mental. Por outro lado, o processo de desinstitucionalização iniciado em Portugal em 2009 já resultou numa diminuição de 40% do número de doentes institucionalizados em hospitais psiquiátricos (DGS, 30 Março de 2012, p. 3). Conforme se pode ler no Relatório da Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental, o processo de desinstitucionalização partia da constatação de que “as instituições psiquiátricas tradicionais não podem assegurar a prestação do conjunto de programas integrados hoje considerados essenciais para o tratamento das perturbações psiquiátricas, especialmente os que promovem a reabilitação e a reintegração social dos doentes”; e que, “a sua separação do sistema geral de saúde e o seu afastamento dos locais de residência das pessoas assistidas reforçam os estereótipos negativos associados aos tratamentos psiquiátricos e acentuam a exclusão e discriminação das pessoas com problemas de saúde mental” (Relatório da Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental, 2007, p. 25). Desta forma, e uma vez que as notícias sobre este processo que têm vindo a ser publicadas nos órgãos de comunicação social são tão dispares na forma como percecionam a qualidade da sua implementação, torna-se fundamental uma séria avaliação do mesmo. Embora faça parte das ações propostas no documento de “Reatualização do Plano Nacional de Saúde Mental”, a “Avaliação de resultado da transição dos utentes do Hospital Miguel Bombarda para a estrutura residencial comunitária, após 1 ano”, bem como dar início ao projeto de “Avaliação da Qualidade e dos Direitos Humanos em Saúde Mental”, julgamos ser importante a possibilidade de fazer um estudo mais abrangente sobre este processo, incluindo as desinstitucionalizações já ocorridas nos hospitais do Porto e de Coimbra. 3 Procurar-se-á caracterizar o enquadramento legal e protocolos específicos que estão na base do processo de cada transição e estudar a perceção que os doentes, cuidadores e técnicos de saúde mental diretamente envolvidos têm sobre as mudanças ocorridas. F - Objetivos do estudo Este projeto tem como objetivo geral contribuir para a definição de um modelo de referenciação, articulação e prestação de Cuidados de Saúde Mental - serviços de saúde mental e restantes valências comunitárias (ex. IPSS, centros de saúde) - no sentido de compreender, facilitar e promover um maior acesso da população a cuidados desta natureza. Por sua vez, constituem-se como objetivos específicos do projeto: 1. Caracterizar o processo de desinstitucionalização ao nível do enquadramento legal de cada hospital desativado; realocação dos doentes e perceção da mudança por parte de doentes, cuidadores e técnicos de saúde; 2. Compreender as trajetórias de um grupo de utentes pelos diferentes serviços prestadores de cuidados de saúde mental, bem como a sua perceção de satisfação com os mesmos; 3. Identificar fatores facilitadores no acesso a SPCSM; 4. Identificar obstáculos no acesso a SPCSM; 5. Identificar fatores que contribuem para a satisfação de utentes, cuidadores e técnicos face aos CSM prestados; 6. Identificar necessidades de cuidados de saúde mental não satisfeitas; 7. Desenvolver um modelo de referenciação, articulação e prestação de SPCSM. G - Metodologia do projeto Tendo em conta os objetivos inerentes ao projeto, a sua concretização envolve a realização de dois estudos, o Estudo 1 - Processo de desinstitucionalização e estudo da perceção de satisfação de doentes, cuidadores e técnicos de saúde mental; e o Estudo 2 – Trajetórias de utentes pelos serviços de saúde mental e sua perceção face às mesmas. Seguidamente apresenta-se uma breve descrição de ambos os estudos. ESTUDO 1 | Processo de desinstitucionalização e estudo da perceção de satisfação de doentes, cuidadores e técnicos de saúde mental Inicialmente, o Estudo 1 consistirá na realização do levantamento da situação atual do processo de desinstitucionalização psiquiátrica junto das instituições envolvidas. Posteriormente, após a análise documental do processo de desinstitucionalização, no sentido de obter uma perceção o mais abrangente 4 possível, decorrerá a fase de recolha de informação sobre as perceções de diferentes intervenientes no processo de desinstitucionalização - utentes, cuidadores e técnicos de saúde mental - face à mudança. Neste sentido, o Estudo 1 tem como objetivos específicos: 1. Realizar o levantamento de informações gerais e específicas sobre o processo de desinstitucionalização psiquiátrica; bem como 2. Avaliar a perceção da satisfação de utentes, cuidadores e técnicos de saúde mental face ao processo de desinstitucionalização psiquiátrica. No sentido de atingir tais objetivos, os procedimentos inerentes ao Estudo 1 consistirão na/ no: (1) Solicitação de autorização ao Ministério da Saúde para aceder à informação relativa ao processo de transferência dos utentes dos hospitais psiquiátricos para as diferentes instituições (através de contactos presenciais na ARS Norte – Administração Regional de Saúde do Norte, I.P., à ARS Centro – Administração Regional de Saúde do Centro, I.P., bem como à ARS Sul – Administração Regional de Saúde do Sul, I.P.); (2) Apresentação do pedido de autorização à Comissão de ética/ direção das instituições nas quais os utentes foram integrados para realização do estudo sobre a perceção da satisfação dos doentes, cuidadores e técnicos de saúde mental face à transferência; (3) Realização da análise documental no sentido de contextualizar o processo de desinstitucionalização dos hospitais desativados – Hospital Miguel Bombarda, Centro psiquiátrico de recuperação de Arnes e Hospital do Lorvão; (4) Preenchimento da “Ficha de recolha de dados - Estudo 1” (Cf. Anexo 1) para cada um dos processos de transferência de doentes realizado; (5) Avaliação da perceção de satisfação de 140 (amostra constituída por 20% 1 dos) utentes transferidos dos hospitais psiquiátricos encerrados para outras instituições face à transferência; (6) Avaliação da perceção de satisfação de 140 cuidadores (um por utente, pelo menos) face à transferência dos seus familiares; (7) Avaliação da perceção de satisfação de 110 (amostra constituída por 10%2 dos) técnicos de saúde mental – médicos psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, técnicos de serviço social e terapeutas ocupacionais - envolvidos no processo de encerramento dos hospitais psiquiátricos face à transferência dos utentes. 1 Considerando os dados que constam do documento “Reatualização do Plano Nacional de Saúde Mental” (PNSM, 2012), até ao momento, terão sido desinstitucionalizados 698 doentes. 2 De acordo com os dados que constam do Relatório/ Plano de Ação para a Reestruturação e Desenvolvimento dos Serviços de Saúde Mental em Portugal 2007-2016, em 2007, os recursos humanos de hospitais psiquiátricos envolviam 221 médicos psiquiatras, 642 enfermeiros, 85 psicólogos, 52 técnicos de serviço social e, ainda, 31 terapeutas ocupacionais (total de 1031 técnicos de saúde mental). 5 Tendo em conta a consulta bibliográfica realizada, esta fase da recolha de dados será operacionalizada através do preenchimento de um protocolo de investigação composto por: Um questionário sociodemográfico com informações sobre o utente (idade, género, habilitações literárias, nível socioeconómico, situação profissional, diagnóstico(s), história do percurso pelos cuidados de saúde mental – número total de internamentos, data do(s) internamento(s), tipo de internamento(s), tempo do(s) internamento(s), local(ais) do(s) internamento(s), tipo de serviço(s)/ intervenções disponibilizadas); o cuidador (idade, género, habilitações literárias, nível socioeconómico, história do percurso do familiar pelos cuidados de saúde mental – data do(s) internamento(s), tipo de internamento(s), tempo do(s) internamento(s), local(ais) do(s) internamento(s), tipo de serviço(s)/ intervenções disponibilizadas); ou técnico de saúde mental (idade, género, área de formação, contextos em que exerceu funções como técnico de saúde mental, anos de experiência, habilitações literárias, nível socioeconómico); Um questionário de avaliação da perceção face ao processo de desinstitucionalização. O questionário (em desenvolvimento) integra indicadores de avaliação da qualidade dos serviços de saúde mental preconizados por investigadores – e.g. Donabedian (1980), Barelds e colaboradores (Barelds, Van de Goor, Van Heck & Schols, 2010) – e instituições de relevo – e.g. OCDE (2004) e Conselho Nacional de Saúde Mental (2005) - os quais têm desenvolvido um trabalho relevante no desenvolvimento de metodologias de avaliação, bem como na seleção de sistemas de indicadores específicos para a área da saúde mental. A seleção dos dados a recolher baseou-se nos numa síntese dos dados da literatura sobre os principais indicadores a considerar neste tipo de estudo e que se encontram sintetizados nas tabelas que seguem: Tabela 1. Indicadores de qualidade de acordo com a Donabedian (1980). Indicadores de qualidade de acordo com o modelo de Donabedian (1980) [informação consultada em CNSM (2005)] Estrutura Características de: Processo Processos Técnicos: Resultados Sintomas: Instituições Prevenção Funcionamento Prestadores cuidados Deteção Qualidade de Vida 6 Comunidades Acesso Satisfação Consumidores Avaliação Custo/Eficiência Doenças Tratamento Financiamento i) Escolha ii) Intensidade iii) Duração iv) Dosagem Coordenação Continuidade Segurança Processos interpessoais Custo/Eficiência Tabela 2. Indicadores de qualidade de acordo com a OCDE (2004) Áreas Indicadores de qualidade Continuidade de cuidados Tempo de espera pelo follow-up após hospitalização; Continuidade das consultas depois da hospitalização para situações mistas de perturbação. (psiquiátrica e abuso de substâncias); Disparidades raciais/ étnicas nas taxas de follow-up; Continuidade das consultas após hospitalização. Coordenação de cuidados Gestão dos casos de perturbações psiquiátricas graves. Tratamento Visitas durante a fase aguda da depressão; Readmissões hospitalares; Duração do tratamento em indivíduos com dependência de substâncias; Uso de antidepressivos anti-colinérgicos nos idosos; Medicação antidepressiva contínua na fase aguda; Medicação antidepressiva contínua na fase de seguimento. Resultados nos pacientes Mortalidade nos indivíduos com perturbações psiquiátricas graves. Tabela 3. Indicadores de qualidade de acordo com a revisão realizada por Barelds e colaboradores (2009) Áreas Acessibilidade Indicadores de qualidade aos cuidados e Possibilidade de aceder aos cuidados e serviços necessários existentes no serviços sistema de saúde em geral e a técnicos especificamente. Disponibilidade de cuidados e Possibilidade de realmente receber os cuidados e serviços que dão resposta ao serviços pedido de ajuda. 7 Flexibilidade de cuidados e Possibilidade de ajustar as trajetórias individuais às novas necessidades e serviços circunstâncias. Articulação entre as transições Grau de articulação das diferentes fases e cuidados de forma a que as suas (e.g. referenciação) trajetórias sejam integradas. Continuidade relacional ou A relação duradoura entre o utente e um ou mais prestadores de cuidados. interpessoal Continuidade da informação A transferência de informação sobre o utente entre os diferentes serviços e entre o utente e o prestador de cuidados. Continuidade longitudinal Acompanhamento sustentado ao longo do tempo entre as transições resultantes da necessidade. Continuidade transversal Cooperação entre os prestadores de cuidados e entre prestador de cuidados e o utente. Continuidade de objetivos Alinhamento da oferta de cuidados com a procura de cuidados. ESTUDO 2 | Estudo das trajetórias de utentes de serviços de prestação de cuidados de saúde mental e sua satisfação face aos mesmos. O Estudo 2 tem como objetivo central o levantamento e compreensão das trajetórias de utentes de SPCSM, bem como das suas perceções de satisfação face aos mesmos. Para tal, o Estudo 2 envolverá, numa primeira fase, uma metodologia qualitativa – realização de focus-groups e, numa segunda fase, a construção e estudo-piloto do instrumento de recolha de dados. Por fim, decorrerá a recolha de dados junto do grupo de utentes. Neste sentido, o Estudo 2 apresenta como objetivos específicos: 3. A compreensão das trajetórias e perceções de utentes, integrados em diferentes SPCSM, face aos mesmos; 4. A construção de um instrumento de recolha de dados que permita aceder às trajetórias e perceções dos utentes face aos SPCSM; 5. A realização de um estudo-piloto para teste do instrumento de recolha de dados; bem como 6. A avaliação das trajetórias de um grupo de utentes face aos SPCSM e da sua satisfação face aos mesmos. No intuito de atingir tais objetivos, os procedimentos inerentes ao Estudo 2 consistirão na: 8 1. Apresentação do pedido de autorização à Comissão de ética/direção das instituições nas quais os utentes se encontram integrados para realização dos focus-groups; 2. Realização de dois focus-groups, com um total de 10 utentes, para compreensão das trajetórias e perceções de utentes, integrados em diferentes SPCSM; 3. Análise da informação recolhida durante os focus-groups, seguindo uma metodologia qualitativa; 4. Construção do instrumento de recolha de dados para avaliação das trajetórias e perceções de utentes face a SPCSM, partindo dos resultados obtidos no âmbito dos focus-groups, bem como da revisão bibliográfica realizada; 5. Realização do estudo-piloto para teste do instrumento de recolha de dados, mediante colaboração de 5 dos utentes que participaram nos focus-groups; 6. Identificação das instituições para recolha de dados, seguida: (i) da apresentação do projeto em instituições públicas e privadas de PSCSM de todo o país, bem como (2) da realização de uma reunião presencial para definição de procedimentos junto das instituições parceiras; 7. Recolha de dados no sentido de avaliar as trajetórias de um grupo de utentes pelos SPCSM e sua satisfação face aos mesmos; 8. Análise quantitativa dos dados recolhidos; 9. Elaboração de um relatório final e estruturação de um modelo de referenciação, articulação e prestação de CSM; 9 H – Consultoria e parceria de investigação O presente estudo conta com a consultoria da Professora Vânia Sousa Lima e Professor Pedro Dias e a parceria científica do Centro de Estudos em Desenvolvimento Humano da Universidade Católica Portuguesa. I – Considerações finais A necessidade de promoção da saúde mental é uma urgência há muito reconhecida em Portugal. Uma das formas de contribuir para este objetivo passa pela definição de formas de potenciar o acesso a serviços de saúde mental e de aumentar a satisfação com os serviços por eles prestados. Ao longo dos últimos três anos a ENCONTRAR+SE tem consolidado um dos seus objetivos estatutários que se prende com a “implementação de uma diversidade de respostas, a disponibilizar em serviços baseados na comunidade, que façam face às múltiplas necessidades de intervenção psicossocial das pessoas afetadas, direta ou indiretamente, por perturbação mental grave”. Desta forma, temos vindo a conhecer de forma informal as trajetórias dos nossos utentes e a compreender quais os fatores associados à perceção de satisfação com os serviços de saúde mental recebidos. Por outro lado, através dos serviços prestados pelo Gabinete UPA, fomos abrindo canais de comunicação entre serviços e agilizando os processos de acesso aos mesmos. O conhecimento empírico que resulta deste trabalho deverá ser estudado através de uma metodologia científica que permita contribuir para a definição de um modelo de articulação dos serviços de prestação de cuidados de saúde mental, objetivo geral do presente estudo. 10 Referências bibliográficas Organisation for Economic Co-operation and Development [Em linha]. Selecting Indicators for the Quality of Mental Health Care at the Health System Level in OECD Countries. Disponível em: http://www.oecd.org/health/healthpoliciesanddata/33865630.pdf [Consultado em: 26/10/2012]. Conselho Nacional de Saúde Mental (2007). Relatório – Proposta de plano de acção para a reestruturação dos serviços de saúde mental em Portugal 2007-2016. Disponível em http://www.acs.minsaude.pt/2008/01/18/plano-accao-servicos-de-saude-mental/ [Consultado em: 20/06/2008]. Barelds, A., Van de Goor, I., van Heck, G. & Schols, J. (2009). Quality of care and service trajectories for people with intellectual disabilities: defining the aspects of quality from the client’s perspective. Scandinavian Journal of Caring Sciences, 24, 164–174. doi: 10.1111/j.1471-6712.2009.00701.x Conselho Nacional de Saúde Mental (2005). Recomendações. Disponível em http://www.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/7125AE31-092E-4C9F-A397AB2F3DA1E195/0/Recom2005.pdf [Consultado em: 20/06/2008]. Programa nacional para a saúde mental (2012). Reatualização do Plano Nacional de Saúde Mental. Disponível em http://www.saudemental.pt/wp- content/uploads/2012/06/Recalendarização_PNSM.pdf [Consultado em: 06/11/2012]. 11